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- 2017
Assim, tudo o que há, já havia existido; o que
será, já existiu antigamente; Deus pode
renovar o que já passou!
Ec 3.15 - KJA

As lições do passado, transformam o


presente e projetam o futuro.
Ao contrário do que muitos cristãos pensam a Reforma
Protestante não foi tão somente um movimento religioso.

A Reforma foi um motor que conduziu a Alemanha e outros


países da Europa à liberdade religiosa, social, política, cultural e
econômica.

Seus desdobramentos serviram de ponte entre o Renascimento


e o Iluminismo, desaguando, mais tarde, no largo estuário das
revoluções Americana e Francesa.
Os grandes centros econômicos deslocaram-se do sul para o norte
da Europa, fazendo com que o desenvolvimento social produzido
pelo Renascimento fluísse na mesma direção.

As questões políticas derivadas da Reforma provocaram


divergências profundas entre Roma e, de novo, o norte da
Europa.
As grandes propriedades territoriais da Igreja, isentas
de tributação, causaram indignação aos demais
proprietários, sobre-taxados para compensar aquelas
isenções; além do que a intromissão do papa em
questões políticas produzia sérios questionamentos à
sua autoridade.
No apogeu do catolicismo, o Papa Inocêncio III proclamou-se
vigário (substituto) de Deus e não só de Pedro. Ele considerou-se
o representante do Rei dos reis e Senhor dos senhores: Jesus
Cristo. Portanto, a ele deveriam curvar-se todos os reis da terra.

Inocêncio pregava que a Igreja era “luzeiro maior” que ilumina o


dia, ao passo que o Estado era o “luzeiro menor” que ilumina a
noite (Gn 1.16). Embriagado dessa presunção, Inocêncio dizia ser
o Papa quem conferia ou tirava a coroa dos soberanos.
Pode-se imaginar os efeitos que esses arroubos
produziram não só nas classes desfavorecidas, como
também entre os reis e a nobreza. O ambiente favorável
à certeza de que alguma coisa precisava ser feita para
que uma mudança radical ocorresse, colocando fim a
tamanha manipulação social alicerçada na fé.
Como em toda revolução, o ato inicial da Reforma Protestante
foi feito sem que o padre e professor Martinho Lutero tivesse
a noção da dimensão das transformações das quais aquele
momento seria o marco inaugural. Ele queria o debate.

E, por isso, afixou suas 95 teses na porta da Igreja de


Wittenberg, num texto em que convidava quem não pudesse
estar presente a apresentar suas idéias por escrito.
A Igreja Católica passara a conceder o perdão mediante
contribuições financeiras. Lutero considerava que isso era
venda do perdão, o qual só poderia ser concedido por Deus
diante do arrependimento e da fé.

Eram curtas, as teses de Lutero, mas profundas. Como a de


número 76: ‘As indulgências papais não podem anular sequer
o menor dos pecados veniais.’ Foi o começo do fim de uma
era.
Em 2017, o ato de Lutero faz 500 anos. A sucessão dos eventos
foi avassaladora. Ele contestava o poder do Papa quando o
mundo queria discutir a separação entre a Igreja e o Estado, e
os países exigiam autonomia nacional.

Lutero combatia a idéia de que só os sacerdotes podiam


interpretar o texto sagrado e, por isso, traduziu a Bíblia para
disseminá-la.
Com a invenção do tipo móvel por Johannes Gutenberg, estava
aberta a possibilidade de impressão em grande escala.
Para que as idéias avançassem pela Europa, era preciso que
houvesse mais leitores, e isso alavancou os movimentos de
alfabetização dos fiéis. O mundo foi mudando.
A própria Igreja Católica passou por mudanças a partir dali.
Desafiada, ela encontrou o caminho de se fortalecer na Contra-
reforma.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

A Igreja é o maior milagre da história.

A Igreja foi:
Criada na eternidade
Fundada por Jesus
Inaugurada no Pentecoste
A Igreja em Atos consolidou-se como uma verdadeira Agência
do Reino de Deus – At 2.42 – 47.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Perseguições do Império Romano.

- Em outubro de 54 Nero chegou ao poder.


Insano, pervertido e mau, era filho de Agripina, mulher
promíscua e perversa.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Perseguições do Império Romano.


- Na noite de 18 de julho de 64, um catastrófico incêndio
arrasou Roma.
- Segundo alguns historiadores, o incêndio foi provocado pelo
próprio Nero, que lhe assistiu do topo da torre de Mecenas, no
cume do Paladino, vestido de ator de teatro, tocando a lira e
cantando versos acerca da destruição de Troia.
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UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Perseguições do Império Romano.


- Pelo fato de dois bairros onde havia grande concentração de
judeus e cristãos não terem sido atingidos pelo incêndio, Nero
encontrou uma boa razão para culpar os cristãos pela tragédia.

- A partir daí eclodiu uma grande perseguição contra os


cristãos.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Perseguições do Império Romano.


- Durante o governo de Nero o Apóstolo Paulo foi preso e
degolado e muitas atrocidades e bárbaros crimes se
praticaram contra os cristãos.

- Milhares de cristãos foram amarrados em postes e


incendiados vivos para iluminar as praças e jardins de Roma
à noite.
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UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Perseguições do Império Romano.


- Segundo o historiador Tácido, muitos cristãos foram jogados
na arenas, enrolados em peles de animais para que cães
famintos os matassem a dentadas.
-Outros cristãos foram lançados no picadeiro para que touros
enfurecidos os pisoteassem e esmagassem.
- Em 68 boa parte do império se rebelou contra Nero e ele foi
deposto pelo senado romano.
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UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Perseguições do Império Romano.


- No ano 70 Tito Vespasiano cercou Jerusalém, derrubou seus
muros e destriuiu o templo.

