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Índice

Introdução........................................................................................................................................1

Historia Local..................................................................................................................................2

História Temática.............................................................................................................................7

Conclusão......................................................................................................................................11

Bibliografia....................................................................................................................................12
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Introdução

O presente trabalho visa a abordagem do estudo da história local e história temática, e esta por
sua vez encontra-se dividido em capítulos, onde o primeiro capítulo corresponde ao história local
e o segundo capitulo a história temática e onde por sua vez mostram o seu processo no ensino de
história e a sua aplicação na didáctica.

Tem como objectivo geral:

 Compreender o processo da história local e história temática no ensino de história

Objectivos específicos:

 Definir história local e história temática

 Descrever as suas aplicações no ensino de história e na didáctica


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Historia Local

Segundo PROENÇA (1990:139), a história local tem conhecido, nos últimos anos, um
progressivo desenvolvimento devido ao interesse de investigação histórica actual pelos estudos
das comunidades locais que se tem traduzido num crescente numero d trabalhos académicos
tendo por objectivo a analisa de realidades locais ou regionais.

O interesse pela história local não é novo, pois no nosso país, à semelhança do que acontece por
toda a Europa, sempre existiu uma tradição de estudos históricos locais, de carácter monográfico.
“Estes tipos de trabalho têm sido animados muitas vezes por estudiosos e eruditos, sendo
geralmente fruto de um labor solidário, à margem de qualquer enquadramento institucional de
um quadro minimamente comum de referências problemáticas.

Segundo SCHMIDT (2007:10), o estudo da história local pode ser usado como elemento
constitutivo da "transposição didáctica" do saber histórico científico em saber histórico escolar.
A história local pode ser vista como “estratégia de ensino” quando possibilita “desenvolver
actividades vinculadas directamente com a vida quotidiana, entendida como expressão concreta
de problemas mais amplos” e também “como estratégia de aprendizagem”, uma vez que o
trabalho com história local pode garantir controles epistemológicos de conhecimento histórico, a
partir de recortes seleccionados e integrados ao conjunto do conhecimento."

Ainda, SCHMIDT ao argumentar sobre história local afirma que é possível "... produzir a
inserção do aluno na comunidade da qual ela faz parte; criar a própria historicidade e produzir a
identificação de si mesmo e também do seu redor, dentro da História, levando-a o a compreender
como se constitui e se desenvolve a sua historicidade em relação aos demais, entendendo quanto
há de história em sua vida que é construída por ele mesmo, quanto tem a ver com elementos
externos a ele - próximos/distantes; pessoais/estruturais; temporais/espaciais”.

O renascer da historia local que actualmente se verifica, pouco ou nada tem a ver com estas
descrições de índole ilustrativa, feitas muitas vezes com intuito de conferir maior importância a
sua região. Assiste-se presentemente ao desenvolvimento de uma historia local que visa tirar
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partido das novas metodologias, utilizando novas fontes quantitativas ou qualitativas e cujos
temas poderão ter um aproveitamento didáctico motivador estimulante.

Os interesses dessa nova história local voltam-se para uma nova abordagem social que procura
reconstituir as condições de vida dos diversos grupos sociais num determinado período histórico,
analisando os aspectos de produção material, estruturação social ou de mentalidades, para uma
abordagem demográfica que privilegia a história da família, ou para uma nova historia politica
interessada no papel das elites locais na distribuição do poder.

Estas novas abordagens tornaram-se possíveis graças à utilização de fontes, ate então pouco
exploradas, existentes nos arquivos locais tais como: arquivos municipais, arquivos paroquiais e
arquivos notariais e fiscais. Estas fontes, apesar de manuscritas, são susceptíveis de fácil
utilização didáctica, particularmente com alunos dos cursos complementares, desde que se tenha
o cuidado de limitar o seu estudo à época contemporânea (desde finais do século XVIII ou
princípios do XIX) em virtude dos problemas da letra e ortografia. Alem destas fontes
arquivísticas, o património local continua a ser um importante recurso para o ensino da história.
O seu estudo não deve ser limitado aos grandes monumentos porque existem, em todas
localidades, aspectos de interesse para o estudo da história.

