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1

APOSTILA
PIANO E TECLADO

EDUARDO
TORRES

2021
2

Apostila de Piano e Teclado


Versão 1.8 / 01 de Junho de 2021
©pianoeducato
3

Sumário
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................5
As notas musicais......................................................................................................................6
Numeração dos dedos..............................................................................................................7
Identificando as notas...............................................................................................................8
Exercício de leitura....................................................................................................................9
Exercício de leitura..................................................................................................................10
As oitavas do piano.................................................................................................................11
Primeira Etapa.........................................................................................................................14
Figuras de som e silêncio.......................................................................................................15
Pulso.........................................................................................................................................18
Exercícios sugeridos:..............................................................................................................21
Repertório sugerido:................................................................................................................24
Compassos simples................................................................................................................27
Ponto de aumento...................................................................................................................28
Repertório sugerido:................................................................................................................29
Juntando as mãos...................................................................................................................31
Repertório sugerido:................................................................................................................32
Figuras de Som e Silêncio (continuação).............................................................................34
Sinais de repetição..................................................................................................................36
Repertório sugerido:................................................................................................................38
Tom e Semitom........................................................................................................................40
Sinais de Alteração.................................................................................................................41
Escalas......................................................................................................................................42
Graus musicais........................................................................................................................43
Escalas Maiores......................................................................................................................46
Escalas Menores.....................................................................................................................47
Armaduras de clave................................................................................................................48
Acordes (tríades).....................................................................................................................50
Intervalos..................................................................................................................................52
Campo harmônico...................................................................................................................56
Inversão de acordes................................................................................................................58
Repertório sugerido:................................................................................................................59
Segunda Etapa........................................................................................................................61
Compassos...............................................................................................................................62
Acento.......................................................................................................................................64
4

Tipos de toque: articulações..................................................................................................65


Repertório sugerido:................................................................................................................66
Tipos de ligadura.....................................................................................................................68
Pedais.......................................................................................................................................69
Quiálteras.................................................................................................................................70
Síncope.....................................................................................................................................72
Contratempo.............................................................................................................................74
Andamentos.............................................................................................................................75
Dinâmica...................................................................................................................................77
Consonância e dissonância...................................................................................................78
Série harmônica.......................................................................................................................79
Terceira Etapa.........................................................................................................................80
Harmonia: o que é?.................................................................................................................81
Ciclo (ou círculo) das quintas (e quartas).............................................................................82
Tonalidades relativas..............................................................................................................83
Escalas Alteradas....................................................................................................................84
Tonalidades vizinhas...............................................................................................................88
Modulação................................................................................................................................90
Escalas — continuação..........................................................................................................91
Escalas diatônicas...................................................................................................................92
Escala cromática.....................................................................................................................94
Modos Litúrgicos......................................................................................................................95
Transporte e transcrição.........................................................................................................97
História e música geral...........................................................................................................98
Breve História da Música Ocidental......................................................................................99
Gêneros e estilos musicais..................................................................................................100
(lista para piano/teclado gerada aleatoriamente)..............................................................100
“Familia das teclas”...............................................................................................................102
Tipos de Pianos e Teclados.................................................................................................103
Marcas de Pianos..................................................................................................................104
Marcas de Teclados..............................................................................................................105
Áreas de atuação do Pianista e ou Tecladista..................................................................106
Referências............................................................................................................................107
Folhas Pautadas....................................................................................................................108
5
6

INTRODUÇÃO
1. Adaptação física ao instrumento (procedimentos
básicos iniciais): postura, sensações, consciência do seu
estado corporal, posicionamento ao instrumento.
2. Alongamento, aquecimento, relaxamento (evita
dores/problemas musculares).
3. Deslocamento do braço.
4. Mecânica do instrumento.
.
7

As notas musicais
É muito possível que você já tenha ouvido falar das
notas musicais e tenha buscado conhece-las. Vamos então
revisá-las? Ao todo nomeamos sete notas musicais:
 Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Si
Esta sequência de notas forma o que nomeamos
por Escala, no caso, a de Dó Maior.

No piano a localização destas notas é muito evidente,


pois são justamente as notas que correspondem às teclas
brancas.
Mas e as teclas pretas como nomeamos? Estas são
chamadas notas alteradas e recebem os nomes de suas
notas vizinhas acrescidas da nomenclatura Sustenido (#)
ou Bemol (b) dependendo da circunstância. Quando
tocadas consecutivamente formam uma sequencia de 12
notas, uma Escala Cromática.

