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DIREITO ADMINISTRATIVO 1

TESTE 1 – RESOLUÇÃO DE EXERCICIOS


24/11/2020

DISTINGA NECESSIDADES INDIVIDUAIS (PRIVADAS) DE NECESSIDADES COLETIVAS DE


NECESSIDADES PÚBLICAS
As necessidades publicas são necessidades atendidas pelo estado ou poder publico
As necessidades coletivas podem reconduzir-se a: segurança, cultura, bem-estar
económico e social e progresso
As necessidades individuais são aquelas que dizem respeito á própria pessoa ,
independentemente de viver em sociedade.

DISTNGA REGULAMENTO DE ATO ADMINISTRATIVO E DE ATO POLITICO DE ATO


LEGISLATIVO
Os regulamentos administrativos são normas gerais abstratas emitidas pela AP (mas
não só), no exercício da função administrativa. Os regulamentos não são atos
legislativos, pois não traduzem opções políticas primarias, referindo-se antes a uma lei
anterior. No fundo, tratam-se de uma instância normativa intermédia entre os atos
legislativos e as decisões concretas da AP. Os regulamentos são normas
administrativas gerais e abstratas, porque não possuem destinatários determinados,
regulando um número indefinido de situações.
O ato administrativo é um ato de conteúdo individual e concreto, praticado pelos
órgãos administrativos, subordinado à lei e, por isso, passível de impugnação
contenciosa. Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade
da administração pública que, agindo nesta qualidade, tenha por fim imediato
resguardar, adquirir, modificar, extinguir e declarar direitos ou impor obrigações aos
administrados ou a si própria. Somente o agente público competente pode praticá-lo,
sendo prerrogativa exclusiva deste. ART 148 CPA
Os atos políticos tratam-se de decisões concretas que manifestam o exercício da
função governativa ou política. São atos de conteúdo individual e concreto praticados
pelos órgãos políticos.
O ato legislativo é um ato praticado pelos órgãos legisladores e que tem implicância
direta em tudo o que é subordinado pela legislação. Todo aquele que o Poder
Legislativo elabora e o chefe do Poder Executivo sanciona e promulga.
DISTINGA EXECUÇÃO PRÉVIA DE RESPONSABILIDADE CIVIL DA AP DA
ADMINISTRAÇÃO PUBLICA DE GARANTIA ADM
O chamado privilégio de execução prévia, (ou autotutela executiva) consiste no poder
conferido à Administração Pública de, uma vez definido o direito aplicável ao caso,
impor as consequências de tal definição aos seus destinatários, mesmo contra a
oposição destes e sem a prévia intervenção de um Tribunal (execução coerciva por via
administrativa) – permite a AP impor decisões aos particulares sem necessidade de
recurso prévio aos tribunais
– Deriva da presunção de legalidade da atuação administrativa, prerrogativa de que
goza a AP que lhe permite impor os seus atos
A responsabilidade civil administrativa consiste no conjunto das circunstâncias da qual
emerge, para a administração e para os seus titulares de órgãos, funcionários ou
agentes, a obrigação de indemnização dos prejuízos causados a outrem, no exercício
da atividade administrativa.
Quando se fala em Administração publica, tem se presente todo um conjunto de
necessidades coletivas cuja satisfação é assumida como tarefa fundamental pela
coletividade, através de serviços por esta organizados e mantidos. A administração
pública tem como objetivo trabalhar a favor do interesse público, e dos direitos e
interesses dos cidadãos que administra.
Podemos definir garantias adm como aquelas q se efetivam através de um órgão da
AP, aproveitando, de certa forma, as próprias estruturas adm e os controlos de mérito
e de legalidade por elas utilizadas. Por outras palavras, as garantias são instrumentos q
o DA concede aos particulares para q estes possam defender os seus interesses e
direitos, e defender se qd entenderam q a atuação adm poderá estar a ser lesiva em
alguma medida. O recurso das garantias adm encontra-se devidamente expresso tanto
no CPA como no CPTA.
Garantia Administrativa – um agente administrativo não pode ser criminalmente
julgado sem o consentimento do seu superior hierárquico

