Você está na página 1de 17

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/337448708

Suscetibilidade a Erosão dos Solos da Bacia Hidrográfica Lagos -São João, no


Estado do Rio de Janeiro -Brasil, a partir do Método AHP e Análise
Multicritério Susceptibility to Eros...

Article  in  Revista Brasileira de Geografia Física · December 2019


DOI: 10.26848/rbgf.v12.4.p1415-1430

CITATIONS READS

2 1,075

3 authors:

Vanessa Saraiva Antonio Soares da Silva


Rio de Janeiro State University Rio de Janeiro State University
2 PUBLICATIONS   4 CITATIONS    30 PUBLICATIONS   168 CITATIONS   

SEE PROFILE SEE PROFILE

Jefferson Pereira Caldas Santos


Fundação Oswaldo Cruz
36 PUBLICATIONS   92 CITATIONS   

SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

Arbo-Alvo: Proposta Metodológica de Estratificação de Áreas de Risco para o Dengue, Chikungunya e Zika em Cidades Endêmicas Brasileiras View project

Monitoramento Epidemiológico do Processo de Implantação do COMPERJ View project

All content following this page was uploaded by Jefferson Pereira Caldas Santos on 24 November 2019.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


Revista Brasileira de Geografia Física v.12, n.04 (2019) 1415-1430.

Revista Brasileira de
Geografia Física
ISSN:1984-2295
Homepage: https://periodicos.ufpe.br/revistas/rbgfe

Suscetibilidade a Erosão dos Solos da Bacia Hidrográfica Lagos – São João, no


Estado do Rio de Janeiro – Brasil, a partir do Método AHP e Análise
Multicritério

Vanessa Ingrid Saraiva Pereira Caldas1, Antônio Soares da Silva2, Jefferson Pereira Caldas dos Santos3
1
Ms. em Geografia, Pesquisadora GESOLT, Instituto de Geografia - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Campus Francisco Negrão de Lima.
Endereço: Rua São Francisco Xavier, 524, Maracanã, Rio de Janeiro – RJ – Cep 20550-900. vanessaicsaraiva@hotmail.com (autor correspondente).
2
Dr. em Geologia, Professor Adjunto, GESOLT, Instituto de Geografia - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Campus Francisco Negrão de Lima.
Endereço: Rua São Francisco Xavier, 524, Maracanã, Rio de Janeiro – RJ – Cep 20550-900. asoares.uerj@gmail.com. 3Dr. em Epidemiologia em Saúde
Pública, Tecnologista em Pesquisa e Desenvolvimento, Coordenador das RedesFito, Centro de Inovação em Biodiversidade e Saúde (CIBS), Instituto
de Tecnologia em Fármacos Farmanguinhos – Fundação Oswaldo Cruz, Av. Comandante Guaranys, 447 – Jacarepaguá, Rio de Janeiro/ RJ, CEP:
22775-903. jefferson.santos@far.fiocruz.br.
Artigo recebido em 25/11/2018 e aceito em 23/05/2019
RESUMO
A erosão dos solos é um problema muito comum em áreas tropicais como o Estado do Rio de Janeiro (Brasil). Este estudo
teve como objetivo elaborar um mapa de suscetibilidade à erosão dos solos por meio de levantamento de dados de
erodibilidade, erosividade, declividade, geomorfologia e uso do solo, fazendo uso da análise multicritério, apoiada na
Análise de Processos Hierárquicos (AHP), em uma bacia do estado do Rio de Janeiro, a bacia Lagos – São João. O mapa
elaborado ao final do estudo evidenciou que as áreas centrais da referida bacia possuem uma maior suscetibilidade à
erosão dos solos. Para a validação deste mapeamento foram utilizadas as estatísticas kappa e a correlação de Pearson com
valores de 0,8 e 0,7 respectivamente. Com o objetivo de auxiliar a tomada de decisão para um melhor planejamento da
área de estudo, foi elaborado um diagnóstico da erosão dos solos – estado atual, definidas em cinco estágios, onde se
observou que cerca de 30% da bacia, já apresenta sinais de erosão severa e muito severa, correspondentes aos estágios 4
e 5 definidos no estudo.
Palavras-chave: Erosão; Bacia São João; AHP

Susceptibility to Erosion of Soils of the Lagos - São João Basin, in the State of
Rio de Janeiro - Brazil, from the AHP Method and Multicriteria Analysis

ABSTRACT
Soil erosion is a very common problem in tropical areas such as the State of Rio de Janeiro (Brazil). The objective of this
study was to elaborate a map of soil erosion susceptibility by means of erodibility, erosivity, slope, geomorphology and
soil use data, using the multi-criteria analysis, based on Hierarchical Process Analysis (AHP), in a basin in the state of
Rio de Janeiro, the Lagos - São João basin. The map elaborated at the end of the study showed that the central areas of
the basin are more susceptible to soil erosion. For the validation of this mapping, the kappa statistics and the Pearson
correlation with values of 0.8 and 0.7 respectively were used. In order to help decision making for a better planning of
the study area, a diagnosis of soil erosion - current state, defined in five stages was elaborated, where it was observed that
about 30% of the basin already shows signs of severe erosion, corresponding to stages 4 and 5 defined in the study.
Keywords: Erosion; São João Basin; AHP

Introdução
O solo é um recurso de fundamental Alimentação e a Agricultura (FAO) em 576
importância em âmbito global, sendo considerado milhões de hectares, dos quais, 45% encontram-se
como um recurso para atender às necessidades da afetados, apresentando diferentes níveis de
população humana (Gardi et al. (2015). O potencial degradação, impulsionados pelo uso intensivo e
agrícola da América Latina é estimado pela alterações do regime climático (Gardi, et al., 2015).
Organização das Nações Unidas para a

Saraiva, V. I. C.; Silva, A. S. DA.; Santos, J. P. C. 1415


Revista Brasileira de Geografia Física v.12, n.04 (2019) 1415-1430.

A dinâmica da erosão dos solos é um Model for Evaluating Agricultural Watersheds -


