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Rafael Barreto Ramos

© 2011

Política

10/02/11
Pólis: Público, urbano, estado

Quem exerce o poder tem que ter os meios para poder exercer.

Exemplo: Os pais exercem poder através (meio) do poder econômico, físico e ideológico.

Pai -> Filho -> PRIVADO

Diferente de

Poder político -> PÚBLICO

Quanto maior é o estado, menor é a distância entre público e privado.

Escravizar alguém é um poder despótico.

2 tipos de governo: Autoritário e natural

A definição de Loki é prescritiva, subjetiva, valorativa.

O governante/estado tem meios para exercer o poder. São eles:

 Ideológico

 Econômico

 Força

O estado monopoliza o direito de usar a força/violência.

O estado é o único que pode exercer as leis

Estado não pode perder território.

Cidadania implica em direitos e deveres.

Estado tem que ser o poder soberano dentro de seu território, pois este tem uma função
prioritária: a ordem pública.

O monopólio através da força é o meio do estado para atingir a ordem pública.

Se a força não for do estado, seria do povo, fato que geraria o caos. Eis a razão do monopólio
da força.

O elemento central é o direito do estado de usar a força.

O monopólio da força como meio e como fim são essenciais a todos os tipos de estado.
INVARIÁVEIS.
Rafael Barreto Ramos
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Só quem pode usar a violência como forma de punição e, mesmo assim, em algumas formas
de estado, sua utilização é limitada. Exemplo: estado democrático.

IDEOLOGIA E ECONOMIA são dominantes e não monopólios.

Há estados que monopolizam o econômico (URSS) e o ideológico (ditaduras).

O monopólio da força em um estado é necessária, porém não suficiente. Exemplo: ditaduras


que resultam em guerras civis.

O monopólio da força deixa de ser monopólio somente em Estados que deixam de ser Estados.

O abuso da força pelo estado evidencia a perda de poder, portanto, política não é sinônimo de
força.

Ler: O medo... Tomas Hobbs


Rafael Barreto Ramos
© 2011

15/02/11
Hobbs

Tudo na concepção Hobbeziana culmina no estado.

Há poder no estado de natureza. Em cada um de nós individualmente. Não há um poder maior


que impera sobre as pessoas.

No estado de natureza não há o estado, porém há poder, que está disseminado em cada
indivíduo.

Segundo Hobbs, no estado de natureza o estado não impõe sanções, nós podemos tudo.

Para Thomas Hobbs, o homem não é sociável e sim competitivo, etc., portanto, a ausência do
estado resultaria em uma guerra iminente.

O homem também é racional de natureza, porém Hobbs diz que a razão nos levaria para um
estado de guerra ainda maior, porque no estado de natureza é racional usar a força para
alcançar os fins e até mesmo se defender.

O homem é livre no estado de natureza e também valoriza a liberdade e o poder.

Num primeiro momento é bom ser poderoso e livre para fazer o que bem entende, porém há
algo que ele valoriza mais que tudo, a vida. Mas a partir do momento que ele percebe que não
há ninguém para protege-lo, este passa a viver com uma constante sensação de medo e
insegurança.

Neste mundo, o centro é o homem e quando este está com um problema, é ele quem tem que
procurar uma solução. Deus pode ter dado a vida a ele, porém não resolverá o problema para
ele.

A racionalidade de matar primeiro para não ser morto é ineficaz, pois é uma ação imediata não
suficiente para resolver o problema, deixando o homem na mesma situação de medo e
insegurança.

Se somos racionais, devemos encontrar uma maneira definitiva para resolver o problema.

A solução seria cada indivíduo abrir mão da liberdade, transferi-la a uma terceira pessoa.

A relação com o texto “Política” é o monopólio da força concedido ao Estado pelo povo.

O meio principal que o Estado se eleva ao poder é o seu monopólio da utilização da força.

“Eu cedo o meu direito de usar a força a uma autoridade soberana a qual terá o poder
exclusivo de usá-la.”

Para Hobbs, não é suficiente ceder apenas nosso direito de usar a força, como também grande
parte da nossa liberdade.
Rafael Barreto Ramos
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É um pacto de submissão com o objetivo de conseguir proteção. “Estamos abrindo mão de


tudo em defesa à vida”

Hobbs diz: “Devemos obediência incondicional ao Estado desde que este não ponha em risco a
vida”

Texto “Política”: Invariáveis são a Ordem e a Força

Os fins do Estado são vários, pois dependem da época, etc.

Mas uma coisa é invariável: na ausência do Estado, reina a guerra e o caos.

Para Hobbs, os indivíduos do estado de natureza, livres, formam um contrato e geram o Estado
e o Estado forma um contrato e gera a ordem.

O ser humano, para propor esta proposta do Estado, ele tem que ter tido uma vivência,
portanto, é uma concepção histórica. Já por valorizar a vida humana, etc., é também uma
concepção filosófica.

Onde todo mundo tem poder, gera o caos, guerra.

“Enquanto o homem disputar o poder, não há paz nem ordem, pois o homem, naturalmente,
tende à guerra, ao caos.”

A única maneira de o homem viver em paz é ceder o seu poder a um só, a uma entidade, que é
tão poderosa que é capaz de conceber a paz e ordem.

Hobbs tenta nos fazer imaginar como seria se o estado não existisse, nos mostrando tanto o
lado bom quanto ruim, porém, é natural vermos que não vale a pena, pois hobbs nunca
acreditou que o homem estivesse, inato a seu ser, um lado organizado e respeitoso e é por
isso que, para ele, é inviável a convivência em paz e harmonia sem a presença de uma força
maior e ordenadora.

O erro é que Hobbs nunca se preocupou em provar a ninguém que o estado surgiu
exatamente assim. Não mostrou que estava se tratando de cada um de nós.

Ordem é fim e não meio.

O Estado em Hobbs é absoluto, incontestável. E mesmo que este governante seja mau, ele terá
tudo que quer, portanto, não há necessidade de ferir o único desejo do povo, direito à vida.

Hobbs acredita que não se deve contestar o poder absoluto, não importa qual seja, ou seja, a
monarquia absoluta.
Rafael Barreto Ramos
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17/02/11
Atividade em Grupo

Em 2003 o Conselho de Segurança da ONU não aprovou o uso da força contra o Iraque, como
queriam os Estados Unidos. No entanto, desrespeitando a decisão das Nações Unidas, os
americanos invadiram o Iraque. Analise esse acontecimento a partir da afirmativa
hobbesiana de que “os pactos sem espada não passam de palavras sem força...”.

Hobbs defende a ideia de que, para existir a paz, é necessário que o poder esteja
concentrado, sendo este poder cedido pelas partes envolvidas.