ATUAL ENTENDIMENTO DO PRINCIPIO DA LEGALIDADE


A AP existe e funciona para prosseguir o interesse público. Contudo, não pode
prossegui-lo de forma arbitraria, tendo de faze-lo em consonância com determinados
princípios e regras. A AP tem de prosseguir o interesse publico em obediência á lei,
isto é, de acordo com os ditames do princípio da legalidade.
ART 266 N2 CRP
ART 3 CPA
Os órgãos e agentes da AP só podem agir com fundamento na lei e dentro dos limites
por ela impostos.
Intimamente ligado á evolução da função administrativa, encontra se a evolução do
princípio da legalidade, que apareceu com a revolução francesa, mas cujo
entendimento foi evoluindo.
No estado liberal de direito, o princípio da legalidade era entendido num sentido
estrito, ou seja, no âmbito da atividade prestativa, verifica se a preferência de lei- tudo
o que não é legalmente proibido, é permitido. No âmbito da atividade agressiva ou
contundente, verifica se a reserva de lei- tudo que não é lealmente permitido, é
proibido.
No estado social de direito, o princípio da legalidade é entendido num sentido amplo,
ou seja: toda a atividade administrativa, passam a estar subordinadas á lei, em termos
de reserva de lei.
Logo, no estado social de direito, a AP só pode atuar quando existir uma lei previa a
permitir (reserva de lei) e ao atuar ao abrigo dessa lei, tem que respeitar as demais leis
em vigor (preferência de lei).
O termo lei é aqui utilizado no sentido de necessidade de respeito pelo bloco da
legalidade, que comtempla uma hierarquia de normas.
O princípio da legalidade é a base sobre a qual assentam o Estado de Direito
Democrático e que rege a atuação da Administração Pública. Este surge consagrado no
artigo 266.º CRP, no artigo 3º. do CPA e resultou da Revolução Francesa que instituiu o
princípio da separação de poderes e a lei como expressão da vontade geral.

EVOLUÇÃO DOS TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS NO SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO


EXECUTIVO
O sistema de administração executivo, continental ou francês nasceu em frança, apos
a revolução Francesa, espalhando-se aos países continentais da europa ocidental.
Como características, temos um estado de direito, marcado pelo princípio da
separação de poderes e por uma administração fortemente centralizada.
O direito vigente nas relações entre a AP e os particulares é fundamentalmente o
direito administrativo, dominado pelo princípio da supra-infra-ordenação
(superioridade da AP e inferioridade dos administrados)
O direito administrativo trata-se de um ramo de direito publico, que confere
prerrogativas de autoridade á AP (dotadas de ius imperii), mas também lhe impõe
encargos, deveres e ónus. A AP visa a prossecução do interesse publico, por isso,
precisa de dispor de poderes de autoridade. O principal poder de autoridade da AP
trata-se do privilégio de execução previa que habilita a AP de impor os seus atos aos
particulares, sem ter que previamente recorrer aos tribunais. Este privilégio resulta da
presunção de legalidade da atuação administrativa, pelo que o particular mais não tem
do que acatar a atuação da AP.
No sistema de administração executiva, existem tribunais próprios para dirimir os
litígios resultantes da atividade administrativa e da relação entre a AP e os
particulares. Os tribunais administrativos julgam com poderes de mera anulação
(contencioso de mera legalidade)
Como existe uma dualidade de tribunais (comuns e administrativos), podem surgir
conflitos negativos ou positivos de jurisdição, e, dai o surgimento dos tribunais de
conflito, que não resolvem a questão de fundo, decidindo apenas qual a ordem dos
tribunais competentes.
O sistema de adm executico foi sofrendo influencia do sistema de adm judiciário, já
que, por ex, os tribunais administrativos apenas apareceram c o tempo. Os tribunais
tem a seu cargo a adm da justiça em nome do povo, verificando-se uma perfeita
separação de poderes entre o poder judicial e os restantes.
Neste particular, e em termos evolutivos, inicialmente os litígios eram resolvidos pela
própria AP. C o tempo foram criados órgãos consultivos. Mais tarde foram sendo
transformados em órgãos da adm contenciosa, pelo q ainda era a adm que julgava,
não o órgão q praticou o ato, mas sim outros órgãos da AP. Continuava a vigorar o
sistema de administrador jui, mas q agora delegava o poder. Finalmente, por força da
lei (e o principio da separação de poderes), esses órgãos foram transformados em
tribunais administrativos.

