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Hanseniase Laura 120514
Hanseniase Laura 120514
JOÃO PESSOA - PB
2014
INSTITUTO DE EDUCAÇAO SUPERIOR DA PARAÍBA
BIBLIOTECA – SERVIÇO DE DOCUMENTAÇÃO
IESP- FATEC/PB
LAURA
JOÃO PESSOA - PB
2014
A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DA HANSENÍASE
LAURA
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Profa. MsC. xxxxxxxxxxxxxx (Orientadora)
Instituto de Ensino Superior da Paraíba
_____________________________________________
Prof. Educação Superior da Paraíba
JOÃO PESSOA - PB
2014
RESUMO
Este estudo teve como objetivo descrever a atuação do enfermeiro no controle de endemias e
discutir a formação profissional dele para atuar em tal controle, enfocando, principalmente, as
ações do enfermeiro na prevenção da hanseníase. Utilizou-se a metodologia qualitativa, com
abordagem descritiva e exploratória, que descreve a complexidade de determinada hipótese
ou problema, procurando descobrir e classificar a relação entre variáveis. A revisão da
literatura concentrou-se nas bases de dados de Lilacs, Bedenf, entre outros. Como a
enfermagem é uma atividade aplicada, a formação do enfermeiro deve ter um alto conteúdo
de formação não somente teórica, mas prática e humanística, enfatizando-se a aprendizagem
cognitiva dos fundamentos teóricos da enfermagem, e é na prática que o objetivo se centra em
sua aplicação. O estudo mostrou que o enfermeiro precisa estar qualificado para atuar, com
sentido de responsabilidade social e compromisso com o paciente e sua família, como
promotor da saúde integral do ser humano, capacitando-se para trabalhar em diversos setores
da saúde, considerando ações do cuidar, educativas, gerenciais e de pesquisa com um olhar
humanizado. Assim, é preciso maior compromisso dos profissionais de saúde quanto ao
encaminhamento do usuário a outro profissional ou a outra unidade básica de saúde,
principalmente em suas ações e comportamentos frente aos pacientes e seus familiares.
Palavras-chave: Enfermagem. Capacitação. Hanseníase.
ABSTRACT
This study aimed to describe the role of nurses in the control of endemic diseases
and discuss training him to act in such control, focusing mainly on the actions of
the nurse in the prevention of leprosy. We used a qualitative methodology with a
descriptive and exploratory approach, which describes the complexity of a
particular event or issue, trying to discover and classify the relationship between
variables. Keywords: Nursing. Training. Leprosy. The literature review focused
on databases Lilacs, Bedenf, among others. As nursing is an applied activity,
nursing education must have a high content of not only theoretical but practical
and humanistic, emphasizing the cognitive learning of the theoretical foundations
of nursing, and is in practice that focuses on the objective its application. The
study showed that nurses need to be trained to act with a sense of social
responsibility and commitment to the patient and his family, as a promoter of the
integral health of human beings, enabling them to work in different sectors of
health and consider actions of caring, educational, managerial and research with
a humanized look. Thus, we need greater commitment of health professionals
regarding referring the user to other professional or other basic health unit,
especially in their actions and behaviors against patients and their families.
Keywords: Nursing. Training. Leprosy.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................1
2 METODOLOGIA..................................................................................................................2
3 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................................3
3.1 HANSENÍASE................................................................................................................................3
3.2 DIAGNÓSTICO, QUADRO CLÍNICO E TRATAMENTO........................................................5
3.3 AÇÕES EDUCATIVAS DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DA HANSENÍASE.8
3.4 CAPACITAÇÃO DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DA HANSENÍASE.....................15
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................17
1
1 INTRODUÇÃO
Essa doença constitui um desafio para a saúde pública em todo o território brasileiro
por sua alta taxa de detecção e por seu potencial infectante e endêmico. A Secretaria de
Vigilância em Saúde (SVS) mostra uma queda de 27,5 % dos casos de hanseníase no Brasil,
entre 2003 a 2009, passando de 51. 900 casos para 37.610, todavia esta taxa ainda é muito
alta. Nesse mesmo período de tempo o total de casos por 100 mil habitantes em toda a
população mudou de 29,37 para 19,64, representando uma diminuição de 4,5% (BRASIL,
2011).
1
TAVARES, W; MARINHO, LAC. Rotinas de Diagnóstico e tratamento das doenças infecciosas e
parasitárias. 2 ed. São Paulo: Atheneu; 2007.
