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Organizadores
Ezio Zerbone / Geraldo Lima
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO AO CNC............................................................................................................ 5
Flexibilidade............................................................................................................................ 5
Complexidade ......................................................................................................................... 5
Repetibilidade ......................................................................................................................... 5
Produtividade ......................................................................................................................... 6
Vantagens no uso do CNC..................................................................................................... 7
EXERCÍCIOS PARA FIXAR O APRENDIZADO ............................................................................ 8
Avanço ( A )............................................................................................................................ 10
Área de Corte ( S ) ................................................................................................................. 12
Velocidade de Corte ( Vc )...................................................................................................... 12
Tensão de Ruptura ( TR ) ....................................................................................................... 13
Pressão Específica de Corte ( KS ) ......................................................................................... 14
Força de Corte ( FC ) ............................................................................................................. 16
Potência de Corte ( PC ) ........................................................................................................ 16
EXERCÍCIOS PARA FIXAR O APRENDIZADO .......................................................................... 19
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7. TEMPO DE USINAGEM.............................................................................................................
REFERÊNCIA EM “X ” ...................................................................................................................
REFERÊNCIA EM “Z ”...................................................................................................................
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1 - Introdução ao CNC
Após a manufatura artesanal, nota-se um esforço continuado para superar dificuldades na
confecção de peças com um grau de complexidade cada vez mais elevado proveniente de
demanda por produtos mais sofisticados tecnologicamente. Em um sistema onde o operador é o
elemento de comunicação entre o desenho e a máquina operatriz, há de se esperar que exista
uma grande dificuldade ao confeccionar um lote de peças e que estas sejam bastante similares.
Isto acontece, pois o sistema é extremamente dependente do homem que o opera, pois tanto a
condição física como a psicológica afeta a qualidade final do que está se produzindo, ou seja,
existem muitas varáveis que podem afetar a qualidade.
Em um sistema convencional, tem-se presente alguns inconvenientes introduzidos no
processo pelo fator humano:
- o cansaço - que se intensifica pelo aumento do volume do lote;
- a morosidade - que é uma variável pessoal que depende de quem opera o equipamento;
- a imprecisão - que aparece pela dificuldade de se produzir peças idênticas.
Pode-se perceber que ao longo da história, toda vez que se projetava uma máquina-
ferramenta, o projetista buscava sempre não perder de vista as características que permitem
superar uma a uma as dificuldades indesejáveis citadas acima (GONÇALVES,2001). Estas
características são:
Flexibilidade
Complexidade
É o grau de dificuldade de manufatura de uma peça.
A complexidade de uma peça não está no número de operações e sim na geometria pouco
convencional que possa ter. Assim, independente do grau de especialização do operador de um
equipamento convencional, à medida que a complexidade aumenta, torna-se difícil a usinagem da
peça (confecção demorada).
Repetibilidade
É a capacidade de manter as medidas de uma peça para outra dentro de uma tolerância
determinada pelo projeto (obter peças as mais similares possíveis). A repetibilidade de um
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sistema convencional vai se tornando mais difícil à medida que a complexidade vai aumentando.
Um sistema onde praticamente tudo depende do operador, não pode ser considerado repetitivo.
Produtividade
É a capacidade de fabricar determinado lote de peças, no menor tempo possível, sem
prejuízo da qualidade. Como os inconvenientes da morosidade e imprecisão estão presentes na
máquina-ferramenta universal em virtude do fator humano, este sistema embora seja considerado
flexível não pode contribuir muito com a característica produtividade. Conseqüentemente, um
sistema convencional não pode ser considerado competitivo. Tendo uma maior a produtividade,
pode-se ter um menor custo por peça aumentando assim a possibilidade do produto competir no
mercado. Produzir mais gastando um tempo menor de preparação, foi sempre uma equação a ser
equilibrada.
O quadro a seguir tenta mostrar o grau de atuação do homem nos diversos tipos de sistemas já
comentados em cada uma das características: flexibilidade, produtividade, repetibilidade e
complexidade.
