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O entusiasmo dos pioneiros e a determinação dos novos líderes

No final dos anos 1920, chegou em Blumenau um crente que emigrara da Alemanha,
Wilhelm Dreffurt. Ele sabia pouco do idioma português, mas tinha muita disposição para
compartilhar Jesus. Empregou-se numa indústria metalúrgica e logo principiou um trabalho
de evangelismo entre os seus colegas de trabalho. Não demorou e um pequeno grupo foi
organizado, sendo os primeiros convertidos de origem alemã, exceto a família do irmão
Matias Pereira, mesmo assim, sua esposa também dominava a língua alemã.

Por este tempo um jovem chamado André Bernardino deixava a cidade de Itajaí em direção
ao Rio de Janeiro para dedicar-se aos estudos teológicos e realizar o sonho de ser padre.
Decorridos alguns meses o jovem itajaiense encontrava-se gravemente doente. Havia
contraído tuberculose na triste vida de boemia na qual havia mergulhado e que causara a
sua expulsão do seminário. Morando no camarote de um navio que estava em reforma no
porto do Rio de Janeiro o jovem Bernardino recebeu a visita dos missionários Daniel Berg,
Gunnar Vingren e Paulo Leivas Macalão. Deus ouviu a oração dos missionários e curou
imediatamente o jovem catarinense que passava a fazer parte da família de Deus se
arrependendo dos seus pecados e aceitando a Cristo como salvador.

André Bernardino, Da Boemia para Cristo

Tendo recebido instrução bíblica André Bernardino retorna para sua Itajaí. No dia 15 de
março de 1931, após Bernardino pregar num culto doméstico a convite de uma tia
descrente, duas pessoas decidem seguir a Jesus, dando assim, inicio à trajetória das
Assembleias de Deus em Santa Catarina. Pouco tempo depois o jovem Bernardino seria
ordenado ao ministério pastoral pelo missionário Gunnar Vingren.
O Evangelho entre os alemães

Em 1931, três anos após o início de suas atividades, o fervoroso grupo de crentes que se
reunia em Blumenau soube do trabalho pentecostal iniciado na vizinha cidade de Itajaí, pelo
pastor André Bernardino. Quando o irmão Matias Pereira soube do mover de Deus em
Itajaí, decidiu pedir apoio ao pioneiro catarinense. Pastor André passou, então, a dar
assistência simultânea à igreja em Itajaí e ao grupo de irmãos de Blumenau. A congregação
estava estabelecida numa residência familiar à Rua João Pessoa, no bairro da Velha.

Um pouco depois, em 1932, o recém-convertido Antônio Lemos deixou Joinville para


trabalhar numa confeitaria no centro de Blumenau. Como não havia nenhum cooperador na
jovem congregação, o missionário Alberto Widmer decidiu separá-lo para o diaconato,
enquanto que Ananias Castellain, da geração dos neo-convertidos, recebeu a honra de ser o
primeiro presbítero da Assembleia de Deus blumenauense.

Não demorou e o diácono Lemos foi levado ao cargo de dirigente da congregação e,


posteriormente, ao cargo de Presidente da igreja. Alternado por curtos intervalos de tempo,
ele exerceria a presidência por quatro décadas.

Perseguidos por Cristo

Em 1938, foi alugado um galpão na Rua São Paulo, de propriedade de um empresário bem
sucedido na área de eletromecânica, Telfrid Herbst, que entregaria a sua vida ao Senhor em
1941. Herbst começaria, então, a se dedicar integralmente ao ministério, abandonando o
mundo dos negócios. Sua ação foi focada na região norte de Blumenau e, posteriormente,
em outras regiões de colonização alemã.

Na década de 1940, a Assembleia de Deus em Blumenau passou a receber também, a


assistência espiritual e administrativa do missionário J.P. Kolenda, radicado em
Florianópolis. O número de crentes ainda era pequeno, cerca de setenta membros; mesmo
assim, sentiu-se a necessidade de se adquirir um local próprio para a pujante congregação.
Comprou-se, então, a atual área do templo sede, por dezesseis contos de réis, sendo a
metade do valor pago no ato da compra e a outra metade liquidada no culto do dia 10 de
setembro de 1944. Neste dia foi fundada a Banda Musical Louvores Celestes, que
permanece ativa na igreja até os dias de hoje, completando mais de setenta anos de
atividades. Ainda naquela semana a igreja alugou uma olaria desativada e os irmãos
começaram a produzir os tijolos e as telhas que seriam usados na construção do templo.
Trabalhando para Cristo