processo cíclico, equilibrado e contribui para a AGNPS (Young et al., 1989), Water Erosion
transformação do modelado da paisagem. Porém, a Prediction Project - WEPP (Blackburn et al., 1991).
pressão antrópica advinda do uso intensivo do solo Estes modelos obtiveram êxito nas
vem alterando continuamente o equilíbrio do ciclo aplicações desenvolvidas nos seus países de
erosivo intensificando a perda de materiais origem, em parte devido a qualidade de dados
constituintes dos solos (Espindola, 2005; Mafra, primários que são os inputs destes modelos. Mas,
2009, Blum et al., 2018). para replicá-los em outros ambientes é necessário a
A erosão acelerada dos solos se configura sua calibração. Como foram desenvolvidos em sua
atualmente como um grande problema ambiental e maior parte em países do hemisfério norte, a
agrícola. Pimentel et al. (1995) calcularam que calibração para ambientes tropicais torna-se ainda
todos os anos, cerca de 12.x106 hectares terras mais importante (Chaves, 1991).
aráveis são incapacitadas de utilização ou Alguns modelos ganharam destaque pela
abandonadas. Vidal-Torrado (2005) calculou que capacidade de simular a erosão dos solos, sem a
para o ano de 2001 foram transportados, apenas necessidade de grande aporte de dados primários
pela erosão hídrica, aproximadamente 1 bilhão de quantitativos, tais como as metodologias Delphi
toneladas de materiais provenientes de áreas (Estes e Kuespert, 1976) e a Analytic Hierachy
agrícolas. Miklos (1993), já no ano de 1993 se Process - AHP (Saaty, 2008). Estas metodologias
utilizou do termo “assassinato do solo”, onde procuram se basear seus resultados no
tratava da preocupação com as perdas excessivas conhecimento de expertos no tema. Estes métodos
de solos. surgiram para atender demandas de gerenciamento
Para alimentar a humanidade com e tomada de decisão, porém tem ganhado campo
qualidade calcula-se ser necessário uma área nas ciências ambientais por sua praticidade e
agricultável disponível de 0,5 ha/per capita, para proximidade de resultados dos modelos
isso torna-se necessário aumentar a produtividade matemáticos. Quando associados às ferramentas de
a longevidade das culturas, manejando os solos Sistemas de Informações Geográficas (SIGs)
utilizados adequadamente (Pimentel, 1995). possuem um grande potencial de aplicabilidade na
O Brasil ao longo dos anos desenvolveu análise e identificação de áreas de suscetibilidade à
intensamente atividades agrícolas e pecuaristas, erosão.
subsidiados pela vastidão de suas terras Os SIGs, devido à grande capacidade de
agricultáveis somados ao clima tropical e relevo processamento, visualização de diferentes temas e
mais suave ondulado. Contudo, os solos passaram integração temática, possibilitam análises
a apresentar problemas de erosão acelerada, como realizadas pelos pesquisadores na replicação de
por exemplo, a Cunha (1995) ao pesquisar a bacia modelos conceituais já existentes, como nos
hidrográfica do rio São João expressou a trabalhos desenvolvidos por Rossi e Pfeifer (1999)
intensificação dos processos erosivos na região, e Bonilla e Johnson (2012). E também são
que contribuem efetivamente nos processos de ferramentas essenciais na aplicação de modelos
assoreamento das drenagens locais, observadas em conceituais com base na experiência do
seu estudo. pesquisador: Pradeep et al. (2015) e Chen e Zha
Os primeiros modelos de erosão dos solos (2016).
surgiram com intuito de entender e predizer a Trabalhos que unam metodologias de
erosão dos solos, contribuindo para o aumento da conhecimento do pesquisador associados aos SIGs
produtividade e melhorando o manejo de diferentes permitem elaboração de modelos de
áreas. Dentre os modelos de erosão que simulam a suscetibilidade a erosão que podem ser mais
dinâmica hidrológica e erosiva através de equações facilmente aplicados e replicados em outras áreas.
matemáticas e dados quantitativos, podem ser Neste sentido, o presente estudo tem por objetivo
destacados: Equação Universal de Perda de Solo avaliar a suscetibilidade à erosão laminar dos solos
(Wischmeier e Smith, 1978) e sua versão da bacia hidrográfica Lagos – São João, no estado
modificada (MEUPS) (Rernard, et al., 2011), o do Rio de Janeiro (Brasil).
Areal Nonpoint Source Watershed Environment
Response Simulation - ANSWERS (Beasley et al., Área de Estudo
1980), Agricultural Non-point Source Pollution

Saraiva, V. I. C.; Silva, A. S. DA.; Santos, J. P. C. 1416


Revista Brasileira de Geografia Física v.12, n.04 (2019) 1415-1430.

Figura 1: Mapa de localização da Bacia Hidrográfica Lagos – São João.


detalhe para a bacia, onde se evidenciou uma
As bacias hidrográficas dos Lagos, rio São grande área favorável à mecanização (Lumbrelas,
João e do rio Una formam uma região hidrográfica 2001). No entanto, parte destas planícies possuem
no estado do Rio de Janeiro (Brasil), denominada solos hidromórficos, notadamente Gleissolos,
Bacia Lagos – São João. Suas principais massas Organossolos e Neossolos Quatzarênicos
d’água são: o rio São João, rio Una e um complexo hidromórficos, e nas áreas de relevo suave
de canais de drenagem que desaguam no sistema ondulado a ondulado predominam Argissolos de
lagunar das Baixadas Litorâneas, somando uma baixa fertilidade (Lumbreras et al., 2001). Deve-se
área total de aproximadamente 3.800 km² (Figura ressaltar ainda que estes solos distribuídos nas
1). Está inserida na Bacia do Atlântico Sudeste e áreas planas possuem teores elevados de sódio que
seu maior curso d`água é o rio São João, com cerca remete aos níveis mais elevados do mar a que a área
de 120 km de extensão. foi submetida nos fenômenos de regressão e
Essa região tem sua importância pautada transgressão marinha (Dias et al., 2009 e Castro et
principalmente na atividade turística devido à al., 2014).
beleza cênica da zona costeira, representada pelas Os solos mais profundos, como Latossolos,
cidades de Armação dos Búzios, Arraial do Cabo e se distribuem nas bases das escarpas serranas
Cabo Frio. locais, onde a pluviosidade é superior a 2.000
Geomorfologicamente, a bacia apresenta mm/ano. Nas áreas escarpadas em setores de maior
extensas planícies e relevo ondulado e suave declividade predominam Neossolos Litólicos e
ondulado, somando mais da metade da área da Cambissolos.
bacia (Saraiva, 2015). O restante da bacia é O clima regional é influenciado pela Massa
formado por degraus estruturais e serras escarpadas Tropical Atlântica, a temperatura média da bacia
composta por rochas gnáissicas granitoides que oscila entre 18°C a 24°C (INEA, 2010). As áreas
compõem a Serra dos Órgãos (Heilbron et al., da bacia próximas às encostas e cimos da Serra do
2004). Mar compõem uma faixa de clima mais amenos, já
Era intenção do governo brasileiro na porção litorânea situam-se as maiores
implantar projetos agropecuários, realizando assim temperaturas da bacia, com uma média anual de
um mapeamento de solos em escala de maior 25°C (INEA, 2010).
Saraiva, V. I. C.; Silva, A. S. DA.; Santos, J. P. C. 1417
Revista Brasileira de Geografia Física v.12, n.04 (2019) 1415-1430.