Máquina Máquina a
Máquina Universal
Automática CNC
Depende do
Complexidade Depende do operador SIM
montador
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fabricante de hélices de helicópteros (1947), que inventou uma máquina comandada por
meio de informações numéricas. O resultado desejado era o de reduzir as operações de controle
das hélices, muito demoradas e dispendiosas. A máquina, uma fresadora convencional por
coordenadas, tinha os eixos da mesa comandados por um computador que era alimentado por
cartões perfurados nos quais estavam codificadas as coordenadas dos pontos (DEGARMO,
1997).
- Redução do número de ferramentas – Com apenas uma ferramenta é possível fazer várias
operações;
- Menor tempo ocioso – O deslocamento rápido é executado na faixa de 10m/min (de acordo com
as características do equipamento), isto acarreta uma diminuição dos tempos ociosos. A troca
automática de velocidade (sem necessidade de posicionamento de alavancas manualmente),
contribui também para melhorar esta característica;
- Apoio ao controle da qualidade – Durante o tempo de usinagem existe uma certa ociosidade do
operador, este tempo pode também ser usado para controle de medidas capitais;
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- Menor estoque de peças - Em razão da rapidez de fabricação, as peças são executadas somente
quando solicitadas pelo cliente (estoque zero);
1.2 – Das vantagens apresentadas com o uso do CNC, listar aquelas que são diretamente
ligadas com o profissional da máquina.
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PARÂMETRO SÍMBOLO
Avanço A
Profundidade de Corte P
Área de Corte S
Velocidade de Corte VC
Tensão de Ruptura TR
Força de Corte FC
Potência de Corte PC
Vejamos agora cada parâmetro separadamente bem como a dependência entre eles.
Avanço ( A )
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Rxr
A Onde: R é rugosidade desejada e r raio da pastilha
50
Profundidade de corte ( P)
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A profundidade de corte máxima para uma operação de desbaste, pode ser obtida em
função de outros parâmetros a serem abordados nesta seção, segundo a fórmula abaixo:
4500 PC
P=
A KS VC
Onde:
PC = Potência de corte (CV)
KS = Força específica de corte (Kp/mm²)
n = Rendimento (%) - 50 A 60% (máq. usada); 70 A 80% (máq. nova)
A = Avanço (mm/rot)
P = Profundidade de corte (mm)
4500 = Fator para transformação
Nota: Para transformar cv em kw dividir o valor por 1,36.
Área de Corte ( S )
É a área calculada da seção do cavaco que será retirado em uma rotação da peça,
definida como produto da profundidade de corte com um avanço conforme a fórmula abaixo:
S=PxA
Velocidade de Corte ( Vc )
A velocidade de corte (VC) é a velocidade circunferencial ou de rotação da peça. Dizemos
então que a cada rotação da peça por tornear, o seu perímetro passa uma vez pela aresta
cortante da ferramenta.
Podemos também dizer que a velocidade de corte é o comprimento do cavaco que a ferramenta
cortou em um minuto, como a velocidade do automóvel é o comprimento de estrada que o carro
percorreu em uma hora.
VC = veloc idade de corte (metros/minuto)
¶ = constante – valor de 3, 1416
.D.n
VC m / min D = Diâmetro de corte (mm)
1000
n = rotação do eixo-árvore (rpm)
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Tensão de Ruptura ( TR )
É a máxima tensão (força) aplicada em um determinado material antes de seu completo
rompimento, tensão esta que é medida em laboratório, com aparelhagens especiais. A unidade da
tensão de ruptura é o Kg/mm². Apresentamos a seguir uma tabela com os principais materiais
normalmente utilizados em usinagem, com suas respectivas tensões de ruptura.
