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§ 1º A obtenção de informações pessoais protegidas por sigilo deverá ser b) mecanismos de geração de empreendimentos: mecanismos promo-
solicitada à Procuradoria-Geral do Estado, para requisitar autorização de tores de empreendimentos inovadores e de apoio ao desenvolvimento
acesso à instância do Poder Judiciário competente, observado o dever da de empresas nascentes de base tecnológica, que envolvem negócios
comissão de sindicância em resguardar o sigilo das informações obtidas. inovadores, baseados em diferenciais tecnológicos e buscam a solução
§ 2º A apresentação espontânea de informações e documentos fiscais ou de problemas ou desafios sociais e ambientais, oferecem suporte para
bancários pelo sindicado, implicará renúncia do sigilo que os protegem. transformar ideias em empreendimentos de sucesso, e compreendem,
Art. 14. Concluídos os trabalhos, a comissão apresentará relatório entre outros, incubadoras de empresas, aceleradoras de negócios, es-
final e conclusivo quanto à existência ou não de indícios de enriqueci- paços abertos de trabalho cooperativo e laboratórios abertos de pro-
mento ilícito, opinando pelo seu arquivamento ou, se for o caso, pela
totipagem de produtos e processos;
instauração de processo administrativo disciplinar.
II - entidade gestora: ICT/PA pública ou privada ou pessoa jurídica de
Parágrafo único. Da decisão que determinar a abertura de processo ad-
ministrativo disciplinar, a autoridade competente dará imediato conheci- direito privado sem fins lucrativos responsável pela gestão de ambien-
mento ao Ministério Público Estadual, ao Tribunal de Contas do Estado, à tes promotores de inovação;
Secretaria da Receita Federal do Brasil e a outros órgãos e entidades que III - instrumentos jurídicos e congêneres: são instrumentos legais
se fizerem necessários. destinados a formalização de parcerias e contratações em pesquisa,
CAPÍTULO V desenvolvimento e inovação (PD&I);
COORDENAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DA APLICAÇÃO DO DECRETO IV - contrapartida: aporte de recursos orçamentários, financeiros ou eco-
Art. 15. Compete à Auditoria-Geral do Estado a normatização de procedi- nômicos de bens ou de serviços relacionados com o projeto de pesquisa
mentos e das responsabilidades dos órgãos e entidades, necessários ao científica, tecnológica e de inovação, segundo convencionado em instru-
regular cumprimento das disposições deste Decreto. mento jurídico específico, desde que economicamente mensuráveis;
Parágrafo único. A Auditoria-Geral do Estado fiscalizará o cumprimento V - risco tecnológico: possibilidade de insucesso no desenvolvimento
dos prazos e procedimentos previstos neste Decreto. de solução, decorrente de processo em que o resultado é incerto em
CAPÍTULO VI função do conhecimento técnico-científico insuficiente à época em que
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS se decide pela realização da ação;
Art. 16. O Poder Executivo implantará sistema eletrônico para registro de VI - Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação pública (ICT pública):
bens e valores do agente público. aquela abrangida pelo inciso V do caput do art. 2º da Lei Federal nº 10.973,
§ 1º Para dar cumprimento ao disposto no caput deste artigo, o Poder de 2004, integrante da administração pública direta ou indireta, incluídas
Executivo Estadual poderá desenvolver, adquirir ou adotar sistemas eletrô- as empresas públicas e as sociedades de economia mista;
nicos que já estejam em uso em outros entes da Federação. VII - Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação privada (ICT priva-
§ 2º Uma vez implantado sistema eletrônico, será obrigatória sua utili- da): aquela abrangida pelo inciso V do caput do art. 2º da Lei Federal nº
zação como única forma de apresentação e atualização da declaração de 10.973, de 2004, constituída sob a forma de pessoa jurídica de direito
bens e valores. privado sem fins lucrativos;
§ 3º A Auditoria-Geral do Estado coordenará as ações necessárias à im- VIII - Empresa de Base Tecnológica (EBT): empresa legalmente constitu-
plantação e à gestão do sistema eletrônico e supervisionará as atualizações ída, cuja atividade produtiva seja direcionada para o desenvolvimento de
que se fizerem necessárias. novos produtos ou processos, com base na aplicação sistemática de conhe-
§ 4º Caberá à Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do cimentos científicos e tecnológicos e na utilização de técnicas consideradas
Estado do Pará (PRODEPA) a consultoria técnica e execução das diretrizes avançadas ou pioneiras ou que desenvolva projetos de ciência, tecnologia
e ações tecnológicas definidas para a gestão do sistema eletrônico para e inovação; e
registro de bens e valores, assessorando, no que couber, a Auditoria-Geral IX - Pesquisador Público: ocupante de cargo público efetivo, civil ou mi-
do Estado. litar ou detentor de função ou emprego público, que esteja executando,
Art. 17. Enquanto não implantado o sistema previsto no art. 16 deste Decreto, a no âmbito de suas atribuições funcionais, atividade de pesquisa científica,
declaração de bens ou a sua atualização poderá ser entregue pelos seguintes meios: desenvolvimento e inovação, por intermédio de projeto aprovado pela ICT/
I - formulário padrão específico, definido pela Auditoria-Geral do Estado; ou PA pública de origem.