DISTINGA ADMINISTRAÇÃO PUBLICA DE ADMINISTRAÇAO PRIVADA


A AP distingue se da adm privada em virtude do objeto sobre que incidem, do fim que
visam e dos meios que utilizam.
No que toca ao objeto, a AP versa sobre as necessidades coletivas, ao passo que a adm
privada incide sobre necessidades individuais ou sobre necessidades que, sendo de um
grupo, não se reportam á generalidade da comunidade.
Relativamente ao fim, verifica se que o interesse publico é o único fim que as
entidades publicas e os serviços públicos podem legitimamente prosseguir.
Diferentemente, a adm privada tem em vista fins pessoais ou particulares.
Quanto aos meios, a adm privada caracteriza-se pela igualdade entre as partes, pelo
que os particulares são juridicamente iguais entre si, não podendo, via de rera, impor
aos outros a sua própria vontade, salvo se contratualmente estipulado. Por seu turno,
a AP, uma vez que visa prosseguir o interesse publico, n pode normalmente utilizar,
face aos particulares, os mesmos meios que estes utilizam no âmbito das suas relações
de drt privado. Deste modo, compreende-se que a AP n possa ceder as resistências
individuais, que impeçam a prossecução do interesse publico. Alias, a AP pode
sacrificar os interesses individuais ou privados, em prol do interesse publico. Neste
sentido, a lei permite q a AP detenha de prerrogativas de autoridade, como é o caso do
privilégio de execução previa.
DISTINGA AP EM SENTIDO OBJETIVO/MATERIAL DE AP EM SENTIDO
SUBJETIVO/ORGANICO
Desde logo, em sentido objetivo, q atende a critérios materiais, AP é sinonimo de
atividade administrativa, que pode ser unilateral (geral e abstrata) ou bilateral
(individual e concreta). Deste modo, podemos afirmar que nos reportamos, aqui, a
atividade de administrar.
“tomar decisões e efetuar operações c vista á satisfação regular de necessidades
coletivas de segurança e bem-estar dos indivíduos, obtendo, para o efeito os recursos
mais adequados e utilizando as formas mais convenientes”
Em sentido subjetivo, que atende a critérios orgânicos, AP é sinónimo de organização
administrativa. Ora, o conjunto de organismos que existe e funciona para satisfação
das necessidades coletivas, mais não é do que um sistema de serviços e entidades.
“sistema de órgãos hierarquizados ou coordenados a que esta atribuída a promoção e
a realização dos interesses coletivos por iniciativa própria, para a execução de
preceitos jurídicos ou por imposição de bem comum, e utilizando todas as técnicas
adequadas á obtenção dos resultados visados”

QUAIS FORAM AS GRANDES MUDANÇAS INTRODUZIDAS NO ESTADO E NA


ADMINISTRAÇÃO APOS A REVOLUÇAÕ FRANCESA
Com a revolução francesa, o conceito de direito- e o próprio direito administrativo-
sofreu uma evolução considerável, baseando-se na filosofia politica de então e nos
ideias da liberdade, igualdade e fraternidade. Surgiu assim a ideia do estado de direito
(isto é, o estado subordinado ao direito), sendo ainda que o próprio principio da
legalidade foi evoluindo. O estado passou a ter cada vez mais preocupações sociais –
transformou-se num estado social de direito, sem perder de vista o respeito pela lei.
No estado liberal de direito (desde a ver francesa ate 1 GM), surge o principio da
legalidade e a subordinação do estado ao direito. Observa-se também o principio da
constitucionalidade, isto é, aparecem as primeiras constituições, privilegia-se o
principio da separação de poderes, desloca se o centro de gravidade da soberania
(agora é o povo). C as constituições aparece tmb um catalogo de direitos fundamentais
inalienáveis, imprescitiveis e irrenunciáveis. Em seguida da se um período de transição.
O estado foi abandonando o seu papel passivo e começa a intervir na sociedade para
suprir as insuficiências da iniciativa privada. Surge o estado social de direito que visa
promover o bem estar , a justiça social e o estado de direito, reforçando e acentuando
a subordinação dos poderes públicos ao direito, bem como o reforço das garantias dos
particulares face á AP. No estado social de direito, o estado/administração é
fortemente intervencionista, a adm é policial, financeira, prestadora de bens e serviços
e mais tarde distributiva/social. Deste modo, existe uma preocupação com os mais
frágeis e desfavorecidos. Posteriormente, o estado começa a preocupar-se com a
qualidade de vida, com o ambiente e a economia (e ainda c as gerações vindouras) o
estado é tratado como uma grande empresa, começando a planear a sua açao e
definindo objetivos, no que diz respeito ao planeamento. As politicas são de
contingência, condicionamento industrial e prefixação de preços. Mais recentemente
surge uma adm de regulação e de controlo.

CARACTERISTICAS DO ATUAL SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO PORTUGUES