Alumínio 42
Bronze-manganês 42 a 49
Bronze-fosforoso 35
Inconel 42
Ferro fundido especial 28 a 46
Ferro maleável (fundido) 39
AÇO CARBONO
SAE 1010 (laminado ou forjado) 40
SAE 1020 (laminado ou forjado) 46
SAE 1030 (laminado ou forjado) 53
SAE 1040 (laminado ou forjado) 60
SAE 1060 (laminado ou forjado) 74
SAE 1095 (laminado ou forjado) 102
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AÇO MANGANÊS
SAE 1315 (laminado ou forjado) 51
SAE 1340 (laminado ou forjado) 77
SAE 1350 (laminado ou forjado) 84
AÇO NÍQUEL
SAE 2315 (laminado ou forjado) 60
SAE 2330 (laminado ou forjado) 67
SAE 2340 (laminado ou forjado) 77
SAE 2350 (laminado ou forjado) 92
AÇO CROMO-NÍQUEL
SAE 3115 (laminado ou forjado) 53
SAE 3135 (laminado ou forjado) 74
SAE 3145 (laminado ou forjado) 81
SAE 3240 (laminado ou forjado) 102
AÇO MOLIBDÊNIO
SAE 4140 (laminado ou forjado) 92
SAE 4340 (laminado ou forjado) 194
SAE 4615 (laminado ou forjado) 58
SAE 4640 (laminado ou forjado) 84
AÇO CROMO
SAE 5120 (laminado ou forjado) 70
SAE 5140 (laminado ou forjado) 81
SAE 52100 (laminado ou forjado) 106
É por definição, a força de corte para a unidade de área de seção de corte (S). Também é
uma variável medida em laboratório obtida mediante várias experiências, onde se verificou que a
pressão específica de corte depende dos seguintes fatores: material empregado (resistência),
seção de corte, geometria da ferramenta, afiação da ferramenta, velocidade de corte, fluído de
corte e rigidez da ferramenta.
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Na prática utilizam-se tabelas que simplificam o cálculo desse parâmetro de corte. Porém,
podemos observar que para um mesmo material temos uma pressão específica de corte para
cada avanço usado.
Par um aço SAE 1040 a 1045 temos um Ks de 420kg/mm2 usando um avanço de 0.1mm/rot e um
Ks de 300kg/mm2 usando um avanço de 0.2mm/rot.
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Força de Corte ( FC )
A força de corte FC (também conhecida por força principal de corte) é, por definição, a
projeção da força de usinagem sobre a direção de corte.
Esse parâmetro de corte resulta do produto da pressão específica de corte (KS) pela área
de corte (S). A unidade é dada em kgf. Então :
FC = Ks x S visto que S = P x A
FC = Ks x P x A
Potência de Corte ( PC )
Potência de corte é a grandeza despendida no eixo-árvore para a realização de uma
determinada usinagem. É um parâmetro de corte que nos auxilia a estabelecer o quanto podemos
exigir de uma máquina-ferramenta para um máximo rendimento, sem prejuízo dos componentes
dessa máquina, obtendo assim uma perfeita usinabilidade.
KS P A VC
PC =
4500
Onde:
PC = Potência de corte (CV)
KS = Força específica de corte (Kg/mm²)
n = Rendimento (%) - 50 A 60% (máq. usada); 70 A 80% (máq. nova)
A = Avanço (mm/rot)
P = Profundidade de corte (mm)
4500 = Fator para transformação
Nota: Para transformar cv em kw dividir o valor por 1,36.
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2-1 - A Força de Corte em uma ferramenta é de 250 Kgf e a velocidade de Corte é Vc= 25 m/min.
Calcular a potencia de Corte sabendo-se que o rendimento é de 70%.
2-2 - Usando todo o conteúdo deste capítulo e as tabelas apresentadas calcule a profundidade de
corte máxima usando ferramenta de Metal Duro com os dados abaixo:
2-3 - Pretende-se usinar uma peça em um torno a comando numérico, conforme o esquema
abaixo:
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Embora a tendência seja um aumento crescente do uso do Metal Duro, mesmo em pequenas
empresas, o aço rápido ainda ocupa uma grande parcela no segmento Metal-Mecânico, aos quais
podemos destacar:
Brocas em geral.
Alargadores.
Machos e tarraxas.
Ferramentas de formas especiais.
Ferramentas manuais de corte.
A primeira vez que se usou Metal Duro com material cortante foi por volta de 1920, e
consistia basicamente de Carboneto de Tungstênio (wc) e cobalto (Co), cuja aplicação voltava-se
à usinagem de Ferro Fundido Cinzento.