- Ainda no ano 70 o mesmo Tito Vespasiano inaugurou o


Coliseu em Roma e na festa de inauguração, que durou cem
dias, mais de dez mil pessoas foram mortas pelas espadas dos
gladiadores e pelos leões da Líbia.
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UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Perseguições do Império Romano.


- No ano 81 Domiciano sucedeu Tito, sendo chamado de
“segundo Nero”, por causa da fúria com que perseguiu os
cristãos.

- Foi no governo de Domiciano que o Apóstolo João foi


deportado de Éfeso para a Ilha de Pátmos, onde escreveu o livro
de Apocalipse.
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UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Perseguições do Império Romano.


- Por volta do ano 155 Poliparpo foi martirizado e os cristãos
que se recusavam servir os deuses do panteão romano eram
castigados severamente.

- Em 161 Marco Aurélio assumiu o trono e governou até 180.


Durante seu reinado houve dura perseguição aos cristãos, pois
recusavam se dobrar aos deuses pagãos.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Perseguições do Império Romano.


- Nos albores do terceiro século (202) o imperador Sétimo
Severo, com o propósito de consolidar o poder de Roma,
propôs deter o avanço do judaísmo e do cristianismo,
proibindo, sob pena de morte a conversão a estas duas
religiões.
- Neste tempo, Perpétua, mulher jovem e de boa posição
social, amamentando seu filhinho, sofreu com rara bravura o
martírio.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Perseguições do Império Romano.


- Em 249 Décio cingiu-se com a púrpura imperial, diposto a
restaurar a velho glória de Roma. A economia do império
estava em crise e o imperador acreditava que se os súditos o
império voltassem a adorar os deuses, estes voltariam a
favorecer o império.

Tudo o que se opunha a este plano imperial era traição e


falta de patriotismo.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Perseguições do Império Romano.


- No fim do terceiro século, sob o governo de Diocleciano, foi
que desabou sobre a Igreja a maior e mais perversa
perseguição.

- Em 303 lançou um edito onde ordenava a queima de todos os


edifícios e livros cristãos. Os cristãos foram privados de sua
dignidade e de seus direitos civis.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Perseguições do Império Romano.


- Diocleciano ordenou que todos os líderes cristãos fossem
encarcerados e que os cristãos, sob pena de morte pela
desobediência, deveriam sacrificar aos ídolos de Roma.

- Por causa de sua fé, os cristãos sofreram torturas e suplícios


horrendos.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Perseguições do Império Romano.


- A brutal e sangrenta perseguição de Diocleciano sé teve fim
com a promulgação por Galério, do edito de tolerância no dia
30 de abril de 311.

- Foram abertos os cárceres e pedreiras e deles brotou uma


torrente humana de pessoas aleijadas, arrebentadas e tortas,
mas exultantes e com a face brilhando de fulgor pela Glória de
Deus.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Perseguições do Império Romano.


- Em 313 Constantino proclamou o edito de Milão, fazendo
cessar a perseguição aos cristãos, devolvendo-lhes igrejas,
cemitérios e outras propriedades que haviam sido confiscadas.

- Mesmo sob a chibata e a espada, a Igreja cresceu, como disse


Tertuliano: “O sangue dos mártires tornou-se a seiva para a
sementeira do Evangelho”.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Perseguições do Império Romano.


- A perseguição, longe de fazer a Igreja recuar, tornou-a mais
ousada. Longe de destruí-la, fez com que se multiplicasse.

- A Igreja deixou de ser perseguido e o cristianismo tornou-se a


religião oficial do império.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Conversões em Massa.
- Os cristãos, em vez de perseguidos, eram privilegiados. Em
vez de espoliados, eram ajudados.

- A porta de entrada da Igreja não era mais a conversão, mas a


conveniência. Antes confessar o nome de Cristo era expor a
vida ao martírio; agora, significava projeção e segurança.
Antes, ser cristão provocava a fúria dos imperadores, agora
arrancava seus aplausos.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Declaração de Religião Oficial do Estado.


- Privilégios:
1 – rápido crescimento numérico
2 – isenção de encargos públicos ao clero
3 – proibição de sacrifícios pagãos em casas
4 – privilégio de Pessoa Jurídica para igrejas
5 – proibição do trabalho dominical
6 – donativos ao clero, etc.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Declaração de Religião Oficial do Estado.


- Problemas:
1 – rápida paganização da igreja
2 – aceitação do cristianismo pelas vantagens
3 – surgimento de heresias crassas
4 – perda da identidade cristã
5 – concubinato entre igreja e Estado
6 – imperador: chefe da igreja e do Estado
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Declaração de Religião Oficial do Estado.


- A Igreja perdeu o poder espiritual e buscou preencher esse
vazio com um poder econômico e político.

-A Igreja tornou-se rica, opulenta, influente,mas perdeu sua


fonte de vida abundante.

- A Igreja tinha dinheiro, mas não tinha poder. Tinha a bênção


do imperador, mas não a aprovação do céu.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Heresias gritantes introduzidas na Igreja.


1 – oração pelos mortos.
2 – sinal da cruz.
3 – uso de velas.
4 – veneração dos anjos e santos falecidos.
5 – uso de imagens de escultura como objetos de veneração.
6 – missa como sacrifício incruento de Cristo.
7 – exaltação de Maria como mãe de Deus, imaculada,
intercessora, mediadora, corredentora, rainha do céu.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Heresias gritantes introduzidas na Igreja.


8 – extrema unção.
9 – doutrina do purgatório.
10 – adoração da cruz, de imagens e relíquias.
11 – água benta.
12 – canonização dos santos mortos.
13 – celibato.
14 – rosário.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Heresias gritantes introduzidas na Igreja.


15 – inquisição.
16 – venda de indulgências.
17 – doutrina da transubstanciação.
18 – confissão auricular.
19 – adoração da hóstia.
20 – proibição da Bíblia aos leigos.
21 – proibição do cálice ao povo na comunhão.
22 – doutrina dos sete sacramentos e muito mais.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

- O estado de decadência e a apostasia da Igreja urgia uma


reforma.