II - cópia da seção de Bens e Direitos da Declaração Anual de Imposto de Parágrafo único. Integram este Decreto, naquilo que não contrariar suas
Renda de Pessoas Física (DIRPF), apresentada à Secretaria da Receita Fe- disposições, os conceitos previstos no art. 2º da Lei Federal nº 10.973, de
deral do Brasil, com as respectivas retificações, quando for o caso. 2004 e no art. 2º do Decreto Federal nº 9.283, de 2018.
Art. 18. Até a implantação do sistema eletrônico para registro de bens CAPÍTULO II
e valores, o agente público apresentará sua declaração e atualizações à SISTEMA PARAENSE DE INOVAÇÃO
unidade de gestão de pessoas de seu órgão ou entidade de origem, que Art. 3º O Sistema Paraense de Inovação (SPI) tem por objetivo a cria-
deverá manter sua guarda por, no mínimo, 5 (cinco) anos após a data de ção de uma ambiência indutora e facilitadora da inovação, fundamentada
cessação do vínculo funcional. na integração entre os agentes promotores da inovação e na construção
Art. 19. Caberá aos titulares dos órgãos e entidades do Poder Execu- compartilhada de um contexto apropriado, segundo aspectos científicos e
tivo Estadual, sob pena de responsabilidade, velar pela estrita obser- tecnológicos, sociais e econômicos, jurídicos, políticos e físico-ambientais.
vância do disposto neste Decreto. Parágrafo único. O SPI será formado principalmente por:
Art. 20. Fica revogado o Decreto Estadual nº 2.094, de 22 de janeiro de 2010. I - órgãos e entes dos Poderes Públicos Municipal, Estadual e Federal;
Art. 21. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. II - instituições de Ciência e Tecnologia no âmbito do Estado;
PALÁCIO DO GOVERNO, 12 de julho de 2021. III - empresas que desenvolvem processos, bens e/ou serviços baseados
HELDER BARBALHO em ciência, tecnologia e inovação; e
Governador do Estado IV - organizações do terceiro setor voltadas ao desenvolvimento científico
e tecnológico e à inovação.
D E C R E T O Nº 1.713, DE 12 DE JULHO DE 2021 Art. 4º O Sistema Paraense de Inovação constitui-se de articulações institu-
Regulamenta a Lei Federal nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, no to- cionais orientadas à proposição, ao planejamento e à viabilização de ações
cante às normas gerais aplicáveis ao Estado, assim como a Lei Estadual nº sinérgicas voltadas ao desenvolvimento do Estado por meio de ciência, tecno-
8.426, de 16 de novembro de 2016, e dispõe sobre outras medidas em logia e inovação.
matéria da política estadual de ciência, tecnologia e inovação. Art. 5º O Conselho Estadual de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e
O GOVERNADOR DO ESTADO DO PARÁ, no uso das atribuições que lhe confere Tecnológica (CONSECTET) será o órgão representativo do Sistema Para-
o art. 135, inciso V, da Constituição Estadual, e tendo em vista o disposto na Lei ense de Inovação, criado pelo art. 5º da Lei Estadual nº 7.017, de 24 de
Federal nº 10.973, de 2 dezembro de 2004 e na Lei Estadual nº 8.426, de 16 de julho de 2007.
novembro de 2016, Parágrafo único. Caberá ao CONSECTET o credenciamento dos integrantes
D E C R E T A: das redes propostas no âmbito do SPI.