Metodologia Fazenda São Nova


Pluviosidade Parracho (2012)
João Friburgo
A metodologia do presente estudo se
dividiu em diversas etapas, desde levantamento de Silva
Quartéis Pluviosidade Parracho (2012)
Jardim
dados até os trabalhos de campo e finalização dos
relatórios com as análises.
O plano de informação da declividade da
Construção do Banco de Dados Espaciais bacia foi calculado a partir de curvas hipsométricas
com equidistância de 10 metros fornecidos pela
Esta etapa do trabalho envolveu a base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia
elaboração do banco de dados e posteriormente a e Estatística - IBGE. Após calculadas as
confecção de planos de informação, na escala de declividades se, estas foram classificadas em seis
1:100.000, com os temas necessários a análise classes correspondentes a classificação adotada
suscetibilidade à erosão dos solos. Os dados pelo manual da EMBRAPA: 0 – 3%; 3 – 8%; 8 –
espaciais foram processados no software ArcGis 20%; 20 – 45%; 45 – 75%; e > 75%, plano, suave
10.0, utilizando o datum SIRGAS2000. ondulado, ondulado, forte ondulado, montanhoso e
A erodibilidade dos solos (fator K) foi escarpado, respectivamente.
calculada através da equação de Bouyoucos Para identificação das unidades de relevo
(Bouyoucos, 1935) utilizando os dados de se utilizou a análise de ortofotos 1:50.000 (IBGE),
granulometria disponibilizados na literatura dos imagens de satélite Alos de alta resolução (5
mapeamentos de solos da área (Lumbreras et al., metros), dados de hipsometria (10 metros),
2001; Carvalho Filho et al., 2003 e Saraiva et al., hidrografia, altitude (5 metros), manipulando-os no
2016). Para os tipos de solos que não puderam ser software ArcGIS 10.2. Assim, o plano de
amostrados, foi realizada busca na literatura, foi o informação geomorfologia foi elaborado a partir da
caso do Cambissolo Háplico e Neossolo Litólico geração de um Modelo Digital de Elevação pelas
utilizando para este o fator K calculado por Costa curvas de nível e da visualização composição RGB
et al. (2005). (cor verdadeira) de imagens de satélite Alos
A erosividade foi calculada para a bacia processados em ambiente SIG, para
pelo índice EI30, para este cálculo foram utilizados individualização das unidades de relevo. Os
dados de pluviosidade de estações distribuídas ao parâmetros para a classificação das morfologias
longo da bacia hidrográfica Lagos – São João foram baseados em Dantas (2002). Sendo descritas
levantados por Gonçalves et al. (2006), as seguintes unidades geomorfológicas: Planícies,
Montebeller et al. (2007) e Parracho (2012). O Colinas isoladas, Morros e Morrotes, Suave
quadro 1 enumera as 13 estações pluviométricas colinoso, Alinhamento serrano isolado, Maciços
adotadas, sendo adotada como série mínima de intrusivos alcalinos, Maciços costeiros e interiores,
dados o mínimo de 20 anos. O modelo de Escarpas serranas e Escarpas serranas degradadas.
interpolação na geração da espacialização da O plano de informação de uso e ocupação
erosividade foi a Krigagem, método que faz uso do das terras baseado no mapeamento elaborado pelo
processo o Gaussiano de Regressão. Instituto Estadual do Meio Ambiente (INEA,
2011), agregando classes para atender o objetivo do
Quadro 1: Estações pluviométricas estudo. As classes definidas para o uso e ocupação
das terras foram: agricultura (ag), pasto em área de
Estações Tipo de várzea (ptv), pastagem (ptg), floresta (fl),
Município Fonte dos Dados
Pluviométricas Dado vegetação em estágio inicial de sucessão (Fldes),
solo exposto (Sexp), Terraços alagadiços (in),
Montebeller et
Álcalis Cabo Frio Erosividade
al.(2007) Manguezias (mg), dunas (dn), restingas (rt), salinas
Montebeller et
(sl), área urbanizada (urb), aforamento rochoso
Macaé Macaé Erosividade (afl).
al.(2007)
Erosividade
Gonçalves et
Rio Mole Saquarema e
al.(2002)
Análise de Processo Hierárquico da Erosão dos
Pluviosidade Solos (AHPES)
Erosividade
Cachoeiras de Cachoeiras Gonçalves et al.
e
Macacu de Macacu
Pluviosidade
(2002) O método de Análise de Processos
Hierárquicos subsidiou a atribuição dos pesos de
Erosividade
Tanguá Rio Bonito e
Gonçalves et al. cada plano de informação, determinando assim, a
(2002) contribuição relativa de cada um na integração dos
Pluviosidade
Silva dados. Para isso foi estruturada uma árvore
Gaviões Pluviosidade Parracho (2012)
Jardim

Saraiva, V. I. C.; Silva, A. S. DA.; Santos, J. P. C. 1418


Revista Brasileira de Geografia Física v.12, n.04 (2019) 1415-1430.

hierárquica onde os especialistas definiram a Nota 1 - Muito Baixo: receberão esta nota
hierarquia entre os critérios. as classes que compõem um impacto praticamente
nulo na contribuição para a erosão laminar dos
Pesos dos Planos de Informação solos da bacia Lagos – São João.
Nota 2 – Baixo: receberão esta nota, as
Os especialistas definiram a importância
classes que compõem uma contribuição pequena
relativa de cada plano de informação através de
para a erosão laminar dos solos da bacia Lagos –
uma comparação paritária (par a par) entre estes. A
São João.
Escala Fundamental auxiliou na quantificação dos
julgamentos gerados por cada especialista, por Nota 3 – Moderado: receberão esta nota, as
meio de uma escala de valores que variam de 1 a 9. classes que compõem uma contribuição moderada
Os pesos significam: Peso 1 – igual importância; para a erosão laminar dos solos da bacia Lagos –
Peso 2 – intermediário entre o peso 1 e 3; Peso 3 – São João.
moderadamente importante; Peso 7 – muito Nota 4 – Forte: receberão esta nota, as
fortemente mais importante; 1/2 – intermediário classes que possuem uma forte contribuição para o
entre 1 e 1/3; 1/3 moderadamente menos aumento da erosão laminar dos solos da bacia
importante; 1/7 – muito fortemente menos Lagos – São João.
importante (Quadro 2).
Nota 5 - Muito Forte: receberão esta nota,
Quadro 2: Matriz de comparação par a par – AHP, as classes que possuem uma alta contribuição para
utilizada para suscetibilidade à erosão laminar. o aumento da erosão laminar dos solos da bacia
Variáveis Escala AHP Lagos – São João.
Geomorfologia Solos Clima Declividade Uso A partir desta padronização das notas e dos
Geomorfologia 1 1/2 1/3 1/3 1/7 pesos de cada plano de informação foi realizada a
Solos 2 1 1/2 1/3 1/7 integração temática dos diferentes planos de
Clima 3 2 1 1 1/3 informação através da “Combinação Linear
Declividade 3 3 1/3 1 1/3 Ponderada”. Esta metodologia consistiu na
Uso do solo 7 7 3 3 1 utilização de álgebra de mapas, onde os diferentes
planos de informação foram cruzados, com seus
Após a comparação par a par e a discussão pesos e notas, gerando um mapa resultante com
dos resultados entre os especialistas, foram gerados valores que variam no mesmo padrão das notas dos
os pesos finais para cada plano de informação planos de informação base.
selecionado na suscetibilidade à erosão laminar.
Validação do Mapa de Suscetibilidade à Erosão
Normalização dos Planos de Informação e
A validação do mapeamento gerado foi
Geração do Mapa de Suscetibilidade Erosão.
realizada a partir da verificação em campo de 20
Os planos de informação foram pontos aleatórios e estabelecida uma área de
normalizados em cinco notas (1 a 5), de acordo influência de 5 quilômetros de raio para cada
com o impacto de cada classe para a erosão dos ponto. Nestes pontos foram descritos e
solos. Receberam nota 1 as diferentes classes que documentadas por meio de fotos as formas e tipos
contribuem muito pouco para a erosão dos solos, de processos erosivos encontrados (Figura 2).
abaixo essas notas são descritas em maior
detalhamento:

Saraiva, V. I. C.; Silva, A. S. DA.; Santos, J. P. C. 1419


Revista Brasileira de Geografia Física v.12, n.04 (2019) 1415-1430.

