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Dos Direitos
Humanos
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Vargas, Fábio Aristimunho


SST Dos direitos humanos / Fábio Aristimunho Vargas
Local: 2020
nº de p. : 14

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Dos Direitos Humanos

Apresentação
Os direitos humanos são constantemente invocados, além de serem muito
discutidos nas mídias mundiais. Situações de conflitos e guerras internacionais
geralmente suscitam essa discussão, pois não é raro que os direitos humanos sejam
violados nessas situações extremas.

Vamos conhecer mais sobre os direitos humanos. Primeiro, verá uma clássica
divisão entre gerações ou dimensões de direitos humanos. Na segunda e terceira
parte, você verá a aplicabilidade desses direitos no plano internacional, além de
conhecer mais sobre as Cortes Internacionais que tem como principal objeto os
direitos humanos.

Geração de direitos humanos


O conceito geral de Direitos Humanos é o direito conferido a todo e qualquer
sujeito, e visa manter sua integridade como indivíduo e sua dignidade, a qual toda a
sociedade política deve garantir. Os Direitos Humanos são reconhecidos pelo Estado
e no plano da ordem jurídica internacional, o que o positiva e os enquadra junto aos
direitos políticos, sociais, econômicos etc.

Segundo Guerra (2014), a evolução dos Direitos Humanos, que foram sendo
incrementados ao longo da história, faz com que esses direitos sejam classificados
por ondas geracionais ou por dimensão. Essa divisão ocorre em três partes, que
foram desenvolvidas e conquistadas no decorrer dos séculos:

Direitos de primeira geração ou direitos civis: são expressos pela igualdade dos
homens perante a lei e são resultantes da Declaração Francesa dos direitos do
Homem e do Cidadão, durante a Revolução Francesa no século XVIII. Também a
Constituição dos Estados Unidos da América em 1787 teve grande impacto na
consolidação dos direitos civis e resguarda os direitos políticos e econômicos. Essa
primeira geração marca a secularização do Estado, ou seja, o Estado independente
dos laços com as instituições religiosas.

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Atenção
A primeira geração de direitos foi influenciada pelos iluministas
que desenvolveram suas teorias na mesma época da Revolução
Francesa e da Independência dos EUA e também teve a efetivação
do contrato social, idealizada pelos contratualistas, que faziam
parte do movimento Iluminista.

Direitos de segunda geração ou direitos políticos: direitos ao trabalho, à saúde, à


educação, dentre outros, cujo sujeito passivo é o Estado. Os direitos políticos são
decorrentes da expansão do voto no sentido do sufrágio universal, o que implica na
conscientização da população como sujeito de direito político e na sua liberdade
frente ao Estado. A segunda geração ainda debate o direito a uma nacionalidade, à
participação no governo, à soberania popular além do voto por sufrágio universal.

Direitos de terceira geração ou direitos sociais: após a garantia dos direitos


políticos, civis e econômicos, os direitos sociais englobam quatro principais formas
de direito:

i) o direito ao meio ambiente equilibrado;

ii) direito ao desenvolvimento;

iii) direito ao progresso e a paz;

iv) direito ao respeito cultural e a autodeterminação dos povos.

Desenvolveu-se no século XX com a expansão do Welfare State ou Estado de Bem


Estar Social, ou seja, é por ora a mais recente geração de direitos.

Curiosidade
Alguns teóricos do DIP discutem as três gerações baseadas no
lema da Revolução Francesa de Igualdade, Liberdade e Fraternidade.
A divisão dos direitos em gerações é muito parecida com os
princípios da revolução iluminista da França.

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Esses direitos são garantidos por diversas instituições, sendo os direitos civis
guardados sob a instituição dos Tribunais de Justiça, com papel decisivo na
promoção e no registro do novo direito conquistado. Os Parlamentos e as Câmaras
locais são as instituições garantidoras dos direitos políticos e os direitos sociais
se encontram atrelados aos sistemas educacionais, serviços sociais e políticas
praticadas pelo Poder Executivo.