CAPÍTULO I CAPÍTULO III
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES AMBIENTES PROMOTORES DE INOVAÇÃO NO ESTADO DO PARÁ
Art. 1º As medidas de incentivos à inovação e à pesquisa científica e tec- Art. 6º A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior,
nológica, quando da atuação das Instituições Científicas, Tecnológicas e de Profissional e Tecnológica (SECTET), ouvido o Conselho Estadual de Ciên-
Inovação do Estado do Pará (ICT/PA) e das agências públicas de fomento, cia, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica (CONSECTET), definirá a
em especial a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e a Pesquisas política de parques de ciência e tecnologia, incubadoras de empresas e ou-
(FAPESPA), observarão, no que couber, as normas gerais estabelecidas tros ambientes promotores de inovação, como parte de sua estratégia para
na Lei Federal nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, no Decreto Federal incentivar os investimentos em inovação, pesquisa científica e tecnológica,
nº 9.283, de 7 de fevereiro de 2018, na Lei Estadual nº 8.426, de 16 de que gerem novos negócios, trabalho e renda e ampliem a competitividade
novembro de 2016, e neste Decreto. da economia paraense e o desenvolvimento social do Estado.
Art. 2º Para os efeitos deste Decreto considera-se: Art. 7º A administração pública direta estadual, as agências de fomento
I - ambientes promotores de inovação: espaços propícios à inovação e e as ICT/PA públicas poderão apoiar a criação, a implantação e a consoli-
ao empreendedorismo, que constituem ambientes característicos da eco- dação de ambientes promotores da inovação, como forma de incentivar o
nomia baseada no conhecimento, articulam as empresas, os diferentes desenvolvimento tecnológico, o aumento da competitividade e a interação
níveis de governo, as Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação, entre as empresas e as ICT.
as agências de fomento ou organizações da sociedade civil, e envolvem § 1º Para os fins previstos no caput, a administração pública direta, as
duas dimensões: agências de fomento e as ICT/PA públicas poderão:
a) ecossistemas de inovação: espaços que agregam infraestrutura e ar- I - ceder o uso de imóveis, sob o regime de cessão de uso de bem público,
ranjos institucionais e culturais, que atraem empreendedores e recursos mediante contrapartida financeira ou não financeira, para a instalação e a
financeiros, constituem lugares que potencializam o desenvolvimento da consolidação de ambientes promotores da inovação:
sociedade do conhecimento e compreendem, entre outros, parques cien- a) à entidade privada não governamental sem fins lucrativos, que tenha por
tíficos e tecnológicos, cidades inteligentes, distritos de inovação e polos missão institucional a gestão de ambientes promotores da inovação; ou
tecnológicos; e b) às ICT interessadas;
6 diário oficial Nº 34.637 Terça-feira, 13 DE JULHO DE 2021
II - participar da criação e da governança das entidades gestoras de ambien- II - seleção de empresas e instituições públicas ou privadas, sem fins lucra-
tes promotores da inovação, desde que adotem mecanismos que assegurem tivos, para ingresso nesses ambientes, observado o disposto na Lei Federal
a segregação das funções de financiamento e de execução e operação; nº 10.973, de 2004, e neste Decreto;
III - conceder, quando couber, financiamento, subvenção econômica, III - captação de recursos, participação societária, aporte de capital e cria-
outros tipos de apoio financeiro reembolsável ou não reembolsável e ção de fundos de investimento, observado o disposto no art. 23 da Lei
incentivos, para a implantação e a consolidação de ambientes promo- Federal nº 10.973, de 2004, e na legislação específica; e
tores da inovação, incluída a transferência de recursos públicos para IV - gestão e funcionamento dos ambientes promotores da inovação.
obras que caracterizem a ampliação de área construída ou a instala- Art. 10. Na hipótese de ambientes promotores da inovação que se en-
ção de novas estruturas físicas em terrenos de propriedade particu- contrem sob a gestão de ICT/PA pública, será divulgado edital de seleção
lar, resguardada a sua titularidade e mediante contrapartida ou prazo para o ingresso nesse ambiente, podendo ser mantido aberto por prazo
suficiente para amortização dos investimentos realizados e desde que fluxo contínuo e exigir que as pessoas jurídicas interessadas apresentem
destinados ao funcionamento de ambientes promotores da inovação, propostas a serem avaliadas com base em critérios técnicos objetivos, sem
em consonância com o disposto no art. 19, § 6º, inciso III, da Lei prejuízo da realização de entrevistas ou outros métodos similares.
