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Cultura
de Paz
em sala de Aula
Artigo Final
entregue ao NREC
Professora Titulada
Turma PDE – 2007 -
Curitiba - 2008
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Cultura de Paz em sala de Aula
Autores :
Penélope Giacomitti -Ms Morfologia-Biologia Celular /UFPR, Professora PDE Titulada 2007
Araci Asinelli-Luz - Professora Doutora da UFPR, Orientadora PDE - UFPR
Resumo :
Abstract :
Considering the increasing violence in our society and its deep and strong reflexes in
school environment, this project aims to create pedagogical strategies, to be used and
spread by teachers, that stanch and if possible return the process of action and reaction
based on the lack of universal values that promote PEACE. The work team will be formed,
firstly, by teachers from public schools that, after a literature review, will elaborate
pedagogical activities that promote and consolidate critical personal attitudes based on
universal values of peace.These activities will be, subsequently, developed by these
teachers’ students. The results will be notched up and studied in order to adapt the
application strategy of the activities according to the necessities. We hope to achieve
through that a continuous process that “ recycles” itself in order to create and cultivate
cultural habits from the culture of peace or culture of non-violence in all the human
segments that form a school, public or not.
Key words: the culture of peace. non-violence. schools.
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Sumário :
página
Resumo e Abstract...............................................................................................................1
Palavras-chave.....................................................................................................................1
SUMÁRIO :..........................................................................................................................3
Características da Não-Violência
Sem o consentimento dos dirigidos não há dirigente. O poder dos que estão
em um cargo de direção (presidente ou outro) depende da aceitação (ativa ou passiva)
dos que são dirigidos (cidadãos comuns). As leis perdem força quando não encontram
quem as execute (cidadão comum que a respalde) e, para pôr em prática os objetivos
(justos ou não) estipulados pela classe dominante se faz uso de uma força policial, um
exército ou de uma máquina burocrática. O poder depende da cooperação entre
dirigentes e dirigidos, desta forma, a não-violência faz cair por terra o poder dos dirigentes
quando consegue anular grande parte desta cooperação.
Jesus Cristo clama "amai vossos inimigos". Esta forma de pensar e agir
também é encontrada no conceito Taoísta do wu-wei, na filosofia da arte marcial Aikido,
no conceito budista de metta (amor fraterno entre todos os seres vivos) e no princípio de
ahimsa (não-violência entre todos os seres vivos), presente no hinduísmo. Com tanta
fundamentação, os Anarquistas Cristãos e outros divulgadores da não-violência,
defendem que devemos respeitar e amar os nossos oponentes (não nasceram violentos).
Este é o princípio que mais se aproxima das justificativas religiosas e espirituais para a
não-violência. Um exemplo bem desenhado é a Oração de São Francisco (anexo I).
Cultura de Paz
Outro grande líder, Martin Luther King, 1929-1968, do outro lado do mundo,
exortava os seus ouvintes com grande convicção, no seu famoso discurso “Eu tenho um
sonho”, em 1963. Conduzindo e constantemente revendo seus atos sob o princípio de
atitudes ativas de paz, conseguiu inspirar toda uma geração a lutar pela liberdade e
dignidade dos negros nos EUA, numa época em que sofriam inúmeras e diversas
perseguições, segregação racial e violência policial. “Não devemos deixar que nosso
criativo protesto degenere em violência física. Sempre e cada vez mais devemos nos
erguer às alturas majestosas de enfrentar a força física com a força da alma” -
posicionando-se assim com a audácia e a irreverência de um grande coração.
Estes dois grandes seres humanos, Gandhi e Martin Luther King, provaram
ao mundo que, usando da não-violência como forma de resolver conflitos, é possível
promover grandes mudanças no pensamento, que se reflete nas atitudes tomadas
diariamente.
Será que saberíamos citar outro grande líder? E por que é um líder?
O psicólogo afirma que vivemos numa época que carece de bons modelos
éticos para guiar nossas ações, então se faz necessário buscar nos grandes líderes do
passado “a inspiração necessária” para sabermos como contribuir com a construção de
uma cultura da paz em nossa sociedade.
