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203-82
Dos Direitos
Humanos
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Apresentação
Os direitos humanos são constantemente invocados, além de serem muito
discutidos nas mídias mundiais. Situações de conflitos e guerras internacionais
geralmente suscitam essa discussão, pois não é raro que os direitos humanos sejam
violados nessas situações extremas.
Vamos conhecer mais sobre os direitos humanos. Primeiro, verá uma clássica
divisão entre gerações ou dimensões de direitos humanos. Na segunda e terceira
parte, você verá a aplicabilidade desses direitos no plano internacional, além de
conhecer mais sobre as Cortes Internacionais que tem como principal objeto os
direitos humanos.
Segundo Guerra (2014), a evolução dos Direitos Humanos, que foram sendo
incrementados ao longo da história, faz com que esses direitos sejam classificados
por ondas geracionais ou por dimensão. Essa divisão ocorre em três partes, que
foram desenvolvidas e conquistadas no decorrer dos séculos:
Direitos de primeira geração ou direitos civis: são expressos pela igualdade dos
homens perante a lei e são resultantes da Declaração Francesa dos direitos do
Homem e do Cidadão, durante a Revolução Francesa no século XVIII. Também a
Constituição dos Estados Unidos da América em 1787 teve grande impacto na
consolidação dos direitos civis e resguarda os direitos políticos e econômicos. Essa
primeira geração marca a secularização do Estado, ou seja, o Estado independente
dos laços com as instituições religiosas.
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Atenção
A primeira geração de direitos foi influenciada pelos iluministas
que desenvolveram suas teorias na mesma época da Revolução
Francesa e da Independência dos EUA e também teve a efetivação
do contrato social, idealizada pelos contratualistas, que faziam
parte do movimento Iluminista.
Curiosidade
Alguns teóricos do DIP discutem as três gerações baseadas no
lema da Revolução Francesa de Igualdade, Liberdade e Fraternidade.
A divisão dos direitos em gerações é muito parecida com os
princípios da revolução iluminista da França.
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Esses direitos são garantidos por diversas instituições, sendo os direitos civis
guardados sob a instituição dos Tribunais de Justiça, com papel decisivo na
promoção e no registro do novo direito conquistado. Os Parlamentos e as Câmaras
locais são as instituições garantidoras dos direitos políticos e os direitos sociais
se encontram atrelados aos sistemas educacionais, serviços sociais e políticas
praticadas pelo Poder Executivo.
Atenção
O DIH tem por objetivo garantir a proteção da população civil,
mesmo nos casos de conflitos com caráter internacional. Isso
significa que o direito é aplicável igualmente entre as partes,
não interessando quem iniciou as ofensivas. Em decorrência da
aceitação desses direitos no plano internacional pelos Estados, a
efetivação dos direitos se tornam imperativas – mesmo que nem
sempre cumpridas - na comunidade internacional.
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Os civis não podem ser objetos de retaliação nem alvos durante o conflito, pois o
principal propósito dos DIH é preservar a dignidade da pessoa, por isso os alvos são
apenas militares, como bases e campos de exército. Também é vetado o abuso de
poder bélico, ou seja, deve-se revidar de forma proporcional à ofensiva recebida pela
parte adversa.
Atenção
Além desses princípios gerais instaurados pelo Direito Internacional
Humanitário o Movimento da Cruz Vermelha adota alguns princípios
que norteiam suas ações. São elas: a humanidade, a neutralidade,
a independência, o caráter voluntário, a universalidade e a unidade.
Sendo o indivíduo passível de direitos humanos para manter sua integridade, entra
em cena a humanidade como sujeito do direito internacional. Segundo Amaral Júnior
(2013), a humanidade como um todo se torna gradualmente um sujeito, assim como
os Estados e Organizações Internacionais, o que significa que ela possui direitos.
Elevar o homem, individualmente, e a humanidade, coletivamente, são feitos que
ainda estão em processo de desdobramento no mundo contemporâneo.
O sistema Global
Na história da inserção dos direitos humanos universais, encontramos alguns
documentos que marcaram a trajetória dessa conquista. Esses documentos são
a Carta das Nações Unidas (1945), a Declaração Universal dos Direitos Humanos
(1948), o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional
dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, de 1966. Em especial, a Declaração
Universal dos Direitos Humanos impulsionou os avanços nesta área do Direito
Internacional. A partir desses documentos básicos, vários documentos, tratados e
pactos foram assinados e incorporados pelos Estados membros da ONU.
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Curiosidade
O Sistema Global da ONU é composto por instrumentos
normativos gerais e especiais e também por organismos que têm
como função a vigilância dos direitos humanos. Os instrumentos
normativos gerais são aqueles que integram a Carta Internacional
de Direitos Humanos, que é integrada pela Declaração Universal
dos Direitos Humanos, pelo Pacto Internacional dos Direitos Civis
e Políticos e pelo Pacto Internacional dos Direitos Econômicos,
Sociais e Culturais. Além disso, também integram o conjunto
normativo do Sistema Global, as Convenções Internacionais, que
são os instrumentos especiais, voltados para a prevenção da
discriminação ou à proteção de pessoas ou grupos vulneráveis.