Federal nº 10.973, de 2004 , e observada a legislação específica; e Art. 11. Para o ingresso nos ambientes promotores da inovação, ICT/PA
IV - disponibilizar espaço em prédios compartilhados aos interessados em pública, privada ou entidade privada sem fins lucrativos, na qualidade de
ingressar no ambiente promotor da inovação. entidade gestora exigirá das interessadas a apresentação, no mínimo, de:
§ 2º A transferência de recursos públicos, na modalidade não reembol- I - Certidão Negativa de Débitos Relativos a Créditos Tributários Federais e
sável, para obras que caracterizem a ampliação de área construída ou a à Dívida Ativa da União, assim como o Certificado de Regularidade relativo
instalação de novas estruturas físicas, quando realizada em terreno de pro- à Seguridade Social (INSS);
priedade de ICT privada e destinado à instalação de ambientes promotores II - Certificado de Regularidade do Fundo de Garantia do Tempo de
da inovação, ficará condicionada à cláusula de inalienabilidade do bem ou Serviço (CRF/FGTS);
formalização de transferência da propriedade à administração pública na III - Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT);
hipótese de sua dissolução ou extinção. IV - Certidão Negativa de Débitos relativos a Tributos Estaduais e Municipais; e
§ 3º O apoio de que trata o caput poderá ser realizado isoladamente ou V - Documento que comprove inexistência de restrição específica ou ina-
de forma consorciada com ICT/PA ou órgãos e entidades de diferentes dimplência cadastrada no Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados
esferas da administração pública e ainda entidades privadas, com ou para com Órgãos e Entidades da Administração Pública Estadual (CADIN-
sem fins lucrativos, de acordo com o § 6º do art. 218, o parágrafo único PA) e/ou no Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados
do art. 219 e o art. 219-A da Constituição Federal. e Municípios (SIAFEM).
§ 4º As ICT/PA, públicas ou privadas, beneficiadas pelo Poder Público de- § 1º É facultado à entidade gestora do ambiente promotor de inovação
verão prestar informações à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia não exigir das interessadas a prévia constituição de pessoa jurídica
e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (SECTET) sobre os indi- nas fases preliminares do empreendimento, hipótese na qual os docu-
cadores de desempenho dos ambientes promotores da inovação, quando mentos previstos no caput deverão ser apresentados posteriormente,
couber, na forma de regulamento a ser editado pela Secretaria. conforme regra estabelecida no edital de seleção ou no regulamento da
Seção I entidade gestora, caso se trate de entidade privada sem fins lucrativos.
Cessão de Uso de Imóveis Públicos para Fomentar os Ambientes § 2º Quando o ambiente promotor da inovação for um meio de geração de
de Inovação empreendimentos, a respectiva entidade gestora e os parceiros seleciona-
Art. 8º Para fins da cessão de uso de imóveis públicos para a instalação dos celebrarão termo de adesão em formato simplificado, sendo dispensá-
e a consolidação de ambientes promotores da inovação, é dispensável a vel a assinatura de qualquer outro instrumento, inclusive na modalidade
licitação nos termos do inciso V do art. 75 da Lei Federal nº 14.133, de 01 residente.
de abril de 2021, e do art. 3º da Lei Federal nº 10.973, de 2004. § 3º Ocorre a modalidade residente quando o parceiro ocupa infraestrutura
§ 1º A cessão do uso de imóveis para a instalação e a consolidação de física no ambiente promotor de inovação, de forma compartilhada ou não,
ambientes promotores da inovação depende de contrapartida obrigatória, pelo prazo definido no termo de adesão.
financeira ou não financeira, nos termos dos §§ 4º e 5º deste artigo. § 4º Será exigida contrapartida obrigatória, financeira ou não financeira,
§ 2º Na hipótese de dispensa de licitação de que tratam o inciso V do art. daqueles que ingressarem no ambiente promotor de inovação na modali-
75 da Lei Federal nº 14.133, de 2021, e do art. 3º da Lei Federal nº 10.973, dade residente.
de 2004, para fins de cessão de uso, competirá ao Poder Público cedente: § 5º O prazo de permanência dos parceiros selecionados no ambiente pro-
I - providenciar a publicação, em sítio eletrônico oficial, de extrato da ofer- motor de inovação constará do termo de adesão, podendo ser prorrogado,
ta pública da cessão de uso, que deve conter, no mínimo, a identificação e a critério da entidade gestora.
descrição do imóvel, o prazo da cessão, a finalidade da cessão e a forma CAPÍTULO IV
de apresentação da proposta pelos interessados e os critérios de escolha PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA DO ESTADO NAS EMPRESAS DE
do cessionário; e INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
II - observar critérios impessoais de escolha, os quais devem ser orientados Art. 12. O Estado do Pará, exclusivamente por meio de suas empresas
pela formação de parcerias estratégicas entre os setores público e privado, estatais independentes e exploradoras de atividades econômicas, poderá
pelo incentivo ao desenvolvimento tecnológico, econômico e social, pela participar, minoritariamente, do capital de empresas inovadoras existentes
interação entre as empresas e as ICT/PA ou por outros critérios objetivos ou a serem criadas no Estado do Pará, com o propósito específico de de-
de avaliação, dispostos expressamente na oferta pública da cessão de uso. senvolvimento científico, tecnológico e de inovação voltado à obtenção de
§ 3º A cessão de uso fica condicionada à apresentação, pelo interessado, produtos e/ou processos inovadores.