Figura 2: Mapa de localização dos pontos de observação do diagnóstico


A partir destes dados utilizou-se o índice laminar severa e até mesmo processos de
“kappa ponderado” (Cohen, 1968) definido como voçorocamento.
uma medida de concordância usada em escalas A figura 3 apresenta exemplos de áreas
nominais, onde se pode estabelecer o quanto as classificadas com os estágios estabelecidos no
observações se afastam daquelas esperadas, junto estudo. Nas microbacias onde não foi possível a
com a correlação de Pearson (Garson, 2009) para marcação de um ponto e avaliação presencial,
avaliar percentualmente a acurácia do mapeamento devido à dificuldade de acesso, foi realizada uma
final. interpretação visual a partir de imagens e satélite de
alta resolução do ano de 2012 disponíveis na
Diagnóstico de Erosão dos Solos da Bacia Lagos – galeria do ArcGis 10.2.
São João
A fim de oferecer um panorama das
erosões já existentes na bacia Lagos - São João, foi
realizado um diagnóstico da erosão dos solos. Para
isto, primeiramente se subdividiu a bacia em
microbacias, utilizando como base a divisão de
microbacias adotada pelo Comitê de bacias Lagos
– São João. Na realização deste levantamento
foram estabelecidos cinco estágios da erosão, onde
se buscou analisar os sinais erosivos, sua
profundidade atingida distribuição na microbacia
em questão (Figura 3).
Estágio 1: onde não se encontravam sinais
de erosão acelerada; estágio 2: onde se percebia o
início de processo erosivo laminar mais acelerado; Figura 3: Ambientes classificados com as notas de
estágio 3: áreas onde ocorreram erosão moderada; diagnóstico de erosão. Foto A:estágio 5; Foto B:
estágio 4: onde a erosão laminar era severa e se estágio 4; 3:Foto C: estágio 3; Foto D: estágio 2 e
iniciavam processos erosivos lineares; e estágio 5: Foto E: estágio 1.
onde ocorriam muitos processos lineares, erosão
Saraiva, V. I. C.; Silva, A. S. DA.; Santos, J. P. C. 1420
Revista Brasileira de Geografia Física v.12, n.04 (2019) 1415-1430.

Resultados É observado o aumento gradual da


precipitação anual (variando de 750 a 2400
Planos de informação, pesos e normalização mm/ano) e erosividade desde o litoral até os
divisores de água da bacia, situados em Silva
A erodibilidade dos solos variou de 0,004 Jardim (Figura 4).
ton.ha.h/ha.MJ.mm em um Gleissolo Melânico, até Quando comparado mês a mês, observa-se
0,487 ton.ha.h/ha.MJ.mm em um Neossolo que dezembro apresenta a maior taxa de
Quartzarênico (quadro 3). erosividade em ambas as estações. No entanto, na
estação Álcalis a erosividade é de
Quadro 3: Erodibilidade dos solos da bacia Lagos aproximadamente 800 Mj.mm/ha.h.ano, na estação
– São João. Quartéis este valor passa a ser superior a 2.000
Fonte da Erodibilidade Mj.mm/ha.h.ano.
Solo Tipo (ton.ha.
Informação h/ha.MJ.mm)
Argissolo Vermelho -
Embrapa - P2 0,017
Amarelo
Argissolo Vermelho Embrapa - P37 0,019
Argissolo Amarelo Embrapa - P50 0,042
Latossolo Vermelho-Amarelo Embrapa - P19 0,011
Carvalho Filho
Latossolo Vermelho 0,015
(2003)
Latossolo Amarelo Embrapa P12 0,017
Cambissolo Háplico Embrapa - P114 0,033
Neossolo Regolítico Embrapa - P107 0,012
Carvalho Filho
Neossolo Litólico 0,039
(2003)
Nitossolo Háplico Embrapa - P109 0,012
Luvissolo Crômico Embrapa - P110 0,024
Planossolo Háplico Embrapa - P101 0,056
Planossolo Nátrico Embrapa - P98 0,12
Planossolo Hidromórfico Embrapa - P94 0,041
Gleissolo Háplico Embrapa - P8 0,043
Gleissolo Melânico Embrapa - P56 0,005
Gleissolo Tiomórfico Embrapa - P58 0,004
Gleissolo Sálico Embrapa - P96 0,219
Espodossolo Ferrocárbico Embrapa - P53 0,218
Espodossolo Cárbico Embrapa - P67 0,355
Neossolo Flúvico Embrapa - P5 0,043
Neossolo Quartzarênico Embrapa - P63 0,487

A classe de erodibilidade de maior


predomínio na bacia é a forte (34%), seguida da
moderada (29%) e da classe muito forte, que
representou 23% da área da bacia. As classes baixa
e muito baixa erodibilidade somam juntas,14%.
Associações de solos com presença de
Argissolo Amarelo, Neossolo Litólico,
Cambissolos, Planossolos, Gleissolo Háplico,
Figura 4: Gráfico indicando as precipitações
Gleissolo Sálico, Neossolo Flúvico, Neossolo
médias mensais do período de 1994 a 2014 e
Quartzarênico e Espodossolo tiveram maior
erosividade máxima e mínima na bacia Lagos –
erodibilidade final. Porém, Gleissolos,
São João.
Espodossolos, Neossolos Quartzarênicos e
Neossolos Flúvicos ocorrem em declividade Existe uma tendência geral de um aumento
praticamente nula, não havendo sinais de processos da declividade conforme se chega ao interior da
erosivos, diferente dos Argissolos, Cambissolos e bacia. A classe de declividade 0 a 3% é a de maior
Neossolos Litólicos que ocupam áreas de maior ocorrência na bacia hidrográfica Lagos-São João,
declividade e são comumente associados aos com cerca de 1.657 km2 ou 47% da área, se
problemas de erosão no Brasil (Lumbreras et al., concentrando junto às planícies litorâneas e às
2001; Carvalho Filho et al., 2003; De Bodas planícies de inundação do rio São João e seus
Terassi et al., 2014). afluentes. As classes de 3 a 8%, 8 a 20 %, 20 a 45%
A erosividade variou de 3.543 MJ/ha.mm ocorrem principalmente na porção central da bacia,
(Álcalis) até 10.076 Mj.mm/ha.h.ano (próximo à já as classes de 45 – 75% e acima de 75% se
Quartéis) mostrando relação com o máximo e o concentram no interior da bacia nos divisores
mínimo índice de pluviométrico referentes aos principais.
meses de maior e menor precipitação da bacia.
Saraiva, V. I. C.; Silva, A. S. DA.; Santos, J. P. C. 1421
Revista Brasileira de Geografia Física v.12, n.04 (2019) 1415-1430.