2
2 METODOLOGIA
Partindo dos levantamentos bibliográficos, foi realizada uma pré-leitura, pois, segundo
Cervo e Bervian, nessa fase inicial da leitura, o pesquisador deve certificar-se da existência
das informações que procura, além de obter uma visão global delas. São duas, pois, as
finalidades dessa leitura: a primeira é permitir a seleção dos documentos bibliográficos que
contêm dados ou informações suscetíveis de serem aproveitadas na fundamentação do
trabalho; a segunda é dar uma visão global do assunto focalizado, visão indeterminada, mas
3
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 HANSENÍASE
A hanseníase é uma das mais antigas doenças que acometem o homem. Isso se percebe
nos relatos históricos e bíblicos, como a história de Lázaro. As medidas tomadas no
enfrentamento dessa enfermidade são mais estigmatizantes que de saúde, decorrendo o
isolamento dos doentes do convívio social e da própria família. Todavia, essas atitudes não
foram capazes de evitar uma epidemia e contribuíram para aumentar o medo e o preconceito
sobre a doença e seu portador (OPROMOLLA, 1981).
Trata-se de uma doença infectocontagiosa, causada pela bactéria Mycobacterium
leprae ou bacilo de Hansen, parasita intracelular obrigatório que se instala no organismo da
pessoa infectada, podendo se multiplicar, com evolução lenta manifestando-se basicamente
através de sinais e sintomas dermatológicos acometendo principalmente as populações em
condições precárias de vida (BRASIL, 2010).
Há muito, o Brasil vem tentando eliminar essa doença de seu quadro e, mesmo assim,
continua sendo um dos primeiros em casos no mundo. A taxa de prevalência de hanseníase
caiu 65%, nos últimos 10 anos, passando de 4,33, em 2002, para 1,51 por 10 mil habitantes,
em 2012. A queda é resultado das ações de combate à doença, intensificada nos últimos anos.
O Brasil registrou 33.303 casos novos da doença (BRASIL, 2014).
Não sendo tratada quando diagnosticada, a hanseníase pode evoluir para deformidades
e incapacidades físicas, que induzem à diminuição do trabalho, problemas psicológicos e,
consequentemente, limitação da vida social. O grau de incapacidade, segundo Pimentel et al.
(2009), termina mediante avaliação neurológica dos olhos, mãos/pés, com resultados
expressos em números que vão de zero a dois, essa avaliação e registro da incapacidade são
importantíssimas na educação e promoção do autocuidado, buscando-se evitar o
estabelecimento da incapacidade após a alta, a hanseníase atinge os nervos em todos os seus
estágios e/ou formas.
O controle e a detecção da doença encontram-se na identificação adequada de novos
casos e no tratamento poliquimioterápico, controlando-se os contatos domiciliares unidos à
6
O período de incubação da doença vai de três a cinco anos, sua classificação clínica
divide-se basicamente em quatro: indeterminada, tuberculoide, dimorfa, e virchowiana, sendo
que a tuberculoide e a virchowiana ou lepromatosa são as formas mais importantes. A forma
tuberculoide caracteriza-se pela presença de nódulos sobre a pele e regiões circunscritas de
anestesia e pelas lesões dos nervos periféricos, a forma mais grave que é a virchowiana ou
lepromatosa provoca lesões e deformidades, com mutilações de mãos, nariz e orelha
(FERNANDES, 2012).
A neurite é um processo agudo com dor intensa e edema, não havendo inicialmente
comprometimento funcional do nervo, mas frequentemente torna-se crônica, evidenciando
através da perda de capacidade de suar que o nervo já foi comprometido o que causa
ressecamento da pele, perda de sensibilidade, dormência e perda de força muscular, além de
paralisia nas áreas de inervações (BRASIL, 2001).
Convém comentar que a avaliação neurológica do paciente com hanseníase deve ser
feita com frequência para que, precocemente, tomem-se medidas adequadas de prevenção e
tratamento. A avaliação neurológica deve ser realizada concomitantemente com o diagnóstico
periódico, por ocasião da alta, na ocorrência de neurites e reações, ou se houver suspeita
delas, durante ou após o tratamento PQT e sempre que houver queixas (BRASIL, 2002).
não confundir a hanseníase com o diagnóstico de outras doenças deve-se fazer o diagnóstico
diferencial essa diferenciação se dá pelo fato de que, na hanseníase, há a perda de
sensibilidade ao redor das lesões, o que não ocorre com as outras doenças (BRASIL, 2002).
É nesse contexto que o enfermeiro atua como figura central para implementação das
políticas de controle e tratamento desses doentes, à proporção em que atua diretamente com o
cuidado junto com as comunidades afetadas. Assim, quando uma pessoa doente precisa de
cuidados, ela se fragiliza, e essa fragilidade aumenta quando se ouve falar de hanseníase,
devido aos prejuízos sociais que se somam às incompetências advindas com a própria
enfermidade. O cuidar desses pacientes abrange objetivos, como, avaliar, reconfortar, ajudar,
favorecer, promover, restabelecer, restaurar (BRASIL, 2012).
Esse cuidado tem como meta curar; deve ser um cuidado permanente e holístico,
abrangendo os diversos aspectos da vida do paciente. Por sua vez, o cuidar em enfermagem
prioriza levar alívio ao sofrimento humano, manter a dignidade e encontrar meios para lidar
com as crises e com as experiências de viver e de morrer.
