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Manual da ICB

HISTÓRIA
DA IGREJA DE
CRISTO
NO BRASIL

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A HISTÓRIA DA IGREJA DE CRISTO NO BRASIL


Pr. José Egberto

A Igreja de Cristo no Brasil surge num dos momentos mais


alvissareiros da história da igreja evangélica brasileira. Em uma época árdua
e, de poucos recursos de evangelização, esta igreja sertaneja - expande-se
fascinantemente de suor a suor, de calo a calo; no sacrifício de seus pioneiros
– que na plena vazão do Espírito de Deus pregavam as boas novas do reino na
aridez da terra e pedregais e sob o sol escaldante no coração do Nordeste
brasileiro.
Igreja de Cristo é a primeira igreja evangélica de origem
genuinamente brasileira distinguindo-se por uma rara beleza histórica - não
nasce motivada pela disputa de poder, como é mais comum em dissidências -
mas de um sincero e impetuoso sentimento de defesa da fé cristã e da
doutrina apostólica da salvação eterna e exclusiva pela graça. Contando-se
assim suscintamente, a sua história:

A Igreja de Cristo no Brasil, outrora denominada Assembleia de


Cristo, nasceu no Nordeste Brasileiro, na Cidade de Mossoró Rio Grande do
Norte, no dia 13 de Dezembro de 1932. Esta Igreja, hoje denominada Igreja
de Cristo no Brasil. Tiveram suas primeiras Igrejas organizadas nos
municípios de Mossoró RN, Moreno de Caraúbas RN, Itaú RN, Apodi RN, e
Serrinha do Canto no Município de Martins RN, seus verdadeiros
fundadores foram Manoel Higyno de Souza, João Vicente de Queiroz,
Eustáquio Lopes da Silva, Gumercindo Medeiros, Domingos Augusto
Barreto, João Morais e Francisco Alves.

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A formação da Igreja se dá centralmente por questões doutrinárias


que já dividiam a Assembleia de Deus como um todo, em consequência da
controvérsia recebida por herança dos missionários americanos e suecos. O
principal ponto doutrinário que culminou com a cisão do grupo mossoroense
foi à justificação pela fé, o que não constituía apenas uma questão local.
Vários exemplares dos jornais Boa Semente e Mensageiro da Paz publicaram
artigos sustentando posições divergentes acerca do assunto.
Alguns autores afirmavam a salvação eterna (O Mensageiro da Paz, Nº. 20
de outubro De 1931), outros defendiam a salvação condicional (Mensageiro
da Paz Nº. 19 de outubro de 1932). A questão que serve de ponto de partida
para o aprofundamento dos motivos da dissidência de 1932 é: Porque a
dissidência aconteceu apenas em Mossoró, quando a Assembleia de Deus no
país inteiro vivia num processo conflituoso em busca de uma definição
doutrinária de amplitude maior.
A primeira razão importante dessa ruptura ocorreu entre
missionários de Belém do Pará e do Rio de Janeiro. A Igreja de Belém
publicava o Jornal Boa Semente, cujo gerente era Nels Nelson, pastor da
Igreja local e tinha como diretor, Samuel Nistron. A Igreja no Rio de Janeiro
publicava simultaneamente o Jornal Som Alegre, dirigidos por Gunnar
Vingren, Pastor da Igreja local, ambos os jornais circulavam pelas igrejas do
país, como órgãos nacionais de publicação das Assembleias de Deus. Nessa
mesma época, a igreja do Rio de Janeiro, liderada por Gunnar Vingren, havia
deixado o uso do hinário oficial da igreja, “a Harpa Cristã” e adotaram outro
com o nome de “Saltério”. O Pr. João Vicente de Queiroz relata: “Nós líamos
o Som Alegre e a Boa Semente, cantávamos no Saltério e na Harpa,
pensando que tudo dava numa coisa só”.

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Aconteceu que, em certa ocasião, saíram no referido jornal

(“Mensageiro de Paz” – 1ª Edição) duas publicações absolutamente

contraditórias: “A primeira (continua o Pr.João Queiroz) bastante inspirada

do irmão JOSÉ BEZERRA DE MENEZES que defendia com base na Bíblia, a

doutrina da justificação pela fé e a salvação eterna do crente genuíno,

citando Ef.2:8-9, que diz: "de graça sois salvos mediante a fé, isto não vem de

vós, é dom de Deus, não vem das obras para que ninguém se glorie". A

segunda, de autoria do missionário Nils Kastberg, que em contradição disse:

"Que os irmãos trouxessem os dízimos ao tesouro da Igreja, porque é um

dever de cada crente, e tomassem cuidado, porque muitos crentes já estavam

no inferno, por não pagarem os dízimos do Senhor". Sendo assim, segundo

Nils Kastberg, a salvação estaria condicionada até mesmo ao dízimo!