Esta idéia nos leva ao conceito de meio ambiente, mas o que se pretende
trabalhar aqui é nosso primeiro meio ambiente:
EU → meus pensamentos → meus sentimentos → meu corpo.
Se não cuido de cada uma destas partes que fazem parte de mim como
posso querer cuidar do que está fora de mim? Da minha cama, dos meus pertences, da
minha casa, do meu dinheiro? Como posso querer cuidar (e/ou respeitar) do meio
ambiente mais próximo de mim que é o ser humano que convive comigo? Que partilha
comigo suas qualidades e seus defeitos, assim como convive com os meus?
Faz-se necessário educar(se) para a Paz, para a não-violência, pois não
posso ajudar a construir eficazmente o conhecimento de um conceito que não faz parte
dos meus pensamentos, dos meus hábitos, e portanto da minha vida.
Precisamos desenvolver idéias e práticas transformadoras e conscientes
que habilite o educando no convívio social da melhor maneira possível, a partir do que
poderá desenvolver o seu projeto de vida. Sim vida, pois invariavelmente a violência
conduz à morte. Não conheço nenhum caso contrário a isso.
podem ser descobertos e cultivados. Neste sentido se crê que a manifestação de atitudes
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e valores destrutivos tem sua origem nos processos de desvalorização ou exclusão do
indivíduo. Fazem parte da desvalorização todas as atitudes dúbias. Por isso, a escola é
um ambiente que precisa ter bem claros, papel e objetivos, com limites bem determinados
falta de limites claros, e que sejam observados por todos os envolvidos, tem sido
apontada como principal causa de quase toda indisciplina. Mas também, traduz para o
educador que o educando está exigindo atenção, pelos mais diversos motivos
(www.profissaomestre.com.br, 2008).
No entanto, buscar a paz parece uma coisa idealizada e fora deste mundo.
Por isso, usa-se o termo não-violência que implica em agir, não encarando o conflito
como algo negativo, mas uma oportunidade de crescimento e aprendizagem. Não
podando, mas tentando entender as atitudes no ser humano.
São as atitudes que fazem a diferença num conflito, só que precisam ser
praticadas exaustivamente até se fixarem. Porque estas não são as reações que
comumente são observadas em conflitos. Principalmente, quando algum dos envolvidos
se encontra alterado física e emocionalmente por meio de substâncias químicas ou não.
- Precisamos nos colocar no lugar das outras pessoas; precisamos sentir um pouquinho
da dor dos outros para poder ajudar; podemos oferecer ajuda quando sentimos que é
importante; podemos pedir ajuda quando estivermos com algum problema.
A psicóloga do PNV, Joyce K. Pescarolo, nos relembra que é importante
desenvolver a responsabilidade em nossos educandos, da anomia a autonomia (Piaget).
E que é importante investir no diálogo, pois não queremos formar robozinhos que ajam
corretamente quando “os outros estão olhando”, mas seres humanos capazes de fazer
escolhas responsáveis mesmo sem a presença de outras pessoas. Que só acontece
quando a “criança” internaliza os valores e limites que a tornam responsável.
Sendo o outro tão humano quanto eu (apesar de parecer tão óbvio, muitos
não percebem e não aceitam esta condição), torna-se necessário, aos menos, tentar
entender o motivo de suas atitudes e, seja como for que queiramos agir/reagir, pelo
menos respeitemos o “humano no outro” (acredito que também o divino).
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. 35. ed. São Paulo - SP: Editora Paz e
Terra, 1996.
FREIRE, P. Pedagogia da Esperança. 13. ed. São Paulo - SP: Editora Paz e
Terra S/A, 2006.
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FREUD, S. Obras Completas de S. Freud. Ed. Standard Brasileira. Rio de
Janeiro: Imago.1995. 1927: O Futuro de Uma Ilusão, Vol. XXI 1933: Por Que
a Guerra? , Vol. XXII.