O sistema português encontra-se fortemente influenciado pelo sistema francês (adm
executivo).
No que toca as caraterísticas, o direito administrativo é o direito aplicável ás relações
as relações entre a AP e os particulares, em que a AP atue provida dos seus poderes de
soberania (sendo, por isso, um direito de supra infra ordenação).
O sistema português é fortemente marcado pelo privilegio de execução previa, que
deriva da presunção de legalidade da atuação administrativa, e que se trata de uma
prerrogativa de que goza a AP, que lhe permite impor os seus atos. Neste particular, o
ART 176 N1 CPA refere que a execução coerciva dos atos administrativos so pode ser
realizada pela AP nos casos expressamente previstos ou em situações de urgente
necessidade publica devidamente fundamentada.
No sistema PT, é ainda de destacar a providencia cautelar para a suspensão da eficácia
de um ato adm ou de uma norma ART 112 N2 A , 128 CPA.
O DA não reconhece apenas direitos e privilégios á AP, também lhe impõe encargos,
ónus, sujeições, deveres diferentes dos deveres a que os particulares se encontram
sujeitos.
Relativamente aos tribunais adm, estes são os tribunais competentes para dirimir os
litígios entre a AP e os particulares, sujeitos ao DA. Os tribunais adm possuem apenas
poderes de mera anulação. Contudo, camina se para uma plena jurisdição, numa clara
aproximação ao sistema judiciário ART268 N4/5 CRP, com a consagração da ação de
condenação da AP á pratica de atos legalmente devidos ART 66 CPTA. Ainda assim, a
tutela jurisdicional aqui em causa é de mera legalidade.
De notar q, qd a AP atua á luz do direito privado (isto é, numa posição de paridade
relativamente aos particulares, despido do seu manto de soberania/ poder de imperii),
os tribunais competentes são os comuns, que julgam com poderes de plena jurisdição.
Como existe uma dualidade de tribunais, podem surgir conflitos positivos ou negativos
de jurisdição, o que justifica o recurso aos tribunais de conflito.
Por último, o sistema de adm PT pressupõe a responsabilidade civil da AP pelos danos
civis que cause, c a sua atuação, na esfera jurídica dos particulares. Este regime jurídico
pressupõe o direito de regresso da AP sobre os seus funcionários ou agentes, em caso
de dolo ou culpa grave ART 22 E 272 CRP
Diz se q não há garantia administrativa, porque ao abrigo do ART 271 N1 CRP, os
funcionários e os agentes do estado e das demais entidades publicas são responsáveis
civil, criminal e disciplinarmente pelas ações ou omissões praticadas no exercício das
suas funções e por causa desse exercício de que resulte violação dos direitos ou
interesses legalmente protegidos dos cidadãos, não dependendo a ação ou
procedimento, em qualquer fase, de autorização hierárquica.
A AP PT possui poder regulamentar, já que o regulamento adm se afigura como uma
das formas de exercício de poder adm, a par do ato e do contrato adm.

DISTINGUIR TUTELA DE PODER HIERARQUICO


A tutela é o corretivo da descentralização. Trata-se de do conjunto de poderes de
intervenção de uma pessoa coletiva publica na gestão de outra pessoa coletiva, a fim
de assegurar a legalidade e ou mérito da sua atuação. A tutela corresponde, no
essencial, a um poder de controlo da atividade da pessoa coletiva a ela sujeita.
A tutela pressupõe a existência de duas pessoas coletivas: a tutelar e a tutelada.
A hierarquia e consequentemente o poder hierárquico existem no âmbito das
atividades administrativas e compreende a prerrogativa que tem a Administração para
coordenar, controlar, ordenar e corrigir as atividades administrativas dos órgãos e
agentes no seu âmbito interno.

Não há hierarquia entre os Poderes do Estado (não há hierarquia entre Legislativo,


Executivo e Judiciário), há distribuição de competências.

Pela hierarquia é imposta ao subalterno a estrita obediência das ordens e instruções


legais superiores, além de se definir a responsabilidade de cada um.

Do poder hierárquico são decorrentes certas faculdades implícitas ao superior, tais


como dar ordens e fiscalizar o seu cumprimento, delegar e avocar atribuições e rever
atos dos inferiores.

“Poder hierárquico é o de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as


funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes estabelecendo a
relação de subordinação entre os servidores de seu quadro de pessoal”.

DISTINGUIR NORMAS ORGANICAS DE NORMAS FUNCIONAIS DE NORMAS


RELACIONAIS
O DA é um conjunto organizado e estruturado de normas jurídicas, dominado por
princípios próprios. A doutrina distingue 3 tipos de normas.
As normas orgânicas regulam a organização da AP, isto é, estabelecem os entes em q a
AP se desdobra, definem a sua estrutura, órgãos e serviços. Definem as atribuições das
pessoas coletivas publicas e as competências dos respetivos órgãos. Verdadeiras
normas jurídicas, pois, sendo violadas, geram o vicio da incompetência.
As normas funcionais regulam o modo de agir específico da AP, isto é o seu
funcionamento. Estabelecem o procedimento a seguir pela AP, bem como a
racionalização dos meios a utilizar. ART 267 N5 CRP. Visam o funcionamento racional e
eficiente dos órgãos e serviços adm e garantir q os particulares possam participar nos
procedimentos relativos as decisões q os afetem.
As normas relacionais regulam as relações da AP c outros suspeitos de direito,
nomeadamente os particulares, reconhecendo poderes de autoridade á AP, impondo o
ónus ou encargos á AP e atribuindo direitos subjetivos ou reconhecendo interesses
legítimos aos particulares face á AP.