Este fato, conforme testifica o Pr. João Queiroz, ocasionou um grande

impacto entre os irmãos pioneiros que já possuíam a convicção na doutrina

da salvação eterna do crente genuíno, pela graça, mediante a fé justificadora,

em Jesus Cristo (Rm. 3:21-28; 5:1-2; Gl.2:16). Foi, então, que aquele grupo

de irmãos passou a se reunir com frequência, para se dedicar à oração e ao

estudo da Palavra, buscando conhecer a Vontade de Deus sobre o ocorrido.

Desta forma, DEUS mostrou-lhes, através de sua Palavra, que uma vez salvo,

salvo para sempre, e quem é filho de Deus é para sempre filho e morre como

filho de Deus. (Jo.1:11-13; 10:27-29; Rm.8:1-2; 31-39).

Em outro episódio semelhante, ocorreu a mesma contradição doutrinária,

evidenciada na própria Harpa Cristã, em sua 4ª edição de janeiro de 1932,

entre os hinos 138 e 418, a saber:

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Hino 138 - Autor: José Felinto - Neste hino está claro a salvação eterna
do crente genuíno em Jesus Cristo, vejamos:

1ª Estrofe Coro
"Do céu à terra veio Jesus, Não é condenado quem nele crer
Em meu lugar morrer na cruz; A morte eterna não irá sofrer;
Tudo sofreu para me salvar; Já livre pode cantar o louvor;
Junto a Ele quero estar. A Jesus, seu Salvador;

Hino 418 - Autor: John Sorheim - Neste hino, na última estrofe, fica
admitida a possibilidade de se perder a salvação, contrariando a mensagem
expressa no hino anterior, acerca da segurança eterna. vejamos:

" Oh! Aleluia! Já está perto;


O dia da restauração.
Alerta, Alerta, irmãos queridos,
P'ra não perderdes a salvação
Jesus nas nuvens voltará
E para Si nos levará".

Diante do impasse e desconforto doutrinário sentido pelos


pioneiros, uma convenção foi convocada pelos pastores brasileiros para o dia
12 de julho de 1930 com o objetivo de debater a questão da salvação eterna.
Sendo, um fato significativo colhido do jornal Mensageiro da paz Nº 110 de
julho/1930, é que a convenção foi adiada por solicitação dos missionários das
igrejas do sul, devido à chegada ao Brasil do missionário Pethus. A situação
parecia ser insustentável e os missionários estavam conscientes disto. Não há
como duvidar de que a iniciativa de trazer o Pr. Pethus ao Brasil fora dos

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mesmos. Marcada para o dia 24 a 31 de agosto de 1930. A convenção foi


novamente adiada para 05 a dez de setembro do mesmo ano. A edição do
jornal Boa Semente, Nº 112 de setembro de 1930, deixa claro a necessidade
de um moderador, na convenção, isento dos conflitos e disputas da igreja no
Brasil.
Dessa forma, a convenção das Assembleia de Deus, realizada em
Natal-RN no início da década de 30, foi um primeiro passo histórico que
apenas evidenciou a divergência doutrinária já existente. Nas palavras do Pr.
João Queiroz: "...tentando acabar essa questão...", até então não claramente
percebida pelos demais irmãos.
Outro momento importante aconteceu, quando um grupo de
obreiros, segundo conta João Vicente de Queiroz, quando na cidade de Itaú
no Rio Grande do Norte, no dia 16 de maio de 1932, se reuniram na
oportunidade Manoel Higyno de Sousa contando com as presenças de
Gumercindo Medeiros, Eustáquio Lopes da Silva, Tomás Benvindo,
Francisco Juscelino do Nascimento, Candido Barreto, Domingos Augusto
Barreto, e João Morais, debatendo na ocasião dois fatos que particularmente
tornariam a saída desses obreiros da Assembleia de Deus inadiável: O
primeiro foi o problema já citado da publicação dos hinos de Manoel Higyno
de Souza com letras alteradas. E o segundo foi a intervenção na igreja em
Mossoró realizada por três pastores: Cicero Araújo Lima, Francisco Gonzaga
e Luiz Chaves, sobe a acusação de que o Pr. Manoel Higyno de Souza estaria
pregando doutrinas falsas. Os interventores chegaram de surpresa, em
dezembro de 1932, num culto que estava sendo realizado sob a direção de
Gumercindo Medeiros, assumiram a liderança dos trabalhos. Nessa hora o Pr.
Francisco Gonzaga Pr. Da Igreja em Natal perguntou quem estava de acordo
com a doutrina de Manequim apelido dado a Manoel Higyno de Souza por