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/04/18/materia.2008-04-18.
http://www.comitepaz.org.br/como_educa/
http://www.naoviolencia.org.br
http://www.profissaomestre.com.br/php/verMateria.php?cod=3409
http://pt.wikipedia.org/wiki
Ô Maître, que je ne cherche pas tant à être consolé qu’à consoler, à être compris qu’à
comprendre, à être aimé qu’à aimer, car c’est en donnant qu’on reçoit, c’est en s’oubliant
qu’on trouve, c’est en pardonnant qu’on est pardonné, c’est en mourant qu’on ressuscite à
l’éternelle vie.
Uma das mais conhecidas traduções para a língua portuguesa desta oração é:
Ó Mestre,
Amém
Bibliografia :
Christian RENOUX, La prière pour la paix attribuée à saint François, une énigme à
résoudre, Paris, Editions franciscaines, Paris, 2001.
Christian RENOUX, La preghiera per la pace attribuita a san Francesco, un
enigma da risolvere, Padova, Edizioni Messagero, 2003.
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política dos Estados e de não ingerência nos assuntos que são, essencialmente, de
jurisdição interna dos Estados, em conformidade com a Carta das Nações Unidas e o
direito internacional;
opinião e informação;
"Eu tinha 16 anos e vivia com meus pais, na instituição que meu avô havia fundado, e
que ficava a 18 milhas da cidade de Durban, na África do Sul. Vivíamos no interior, em meio aos
canaviais, e não tínhamos vizinhos, por isso minhas irmãs e eu sempre ficávamos entusiasmados
Certo dia meu pai pediu-me que o levasse até a cidade, onde participaria de uma
conferência durante o dia todo. Eu fiquei radiante com esta oportunidade. Como íamos até a
cidade, minha mãe me deu uma lista de coisas que precisava do supermercado e, como passaríamos
o dia todo, meu pai me pediu que tratasse de alguns assuntos pendentes, como levar o carro à
oficina.
Quando me despedi de meu pai ele me disse: "Nos vemos aqui, às 17 horas, e
Depois de cumprir todas as tarefas, fui até o cinema mais próximo. Distraí-me tanto
com o filme (um filme duplo de John Wayne) que esqueci da hora. Quando me dei conta eram
17h30. Corri até a oficina, peguei o carro e apressei-me a buscar meu pai. Eram quase 6 horas.
Eu me sentia mal pelo ocorrido, e não tive coragem de dizer que estava vendo um
filme de John Wayne. Então, lhe disse que o carro não ficara pronto, e que tivera que esperar. O
que eu não sabia era que ele já havia telefonado para a oficina. Ao perceber que eu estava
mentindo, disse-me: "Algo não está certo no modo como o tenho criado, porque você não teve a
coragem de me dizer a verdade. Vou refletir sobre o que fiz de errado a você. Caminharei as 18
caminhar para casa pela estrada de terra sem iluminação. Não pude deixá-lo sozinho...guiei por 5
horas e meia atrás dele...vendo meu pai sofrer por causa de uma mentira estúpida que eu havia
Muitas vezes me lembro deste episódio e penso: "Se ele tivesse me castigado da
maneira como nós castigamos nossos filhos, será que teria aprendido a lição?" Não, não creio. Teria
sofrido o castigo e continuaria fazendo o mesmo. Mas esta ação não-violenta foi tão forte que
USE O BOM SENSO: Pense o quão importante é o relacionamento entre vocês, e qual é a
questão e as emoções que estão envolvidas. Use estes fatores para avaliar a situação.
RACIONALMENTE: Quando as pessoas estão bravas, elas geralmente dizem e fazem coisas
que não pretendiam. Ouça a outra pessoa, mas não se envolva em uma guerra de insultos.
FAÇA COM QUE A OUTRA PESSOA SAIBA QUE VOCÊ SE PREOCUPA: Garanta à pessoa
que o problema é importante para você e que você quer resolvê-lo. Pergunte à pessoa quando
melhor lugar para se conversar com alguém que está bravo. Evite espaços fechados e
esteja preparado para ir embora rapidamente. Contudo, não corra, a não ser que a situação
OBSERVE A SUA PRÓPRIA LINGUAGEM CORPORAL: Esteja certo de que você não está
ESTEJA CONSCIENTE DO SEU TOM DE VOZ: Fale com uma voz macia e calma. Use
TRATE OS OUTROS COMO VOCÊ GOSTARIA DE SER TRATADO: Não seja arrogante ou
condescendente. Sua atitude é um dos fatores mais importantes para resolver o conflito com
sucesso.