Na situação acima, houve um conflito de interesses entre a ONU e os EUA em relação


ao Iraque. Por se tratar de uma organização mundial, os interesses da ONU deveriam ser
garantidos. Porém, na formação desta organização, o poder não foi cedido, de fato, pelos
países participantes. Portanto, por não possuir o principal meio necessário, o monopólio da
força, para garantir seus interesses, a ONU teve sua decisão contrariada por um poder mais
forte e dominador, o dos EUA.
Rafael Barreto Ramos
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22/02/11
Preocupação comum a todos os textos:

O poder que é capaz de garantir a ordem, a estabilidade e a imperidade territorial.

Maquiavel defende claramente a separação do Estado da Religião.

Maquiavel vive no século XV, num embate entre a igreja e a monarquia, num território
totalmente dividido. Uma época de disputas, etc. O que produz uma instabilidade muito
grande à Itália renascentista.

Maquiavel, mais que Hobbs, está preocupado com a arte de governar e de dar estabilidade à
ordem pública. É a política do dia a dia. Todo dia a política tem que lidar com as ameaças à
ordem pública. Este é o tema central de Maquiavel.

Maquiavel inaugura o realismo na política.

Maquiavel, antes de Hobbs, em poucos momentos defende uma ideia que não possa ser
comprovada empiricamente. Muito empírico, muito fatual, muito realista.

Apesar de Hobbs vir 2 séculos depois, a análise Maquiavelica é mais próxima da ciência
política, por ser mais factual, menos filosófica.

Foi considerado um autor maldito, por ter sido realista e ter feito uma separação bem definida
entre Estado e Religião.

“A política nasce da nossa própria malignidade.” Maquiavel  se a civilidade fosse algo inato
ao nosso ser, não precisaríamos de um poder maior, o estado, para nos “civilizar”.

Tanto Hobbs quanto Maquiavel colocam a solução nas mãos dos homens. “Tiram Deus da
política.”

“A política não leva ao céu, mas a ausência dela é o pior dos infernos.” Nicolau Maquiavel

A força só funda o Estado. O que mantém o Estado é a virtude.

Política NÃO é força. Não é violência.

Maquiavel praga o uso virtuoso da força.

Virtú é DIFERENTE de moral.

Moral é valor, porém Maquiavel avalia o governante não no sentido valorativo, mas no sentido
de garantir a ordem pública e a estabilidade num estado.

Nem sempre as ações guiadas através dos valores morais de uma determinada época são o
melhor para o Estado. Devido a isso, o homem deve-se guiar primordialmente pela razão
visando sempre o MELHOR para o Estado.
Rafael Barreto Ramos
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virtú DIFERENTE moral

virtudes cristãs IGUAL valores, moral, bondade

A salvação é meta da igreja. A meta da política é garantir a paz nas relações humanas neste
mundo, portanto, o príncipe deve agir, através da razão, da racionalidade, visando o melhor
para seu povo, para seu Estado.

O príncipe deve escolher o MEIOS para atingir os FINS. O critério da escolha dos meios é a
eficácia destes de acordo com os fins do estado, sendo que os fins do Estado deve ser
COMUNS, atingir o povo, a sociedade.

O monopólio da força é necessário, porém não é suficiente.

O príncipe deve se desvincular dos valores morais de sua época e “se corromper” objetivando
sempre o melhor para seu Estado.

Maquiavel define a corrupção como a utilização do poder público do Estado para o alcance de
fins próprios.

A moral se desloca do meio para o fim quando se trata da coletividade, do Estado.

Maquiavel defende a mentira como ferramenta para se chegar ao poder desde que os fins
estejam de acordo como melhor que deve ser feito à coletividade.

A política é a vida tal como ela é, não como nós gostaríamos que fosse. Então, você tem que
lidar todo dia com corruptos, imorais, etc. Se ele não conseguir lidar com isso de forma eficaz,
é tido como um mau governante.

Maquiavel teorizou sobre a esfera pública e não privada. E, no plano da política, Maquiavel diz
“faça tudo para atingir seus fins”, pois a sociedade vai te julgar por suas realizações.

O homem virtú =racional (meio  fins)  ação, sujeito  fins.

O mal para um governante, segundo Maquiavel, é não deixar que o fim do Estado seja
alcançado.

Principado ou república: o que Maquiavel quer? O que se fizer necessário!

Para Maquiavel, em momentos de caos, admite-se a repressão.

O homem medieval era homem objeto. Objeto de Deus.

Geral:

Política não tem a ver com moral. Não tem a ver com a moral convencional. Tem sua moral
baseada nos FINS, porque os fins são públicos.
Rafael Barreto Ramos
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Perguntas próxima aula:

1) Maquiavel é absolutista ou republicano?

Maquiavel não defende nenhuma forma de governo em específico. Acredita que se deve
exercer o tipo de governo que se fizer necessário de acordo com a situação da época.

O absolutismo deve ser instaurado quando há uma degeneração da ordem pública.

2) Hitler pode ser considerado como o príncipe ideal na concepção de Maquiavel?

Não, pois

3) Maquiavel aceita ou não os conflitos? E Hobbs?

Maquiavel valoriza a liberdade, inclusive como instrumento de controle social, pois dá ao


povo a sensação de participação no governo, etc. etc. Para ele, a liberdade só deve ser
privada em casos de desordem pública.

Hobbs não admite conflitos de forma nenhuma. Temos a liberdade de fazer aquilo que o
governante não proíbe. Nós não temos nenhuma liberdade que possamos reivindicar a
priori.

Os conflitos para Hobbs cessam com o advento do Estado, porém para Maquiavel, o
conflito não cessa jamais, pois se o príncipe não for virtuoso, os conflitos degenerarão o
Estado e, se for, este administrará os conflitos de forma harmoniosa.

A questão do conflito e da liberdade interpretadas por Maquiavel no século XV e por


Hobbs no século XVII são completamente divergente.
Rafael Barreto Ramos
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24/02/11
Nicolau Maquiavel

Tema: o Estado, a manutenção do poder através da arte de Governar e evitar o caos.

Método: empírico-comparativo (crítica à ideia de regime ideal, pensar o político no âmbito das
contingências a partir de experiências concretas).

Natureza humana: covarde, egoísta, volúvel e, poranto, tendente ao conflito.

A Política: vista como ação contínua que busca processar institucionalmente os conflitos.
Rafael Barreto Ramos
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03/03/11
Avaliação

15/03 – terça-feira

16 pontos

Bobbio, Maquiavel e Hobbes

Thomas Hobbes

Tema: o problema da unidade do poder, da superação do divisionismo e dos conflitos.

Abordagem: racionalismo filosófico (o Estado como algo artificial, como um produto da razão
humana).