“TODAS AS NECESSIDADES PÚBLICAS SÃO PRIVADAS, MAS NEM TODAS AS


NECESSIDADES COLETIVAS SÃO PUBLICAS “- COMENTA
Quando se fala em Administração publica, tem se presente todo um conjunto de
necessidades coletivas cuja satisfação é assumida como tarefa fundamental pela
coletividade, através de serviços por esta organizados e mantidos. As necessidades
coletivas podem reconduzir-se a: segurança, cultura, bem estar económico e social e
progresso, sendo q a satisfação de tais necessidades exige “avultados meios humanos
e materiais”. “Assim, onde quer que exista e se manifeste com intensidade suficiente
uma necessidade coletiva, ai surgira um serviço publico destinado a satisfaze-la, em
nome e no interesse da coletividade”.
Contudo, nem todos os serviços q funcionam para satisfazer as necessidades coletivas
são criados e geridos pelo estado. Alguns deles são entregues a organismos
autónomos que se autossustentam financeiramente, outros há, ainda, que são
entidades tradicionalmente de origem religiosa, mas q passam para o estado.
Desses serviços, alguns são mantidos e adm pelas autarquias locais, outros
assegurados por instituições publicas e particulares outras são unidades de produção
de carater económico criadas c capitais públicos ou expropriadas aos seus primitivos
titulares etc
Deste modo, diz se que todas as necessidades publicas são necessidades coletivas, mas
nem todas as necessidades coletivas são publicas.
( o estado responde a todas as necessidades publicas mas o privado também responde
a necessidades coletivas )
“O DEVER DE OBEDIENCIA DE SUBALTERNO RELATIVAMENTE A ORDENS DO
SUPERIOR HIERARQUICO VERIFICA-SE SEMPRE, NÃO COMPORTANDO, POR ISSO,
EXCECOES “- COMENTA
O subalterno, tem desde logo o dever de obediência, que se traduz na obrigação de
cumprir as ordens emanadas dos seus legítimos superiores hierárquicos, em matéria
de serviço e sob forma legal ART 271 N2 CRP
Requisitos do dever de obediência: ordem/instruções provenham do legitimo superior
hierárquico, que as ordens/instruções sejam dadas em matéria de serviço, q a
ordem/instrução revistam a forma legalmente prevista.
Negando a afirmação apresentada, existem algumas exceções. Caso as ordens sejam
ilegais, há o direito de respeitosa representação, isto é, o direito de reclamar/exigir a
ordem por escrito. Se a ordem constituir um crime, cessa o dever de obediência ART
271 N3 CRP. Também não há dever de obediência sempre que as ordens provenham
de um ato nulo ART 162 N1 CPA.

DISTINGA GESTÃO PUBLICA DE GESTAO PRIVADA


A AP atua, normalmente, segundo o direito publico (gestão publica), mas, por vezes,
utiliza o direito privado (gestão privado) sem, contudo, perder de vista os seus
objetivos, no sentido da prossecução do interesse pública.
Ora, a gestão publica trata se da atividade publica da AP desenvolvida sob a égide do
direito adm, direito publico. A entidade publica intervém c prerrogativas de
autoridade, c ius imperium.
Por sua vez, gestão privada é a atividade da AP q desenvolve sempre para fins do
interesse publico, utilizando (ao abrigo) o direito privado. Neste caso, a AP intervém
despida do manto de soberania, em posição de igualdade relativamente aos
particulares.
Os litígios no âmbito da gestão publico encontram se sujeitos á jurisdição dos tribunais
administrativos, ao passo que na gestão privada, os litígios encontram se sujeitos á
jurisdição dos tribunais comuns.