Largar mão de tudo é tentador (e, nós devemos confessar, que algumas vezes é até
apropriado), porém, é mais eficiente trabalhar com o problema até que ele seja resolvido.
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DIFERENTES ESTILOS PARA LIDAR COM CONFLITOS
Agora que você é um expert em compreender o que é um conflito, vamos relembrar como você
lida com conflitos. Relaxe, isto vai ser fácil. Nós dividimos os métodos de resolução de
Você tende a concordar com as outras pessoas para sair de um conflito. Então, você nunca
revela o que realmente pensa ou sente. Você mantém a paz em seus relacionamentos, mas a sua
Se você é envolvido em um conflito, você disfarça, olha em outra direção, sai da sala, muda de
assunto, deixa pra mais tarde, ou até nega que haja qualquer problema. Bem, você nunca vai
entrar em uma briga, entretanto, você também não resolve os seus conflitos e problemas.
Ganhar um conflito é mais importante para você do que resolver o problema. Você tende a
acusar e culpar o outro. Você pode gritar, empurrar ou até bater. Tudo para ter o que quer.
Você sempre fala e toma uma posição forte, porém a sua insensibilidade aos outros pode
Você não quer ser incomodado por um conflito, então você procura a solução mais rápida
possível. Você tenta encontrar um acordo NO QUAL NENHUM DOS LADOS PERCA, MAS
comum que mantêm os dois lados mais ou menos felizes, contudo, você está mais preocupado
Você se concentra na resolução dos problemas. Você não culpa ou acusa; ao invés disso, você
escuta e reconhece os sentimentos e necessidades do outro. Você diz à outra pessoa como
você se sente, oferece sugestões e idéias, e procura soluções justas. Você começa buscando
pontos em comum. Você trabalha com a outra pessoa para levantar o maior número possível de
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opções, e concorda com uma solução que satisfaz a ambos. Se o conflito não pode ser
resolvido, ou parece que ele vai levar à violência, você sabe que é hora de pedir ajuda a alguém.
Entretanto, ninguém jamais disse que agir desta forma é fácil. Exige estratégia, tempo,
compromisso, e coragem.
Nós teremos o maior prazer em receber seu depoimento nos contando como esse material o
ajudou a tornar seu cotidiano e o de outras pessoas mais pacífico. Suas sugestões e outros
http://www.naoviolencia.org.br
Joyce K. Pescarolo
Soledad Fernandez
Curitiba, 2004.
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- em 19 de abril de 2008 -
estimular o desenvolvimento neurológico das crianças por meio de uma educação para a paz.
(ONG) Anima Mundi, que desenvolve ações e estudos sobre desenvolvimento humano e social.
Ele foi um dos palestrantes da Conferência Nacional da Educação Básica, realizada nesta
semana em Brasília.
“Não se trata apenas de diminuir ou prevenir a violência na escola, mas também de preparar o
práticas pedagógicas específicas a serem utilizadas no ambiente escolar para desenvolver nas
O pesquisador explicou que por muito tempo o homem teve apenas o cérebro reptílico, situado
na base da nuca, onde estão localizadas as reações primitivas de fuga e ataque, mas à medida
que evoluiu foram sendo desenvolvidas áreas ligadas às emoções e aos pensamentos. Por último
foi originado o lobo frontal, chamado de cérebro angélico, relacionado aos bons sentimentos, à
Segundo ele, as crianças podem ser educadas para desenvolver mais o cérebro angelical do
que o reptílico.
“As pesquisas mostram que quando a criança está sujeita a um ambiente de ataque, agressão,
medo, o que comanda suas reações é o cérebro reptílico e a partir daí ela desenvolve maior
adapta à agressão."
"Por outro lado, quando é colocada num ambiente de paz, de acolhimento, de afeto, o lobo
Ele destacou que o melhor período para o estímulo é nos três primeiros anos de idade, cruciais
processo se consolida.