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desprezo, os que se identificaram receberam ordem para se retirarem. Com


isto o Pr. Manoel Higyno de Souza assumiu definitivamente a liderança do
grupo dissidente, sendo um dos dezesseis pastores presentes na convenção em
Natal onde, fora eleito Secretário do evento.

Em entrevista do Pr. João Vicente de Queiroz, concedida ao Pr.


David Marroque Teixeira, editada no Boletim Informativo da Região Oeste -
RN., nº 09 de fevereiro de 1985, ele afirmou que houve uma divergência
doutrinária entre dois Missionários da Assembleia de Deus no Nordeste:
Samuel Nysrtron e Gunnar Vingren, com respeito a salvação de graça por
meio da fé, sem o concurso dos méritos próprios, e a segurança eterna do
crente genuíno; mencionando em seu testemunho: "...vindo, posteriormente,
a se separarem, indo Gunnar Vingren morar em Petrópolis - RJ., e lá fundou
o jornal Som Alegre e um hinário com o nome de Saltério. A partir daí,
então, passou a existir dois jornais e dois hinários, sendo: no Rio de Janeiro, o
jornal Som Alegre e o hinário Saltério; no Nordeste, o jornal Boa Semente e
o hinário a Harpa Cristã.”

Dando continuidade à sua entrevista, o Pr. João Vicente de


Queiroz afirmou: ..."Nós aqui no Nordeste cantávamos no Saltério e na
Harpa Cristã e líamos o jornal Boa Semente e Som Alegre, sem nada
percebermos, pois para nós não havia nenhuma divergência, devido o
assunto ainda estar encoberto".

Diante dessas duas questões, elegeram naturalmente para a


liderança do movimento o Pr. Manoel Higino de Souza. Ele era líder
reconhecido pela própria Assembleia de Deus, que em sua 1ª Convenção

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Nacional, realizada em Natal-RN, de 05 a 10 de setembro de 1930, o elegera


para o cargo de Secretário da Mesa Diretora — conforme publicação recente
no Órgão de divulgação da Assembleia de Deus “Bom Semeador”, Ano XIX -
nº 01 Fev./Abril –1997, Natal-RN).

Os pioneiros enviaram, então, a carta solicitando a realização da


referida convenção, mas a resposta, que demorou cerca de 06 meses a chegar,
foi negativa. Todos os irmãos que aguardavam aquela resposta e
comungavam de uma mesma convicção doutrinária, permaneceram
estudando o assunto nas Escrituras Sagradas, com jejuns e orações, desde o
dia 20 de maio até 13 de dezembro de 1932, aguardando uma resposta no
Senhor.

Nesta última data, chegou a resposta da carta negando a


realização da pleiteada convenção. Contrariando a expectativa de todos, o
missionário Nils Kastberg disse, conforme testemunho ocular do Pr. João
Queiroz: "...estar de acordo com os ensinos da salvação condicional, e quem
estivesse aborrecido que saíssem para onde quisesse..." . E, diante desse
impasse e por não ter outra alternativa, todos os líderes acima mencionados,
devolveram voluntariamente suas credenciais de Obreiros — de Pastores,
Presbíteros e Evangelistas, respectivamente — à liderança da Assembleia de
Deus, como se conta mais detalhadamente a seguir:

Um valoroso grupo de obreiros já tinham tomado essa decisão


segundo conta João Vicente de Queiroz, quando na cidade de Itaú no Rio
Grande do Norte, no dia 16 de maio de 1932, se reuniram na oportunidade
Manoel Higyno de Sousa contando com as presenças de Gumercindo

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Medeiros, Eustáquio Lopes da Silva, Tomás Benvindo, Francisco Juscelino do