Natureza humana: desejo de poder, de glória, particularismo (visão antropológica).

Estado da natureza: todos são iguais em essência e em poder o que resulta na guerra
generalizada

Contrato: os homens, movidos pelo medo e pelo instinto de autoconservação fundam o


Estado através de um acordo recíproco.

Estado: corpo artificial criado pelos próprios homens que racionalmente encontram o meio
para garantir segurança e vida. A LEGITIMIDADE DO PODER, NESSES TERMOS, É
INCONTESTÁVEL.
Rafael Barreto Ramos
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03/03/11
Avaliação

15/03 – terça-feira

16 pontos

Bobbio, Maquiavel e Hobbes

Thomas Hobbes

Tema: o problema da unidade do poder, da superação do divisionismo e dos conflitos.

Abordagem: racionalismo filosófico (o Estado como algo artificial, como um produto da razão
humana).

Natureza humana: desejo de poder, de glória, particularismo (visão antropológica).

Estado da natureza: todos são iguais em essência e em poder o que resulta na guerra
generalizada

Contrato: os homens, movidos pelo medo e pelo instinto de autoconservação fundam o


Estado através de um acordo recíproco.

Estado: corpo artificial criado pelos próprios homens que racionalmente encontram o meio
para garantir segurança e vida. A LEGITIMIDADE DO PODER, NESSES TERMOS, É
INCONTESTÁVEL.

Análise filme “O senhor das moscas”

Um governante será julgado pelos fins e não por seus meios. É ai que o Ralf do filme “O senhor
das moscas” peca, pois ele era uma pessoa boa e não consegue obter de forma eficaz o
monopólio da força.

2 elementos que precisam estar unidos. São eles:

 A racionalidade

 A sagacidade

O Ralf demonstrou a virtu, se utilizou dos meios democráticos, valorizando a participação do


povo.

Devido à falta de punição do “Estado”, aparecem problemas que resultam no caos, o que
enfraquece a autoridade depositada no Ralf.
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Desde o início há uma divisão de ideais:

 Jack, que priorizava as condições de sobrevivência na ilha;

 Ralf, que priorizava os mecanismos necessários para a sinalização do resgate à ilha.

Enfim, devido à falta de autoridade do Ralf, o Jack vai conquistando o poder através da
estimulação do medo (monstro).

Jack se identifica com Hobbs, pois o povo prefere proteção à liberdade e o jack, através do
medo, domina o povo, punindo exemplarmente, dissemina o medo, etc. etc.

Jack então se utiliza de todos os instrumentos (força, medo, etc.) e domina de tal forma que
passa a não ter mais oposição.

“Quando o Estado não é temido, deixa de ser Estado.” Foi exatamente isso que aconteceu com
o Ralf.

Jack passa então a abusar do poder, a ponto de cometer assassínios.

É virtuoso também no ato da punição do primeiro assassinato, onde todos participaram,


porém ele apenas pune um, como exemplo, mantendo assim o poder e a ordem.

O bem no poder não é permitir as transgressões. Uso excessivo da força, tão pouco.

“Temer o Estado é bom. Ruim é temer uns aos outros.” Hobbs


Rafael Barreto Ramos
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10/03/11
A política começa a ser definida no curso a partir da modernidade.

Modernidade tal que é caracterizada pela revolução francesa, independência dos EUA,
revolução industrial, etc.

Norberto Bobbio

Bobbio diz que quando falamos do Estado na antiguidade clássica, falamos das cidades
estados.

Na antiguidade clássica, Estado, Igreja e sobrenatural se confundem, não há uma divisão bem
definida.

Estrutura Sociedade Moderna

O Estado interage com as outras esferas do sociedade, porém agora está bem definido,
institucionalizado.

O Estado é o aparato específico da sociedade que garante a ordem pública.

O conflito é latente. Sempre existem forças opostas na sociedade. O conflito se manifesta. A


questão é se vai se manifestar de forma ordeira, geralmente com a presença do Estado, ou
então de forma caótica.

Segundo Bobbio, as definições teleológicas não se sustentam. Teleológicas são as definições


que almejam um fim, porém a relação meio fim é variável. Uma relação que poderia se
padronizar seria a da existência do Estado objetivando a ordem pública.

Segundo a teoria de Hobbs, o Estado não seria responsável pela gestão das atividades
econômicas da sociedade.
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17/03/11
John Locke

John Locke também é um autor contratualista.

Acredita que o Estado é fundado através de um contrato firmado por homens que estavam no
estado de natureza.

Em Locke, diferentemente de Hobbes, há alguns elementos de convivência no estado de


natureza. Não há um estado público. Os direitos e liberdades são naturais.

Off: Com o advento do Estado, os direitos e liberdades passam a ser civis.

Tem como ponto de partida o jus naturalismo, que vem a ser o direito natural.

O estado de natureza Lockeano reina a paz e a harmonia num determinado tempo. Já em


Hobbes, no estado de natureza existe somente a guerra e o caos.

Para Hobbes, os conflitos são racionais. Já para Locke, os conflitos são irracionais.

Hobbes diz que as leis naturais devem atentar aos direitos do outro (direito a vida etc. etc.),
porém como não há nenhum poder que obrigue os homens a cumprir as leis advindas da
racionalidade, este não as seguirá, pois o homem também é egoísta, passional etc. Com isso, a
racionalidade conduz primeiramente ao caos generalizado e posteriormente à criação do
Estado.

Para Locke, o estado de natureza não é uma condição onde os homens estão amedrontados,
acuados, etc. Para ele há uma tendência na racionalidade humana de respeito mútuo.

Os direitos são inatos a nossos seres. “Nascemos livres, então é direito natural nosso manter e
preservar nossa liberdade.”

Deus, ao contrario do medievo, faz dos homens iguais entre si em direitos. Que são dados a
todos quando chegamos a este mundo. Chegamos em uma situação de igualdade.

As diferenças são produto do próprio homem.

O homem com seus talentos e habilidades, transformará a natureza em seu benefício.


Portanto, a propriedade é de direito do indivíduo. Deus nos dá somente a propriedade comum
dos recursos existentes na Terra.

É direito do homem ser proprietário do fruto de seu trabalho.

É uma ruptura dramática com o medievo. Acaba com a ideia de que Deus coloca os homens na
Terra com direitos diferentes.

Para Locke, como todos os autores modernos, o homem é o centro e nossa história cabe única
e somente a nós.

A paz e a harmonia para Locke são relativas. Jamais serão completas.


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Para Locke, o homem já vive numa condição pré-social, pois temos os mesmos direitos e
estamos felizes por ter estes direitos e nos contentamos com isso. Porém não há uma certeza.
O ser humano nem sempre é racional e às vezes fere a liberdade alheia.

