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A espécie humana reproduz-se sexuadamente, através da fecundação de gâmetas (n),

provenientes de indivíduos de diferentes sexos. Para além da fecundação, o Homem apresenta


também, no seu desenvolvimento, uma etapa denominada de gametogénese - processo de
formação de gâmetas (espermatogénese nos homens e oogénese nas mulheres).

Os indivíduos do sexo masculino apresentam testículos (gónadas masculinas), onde


ocorre a produção dos espermatozóides e hormonas. Estes são constituídos pelos túbulos
seminíferos, pelos lóbulos testiculares, pelo epidídimo e pelo canal deferente. Por sua vez, no
interior dos túbulos seminíferos, estão presentes as células da linha germinativa em diferentes
fases da espermatogénese, as células de sertoli e o lúmen. Entre os túbulos seminíferos
encontram-se as células de Leydig ou intersticiais.
A espermatogénese é o processo de diferenciação celular responsável pela formação
dos espermatozóides, através de divisões mitóticas e meióticas. Este processo inicia-se na
puberdade e é contínuo ao longo da vida.
A espermatogénese inicia-se com a multiplicação, originando novas espermatogónias
(2n), seguindo-se do crescimento, no qual ocorre formação de espermatócitos I (2n), através
da síntese e acumulação de reservas nutritivas e da replicação do DNA. A terceira etapa
denomina-se de maturação, onde existe a formação de espermatócitos II (n), pela primeira
divisão da meiose, e a formação de espermatídios (n), pela segunda divisão da meiose. A
última etapa consiste na diferenciação, havendo a conversão de espermatídios em
espermatozóides (espermiogénese).
Os espermatozóides finais apresentam uma cabeça, formada pelo núcleo
(armazenamento do material genético) e pelo acrossoma, pela peça intermédia, zona do
flagelo, onde se encontram as mitocôndrias que fornecem energia (ATP) e pela cauda,
formada pelo flagelo, cujos batimentos impulsionam a movimentação dos espermatozóides.

Os indivíduos do sexo feminino apresentam ovários (gónadas femininas), onde ocorre


a produção de oócitos e secreção de hormonas, como os estrogénios e a progestererona. O
sistema reprodutor feminino é também composto pelas trompas de falópio, pelo útero, pela
vagina, pela vulva e pelo clitóris.
A oogénese é o processo de formação de gâmetas femininos, que ocorre nos
ovários, através de divisões mitóticas e meióticas. Este processo tem início no embrião, com
a formação de todas as oogónias, porém a meiose encontra-se suspensa em prófase I, tendo
apenas continuação na puberdade. Este processo termina na menopausa.
A oogénese encontra-se dividida em três fases. Na fase da multiplicação ocorre a
formação de novas oogónias (2n), por mitoses sucessivas. Na segunda fase, a do
crescimento, ocorre a formação de oócitos I (2n), através da síntese e acumulação de
reservas nutritivas e pela replicação do DNA. Ainda nesta fase, os oócitos I iniciam o seu
processo de divisão meiótica, que fica bloqueada em prófase I até à puberdade. Na ultima
fase, a fase de maturação, que ocorre a partir da puberdade, desencadeia-se mensalmente um
ciclo ovárico onde se forma um oócito II (n) e um glóbulo polar (n). Aqui apenas vinga o
oócito II que prossegue para a segunda divisão da meiose e é interrompida na metáfase II,
sendo posteriormente libertado, durante a ovulação, para a trompa de falópio. O óvulo
forma-se no caso do oócito II ser fecundado, terminando a segunda divisão da meiose.
O ciclo ovárico divide-se na fase folicular, na ovulação e na fase luteínica. Na fase
folicular ocorre o desenvolvimento dos folículos ováricos, que iniciam novamente o processo
de maturação. Esta fase acaba na ovulação, sendo que apenas um dos folículos conclui a
maturação e os outros degeneram. Na fase luteínica ocorre a formação, evolução e regressão
do corpo amarelo, que produz progesterona e alguns estrogénios.
A evolução do folículo ovárico apresenta diferentes estados de desenvolvimento.
- Em primeiro surgem os folículos primordiais, em que os oócitos I
encontram-se rodeados por células foliculares achatadas, e formam-se durante
o desenvolvimento embrionário.
- Em segundo temos os folículos primários, em que a partir da puberdade e até
à menopausa, os oócitos I aumentam de volume e as células foliculares
proliferam formando uma camada contínua de células cubóides em torno de
cada oócito I.
- De seguida, nos folículos secundários, os oócitos I continuam a aumentar de
volume e a camada de células foliculares torna-se mais espessa, formando a
granulosa. Forma-se também uma membrana pelúcida, localizada entre cada
oócito I e a sua granulosa, que permite a penetração dos espermatozóides, mas
também previne a entrada de algumas substâncias que possam destruir o
folículo. Posteriormente surgem outras duas camadas, a teca interna e a teca
externa.
- O próximo estado são os folículos maduros ou folículos de Graaf, em que as
cavidades presentes entre a granulosa aumentam de tamanho, originando a
cavidade folicular. A zona granulosa fica reduzida a uma fina camada celular,
que rodeia o oócito e a cavidade folicular. Os oócitos II iniciam a segunda
divisão da meiose, que fica bloqueada em metáfase II, ficando aptos para
serem libertados para a trompa de falópio.
- Na ovulação ocorre o rompimento do folículo maduro e a libertação do oócito
II para a trompa de falópio.
- Por fim, após a ovulação, as células foliculares do folículo maduro
carregam-se de amarelo, formando o corpo amarelo ou corpo lúteo. Caso
não haja fecundação, este degenera.
Paralelamente ao ciclo ovárico, ocorre também um ciclo uterino, que provoca
alterações no endométrio, induzidas por hormonas ováricas. Na fase menstrual (1º ao 5º
dia), ocorre a degradação do endométrio, pela contração e rompimento dos vasos sanguíneos.
A hemorragia juntamente com os restos da mucosa, constituem um fluxo de
aproximadamente 5 dias, a menstruação, que apenas ocorre se não houver fecundação no
ciclo anterior, pela degeneração do corpo amarelo. Na fase proliferativa (5º ao 14º dia),
ocorre a proliferação de células do endométrio, que se regenera e vasculariza até atingir 6mm
de espessura. Esta coincide com a fase folicular e termina com a ovulação. Por fim, na fase
secretora (14º ao 28º dia), o endométrio atinge a sua máxima espessura e vascularização, e as
glândulas apresentam atividade secretora, produzindo um muco rico em glicogénio. Esta fase
coincide com a fase luteínica e com estas modificações, o endométrio encontra-se pronto para
receber o embrião.

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