Foram identificadas 10 unidades No quadro 4 estão os resultados do


geomorfológicas: Alinhamentos Serranos Isolados, julgamento par a par feitos pelos expertos que
Escarpas Serranas, Escarpas Serranas Degradadas, resultaram nos pesos que cada plano de informação
Maciços Intrusivos Alcalinos, Maciços Costeiros e terá na composição do mapa síntese.
Interiores, Morros e Morrotes, Domínio Suave
Quadro 4: Importâncias dos Planos de Informação
Colinoso, Colinas Isoladas, e as Planícies Aluviais,
obtidas a partir do método AHP.
Flúvio-lagunares e Costeiras. Destacam-se em área
ocupada as Planícies Aluviais e Flúvio-lagunares e Quadro de Importancias dos Planos de
o Domínio Suave Colinoso. Informação
Média das
Planos de Informação
Outro aspecto analisado quando se busca Importâncias (%)
entender a erosão acelerada dos solos são as Aspectos da
6
atividades antropogênicas desenvolvidas em Geomorfologia
determinada área. Para a bacia hidrográfica Lagos
Erodibilidade 9
– São João existe uma extensa utilização dos solos
para atividades de pastagens, que ocupam da área
Erosividade 22
da bacia. Este uso distribui-se por toda a área de
estudo, sendo especialmente concentrado na
Declividade 15
porção central da bacia. A pecuária presente na
bacia é do tipo extensiva. Ao percorrer a área em Aspectos do Uso e
48
trabalhos de campo pode-se visualizar extensas Ocupação das Terras
áreas de pastagem nas colinas suaves da bacia, não
foi identificada nenhuma prática conservacionista. No quadro 5 segue um resumo das
As áreas urbanizadas principais da bacia se normalizações de cada plano de informação onde
concentram no litoral, onde seu crescimento se deu as classes contidas em cada mapeamento elaborado
principalmente pela atividade turística. A foram reagrupadas variando da nota 1 até a nota 5,
agricultura na bacia é uma atividade incipiente e como foi explicado na metodologia deste artigo. Na
pontual, normalmente ligada a produção de frutas Figura 5 seguem os mapas dos planos de
cítricas. informação normalizados.

Quadro 5: Normalização dos planos de informação.


Tabela de Normalização (Notas de 1 a 5)
Erodibilidade -
Erosividade - R Declividade
Normalização K Geomorfologia Uso do Solo
(Mj.mm/ha.h.ano) (%)
(ton.h/Mj.mm)
Nota 1 <=0.010 não existiu 0-3 Planícies In; Mg; Dn; Rt
Nota 2 0.010 <=K< 0.020 2452 <=R< 4905 3a8 Suave colinoso Fl, Ptv

Colinoso e
Nota 3 0.020<=K<0.030 4905 <=R< 7300 8 a 20 Fldes
Colinas inoladas
Morros e
Nota 4 0.030<=K<0.040 7300<=R<9300 20 a 30 Ag
morrotes
Alinhamentos
Nota 5 K>0.040 K>9300 >30 serranos, escarpas PTg e Sexp
e Maciços

Saraiva, V. I. C.; Silva, A. S. DA.; Santos, J. P. C. 1422


Revista Brasileira de Geografia Física v.12, n.04 (2019) 1415-1430.

Figura 5: Normalização dos planos de informação. Mapa 1: Uso e Ocupação das Terras; Mapa 2: Declividade;
Mapa 3: Erodibilidade dos Solos; Mapa 4: Geomorfologia; Mapa 5: Erosividade.

Erosão dos Solos da Bacia Lagos – São João

O Mapa de suscetibilidade à erosão


laminar dos solos da bacia Lagos São João
apresenta solos nas cinco as classes de erosão
(Figura 6).

Saraiva, V. I. C.; Silva, A. S. DA.; Santos, J. P. C. 1423


Revista Brasileira de Geografia Física v.12, n.04 (2019) 1415-1430.

Figura 06: Mapa de suscetibilidade à erosão laminar da bacia Lagos – São João.
A classe muito baixa se concentrou nas cobertura vegetal possuem as maiores declividades
porções litorâneas e junto às áreas adjacentes aos (acima de 30%). Os tipos de solos predominantes
canais de drenagem, essas áreas de relevo são os Cambissolos e Neossolos Litólicos nos
totalmente plano totalizam cerca de 45% da bacia setores mais declivosos das vertentes das Serras
(1.580 km²). dos Órgãos e associações compostas por
O principal domínio morfológico desta Latossolos e Argissolos nas bases destas escarpas.
classe são as amplas regiões de baixadas, onde se A presença de cobertura florestal mais densa
ocorrem planícies fluviais, costeiras e lagunares, a oferece uma proteção natural à ação da água da
declividade não ultrapassa 3%, sendo este o fator chuva, porém neste setor se tem registros de
determinante para a inclusão destas áreas nesta constantes movimentos de massa devido à alta
classe de suscetibilidade à erosão. Porém, foi precipitação (superior a 2000 mm/ano) como
possível identificar outro tipo de degradação demonstrado por Parracho (2012).
encontrada nestas áreas foi a erosão em margens de As áreas classificadas como alta
rios, ocasionada pelo caminhar do gado ao suscetibilidade à erosão ocupa 25% de toda a área
atravessar as drenagens ou para dessedentação. da bacia (870 km²). Ocorre principalmente na
Esse tipo de degradação já vem sendo debatido região central da bacia, nesta classe se concentram
como comum em pastagens de zonas ripárias (Dias solo de muito alta erodibilidade, tais como os
e Thomaz, 2011). Planossolos e Argissolos que se distribuem ao
A classe de baixa suscetibilidade à erosão longo das colinas onduladas e suave onduladas
ocorreu principalmente em áreas de relevo suave onde o principal tipo de uso é de pastagens. Esta
colinoso, com declividade oscilando entre 3 e 8%. combinação de solos, declividade moderada e uso
Os tipos de uso e ocupação variaram de campo para pastagens, sem nenhum tipo de manejo, torna
aberto, onde foi retirada a vegetação, mas não se estes solos mais propensos a deflagração de
tem uso de pastagens e às pastagens pontuais. É a processos erosivos. A erosividade na área é
classe de menor representatividade da bacia moderada em torno de 7.000 MJ/ha.mm.
ocupando cerca de 3% (112 km²). Esta classe tem ocorrência mais pontual no
A classe de suscetibilidade à erosão setor nordeste da bacia, especificamente nas zonas
moderada ocupa cerca de 23% (805 km²) e ocorre de declividade variando de 20 a 30%, o uso e
em diferentes setores da bacia que apesar da ampla ocupação também são de pastagens, mas o tipo de
Saraiva, V. I. C.; Silva, A. S. DA.; Santos, J. P. C. 1424
Revista Brasileira de Geografia Física v.12, n.04 (2019) 1415-1430.