Nascimento, Candido Barreto, Domingos Augusto Barreto, e João Morais.
Nessa ocasião dois fatos seguido particularmente tornaram a saída desses
obreiros da Assembleia de Deus inadiável: O primeiro foi o problema já
citado da publicação dos hinos de Manoel Higyno de Souza com letras
alteradas. O segundo foi a intervenção na igreja em Mossoró realizada por
três pastores: Cicero Araújo Lima, Francisco Gonzaga e Luiz Chaves, sobe a
acusação de que o Pr. Manoel Higyno de Souza estaria pregando doutrinas
falsas. Os interventores chegaram de surpresa, em dezembro de 1932, num
culto que estava sendo realizado sob a direção de Gumercindo Medeiros,
assumiram a liderança dos trabalhos. Nessa hora o Pr. Francisco Gonzaga Pr.
Da Igreja em Natal perguntou quem estava de acordo com a doutrina de
Manequim apelido dado a Manoel Higyno de Souza por desprezo, os que se
identificaram receberam ordem para se retirarem.

Com isto o Pr. Manoel Higyno de Souza assumiu definitivamente


a liderança do grupo dissidente, e no dia 13 de Dezembro de 1932, Manoel
Higyno de Souza, fundador e organizador da Igreja com estes obreiros do
Senhor, eles renunciaram o ministério e fé da Assembleia de Deus
(Pentecostal) e auxiliado por seus cooperadores que foram os seguintes:
Eustáquio Lopes da Silva, Pastor João Vicente de Queiroz, Gumercindo
Medeiros, Domingos Augusto Barreto João Morais e Francisco Alves. Nesse
contexto João Vicente de Queiroz, havia saído do Estado do Ceará em Junho
de 1932, também neste mesmo ano tomou a decisão de sair da Assembleia de
Deus. Conforme citação do Pr. João Queiroz, "...um dos irmãos (pioneiros),
mesmo na ausência de todos, para juntar e combinar, ele colocou o nome na
casa de oração de Assembleia de Cristo". Porém, com base mais precisa na

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doutrina pura do Evangelho, orando e estudando os textos bíblicos de


Mt.16:17,18; Mc 17:11; At.4:11; Sl 122:1; Rm.9:33; 16:16; 1Cor.3:11,
compreenderam que o único nome a ser colocado nos templos era: “Casa de
Oração”, seguido, da expressão “Igreja de Cristo”, indicando assim, como
fundador da igreja, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Em seu
testemunho, declarou o Pr.João Queiroz: “...pois quando fizemos o primeiro
templo (cerca de 2 anos após — grifo nosso), que foi inaugurado no dia 24 de
janeiro de 1934, foi colocado na frente do prédio a inscrição de "Casa de
Oração da Igreja de Cristo...”.

Nesse contexto João Vicente de Queiroz, havia saído do Estado


do Ceará em Junho de 1932, também neste mesmo ano tomou a decisão de
sair da Assembleia de Deus. Casou-se no dia 02 de Janeiro de 1933 com Nini,
foi residir em Moreno de Caraúbas, no Rio Grande do Norte, no dia 06 de
Março de 1933 assumiu oficialmente a direção da Igreja, e no dia 08 de
Agosto de 1933 no culto de sua posse, foi consagrado ao pastorado e
permaneceu como Pr. na Igreja de Cristo do Moreno de Caraúbas até Junho
de 1937 quando foi pastorear a Igreja de Cristo no Itaú Rio Grande do Norte.

Foi do Moreno em Caraúbas a Arrancada missionária de João


Vicente de Queiroz, evangelizando assim cidades e povoados como Itaú
Mossoró Tabuleiro Grande, Martins Felipe Guerra Apodi sendo assim um
verdadeiro missionário na região. Saindo do Moreno para pastorear a Igreja
na Cidade do Itaú Rio Grande do Norte, deu continuidade ao trabalho no
Moreno Pedro Alves auxiliado por outras lideranças tendo como pastor
daquela Igreja Pedro Queiroz por volta de 1948. É interessante notar que em

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1935 a Igreja de Cristo também já tinha grande desenvolvimento na região


de Martins Rio Grande do Norte.