“... edificarei a minha Igreja, e as portas do


inferno não prevalecerão contra ela”.
Mt 16.18 - ARA
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

- Surgimento da Renascença ou Renascimento, no final do


século XIV e início do século XV, no norte na Itália.

A Renascença foi um movimento cultural que tirou dos


domínios de Roma o controle da economia, das artes, da
ciência, da política e da religião.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

- A Renascença produziu também uma volta aos clássicos e


assim, começou-se a estudar o Novo Testamento no original da
língua grega, conseguindo enxergar quantas distorções foram
introduzidas no cristianismo.

- Em 1450 ocorreu também a invenção da imprensa por


Johannes Gutenberg, possibilitando impressão de vários
exemplares da Bíblia.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

CINCO ÁREAS QUE A RENASCENÇA TOCOU, ABALANDO O DOMÍNIO ABSOLUTO DA IGREJA

1 - ECONOMIA:
Até a Renascença, a Igreja Romana mantinho total controle
sobre a economia. Sua política econômica incentivava o voto à
pobreza, enquanto seus cofres se abarrotavam de dinheiro. Era
virtuoso ser pobre.
Entretanto surgiu na Europa uma nova classe social, a
burguesia, que explorava, através das navegações, largos
horizontes de riquezas.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

CINCO ÁREAS QUE A RENASCENÇA TOCOU, ABALANDO O DOMÍNIO ABSOLUTO DA IGREJA

2 - ARTES:
A Igreja mantinha absoluto controle sobre as artes. Quando
um artista pintava uma tela, fazia o rosto de uma pessoa e o
corpo de um anjo.
Surgiu neste tempo os grandes luminares da escultura e da
pintura, como Leonardo da Vinci e Michelangelo.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

CINCO ÁREAS QUE A RENASCENÇA TOCOU, ABALANDO O DOMÍNIO ABSOLUTO DA IGREJA

3 - CIÊNCIA:
Ao longo dos anos o romanismo promoveu o obscurantismo,
mantendo o povo, tanto quanto possível, sob o manto da
ignorância.
Aqueles que se manifestavam de forma diferente eram tidos
como hereges, como Galileu Galilei, por exemplo.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

CINCO ÁREAS QUE A RENASCENÇA TOCOU, ABALANDO O DOMÍNIO ABSOLUTO DA IGREJA

4 - POLÍTICA:
Havia um verdadeiro concubinato entre a Igreja e o Estado,
entre o poder clerical e o poder político. Não se sabia ao certo
o limite entre o poder do papa e do pode do imperador.
Neste tempo, Maquiavel escreveu a obra “O Príncipe”,
defendendo a tese que a Igreja e o Estado precisam ser
independentes, que o Estado precisa ser laico.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

CINCO ÁREAS QUE A RENASCENÇA TOCOU, ABALANDO O DOMÍNIO ABSOLUTO DA IGREJA

5 - RELIGIÃO:
A religião estava sob rigoroso controle da igreja de Roma. A
Bíblia não era lido pelos leigos. Se alguém ousava lê-la, tinha
que interpretá-la pela hermenêutica da igreja. O mais
importante não era o texto, mas as notas de rodapé.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

CINCO ÁREAS QUE A RENASCENÇA TOCOU, ABALANDO O DOMÍNIO ABSOLUTO DA IGREJA

5 - RELIGIÃO:
Ninguém podia olhar para a Bíblia, senão com os óculos da
igreja. Esta tentou encabrestar a Palavra de Deus e manietar as
consciências. Mas Matinho Lutero, monge agostiniano, certo
dia abriu a Bíblia e leu que “ o justo viverá por fé” (Rm 1.17).
Esta verdade explodiu em seu peito.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

CINCO ÁREAS QUE A RENASCENÇA TOCOU, ABALANDO O DOMÍNIO ABSOLUTO DA IGREJA

5 - RELIGIÃO:
Ele entendeu que a aceitação do homem por Deus não
depende de seus méritos nem de suas obras. A justificação
não se dá mediante as obras da lei, mas pela fé em Cristo
Jesus. Assim, todo o domínio da igreja sobre a consciência das
pessoas foi quebrado, e ela perdeu seu controle sobre a
religião. Estava aberto o caminho para a Reforma.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

Não obstante o sucesso da Reforma Protestante


ser, muitas vezes, atribuído a Lutero, outros antes
dele foram ousados, como precursores, do
movimento reformista.
Sem dúvida Lutero teve seu valor, principalmente
porque soube entender que era o tempo oportuno,
mas os Movimentos Precursores da Reforma foi
alicerce que lhe deu firmeza para a Reforma
Protestante.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

1328 - 1384

JOHN WYCLIFF
Nascido na Inglaterra, filho de camponeses, viveu durante a
época do “cativeiro babilônico” do papado.

Erudito, mestre famoso na Universidade de Oxford, onde


estudou e passou a maior parte da sua vida, era um polemista
demolidor, escritor fluente, pregador ungido.
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UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

1328 - 1384

Foi cognominado estrela da alva da reforma.


Era respeitado em todas as classes sociais. Identificava-se com
o pobres, interessando-se pelos seus problemas. Expunha-lhes
as Escrituras em linguagem simples. Os fidalgos eram seus
amigos porque ele os ajudava a resistir ao clero.

Condenou com veemência o poder exorbitante do papado.


Condenou com austeridade a teoria da transubstanciação,
tachando-a de magia e superstição.
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UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

1328 - 1384

Defendia a tese de que a verdadeira Igreja é


formada pelos eleitos de Deus e não pelos poderosos
eclesiásticos.

Iniciou com grande bravura a tradução da Bíblia para o inglês, a


língua comum do povo.Compreendia que a autoridade da
Igreja não está em sua hierarquia, nem na tradição, mas na
Palavra de Deus. Foi duramente perseguido.
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1328 - 1384

Preso vários meses em sua casa, escreveu livros


que influenciaram corações. Em 1381 retirou-se para sua
paróquia em Lutterworth, onde continuou a escrever e
traduzir a Bíblia, e isto até sua morte, em 1834.