solo é Latossolos Amarelo e Latossolo Vermelho- número na bacia, recobrindo áreas com maior
Amarelo onde se concentram espacialmente áreas diversidade de relevo e precipitação. Distribuem-se
de erosividade moderada (de 5.000 a 7.000 principalmente na porção central da bacia, com
MJ/ha.mm). declividade moderada (até 20%) e em geral
A classe de muito alta suscetibilidade predominam associações de solos onde os
ocupa 116 km² (3% da área mapeada) e possui Argissolos são a principal classe. Foram incluídas
ocorrência pontual. Nesta classe estão os solos que nesta classe de diagnóstico as microbacias do rio
estão situados sob declividades superiores a 30%, Jundiá e a microbacia do alto curso do rio São João,
uso com pecuária ou agricultura, erosividade que possuem declividade acentuada (em torno de
moderada ou superior, erodibilidade moderada ou 40%) e estão em sua maior parte florestadas. Porém
superior e as morfologias Morros e Morrotes, existe ao longo destas, de forma pontual, área de
Escarpas Serranas ou Maciços Serranos. pastagens, com sinais de erosão severa, ainda que
A validação do mapa foi feita a partir do pontuais.
índice kappa, cujo valor final de 0,8 foi
As bacias de nota 4, que apresentaram
considerado bom, de acordo com a escala de
sinais de erosão muito severa, situam-se
Landis e Koch (1977). Foi elaborada uma
principalmente na zona central e norte da bacia. A
correlação de Pearson a partir dos resultados
microbacia do rio Aldeia Velha e do rio Lontra
observados em campo e os gerados pelo modelo de
apresentam declividades acima de 20% e solos do
erosão com valor aproximado de 70% de
tipo Cambissolos, Latossolos e Argissolos. O
correlação.
principal fator observado nestas áreas foi o uso de
pastagem, independente da declividade. Isto
Diagnóstico de erosão da bacia hidrográfica
associado a erosividade mais elevadas (acima de
Lagos – São João.
5.000 Mj.mm/ha.h.ano), pode auxiliar no
Foram avaliadas 29 microbacias que entendimento do desenvolvimento de processos
compõem a bacia Lagos – São João (Figura 07). erosivos severos nestas localidades.
As microbacias de nota 1 estão situadas em Destaca-se que nas microbacias situadas
porções pouco declivosas (até 3%), junto a zona no entorno da Represa de Juturnaíba, os solos
costeira. A microbacia de Búzios é uma exceção mostraram-se com sinais erosivos em praticamente
por ser mais declivosa (20%), no entanto por todas as declividades superiores a 3%. A
apresentar cobertura vegetal mais preservada microbacia do rio Carijó e Godinho, apresenta um
possui maior proteção contra a erosão. relevo suave ondulado, porém devido ao uso com
pastagens, foi observado erosão laminar severa.
As microbacias de nota 2 que apresentaram
sinais de erosão moderada estão situadas em área Quatro microbacias receberam nota 5 e
de relevo suave colinoso (até 8% de declividade). apresentaram erosão extremamente severa e
Os solos que compõem estas bacias são: processos erosivos lineares. Três microbacias
Argissolos, Planossolos e alguns solos possuem relevo colinoso, solos do tipo Argissolos
hidromórficos indiscriminados. A precipitação e a erodibilidade elevada (maior do que 0,030
nestas áreas está em torno de 1.700 mm/ano com ton.h/Mj.mm). Os sinais de erosão laminar
erosividade moderada e o principal uso é o de ocorrem nas áreas com declividade oscilando entre
pastagens. 6 e 10%, e ravinas e voçorocas nas áreas com
declividade e torno de 30%.
As microbacias que apresentaram sinais de
erosão moderada a severa, nota 3, são em maior

Saraiva, V. I. C.; Silva, A. S. DA.; Santos, J. P. C. 1425


Revista Brasileira de Geografia Física v.12, n.04 (2019) 1415-1430.

Figura 07: Mapa de Diagnóstico das Erosões dos Solos da Bacia Lagos – São João
declividade implica em maior energia para o fluxo
Discussão superficial aumentando a capacidade do fluxo em
O Mapa de Suscetibilidade à Erosão gerar erosão. Da mesma forma, por estarem
Laminar dos Solos da Bacia Lagos – São João situadas em trechos com elevada precipitação,
demonstrou que, em geral, a bacia apresenta uma estas áreas propensas à ocorrência de movimentos
alta suscetibilidade aos processos erosivos, apesar de massa.
das planícies e colinas de baixa declividade. As A relação entre uso e ocupação dos solos
classes alta e muito alta suscetibilidade somam da bacia e sua suscetibilidade à erosão, mostrou
48% dos solos da bacia. que áreas com alta suscetibilidade a processos
A literatura se tem discutido os ciclos de erosivos (nota 4 ou 5) possuem com principal
erosão e sua ligação com as atividades de atividade o uso do solo como pastagem de bovinos.
pastagem. O ciclo da erosão acelerada Sem dúvidas, esta combinação promove o
normalmente se inicia na retirada da vegetação desequilíbrio destes sistemas ambientais.
nativa para implantação do pasto, e posteriormente O Mapa de Diagnóstico dos Processos
a compactação dos horizontes superficiais gerada Erosivos da Bacia mostrou a associação entre uso
pelo pisoteio do gado (Dias e Thomaz, 2009). do solo e a instalação de processos erosivos. É
Quando bem manejadas, as pastagens não geram relativamente comum a perda quase que total do
processos erosivos acelerados, porém, na bacia não horizonte A através da erosão laminar, mas quando
foi documentado nenhum tipo de manejo dos solos situados em áreas de maior declividade observou-
nas pastagens da bacia. Importante ressaltar que se a formação de ravinas e voçorocas. Este
estas pastagens ocorrem, na maior parte das vezes, resultado vai de acordo com estudos realizados por
sobre Argissolos e Latossolos, no setor de colinas Neves et al. (2013) e De Bodas Terassi et al. (2014)
isoladas e sobre Argissolos e Planossolos, no setor sobre o efeito das pastagens em seus estudos,
de relevo suave colinoso. concluindo com a aceleração dos processos
Foi observado que áreas de elevada erosivos que se intensificaram nas áreas estudadas.
declividade (montanhosas e escarpadas) vem sendo As áreas florestadas não apresentam
incorporadas às atividades de pastagem. A maior problemas relacionados à erosão acelerada, porém,
Saraiva, V. I. C.; Silva, A. S. DA.; Santos, J. P. C. 1426
Revista Brasileira de Geografia Física v.12, n.04 (2019) 1415-1430.

devido às elevadas declividades e erosividade central, que apresentam alta suscetibilidade à