A irracionalidade de alguns tem como consequência a necessidade de eventuais punições.

Não há um juiz imparcial no estado de natureza. O fato de todos os homens poderem julgar e
punir no estado de natureza é um inconveniente.

A criação do Estado tem como objetivo levar justiça às punições às transgressões aos direitos
dos homens.

Locke é o precursor de uma doutrina chamada liberalismo. A liberdade é o elemento central


da teoria de Locke.

Para que a liberdade seja garantida, o indivíduo cede ao Estado um poder restrito, limitado. O
Estado é dividido. Uma parte governadora e outra parte legisladora, onde a parte legisladora
seria escolhida pelo povo.

Não há ainda a democracia.

John Locke quer a superioridade do parlamento, que terá total liberdade de criar as leis em
benefício do povo, da sociedade.

O Estado é fundado para garantir nosso direito à vida, liberdade e proteção aos bens que a nos
pertencem. Suas ações devem objetivar única e exclusivamente estes fins.

Todos estão submetidos aos direitos que devem ser garantidos, inclusive o Estado e seu poder,
contrariamente a Hobbes.

Autoritarismo, para Locke, jamais.

Locke prega a meritocracia: logica geral para justificar as desigualdades no Estado liberalista.

Ler: liberalismo e democracia do Bobbio


Rafael Barreto Ramos
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22/03/11
Liberalismo e Democracia

A doutrina liberal compreende os limites dos poderes e funções do Estado.

 Limites dos poderes = Estado de Direito

 Limites das funções = Estado mínimo

Estado de direito: um Estado no qual os direitos dos cidadãos estão juridicamente protegidos
e os poderes públicos regulados por leis fundamentais ou constitucionais.

Estado mínimo: um Estado não intervencionista e com funções reduzidas.´

Bobbio no capítulo 2 diz que o contratualismo é uma concepção filosófica, apesar de Locke
afirmar que é uma concepção

O contrato social de Locke é condicional.

Bobbio diz que o contratualismo inverte o processo histórico, pois absolverá o Estado
absoluto.

A igualdade no liberalismo é sempre a igualdade em direitos, a igualdade formal, chamada de


igualdade jurídica.

A desigualdade advém da meritocracia social.

Há uma certa semelhança entre o liberalismo e o capitalismo.

A conquista de direitos num primeiro momento não é nada contrária ao capitalismo, pois os
direitos que os liberais estão defendendo são os relacionados à liberdade individual e o
indivíduo precisa de liberdade para atuar no mercado.

Os direitos civis, em sua base, são conquistas dos liberais. Direitos civis que são na verdade
liberdades individuais.

Direito à propriedade é direito civil, isto é, relacionado à liberdade individual. Direito de ir à


luta e conquista-la.

Direito à moradia é direito SOCIAL, coletivo. É um direito social que quando se reconhece que
existem indivíduos que não tem o mínimo a uma vida digna, insere-se na constituição. Deve
ser garantido pelo Estado.

Há direitos que são inalienáveis e que nenhum Estado pode desrespeitar. Esta é a base jus
naturalista de Locke.
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No Estado de direito, o Estado não pode desrespeitar os direitos da sociedade, como também
deve protegê-la do desrespeito alheio.

Quando o Estado fere os direitos invioláveis da sociedade, deve fazê-lo com o intento de
PUNIR.

Os limites constitucionais aos poderes do Estado, no Estado de direito, são claros, definidos.

O Estado, em vista dos liberais, é o mal, pois Estado é poder e o poder restringe a liberdade,
ou seja, Estado é poder e enquanto tal tem que ser bem limitado e controlado para que não
viole os objetivos almejados pelos liberalistas.

Devido a isso, na concepção liberal, deve-se instaurar o Estado mínimo.

O liberalismo não propõe não apenas limitações relacionadas aos poderes do Estado, como
também de suas funções. Exemplo: a concepção liberal defende o direto à propriedade, mas
não defende o direito à moradia.

O Estado deve garantir a liberdade, o resto fica a mercê da MERITOCRACIA.

O Estado não deve ultrapassar seus limites tanto em poderes quanto em funções. Deve ser
sempre o mínimo possível.

Bobbio faz uma separação didática ao analisar o liberalismo. O divide em liberalismo político e
liberalismo econômico.

O liberalismo político é responsável pela conquista do Estado de Direito.

Além do liberalismo político, há o liberalismo econômico, que está atrelado ao estado mínimo
que não intervém em competições, antagonismos, etc. etc. Causador de grande desigualdade.

Off: o Estado mínimo não existe mais nos dias atuais.

Estado de Direito e Estado Mínimo NÃO caminham juntos em diversas situações. Exemplo: o
Estado brasileiro atual é Estado de Direito, porém não é Estado Mínimo.

Ver filme GERMINAL.


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29/03/11
1) A doutrina jusnaturalista em Locke, atende a um duplo objetivo, qual seja, justificar
o Estado com poderes limitados e deslegitimar o absolutismo monárquico. Analise.

A doutrina jusnaturalista em Locke é aquela segundo a qual existem direitos


fundamentais a todos indivíduos que independem de sua vontade, como, por
exemplo, o direto a liberdade, a vida e a segurança, sendo que, apenas estes direitos,
devem ser protegidos e respeitados pelo Estado.

Com isso, Locke não só limita os poderes do Estado ao que concerne à garantia de
proteção aos direitos fundamentais, como também deslegitima o absolutismo
monárquico, que tem como fundamento a concentração do poder nas mãos de um
soberano com direitos divinos, que tem total autonomia na definição dos direitos e
deveres da sociedade.

2) Para garantir a liberdade dos indivíduos, o liberalismo defende os limites dos


poderes e das funções do Estado. Comente essa afirmação contrapondo liberdade e
poder.

Onde há poder, há a possibilidade de intervenção nas liberdades, que são, segundo a


concepção liberalista, os direitos fundamentais que os indivíduos possuem.

Desta forma, o Estado deve intervir de forma mínima na sociedade com o objetivo de
apenas cumprir funções, que também devem ser limitadas, visando apenas a
conservação da liberdade, da vida e dos bens, pois, o que vai além disto é de inteira
responsabilidade do indivíduo e se deve única e exclusivamente ao seu esforço,
método caracterizado como meritocracia.
Rafael Barreto Ramos
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31/03/11
Liberalismo

O liberalismo peca por focar demais na individualidade.

A extrema competitividade cria uma relação nociva entre os indivíduos, pois a sociedade exige
laços, relações.

Rousseau

Para Rousseau há uma mudança no homem desde seus primórdios. Nos primórdios os
contatos eram apenas para fins reprodutivos.