O direito internacional dos Direitos


Humanos
Os Direitos Humanos são direitos especiais, que se relacionam com a dignidade e
a integridade do ser humano, condenando atos de agressão, desrespeito cultural,
descriminação, etc. Em decorrência disso, lhe é conferida uma autonomia de
atuação em relação ao Direito Internacional.

Uma das divisões dentro do Direito Internacional dos Direitos Humanos é o


Direito Internacional Humanitário que diz respeito à limitação dos meios e
métodos utilizados durante o conflito, ou seja, os tipos de armas usadas durante
os confrontos e a maneira de utilizar tal arma. Os exemplos que tivemos,
principalmente durante o período das grandes guerras no século XX, nos mostraram
o quão desgastante é o conflito entre Estados. Segundo Guerra (2014), o Direito
Internacional, por razão desses conflitos, determinou algumas diretrizes que
proíbem o envolvimento de civis e de “métodos que possam causar sofrimento
desnecessário”.

Atenção
O DIH tem por objetivo garantir a proteção da população civil,
mesmo nos casos de conflitos com caráter internacional. Isso
significa que o direito é aplicável igualmente entre as partes,
não interessando quem iniciou as ofensivas. Em decorrência da
aceitação desses direitos no plano internacional pelos Estados, a
efetivação dos direitos se tornam imperativas – mesmo que nem
sempre cumpridas - na comunidade internacional.

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Os civis não podem ser objetos de retaliação nem alvos durante o conflito, pois o
principal propósito dos DIH é preservar a dignidade da pessoa, por isso os alvos são
apenas militares, como bases e campos de exército. Também é vetado o abuso de
poder bélico, ou seja, deve-se revidar de forma proporcional à ofensiva recebida pela
parte adversa.

Atenção
Além desses princípios gerais instaurados pelo Direito Internacional
Humanitário o Movimento da Cruz Vermelha adota alguns princípios
que norteiam suas ações. São elas: a humanidade, a neutralidade,
a independência, o caráter voluntário, a universalidade e a unidade.

Sendo o indivíduo passível de direitos humanos para manter sua integridade, entra
em cena a humanidade como sujeito do direito internacional. Segundo Amaral Júnior
(2013), a humanidade como um todo se torna gradualmente um sujeito, assim como
os Estados e Organizações Internacionais, o que significa que ela possui direitos.
Elevar o homem, individualmente, e a humanidade, coletivamente, são feitos que
ainda estão em processo de desdobramento no mundo contemporâneo.

O sistema Global
Na história da inserção dos direitos humanos universais, encontramos alguns
documentos que marcaram a trajetória dessa conquista. Esses documentos são
a Carta das Nações Unidas (1945), a Declaração Universal dos Direitos Humanos
(1948), o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional
dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, de 1966. Em especial, a Declaração
Universal dos Direitos Humanos impulsionou os avanços nesta área do Direito
Internacional. A partir desses documentos básicos, vários documentos, tratados e
pactos foram assinados e incorporados pelos Estados membros da ONU.

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Curiosidade
O Sistema Global da ONU é composto por instrumentos
normativos gerais e especiais e também por organismos que têm
como função a vigilância dos direitos humanos. Os instrumentos
normativos gerais são aqueles que integram a Carta Internacional
de Direitos Humanos, que é integrada pela Declaração Universal
dos Direitos Humanos, pelo Pacto Internacional dos Direitos Civis
e Políticos e pelo Pacto Internacional dos Direitos Econômicos,
Sociais e Culturais. Além disso, também integram o conjunto
normativo do Sistema Global, as Convenções Internacionais, que
são os instrumentos  especiais, voltados para a prevenção da
discriminação ou à proteção de pessoas ou grupos vulneráveis.

O Sistema Global possui uma série de organismos de auxílio na fiscalização dos


direitos humanos. Existem os mecanismos extraconvencionais e convencionais. Um
desses mecanismos é a Comissão de Direitos Humanos da ONU – CDH, que foi o
principal órgão do Sistema Global criado em 1946. A partir dos anos 60, a Comissão
iniciou a fase de implementação, com um caráter mais intervencionista nos direitos
humanos.