Por volta de 1930 foi adicionado ao Metal Duro um outro carboneto metálico tal como o
carboneto de Titânio (TiC) para combater o fenômeno do desgaste na superfície de saída da
ferramenta provocado pelos materiais ferrosos de cavacos longos, como por exemplo o aço.
A principal matéria prima para a fabricação do Metal Duro é a XELITA ( CaWO4 ), bem como a
WOLFRAMITA ( Fe, Mn ) WO4 com alto teor de Tungstênio ( W ).
Na primeira parte do processo, o minério passa por uma série de tratamento químicos e
mecânicos tais como: moagem, lavagem, filtragem, aquecimento e nova lavagem até chegar ao
tungstênio metálico puro em pó. O tungstênio puro é produzido a partir do óxido tungstíco pela
redução com hidrogênio.
Na segunda parte, depois de inspecionado, este tungstênio metálico (w) com impurezas
de no máximo 0.0001% é misturado com carbono (C).
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Essa mistura é então levada ao forno, (17000C) sofrendo uma carburização obtendo-se assim o
carboneto de tungstênio (Wc), que é o componente principal do Metal Duro.
Neste estágio são misturados outros constituintes que dão maior dureza ao Metal Duro :
carboneto de titânio (TiC), carboneto de tântalo (TaC) e carboneto de nióbio (NbC).
Na terceira parte, esses carbonetos são misturados e moídos num grande moinho de
bola. Após moagem estes pós metálicos são misturados com cera em pó e prensado em forma de
briquetes.
Matéria prima
Pó de Wc
tungstênio
Moagem
Trituração
Adição de e Moagem Pastilha
Lavagem carbono Intercambiável
Misturar com
Filtragem Aquecimento Cera em pó Sinterização
Tungstênio
metálico puro
em pó
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3.2 - Chave de código (ISO 5608) para porta ferramentas para Torneamento externo
Fonte: www.scribd.com
O código ISO para suportes porta pastilhas externo inclui símbolos, representados por
Letras e Números que definem formas, tipos e parâmetros dimensionais dos mesmos. O
fabricante pode ainda adicionar um símbolo opcional, separado por um hífen, no qual pode fazer
uso de opções de simbologia própria, ou seja, especificação do fabricante.
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À seguir temos uma figura que mostra um resumo da chave de código para suportes para
torneamento:
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Para exercitar a chave de código apresentada, após analisar a figura abaixo, especificar
cada campo representado com letras ou números.
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FOLHA DE PROCESSO
Para que possamos colocar uma máquina a CNC em funcionamento é necessário que se
estabeleça um diálogo com o equipamento. Todo comando acoplado em uma máquina a CNC
necessita de um meio de comunicação entre o programador e a máquina. Essa comunicação é
feita por meio de códigos ou símbolos padronizados e recebe o nome de linguagem de
programação.
A aplicação das funções em ambiente industrial encontrou grandes restrições decorrentes
do grande número de fabricantes de CNC com suas linguagens de programação, o que faz surgir
a norma ISO 6983 (Santos, et al., 2003).
Em 1982, a ISO (Organização Internacional para Normalização) estabeleceu os
princípios básicos da programação CNC (norma ISO 6983). A norma indica o formato básico
do programa, de modo que um conjunto de comandos, compostos de palavras-chave, possa
dar instruções para o sistema de controle. As instruções podem referir-se a uma
movimentação específica dos eixos da máquina, a uma indicação de sentido de giro do eixo-
árvore ou mesmo a um pedido de troca de ferramenta (TC200, aula 15, p.4).
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Função seqüencial
Tem a finalidade de numerar os blocos do programa, para facilitar o acompanhamento do
mesmo. A função seqüencial é representada pela letra N seguidos de algarismos que
representam sua posição no programa.
Exemplo: N40 (significa bloco número 40)
Funções preparatórias
São as funções que definem para o comando da máquina O QUE FAZER, preparando-o para
uma determinada operação (deslocamento linear, deslocamento circular, etc.). As funções
preparatórias são representadas pela letra G seguidas de dois algarismos, os zeros à esquerda
podem ser omitidos (vai de G00 até G99).