O homem primário para Rousseau se guia pelos instintos. Ainda não há interação entre os
homens. Eles vivem livres, isolados e instintivamente.

Homem natural não é irracional.

À medida que os contatos vão se tornando mais frequentes, os processos de interação se


tornam mais frequentes. E através destes contatos, o homem, racional, percebe que a vida em
grupo é benéfica, produtiva.

Porém, num determinado momento, o indivíduo vivendo em comunidade se afasta e toma


uma porção de Terra como “sua”. Com isso, também encontra pessoas ingênuas que
acreditam nesta afirmação. Este processo se repete e nasce então a propriedade privada.

Cada um é parte de um todo.

A posse, como definida em Locke, é a origem dos conflitos na sociedade.


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Nasce então um conflito entre aqueles que tem demais e os que não tem nada e, com isso,
firma-se um pacto.

1º Pacto: Estado (direito à propriedade privada) dos ricos

Neste primeiro pacto, TODOS perdem sua liberdade. A propriedade, a posse, aprisionou o
homem.

Propriedade privada

 Locke: direito natural, inato;

 Rousseau: resultado de um processo de desenvolvimento, aprendizado, evolutivo.


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05/04/11
Rousseau (1712 à 1778)

Tema: Crítica ao individualismo e à propriedade: A busca pela sociedade ideal pautada na ideia
de comunidade, de interesse comum.

Abordagem: filosófica, versa sobre valores, sobre a sociedade idealizada, na tentativa de


deslegitimar as formas históricas de desigualdade e de injustiça social.

Natureza Humana: homem natural bom, que vive livre isolado movido pelos sentimentos e
instintos e não pela razão. Não tem, portanto, um impulso natural aquisitivo e competitivo
como em Hobbes.

Contrato Social: forma de reverter os danos provocados pela desigualdade e pela essência
humana corrompida. Na sociedade pactuada, toda a propriedade é alienada e o indivíduo cede
lugar ao coletivo, condição da sociedade justa e da liberdade civil.

Estado: comunidade política que age de acordo com as leis que resultam da “Vontade Geral” e
soberana do povo.

Liberdade Civil

Rousseau Locke

Coletivo, vontade geral, comunidade = Direitos individualistas, liberdades naturais ->


liberdade liberdades civis, limitação do Estado,
meritocracia.

A liberdade civil libera peca ao parar nas liberdades individuais. A liberdade individual não é
ruim. Pelo contrário.

Liberdade Civil para Rousseau é diferente da Liberdade Civil em Locke.

A liberdade civil em Rousseau não está fundada na ideia do individuo “freando” o Estado. Em
Rousseau, a ideia de liberdade vem dos gregos. O homem grego em experiências das
democracias diretas, achava a esfera do privado, o dia a dia, o cotidiano uma coisa enfadonha.
Dignificante para o homem grego era a vida na pólis.

O homem não pode almejar sua antiga liberdade, do estado de natureza, pois agora vive em
coletividade. Consequentemente haverão vantagens e desvantagens.
Rafael Barreto Ramos
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Para Rousseau, toda sociedade civil precisa de suas leis que vão reger o convívio em
comunidade. Na busca do conjunto de leis fundamentais que definem a essência do convívio
harmônico, TODOS os indivíduos devem ser consultados. Então busca-se o que há de comum,
de público em cada expressão individual. Então chega-se à vontade geral, que é traduzida a um
conjunto de leis que regem a vida em comunidade.

O conflito em Rousseau então é advindo do interesse individualista, egoísta.

“Somos livres demais, porque obedecemos as leis que nós mesmos ajudamos a sintetizar.”
Ideia de Rousseau
Rafael Barreto Ramos
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07/04/11
Analisar comparativamente os conceitos de propriedade em Locke e em Rousseau.

Em Locke, a propriedade é vista como um direito individual já existente no Estado de Natureza,


sendo que o Estado advém com a finalidade de garantir este direito. A conquista desta
propriedade se fundamenta na meritocracia, que define que as conquistas do indivíduo
resultam exclusivamente de seu mérito, trabalho.

Já para Rousseau, no Estado de Natureza, onde os homens se guiavam primariamente pelo


instinto, não havia a propriedade privada. As terras eram utilizadas apenas para o suprimento
das necessidades vitais e individuais.

Com o passar do tempo, o homem passa a se guiar não só pelo instinto, como também pela
racionalidade e, com isso, impõe ao resto dos indivíduos que determinada porção de terra
pertence a ele, o que é, num primeiro momento, aceito pelo resto da coletividade. Porém,
este acontecimento se repete de tal forma que resulta no surgimento de conflitos e então,
para dissolvê-los, surge o chamado Pacto dos Ricos, através do consentimento dos homens,
que garante oficialmente o direito de propriedade e o princípio da desigualdade do Estado
Social.

EXPLICITAR O SEGUNDO PACTO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Portanto, em linhas gerais, para Locke, a propriedade se resume a um direito natural, inato ao
indivíduo, e para Rousseau, a propriedade está vinculada ao indivíduo particular entendido
como parte do corpo político e não como ser independente no Estado de Natureza, onde este
indivíduo usurpa de sua condição privilegiada.
Rafael Barreto Ramos
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O homem, ao perceber a sociedade profundamente desigual criada pela própria ganacia,


decide firmar um segundo pacto.

Então, aliena tudo que os caracteriza como ser egoísta, competitivo. Abrindo mão também de
sua propriedade privada.

Então forma-se o segundo pacto, onde o Estado redistribui a propriedade inicialmente


concentrada. A propriedade passa a fazer parte do todo, da coletividade.
Rafael Barreto Ramos
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26/04/11
Democracia formal ou liberal (a partir do século XX)

Originada no liberalismo. União da democracia e liberalismo.

Representativa, diferentemente da dos antigos. Representação surge com o liberalismos.

 Sufrágio universal e igualitário.

a) Universal: participação de todos;

b) Igualitário: não há hierarquização dos votos. Todos possuem o mesmo valor.

Na modernidade, todo governo não democrático invade as liberdades individuais no estado de


direito, consequentemente, expande seus poderes.

O liberalismo leva a concluir que os regimes que respeitam as liberdades individuais são
unicamente os democráticos. Com isso, a “junção” do liberalismo com a democracia ocorre, ou
seja, é necessária a participação do povo, representação e afins.

 Eleições livres e periódicas.

Nos regimes democráticos há uma pluralidade de influências. Há o acesso

a) Livres: significa que as eleições não são manipuladas no sentido de favorecer algum
partido que esteja no poder. A vontade do povo é SOBERANA. A escolha livre leva em
conta o acesso à informação e a não manipulação das eleições.

Off: o fato de ser uma democracia consolidada não impede que aconteça uma transgressão
eventual.

 Mais de um partido.