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Segundo ele, uma das coisas fundamentais a ser ensinada às crianças é a empatia. “Quando a
empatia não é apreendida nós temos, por exemplo, as pessoas que cometem assassinatos em
Como exemplo prático da atuação do professor no cotidiano escolar para favorecer a empatia,
ele citou as situações em que uma criança bate na outra. Segundo o pesquisador, nessas
Para Beust, as pesquisas mostram que a violência é apenas uma das possibilidades do ser
humano e não uma característica natural. “A violência não é intrínseca ao ser humano. Ela é
uma possibilidade, que prevalece quando o ser humano é frustrado em suas necessidades de
De acordo com ele, além de formar cidadãos mais pacíficos, o ambiente de diálogo e carinho
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/04/18/materia.2008-04-18.
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Dicionário: “ato contrário à razão, à justiça, ato veemente, resultante do emprego da força
para a solução de qualquer conflito humano, seja individual ou coletivo.” (comparar com a
O dicionário traz basicamente a noção de que a violência é algo que ocorre quando as pessoas
perdem a cabeça e partem para a agressão física. Esta definição é insuficiente e restrita para
trabalham o assunto: Osório, Costa, Conte, Lacan. Nestes autores podemos encontrar uma
definição mais ou menos assim: “violência é tudo aquilo que fere, destrói, agride ou machuca as
pessoas, ações que não preservam a vida ou prejudicam o bem estar tanto individual quanto
coletivo”.
Tipos de violência:
E a não-violência?
De modo geral, a violência tem quase sempre resultados negativos e por causa disso, nos
acostumamos com a noção de que para sermos pacíficos temos sempre que evitar conflitos,
ser passivo, etc. Com isso, entendemos qualquer atitude mais contundente ou enérgica como
um ato de violência.
Para ampliar um pouco nosso entendimento sobre cultura da paz, é necessário elucidar o
conceito de não violência, que carrega a noção de não passividade e das soluções pacíficas na
resolução de conflitos. A não-violência não nega ou reprime os conflitos, pois os entende como
O termo não violência significa o uso da não-violência em qualquer esfera de nossas vidas:
física, verbal ou mental, busca o fortalecimento pessoal e social e não a negação da raiva ou de
qualquer outro sentimento. A não-violência visa canalizar energia (agressividade) para coisas
sempre utiliza de métodos que podem ser facilmente sentidos como violentos pelos indivíduos
que os sofrem.
A educação é um exemplo disso. Os indivíduos que estão passando pelo processo educativo e
de socialização sentem que estão sendo privados de seus direitos de fazerem o que querem na
hora que querem e isso é bastante sentido como algo violento, que coíbe, que cerceia. Mas sem
podem ter resultados ruins quando mal administrados ou quando se abusa dos recursos
Os efeitos são bons e legítimos quando servem para organizar, impor limites, educar,
possibilitar o convívio em sociedade. Segundo Norbert Elias (1999), “para que os indivíduos
consigam se adequar às sociedades mais complexas é necessário um grande esforço, para além
do autocontrole consciente. Assim, a própria sociedade acaba por criar uma espécie de
medo, do hábito..., da lei.” A Educação é vista como algo bom, no entanto usa de vários
recursos sentidos como violentos para ser efetiva: coerção, imposição, restrição, etc.
adotados pela sociedade (educação, religião), bem como já falou ELIAS, são responsáveis por
reprimirem muitas das atitudes violentas dos seres humanos (pedir exemplos: perguntar que
tipo de violência seriam capazes de cometer se não houvesse nenhum tipo de restrição)
Mas os efeitos da socialização podem ser negativos quando desagregam, corroem, geram mais
violência, excluem, fragilizam, humilham, etc... (pedir para turma dar exemplos)
Agressividade x Violência
(movimento), ou seja movimento para frente. O que caracteriza a palavra é a ação e não os
seus propósitos. Esses propósitos poderia ser usados para coisas construtivas ou para coisas
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destrutivas. Dar exemplos.
Por que então é tão comum associarmos agressividade coma palavra violência. Porque a
seria então a agressividade com fins destrutivos. Segundo Lacan (1998), “a agressividade
(Costa, 1986)
Ela pode ter várias causas, vamos nos ater aqui, a algumas causas psicológicas e sociológicas.