De acordo com SCHIMIDT e CAINELLI (2004:113), A história local pode ser usada como
estratégia de aprendizagem, estratégia pedagógica do ensino de história, como “elemento
constitutivo da transposição didáctica do saber histórico para o saber histórico escolar”.
O estudo da história local pode “garantir uma melhor apropriação do conhecimento histórico
baseado em recortes seleccionados do conteúdo, os quais serão integrados no conjunto do
conhecimento”. Sendo assim, estudar a história local ou a história regional “contribui para uma
compreensão múltipla da História, pelo menos em dois sentidos: na possibilidade de ver mais de
um eixo histórico local e na possibilidade da análise de micro-histórias, pertencentes a alguma
outra história que as englobe e, ao mesmo tempo, reconheça suas particularidade.”
(SCHMIDT,CAINELLI, 2004, p.113)
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Sustenta ainda SCHMIDT, CAINELLI (2004:114), entre os objectivos do ensino de história


local, destaca-se a importância do aluno conhecer e aprender a valorizar “o património histórico
da sua localidade, de seu país e do mundo.
Apesar do crescente interesse pela história local, os programas do actual ensino secundário (7º a
12º anos de escolaridade), ainda não reflectem essa tendência. Apenas, nas sugestões
metodológicas do programa do ensino complementar, se pode encontrar uma referencia expressa
à realização de estudos de carácter local, “ (os alunos) também devem ser incitados a realizar
trabalhos individuais, ligados à região de origem ou onde vivem, e onde o inquérito, o
questionário, a entrevista, a observação actual se completem com as fontes de arquivo, museus,
bibliotecas.”

Na verdade o ensino de história local só tem estado presente nas escolas na medida em que as
iniciativas individuais dos professores o têm permitido. Muitos professores ainda olham com
uma certa desconfiança a história local, acusando-a de possuir um carácter fragmentário que não
é compatível com a história nacional. Tal incompatibilidade não existe, pois o professor pode a
partir do estudo dos fenómenos locais partir para os nacionais confrontando semelhanças e
contrastes específicos, contribuindo assim para obter uma compreensão mais profunda da
unidade nacional, apesar da diversidade. Este estudo desperta o interesse do aluno em conhecer a
especificidade da sua região em confronto com a situação nacional.

Segundo PROENÇA (1990:142), a história é, por natureza polifacetada, deve por isso ser uma
história de todas as populações sem ignorar as suas diferenças e as suas semelhanças. Parece-nos,
então, que se torna extremamente vantajoso que se alertem os alunos para as realidades que os
rodeiam que eles estão mais aptos a captar e entender, estabelecendo depois a ponte entre essas
realidades que lhe esta próxima e a realidade nacional. Estaríamos, assim, a partir do concreto
para o abstracto (ou do conhecido para o desconhecido), uma das regras fundamentais do método
indutivo.

Sustenta ainda PROENÇA (1990:142), o ensino da história a partir do recurso à história local
permite ainda atingir algumas das grandes metas para que apontam as orientações dos programas
desta disciplina:
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 O recurso ao meio e a inserção do aluno na realidade do passado da comunidade local


contribuem para lhe possibilitar uma melhor compreensão da sociedade em que vive e na
qual vira a intervir.

 O contacto com as instituições locais e a percepção do seu modo de funcionamento


preparam melhor o aluno para uma futura integração na sociedade, facilitando-lhe a
compreensão das instituições democráticas e acentuando o carácter formativo da história
na preparação para o exercício de uma cidadania consciente.

 O recurso às fontes locais permite familiarizar o aluno com o método de pesquisa


histórica e contribui para o desenvolvimento de capacidades e competências específicas
como o rigor de análise, o pensamento reflexivo, o sentido crítico.

Alem da possibilitar a consecução destes objectivos, o recurso à história local tem ainda
inúmeras potencialidades no campo da motivação, não só porque permite a utilização de métodos
que interessam os alunos (inquéritos, entrevistas a pessoas mais idosas entre outros), como
também porque os alunos ao lidar com as fontes locais encontra referências a pessoas, factos e
lugares conhecidos. Ao pormos os alunos em contacto com referentes conhecidos,
proporcionamos-lhe uma relação mais íntima com o passado que se traduz numa melhor
compreensão empática dos fenómenos históricos.