Os arranjos institucionais variam enormemente, portanto, o número de partidos não


define a consolidação da democracia.

Os arranjos institucionais se adequam às condições de cada sociedade. Enfim, não há


nenhum conjunto institucional padrão adequado à todas as sociedades.

 Legislativo eleito diretamente pelo povo

Em todos os países democráticos, aqueles que vão legislar devem ser escolhidos
diretamente pelo povo. Esta característica não se faz necessária em relação aos que
vão governar como acontece, por exemplo, no parlamentarismo, semi-
presidencialismo.

Parlamentarismo: os parlamentares, que são escolhidos pelo povo, indicam os


ministros.

 Regra da maioria com respeito à minoria.


Rafael Barreto Ramos
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 Alternância no poder.

O liberalismo é altamente compatível com a igualdade formal ou jurídica.

Igualdade jurídica: todos devem ser tratados conforme determina a lei.

Igualdade de direito
Rafael Barreto Ramos
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03/05/11
No passado os liberais se afirmavam em qualquer luta contra qualquer tipo de tirania e criou
instituições para evita-las.

Tocqueville

Para Tocqueville, massa no poder pode significar o fim das liberdades, o fim da propriedade
privada, pois, para ele, se reproduziriam a mediocridade, ignorância característicos do senso
comum.

O Estado de Direito em si é um protetor, um freio às minorias da tirania da maioria.

Uma forma de tirania subentendida se expõe nos modelos onde a maioria é valorizada:

Quando um regime se baseia na vontade da maioria, então, tudo aquilo que a maioria valoriza
será extremamente valorizado que apesar de as minorias tendo o direito de legal de crítica e
divergência, não vai encontrar mecanismos de expressão de suas ideias.

As minorias seriam inevitavelmente sufocadas pela maioria, acabando, assim, indiretamente,


com a liberdade de escolha.

“A massa é medíocre e a mediocridade se imporá de tal forma que sufocará a minoria.”

Por fim, Tocqueville se mostra como opositor do sufrágio universal.

Formas de tirania:

“Um grupo escolhido pela maioria invade direitos constitucionais.”

“Não há a invasão dos direitos constitucionais, porém há a predominância sufocadora da


maioria.”

Porém, seus ideais são contraditórios e incoerentes, pois ele, como liberalista, prega a
liberdade, mas nega a liberdade política às massas.

Stuart Mill

Em sua época, a classe trabalhadora está organizadíssima e não admite exclusão política.

A solução de Stuart Mill é limitar os interesses, desejos da maioria sem excluir, pois a exclusão
vai contra a doutrina liberal defendida por ele.

“Negar à classe trabalhadora direitos políticos, é negar a eles a cidadania.”

Portanto, a classe trabalhadora tem que trabalhar.

“Quem defende interesse de classe trabalhadora é a classe trabalhadora. Elite defende


interesse de elite.”

Faz defesa do voto feminino que, na época, século XIX, era algo impensável ainda.
Rafael Barreto Ramos
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Solução segundo mil:

O sufrágio tem que se universalizar, mas algo tem que diluir a maioria. Propõe então a
mudança do sistema eleitoral majoritário para o proporcional.

No sistema majoritário, tende-se ao bipartidarismo, pois apenas os partidos grandes


sobrevivem.

O sistema majoritário possibilita a fácil maioria absoluta de apenas um partido, o que favorece
a “tirania da maioria”.

Já no sistema proporcional, favorecem-se todos os partidos que alcançarem o “quociente de


exclusão”, portanto, freia-se democraticamente a tirania da maioria.

Trabalho política

Financiamento público de campanha


Rafael Barreto Ramos
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05/05/11
Stuart Mill

Propôs sufrágio universal e voto feminino

O pânico se acentua na medida em que a doutrina socialista começa a ser difundida e a


possibilidade de sufrágio universal é clara.

Dilui o poder da maioria num governo popular através da proposta do voto proporcional.

O voto não pode ser diferenciado em função da renda, mas deve ser diferenciado em função
da escolaridade, educação.

O Estado, apesar de não ter que intervir na vida dos indivíduos, porém, no quesito educação, o
Estado deverá prover, ao menos, o mínimo possível, pois quem é analfabeto não é livre.

Mill defende a ideia de que, ao superar o analfabetismo, o indivíduo conquista o direito de


voto.

Off:

Para evitar guerra civil, não utiliza-se o princípio majoritário e sim o proporcional.

Os conflitos devem ser solucionados dentro das instituições. Fora delas, é um perigo.

 Avaliação de política 17/05/2011

Valor: 24 pontos

Matéria: John Locke, Rousseau, Liberalismo e Democracia Cap.: 2,3,4,7,8,11,13,15


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12/05/11
Liberalismo X Socialismo

 Liberalismo: Defesa intransigente da propriedade privada da liberdade econômica.

 Socialismo: Propriedade privada como fonte principal de desigualdade entre os


homens.

Democracia e Socialismo

1) A democracia (LIBERAL) favoreceria o advento da sociedade socialista (democracia


como meio de se chegar ao socialismo).

2) A sociedade reforçaria a democracia através de uma distribuição igualitária do poder


político quanto do poder econômico.

Do ponto de vista das liberdades, liberalismo e democracia estão ligados.

Do ponto de vista da democracia e do socialismo, os pontos em comum são os ideais


igualitários.

Liberalismo

Os liberais entendem a propriedade privada como um direito inalienável.

O direito de conquista da propriedade privada como um direito natural anterior ao Estado.

Os liberais pregam a igualdade em direito.

Socialismo

A propriedade é fonte de TODOS OS MALES.

Através do controle privado do processo produtivo é que se instaura a desigualdade.

Para a formação de uma sociedade coletiva, menos conflituosa, deve-se acabar com a
propriedade privada.

Segundo Karl Marx a superestrutura é um dos níveis da estrutura social, sendo o outro nível
a infraestrutura (ou base econômica)

A infraestrutura define a supra estrutura.

Marx afirma também que o superestrutura capitalista favorece a burguesia, ou seja, há


desigualdade.

Marx diz que a democracia capitalista é falsa, inexistente, ilusório, pois quem detém o poder é
que tem possui poder econômico.
Rafael Barreto Ramos
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As condições para a instauração de uma sociedade igualitária, é necessária a extinção da


propriedade privada dos modos de produção.

 Esquerda socialista

a) Esquerda democrática ou reformista: entende a democracia liberal como um


meio de se chegar ao socialismo.

A linha de raciocínio é a mesma dos liberais, porém o que era temor dos liberais,
torna-se objetivo dos socialistas, isto é, utilizar do direito de voto como meio de
implantação do socialisto.