Nessa época cultos eram celebrados em Serrinha do Canto com a


presença em média de 50 pessoas foi também uma igreja que teve grande
progresso, em 15 de Novembro de 1951, esta igreja que tinha em média 68
crentes bem doutrinados chegou às mãos da Igreja Batista Visitando Martins
entrevistamos Antônio Genuário de Souza. Ele nos contou que em 1931
chegou a Assembleia de Deus na região do Moreno e Pedro Alves eram
Assembleiano e parente de Vicente Leite, que morou em Belém do Pará, foi
crente na Igreja Batista. Segundo ele Vicente Leite saiu de Belém e
acompanhou a Assembleia de Deus em 1911, e em 1924 estava em Mossoró.

Segundo o Irmão Antônio Genuário nos conta Vicente Leite disse


que Manoel Higyno de Souza se converteu também na Igreja Batista de
Belém do Pará, saiu de Belém do Pará a convite dele para implantar o culto
pentecostal na cidade de Mossoró Rio Grande do Norte, ele conta que no
Moreno um dos Queiroz fundaram uma Igreja, em Serrinha do Canto na
época era chamada Serrinha dos Crentes, e nessa época 14 famílias se
converteram ao Evangelho, e no dia 25 de Julho de 1931, Serrinha do Canto
receberam Manoel Higyno de Souza, e João Vicente de Queiroz e no dia 28
de Julho de 1931 realizaram um culto e se converteu ao Evangelho Julho
Barreto e a esposa Francisca Barreto. A Igreja de Cristo em Serrinha do
canto chegou a 60 pessoas.

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O Primeiro Estatuto

O Primeiro Estatuto registrado foi no dia 1º de Fevereiro, de


1937, por seu Presidente Manoel Hygino de Souza Missionário e
Gumercindo Medeiros Secretário. Em seu parágrafo único está escrito que os
nomes dos fundadores deste Estatuto, na época Sociedades das Assembleias
de Cristo, não poderão ter seus nomes omitidos. O primeiro Estatuto, foi
registrado em Cartório de Natal no dia 1º Fevereiro de 1937, o mesmo se
resume em oito pontos: I. Da fundação tempo e motivos II. Da Organização e
Fins das Sociedades III. Dos Seus Oficiais IV. Dos Bens e Rendimentos das
Sociedade, V Da administração das Sociedades, VI. Das Assembleias Gerais,
VII. Da Perda de Direitos e Assembleias Gerais, e VIII. Das disposições
Gerais. Esse Estatuto é composto por 23 artigos. O mesmo será inscrito na
sua forma original em livreto colocado à disposição de todos os seus membros
para conhecerem como Primeiro Estatuto que deu Início a nossa história.
Seus principais fundadores, encontra-se relacionados no primeiro parágrafo
que diz.
As Igrejas Evangélicas Assembleia de Cristo em Mossoró, Moreno,
e Serrinha, tem como fundador Manoel Higino de Souza, que no dia 13 de
Dezembro de 1932, renunciou o ministério e fé, da Assembleia de Deus
Pentecostal, auxiliado por seus cooperadores, Gumercindo Medeiros,
Eustáquio Lopes da Silva, João Vicente de Queiroz, Domingos Augusto
Barretos, João Morais e Francisco Alves, adotaram outra denominação, cujo
princípios fossem genuinamente evangélicos. No parágrafo único diz que eles
tiveram como motivos principais as doutrinas de justificação pela fé, salvação
do crente genuíno, sem o concurso do mérito próprio, e o governo
congregacional democrático.