de documentos que comprovem a regularidade jurídica, fiscal e trabalhista, § 1º A participação minoritária de que trata este artigo observará o dispos-
nos termos definidos pelo cedente e normas específicas, sendo considera- to nas normas orçamentárias pertinentes.
das regulares as certidões positivas com efeito de negativa. § 2º A integralização do capital social ao qual alude o caput deste artigo
§ 4º O cedente poderá receber os recursos oriundos da contrapartida finan- será autorizada por decreto, com observância dos princípios da legalidade,
ceira, bem como dispor que tais receitas serão recebidas por ICT/PA pública impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, igualdade e do julga-
diretamente ou, quando previsto em contrato ou convênio, por meio de sua mento por critérios objetivos, conforme legislação em vigor.
fundação de apoio. § 3º A participação do Estado, da qual trata o caput deste artigo, ocorrerá
§ 5º A contrapartida não financeira poderá consistir em fornecimento de nos termos da Lei Federal nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004 e da Lei
produtos e serviços, participação societária, investimentos em infraestru- Estadual nº 7.649, de 24 de julho de 2012.
tura, capacitação e qualificação de recursos humanos em áreas compa- § 4º Os resultados obtidos, inclusive os direitos de propriedade intelectual,
tíveis com a finalidade da Lei Federal nº 10.973, de 2004, entre outras, pertencerão às instituições detentoras do capital social, proporcionalmente
desde que economicamente mensuráveis. às suas respectivas participações.
§ 6º A cessão de uso terá prazo certo, adequado à natureza do empreen- § 5º O Estado do Pará poderá condicionar a participação societária via aporte de
dimento, admitidas renovações sucessivas, sem prejuízo de sua extinção, capital à previsão de licenciamento da propriedade intelectual para atender ao
caso o cessionário dê ao imóvel destinação diversa daquela prevista no interesse público.
instrumento. § 6º As empresas públicas e as sociedades de economia mista no âmbito
§ 7º Findo o prazo da cessão de uso, o cedente retomará a posse do imó- do Estado, em razão de suas finalidades e competências legais, poderão
vel e as construções e benfeitorias realizadas reverterão ao outorgante aplicar os recursos recebidos em decorrência da propriedade intelectual
cedente, independentemente de indenização, se as partes não houverem referida no parágrafo anterior na consecução de seus objetos sociais.
estipulado o contrário. § 7º A alienação dos ativos da participação societária dispensa realização
§ 8º É cláusula obrigatória do instrumento previsto neste artigo o envio de in- de licitação, conforme previsto no § 3º do art. 5º da Lei Federal nº 10.973,
formações à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, de 2004, e no inciso V do art. 75 da Lei Federal nº 14.133, de 2021.
Profissional e Tecnológica (SECTET) sobre os indicadores de desempenho de § 8º Os recursos recebidos em decorrência da alienação da participação
ambientes promotores da inovação, quando couber, na forma do regulamento societária referida no caput deverão ser aplicados em pesquisa e desenvol-
a ser editado pela Secretaria. vimento ou em novas participações societárias.
§ 9º Na cessão de imóvel de titularidade do Estado, observar-se-á a legis- § 9º A participação minoritária de que trata o caput dar-se-á por meio de
lação estadual sobre a gestão de imóveis patrimoniais no âmbito da admi-
contribuição financeira ou não financeira, desde que economicamente men-
nistração pública direta, autárquica e fundacional, assim como os princípios
surável, e poderá ser aceita como forma de remuneração pela transferência
constitucionais da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publi-
cidade e da eficiência. de tecnologia e pelo licenciamento para outorga de direito de uso ou de ex-
Seção II ploração de criação de titularidade da administração pública direta e indireta.
Governança das Entidades Gestoras dos Ambientes de Inovação § 10. Nas empresas a que se refere o caput deste artigo, o estatuto ou con-
Art. 9º As ICT/PA, públicas ou privadas, e as entidades privadas sem fins lu- trato social poderá conferir às ações ou quotas detidas pelo Estado do Pará
crativos gestoras dos ambientes de inovação, estabelecerão suas regras para: poderes especiais, inclusive de veto, às deliberações dos demais sócios nas
I - fomento, concepção e desenvolvimento de projetos em parceria; matérias que especificar.