Após a criação desse mecanismo, em 2006 a Assembleia Geral aprovou a Resolução


60/251, para a criação do novo Conselho de Direitos Humanos. O objetivo era
substituir a Comissão de Direitos Humanos. Isso se deu devido a um contexto de
tentativa de reforma da ONU, em busca de retomar a sua credibilidade no cenário
internacional. A causa disso foram os acontecimentos mundiais, como a invasão
não autorizada do Iraque em 2003.

Atenção
A criação do novo Conselho de Direitos Humanos pretende tratar
a temática na mesma importância que as questões da segurança
e do desenvolvimento, debatidas no âmbito do Conselho de
Segurança e do Conselho Econômico e Social (ECOSOC).

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Você sabe o que é o sistema regional interamericano? A seguir, conheceremos sobre


esse assunto. Vamos lá?!

O sistema regional interamericano


Como foi mencionado previamente, os acontecimentos do século XX fizeram com
que os Estados repensassem como tratar o ser humano, e abriu os olhos das
organizações e instituições internacionais. Dessa forma, em 1977 a Organização das
Nações Unidas aprovou uma resolução que estimulou os países a firmar acordos
sobre os direitos humanos nos locais em que ele ainda não tinha sido firmado.
Amaral Júnior (2013) afirma que os acordos visam proteger os seres humanos por
meio de novos direitos ou pelo reforço dos já existentes.

A Assembleia Geral da ONU sugeriu que existissem cortes ou sistemas em


cada região do planeta, para impedir que as violações aos direitos humanos
permanecessem impunes. Assim, foram criadas Cortes Judiciais na Europa,
na África e nas Américas. Embora a Ásia não seja mencionada, devido às
peculiaridades culturais desta região, algumas medidas de proteção também são
tomadas naquele continente.

Atenção
Para começar a estudar o sistema Interamericano, é necessário ter
em mente que a Convenção Americana de Direitos Humanos está
pautada no tratado estabelecido em São José na Costa Rica, em
1969, que foi ratificado e entrou em vigor em 1978. Esse primeiro
acordo trata de direitos civis e políticos dos países membros.

Para completar, em 1988 os americanos adotaram um novo acordo, através de


um Protocolo adicional à Convenção, relativo aos direitos econômicos, sociais
e culturais do povo que estava sendo representado. Esse protocolo adicional foi
chamado de Protocolo de San Salvador, que passou a vigorar em 1999.

O Sistema Interamericano visa impedir que os casos de desaparecimentos,


genocídios e outros crimes que violem os Direitos Humanos ocorram. O Sistema é
dividido em dois órgãos: Comissão e a Corte Interamericana de Direitos Humanos.

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Comissão:

é formada por sete membros com plenos saberes em matéria de direitos


humanos, que devem ser nacionais de algum dos Estados Membros da
Organização dos Estados Americanos (OEA). A incumbência é promover o
respeito e a proteção dos direitos humanos. Além dessa função, eles têm a
obrigatoriedade de relatar quaisquer medidas inapropriadas praticada por
algum dos governos ou grupos de indivíduos. Eles ainda acatam denúncias
e as examinam para que sejam promovidas atitudes de solução, porém essa
denúncia só pode ser feita depois que o Estado não tiver mais condições de
manter a ordem internamente.

Corte Internacional, ou Interamericana:

possui duas funções: a função consultiva, que se resume a consultar e


interpretar a Convenção Americana dos Direitos Humanos e os outros
tratados; e a função jurisdicional, através da qual pode aplicar aos países as
regras contidas na Convenção.
Assim os Direitos Interamericanos são resolvidos primeiramente no âmbito
nacional, e caso for necessário pode-se utilizar o Sistema Regional para evitar
casos de violência e atentado aos direitos humanos. Veremos agora outra
forma de organização para as causas humanitárias.

O tribunal penal internacional dos


Direitos Humanos
O Tribunal Penal Internacional (TPI) surgiu com o objetivo de julgar os perpetradores
de grandes crimes internacionais, que causam grande repercussão e horrorizam
a humanidade. Trata-se dos crimes de genocídio, crimes contra a humanidade e
crimes de guerra.