Cada nota corresponde ao que chamamos também de


Altura e estas alturas são determinadas pela frequência,
que por sua vez é uma grandeza física.

Experimente agora tocar algumas notas com ambas


as mãos, começando pelo Dó Central. Para isso iremos
utilizar os cinco dedos, que por sua vez são numerados
conforme o tópico a seguir.
8

Numeração dos dedos


9

Identificando as notas
1. Na Figura 1 observamos como as notas do
piano/teclado são representadas na pauta (note a
localização do Dó central):

Figura 1: Notas no Piano e na Pauta

Agora vamos exercitar a leitura!


10

Exercício de leitura
1) Primeiro, iremos tocar com a mão direita.
2) Em seguida, com a mão esquerda.
3) Por fim, com as duas mãos alternadamente.

3) Mão direita (clave de sol) 2) Mão esquerda (clave de fá)

1) Com as duas mãos alternadamente.

Figura 2: The Leila Fletcher Piano Course”, Livro 1, Mayfair Montgomery Publishing, 2002.
11

Exercício de leitura

Vamos tentar tocar utilizando apenas os dedos de 1 a 5


(em ambas as mãos)

Observações:
o Ambas as mãos devem ser tocadas ao mesmo
tempo
o A leitura se dá da esquerda para a direita
o A nota inicial Dó (central ou 3) é a mesma para
ambas as mãos. Opte por um dedo

Fácil né?
12

As oitavas do piano
13

 Sabemos que as notas musicais são basicamente


sete: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si
 Em outros países as notas musicais são nomeadas
com letras: C, D, E, F, G, A e B. Veja a
correspondência na Figura 3.

Figura 3

 No Brasil e em outros países, essas letras são


utilizadas para representar os Acordes.
 Ao terminar um ciclo de notas (escala) e iniciar o
próximo dizemos que se inicia uma Oitava, visto que a
mesma nota se repete. Sendo assim, o teclado do
piano geralmente é composto de Sete Oitavas (veja
na Figura 3)
14

 Na Figura 4 estão localizadas as sete oitavas do


piano. A oitava cujas notas estão nomeadas está
localizada na região central do instrumento, cuja nota
de referência e o chamado Dó central ou Dó 31
 O Teclado (instrumento), por sua vez, geralmente tem
uma extensão menor, composto por apenas cinco
oitavas, indo da oitava 1 (Dó 1 a Si 1) até a oitava 5
(terminando no Dó 6).

Figura 4: Oitavas no Piano

1
Em alguns lugares é possível encontra-lo sob a denominação Dó 4. Na
literatura norte-americana geralmente é denominado C4.
15

Muito bem. Até aqui estudamos as Alturas no instrumento e


vimos como ocorre essa correspondência na Pauta. Porém,
uma música não se faz apenas com alturas. É preciso
determinar como estas alturas irão se comportar no tempo,
qual será sua duração e regularidade. O tempo de
duração de cada nota corresponde ao que, quando
somados, formam o Ritmo. Este ritmo por sua vez deve
respeitar uma regularidade tal como a de um relógio, a esta
regularidade chamamos de Pulso ou Pulsação.
16

Primeira Etapa
17

Figuras de som e silêncio


Sabemos que as músicas são feitas da sequencia de notas
que constituem melodias e formam um sentido. Porém,
como vimos, apenas conhecer as alturas não é suficiente
para reconhecermos uma melodia. Também é necessário
delimitar o tempo de duração de cada nota. Na Figura 5
vemos os nomes e durações das chamadas figuras de som
e silencio.

Figura 5: Figuras de som e Silêncio


18

Ao observar o quadro da Figura 6 notamos que o valor de


uma figura de som (e silêncio correspondente) é sempre o
dobro do tempo da outra. Mas o que é o tempo? O tempo é
uma unidade de medida musical com duração arbitrária.
Para facilitar nosso entendimento tomamos como
referência um segundo. Um segundo tem uma duração

padronizada pelo relógio. Ele é proporcional e preciso.

Figura 6: Hierarquia das figuras musicais


19

Assim como 1 segundo, 1 tempo também é proporcional e


preciso, porém sua velocidade (ou andamento) pode variar.
Vejamos na próxima página alguns exercícios de leitura
utilizando apenas as figuras Semibreve, mínima e
semínima, e sem seguida o mesmo exercício com as
pausas correspondentes.
20

Pulso
21
22

Figura 7: Extraído de Caderno de Exercícios (LEM).