foram notadas cicatrizes de movimento de massa erosão, e em sua maioria, apresentaram sinais de
durante o controle de campo e mesmo nas imagens erosão severos e muitos severos.
de satélites analisadas. Esses processos são
A escala de microbacias, adotada para a
considerados normais e associados à evolução da
realização do diagnóstico de erosão atendeu a
Serra do Mar e de outros alinhamentos serranos do
necessidade deste mapeamento para a bacia. Porém
estado do Rio de Janeiro (Silva et al., 2016; Guerra
a microbacia do rio Mato Grosso foi uma exceção,
et al., 2017).
situada no município de Saquarema, as feições
Destaca-se que nas declividades superiores erosivas são pontuais. Mesmo sob floresta, as áreas
a 3% já se notam sinais de erosão dos solos. Para com declividade mais acentuadas são zonas
Webster (2005), apesar do relevo suave, já existe sensíveis devido a intensidade do voçorocamento.
inclinação suficiente para o início do escoamento
Uma importante discordância entre o
superficial. A classe de declividade com maior
modelo de suscetibilidade à erosão e o diagnóstico
quantidade de feições erosivas severas e muito
de erosão dos solos ocorreu nas microbacias
severas foi a que variou se 15% a 20%, e
próximas às baixadas do rio São João e Una. Nesta
correspondem às colinas da zona central da bacia.
microbacia a suscetibilidade a erosão foi maior do
Os Argissolos são os solos mais que o diagnóstico de erosão dos solos. Estas áreas
recorrentes na bacia. Todos os tipos de Argissolos apresentam solos de alta erodibilidade, como
apresentam elevada erodibilidade, mas dentre eles, Argissolos, morfologia suave colinosa, com uso
os Argissolos Amarelo são os de maior predominante de pastagem, porém, tiveram
erodibilidade na bacia. diagnóstico entre nota 2 e 3 (erosão fraca a
moderada), enquanto sua suscetibilidade era, em
As chuvas da bacia, mesmo nos trechos
sua maior parte nota 4 – alta suscetibilidade. As
onde o total pluviométrico é baixo, são
pastagens nessas áreas eram menos intensamente
concentradas no verão. Na porção central da bacia
utilizadas o que pode ter influenciado neste
este efeito tende ser ainda mais pronunciado, pois
resultado, ainda que essa discordância possa ser
o total pluviométrico anual médio de 1.700 mm
analisada de forma verticalizada em estudos
tende a se concentrar em poucos meses do ano.
futuros.
Estas chuvas são moderadas e fortemente erosivas.
Estas áreas, que apresentam poucos sinais
A porção central da bacia indica ser a zona
erosivos, podem ser adequadas para a implantação
mais propensa a ocorrência de processos erosivos,
de pastagens, que hoje já existem, porém, em
pois apresentam os solos com maior erodibilidade,
menor proporção, do que na zona central, onde a
erosividade moderada a alta, declividade
erosão dos solos é mais severa.
moderada, colinas onduladas e o uso de pastagem.
Ao todo dez microbacias, que perfazem Conclusão
cerca de 30% da bacia (cerca de 1.200 km²),
apresentaram diagnóstico de erosão severa ou A análise multicritério aliada ao método
muito severa, uma intensa remoção de material, AHP foram boas ferramentas para a análise da
visto que nestes solos os horizontes superficiais já suscetibilidade à erosão, gerado um mapeamento
foram parcialmente ou totalmente removidos. A que obteve um bom índice kappa e correlação.
maior remoção de solos e pluviosidade variando O modelo gerado evidenciou que o uso de
entre 1.500 mm/ano e 2.000 mm/ano pode-se pastagem foi fundamental para a alta
imaginar maior assoreamento de canais fluviais e suscetibilidade à erosão dos solos. Este uso quando
na própria represa de Juturnaíba, conforme combinado com solos de alta erodibilidade ou alta
apontado por Oliveira e Mello (2007) e pelo declividade culminou em áreas de alta e muito alta
próprio Comitê de Bacias (Bidegain, 2011). suscetibilidade.
Ao se realizar a comparação entre a O diagnóstico de erosão por microbacias
suscetibilidade à erosão laminar e o diagnóstico de mostrou que 30% das bacias da área de estudo
erosão foi possível notar similaridades, que ajudam apresenta sinais severos ou muito severos de erosão
a corroborar o modelo aplicado: (1) as áreas dos solos. E confirmou que o uso de pastagens, sem
escarpadas e florestadas, apresentam moderada qualquer tipo de manejo, é o principal motivador
suscetibilidade à erosão laminar e em campo foram dos processos erosivos observados.
observados sinais de erosão moderada e mais
concentrados em áreas de uso de pastagem, nas A zona central da bacia é uma área
bases das encostas; (2) as microbacias da zona problemática devido a intensa atividade pastoreia
Saraiva, V. I. C.; Silva, A. S. DA.; Santos, J. P. C. 1427
Revista Brasileira de Geografia Física v.12, n.04 (2019) 1415-1430.

somado à solos de alta erodibilidade, declividade Editora Borntraeger Science Publishers.


moderada e moderada/alta erosividade, sendo Stuttgart, Alemanha. 1 Edição. 171 pg.
observado no diagnóstico de erosão sinais de
Bonilla CA, Johnson OI. 2012. Soil erodibility
erosão laminar severa e linear em todo o
mapping and its correlation with soil properties
compartimento.
in Central Chile. Geoderma;189–190:116–23.
As pastagens de alta declividade, que
Bouyoucos GJ. 1935.The clay ratio as a criterion of
ocorrem nos Maciços e Serras locais da área são
susceptibility of soils to erosion. Journal of the
preocupantes dos pontos de vista da deflagração
American Society of Agronomy 1.
dos processos erosivos, pois ocorrem em áreas de
alta inclinação e erosividade alta, onde processos Carvalho Filho A de, Lumbreras JF, Wittern KP,
de movimentos de massa já são comuns e relatados Lemos AL, Santos RD, Calderano Filho B, et al.
por estudos anteriores. 2003. Levantamento de Reconhecimento de
Baixa Intensidade dos Solos do Estado do Rio
Estudos mais verticalizados podem
de Janeiro. Embrapa Solos.
auxiliar no entendimento da dinâmica erosiva dos
Argissolos da área que foram os solos de maior Castro RA, Quecine M, Lacava PT, Batista BD,
propensão aos processos erosivos. Podendo Luvizotto DM, Marcon J, et al. 2014. Isolation
auxiliar também no entendimento da dinâmica and enzyme bioprospection of endophytic
erosiva entre encosta e canal em processos de bacteria associated with plants of Brazilian
assoreamento notados na bacia. mangrove ecosystem. SpringerPlus 3, 382.
Medidas de proteção dos solos por meio de Chaves HML. 1991. Análise global de
manejo de pastagens poderia auxiliar na sensibilidade dos parâmetros da equaçáo
diminuição dos processos erosivos intensificados, universal de perda de solo modificada (muscle).
levar esta informação para produtores locais Revista brasileira de ciência do solo 15(3):345–
poderia ser de importância para o reconhecimento 50.
da problemática da erosão dos solos na Bacia Cohen J. 1968. Weighted kappa: Nominal scale
Lagos – São João. Tendo isto em vista, todo o agreement provision for scaled disagreement or
material gerado por este artigo foi apresentado ao partial credit. Psychological
Comitê de Bacia Lagos – São João, e se estuda Bulletin.;70(4):213–20.
ampliar a divulgação para produtores locais.
Costa TC e C da, Lumbreras JF, Zaroni MJ, Naime
Agradecimentos UJ, Guimarães SP, Uzeda MC. 2005.
Estimativas de Perdas de Solo para Microbacias
Este trabalho foi realizado durante uma Hidrográficas do Estado do Rio de Janeiro.
bolsa de estudos da Coordenação de Embrapa solo.
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
D. B. Beasley, L. F. Huggins, E. J. Monke.1980.
(CAPES).
ANSWERS: A Model for Watershed Planning.
Transactions of the ASAE 23:0938–44.
Referências
Dantas M. 2000. Geomorfologia do Estado do Rio
Bidegain P. 2011. Planejamento Territorial e dos de Janeiro. [citado 12 de novembro de 2018];
Recursos Hídricos da Região Hidrográfica Disponível em:
Lagos São João. http://rgdoi.net/10.13140/RG.2.2.32582.57923
Blackburn WH, Pierson FB, Schuman GE, De Bodas Terassi PM, Silveira H, Bonifácio CM.
Zartman R, Laflen JM, Flanagan DC, et al. 2014. Variação da estabilidade de agregados e
1994. The WEPP Model and Its Applicability as suas relações com a vulnerabilidade dos solos
for Predicting Erosion on Rangelands. In: SSSA ao longo de uma vertente na região Noroeste do
Special Publication [Internet]. Soil Science Paraná. Boletim de Geografia 29, 166.
Society of America; [citado 10 de novembro de Devide ACP, de Castro CM. 2014. História
2018]. Disponível em:
Ambiental do Vale do Paraíba Paulista, Brasil.
https://dl.sciencesocieties.org/publications/boo
Revista Biociências. 20(1):18.
ks/abstracts/sssaspecialpubl/variabilityinra/11
Dias ACF, Andreote FD, Dini-Andreote F, Lacava
Blum, E.H.; Schad, P.; Nortcliff, S. Essentials of PT, Sá ALB, Melo IS, et al. 2009. Diversity and
Soil Science. Soil formation, functions, use and biotechnological potential of culturable bacteria
classification (World Reference Base, WRB).
from Brazilian mangrove sediment. World
Saraiva, V. I. C.; Silva, A. S. DA.; Santos, J. P. C. 1428
Revista Brasileira de Geografia Física v.12, n.04 (2019) 1415-1430.