Segundo Piovesan (2013), o tribunal teve sua ideia realmente encabeçada por três
tentativas de criação, relativas ao Tratado de Sèvres, ao Tratado de Versailles e à
Convenção contra o Terrorismo, todas após a Primeira Grande Guerra.

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Curiosidade
A ideia de um Tribunal Penal Internacional não é recente. O primeiro
tribunal internacional foi estabelecido provavelmente ainda em
1474, em Breisach, Alemanha, para julgar Peter Von Hagenbach,
por haver permitido que suas tropas estuprassem e matassem
civis, saqueando suas propriedades. Séculos depois, na década de
1860, um dos fundadores do movimento da Cruz Vermelha, Gustav
Monnier, propunha a elaboração de um Estatuto para um Tribunal
Penal Internacional, sem, contudo, encontrar grande receptividade.

Motivado pelos acontecimentos do Holocausto Nazista, o Tribunal de Nuremberg


teve o propósito de julgar os alemães que compactuaram com a ideologia racial
e julgá-los em corte internacional. Uma grande contribuição foi a cláusula em que
mesmo quando um direito é permitido no âmbito interno de um país, se esse direito
violar o Direito Internacional, principalmente em casos da dignidade humana, é
levado à punição internacional.

Assim como o de Nuremberg, os Tribunais de Ruanda, para analisar o massacre


entre duas etnias, e o da Iugoslávia também contribuíram para que a construção de
um Tribunal geral fosse criado. O aprimoramento dessa ideia trouxe benefícios para
a proteção à pessoa no âmbito internacional. Antecedido também por Tribunais
Militares, Tribunais Regionais e Comissões de Direito Internacional, o Tribunal Penal
foi criado após a Guerra Fria, apenas em 1994, advento de uma nova ordem mundial.

Os princípios que podem ser julgados pelo TPI são casos como o extermínio de
populações, o genocídio, os crimes contra a humanidade, os crimes de guerra e
os crimes de agressão, ou seja, é um tribunal judicial que tem a capacidade e a
jurisdição para processar pessoas por violação de leis humanitárias. Com o Tribunal
pretende-se preservar a paz e, sobretudo, proteger a dignidade da pessoa humana.

Vamos listar alguns crimes que são identificados no TPI em três categorias, listadas
a seguir:

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Genocídio:

utilizam-se todas as formas possíveis para que alguma religião específica,


tribo, etnia, grupo nacional ou qualquer especificidade de um típico grupo
pessoal, seja atingido. Assim, o TPI tem a grande missão de parar com
essa destruição em massa, que pode ser total, desmando uma população
ou parcial, onde grande parte sofre consequências. De acordo com Guerra
(2014), existem alguns casos em que a destruição é “destinada a impedir
nascimentos no seio do grupo; transferência, à força, de crianças do grupo
para outro grupo”

Crimes contra a Humanidade:

têm como base filosófica a ideia de que certos ataques contra determinado
grupo de pessoas, pela sua crueldade e pela gravidade dos seus danos,
consistem em ataques a todos os seres humanos.
Podemos trazer alguns exemplos. Ataques contra determinado grupo
populacional, perseguição e desaparecimento de pessoas, crimes de
apartheid, tortura, extermínio ou escravidão compõem a lista desse tipo de
crime.

Crimes de guerra:

dizem respeito às barbaridades cometidas em campos de batalha, que


extrapolam qualquer razoabilidade e violam normas internacionais. Por
exemplo, homicídio doloso, tortura, imigração forçada, ataques a populações
civis, cortes de recursos básicos de sobrevivência, como comida e água,
ataques químicos, dentre outros, fazem parte desse rol de crimes.
O Tribunal Internacional Penal para Direitos Humanos foi criado pelo Estatuto
de Roma de 15 de junho a 17 de julho de 1998. Ele entrou em vigor em 2002 e
hoje é o principal meio de combater e julgar os crimes internacionais. Sediada
na Holanda, o TPI é considerado um ator internacional.

A importância dos Direitos Humanos nas relações


internacionais
Vamos discorrer um pouco sobre a importância dos Direitos Humanos nas relações
internacionais. Assim, poderemos compreender melhor a relação à importância de
existirem cortes as organizações internacionais que se dedicam a tratar desse tema.

