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Cabe salientar que, de acordo com a Lei nº 8.

213/91, artigo 58, § 1º e o Decreto nº


3.048 de 1999, artigo 68 e § 2º, devem constar nos campos do PPP os nomes dos
responsáveis técnicos pelos registros ambientais, para fins de análise de período
especial, sendo certo que o profissional indicado como responsável deve
necessariamente ser engenheiro de segurança do trabalho ou médico do trabalho, com o
devido registro em seu conselho de classe (CREA ou CRM).]

Ademais, o PPP deve ser assinado pelo representante legal da empresa ou seu preposto,
que assumirá a responsabilidade sobre a fidedignidade das informações prestadas
quanto à transcrição dos registros administrativos e veracidade das demonstrações
ambientais e dos programas médicos. Por conseguinte, deverão constar no PPP o nome,
cargo e NIT do responsável pela assinatura do documento, bem como o carimbo da
empresa, sob pena de invalidade de referidos documentos (IN 77/2015 – art. 264).

A Medida Provisória nº 1.523, publicada em 14/10/96, convertida posteriormente na Lei


nº 9.528/1997, modificou a redação do antigo artigo 58 da Lei nº 8.213/1991, passando
a exigir a comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos, mediante
formulário emitido pela empresa com base em laudo técnico expedido por médico do
trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. O antigo artigo 58 da Lei nº
8.213/1991

Logo, desde 14/10/1996, data da publicação da Medida Provisória nº 1.523, a legislação


previdenciária exige que a comprovação da exposição a agentes nocivos seja feita com
fundamento em laudo técnico ambiental confeccionado por engenheiro de segurança do
trabalho ou por médico do trabalho. Especificamente quanto ao ruído, para a sua
identificação e mensuração no ambiente de trabalho, sempre foi necessária a confecção
de demonstrações ambientais (LTCAT, PPRA, PGR, PCMAT, PCMSO), por
engenheiro de segurança do trabalho ou por médico do trabalho, mesmo antes da
Medida Provisória nº 1.523/96.
Nesta toada, no que diz respeito ao preenchimento do PPP (Campo 16 do formulário), a
informação sobre a existência de responsável técnico deve abranger todo o período de
análise. Não é outro o entendimento da TNU: TNU. Tema Representativo 208.
PEDILEF 0500940-26.2017.4.05.8312/PE. Data de Publicação: 21/06/2021. Relator:
Juiz Federal IVANIR CESAR IRENO JUNIOR . 1. PARA A VALIDADE DO PERFIL
PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO (PPP) COMO PROVA DO TEMPO
TRABALHADO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS NOS PERÍODOS EM QUE HÁ
EXIGÊNCIA DE PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO COM BASE EM LAUDO
TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO (LTCAT), É
NECESSÁRIA A INDICAÇÃO DO RESPONSÁVEL TÉCNICO PELOS
REGISTROS AMBIENTAIS PARA A TOTALIDADE DOS PERÍODOS
INFORMADOS, SENDO DISPENSADA A INFORMAÇÃO SOBRE
MONITORAÇÃO BIOLÓGICA. 2. A AUSÊNCIA TOTAL OU PARCIAL DA
INDICAÇÃO NO PPP PODE SER SUPRIDA PELA APRESENTAÇÃO DE LTCAT
OU POR ELEMENTOS TÉCNICOS EQUIVALENTES, CUJAS INFORMAÇÕES
PODEM SER ESTENDIDAS PARA PERÍODO ANTERIOR OU POSTERIOR À SUA
ELABORAÇÃO, DESDE QUE ACOMPANHADOS DA DECLARAÇÃO DO
EMPREGADOR OU COMPROVADA POR OUTRO MEIO A INEXISTÊNCIA DE
ALTERAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO OU EM SUA ORGANIZAÇÃO AO
LONGO DO TEMPO.

FORMULÁRIO COM CAMPOS EM BRANCO:


Os formulários de atividade especial devem ser emitidos na forma estabelecida pelo
Instituto Nacional do Seguro Social. Trata-se de exigência legal contida no art.58, §1º
da Lei nº 8.213/91, in verbis: Lei nº 8.213/91. Art. 58. A relação dos agentes nocivos
químicos, físicos e biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à
integridade física considerados para fins de concessão da aposentadoria especial de que
trata o artigo anterior será definida pelo Poder Executivo. (Redação dada pela Lei nº
9.528, de 1997) § 1º A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes
nocivos será feita mediante formulário, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do
Seguro Social - INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo
técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou
engenheiro de segurança do trabalho nos termos da legislação trabalhista. (Destaquei)
Neste contexto, a INSTRUÇÃO NORMATIVA nº 77/PRES/INSS de 2015 detalha as
informações básicas daqueles documentos: INSTRUÇÃO NORMATIVA nº 77/2015.
Art. 264. O PPP constitui-se em um documento histórico-laboral do trabalhador,
segundo modelo instituído pelo INSS , conforme formulário do Anexo XV, que deve
conter as seguintes informações básicas: (...) § 2º Deverá constar no PPP o nome, cargo
e NIT do responsável pela assinatura do documento, bem como o carimbo da empresa
com a razão social, e o CNPJ. § 3º A prestação de informações falsas no PPP constitui
crime de falsidade ideológica, nos termos do art. 299 do Código Penal, bem como crime
de falsificação de documento público, nos termos do art. 297 do Código Penal.