Escola de Música Villa-Lobos/FUNARJ, 2016
23

Exercícios sugeridos:
 Exercício 1: Semibreves, mínimas e semínimas
 Exercício 2: figuras e pausas
24

Continuação...
25
26

Repertório sugerido:
1. The Flyer
2. The Boatman
3. Off the circus
4. Tiger Hunt
5. Fishing
Todas as peças foram extraídas do álbum The Leila Fletcher Piano Course”,
Livro 1, Mayfair Montgomery Publishing, 2002.
27
28
29

Compassos simples
Compassos são divisões matemáticas que nos auxiliam na
divisão correta da música. Existem compassos ditos
simples e compostos (estes veremos mais adiante). Os
compassos guardam relação com a pulsação. Vejamos os
3 tipos mais comuns de compassos simples:

Binário Ternário Quaternário

Figura 8: Leila Fletcher Atuld Piano Course 1


30

Ponto de aumento
O ponto de aumento é um elemento cuja função prática é
aumentar a duração do valor de uma figura somando a
metade de seu valor. Ou seja, uma semínima, cujo valor é
de 1 tempo, quando pontuada passa a ter 1+ ½, já uma
mínima, quando acrescida do mesmo ponto, passa a ter
duração de 3 tempos, e assim por diante. Veja no exemplo:
31

Repertório sugerido:
1. Autumn Snow Storm
2. At the Zoo
3. Humpty Dumpty
Todas as peças foram extraídas do álbum The Leila Fletcher Piano Course”,
Livro 1, Mayfair Montgomery Publishing, 2002.
32
33

Juntando as mãos

Juntar as mãos é um desafio, realmente. Tocar exige


controle e coordenação. Até aqui trabalhamos com as
mãos separadas e o processo de junção não é tão
diferente. Primeiro estudamos as mãos separadamente e
em seguida tentamos juntá-las.
34

Repertório sugerido:
1. Put’ em over
2. Lazy Pony
Peças foram extraídas do álbum The Leila Fletcher Piano Course”, Livro 1,
Mayfair Montgomery Publishing, 2002.
35
36

Figuras de Som e Silêncio


(continuação)
Além das Semibreves, mínimas e semínimas, você deve ter
notado que existem outras figuras. Algumas delas são
bastante frequentes, tais como as Colcheias e
Semicolcheias. Estas figuras tem duração,
respectivamente, de ½ tempo e ¼ de tempo, tal como suas
pausas correspondentes.
*Fusas e Semifusas, veremos mais adiante.
Vejamos na prática como soam Colcheias e Semicolcheias,
conforme estão dispostas nos exercícios 3 e 4.
37
38

Sinais de repetição
1. O Ritornello (do italiano, significa retorno) é um sinal
de repetição que tem a função de “abreviar” a música.
Invés de escrever o mesmo trecho que será repetido
adiante o compositor opta por inserir um sinal.
Vejamos:

2. Casas: As casas são utilizadas para, quando repetir


um trecho, passar ao seguinte adiante. Bohumil Med
(1996) esclarece desta forma (p. 239):
39

3. Da capo (do italiano, “da cabeça”): voltar do início.


Geralmente aparece abreviado, “D. C.”, ou
acompanhado de outra indicação, como Da capo al
fine, Da capo al segno, etc. Bohumil Med (1996)
esclarece desta forma (p. 240):
40

Repertório sugerido:
 Over the rainbow
 Little River Boat
41
42

Tom e Semitom

 Semitom ou meio tom é a menor distância entre duas


notas. No piano isso é visível visto a alternância entre
teclas brancas e pretas.
 A junção ou soma de dois semitons formam um Tom.
 Sendo assim, entre as notas Dó e Ré, por exemplo,
temos um tom de distância.
43

Sinais de Alteração

Vejamos na prática:
44

Escalas
As Escalas são sistemas de organização dos sons sobre os
quais as musicas são construídas. Em italiano significam
Escadas. Derivam de um longo processo histórico que
remonta à Grécia Antiga onde eram utilizados os Modos.
Ainda hoje os chamados modos gregos são empregados
na música Ocidental, porém nota-se a prevalência de dois
desses modos (ou melhor, Escalas), que são a Escala
Maior e a Escala Menor. É pela escala que determinamos
a Tonalidade ou Tom de uma música. Vejamos como
ambas são construídas.
 Tonalidade remete à ideia de cor, de colorido;
 A posição da nota em uma escala determina seu grau (1ª
grau, 2ª grau, 3ª grau, etc)
 Os graus musicais recebem diferentes nomes dependendo
de sua posição e, de acordo com a teoria musical, exercem
diferentes funções. Estas funções, por sua vez, podem
estar relacionadas ao grau da nota da escala ou ao acorde
formado sobre a mesma.
45