Anos depois, no Concílio de Constança, foi condenado como


herege, seus restos mortais foram exumados e queimados e
suas cinzas lançadas no rio Swift.
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1369 - 1415

Após sua morte, seus seguidores, os lolardos


saíram pela Inglaterra divulgando as doutrinas de Wycliff entre
o povo, condenando as heresias do romanismo e levando a
cabo a tradução da Bíblia para o inglês.
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1328 - 1384

JOHN HUSS
Nasceu na Boêmia e ingressou na Universidade de Praga aos
16 anos. A partir daí passou o restante da sua vida na capital,
exceto seus dois últimos anos de encarceramento em
Constança, de onde saiu para ser queimado vivo.

Em 1402 foi nomeado reitor e pregador da Capela de Belém


onde suas mensagens fervorosas e bíblicas desencadearam um
movimento reformador.
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1328 - 1384

No mesmo ano, ocupou a reitoria da Universidade,


o que favoreceu o avanço dos ideais da Reforma.

Na sua pregação, condenava os abusos da igreja e conclamava


o povo a voltar-se para a Bíblia e suas verdades práticas. As
obras de Wycliff caíram nas mãos de Huss e muito o
influenciaram. Ele continuou a pregar com desassombro e
poder.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

1328 - 1384

Vieram ordens expressas do papa para que Huss


deixasse de pregar. Mas ele tomou a decisão de não atendê-lo
e continuou pregando. Outras ordens vieram e John não as
acatou. Em 1410 foi convocado para ir a Roma e, por não ter
ido, foi excomungado.
John Huss continuou pregando e defendendo que a autoridade
final da Igreja é a Bíblia e não o clero. Combateu a heresia das
indulgências. Foi excomungado novamente em 1412 por não
ter comparecido diante da corte papal.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

1328 - 1384

Por causa da perseguição, precisou mudar-se para


o sul da Boêmia, onde continuou a escrever e a pregar.

Mais tarde foi convidado a comparecer no Concílio de


Constança para se defender. Pediram que se retratasse de suas
doutrinas evangélicas. Devido à sua posição irredutível, John
Huss foi preso em sua casa, no palácio do bispo e depois em
vários conventos.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

1328 - 1384

Na prisão, castigaram-lhe com escassez de pão na


esperança de que retrocedesse em suas posições, mas Huss
com bravura declarou: “Apelo a Jesus Cristo, o único juíz todo-
poderoso e totalmente justo. Em suas mãos deposito minha
causa, pois ele há de julgar cada um não com base em
testemunhos falsos e concílios errados, mas com base na
verdade e na justiça.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

1328 - 1384

Por fim, no dia 6 de julho de 1415, depois de


grande escárnio, queimaram seus livros e levaram-no para a
fogueira. No suplicio da fogueira John Huss morreu clamando
misericórdia a Deus pelos seus inimigos e cantando salmos.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

1328 - 1384

Em meio as chamas, Hohn Huss profetizou: “Hoje


vocês estão matando um ganso (Huss), mas em breve Deus
levantará um cisne (Lutero), e a ele vocês não poderão matar”.

Depois da morte deste mártir do cristianismo, a perseguição


romana tornou-se ainda mais cruel, o que contribuiu para o
crescimento e o fortalecimento dos princípios evangélicos no
meio do povo tcheco.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

1452 - 1498

JERÔNIMO SAVONAROLA
Na Florença italiana do século XV, outro destemido pré-
reformador se levantou nas barbas de Roma.

Savonarola era monge dominicano. Pregou com veemência


sobre os desvios do papa, atacou com vigor os vícios do clero e
denunciou com grande poder o torpor espiritual de sua época.
ENTENDENDO A REFORMA
UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA

1452 - 1498

O papa tentou seduzi-lo oferecendo-lhe um posto


de cardeal, mas ele recusou. Sua pregação ungida abalou as
estruturas de Roma. As multidões se ajuntavam para ouvi-lo.
Sua cidade começou a mudar os hábitos por causa de sua
pregação fervorosa.

Savonarola foi preso e morto pela inquisição: foi queimado na


fogueira em 1449.
A REFORMA

A Reforma foi um movimento que visou trazer a Igreja à pureza


original do cristianismo segundo o Novo Testamento. Depois do
Pentecoste, a Reforma do século XVI foi o maior movimento
espiritual ocorrido dentro da Igreja.

Representou uma volta à Bíblia, ao ensino dos apóstolos e, por


isso a rejeição total a qualquer doutrina sem base nas Escrituras.
A REFORMA
Martinho Lutero

1483 - 1546

Alemão, filho de camponeses, tornou-se monge


agostiniano e entrou para o convento em Erfurt. Buscava com
avidez a salvação de sua alma. Em 1512, aos 29 anos, o texto
de Romanos 1.17, “o justo viverá por fé”, explodiu como
bomba em seu coração. Ali ele descobriu a gloriosa doutrina
da justificação pela fé.
Mais tarde, quando o papa Leão X estava construindo a
basílica de São Pedro, seu emissário Johannes Tetzel foi à
Alemanha vender indulgências, que ofereciam redução das
penas do purgatório.
A REFORMA
Martinho Lutero

1483 - 1546

Convencido de que o tráfico de indulgências


desviava o povo da verdade, oferecendo-lhe falsas esperanças,
Lutero decidiu enfrentar este abuso e, no dia 31 de outubro de
1517, pregou nas portas da Catedral de Wittenberg as 95 teses
contra as indulgências. Estava deflagrado o movimento da
Reforma.