RUÍDO: ⇒ Responsável Técnico pelos Registros Ambientais (campo 16 do PPP):


Especificamente quanto ao ruído, para a sua identificação e mensuração no ambiente de
trabalho, sempre foi necessária a confecção de demonstrações ambientais (LTCAT,
PPRA, PGR, PCMAT, PCMSO), por engenheiro de segurança do trabalho ou por
médico do trabalho, mesmo antes do advento da Lei nº 9.032/95.

No mesmo sentido, a Lei nº 8.213/91, que teve incluído o §1º ao seu art.58 pela Lei nº
9.528, de 10 de dezembro de 1997, exigindo que o laudo técnico das condições
ambientais de trabalho (LTCAT) fosse confeccionado por engenheiro de segurança do
trabalho ou por médico do trabalho. O §1º do art.58 da Lei nº 8.213/91, mesmo sendo
alterado, mais tarde, pela Lei nº 9.732, de 11 de dezembro de 1998, manteve a exigência
da qualificação profissional:

⇒ Metodologia de aferição: Períodos anteriores a 19/11/2003: As aferições de ruído


contínuo ou intermitente efetuadas até 18/11/2003 (véspera da publicação do Decreto nº
4.882/03) devem atender ao disposto no “anexo 1 da NR-15”, não sendo suficiente a
menção genérica à NR-15. Destaque-se, ainda, serem vedadas as medições pontual, a
instantânea ou a em picos, justamente por não refletirem a exposição durante toda a
jornada de trabalho. Outrossim, o item nº 6 do anexo I da NR-15 exige a apuração da
dose de ruído no ambiente de trabalho - "dosimetria", o que não se traduz na apuração
de uma média aritmética simples.

Períodos a partir de 19/11/2003:


É obrigatória a indicação dos níveis de ruído em " Nível de Exposição Normalizado –
NEN", conforme as metodologias e procedimentos definidos na NHO – 01 da
FUNDACENTRO, por força do Decreto nº 4.882/03. Destaque-se que a mera indicação
do uso da metodologia da "NHO-01", sem que haja a menção por escrito do uso do
"NEN", não poderá ser aceita, vez que, dentre as metodologias da NHO01, encontram-
se outras, tais como Leq e TWA. Estas aferições não representam necessariamente a
jornada padrão de oito horas, ao contrário do NEN, que se trata de um nível de
exposição convertido para uma jornada padrão de oito horas diárias, para fins de
comparação com o limite de exposição, sendo, portanto, mais representativo.
Outrossim, o Decreto nº 4.882, de 18/11/2003, ao alterar o Anexo IV do Decreto nº
3.048/99 (RPS), mencionou expressamente o "NEN", não se limitando a mencionar
qualquer metodologia da FUNDACENTRO. Senão, veja o art.2º do Decreto nº
4.882/03, in verbis: Art. 2o Os itens 2.0.1, 3.0.1 e 4.0.0 do Anexo IV do Regulamento
da Previdência Social, aprovado pelo Decreto no 3.048, de 1999, passam a vigorar com
as seguintes alterações: "2.0.1 ............................................................. a) exposição a
Níveis de Exposição Normalizados (NEN) superiores a 85 dB(A)." (NR) (destaquei)

ENUNCIADO 13 CRPS
Atendidas as demais condições legais, considera-se especial, no âmbito do RGPS, a
atividade exercida com exposição a ruído superior a 80 decibéis até 05/03/97, superior a
90 decibéis desta data até 18/11/2003, e superior a 85 decibéis a partir de então. I - Os
níveis de ruído devem ser medidos, observado o disposto na Norma Regulamentadora
nº 15 (NR-15), anexos 1 e 2, com aparelho medidor de nível de pressão sonora,
operando nos circuitos de compensação - dB (A) para ruído contínuo ou intermitente ou
dB (C) para ruído de impacto. II - Até 31 de dezembro de 2003, para a aferição de ruído
contínuo ou intermitente, é obrigatória a utilização das metodologias contidas na NR-
15, devendo ser aceitos ou o nível de pressão sonora pontual ou a média de ruído,
podendo ser informado decibelímetro, dosímetro ou medição pontual no campo
"Técnica Utilizada" do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP). III - A partir de 1º
de janeiro de 2004, para a aferição de ruído contínuo ou intermitente, é obrigatória a
utilização das metodologias contidas na Norma de Higiene Ocupacional 01 (NHO-01)
da FUNDACENTRO ou na NR-15, que reflitam a medição de exposição durante toda a
jornada de trabalho, vedada a medição pontual, devendo constar do PPP a técnica
utilizada e a respectiva norma. IV - Em caso de omissão ou dúvida quanto à indicação
da metodologia ou técnica utilizadas para aferição da exposição nociva ao agente ruído,
o PPP não deve ser admitido como prova da especialidade, devendo ser apresentado o
respectivo Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT) ou
solicitada inspeção no ambiente de trabalho, para fins de verificar a técnica utilizada na
medição, bem como a respectiva norma.

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