Graus musicais
 1º grau (I): Tônica
 2ª grau (II): Supertônica
 3ª grau (III): Mediante
 4ª grau (IV): Subdominante
 5ª grau (V): Dominante
 6ª grau (VI): Superdominante
 7ª grau (VII): Sensível (ou Subtônica)2
Graus Tonais: I, IV e V (determinam o Tom)
Graus Modais: III e VI (determinam o Modo, Maior ou
Menor

2
Sensível quando a distância entre ela e a Tônica é de um semitom, Subtônica quando a distância entre
ela e a Tônica é de um tom.
46
47
48

Escalas Maiores
 O padrão de construção da Escala Maior é o seguinte:
Tom – Tom – Semitom – Tom – Tom – Tom –
Semitom, ou simplesmente T-T-St-T-T-T-St.
 Onde não há especificação de dedilhado, usar o
padrão da escala de Dó Maior
49

Escalas Menores
 O padrão de construção da Escala menor, por sua
vez, é o seguinte: Tom – Semitom – Tom – Tom –
Semitom – Tom – Tom, ou simplesmente T-St - T-T –
St -T-T.
 Onde não há especificação de dedilhado, usar o
padrão da escala de Dó Menor
50

Armaduras de clave
Note que os sustenidos e bemóis seguem uma sequência.
Dizemos que eles têm uma ordem. Na armadura de clave
de uma música eles aparecem em ordem crescente da
seguinte forma:
 Sustenidos: Fá – Dó – Sol – Ré – Lá – Mi - Si
 Bemóis: Si – Mi – Lá – Ré – Dó – Sol – Fá
Isso serve para simplificar a escrita, visto que quando
empregados na armadura eles dispensam a necessidade
de escrevê-los cada vez que a nota alterada aparece.
51
52

Acordes (tríades)
Os acordes nada mais são do que a sobreposição de
intervalos. Para que exista um acorde é necessária a
sobreposição de ao menos dois intervalos.
Acordes Maiores

Acordes Menores
53

Figura 9: Nomenclatura dos acordes


54

Intervalos
A distância entre duas notas é classificada sob a
denominação de Intervalo e estes intervalos, em música,
recebem diferentes classificações. Vejamos:
55

Todo intervalo é, portanto, Maior, menor, Justo. Ou ainda


aumentados ou diminutos (conforme é possível ver na
tabela em revisão e ampliação).

Figura 10: Quadro com a distância entre os intervalos

Para exercitar a audição e reconhecimento da distância


entre os intervalos, recomendo cantar as notas seguindo
suas respectivas distâncias. Por exemplo, de Dó a Dó#
temos a distância de uma segunda menor. Procure cantar
junto e ficar atento à escuta
56
57

.
A seguir vemos a sequência de acordes formados sobre as
escalas Maiores e Menores (Naturais, ou seja, que não são
iniciadas com sinais de alteração). Os acordes formados
sobre as escalas criam o assim chamado Campo
harmônico de cada escala. Assim, ao escutar uma música
e reconhecer seus acordes sabemos em que Tonalidade
(ou simplesmente Tom) está essa música.
58

Campo harmônico
Denomina-se Campo harmônico o conjunto de acordes que
se formam a partir de uma determinada escala pela
sobreposição das notas que a constituem. Para tocar
recomenda-se a utilização do dedilhado 1-3-5 (Mão direita)
e 5-3-1 (Mão esquerda)
59

 Tríade é o nome que se dá aos acordes formados por três sons.


60

Inversão de acordes

Tal como os intervalos, naturalmente, os acordes também


podem ser Invertidos, ou seja, a ordem em que as notas
aparecem nos acordes pode ser trocada. Essa mudança na
posição de cada nota provoca, evidentemente, uma
mudança na relação intervalar entre cada nota de cada
acorde. Vejamos alguns exemplos:
61

Repertório sugerido:
1. Alecrim Dourado
2. Hino a alegria
62
63

Segunda Etapa
64

Compassos
Entende-se por compasso a divisão regular dos tempos do trecho
de uma música em partes divididas por uma barra de compasso,
uma linha simples que corta a pauta de ponta a ponta. Não deve ser
confundida com a Barra dupla (ou Travessão duplo) cuja função é a
de encerrar uma música.