DISTINGA DESCENTRALIZAÇÃO (E QUE TIPOS DE DESCENTRALIZAÇÃO EXISTEM) DE


DESCONCENTRAÇÃO
A desconcentração administrativa diz respeito á organização interna de uma pessoa
coletiva, tratando-se de um esquema de organização das pessoas coletivas públicas. A
desconcentração tem como base a organização vertical das competências,
distribuindo-as pelos diversos níveis da cadeira hierárquica. Ora, mais concretamente,
a desconcentração adm consiste na distribuição vertical das competências decisórias
entre os diversos graus da hierarquia. Por isso, as competências decisórias podem ser
atribuídas a órgãos intermédios ou periféricos da escala hierárquica.
Administrativamente, descentralizar significa criar novas pessoas coletivas. É
centralizado o sistema em que todas as atribuições são confiadas, por lei, a uma única
pessoa coletiva, o estado-administração, não existindo, portanto, quaisquer outras
pessoas coletivas publicas incumbidas do exercício da função administrativa. É
descentralizado o sistema em que a função administrativa se encontra confiada não
apenas ao estado, mas também a outras pessoas coletivas territoriais, como, por
exemplo, as autarquias locais.
Há descentralização quando os órgãos das autarquias locais são livremente eleitos
pelas respetivas populações, quando a lei os considera independestes em termos de
atribuições e competências e quando estiverem sujeitos a formas atenuadas de tutela
adm, em regra, restritas ao controlo da legalidade.
TIPOS DE DESCENTRALIZAÇÃO:
Em 1 lugar, a descentralização pode ser de base territorial, que é a que da origem as
autarquias locais, q são pessoas coletivas de fins múltiplos. (descentralização e
autarquia local são conceitos distintos – ART 6, 267 N2 E 288 N CRP)
Em 2 lugar, a descentralização pode ser associativa, dando origem as associações
publicas, como é o caso das ordens profissionais e das comunidades intermunicipais,
que são pessoas coletivas de fins específicos ART 267 N4 CRP.
Em 3 lugar, a descentralização pode ser funcional ou por serviços, dando origem aos
institutos públicos e as empresas publicas que são pessoas coletivas de fins específicos.
Neste contexto, podemos afirmar que a adm do estado pode ser:
- adm direta do estado: baseada no poder hierárquico, e constituída pelo governo e
órgãos dele dependentes
- adm indireta do estado: baseado na superintendência (o estado define as orientações
gerais de política adm a seguir, controlando se se encontram a ser seguidas) e na
tutela
- adm autonoma: baseado na tutela, e na qual se destingue a descentralização de base
territorial (autarquias locais) e a descentralização de base institucional ou associativa.

O PRIVILEGIO DE EXECUÇÃO PREVIA – NOÇÃO, EXCEÇÃO, CONSAGRAÇÃO LEGAL E


FUTURO DESTA PRERROGATIVA
Deriva da presunção de legalidade da atuação administrativa, prerrogativa de que goza
a AP que lhe permite impor decisões aos particulares sem necessidade de recurso
prévio aos tribunais
Neste particular, o ART 176 N1 CPA refere que a execução coerciva dos atos
administrativos só pode ser realizada pela AP nos casos expressamente previstos ou
em situações de urgente necessidade publica devidamente fundamentada.
Futuramente poderá ser substituído por uma nova regra, de tendencial taxatividade de
situações ART 6 diploma preambular CPA
Exceção: suspensão dos efeitos do ato adm através da providencia cautelar

APARECIMENTO E EVOLUCAO DO DRT ADM NO SISTEMA DE ADM EXECUTIVA


O sistema de administração executivo, continental ou francês nasceu em frança, apos
a revolução Francesa, espalhando-se aos países continentais da europa ocidental.
Como características, temos um estado de direito, marcado pelo princípio da
separação de poderes e por uma administração fortemente centralizada.
O direito vigente nas relações entre a AP e os particulares é fundamentalmente o
direito administrativo (drt publico), dominado pelo princípio da supra-infra-ordenação
(superioridade da AP e inferioridade dos administrados)
O direito administrativo trata-se de um ramo de direito publico, que confere
prerrogativas de autoridade á AP (dotadas de ius imperii), mas também lhe impõe
encargos, deveres e ónus. A AP visa a prossecução do interesse publico, por isso,
precisa de dispor de poderes de autoridade. O principal poder de autoridade da AP
trata-se do privilégio de execução previa que habilita a AP de impor os seus atos aos
particulares, sem ter que previamente recorrer aos tribunais. Este privilégio resulta da
presunção de legalidade da atuação administrativa, pelo que o particular mais não tem
do que acatar a atuação da AP.

“A ADM PUBLICA, FACE A UMA LEI QUE PERMITE A EXPULSAO DOS CIDADAOS PT DO
TERRITORIO NACIONAL, TEM QUE RESPEITAR A CONSTITUICAO, ATENDENDO A QUE
ESTA É A LEI FUNDAMENTAL DO PAIS”
ART 18 N1 CRP - ler
Havendo uma lei ordinária q viola um drt, liberdade, garantia e que, portanto, viola a
CRP, a AP deve respeitar a lei violando assim a constituição.
Deve se respeitar a lei uma vez que, segundo o princípio da hierarquia das normas,
cada ato deve conformar se c a norma que lhe precede na hierarquia de normas. (tmb
o princípio do grau imediato de vinculação).
Uma solução diferente punha em causa o regime de controlo de constitucionalidade
das leis. Se a AP pudesse n aplicar as leis sempre q as considerasse inconstitucionais,
tal criaria um clima de insegurança jurídica e violaria os preceitos constitucionais que
reservam aos tribunais o exercício do poder de controlo.
Alem disso, há que ter em conta o principio da presunção da constitucionalidade das
leis, segundo o qual se presume q qualquer lei q tenha sido promulgada pelo PR e
referenciada pelo governo, é constitucional, ate q o tribunal constitucional a declare
inconstitucional.
No entanto, nada impede q o ato adm q é praticado ao abrigo da lei constitucional seja
objeto de impugnação- ART 3 CRP
ART 204 CRP , o tribunal que apreciasse tal ato n aplicaria a norma inconstitucional e
anularia por violação de normas constitucional relativa a direitos, liberdades e
garantias.