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Os Primeiros Concílios

Como vemos esse foi o ponto fundamental na nova Igreja e do


novo Estatuto, visto que todos os demais artigos e parágrafos estão
relacionados a estrutura de normas de funcionamento da nova Igreja. Os
Obreiros sendo ainda poucos realizaram o primeiro concílio na cidade de
Natal nos dias 28-30 de Agosto de 1935 apenas com 06 obreiros que foram os
seguintes. Manoel Higyno de Souza Pastor Missionário, Eustáquio Lopes da
Silva, representantes das Igrejas da Estrada de Ferro Central, Manoel
Rodrigues, Manoel Leôncio, Pedro Tavares e o Pastor Gumercindo Medeiros,
representantes das Igrejas do Sertão do Rio Grande do Norte e Ceará.
Também, foram tomadas treze decisões relacionadas as questões doutrinarias
e administrativas. Percebemos aí a ausência nessa reunião do Pr. João
Vicente de Queiroz, na época pastor no Moreno de Caraúbas RN até 1937,
neste mesmo ano, passa a pastorear na cidade de Itaú Rio Grande do Norte.
O Segundo Concílio foi realizado na cidade de Mossoró Rio Grande do
Norte, nos dias 15-21 de Dezembro de 1937, e contou com os seguintes
obreiros. Pastores: Manoel Higyno de Souza Missionário e Presidente, Pr.
Gumercindo Medeiros Secretário, Pr. João Vicente de Queiroz, Evangelistas:
Eustáquio Lopes da Silva, Francisco Alves, João Morais, Pedro Tavares, e
Arthur Lisboa Barreto. Diáconos: Candido D'Albuquerque Barreto, Cosme
Dantas, Manoel Felix, Francisco Felix. Presbíteros: Pedro Ludgero Alves e
Raimundo Torquato da Silva. Auxiliares de Trabalho: Francisco Francelino
do Nascimento, Ademar de Almeida Gurjão, e Joaquim Xavier de Almeida.
Neste concilio foram tomadas decisões muito importantes com relação ao
desenvolvimento da Igreja. Este Concílio teve a abertura pelo Pr. João
Vicente de Queiroz que cantou o Hino do Cantor Cristão de Nº 420 foi

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realizada a leitura em 1ª Tessalonicenses 1: 03-10, em seguida uma oração, e


proclamado a presidente Manoel Hygino de Souza e o Pr. Gumercindo
Medeiros como Secretário. O presidente apresentou uma lista dos pontos a
serem discutidos e que foram aprovados por unanimidade. Alguns pontos
foram fundamentais nesse Concílio dentre eles, a consagração de Pastor ao
Evangelista Eustáquio Lopes da Silva, também a Pastor o Evangelista Arthur
Lisboa Barreto e ainda a Pastor o Evangelista Pedro Tavares o que foi dado a
Palavra ao Pr. Gumercindo Medeiros que dissertou sobre o assunto e foi
aprovado a consagração dos dois primeiros e rejeitado o nome de Pedro
Tavares por não ser casado legalmente.
Nesse mesmo Concílio foi consagrado ao Diaconato o irmão
Antônio Lino da Costa, a consagração foi realizada no mesmo Concílio pelos
Pastores João Vicente de Queiroz e Gumercindo Medeiros. Ficou também
acertado que, os evangelistas Francisco Alves e João Morais ficassem
trabalhando voluntariamente enquanto aceitavam o Ministério. O terceiro
ponto foi muito importante porque culminou com a decisão de se escrever
um livro sobre as nossas doutrinas, e uma confissão de fé ao menos resumida
para as Igrejas locais. No Concílio de 1935, foi realizado apenas com 06
membros, enquanto o Concílio de 1937, teria sido realizado com a presença
de 18 membros.
Em 1951, tivemos então a primeira reforma dos nossos Estatutos
as Assembleias de Cristo reunidas em Sociedades como era chamada se
reuniu nos dias 14 a 22 de Setembro do ano de 1951, no salão da casa de
Oração da Igreja de Cristo, a Rua Agostinho Leitão Nº 327 Alecrim Natal
Rio Grande do Norte. Essa reforma estatutária, que foi realizada nos dias 14 a
22 de Setembro de 1951, foi registrado no dia 10 de Outubro de 1951, e foi

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publicado no Diário Oficial do Estado no dia 31 de Outubro do mesmo ano.


Esse Estatuto trouxe importantes mudanças, porque ele informa a
substituição dos obreiros Gumercindo Medeiros, Domingos Augusto Barreto,
João Morais e Francisco Alves que provavelmente saíram da Igreja de Cristo
no Brasil, em 1949, já que nesse mesmo ano o Pr. Gumercindo Medeiros
estava como Pastor na Igreja Batista em Parnamirim Rio Grande do Norte.
No mesmo de Estatutos de 1951 a Igreja agora denominada Igreja de Cristo e
não mais assembleias de Cristo tem em seus quadros as seguintes Igrejas e
bens patrimonial. 03 casas de oração em Mossoró RN; 01 casa de oração em
Itaú; 01 casa de oração em Primavera Mossoró RN; 01 casa de oração em
Serrinha do Canto Martins e 01 casa de oração em Fortaleza Ceará. É
também o ano em que o nome denominação é substituído por Igreja, e o
nome democrático por Teocrático, como também nas decisões em
assembleias em vez da maioria dos membros para tomarem decisões foi
determinado que sejam os membros idôneos e fieis aos princípios da Igreja de
Cristo. Por fim este Estatuto agora reformado contém oito pontos e 23 artigos
e vem trazendo essas mudanças. Nesse Estatuto encontra-se alguns itens que
estão relacionados como normas de convivência para os obreiros e que foram
melhoradas posteriormente. E nesse contexto observamos o cumprimento do
item terceiro que foi escrito no 2º Concilio Nacional, que diz: Que fosse
escrito um livro sobre as nossas doutrinas, uma confissão de fé, pelo menos
resumidas, para as Igrejas locais.
Uma das reuniões do Concílio muito importante ao nosso ver foi
justamente a decima quinta reunião que aconteceu na Igreja de Cristo no
município de José da Penha no dia 21/12/1973. Nesta reunião que teve como
dirigente o Pastor João Vicente de Queiroz secretariado pelo Pr. Antônio
Gomes de Andrade, este Concílio contou com uma delegação de 62