Figura 3: Barra simples e Barra dupla

A divisão entre os compassos, por sua vez, é determinada pela


Fórmula de Compasso, uma fração indicada à frente da clave.
Estas fórmulas podem indicar a presença de um compasso Simples
ou Composto3.

Exemplo de um compasso simples: U.C.


U.T.

Figura 11: Compasso Quaternário

O número de cima é chamado Unidade de Compasso (U.C.) e


representa a figura musical que preenche o compasso por inteiro.

O número de baixo é chamado Unidade de Tempo (U.T.) e


corresponde a figura musical do número indicado, sendo este,
correspondente a 1 tempo.

3
De acordo com a teoria Francesa de compassos.
65

Figura 12: Compassos simples

Figura 13: Compassos compostos

 Compasso simples: têm por unidade de tempo uma figura de tempo


não pontuada (ex: semínima) divisível por 2.
 Compasso composto: têm por unidade de tempo uma figura de tempo
pontuada (ex: mínima pontuada) divisível por 3.

4
Imagens extraídas de: https://blog.opus3ensinomusical.com.br/o-que-e-tempo-musical-e-
compasso/
66

Acento
“É a modulação da voz que expressa o sentido do discurso musical ou
recitação”
“É uma intensidade maior atribuída a determinada nota de um desenho, frase
ou período musical”
Acento métrico: “é constituído pelas acentuações fortes e fracas dos tempos
dos compassos. Não é grafado na partitura”.

Figura 14: Trechos retirados de Teoria da Música, de Bohumil Med, 4ª edição, 1996, p. 141

Na prática, estes acentos são lidos da seguinte forma:


67

Tipos de toque: articulações


No piano existem diferentes tipos de toque que
podem ser empregados em diferentes situações.
Vejamos a seguir alguns tipos de toque:
1. Legato (ligado): proporciona uma sensação de
continuidade no toque
2. Non legato (desligado): proporciona uma
sensação de “respiração” entre uma nota e
outra, como uma fala silabada
3. Staccato (destacado): é um toque ágil, de curta
duração. Diferente do non legato, onde a pesar
de separar as notas seu tempo de duração
permanece inalterado, no Staccato o tempo de
cada nota é ligeiramente mais curto.
68

Repertório sugerido:
1 Hail-Stones (Staccato)
2 The Indians are coming (Acento e Staccato)
Peças extraídas do álbum Ministeps to Music, Phase 3, de Edna Mae
Burnam’s, Chappel & Co. ano: ?.
69
70

Tipos de ligadura
1. Ligadura de expressão
2. Ligadura de valor
3. Ligadura de fraseado
71

Pedais
 Direita: chamado sustain, pedal de prolongação
ou pedal de ressonância, ele tem a função de
prolongar a duração das notas através de um
mecanismo de suspensão dos abafadores (de
um piano acústico). Nos instrumentos digitais
este pedal simplesmente imita esta função
 Centro: sostenuto, pedal tonal, abafador, entre
outros nomes. Sua função pode variar,
eventualmente, dependendo do instrumento.
Essa diferença está mais
 Esquerda: una corda, surdina, tem a função de
alterar o timbre do instrumento, possibilitando a
realização de contrastes. Nos instrumentos
acústicos a função dele é de inclinar ou arrastar
os martelos dos pianos acústicos para a direita,
fazendo com que apenas uma corda seja
tocada. Nos instrumentos digitais este pedal
simplesmente imita esta função.
72

Quiálteras
Quiálteras são figuras com divisão irregular. Uma quiáltera de 3, por exemplo,
diferente de uma colcheia onde duas somadas completam um tempo, na
quiáltera de 3 três colcheias devem “caber” dentro de um tempo. Veja o
exemplo a seguir:
73

Figura 15: Conversa Rítmica (com diferentes síncopes)


74

Síncope
De acordo com Bohumil Med (1996), Síncope “é um som
articulado sobre tempo fraco ou parte fraca do tempo e
prolongado até o tempo forte ou parte forte do tempo. É a
suspensão de um acento normal do compasso pela
prolongação de tempo fraco ou parte fraca de tempo para o
tempo forte ou parte forte do tempo” (p. 143). Vejamos as
imagens a seguir:
75
76

Contratempo
De acordo com Bohumil Med (1996), Contratempo é o
nome que se dá a “notas executadas em tempo fraco ou
parte fraca de tempo, sendo os tempos fortes ou partes
fortes dos tempos preenchidos por pausas” (p. 146).
Vejamos:
77

Andamentos
O andamento está relacionado a velocidade.
Geralmente indicado por meio de um termo italiano
ou sinal metronômico no começo da partitura.