A fabricação dos tijolos ficava por conta do Pastor Antônio Lemos, que já havia assumido a
presidência da igreja, enquanto o transporte dos mesmos era responsabilidade do
Presbítero Manoel Cardoso. Foi nesse mesmo tempo que a igreja adquiriu o seu primeiro
veículo: uma carroça com dois cavalos, utilizada para transportar os tijolos da olaria até a
Rua São Paulo. No dia 31 de dezembro de 1944 foi lançada a pedra fundamental da
construção do templo e em menos de oito meses, no dia 17 de agosto de 1945, o povo
assembleiano agradecia a Deus pela inauguração do seu primeiro templo sede na cidade.

Durante os anos 1950 e 1960, a Assembleia de Deus em Blumenau foi presidida pelos
pastores Paulo Lemos, João Ungur e Satyro Loureiro. Período em que o Pastor Antônio
Lemos presidiu as igrejas de Criciúma e Rio do Sul; porém, em maio de 1962, ele reassumiu
a presidência da igreja em Blumenau e, nas duas décadas seguintes, a igreja experimentou
um vertiginoso crescimento de membros. Diversas congregações foram inauguradas em
Blumenau e nas cidades vizinhas, que também estavam sob a responsabilidade do Pastor
Lemos. Este crescimento o motivou a demolir o templo, inaugurado quase 35 anos antes,
em sua primeira gestão, e a iniciar a construção de um espaço com arquitetura moderna,
capaz de atender a nova demanda de membros.

Em junho de 1984, o veterano Pastor Lemos assume a tribuna da Convenção das


Assembléias de Deus em Santa Catarina e, dirigindo-se ao o plenário, solicita ao mesmo que
aprove o nome do Pastor Nilton dos Santos como seu substituto na presidência da igreja
em Blumenau. Os convencionais foram unânimes. Iniciava-se, assim, um profícuo período
da história da nossa igreja. De fato, não seria a primeira vez que o Pastor Nilton dos Santos
serviria ao Senhor em terras blumenauenses. Em 1963 já havia sido designado pela
Convenção para auxiliar o Pastor Lemos. Naquela ocasião, foram quatro anos, ajudando a
supervisionar as ações administrativas e evangelísticas em Blumenau, Indaial, Timbó,
Pomerode, Gaspar e Brusque.
Uma nova igreja

Assim, conforme decisão convencional, em 24 de junho de 1984, o Pastor Nirton dos Santos
retorna a Blumenau, agora na condição de Pastor Presidente. O empreendedorismo deste
pioneiro ganhou contornos mais claros em outubro de 1992, quando a Assembleia de Deus
blumenauense inaugurou o seu novo templo sede. Considerado na época um projeto
arrojado, não apenas pela arquitetura, mas pelas cifras envolvidas, o templo da Assembléia
de Deus em Blumenau ainda hoje traduz o testemunho da bênção de Deus sobre uma igreja
que nascera pequena. Em 1993 o Pastor Nilton decidiu se dedicar plenamente à presidência
da Convenção das Assembléias de Deus em Santa Catarina, requerendo, assim, a sua
jubilação.

Então, novas lideranças assumiram o comando administrativo da igreja em Blumenau, a


saber: Nilson Siqueira, Wilson Simermann, Antônio José de Bem e Valmor Bastista. Este
último, com uma forte visão expansionista, ampliou a ação da igreja para os bairros e
adquiriu o terreno onde hoje funcionam a Associação Beneficente Bom Samaritano, a Escola
Teológica de Blumenau e um dos estacionamentos do templo sede.

O Crescimento continua

Finalmente, no ano 2000 chegava a Blumenau o atual presidente da Assembleia de Deus,


Pastor Nilton dos Santos. Enviado em 1981 para Jequitaí, no Vale do Jequitinhonha, uma
das regiões mais carentes de Minas Gerais, Pastor Nilton se destacou como um missionário
empreendedor. Depois, passou pela cidade mineira de Araxá, e pelos municípios
catarinenses de Fraiburgo, Curitibanos, Chapecó e Lages.

Sob a liderança do Pastor Nilton, a igreja blumenauense experimentou nesta última década
um significativo aumento no número de crentes atualmente cerca de treze mil membros e
uma crescente expansão de novos templos nas diferentes regiões da cidade. Assim, a
Assembleia de Deus em Blumenau segue cumprindo a sua vocação de ser sempre uma
igreja que anda na vanguarda do Reino de Deus.

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