Estas teses foram um golpe no poder papal e no poder da


igreja, que se desviara da fé apostólica.
A REFORMA
Martinho Lutero

1483 - 1546

As teses combateram o pretenso poder da igreja


de ser mediadora entre o homem e Deus, vendendo o perdão
dos pecados, e Lutero foi excomungado pelo papa. Em 1521,
em Worms, na Dieta Imperial, sob ameaça de morte, ele
defendeu sua fé diante do imperador, clérigos, nobres, condes
e embaixadores.

A partir daí o Evangelho passou a ser pregado na língua do


povo.
A REFORMA
Martinho Lutero

1483 - 1546

Nos púlpitos e nos bancos das igrejas havia cópias


da Bíblia traduzida por Lutero.

Cantavam-se por toda a Alemanha hinos evangélicos e salmos,


muitos dos quais escritos pelo próprio Lutero.

Dentre eles destacava-se a “Marselhesa da Reforma”, “Castelo


Forte”.
A REFORMA
Martinho Lutero

1483 - 1546

Dentro de 30 anos, a Igreja na Alemanha tinha


sido reformada, como ninguém jamais poderia ter sonhado.
Os abundantes escritos de Lutero tiveram larga aceitação. E
assim o movimento se espalhou pela Boêmia, Hungria,
Polônia, Inglaterra, Escócia, França, Países Baixos, Escandinávia
e até mesmo pela Espanha e Itália.
BRASÃO DE
LUTERO
“O JUSTO VIVERÁ DA FÉ”
ROMANOS 1.17

Este é o maior símbolo da luta desencadeada por Martinho


Lutero, em nome de uma pureza bíblica e doutrinária, perdida
na Igreja e que apresenta a OBRA DE JESUS QUE LIBERTA!
A cruz preta, envolvida pelo coração
vermelho, significa que Cristo agiu na nossa
vida através da cruz. A nossa vida recebe
um novo sentido. Ele é o mais importante.
A partir dele todas as coisas e pessoas
recebem seus devidos lugares e seu valor.
Jesus o próprio Deus vem ao nosso
encontro, sacrificando sua vida e vencendo
o poder da morte em nosso favor, para que
todo o que nele crê não pereça mas tenha a
vida eterna (Jo 3,16)

BRASÃO DE LUTERO
O coração nos faz recordar que é pela fé
que somos justificados. A cor vermelha é
símbolo do amor que se doa e reparte.
Assim como Cristo nos amou, também os
seus se amam uns aos outros. Assim como
Cristo serve aos seus, eles servem uns aos
outros, cada qual conforme o dom que
recebeu (Gl 6.2).

BRASÃO DE LUTERO
As cinco pétalas brancas assinalam que,
pela fé, atualmente em prol da justiça e
da paz, temos alegria, consolo e paz com
Deus, conosco e uns com os outros.
Quando a cruz de Cristo tem lugar em
nossa vida, ocorre uma transformação. O
Reino de Deus se faz presente com todas
as suas promessas.

BRASÃO DE LUTERO
O fundo azul lembra o céu e aponta para a
fidelidade de Deus. Deus está conosco. Em
Cristo ele nos veio salvar e unir em
comunidade. Podemos viver com e para
Deus, como sinal do seu Reino, já aqui e
agora. A cor azul é também esperança no
futuro, pois lembra a eternidade.

BRASÃO DE LUTERO
O anel dourado lembra o ouro, metal mais
precioso. Este anel representa as dádivas
que recebemos através da cruz e
ressurreição de Jesus Cristo. Pela fé
recebemos perdão, comunhão, esperança,
sentido da vida, o pão de cada dia... Aponta
também para aquilo que, na eternidade, nos
será dado: alegria sem fim, satisfação de
todas as nossas necessidades e anseios.
Então veremos, face a face, Aquele no qual
temos crido.

BRASÃO DE LUTERO
A REFORMA
Hulrico Zwinglio

1484 - 1531

Reformador suíço, o trabalho de Zwinglio se


desenvolveu em Zurique. Suas principais defesas eram:
1 – o sacerdócio de todos os cristãos.
2 – a salvação pela fé em Cristo e não pelas obras exigidas
pela Igreja.
3 – a autoridade suprema da Bíblia acima da Igreja papal.

Zwinglio também combateu com tenacidade o primado do


papa, a missa e o celibato do clero.
A REFORMA
João Calvino

1509 - 1564

Foi o grande cérebro da Reforma e o sistematizador


das doutrinas reformadas. Francês, filho de um rico advogado
ligado ao clero, Calvino recebeu formação humanista.

Em 1533 declarou-se protestante e teve de fugir de Paris em


virtude de inesperada perseguição. Calvino escreveu inúmeras
obras; redigiu comentários de todos os livros da Bíblia, exceto
Apocalipse.
A REFORMA
João Calvino

1509 - 1564

Convidado por Guilherme Farei em 1536, Calvino


ficou em Genebra para ajudar na implantação da Reforma. A
cidade, não madura para a Reforma, rechaçou-os e expulsou-
os.

Calvino passou três anos em Estrasburgo, como pastor de uma


igreja de protestentes franceses. Em 1541, voltou a Genebra, a
pedido do povo, pois a cidade se corrompia galopantemente.
A REFORMA
João Calvino

1509 - 1564

Calvino realizou uma extraordinária obra de prega-


ção, ensino, discipulado e educação do povo, transformando
Genebra numa verdadeira maquete do Reino de Deus na terra
e num grande celeiro de missionários para o mundo, inclusive
enviando em 1557, a pedido de Villegaignon, quatorze
missionários para o Brasil, cinco dos quais foram mortos com
requintes de crueldade, tornando-se os primeiros mártires do
protestantismo em terras brasileiras.
A REFORMA
John Knox

1513 - 1572

Educado na Universidade de Glasgow, implantou


a Reforma na Escócia, onde foi preso pelo exército francês,
trabalhando dezenove meses como escravo nas galés militares
francesas, até a sua libertação em troca de prisioneiros.