DISTINGA CONTENCIOSO DE MERA ANULAÇÃO DE CONTENCIOSO DE PLENA


JURISDIÇÃO
Contencioso de plena jurisdição: o sistema judicial confere ao tribunal (comum)
amplos poderes, anula e condena atos ilegais da AP
Contencioso de mera anulação: o sistema executivo apenas permite ao tribunal (adm)
q anule as decisões ilegais das autoridades ou as condene ao pagamento de
indeminizações.

OS TRIBUNAIS ADM E O DA SÃO HOJE DISPENSAVEIS?


Em 1 lugar, há que deixar bem claro que nem todas as relações entre a AP e os
particulares se encontram sujeitas aos tribunais adm (já q a AP nem sempre atua
provida de ius imperii).
A existência de uma jurisdição própria justifica se pela conveniência/necessidade de
uma especialização dos tribunais, em função do direito substantivo q aplicam (DA),
sendo ainda q os tribunais adm e fiscais são o foro privativo para a resolução de
questões relacionadas c a relação entre a AP e os particulares que é, por definição,
uma relação de desigualdade, ou seja, de drt publico.
A existência de DA fundamenta-se na necessidade de permitir á AP q prossiga o
interesse publico, o qual deve ter primazia sobre os interesses privados- exceto qd
estejam em causa direitos fundamentais dos particulares. Tal primazia exige que a adm
disponha de poderes de autoridade para impor aos particulares as soluções de
interesse publico q forem indispensáveis.

DISTINGA PREFERENCIA DE LEI DE RESERVA DE LEI


Preferência de lei- tudo o que não é legalmente proibido, é permitido. (atividade
prestativa)
Reserva de lei- tudo que não é lealmente permitido, é proibido. (atividade agressiva)

A MEDIDA CAUTELAR DE SUSPENSAO DA EFICACIA DOS ATOS ADM- PARA QUE


SERVE, REQUISITOS E EFEITOS
No sistema adm pt, destaca-se a providencia cautelar para a suspensão da eficácia de
um ato adm ou de uma norma ART 112 N2 A , 128 CPA.
“Quem tiver sério receio de que alguém lhe venha a causar uma lesão grave e
dificilmente reparável ao seu direito pode requerer uma medida judicial, chamada
providência cautelar, que se destina a assegurar a efetividade do direito ameaçado.”
Os requisitos são os seguintes: que a suspensão do ato não cause grave prejuízo para o
interesse publico, que a execução imediata do ato cause um prejuízo grave e de difícil
reparação, que o ato seja claramente ilegal e que quem solicita o decretamento da
providencia cautelar tenha legitimidade para tal. Acresce a estes requisitos a ideia de
proporcionalidade. Verificando-se todos os requisitos, o tribunal pode suspender a
eficácia do ato adm.

DISTINGUE PRINCIPIO DA DESBUROCRATIZAÇÃO DE PRINCIPIO DA PARTICIPACAO


DOS INTERESSADOS DE PRINCIPIO DE APROXIMAÇAO DOS SERVIÇOS AS POP
O principio da desburocratização encontra-se previsto no ART 267 N1 CRP. De acordo
com este principio, a AP deve ser organizada e funcionar em termos de eficiência (no
que se refere á forma de prosseguir o interesse publico) e facilitação da vida dos
particulares (em tudo o que a AP lhes exija ou preste). Ora, a AP tem de renovar e
adaptar os seus métodos de funcionamento para conseguir estes objetivos.
De acordo com o principio da participação dos interessados na gestão da AP, e com
assento constitucional no N1 do ART 267 CRP, os cidadãos não devem intervir na vida
da AP apenas através da eleição dos titulares dos órgãos, devendo intervir no próprio
funcionamento da AP e, nomeadamente, participar na tomada de decisões
administrativas. A participação pode ser estrutural, através da participação em órgãos,
com vista a poderem ser consultados sobre as orientações a seguir, ou ate mesmo
mediante o exercício do direito ao voto nas deliberações dos órgãos colegiais, quando
seja o caso. A participação pode também ser funcional, sendo disso ex o ART 11 CPA
(que prescreve a colaboração da AP com os particulares) e o ART 12 CPA (que
estabelece a colaboração dos particulares na atividade administrativa).
O princípio da aproximação dos serviços ás pop encontra se previsto no ART 267 N1
CRP. Este princípio traduz a ideia de que os serviços devem localizar se o mais próximo
possível das pop, pelo q a AP deve instalar geograficamente os serviços públicos junto
das pop q visam servir. Esta aproximação não deve ser apenas geográfica, mas tmb
psicológica e humana. Ora, os serviços devem ser formados por pessoas saídas da pop
q servem, e q assim melhor compreendem os respetivos problemas, devendo
multiplicar os seus contactos com as populações, com vista a ouvir os seus problemas,
propostas ou queixas.