Journal of Microbiology and Biotechnology Montebeller CA, Ceddia MB, Carvalho DF de,
25:1305–11. Vieira SR, Franco EM. 2007. Variabilidade
espacial do potencial erosivo das chuvas no
Dias WA, Thomaz EL. 2011. Avaliação dos efeitos
Estado do Rio de Janeiro. Engenharia Agrícola
do pastoreio sobre a erosão em margens de
27, 26–35.
canal fluvial em sistema de faxinal. Sociedade
& Natureza 23, 23–35. Neves Neto DN, Santos AC dos, Santos PM, Melo
JC, Santos JS. 2013. Análise espacial de
Estes GM, Kuespert D. 1976. Delphi in industrial
atributos do solo e cobertura vegetal em
forecasting. Chemical and Engineering News
diferentes condições de pastagem. Revista
54, 40–7.
Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental
Garson GD. 2009. Structural Equation Modeling. 17, 995–1004.
In: Statnotes: Topics in Multivariate Analysis
Oliveira FL, Mello EF. 2007. A mineração de areia
[Internet]. Disponível em:
e os impactos ambientais na bacia do rio São
https://faculty.chass.ncsu.edu/garson/PA765/st
João, RJ. Revista Brasileira de Geociências 37,
atnote.htm
374–89.
Gonçalves FA, Silva DD da, Pruski FF, Carvalho
Parracho SC. Interações sobre a pluviosidade em
DF de, Cruz ES da. 2006. Índices e
encostas de clima tropical úmido e os
espacialização da erosividade das chuvas para o
movimentos de massa: o caso de sub-bacias do
Estado do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de
Alto Rio São João - RJ [Internet]. Universidade
Engenharia Agrícola e Ambienta 10, 269–76.
do Estado do Rio de Janeiro; 2012. Disponível
Guerra AJT, Fullen MA, Jorge M do CO, Bezerra em:
JFR, Shokr MS. 2017. Slope Processes, Mass http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php
Movement and Soil Erosion: A Review. ?codArquivo=4252
Pedosphere 27, 27–41.
Pimentel D, Harvey C, Resosudarmo P, Sinclair K,
Heilbron, M.; Pedrosa-Soares, A.C.; Campos Kurz D, McNair M, et al. 1995. Environmental
NETO, M.C.; Silva, L.C.; Trouw, R.A.J.; and Economic Costs of Soil Erosion and
Janasi, V.A. 2004. Provincia Mantiqueira. IN: Conservation Benefits. Science
Matesso-Neto et al (Editores). Geologia do 267(5201):1117.
Continente Sul-Americano: evolução da obra de
Pradeep GS, Krishnan MVN, Vijith H. 2015.
Fernando Flávio Marques de Almeida. São
Identification of critical soil erosion prone areas
Paulo: Beca, pp. 203-214
and annual average soil loss in an upland
INEA-RJ. Zoneamento Ecológico, Econômico do agricultural watershed of Western Ghats, using
Estado do Rio de Janeiro (ZEERJ) [Internet]. analytical hierarchy process (AHP) and RUSLE
2011. Disponível em: techniques. Arabian Journal of Geosciences 8,
www.rj.gov.br/web/sea/exibeConteudo ?article 3697–3711.
-id=282959
Renard KG, Yoder DC, Lightle DT, Dabney SM.
Landis JR, Koch GG. 1977. The Measurement of 2011. Universal Soil Loss Equation and
Observer Agreement for Categorical Data. Revised Universal Soil Loss Equation. In:
Biometrics 33, 159. Morgan RPC, Nearing MA, organizadores.
Lumbreras JF, Filho A de C, Filho BC, Santos RD Handbook of Erosion Modelling [Internet].
dos. 2001. Levantamento pedológico, Chichester, UK: John Wiley & Sons, Ltd;
vulnerabilidade e potencialidade ao uso das [citado 10 de novembro de 2018]. p. 135–67.
terras quadrículas de Silva Jardim e Rio das Disponível em:
Ostras, Estado do Rio de Janeiro. Embrapa http://doi.wiley.com/10.1002/9781444328455.
Solos. ch8

Mafra, N. M. C. . 2009. Erosão e Planificação de Rossi M, Pfeifer RM. 1999. Remoção de material
Uso do Solo. In: Guerra, A.J.T; Silva, A.S; erodido dos solos de pequenas bacias
Garrido, B.R.. (Org.). Erosão e Conservação de hidrográficas no Parque Estadual da Serra do
Solos: conceitos, temas e aplicação.. 4ed.RIO Mar em Cubatão (SP). Bragantia 58, 141–56.
DE JANEIRO: Editora Bertrand Brasil 301-322 Saaty TL. 2008. Decision making with the analytic
Miklos, A.A.W. 1993. “O assassinato do solo”. hierarchy process. International journal of
Folha de São Paulo. Caderno Dinheiro, Coluna services science 1,83–98.
Opiniãp Econômica.
Saraiva, V. I. C.; Silva, A. S. DA.; Santos, J. P. C. 1429
Revista Brasileira de Geografia Física v.12, n.04 (2019) 1415-1430.

Saraiva VIC, Silva AS da, Santos JPC dos. 2016. Vidal-Torrado P, de Castro SS. 2005. Conceitos e
Uso do mapa de solos como subsídio para aplicações das relações pedologia-
definição de áreas de suscetibilidade à erosão na geomorfologia em regiões tropicais úmidas.;48.
bacia hidrográfica São João, Lagos e Una. Geo
Webster R. Morgan, R.P.C. 2005. Soil Erosion and
UERJ [Internet]. 31 de dezembro de [citado 12
Conservation, 3rd edition. Blackwell
de novembro de 2018];0(29). Disponível em:
Publishing, Oxford, 2005. x + 304 pp. £29.95,
http://www.e-
paperback. ISBN 1-4051-1781-8. European
publicacoes.uerj.br/index.php/geouerj/article/vi
Journal of Soil Science 56(5):686–686.
ew/19660
Young RA, Onstad CA, Bosch DD, Anderson WP.
Silva AS, Guerra AJT, Polivanov H, Fullen MA.
1989. AGNPS: A nonpoint-source pollution
2016. Soil structural indicators of hillslope
model for evaluating agricultural watersheds.
destabilization in the Serra do Mar mountain
Journal of Soil and Water Conservation 44,
range (Rio de Janeiro State, Brazil). Natural
168–73.
Hazards 81, 1177–1191.

Saraiva, V. I. C.; Silva, A. S. DA.; Santos, J. P. C. 1430

View publication stats

Você também pode gostar