Alguns de seus representantes chegaram ao poder. Não alcançaram seus


objetivos, porém “humanizaram” o capitalismo.

Também não deu certo. Em alguns casos, causou acomodação da sociedade.

Não conduz ao socialismo necessariamente.

b) Esquerda não democrática ou revolucionária: afirma que justamente por se tratar


de uma instituição burguesa, não é um instrumento para uma transformação
social.
Rafael Barreto Ramos
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17/05/11
 Liberalismo + democracia = significa principalmente sufrágio universal como universo
como meio de expressão da livre vontade dos singulares (liberdades civis e políticas).

A democracia é um ponto em comum capaz de unir ideias liberais e socialistas, que


são, em sua natureza, antagônicas.

 Socialismo + democracia = ideal igualitário que apenas a reforma de propriedade


poderá realizar (um regime democrático e socialista até agora não existiu).

 Social-democracia: forma que realizou parcialmente os ideais libertários e igualitários;

Social democracia: junção parcial dos ideais libertários e socialistas.

 Uma social democracia tem como metas a igualdade jurídica (Estados de direito) e
também uma certa igualdade social e econômica, assim, podemos considera-la como
formal e parcialmente substancial.

Na social Democracia, o Estado entra fornecendo as necessidades e formação ideais do


indivíduo.

Liberdade econômica e igualdade são extremamente antagônicas.

O mérito deixa de ser mérito na desigualdade. (!!!)

Off: A tributação é o instrumento mais eficaz na distribuição igualitária de riquezas,


desde que utilizada em sua devida maneira.
Rafael Barreto Ramos
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24/05/11
Segunda prova política
1. (V) De acordo com Norberto Bobbio igualdade e liberdade são ideais antitéticos,
principalmente no que se refere à esfera econômica.

2. (V) Os liberais clássicos acreditavam que a democracia, baseada no sufrágio universal,


representava uma ameaça à propriedade privada.

3. (F) Liberismo e liberalismo são aspectos políticos das doutrinas individualistas que
historicamente se coadunam com os estados sociais da modernidade.

Justificativa: A garantia aos direitos naturais, que atualmente são chamados de direitos civis,
são os aspectos políticos das doutrinas individualistas que historicamente se coadunam com
estados sociais da modernidade.

4. (F) Pluralismo e coletivismo são elementos que em essência caracterizam as doutrinas


igualitárias.

Justificativa: Pluralismo é elemento de sociedade liberal.

5. (V) Uma democracia meramente formal pode favorecer a uma minoria restrita de
detentores do poder econômico.

6. (F) Democracia e liberalismo são propostas que se complementam, pois ambas estão
necessariamente fundamentadas no estado mínimo e no estado de direito.

Justificativa: Democracia e liberalismo são propostas que se complementam em partes, pois


concordam em relação ao estado de direito, porém há discordâncias em relação ao estado
mínimo.

7. (F) A doutrina jusnaturalista, presente tanto em Locke quanto em Rousseau, fundamente


a ideia de direitos inalienáveis dos indivíduos, os quais todo poder público deve respeitar.

Justificativa: Rousseau não defende a doutrina jusnaturalista. Acredita que os direitos advém
do convívio em sociedade, fruto de um processo evolutivo.

8. (V) A limitação dos poderes do Estado e a garantia dos direitos individuais são princípios
liberais que se afirmaram na luta contra o absolutismo.

9. (F) O caos que caracteriza o estado de natureza é causado, para Locke, pelo excesso de
liberdade individual.

Justificativa: Locke acreditava que no estado de natureza havia paz e harmonia até o ponto
onde prevalecia a racionalidade, dispensando a presença de um juiz imparcial.

10. (F) Na teoria lockeana o exercício do poder, para além do direito, só cabe ao Estado
jamais ao povo.
Rafael Barreto Ramos
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Justificativa: A teoria lockeana defende o estado mínimo, onde o Estado deve interferir no
convívio social apenas para garantir os direitos naturais dos indivíduos.

11. (F) Para Tocqueville a liberdade só será alcançada em condições de plena igualdade,
como na democracia norte-americana.

Justificativa: Para Tocqueville, as condições de plena igualdade resultam num domínio da


maioria de tal força que sufoca as ideias/liberdades da minoria.

12. (V) O sistema proporcional associado ao princípio da pluralidade do voto tinha como
finalidade, segundo Stuart Mill, combater a tirania da maioria na democracia.
Rafael Barreto Ramos
© 2011

Socialismo

Sabemos que nunca existiu uma democracia socialista apenas no plano da utopia. Na prática é
muito complexo, pois a liberdade afeta a igualdade e vice versa.

Chega-se então à social democracia e à liberal democracia.

Liberal democracia: focado no estado de direito. Mais formal.

Social democracia: além do estado de direito, sufrágio universal, procurou promover uma
igualdade social ligada ao socialismo. Nunca alcançaram o socialismo pela via da democracia
liberal, mas de fato, conseguiram humanizar o capitalismo através de políticas sociais muito
abrangentes. O Estado afasta então do estado mínimo, do liberalismo e passa a focar no bem
estar social.

O capitalismo diversificou tanto, que o trabalhador industrial apesar de forte, não apresenta
mais a maioria numérica da sociedade. Cai-se então numa heterogeneidade de atores que
jamais se unirão e lutarão por um único objetivo: a instauração do socialismo.

Sem o resultado eleitoral esperado, os sociais democratas não conseguem fazer reformas
profundas para alcançarem seus objetivos, isto é, não conquistaram o poder político desejado.

Os partidos socialistas estagnam em razão de seu radicalismo, então pra conseguir a maioria
deve-se “desradicalizar” o discurso e se aproximar mais dos ideais da classe média.

Esquerda Socialista

 Participar da democracia: A democracia é uma instituição burguesa, porém possui


regras que pode nos ajudar na luta da transformação da sociedade. Exemplo: a regra
da maioria, do sufrágio universal.

Estabilizaram muito antes de alcançarem seus objetivos.

 Não participar da democracia: não acredita na democracia como meio de se chegar ao


socialismo.

Karl Marx

 Classe em si: Compartilhamento de uma condição objetiva. Exemplo: todos nós somos
alunos da turma de direito.

 Classe para si: Toma-se consciência de compartilhar a mesma condição objetiva


implica em interesses comuns. Começa-se então a se organizar para alcançar os
objetivos comuns almejados.
Rafael Barreto Ramos
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26/05/11
Uma coisa é o socialismo tal como Marx pensou e o socialismo na prática, que se mostra como
um sistema totalitarista.

Dilema Socialista

Os socialistas, ao não conseguirem atingir seus objetivos, entram no dilema de continuar com
o discurso fechado e estar fadados à eterna derrota ou flexibilizar seu discurso com o intuito
de conseguir mais votos, abranger novos adeptos.