Psicológicas
(alguém ou algo que coloque limites), excesso de rigor e autoritarismo, restrição das
com que você enxergue o outro como igual, com os mesmos direitos e necessidades e
enfraquecimento da alteridade, que faz com que você enxergue o outro como diferente de
Sociológicas
distribuição de renda, exclusão social, processos de opressão das massas, falta de coesão
social, (para Durkheim, os indicadores do índice de coesão social são o suicídio, o crime e as
toxicomanias. Para ele, é bom que os atos que ofendem as regras de convívio social não sejam
tolerados, pois esses atos afrouxam o elo social.), processos culturais que intensificam o
individualismo, a crise moral (moral aqui não tem a ver com certo ou errado mas com coesão
social) e de autoridade das instituições responsáveis pelo controle social: escola, tribunais,
BIOLOGICISMO (“pau que nasce torto morre torto” ou “o que é bom já nasce feito”)
Há ainda, correntes, mesmo dentro das Ciências Humanas que atribuem comportamentos
atávicas, como é o caso de KONRAD LORENZ, DESMOND MORRIS, ROBERT ARDREY, ETC.
As diferenças vão aparecer em atitudes e práticas que ocorrem no dia-a-dia das pessoas, na
forma como são tratadas na escola, na vida familiar, nos tribunais, nas prisões, nos serviços
Se somos violentos por natureza, estamos perdendo um tempo precioso tentando ensinar as
Com qual destas teorias você se sente mais confortável, os comportamentos violentos são
Pedir para que se dividam em 5 grupos e cada grupo escreve argumentos defendendo sua
posição.
Após cada grupo falar de seu posicionamento, explicar que embora sejam realizadas muitas
pesquisas nesta área, tentando provar que o comportamento violento pode ser encontrado num
gene, não foi possível provar cientificamente isso. Desta forma, qualquer afirmativa neste
sentido está totalmente isenta de dados científicos e fica muito mais pautada em crenças
pessoais.
E na escola:
Como é a violência?
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Em que situações ela acontece e por quê?
Primeiramente, é necessário entender que a escola não é uma cápsula isolada e protegida da
sociedade e todas as questões relacionadas com a violência que falamos até aqui valem para a
escola também.
Ao contrário do que se pensa, a violência na escola não pode ser avaliada por casos
isolados de alunos e profissionais com problemas mais sérios de comportamento, que envolvam
Pesquisas realizadas pelo PNV (Projeto Não-Violência) nas escolas por ele atendidas têm
mostrado que a grande maioria dos alunos e profissionais não são habitualmente violentos e
vezes acabam manifestando algumas atitudes violentas na escola. O que acontece na escola
Estudiosos do tema apontam a escola como um local complexo, palco de várias mudanças
sociais e muitas vezes confuso acerca de seu papel. Em meio a tudo isso, aparecem situações
que quando não causam a violência, agravam o problema. Podemos apontar alguns mais
freqüentes:
se repetem apesar das pesquisas apontarem o contrário. Isso desvia o foco do problema e
Aulas ruins, sem criatividade, sem exemplos que estabeleçam a relação entre o
atividades, etc.
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Falta de capacitação dos profissionais para lidar com conflitos
Problemas de comunicação
Alunos indisciplinados
Perda da autoridade
Ambiente tumultuado
Muitas situações emergenciais as quais a escola não está preparada para resolver
Possíveis soluções
Incentivar alunos a serem mais ativos nas atividades escolares. Assim serão mais
O que vale para aluno vale para todos os profissionais. As regras são iguais para todos.
O não cumprimento das regras pelos profissionais implica no não cumprimento pelos alunos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
7 - ELIAS, N. Uma Teoria dos Processos Civilizadores. Rio de Janeiro. Jorge Zahar
Editor, 1990.
Imago.1995. 1927: O Futuro de Uma Ilusão, Vol. XXI 1933: Por Que a Guerra? , Vol. XXII.
14 - SILVA, L.A .M. Criminalidade Violenta: Por uma Nova Perspectiva de Análise. In:
http://www.naoviolencia.org.br
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