Eduardo VI, rei da Inglaterra, ofereceu-lhe o bispado de


Rochester, mas ele recusou, preferindo ser um capelão real.
A REFORMA
John Knox

1513 - 1572

Com a ascensão de Maria Tudor, cognominada


Maria, a Sanguinária, ao trono inglês, Knox fugiu da Inglaterra
indo pastorear um grupo de exilados em Frankfurt.

John Knox também esteve com Calvino em Genebra. Em 1559,


com a morte de Maria Tudor, voltou à Escócia e trabalhou
arduamente para implantar a Reforma no seu país.
A REFORMA
John Knox

1513 - 1572

Em noites de vigília e oração, clamava: “Ó Deus,


dá-me a Escócia para Cristo, senão eu morro”. Em 1560 o
Parlamento Escocês, orientado pelo próprio John Knox,
começou a obra da Reforma, pondo fim ao domínio do papa
sobre a Igreja escocesa, declarando ilegal a missa e revogando
todos os decretos contra os “hereges”.

Assim, a partir de 1560, a Igreja deixou de ser católica e


tornou-se presbiteriana.
A REFORMA
Princípios Básicos

SOLA SCRIPTURA – Só as Escrituras


Os reformadores reafirmaram a supremacia das Escrituras
sobre a tradição. A Bíblia é a única regra de fé e prática. Todas
as doutrinas e ensinos estranhos as Escrituras devem ser
rejeitados.

A autoridade da Igreja precisa estar debaixo da autoridade das


Escrituras. Nenhum dogma ou experiência podem ser aceitos
se não estiverem base na Palavra de Deus.
A REFORMA
Princípios Básicos

SOLA FIDE – Só a Fé
Os reformadores sublinhavam também a supremacia da Fé
sobre as obras para a salvação. A salvação não é mérito
humano, conquistado pela prática de boas obras, mas é obra
de Deus, recebida de graça pelo homem mediante a fé em
Cristo.
A salvação não resulta da somatória da fé mais obras. A
salvação é dom de Deus, recebido exclusivamente pela fé (Ef
2.8, 9; Rm 1.17).
A REFORMA
Princípios Básicos

SOLA GRATIA – Só a Graça


Os reformadores reafirmaram a doutrina apostólica de que
somos salvos pela graça. A graça é um dom imerecido de Deus
a nós. O salário do pecado é a morte. Merecemos o juízo, a
condenação, o inferno, mas Deus, pela sua infinita
misericórdia, suspende o castigo que merecíamos e nos dá a
salvação que não merecemos. Isso é graça.
A REFORMA
Princípios Básicos

SOLO CHISTU – Só Cristo


Os reformadores deitaram por terra a heresia romana que
afirmava ser o papa o “sumo pontífice”, ou seja, o supremo
mediador. Estribados na doutrina bíblica, reafirmaram que só
Cristo é o mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2.5; Jo 14.6)
e o único e todo-suficiente salvador (At 4.12). Nem Maria, nem
os santos, nem os anjos podem ser nossos intercessores junto
a Deus: isso é usurpação do ofício mediador de Cristo.
A REFORMA
Princípios Básicos

SOLI DEO GLORIA – A Deus toda Glória


Os reformadores reafirmaram, em oposição à teologia romana
da Idade Média, uma defesa dos dois primeiros mandamentos.
Diante da veneração aos santos, às relíquias e aos padroeiros,
eles defenderam corajosamente que somente Deus é digno de
glória.

A glória de Deus em oposição à nulidade dos ídolos.


A REFORMA
Princípios Básicos

O SACERDÓCIO UNIVERSAL DOS CRENTES


O homem não precisa de intermediários para chegar a Deus. O
véu do templo foi rasgado. Todos tem agora livre acesso à
presença de Deus. Todos os que creem em Cristo são
sacerdotes que podem chegar livremente à presença de Deus
por meio de Cristo. Derrubam-se os velhos conceitos de clérigo
e leigo e cai por terra a hierarquia espiritual no Reino de Deus.
A CONTRA REFORMA

A contra reforma foi um movimento católico de oposição


cerrada ao protestantismo, visando reorganizar a Igreja para
aniquilá-lo. Para isso, a Igreja Católica usou alguns expedientes:
foi criada a ordem “Companhia de Jesus”, fundada por Inácio
de Loyola (1491- 1556). Seu grande objetivo era trazer de volta
ao seio de Roma aqueles que a haviam abandonado,
quebrando assim toda a força dos seus oponentes e
aniquilando todo o ensino contrário aos da Igreja Romana.
A CONTRA REFORMA

Para atingir esses objetivos, todos os expedientes foram


usados. Daí surgiu a ética jesuítica, de que os fins justificam os
meios”. Essa sociedade prestou ao papa lealdade incondicional
e tornou-se poderosa máquina para esmagar os protestantes e
dissidentes. Foi a mão direita que acionou a perversa
inquisição.
A CONTRA REFORMA
O Concílio de Trento

Outro grande elemento de combate à Reforma foi o Concílio


de Trentro, que durou por volta de 18 anos, tendo iniciado em
1545. Forneceu à Igreja Romana uma declaração completa de
sua doutrina, enfatizando a franca oposição ao
protestantismo.

Foi nesse concílio que os livros apócrifos foram incluídos no


cânon, para dar sustentação a algumas heresias defendidas
pela Igreja Romana.
A CONTRA REFORMA
A Inquisição

Reacendeu-se a crença medieval de que era justo o uso da


força contra a heresia. Além de incitar os governantes contra
os protestantes, a Igreja Romana, pela inquisição, esmagou o
que havia de protestantismo na Espanha e na Itália.