Figura 5: exemplo extraído do livro "Teoria da Música", 4ª ed. de Bohumil Med


78

Figura 6: extraído do livro "Teoria da Música", 4ª ed. de Bohumil Med


79

Dinâmica
A dinâmica é referente a intensidade com que
determinado som é tocado. O grau de força que é
aplicado a uma determinada gera nuances que dão
graça e colorido para a música. As variações são
diversas, mas se revezam basicamente entre sons
fortes (f) e sons fracos, ou piano (p).

Figura 7: extraído do livro "Teoria da Música", 4ª ed. de Bohumil Med


80

Consonância e dissonância
 São chamados consonantes os sons que
induzem a uma sensação de estabilidade e
repouso.
 Sons dissonantes provocam uma sensação de
movimento, falta de resolução, e uma
estranheza ao ouvido.
Acredita-se que esta sensação se dá em função da
proximidade com a nota fundamenal em uma série
harmônica, conforme mostra a figura 18 (a partir da
nota Dó 1):

Figura 8: extraído do livro "Teoria da Música", 4ª ed. de Bohumil Med


81

Série harmônica
É o conjunto de sons gerados a partir de um som
fundamental.
82

Terceira Etapa
83

Harmonia: o que é?
Harmonia é o campo da música que estuda as
relações de encadeamento dos sons simultâneos
(acordes). Estas relações são observadas conforme
normas advindas dos processos composicionais praticados
na música ocidental de tradição europeia.
84

Ciclo (ou círculo) das quintas (e


quartas)
85

Tonalidades relativas
86

Escalas Alteradas
Assim como temos as escalas Maior e Menor no modo Natural
(utilizando apenas teclas brancas), também temos as chamadas
escalas alteradas que utilizam as teclas pretas. Vejamos:
87
88
89
90

Tonalidades vizinhas
De acordo com Bohumil Med (1996), “tons vizinhos
são os tons que tem a mesma armadura do tom principal
ou diferem dele por um acidente a mais ou a menos” (p.
158). Vejamos:
91
92

Modulação
De acordo com Bohumil Med (1996), “modulação ou
tonulação é a passagem de um para outro tom” (p. 162).
Vejamos:
93

Escalas — continuação
A rigor pode-se entender uma escala trata-se de um
grupo de notas que em parte ou em todo constituem o
material escrito de uma música. Além das escalas que já
conhecemos, Maior e Menor, Bohumil Med (1996) lista ao
menos 29 tipos de escala, a saber:
Alterada, artificial, bachiana, bifônica, bitonal, chinesa, cigana, cromática, blues,
hautmann, tons inteiros, wollet, diatônica, exótica, geral, heptatônica,
hexacordal, maior, menor, menor mista, molldur, mouresca, natural,
pentatonica, relativa, temperad, teórica, tetrafônica, tritônica.

Das escalas listadas, que por vezes se misturam,


destacamos algumas mais frequentes, dentre as quais:
1. Diatônica
o Maior (natural)
o Maior (melódica)
o Maior (harmônica)
o Menor (natural)
o Menor (melódica)
o Menor (harmônica)
2. Cromática
o Escala de 12 sons
3. Modos litúrgicos

A seguir, iremos nos aprofundar em algumas


delas.
94

Escalas diatônicas
De acordo com Bohumil Med (1996), “escala natural
ou diatônica é uma sequencia de sete notas diferentes
consecutivas (a oitava nota é a repetição da primeira)
guardando entre si, geralmente, o intervalo de um tom ou
de um semitom” (p. 86). Na primeira parte desta apostila já
estudamos as escalas diatônicas (naturais) maiores e
menores, cuja organização em tons e semitons
correspondem, respectivamente, a:

Maior: Tom – Tom – Semitom – Tom – Tom – Tom – Semitom


Menor: Tom – Semitom – Tom – Tom – Semitom – Tom – Tom

Agora veremos as variações destas duas escalas.

