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Gestão de energia e eficiência energética

Gestão de Energia na Industria

Praia

02 / 12 / 2020
Índice
Introdução

Com a globalização e revolução industrial ocorrida no séc. 19, as industria começaram a ter um
papel importante para o desenvolvimento do mundo trazendo ganhos para todo o planeta.
Com esta revolução apareceu também alguns problemas, de carater ambiental sobre tudo e
também na procura de novos recursos energéticos de forma a impulsionar a industria que era
totalmente dependente de combustíveis fosseis.

Com a grande demanda de recursos fosseis e com as crises do petróleo ocorridos na década de
1970 a eficiência energética e gestão de recursos energéticos ganhou força. A partir destas
crises, o mundo passou por algumas mudanças de hábitos, ainda que em níveis, não
satisfatórios, mas que contribuem para o uso mais eficiente da energia. Medidas visando
melhorar a eficiência energética de equipamentos e processos devem ser aplicadas tendo-se
em mente a diferença entre perdas e desperdícios. As perdas caracterizam-se por serem
decorrentes do funcionamento do equipamento ou processo e sua mitigação ocorre por meio
de melhorias tecnológicas. Já os desperdícios, em muitos casos, apesar de serem considerados
como perdas, correspondem à energia gasta com pouco resultado útil. Neste caso, torna-se
necessária a conscientização e a mudança de hábitos.

A gestão dos recursos energéticos é hoje um dos principais desafios que, a nível mundial, a
sociedade moderna tem pela frente, as crescentes subidas dos preços dos combustíveis fosseis
vieram reavivar a necessidade de racionalização de consumos e de encontrar energias
alterativas, que quebrem a grande dependência desse tipo de energia. Novos caminhos têm
que ser encontrados para viabilizar a manutenção dos padrões de vida das sociedades
desenvolvidas e as justas aspirações dos países em desenvolvimento, sem, contudo, hipotecar
o futuro das gerações vindouras. Ganhos de eficiência podem ser obtidos através de reduções
de energia útil, ou seja, na energia efetivamente utilizada nos seus usos finais, e,
principalmente na eficiência de conversão nestes usos. Todo o processo de conversão de
energia, tanto primaria1 quanto secundaria2, possui uma parcela de perdas inerentes ao
processo, aos quais correspondem a diferença entre a energia final consumida no processo de
transformação e a energia útil obtida. Um exemplo e a lâmpada florescente, que transforma
apenas 47% da energia que consome para produzir luz.

Promover melhorias na eficiência de sistemas energéticos requer utilizar o conhecimento de


uma forma aplicada, empregando conceitos da engenharia, da economia e da administração
(NOGUEIRA, 2006).

1. As fontes primárias de energia são aquelas disponíveis na natureza, tais como petróleo, gás
natural, carvão mineral, lenha, cana de açúcar, etc.
2. As fontes secundárias de energia são resultantes da conversão de fontes primárias, ou outras
fontes secundárias, em centros de transformação tais como refinarias de petróleo, usinas
hidrelétricas, usinas termelétricas, destilarias de álcool, bio refinarias, etc. Exemplos:
derivados de petróleo, eletricidade, álcool combustível, bagaço da cana, carvão vegetal, etc.
Metodologia
 Para desenvolver este trabalho recorreu se a pesquisas revisão bibliográficas de modo
a ter o máximo de informações para um trabalho coerente e estruturado.

Objetivo geral

 O objetivo deste trabalho é de conhecer a gestão de energia na industria a sua


importância a nível técnico e económico, principais problemas nas diversas fases da
gestão eficiente e sua resolução.

Objetivo especifico

 Conhecer os gastos na industria, saber como o fator de potencia influencia no custo de


energia, consequência do consumo excessivo de energia reativa, consequência a nível
económicos e dos equipamentos.
Gestão de energia

“Gestão de energia é uma forma inteligente de reduzir e controlar os custos com energia
elétrica em uma empresa, trazendo eficiência energética e aumentando a competitividade
do negócio e sua sustentabilidade no mercado.”

A gestão de energia e muita das vezes entendida no sentido das necessidades que permite
satisfazer é nesta perspetiva que a substituição por outras formas de energia ou ações se
coloca. Do mesmo modo, se torna importante encontrar alternativas que impliquem menores
consumos energéticos.