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delegados, além das correspondências do Evangelista Agostinho José de


Oliveira, de São Paulo, Jerônimo Dionísio, Geraldo O. Pereira e o
Evangelista Edilson Feitosa Bastos. Nesta reunião foi eleita uma nova
diretoria para o Concílio, o Presbítero Gidel Dantas de Queiroz relatou
algumas coisas sobre a mudança da diretoria do Seminário propondo uma
nova chapa para a gestão de 1974, com a proposta no sentido de que o
Seminário fosse orientado pela Igreja onde funcionava o Seminário, e que os
diretores tivessem os títulos da seguinte forma: Diretor Presidente- Pr. João
Vicente de Queiroz. Diretor Administrativo: Professor Walfredo F. de
Medeiros, Diretor Secretário Presbítero Gidel Dantas de Queiroz, Diretor
Financeiro: Diácono Altevir M. de Queiroz. Pelo que percebemos o
Seminário havia sido criado em 1972, e não teve bom funcionamento, pelo
que percebemos na fala de Gineton Queiroz. Nessa época a Igreja era
portadora de uma boa preocupação doutrinária ao ponto de propostas de não
consagrar obreiros não tivessem plenas convicções doutrinarias da Igreja e do
Novo testamento afirmavam que o maior patrimônio da Igreja de Cristo é a
sua doutrina e que se o obreiro não tiver pleno conhecimento não tem
condições de ensinar.
Nesse concílio Antônio Gomes de Andrade fez uma proposta de
que a Igreja de Cristo não recebesse obreiros de outras igrejas com cargos ou
consagrados fossem Pastor Presbítero, Evangelista, Diácono, afim de que não
sofrêssemos decepções por outros elementos advindos de outros ministérios.
No que se refere ao recebimento a Igreja receba na condição de crente só
como membro e consequentemente esses possíveis obreiros deveriam serem
experimentados e só homologado com essas convicções da nossa doutrina.
Pois bem, como falamos desse Concílio que teve uma nova diretoria eleita

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com os seguintes pastores concorrentes entre eles o presidente seria o mais


votado foi então eleito, João Vicente de Queiroz Presidente, Vice presidente,
Antônio Gomes de Andrade, foi eleito como secretário o Presbítero Gidel
Dantas de Queiroz, para tesoureiro foi eleito Pr. José Dantas, Para tesoureiro
da CAEB, Gerson Queiroz e para e foi eleito também na mesma ocasião o
Evangelista Antônio Olímpio Dantas para secretária de bens e imóveis da
Igreja de Cristo. No entanto nesse mesmo Concílio Antônio Olímpio Dantas
foi consagrado ao Pastorado questão essa debatida já que a primeira proposta
era ao presbitério mais vencida a questão por maioria de votos 41 votos a
favor da sua consagração a 13 contrários. Pelo que é relatado David
Marroque Teixeira era recém chegado ao Ministério com irmãos de Angicos
onde residia sendo assim já estava pastoreando na cidade de Areia Branca
esse também foi consagrado a evangelista no dia 23 Dezembro de 1973.
Nesse mesmo Concílio foi também consagrado ao Pastorado José Jerônimo
da Silva.
Já no ano de 1978 tivemos uma terceira reforma estatutária que
deve ter acontecido no ano de 1977, já que no dia 06 de Janeiro de 1978 foi
dado entrada em cartório e no dia 24 de Julho de 1978 foi publicado no
Diário Oficial do Estado do Ceará, como constam as págs. 18 -19. É também
nesse estatuto que encontramos a nossa base de fé sistematizada como
também as normas de convivência para os obreiros e que foram melhoradas
posteriormente. Esse Estatuto torna-se importante, porque nele que também
encontramos algumas mudanças significativas: Este apresenta-se com 07
pontos, mas com 38 artigos e no seu Capítulo II é composto pela sua
estrutura administrativa.
Concílio, Diretoria, Ministérios Locais. Esta Diretoria é
apresentada da seguinte forma: Diretor Presidente, Diretor Vice-Presidente,