Porém se o partido flexibiliza seu discurso, perde a sua essência de conflito de classes e em
partes se identifica com os ideais liberalistas.

A eficiência eleitoral exige a flexibilização do discurso, porém a flexibilização fere os ideais


socialistas.

Trade off: diferença entre o votos conquistados com a flexibilização dos discursos e aqueles
que foram perdidos em razão do mesmo motivo.

Os partidos socialistas chegam ao poder em vários países, porém não chegam em sua forma
pura, devido a vários motivos, como, por exemplo, alianças com outros partidos, flexibilização
do discurso, alteração de estratégias, etc.

Ao chegar ao poder, a esquerda entra em outro dilema em relação à mudança do MODO DE


PRODUÇÃO, pois o capitalismo não está necessariamente em crise.

A esquerda percebe então a impossibilidade de modificação dos modos de produção a curto e


a médio prazo.

E, estando no poder e estando diante desta impossibilidade, “a esquerda no poder” passa


almejar a melhora da vida do trabalhador, deixando de lado, mesmo que por um tempo, seus
objetivos iniciais.

Porém a “esquerda no poder”, inserida no capitalismo, depende dos lucros deste sistema para
realizar seus feitos. Eis então que se caracteriza a desorientação da esquerda no poder.

Off Keynes:

Concordava com marx que o modo de produção capitalista gerava desigualdades, misérias,
etc.

“Nenhum modo de produção produziu tanta riqueza, porém não produziu também tanta
miséria.”

Achava que o capitalismo tinha de fato resultados tão nefastos, intensificando o conflito social
tornando-o “inadministrável”.

Nestas condições de rivalidade entre as classes, não se consegue administrar os conflitos


sociais.
Rafael Barreto Ramos
© 2011

Porém discorda de Marx em relação à substituição da estrutura do modo de produção.

Acreditava que ao invés de substituir o modo de produção, a solução seria humaniza-lo.


Deveria introduzir um novo ator para humanizar ou diluir as desigualdades extremas geradas.
Este ator seria o ESTADO.

Estado que não deveria monopolizar o modo de produção, não deveria controlar o sistema
produtivo, porém deveria REGULÁ-LO.

A propriedade privada etc, etc, continuam, porém obedecem a LIMITES.

O Estado deveria promover uma série de obras públicas, dando fôlego ao sistema capitalista.
Atuaria então como o próprio agente do sistema capitalista.

A esquerda propõe então um pacto com a burguesia e o proletariado, onde a burguesia


deveria fornecer melhorias à classe trabalhadora para atender às demandas fundamentais da
sociedade.

A burguesia, obviamente, tentando tornar o capitalismo mais atraente, pactua.

Forma-se então um pacto empírico, onde parte da lucratividade é cedida por meio da
tributação e ocorrem melhorias nos setores de saúde, transporte, etc. para garantir as
necessidades da sociedade.

Nasce então o Estado do bem estar social ou Social Democracia.

Este sistema recebe fortes críticas da Esquerda extremista/radical (socialistas)que chama seus
antigos integrantes de traidores e da Direita extremista (neoliberal) que afirma que este novo
sistema descaracteriza o capitalismo.

Tal Estado funciona por um tempo, porém, depois de certo tempo, gera a acomodação e o
excesso de proteção.

Com isso o liberalismo ressurge com força total e isso repercute fortemente. Vários Estados
recuam suas políticas protecionistas, partidos neoliberais assumem o poder, etc.
Rafael Barreto Ramos
© 2011

Exemplo:

Margareth Thatcher
Em pleno clima da Guerra Fria e recém-saídos da crise petrolífera, os países europeus buscavam
alternativas para reorganizar-se estruturalmente. A Grã-Bretanha encontrava-se arrasada, as taxas de
inflação e desemprego eram as mais elevadas da Europa, além disso, existiam greves nos serviços
públicos que afetavam o dia-a-dia da sociedade britânica. Em meio à desordem que a ilha vivia, a
solução encontrada foi trazer para o poder Margaret Thatcher. Líder do Partido Conservador, ela surgiu
em meio à confusão para colocar ordem no recinto, tendo anunciado em seu plano de governo a
redução de impostos, controle e reforma dos sindicatos, apoio à iniciativa privada, rompimento com o
estado de bem-estar social e combate ao comunismo. Foi casada por mais de 30 anos com empresário
Denis Thatcher, união que resultou nos filhos gêmeos Carol e Mark.
Thatcher foi a primeira mulher a ocupar o cargo de primeiro-ministro da Grã-Bretanha. Após assumir o
poder, optou por fazer uma política de convicção e não de consenso. A sua opinião era a única que
importava, não importando a opinião de seu partido. O pacote de medidas adotado por Thatcher seria
precursor do que na década de 1990, ficou conhecido como neoliberalismo. Tempos depois de assumir
o poder, e após dar importância unicamente às suas opiniões, segundo Evaldo Alves (professor de
Economia da Fundação Getúlio Vargas) ela teria sido acusada pelo povo de não dar importância ao
sofrimento e às dificuldades dos desempregados. No início nada que foi posto em prática por Margareth
Thatcher deu certo, pelo contrário o país mergulhou na pior recessão desde 1930. A crise que o país
enfrentou foi tão difícil que em fevereiro de 1981, muitos britânicos não queriam conceder à primeira-
ministra sequer os primeiros cinco anos de mandato. Após intervir no conflito das Malvinas (1982), em
1984 ela foi reeleita. Permaneceu no poder de 1979 a 1990, totalizando 11 anos.
Os mandatos de Thatcher foram problemáticos com séries de manifestações contra sua forma de
governar. Após se negar a renegociar os direitos dos presos políticos das greves de 1980 e 1981, em
1984 o IRA (Exército Republicano Irlandês) tentou assassiná-la. Com sua reeleição de 1989, o governo já
se encontrava em decadência, todas as políticas por ela defendidas estavam ruindo-se. O fim da carreira
política da Dama de Ferro veio com o golpe fatal norte-americano, com a vitória de George Bush para
presidência, perdendo o apoio externo, já que o novo presidente dos EUA não simpatizava com a então
Primeira-Ministra. Sem o apoio do partido e com a imagem desgastada pelos 11 anos de mandato,
renunciou em 28 de novembro de 1990.

Com isso, o capitalismo se torna hegemônico e ocorre a globalização, o que resulta em uma
grande liberdade às empresas privadas que buscam, em todo o mundo, locais de produção
com grandes benefícios. O Estado, em contrapartida, se encontra num dilema, pois se exige
demais, perde as empresas geradoras de mão de obra, se relaxa demais, passa a permitir a
exploração por parte das empresas privadas.

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