De acordo com PROENÇA (1990:143), antes de se decidir a optar pelo recurso à história local
como estratégia de ensino, o professor deve ter em atenção algumas etapas preparatórias. Em
primeiro lugar, há que definir o significado do termo “local” nos seus parâmetros espaciais. Ao
trabalhar com os alunos devemos sempre optar por uma zona que lhes seja familiar, mas não tão
restrita que impeça a concretização das várias fases do método de investigação histórica. Por
outro lado, grandes partes das fontes arquivísticas locais encontram-se nas sedes concelhias.
Estes dois aspectos levam-nos a considerar o conselho como a unidade territorial preferível para
a concretização de trabalhos didácticos de história local.

Para poder explorar todas as potencialidades desta estratégia de ensino, é, contudo, necessário
que o professor proceda a um prévio levantamento minucioso das possibilidades que a localidade
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oferece em termos de fontes. Deve, por isso, fazer um reconhecimento dos arquivos, bibliotecas
e de todos os aspectos patrimoniais com interesse para o ensino de disciplina.

Uma outra aliciante da história local é que ao mesmo tempo que se torna uma estratégia de
ensino, pode também ser estimulante para o professor desenvolver uma actividade de
investigação complementar da sua actividade docente.
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Conclusão

Após a realização do presente trabalho o grupo, fez uma repartição dos temas, onde a primeira
parte corresponde a historia local onde chegou a concluir que, a história local tem conhecido, nos
últimos anos, um progressivo desenvolvimento devido ao interesse de investigação histórica
actual pelos estudos das comunidades locais que se tem traduzido num crescente numero de
trabalhos académicos tendo por objectivo a analisa de realidades locais ou regionais, e que o seu
interesse não é novo, pois estes estudos já se realizaram em outros países como os da Europa e o
seu o estudo da história local pode ser usado como elemento constitutivo da transposição
didáctica do saber histórico científico em saber histórico escolar. A história local pode ser vista
como estratégia de ensino quando possibilita desenvolver actividades vinculadas directamente
com a vida quotidiana, entendida como expressão concreta de problemas mais amplos e também
como estratégia de aprendizagem, uma vez que o trabalho com história local pode garantir
controlos epistemológicos de conhecimento histórico, a partir de recortes seleccionados e
integrados ao conjunto do conhecimento.

E quanto ao estudo da história temática é mais concretamente encontrada no Ensino Superior,


porque se aproxima da pesquisa e prática académica. As condições de estudo que delimitam
assuntos e temas permitem investigações aprofundadas e alicerçadas por uma gama de
referenciais teóricos e bibliográficos mais abrangentes. Ela não se confunde ao ensino por eixos
temáticos ou temas geradores porque é normalmente produzida pela pesquisa de historiadores
que estabelecem o tema a ser investigado e delimitam o objecto, o tempo, o espaço e as fontes
documentais a ser analisadas e esta por sua vez facilita o resgate de conteúdos até então não
compreendidos. Sua estratégia de partir do local para o específico contribui para a compreensão
da totalidade, mas depende também, da motivação do aluno e da delimitação do recorte
seleccionado pelo professor.
Outra questão importante é que, a partir da selecção de conteúdos, a prática pedagógica se
fundamenta em “outra lógica, qual seja, a da edificação de temas que são seleccionados e se
tornam significativos em função do conteúdo social que carregam, e não pela quantidade de fatos
que os constituem.
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Bibliografia

BITTENCOURT, C. M. F. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo:


Cortez, 2005.
PROENCA, Maria Cândida. Ensinar/Aprender História: Questões de didáctica aplicada.
Lisboa: Livros Horizonte, 1990.
SCHMIDT, M. A. CAINELLI, M. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2004.
ZAMBONI, Ernesta. Digressões sobre a educação e o ensino de história no século
XXI. História e Ensino: Londrina, v.11, 2005.

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