NOÇÃO DE TUTELA ADM E RESPETIVO REGIME JURIDICO


Noção esta numa pergunta acima
Regime jurídico:
A tutela adm não se presume e por isso, so existe quando prevista na lei e com a
extensão prevista na lei. Tal significa que, pelo facto de a lei prever uma tutela
inspetiva, não quer dizer que exista tutela disciplinar, revogatória ou substitutiva.
Em 2 lugar, note-se q a tutela sobre as autarquias locais é de mera legalidade, como já
tivemos oportunidade de estudar ART 242 N1 CRP.
Em 3 lugar, a entidade tutelada tem legitimidade para impugnar os atos adm
praticados pelo ente tutelar, no âmbito da relação de tutela. Quer isto dizer que se a
entidade tutelar exercer um poder de tutela de forma prejudicial á entidade tutelada,
esta tem o direito de impugnar esses atos junto dos tribunais adm ART 55 N1 C CPTA

IMAGINE UMA NOVA LEI, C ENTRADA EM VIGOR NO DIA DE HOJE, QUE ALTERA O
REGIME JURIDICO DO CONTRATO DE TRABALHO EM FUNCOES PUBLICAS,
PERMITINDO O DESPEDIMENTO E EXIGINDO QUE O CONTRATO SEJA FEITO POR
ESCRITO. ANTONIO, FUNCIONARIO DO ESTADO, ENTROU PARA A FUNCAO PUBLICA
NUMA ALTURA EM QUE NÃO ERA PERMITIDO O DESPEDIMENTO E O SEU CONTRATO
FOI VERBAL; BRUNA ENTRA EM FUNCOES NO INICO DO PROXIMO MÊS. TENDO EM
CONTA O DEVIDO ENQUADRAMENTO, BEM COMO TUDO AQUILO QUE ESTUDOU
SOBRE A APLICACAO DAS LEIS NO TEMPO DAS NORMAS DE DRT ADM, QUID IURIS
(QUE LEI) ?
No tocante a aplicação no tempo das normas de DA, havendo uma sucessão de
normas que disciplinam de modo diverso a mesma relação jurídica, aplicam-se as
regras do ART 12 CC ou seja: via de regra, a lei só dispõe para o futuro, ainda que lhe
seja atribuída eficácia retroativa, presume-se que ficam ressalvados os efeitos já
produzidos pelos factos que a lei se destina a regular. Quando a lei dispõe sobre as
condições de validade substancial ou formal de quaisquer factos ou sobre os seus
efeitos, entende-se em caso de dúvida, que só visa os factos novos. Contudo, quando
dispuser diretamente sobre o conteúdo de certas relações jurídicas, abstraindo dos
factos que lhes deram origem, entender-se-á que a lei abrange as próprias relações já
constituídas, que subsistam á data da sua entrada em vigor.
Ler página 115
IMAGINE UMA LEI Q ALTERA O CPA NO SENTIDO DE DEIXAR DE HAVER AUDIENCIA
DOS INTERESSADOS- A AP TEM Q RESPEITAR ESTA LEI E DEIXAR DE OUVIR OS
INTERESSADOS NA DECISAO DE QUESTOES QUE LHES SÃO DESFAVORAVEIS?
PORQUE? (TENHA PRESENTE O ART 18 N1 E 267 N5 CRP) O Q PODE O CIDADAO
FAZER?

IMAGINE UMA LEI QUE ALTERA O REGIME JURIDICO DO PROCESSO DISCIPLINAR


DOS TRABALHADORES DA ADM PUBLICA RETIRANDO O DRT DO ARGUIDO Á SUA
AUDIENCIA E DEFESA – A AP TEM Q RESPEITAR ESTA LEI E NÃO DAR AO ARGUIDO O
DIREITO DE SER OUVIDO E DE SE DEFENDER? PORQUE? TENHA PRESENTE O QUE
PRESCREVEM OS ART 18 N 1 E 266 N3 CRP. O QUE PODE O CIDADAO FAZER?

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