Escala Maior Harmônica e Escala Maior Melódica

Harmônica:
Tom – Tom – Semitom – Tom – Semitom – Tom e meio – Semitom

Melódica:
Subida: Tom – Tom – Semitom – Tom – Tom – Tom – Semitom
Descida: Tom – Tom – Semitom – Tom – Semitom – Tom – Tom
95

Escala Menor Harmônica e Escala Menor Melódica

Harmônica:
Tom – Semitom – Tom – Tom – Semitom – Tom e meio – Semitom

Melódica:
Subida: Tom – Semitom – Tom – Tom – Tom – Tom – Semitom
Descida: Tom – Tom – Semitom – Tom – Tom – Semitom - Tom
96
97

Escala cromática
.
98

Modos Litúrgicos
De acordo com Bohumil Med (1996), “os modos
litúrgicos tem nomes gregos porque julgava-se que
correspondessem aos antigos modos da Grécia. Pesquisas
revelaram que os modos gregos começavam em notas
diferentes dos homônimos eclesiásticos. Além disso, os
gregos consideravam a escala no sentido descendente” (p.
165). Consideram-se sete, os modos. São eles:
Jônio, Dórico, Frígio, Lídio, Mixolídio, Eólio e Lócrio.
 Jônio

 Dórico

 Frígio

 Lídio
99

 Mixolídio

 Eólio

 Lócrio
100

Transporte e transcrição

De acordo com Bohumil Med (1996), transporte ou


transposição “consiste em grafar, ler, tocar ou cantá-la em
outra altura ou num outro tom”, enquanto que transcrever
“consiste em grafá-la na mesma altura, usando um sistema
diferente, por exemplo, uma outra clave” (p. 176).
101

História e música geral


102

Breve História da Música


Ocidental
A música (ocidental), tal como a conhecemos hoje é fruto de um longo e
complexo processo histórico. Sabemos que a música é um fazer humano muito
antigo. Para simplificar o entendimento desse longo e complexo processo,
dividimos sua história por períodos mais ou menos datados. Aqui, iremos dividir
em 9 períodos56. São eles:
1. Pré-história (cerca de 50 mil anos atrás)
2. Antiguidade
3. Medieval (+- 500 a. C. – 1400 d. C)
a. Ars antiqua (1170 – 1310)
b. Ars nova (1310 – 1377)
c. Ars subtilior (1360 – 1420)
4. Renascimento (1400 – 1600)
5. Barroco (1580 – 1750)
a. Barroco tardio (1680 – 1750)  época da invenção do piano (+-
1700)
b. Galante/Rococó (1720 – 1770)
c. Empfindsamer Stil (1740 – 1760)
6. Clássico (1750 – 1820)
a. Escola de Mannheim (1740 – 1780)
b. Sturm und Drang (+- 1770)
c. Primeira escola Vienense (1780 – 1830)
7. Romântico (1800 – 1910)
a. Nacionalismo
b. Romantismo tardio (século XX)
8. Moderno (1890 – 1975)
a. Impressionismo (1890 – 1930)
b. Expressionismo (1900 – 1930)
c. Segunda escola Vienense (1900 – 1960)
d. Neoclassicismo (1920 – 1950)
e. Serialismo (1920 – 1975)
9. Contemporâneo (1950 – atualmente)
a. Minimalismo (1960 - )
b. Pós-modernismo (1960 - )
c. Pós-minimalismo (1980 - )

5
Vale ressaltar que a história da música feita no ocidente está indivisivelmente ligada a música
europeia, sendo este continente a matriz e referência, dado o processo de colonização
originado neste continente.
6
As datações de período podem variar.
103

Gêneros e estilos musicais


(lista para piano/teclado gerada aleatoriamente)
Adágio
Allegro
Andante
Arabesque
Baião
Bagatela
Balada
Barcarola
Bebop
Blues
Boogie
Borrée
Bossa Nova
Brega
Canção
Cantiga
Choro
Coco
Concerto
Country
Cumbia
Dança
Estudo
Fado
Fantasia
Flamenco
Folclore
Forró
Frevo
Fuga
Funk
Gavota
Giga
Gospel
Guarania
Hino
Improviso
Intermezzo
Jazz
Larghetto
Lundu
Maracatu
Marcha
Maxixe
Mazurka
104

Minimalista
Minueto
Missa
Modinha
Moteto
MPB
Noturno
Polca
Polonaise
Pop
Prelúdio
Raggae
Rapsódia
Rock
Rondó
Rondó-Sonata
Rumba
Ryhtm and blues
Salsa
Samba
Scherzo
Serenata
Sertanejo
Siciliana
Son
Sonata
Soul Music
Suíte
Tango
Tango brasileiro
Tema com variações
Trilha sonora* (de filmes, games, etc)
Tocata
Valsa
Variações
Zarabanda

Entre tantos outros...

