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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

FACULDADE DE ENGENHARIA
BACHARELADO EM ENGENHARIA MECÂNICA

Gabriela Fonseca Franck de Souza - 201871026

Remoção de Cavaco

Juiz de Fora 2021


Sumário:

Introdução 3

Discussão Teórica 3
2.1. Tipos de cavaco 3
2.2. Formas de cavaco 4
2.3. Formação e remoção do cavaco 5

Análise prática 6

Conclusão 11

Bibliografia 11
1. Introdução
Cavaco é um subproduto de quase todos os processos convencionais de
usinagem. Existem vários fatores que podem influenciar nessa remoção de cavaco,
mas entre elas podemos citar o desgaste, a geometria e o material da ferramenta de
corte bem como as condições do corte. Além disso, o material da peça como
tenacidade, dureza, microestrutura e pureza, características da máquina ferramenta e a
utilização do fluido de corte. [3]

Neste presente trabalho irá ser abordado os aspectos de remoção de cavaco


bem como uma análise sobre os cavacos de diferentes materiais (Aço 1045, alumínio,
bronze, latão e ferro fundido).

2. Discussão Teórica
A formação de cavaco está diretamente ligada à ductilidade da peça a ser
usinada. A ductilidade está ligada a deformação plástica que um material sofre até a
fratura.

Além disso, a formação de cavaco está ligada a outros fatores como desgaste
da ferramenta, esforços de corte e calor gerado na usinagem. Ele é formado pelo corte
do material através do plano de cisalhamento. Existe um ângulo chamado de ângulo
de cisalhamento entre a ferramenta de corte e o material. Quanto maior esse ângulo,
menor os esforços de corte.

Em condições normais, a formação de cavaco pode ocorrer nas seguintes


etapas:

1 - Recalque Inicial onde uma pequena porção de material é recalcada contra a


superfície de saída da ferramenta

2 - Deformação na qual a deformação plástica aumenta até que as tensões de


cisalhamento sejam suficientemente grandes causando deslizamento entre a porção
recalcada e a peça sem que haja ruptura do material.

3 - Ruptura onde a penetração da ferramenta contínua e ocorre a ruptura total


ou parcial do cavaco.

4 - Saída do cavaco na qual o material é removido podendo assumir diferentes


formas. [2]

2.1. Tipos de cavaco

O cavaco removido pode assumir diversos tipos como cavaco de


cisalhamento, de contínuo e arrancado.
● Cavaco de cisalhamento: O material sofre uma fissura no ponto mais
solicitado onde ocorre uma ruptura total ou parcial.
● Cavaco contínuo: é constituído de lamelas justapostas numa posição contínua.
É formado na usinagem de materiais dúcteis com os ângulos de saída da
ferramenta com valores altos.
● Cavaco arrancado: apresenta-se constituído de fragmentos arrancados da peça
usinada, a superfície de contato da saída da peça e do cavaco é reduzida bem
como os ângulos de saída são baixos, nulos ou negativos.

Na figura abaixo pode-se observar como são os tipos de cavaco mencionados


acima:

Figura 1: Tipos de cavacos

2.2. Formas de cavaco

Podemos diferenciar também as formas de cavaco em cavaco em fita,


helicoidal, lascas e em espiral.[5]

● Cavaco em fita: É o cavaco que apresenta mais inconvenientes e deve ser


evitado.
● Cavaco helicoidal: Essa forma é a que a remoção ocorre de forma mais
facilitada, ela sai mais facilmente do espaço entre os dentes da ferramenta.
● Cavaco em lascas: preferido quando houver pouco espaço disponível ou
quando o cavaco é removido pelo fluido de corte.

Materiais mais frágeis, ou seja, menos dúcteis só apresentam cavacos em


lascas pequenas devido ao fato de não sofrer grandes deformações. Abaixo, temos uma
resolução de como são os cavacos e nos quesitos favoráveis ou não.
Figura 2: Formas de cavaco

2.3. Formação e remoção do cavaco

A formação do cavaco pode ser transformada se alterarmos as condições de


usinagem, mudando a superfície de saída da ferramenta ou colocando elementos
adicionais na superfície de saída.