O monofilamento Semmes Weinstein de nylon deve ser nos treinamentos para que os
enfermeiros aprendam a usar e aplicar esta técnica muito pouco divulgada na Capacitação dos
enfermeiros que atuarão com hanseníase utilizado para auxiliar no diagnóstico precoce e
monitoração da doença e na solução da lesão nervosa periférica, permitindo a verificação da
melhora, piora ou estabilidade do quadro, através da aferição das alterações de sensibilidade
antes de sua perda. Avaliar a incapacidade dos membros e de vital importância, para que se
saiba a atual situação em que se encontram os pacientes, acompanhando a progressão da
hanseníase. A Terapia Ocupacional é de importância fundamental na terapêutica dessa
patologia, já que possui recursos terapêuticos que contribuem para a reintegração do
hanseniano, ou mesmo em termos de prevenção ou redução das deformidades tão
incapacitantes. Por isso é muito importante demonstrar a importância do uso dos
monofilamentos de Semmes-Weinstein em pacientes com hanseníase (BRASIL, 2012).
11
Cada monofilamento relaciona-se com uma força específica para curvá-lo, que varia
de 0,05g a 300,0g no conjunto de seis monofilamentos. Quanto maior o diâmetro do fio,
maior será a força necessária para curvá-lo no momento da aplicação sobre a pele. A
aplicação de estímulos com forças progressivas permite avaliar e quantificar o limiar de
percepção do tato e pressão, estabelecendo correspondência com os níveis funcionais. Para a
realização da pesquisa de sensibilidade com os monofilamentos de nylon de SW, faz-se
necessário dar ao paciente as seguintes informações: explicar ao paciente o exame a ser
realizado, certificando-se de sua compreensão para obter maior colaboração; concentração do
examinador e do paciente; ocluir o campo de visão do paciente; selecionar aleatoriamente a
sequência de pontos a serem testados e na presença de calosidades, cicatrizes ou úlceras
realizar o teste em área próxima, dentro do mesmo território específico (BRASIL, 2012).
Figura(1)
Figura(2)
O teste deverá começar com o monofilamento mais fino 0,05g (verde). Na ausência de
resposta utiliza-se o monofilamento 0,2g (azul) e assim sucessivamente. Os filamentos de
0,05g (verde) e 0,2g (azul) devem ser aplicados três vezes seguidas em cada ponto específico,
e os demais uma vez. Aplica-se o teste nos pontos específicos dos nervos e registra-se
colorindo os pontos específicos com a cor do monofilamento que o paciente sente. No quadro
abaixo a análise dos monofilamento:
Nas figuras abaixo mostra-se o local onde deve ser aplicado o estensiômetro nas mãos
e no pé.
Figura: 3
Figura: 4
15
Opas (2009) acentuou que a busca e o diagnóstico dos casos são responsáveis por
tarefas importantes considerando os princípios da plenitude, no atendimento, contribuindo
para que o enfermeiro possa estabelecer relação efetiva com os pacientes. Com relação ao
tratamento e acompanhamento dos pacientes, ressalta-se a necessidade de conduta crítica,
permitindo um aprimoramento no saber diário do enfermeiro onde ele incorpora todo seu
conhecimento técnico-científico que está sendo adotado nessa área, exemplificando o caso da
multidrogaterapia, cujo conhecimento e manejo ele busca em cursos e em pesquisas na área.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo mostrou que o enfermeiro precisa estar qualificado para atuar, com sentido
de responsabilidade social e compromisso com o paciente e sua família, como promotor da
saúde integral do ser humano, capacitando-se para trabalhar em diversos setores da saúde,
considerando ações do cuidar, educativas, gerenciais e de pesquisa com um olhar
humanizado. Convém que o profissional enfermeiro esteja qualificado para o exercício da
profissão, baseado no rigor científico e intelectual e pautado em princípios éticos que atuem
em diferentes meios, capazes de conhecer e intervir sobre os problemas e situações de saúde-
doença, identificando as dimensões biopsicossociais de seus usuários, especialmente do
enfermo hanseniano, visto que o indivíduo com hanseníase foi estigmatizado desde a
Antiguidade.
Acredita-se que o enfermeiro deve se mostrar como uma pessoa importante por meio
de apoio, diálogo e esclarecimento da enfermidade, assim como enfrentar a crise, suscitada
pela doença. Por isso, é importante assinalar que alguns enfermeiros relataram não saber
como cuidar de pessoas afetadas pela hanseníase.
forma, pensa-se que deve haver uma mudança no olhar do enfermeiro sobre as pessoas
afetadas pela enfermidade, de modo que seu cuidar seja eficaz, promova o bem-estar e
contribua na diminuição do número de casos novos, assim como do prejuízo social. O atuar
do enfermeiro deve ser proativo e composto de medidas efetivas para diminuir o sofrimento
dessas pessoas.
5 REFERÊNCIAS
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