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Diretor Secretário, Diretor Financeiro, Diretor de Patrimônio, Diretor de


Educação Religiosa e Diretor de Ação Social, Diretor de Campanhas nesse
caso todos eleitos pelo Concílio e com mandato de 02 anos. Nele também
encontramos pela primeira vez a aprovação de um apêndice, contendo as
normas básicas as quais serão observadas como princípio de fé e doutrina em
que se apoia a Igreja de Cristo no Brasil, como também as normas de ação
para os dirigentes de Igrejas locais. Com relação as normas básicas de fé da
doutrina da Igreja de Cristo no Brasil, está também foi aprovada e publicada
no diário Oficial do Ceará na mesma Época. 06 de Janeiro de 1978 e teve
como secretário o Pr. Gidel Dantas de Queiroz.
Considerações Finais
Durante os primeiros anos, enquanto muitas igrejas evangélicas
procuravam os grandes centros- a IGREJA DE CRISTO NO BRASIL
iniciou com vivacidade uma verdadeira cruzada de evangelização no interior
do Sertão Brasileiro. E atualmente com quase 90 (noventa) desde sua
organização; a ICB consolidou-se, sem desvirtuar-se; em todas as regiões
desse grande país.
Um dos fatos determinantes para o crescimento e perfil da Igreja
de Cristo no Brasil, acontece no início da Década de 90, com a
descentralização através de regiões eclesiásticas, e autonomia das Igrejas
locais, dando a Igreja de Cristo, um formato que ela já desenvolvia
historicamente de responsabilidade cristã, mas de liberdade de pensamento,
vinculado ao respeito de seus líderes e o fortalecimento da doutrina em suas
bases de fé. O restante de nossa história é Deus dando o crescimento.
Apesar da descentralização a Igreja de Cristo no Brasil, fora ao
longo dos anos, dando importantes para o crescimento da obra de Deus, nas
regiões, principalmente com a criação da SENAMIC e da expansão da Igreja

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de Cristo, no Norte, Sul e Centro-oeste. Trajetória que será melhor contada


no capítulo seguinte.
A ICB em duas recentes reformas estatutárias, deu também alguns
importantes passos na consolidação de uma Igreja com os olhos no século
XXI, mas que mantém firmemente suas bases na Palavra de Deus: o
reconhecimento do ministério feminino (missionárias, diaconisas e
presbíteras) e das normas de convivência das mulheres em suas três esferas e,
as Normas de Convivência da UMIC (mocidade da Igreja de Cristo) também
em suas três esferas.
E ainda como resultado de amadurecimento da descentralização
anteriormente ocorrida criou em 2017, um CONSELHO
REPRESENTATIVO com fortalecimento conjunto da Diretoria, dos órgãos
auxiliares do Conselho Nacional, Departamentos de Jovens e Mulheres e, das
representações da Região, definindo formalmente seu federalismo
eclesiástico, reafirmando a autonomia das Igrejas locais e Regiões
Eclesiásticas, sob a unicidade administrativa e doutrinária dos parâmetros da
Igreja de Cristo à nível nacional também pela criação da Comissão para
Assuntos Doutrinários da Igreja de Cristo - COPAD.
Nesse contexto, a Igreja de Cristo no Brasil; mantém-se como um
farol que ilumina as nações com coragem revela um amor profundo por
Cristo e pela evangelização, rompendo com os atuais modelos de teologia
materialista, de massificação e de prosperidade. Seus líderes, homens
humildes, mas zelosos pelas Escrituras, com o mesmo ímpeto de seus
fundadores mantém firme a missão da evangelização do genuíno evangelho
da graça de Deus, da atualidade dos dons espirituais, da segurança da salvação
em Cristo Jesus, e do contínuo exercício do cuidado e da misericórdia social.

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Documentos
e Fotos
Históricas

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1º Templo em Mossoró / RN

1º Templo construído em Natal / RN

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