A gestão de energia aparece como uma politica que permite a referida substituição, mantendo
as prestações e a satisfação das necessidades através da otimização e melhor afetação de
recursos. Devendo começar logo na fase de projeto de instalações, e na escolha de
equipamentos e de meios de produção, de modo a adequar as escolhas, a objetivos de
eficiência energética associado a custo menores. Conhecer os consumos energéticos passa por
saber o motivo porque se consome a energia, como se consome a energia, onde se consome a
energia e quanto se consome energia

As atividades associadas à busca da eficiência energética em uma indústria são desenvolvidas


de acordo com as seguintes fases: avaliação, emissão de diagnóstico, tomada de decisão e
realização de ações. Dividir o estudo em partes facilita a visualização do problema, a adoção de
soluções, além de propiciar dados mais confiáveis do processo

Conhecer
consumos
energéticos Contabilizar
consumo
Agir de
modo a
otimizar

Gerir a
energia

Controlar os Dispor de
resultados dados para
das tomadas tomar
de decisões decisões
A gestão eficiente das indústrias e fontes energia é uma forma inteligente de reduzir e
controlar os custos com energia elétrica dentro de uma empresa, aumentando a
competitividade do negócio e sua sustentabilidade no mercado. Ou seja, visam fazer mais com
menos. Com a gestão, a indústria não vai precisar abrir mão da quantidade de energia elétrica
necessária para o seu funcionamento, e sim apenas usá-la de uma forma que não polui e gaste
menos.

Com os custos energéticos subindo nos últimos anos, as empresas que prezam por investir em
uma gestão de suas fontes de energia de forma mais consciente acabam sendo destaque em
relação às outras.

Isso se dá porque o insumo energético mal gerido limita diretamente no crescimento de uma
indústria e, consequentemente, em maiores despesas.

Com isso, através de uma perspetiva sistêmica, a eficiência energética analisa, de maneira
integrada, as formas de garantir a máxima eficiência dos equipamentos com o uso de recursos
inteligentes.

Sistemas de gestão de energia nas industrias


Sistemas de gestão de energia elétrica tem como objetivo principal definir e encontrar
variáveis de consumo dentro da industria que possam ser controladas, viabilizadas e
otimizadas, gerando indicadores e recursos que demonstram eficiência dos fatores que
influenciam diretamente o consumo e uso final de energia.

Importância da gestão de energia nas industria

A gestão eficiente das indústrias e fontes energia é uma forma inteligente de reduzir e
controlar os custos com energia elétrica dentro de uma empresa, aumentando a
competitividade do negócio e sua sustentabilidade no mercado. Ou seja, visam fazer mais com
menos. Com a gestão, a indústria não vai precisar abrir mão da quantidade de energia elétrica
necessária para o seu funcionamento, e sim apenas usá-la de uma forma que não polui e gaste
menos.

Com os custos energéticos subindo nos últimos anos, as empresas que prezam por investir em
uma gestão de suas fontes de energia de forma mais consciente acabam sendo destaque em
relação às outras.

Isso se dá porque o insumo energético mal gerido limita diretamente no crescimento de uma
indústria e, consequentemente, em maiores despesas.
Económica
A importância da redução de energia que precisamos incorporar em nossas rotinas traz uma
vantagem quanto ao financeiro, simples atitudes podem mudar a sua fatura da sua indústria
no final do mês.

Sabemos que grandes indústrias precisam de fontes de energia mais intensas para suas
produções, mas o que muitos não sabem é que isto não é sinônimo de gastar mais do que o
necessário. A eficiência energética fornece todos os recursos indispensáveis para a redução de
custos operacionais. Tanto na hora da manutenção que é mais facilitada quanto na solução
técnica que seria a otimização.

Ambiental
O uso mais eficiente de energia reduzira as perdas na cadeia energética, e em consequência o
consumo de combustíveis fosseis. Atacar as causas de poluição e desperdício e mais eficiente
do que curar os sintomas, tornando, mas fácil o desenvolvimento de medidas a longo prazo de
preservação ambiental.

Por isso, é importante pensar como uma indústria sustentável, o processo vai impactar menos
sem tirar da sua produção. Portanto, um dos maiores fatores relevantes da gestão eficiente de
energia são as boas práticas que diminuem o impacto da indústria no meio ambiente .