Podemos controlar a formação do cavaco alterando a profundidade de corte a


o avanço da ferramenta como na imagem abaixo:

Figura 3: Relação de profundidade de corte e avanço

Outro parâmetro que podemos controlar na formação do cavaco é a


capacidade de quebra do cavaco, que pode ser elevada em função do aumento da
deformação do cavaco no plano de cisalhamento. Esta etapa, por sua vez, pode ser
concretizada a partir de algumas alterações: diminuição do ângulo de saída e de
inclinação da ferramenta ou aumento da espessura de corte seguida da diminuição da
velocidade.

3. Análise prática
Podemos comprovar a teoria da ductilidade do material em relação a ao cavaco
produzido ao observar as imagens abaixo:

Figura 4: Cavaco de aço 1045


Figura 5: Cavaco de Alumínio

Figura 6: Cavaco de Latão


Figura 7: Cavaco de Bronze
Figura 8: Cavaco de Ferro Fundido

Como o ferro fundido e o bronze são menos dúcteis que o aço 1045, latão e alumínio
o cavaco formado é mais lamelar, ou seja, com fitas menores quando comparados aos outros.
Esses materiais são frágeis então não suportam grandes deformações quando fraturados. Por
isso ele rompe formando esse tipo de cavaco arrancado.de se fraturar. Já o cavaco produzido
pelo aço 1045, latão e alumínio são mais próximos do formato helicoidal visto que o material
é mais dúctil, ou seja, ele sofre uma deformação plástica antes.

Em relação ao acabamento superficial, podemos destacar que no caso do ferro


fundido, devido às descontinuidades na microestrutura, o cavaco rompe em forma de concha
e gera uma superfície com qualidade de acabamento superficial inferior.

Agora, iremos fazer uma análise em relação a velocidade e passe de corte de acordo
de peças de aço e alumínio com as imagens abaixo:

Figura 9: Cavacos de diferentes operações de Aço


Figura 10: Cavacos de diferentes operações de Alumínio

Em relação às imagens do cavaco de aço, podemos perceber as influências dos


parâmetros de corte na formação do cavaco. Essas diferenças são mostradas, também, na
figura 3. Comparando as imagens a) e b) do aço, percebemos que como avanço é menor na
figura a), as hélices ficam menos espaçadas, dando um aspecto maior de justaposição das
lamelas. Comparando a imagem c) e d) podemos perceber a variação provocada pela
profundidade de corte. Como a profundidade ́ é maior na imagem c), percebemos uma maior
espessura do cavaco.

Já em relação às imagens do cavaco de alumínio, podemos verificar as mesmas


constatações. Comparando as imagens a) e b), percebemos a variação da profundidade de
corte, que como é maior em a), faz com que o cavaco seja mais espesso. Analisando as
imagens c) e d), verificamos a variação dos dois aspectos: profundidade e avanço. Como a
figura d) possui menor profundidade de corte e menor avanço, o cavaco se aproxima da
origem do gráfico da figura 3.
4. Conclusão
Desse modo, podemos perceber que durante o processo de formação do cavaco
estão diretamente envolvidas questões econômicas, de segurança do operador, habilidade
técnica do operador na utilização adequada da máquina-ferramenta, entre outras. Além
disso, vimos que o passe e a velocidade de corte bem como o material da peça usinada é
imprescindível para análise de formação de cavaco.
Assim, um bom entendimento desse processo é fundamental para o
aperfeiçoamento na compreensão das etapas de usinagem como um todo.

5. Bibliografia
[1] MACHADO, Álisson Rocha; ABRÃO, Alexandre Mendes; COELHO, Reginaldo Teixeira;
SILVA, Márcio Bacci da; RUFFINO, Rosalvo Tiago. Teoria da usinagem dos materiais, 2009.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br//books/9788521208440/.

[2] Apostila do Curso Técnico em Mecânica. Telecurso 2000, Volume 4.

[3] Stephen J Chapman. FUNDAMENTOS DA USINAGEM: FORMAÇÃO DE CAVACOS,


TIPOS E FORMAS DE CAVACOS. Universidade Federal de Santa Catarina, 2013.

[4] Dino Ferraresi. Fundamentos da usinagem dos metais. Editora blucher, 2018.

[5] Arthur Bortolin Beskow. Processos de usinagem i. 2011.

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