Atenção
A criação do novo Conselho de Direitos Humanos pretende tratar
a temática na mesma importância que as questões da segurança
e do desenvolvimento, debatidas no âmbito do Conselho de
Segurança e do Conselho Econômico e Social (ECOSOC).
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Atenção
Para começar a estudar o sistema Interamericano, é necessário ter
em mente que a Convenção Americana de Direitos Humanos está
pautada no tratado estabelecido em São José na Costa Rica, em
1969, que foi ratificado e entrou em vigor em 1978. Esse primeiro
acordo trata de direitos civis e políticos dos países membros.
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Comissão:
Segundo Piovesan (2013), o tribunal teve sua ideia realmente encabeçada por três
tentativas de criação, relativas ao Tratado de Sèvres, ao Tratado de Versailles e à
Convenção contra o Terrorismo, todas após a Primeira Grande Guerra.
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Curiosidade
A ideia de um Tribunal Penal Internacional não é recente. O primeiro
tribunal internacional foi estabelecido provavelmente ainda em
1474, em Breisach, Alemanha, para julgar Peter Von Hagenbach,
por haver permitido que suas tropas estuprassem e matassem
civis, saqueando suas propriedades. Séculos depois, na década de
1860, um dos fundadores do movimento da Cruz Vermelha, Gustav
Monnier, propunha a elaboração de um Estatuto para um Tribunal
Penal Internacional, sem, contudo, encontrar grande receptividade.
Os princípios que podem ser julgados pelo TPI são casos como o extermínio de
populações, o genocídio, os crimes contra a humanidade, os crimes de guerra e
os crimes de agressão, ou seja, é um tribunal judicial que tem a capacidade e a
jurisdição para processar pessoas por violação de leis humanitárias. Com o Tribunal
pretende-se preservar a paz e, sobretudo, proteger a dignidade da pessoa humana.
Vamos listar alguns crimes que são identificados no TPI em três categorias, listadas
a seguir:
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Genocídio:
têm como base filosófica a ideia de que certos ataques contra determinado
grupo de pessoas, pela sua crueldade e pela gravidade dos seus danos,
consistem em ataques a todos os seres humanos.
Podemos trazer alguns exemplos. Ataques contra determinado grupo
populacional, perseguição e desaparecimento de pessoas, crimes de
apartheid, tortura, extermínio ou escravidão compõem a lista desse tipo de
crime.
Crimes de guerra:
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Direitos Humanos são os direitos base de todos os seres humanos. Eles podem ser
direitos civis e políticos, como propriedade privada, liberdade de pensamento, de
expressão, igualdade de todos perante a lei, direito à nacionalidade, de participar do
governo do seu Estado, de votar e ser votado, dentre outros direitos liberais;
Ou podem dizer respeito a direitos difusos e coletivos, como direito à paz, direito ao
progresso, autodeterminação dos povos, direito ambiental, direitos do consumidor,
inclusão digital, todos eles fundamentados no valor fraternidade.
Curiosidade
Vamos lembrar que a humanidade é marcada por tragédias que
tem origem na intolerância. Holocausto, limpeza étnica, terrorismo,
colonialismo – são termos que nos remetem às piores barbáries
cometidas pelo ser humano. Para evitar a repetição desses
acontecimentos, os Direitos Humanos não aceitam exceção: todos
os homens, independente do que façam ou tenham feito, são
dignos desses direitos.
Assim, quando os direitos humanos são infringidos, tem-se por base recorrer
a tribunais nacionais, ou mesmo internacionais. Por exemplo, o Tribunal Penal
Internacional tem como função julgar os indivíduos que cometem crimes de
genocídio, crimes de guerra, crimes contra a humanidade e os crimes de agressão.
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Criada através do Pacto de San José da Costa Rica, de 1969, a Corte Interamericana
de Direitos humanos é uma instituição judiciária autônoma cujo objetivo é a
aplicação e a interpretação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos.
O Brasil, particularmente, já sofreu processos na Corte por não respeitar alguns
direitos. A Lei Maria da Penha, por exemplo, que criminaliza a violência contra a
mulher, surgiu a partir de uma condenação que o país sofreu neste Tribunal.
Assim é que basicamente funcionam as instituições que têm por dever manter
direitos de cidadania e integridade social, evitando crimes de guerra, crimes contra a
humanidade e violações dos direitos humanos em geral.
Fechamento
Como visto, os direitos humanos são aqueles direitos considerados básicos e
inerentes a todos os seres humanos. São direitos conquistados ou reconhecidos ao
longo da história, ao longo de uma luta histórica pelo conhecimento da dignidade de
todos os seres humanos e a concepção de que todos são titulares de direitos.
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Referências
AMARAL JÚNIOR, A. do. Curso de Direito Internacional Público. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 2013.
GUERRA, S. Curso de Direito Internacional Público. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
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