No contexto empresarial\ industrial apresenta algumas vantagens:

• Melhor preformasse de unidade industrial, em consequência do aumento da


produtividade;
• Melhor qualidade de produtos devido a controlo mais rigoroso do parâmetro do
processo;
• Maior segurança das operações;

• Uso racional de combustíveis alternativos;


ISO 50001 – Gestão de Energia
A ISO (International Organization for Standardization) é uma federação mundial de
organismos nacionais de normalização (organismos membros da ISO), trabalhão na preparação
de normas internacionais, normalmente, é realizado através de comitês técnicos da ISO. Cada
membro interessado em um assunto, para o qual foi criado um comitê técnico, tem o direito
de ser representado nesse comitê.
A principal tarefa dos comitês técnicos é preparar as Normas Internacionais. Os projetos de
Normas Internacionais adotados pelos comitês técnicos são distribuídos aos membros para
votação. A publicação como Norma Internacional requer aprovação de, pelo menos, 75% dos
membros com direito a voto. A ISO 50001 foi preparada pelo Projeto Comitê ISO / PC 242,
Gestão de Energia.

ISO 50001: 2011 – Sistema de Gestão de Energia


O objetivo desta norma é permitir que as organizações estabeleçam os sistemas e processos
necessários para melhorar o desempenho energético, incluindo a eficiência energética, uso e
consumo. A implantação desta norma se destina à redução nas emissões de gases de efeito
estufa e outros impactos ambientais relacionados à energia e os custos/economia que esse
sistema de gestão de energia promoverá. Esta Norma é aplicável a todos os tipos e tamanhos
de organizações, independentemente de condições geográficas, culturais ou sociais. A
implementação bem-sucedida depende do comprometimento de todos os níveis e funções da
organização e, especialmente, da gestão de topo.
Esta Norma especifica os requisitos do sistema de gestão de energia (EnMS), sobre os quais
uma organização pode desenvolver e implementar uma política energética e estabelecer
objetivos, metas e planos de ação que levem em conta os requisitos legais e informações
relativas ao uso significativo de energia. Um EnMS colabora para que uma organização atinja
seus compromissos políticos, tome as medidas necessárias para melhorar o seu desempenho
energético e esteja de acordo com os requisitos da Norma.
A ISO 50.001 é baseada no modelo de sistema de gestão de melhoria contínua, também
utilizado para outros padrões bem conhecidos, como ISO 9001 e ISO 14001. Isto facilita para as
organizações integrarem o gerenciamento de energia em seus esforços a fim de melhorar a
qualidade e gestão ambiental.
Quadro de exigências da ISO 50001 para as organizações:
· Desenvolver uma política para o uso mais eficiente da energia;
· Fixar metas e objetivos para atender a essa política;
· Usar dados para melhor compreender e tomar decisões sobre o uso de energia;
· Medir os resultados;
· Rever como a política funciona;
· Melhorar continuamente a gestão da energia.
Como as demais normas de sistema de gestão ISO, a certificação ISO 50.001 não é obrigatória.
Consumo de energia nas industrias

As indústrias são conhecidas pela sua enorme demanda de energia, os pontos principais de
desperdício de energia são os motores elétricos, a iluminação e os sistemas de geração de
calor ou resfriamento. Estes estão interligados aos métodos de operação, normalização de
processos, treinamento e qualificação.

As industrias necessitam de muita energia para manter todos os seus equipamentos


funcionando, algumas precisam de mais energia que as outras. Os grandes motores,
compressores, inversores, fornos entre outros, são grandes vilões do consumo de energia na
industria.

Sistemas de refrigeração – relacionado aos aquecedores e congeladores, assim como


refrigeradores de matéria primas, de produtos perecíveis e camaras frigorificas. Esses sistemas
são utilizados em mercados, industrias e qualquer empreendimento que precise manter os
ambientes climatizados.

Caldeiras - as caldeiras são elementos utilizados nos mais diferentes tipos de industria, mas
elas são mais comuns nas metalúrgicas, industrias de papeis, alimentos, onde o calor das
caldeiras é usado para preparar e dar forma ao aço de forma a ser utilizado em diversos
setores. Dessa forma, quanto maior eficiência da caldeira, mais calor ela conseguirá gerar com
menos energia, o que é bom para a produção.