Esta é uma lista referencial. Não é possível dar conta da amplitude de


culturas que existem no mundo. A boa notícia é que sim: é possível tocar
todo tipo de música no seu instrumento!! Então, escute música, toque,
conheça e selecione aquilo pelo que você realmente se interessa, ok?
105

“Familia das teclas”

 Piano
 clavicórdio
 celesta
 hohner clavinet
 piano elétrico/digital
 cravo
 espineta
 órgão
 harmônio
 acordeon
 bandoneon
 sintetizador
 workstation
 arranjador
 controlador
 ondas martenot
 escaleta
 entre outros
106

Tipos de Pianos e Teclados

1 Piano vertical/de armário (acústico)


2 Piano horizontal/ de cauda(acústico): tem
tamanhos diferentes
3 Piano elétrico, eletrônico e digital:
4 Teclado:
5 Arranjador: possuem várias opções de
timbres e acompanhamentos automáticos
que simulam timbres/estilos/gêneros
musicais
6 Sintetizador: possuem recursos de edição
por meio do qual é possível criar novos
sons
7 Workstation: além de possuir os recursos e
funções dos demais, possuem dispositivos
de armazenamento
8 Controlador: geralmente não possuem som
próprio, mas controlam outros instrumentos
através de MIDI (Interface Digital para
Instrumentos Musicais)
107

Marcas de Pianos

 Steinway & Sons (EUA)


 Bosendorfer (Áustria)
 Julius Blüthner (Alemanha)
 Fazioli (Itália)
 Yamaha (Japão)
 Fritz Dobbert (Brasil)
 Essenfelder (Brasil)
 Zimmermann (Brasil)
 Shwartzmann  (Brasil)
 Alemanha – C. Bechstein, Julius Bluthner e
Grotrian Steinweg
 Schiedmayer, Zimmermann, Zeitter
Winkelman, Feurich,
Sponagel, Estônia, Petrof, August Forster,
Yamaha Japones, Kawai Japones, Boston,
 entre outros
108

Marcas de Teclados
 Moog
 EMS
 ARP Instruments
 Roland
 Rhodes
 Hohner
 RMI
 Wurlitzer
 Yamaha
 Korg
 Sequential Circuits
 Oberheim
 Waldorf Music
 Casio
 Kurzweil
 Hammond
 Alesis
 Behringer
 Clavia (fabricante da marca Nord)
 GEM
 Entre outras
109
110

Áreas de atuação do Pianista e


ou Tecladista

1.Concertista (pianista): realiza recitais ou


concertos com orquestras
2.Camerista (pianista): toca em conjunto
com outro(s) instrumento(s)
3.Colaborador/correpetidor/acompanhador:
acompanha outros músicos, coros,
orquestras, balé, ensaios, etc
4.Músico de bandas
5.Pianista/tecladista de igreja
6.Professor
111

Referências
Bona, P. (1996). Método complete para divisão. Revisão: Yves Rudner
Schmidt. São Paulo: Irmãos Vitale.
Fletcher, Leila & Wanless, Debra (2002). The Leila Fletcher Adult Piano Course
1. New York: Montgomery Music Inc.
Fletcher, Leila (2002). The Leila Fletcher Piano Course: Book 1. Edição: Debra
Wanless. New York: Mayfair Montgomerty Publishing.
Fletcher, Leila (2002). The Leila Fletcher Piano Course: Book 2. Edição: Debra
Wanless. New York: Mayfair Montgomerty Publishing.
Fletcher, Leila (2002). The Leila Fletcher Piano Course: Book 3. Edição: Debra
Wanless. New York: Mayfair Montgomerty Publishing.
Fletcher, Leila (2002). The Leila Fletcher Piano Course: Book 4. Edição: Debra
Wanless. New York: Mayfair Montgomerty Publishing.
Fletcher, Leila (2002). The Leila Fletcher Piano Course: Book 5. Edição: Debra
Wanless. New York: Mayfair Montgomerty Publishing.
Med, Bohumil. (1996). Teoria da Música. 4ª ed. Brasília, DF: Musimed.
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Folhas Pautadas
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