Em vários outros países, como Portugal e França, a inquisição


foi arrasadora no massacre aos protestantes. Até no Brasil ela
esteve presente no século XVII.
A CONTRA REFORMA
O Índex

O Índex condenava os livros com os quais a Igreja Romana não


concordava. Era a repressão no campo das idéias teológicas. A
lista de livros condenados incluía todos os escritos protestantes e
todas as verões da Bíblia, exceto a Vulgata. O Índex não se
limitava a combater as crenças protestantes, mas, igualmente,
todo o pensamento que conduzisse ao progresso; pesquisas e
estudos de toda a natureza foram praticamente aniquilados na
Itália e na Espanha. Assim, a Igreja Romana tornou-se a patrona
do obscurantismo religioso e cultural do mundo.
O PURITANISMO

Em 1534 Henrique VIII, rei da Inglaterra rompeu com o papa,


não por convicção religiosa, mas por conveniência pessoal.

Em 1547 seu filho, Eduardo VI, subiu ao trono e começou a


imprimir uma nova feição à Igreja e parecia que a Inglaterra
entraria num período de verdadeira Reforma, porém o rei
morreu prematuramente em 1553, aos 16 anos de idade.
O PURITANISMO

Irmã de Eduardo VI, Maria Tudor ascendeu ao trono em 1553 e


governou até 1558. Católica ferrenha, lutou para desfazer as
obras de seu pai e de seu irmão, reconduzindo a Inglaterra ao
romanismo.

Perseguiu e matou tantos crentes que isto lhe valeu a alcunha


de “Maria, a Sanguinária”.

Suas perseguições, entretanto, longe de aniquilar a Igreja de


Cristo, promoveram-na e a fizeram expandir.
O PURITANISMO

Muitos protestantes, fugindo da perseguição, foram para a


Nova Inglaterra, onde cravaram a bandeira Evangelho, dando
início à evangelização nos Estados Unidos.

Outros tantos se refugiaram na Alemanha, Suíça, Holanda e


outros países, onde tiveram contato íntimo com a Reforma que
desejavam implantar em seu país.
O PURITANISMO

Ao retornarem a Inglaterra a partir de 1558, passaram a fazer


quatro reivindicações básicas para a Igreja inglesa:

1 – Doutrina pura

2 – Liturgia pura

3 – Governo puro

4 – Vida pura
O PIETISMO

A Igreja na Alemanha atravessava dias difíceis no século XVII.


Muitos de seus ministros estavam mais interessados em
discussões e disputas filosóficas do que no encorajamento de
suas congregações.

A guerra entre católicos e protestantes tinha criado uma


desconfiança generalizada com relação à vida eclesiástica.
Predominava o formalismo e imperava a ortodoxia fria e morta.
O PIETISMO

Não havia vitalidade espiritual na Igreja, nem o pulsar de uma


vida abundante em Cristo.

Os crentes haviam abandonado o seu primeiro amor, como a


Igreja de Éfeso.

Tinham o nome de que estavam vivos, mas estavam mortos


como a Igreja de Sardes.
O PIETISMO

Foi nesta situação de aridez espiritual que se levantou Philip


Jakob Spener, chamado de Pai do Pietismo e também
conselheiro Espiritual da Alemanha.

Fundou a Assembleia piedos, que semanalmente se reunia para


orar e estudar a Bíblia.

O grande ideal do pietismo era conduzir o povo alemão a uma


fida piedosa. Eles estavam cansados da aridez espiritual.
Queriam o orvalho restaurador.
O PIETISMO

O grande problema é que Spener saiu do extremo da ortodoxia


sem piedade para outro extremo, da piedade sem ortodoxia.

Se o primeiro gera um cristianismo frio, o segundo desemboca


num cristianismo místico.

Assim o pietismo dava mais ênfase à vida que à doutrina.


Buscava mais a experiência que o conhecimento.
O PIETISMO
Os Quacres

Em 1652, George Fox, fundador dos Quacres, teve uma visão


que marcou sua vida; daí por diante, começou a ensinar que
Deus fala diretamente a qualquer pessoa.

O termo “quacre” vem do inglês quarke, pessoa que treme, e foi


cunhado para descrever exatamente as experiências místicas
que algumas pessoas estavam vivendo.
O PIETISMO
Os Morávios

Em 1723 o conde Ludwig Van Zinzendorf começou na Alemanha


um dos movimentos mais extraordinários da história da Igreja.
Depois de intensa busca, enfim, o grupo por ele liderado foi
visitado com grande poder, no dia 23 de setembro de 1723, às
onze horas da manha.

A partir de então se iniciou uma reunião de oração ininterrupta


de 24 horas por dia, que durou cem anos.
O PIETISMO
Os Morávios

Como fruto desse despertamento, igrejas foram inflamadas


com um novo fervor espiritual. Os campos outrora sem vigor
foram incendiados por um zelo novo e cheio de ardor espiritual.
Os morávios foram despertados por Deus para um gigantesco
envolvimento com missões, dentro e fora da Alemanha.
Em 25 anos enviaram mais missionários ao mundo do que toda
a Igreja havia feito até então. Cada grupo de 25 morávios
sustentavam um missionário fora da Alemanha.
O PIETISMO
Os Morávios

Foi este trabalho de despertamento dos morávios que iniciou o


“clube dos santos” em Oxford, onde George Whitefield, John
Wesley e Charles Wesley receberam o impacto do poder do
Espírito Santo, dando início aos grandes reavivamentos na
Europa.
MISSÕES MODERNAS

Como fruto dos grandes reavivamentos do início do século XVIII,


o próprio século XVII e XIX foram marcados por um grande
despertamento missionário em todo o mundo.

Ao mesmo tempo que o liberalismo atacava a Igreja, valentes de


Deus levantaram-se para ir até os confins da terra, cumprindo a
comissão de Cristo.
GRANDES REAVIVAMENTOS
Século XVIII

NA INGLATERRA
A Igreja que estava anestesiada por um profundo sono foi
sacudida e despertada de sua letargia quando dois jovens, quais
gigantes de Deus, levantaram-se na Inglaterra

- John Wesley

- George Whitefield
GRANDES REAVIVAMENTOS
Século XVIII

NA NOVA INGLATERRA
Por volta dos anos 1735 e 1740 um tremendo reavivamento
irrompeu em Northampton, Massachussets, sob a liderança de
Jonathan Edwards, considerado o maior filósofo e teólogo de
toda a história dos Estados Unidos.