Maquinas elétricas
Existem equipamentos que, independentemente da aplicação, possuem seu princípio de
funcionamento baseados na indução eletromagnética, e por sua vez, são responsáveis pela
demanda de potência reativa no circuito. Outros equipamentos, por sua vez, acabam por
necessitar energia reativa apenas quando mal utilizados, ou mal dimensionados, ou ainda,
devido aplicações específicas. Esses equipamentos, denominados máquinas elétricas. Os
equipamentos do ambiente industrial são, em sua maioria, motores elétricos de indução,
transformadores, entre outros. Tais equipamentos demandam, como exposto anteriormente,
energia reativa indutiva.
Fatores que geram perdas e aumentam o consumo
Muitas indústrias apresentam elevado gasto energético e é comum que sequer tomem
conhecimento do que podem estar causando desperdício. Um dos vilões da indústria é o baixo
fator potência. Esse é um problema frequente no setor e costuma gerar despesas
desnecessárias. O fator potência nada mais é do que o índice que calcula quanto de energia
elétrica foi desperdiçado para manter máquinas e equipamentos em funcionamento. Trata-se
de um fenômeno decorrente da operação de máquinas que utilizam motores elétricos, o que
gera um excesso de energia reativa e aumenta o desperdício.

O fator potência é a relação entre a energia ativa e a energia total. Desta forma, quanto maior
for o consumo de energia reativa em uma indústria, menor será seu fator potência. E as
consequências da baixa eficiência vão além do alto custo. Industrias que apresentam baixo
fator de potência são penalizadas. Assim, quando há consumo excessivo de energia reativa,
menor o fator potência e maior a multa.

Outra consequência do baixo fator de potência são os problemas que ele pode gerar para a
infraestrutura da empresa, entre eles o aquecimento dos condutores, a queda no
aproveitamento dos transformadores, a redução da tensão nas instalações elétricas e a
sobrecarga do sistema. Existe ainda um outro fator que pode gerar perdas e aumentar o
consumo nas indústrias são as harmônicas. A rede elétrica trabalha com um padrão de
frequência de 50 ou 60 Hz, taxa ideal para que circuitos em corrente alternada linear operem
sem problemas. Nesse sentido, as harmônicas nada mais são do que perturbações na corrente
e tensão causadas pela grande quantidade de aparelhos eletrônicos que nos cercam. Como
resultado, essas interferências prejudicam o funcionamento dos equipamentos e a eficiência
energética. As harmônicas podem causar problemas como interferências nas redes de
comunicação, sobrecarga na rede, superaquecimento de equipamentos, quedas de fase,
aumento de gastos com troca de máquinas e, principalmente, redução do fator potência.
Fator de potencia nas industrias
O fator de potencia é um item de fundamental importância a ser controlado no ambiente
industrial, devido ao seu elevado custo da demanda de energia reativa, dentre a analise de
energia elétrica consumida o fator de potencia é considerado por mensurar a quantidade de
energia reativa utilizada, é definido como um dos índices de utilização de energia elétrica em
sua forma alternada, seu acompanhamento e controle mostra se imprescindível devido a sua
nocividade, tanto para eficiência das instalações, quanto do ponto de vista financeiro. O fator
de potencia sendo monitorado pelos sistemas de medições da concessionária, quando
apresentado em baixas proporções resulta em sanções onerosos ao consumidor previstas nas
normas regulamentadas.

A redução de consumos de energia reativa é possível através da compensação do fator de


potência. Para tal, utilizam-se condensadores (baterias de condensadores), que podem ter
diferentes configurações consoante a especificidade da instalação, bem como das cargas a
compensar, podendo passar por uma solução de condensadores até equipamentos com filtros
de supressão de harmónios.
A compensação da energia reativa através da instalação de baterias de condensadores permite
que a energia reativa necessária para as cargas seja fornecida junta das mesmas, evitando a
sua circulação na rede de distribuição. Desta forma consegue-se diminuir as perdas ativas na
distribuição e na transformação (ou seja, nos transformadores). De modo a compensar
adequadamente o fator de potência e evitar os custos anuais com a energia reativa, a
instalação de baterias de condensadores constitui uma medida com um período de retorno
muito atrativo, entre 6 meses a 1 ano na generalidade das instalações, evitando assim custos
adicionais com a fatura de energia elétrica, permitindo ainda a otimização da eficiência
energética da instalação e igualmente melhorar a estabilização dos níveis de tensão e evitar
perdas elétricas na distribuição.

Como o fator de potencia interfere nos gastos na industria:

 Interfere na vida útil dos equipamentos


 Interfere no custo energético
 Interfere na qualidade e capacidade de produção

Bibliografia
[1] – Sistema de Gestão Energética – Guia Prático, AIDA - Associação industrial do distrito de
Aveiro, Aveiro, 2014.

[2] – www.iberol.com.pt, novembro de 2020

[3] www.poupaenergia.pt, novembro de 2020

[4] Plano energético renovável de cabo verde

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