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Direitos Humanos são os direitos base de todos os seres humanos. Eles podem ser
direitos civis e políticos, como propriedade privada, liberdade de pensamento, de
expressão, igualdade de todos perante a lei, direito à nacionalidade, de participar do
governo do seu Estado, de votar e ser votado, dentre outros direitos liberais;

Podem estar relacionados à direitos econômicos, sociais e culturais, como direitos


ao trabalho, à educação, à saúde, à previdência social, à moradia, à distribuição de
renda, fundamentados no valor de igualdade de oportunidades, dentre outros direitos
dessa natureza;

Ou podem dizer respeito a direitos difusos e coletivos, como direito à paz, direito ao
progresso, autodeterminação dos povos, direito ambiental, direitos do consumidor,
inclusão digital, todos eles fundamentados no valor fraternidade.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas


afirma que “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em
direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros
em espírito de fraternidade.” Por isso, a ideia é exatamente que esses direitos não
aceitem discriminações.

Curiosidade
Vamos lembrar que a humanidade é marcada por tragédias que
tem origem na intolerância. Holocausto, limpeza étnica, terrorismo,
colonialismo – são termos que nos remetem às piores barbáries
cometidas pelo ser humano. Para evitar a repetição desses
acontecimentos, os Direitos Humanos não aceitam exceção: todos
os homens, independente do que façam ou tenham feito, são
dignos desses direitos.

Assim, quando os direitos humanos são infringidos, tem-se por base recorrer
a tribunais nacionais, ou mesmo internacionais. Por exemplo, o Tribunal Penal
Internacional tem como função julgar os indivíduos que cometem crimes de
genocídio, crimes de guerra, crimes contra a humanidade e os crimes de agressão.

Nas Américas por exemplo, a Corte, ou o Tribunal Interamericano de Direitos


Humanos, exerce função parecida. No entanto, ao invés de julgar pessoas, ela julga
os Estados que não respeitam Direitos Humanos.

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Criada através do Pacto de San José da Costa Rica, de 1969, a Corte Interamericana
de Direitos humanos é uma instituição judiciária autônoma cujo objetivo é a
aplicação e a interpretação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos.
O Brasil, particularmente, já sofreu processos na Corte por não respeitar alguns
direitos. A Lei Maria da Penha, por exemplo, que criminaliza a violência contra a
mulher, surgiu a partir de uma condenação que o país sofreu neste Tribunal.

Assim é que basicamente funcionam as instituições que têm por dever manter
direitos de cidadania e integridade social, evitando crimes de guerra, crimes contra a
humanidade e violações dos direitos humanos em geral.

O nascimento de uma jurisdição permanentemente universal é um grande passo


em direção da universalidade dos Direitos humanos e do respeito do direito
internacional. As cortes internacionais, bem como os tribunais regionais, estão
presentes em diversos lugares do mundo, causando grande influência tanto nas
políticas públicas quanto na legislação de seus Estados associados.

Fechamento
Como visto, os direitos humanos são aqueles direitos considerados básicos e
inerentes a todos os seres humanos. São direitos conquistados ou reconhecidos ao
longo da história, ao longo de uma luta histórica pelo conhecimento da dignidade de
todos os seres humanos e a concepção de que todos são titulares de direitos.

No plano internacional, é possível verificar que muitos tratados e pactos objetivam


manter viva a discussão sobre os direitos humanos, além de buscar a sua
efetividade. Para a efetividade dos direitos humanos destaca-se o Tribunal Penal
Internacional que processa e julga crimes contra a humanidade e de violação de
direitos humanos, além de exercer outras atribuições correlatas.

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Referências
AMARAL JÚNIOR, A. do. Curso de Direito Internacional Público. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 2013.

GUERRA, S. Curso de Direito Internacional Público. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos.


Disponível em: https://www.ohchr.org/EN/UDHR/Documents/UDHR_Translations/
por.pdf. Acesso em: out. 2020.

PIOVESAN, F. Temas de Direitos Humanos. São Paulo: Saraiva, 2013.

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