Foi este reavivamento que unificou as colônias americanas,


formando o que conhecemos hoje como Estados Unidos da
América.
GRANDES REAVIVAMENTOS
Século XVIII

NA NOVA INGLATERRA
Também no século XVII Deus levantou o jovem David Brainerd,
que foi o maior referencial naquele século de vida cheia de
poder.

Ele recebeu o chamado de Deus para evangelizar os índios peles


vermelhas no coração das selvas americanas.
GRANDES REAVIVAMENTOS
Século XVIII

NO PAÍS DE GALES
Convertido a Cristo através de um aviso do pastor, Howell
Harris, não sabia pregar, mas havia fogo em seu coração e
imensa paixão pelas almas perdidas.

A Palavra de Deus ardia em seu coração. Ele começou então a


ler a Palavra e outros livros evangélicos para os enfermos e
pessoas interessadas. A unção de Deus era tão forte sobre sua
vida, que as pessoas, às centenas,começaram a render-se a
Cristo ouvindo-o ler.
GRANDES REAVIVAMENTOS
Século XIX

NA ESCÓCIA
O jovem Pastor Robert McKeyne, tinha tamanha comunhão
com Deus e vivia tanto na presença de Deus em oração e jejum,
que quando se levantava no púlpito para pregar o auditório já
era tomado pelas lágrimas, só de olhar par ao seu rosto. Ele
pregava sempre com poder e unção.
Sem o carisma e a projeção de Mckeyne, mas inteiramente
usado por Deus para promover o reavivamento, foi o jovem
William Chalmes Barns.
GRANDES REAVIVAMENTOS
Século XIX

NOS ESTADOS UNIDOS


Merece destaque o grande avivamento ocorrido entre 1857 e
1859, quando mais de dois milhões de pessoas foram alcançadas
pelo Evangelho.
No dia 23 de setembro de 1857, Jeremiah Lamphier começou uma
reunião de oração no centro de Nova Iorque. Na primeira semana
compareceram seis homens. Dentro de seis meses haviam dez mil
homens orando.
Deus usou alguns homens de forma especial neste avivamento,
como por exemplo Charles Grandisson Finney.
GRANDES REAVIVAMENTOS
Século XIX
NO PAÍS DE GALES
Em 1904 novamente o país vivia uma crise e Deus derramou grande
reavivamento sobre ele. O jovem Evan Roberts entrou no gabinete
pastoral e viu seu velho pastor, de cabelos brancos, ajoelhado,
clamando em lágrimas.
Evan Roberts foi movido por Deus a iniciar uma reunião de oração em
Lagour, sua cidade natal. Ele chamou jovens da sua Igreja e começou a
orar da sete as dez e meia da noite. Nos dias seguintes a oração era
frequentada por uma multidão que entrava madrugada a dentro e em
poucos dias, o comercio fechava mais cedo porque o povo buscava a
oração.
GRANDES REAVIVAMENTOS
Século XX

NA CHINA
Como resultado da influência do reavivamento galês, Jonathan
Gofforth, missionário em Shangai, começou a buscar um
reavivamento para sua vida e para sua cidade. Ao examinar algumas
obras de Finney,leu que não adianta orar por reavivamento se não
estamos dispostos a acertar nossa fida com Deus, preparando o
caminho para a sua manifestação. Gofforth disse então a Deus que
estava disposto a pagar o preço para receber essa visitação poderosa
do Espírito.
GRANDES REAVIVAMENTOS
Século XX

NOS ESTADOS UNIDOS


Mais uma vez o reavivamento chegou aos Estados Unidos da
América, através de um descendente de escravos, chamado William
Joseph Seymour. Em 1905, em Houston, passou a frequentar a
recém-formada escola bíblica de Charles Fox Parham em uma
cadeira colocada no corredor, por ser negro
O reavivamento liderado por Willian Seymour virou notícia
rapidamente e em 18 de abril de 1906 o jornal Los Angeles
Times publicou uma extensa matéria sobre o movimento.
GRANDES REAVIVAMENTOS
Século XX

NA AMÉRICA DO SUL
Na América do Sul o avivamento chegou através dos
Missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren.

Em visita à Suécia, Daniel Berg tomou conhecimento sobre o


movimento pentecostal por um amigo e ao retornar aos
Estado Unidos (1909) passa pela experiência pentecostal.
GRANDES REAVIVAMENTOS
Século XX
NA AMÉRICA DO SUL
Em 1909, em uma conferência em Chicago, conhece o
pastor Gunnar Vingren.
Daniel Berg e Gunnar Vingren aportaram em Belém, capital
do Pará, em 19 de novembro de 1910, onde iniciaram a
propagação pentecostal.
Em 1911 a Igreja Missão de Fé Apostólica, que em 1918 passou
a chamar-se Assembleia de Deus, consolidando-se ao longo dos
anos como o maior Movimento Pentecostal do mundo.
RETORNO AOS PRINCÍPIOS

- Sabemos que não vivemos os melhores temos do protestantismo


brasileiro.

- Temos convicção que necessitamos de um retorno urgente aos


princípios da fé cristã.

- Ouvimos diversas afirmações que precisamos de uma nova


Reforma.

- Precisamos realmente de um novo Lutero?


RETORNO AOS PRINCÍPIOS

- A observação da história tem muito a nos ensinar.

- 500 anos se passaram da Reforma Protestante.

- Precisamos de mudanças urgentes, pois trilhamos os mesmos


caminhos da igreja na idade média.

- Não precisamos de um novo Lutero. Precisamos reavivar os


Princípios da Reforma Protestante.
1517 - 2017

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