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Entrevistadora – E Professora – P
Objectivos Gerais
- Recolher dados acerca da relação estabelecida com a escola, a “Inês” e com a sua família.
E - Durante a sua experiência profissional já alguma vez trabalhou com alguma turma que incluísse
uma criança com características do espectro autista?
P – Nunca tinha trabalhado com uma criança com características do espectro autista, no entanto estou a
gostar deste desafio. Trabalho há vinte anos e apenas no meu primeiro ano de trabalho uma das
crianças do meu grupo era hiperactiva, depois acabei por nunca mais ter crianças com necessidades
educativas especiais nos meus grupos. Por isso, a “Inês” revelou-se um grande desafio, na medida em
que alterou em parte o meu método de trabalhar. Esta alteração a meu ver tem sido muito positiva,/ pois
obriga-me a investigar enriquecendo-me como pessoa e como profissional.
P – Participei apenas numa que decorreu na Madeira Tecnopolo, ministrada pela Dr.ª Glória. Desde
então como não trabalhava com crianças inscritas na Educação Especial acabei por não ter dispensa
para participar em acções formativas desse âmbito.
E - Sente necessidade de algum apoio/formação no sentido de melhorar a sua intervenção educativa
junto da sua aluna com características do espectro autista? Qual?
P – Claro, por mais que leia artigos, livros que abordem esta síndrome não é suficiente. O Gabinete de
Formação da DREER devia de organizar com maior frequência acções de formação que abordassem
temas em torno da intervenção educativa com crianças com necessidades educativas especiais, por
forma a aperfeiçoarmos a nossa intervenção junto aos grupos de crianças. Com a “Inês” eu sinto mais
dificuldade em trabalhar a língua portuguesa e a matemática, por isso neste momento necessitava de
formação no âmbito da intervenção educativa para a aprendizagem dessas duas áreas.
P – Apesar da menina estar diagnosticada com características do espectro autista até ao momento
apresenta evoluções significativas. A “Inês” é uma menina com capacidades, que certas vezes, estão
escondidas. No entanto, penso que nesta fase seria interessante ela ingressar, devido à idade, para um
ensino estruturado para as situações práticas do dia-a-dia.
P – A família apresenta expectativas muito elevadas para o futuro da menina. Recorrem a todos os
“tratamentos” que conhecem, pensando que um dia a menina tem um “clic”. Um dos últimos
“tratamentos” a que recorreram decorreu nos Açores, esse tratamento assentava numa intervenção
realizada por técnicos especializados e com golfinhos. A família não aceita que esta síndrome
condicione a vida da menina para sempre.
P – Sim, pois assim podem dar continuidade a todo o trabalho desenvolvido na escola. A escola
sozinha não consegue desenvolver a “Inês” no seu integral. Os resultados que temos tido são fruto,
também, do envolvimento dos pais no desenvolvimento/aprendizagem da menina.
P – Sim, todos os dias quando a mãe vem deixar a menina entra na sala e pergunta-me o que estamos a
trabalhar no momento e se precisamos do seu apoio. Quando decorrem as reuniões de pais, estes nunca
faltam e participam em todas actividades desenvolvidas pela escola.
P – Sim, a meu ver para atingirmos um harmonioso desempenho educacional da “Inês” é fundamental a
adaptação dos conteúdos, das estratégias/actividades, ou seja, são necessárias adaptações em torno de
todas as áreas da intervenção educativa.
P – Este ano recorro muitas vezes ao método global e como já referi anteriormente, a material didáctico
específico. Algumas vezes recorro a apresentações em PowerPoint, por forma a dinamizar a
aprendizagem na sala de aula.
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