Exemplo:
N40 G00 ...... (significa que no bloco 40 será executado um movimento rápido nos eixos).
Funções de posicionamento
São as funções que definem para o comando ONDE FAZER, ou seja, as coordenadas do
ponto que se deseja alcançar e são programadas com a indicação do sinal algébrico, de acordo
com a sua posição em relação ao sistema de referência. As funções de posicionamento são
representadas pelas letras X, Y e Z.
Para tornos a CNC - X (eixo transversal - diâmetros) e Z (eixo longitudinal - comprimentos ).
Para centros de usinagem – X (longitudinal), Y (transversal) e Z (vertical).
Exemplo:
N40 G00 X25 Z100 (o bloco 40 executará um movimento linear em rápido para um diâmetro de
25mm e um comprimento de 100mm).
Funções complementares
São funções que definem para o comando COMO FAZER determinada operação,
complementando as informações dos blocos na programação. As funções complementares são
representadas pelas letras F, S, T e M.
Exemplo:
N40 G01 X25 Z100 F.3 (o bloco 40 irá executará um movimento linear em lento para um
diâmetro de 25mm e um comprimento de 100mm a partir do zero peça, com um avanço de
deslocamento de 0,3mm/rot).
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MODAIS: São as funções que uma vez programadas permanecem na memória do comando,
valendo para todos os blocos posteriores, a menos que modificados por outra função modal.
NÃO MODAIS: São as funções que todas as vezes que requeridas, devem ser programadas, ou
seja, são válidas somente no bloco que as contém.
Uma máquina dirigida por controle numérico, é preciso ter definidos os seguintes pontos
de origem e de referência:
Ponto de referência. É um ponto da máquina, geralmente no final de curso dos eixos,
fixado pelo fabricante sobre o qual o sistema fixa seu ponto de partida. Através de uma
rotina estabelecida, o controle posiciona os eixos sobre este ponto pressionando uma
chave de final de curso. Enviar a máquina para o ponto de referência, é o primeiro
procedimento operacional ao ligar o equipamento (ponto R no desenho abaixo).
Zero máquina ou ponto de origem da máquina. É também um ponto fixado pelo construtor
como a origem do sistema de coordenadas da máquina (ponto M no desenho abaixo).
Zero peça ou ponto de origem da peça. É o ponto de origem que se fixa para a
programação das medidas da peça, pode ser escolhido livremente pelo programador e a
sua referência com o zero máquina se fixa mediante o deslocamento de origem, através de
função própria (ponto W no desenho a seguir).
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Antes de iniciar a programação para uma máquina a CNC é necessário primeiramente fixar
a localização do sistema de coordenadas a ser utilizado, que pode ser definida de várias
maneiras. Chamamos de zero peça ao ponto pertencente ao campo de trabalho da máquina, no
qual o controle assumirá como ponto de origem, ou seja, referência inicial para definição de
coordenadas.
Todo movimento da ponta da ferramenta é descrito neste plano XZ, em relação a uma
origem pré-estabelecida (X0,Z0). Lembrar que X é sempre a medida do diâmetro.
Durante a programação, normalmente a origem (X=0, Z=0) é pré-estabelecida no fundo da
peça (encosto das castanhas) ou na face da peça, conforme ilustração abaixo:
Sistema de Coordenadas
Toda geometria da peça é transmitida ao comando com auxílio de um sistema de
coordenadas cartesianas.
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Após qualquer deslocamento haverá uma nova origem, ou seja, para qualquer ponto
atingido pela ferramenta, a origem das coordenadas passará a ser o ponto alcançado. Todas as
medidas são feitas através da distância a ser deslocada.
Se a ferramenta desloca-se de um ponto A até B (dois pontos quaisquer), as coordenadas a
serem programadas serão as distâncias entre os dois pontos, medidas (projetadas) em X e Z.
Note-se que o ponto A é a origem do deslocamento para o ponto B e B será origem para um
deslocamento até um ponto C, e assim sucessivamente.
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5-1) – De acordo com o desenho apresentado abaixo, complete os quadros com os valores de
coordenadas absolutas e incrementais.
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Às vezes este caractere é usado também para registrar algumas informações sobre as
ferramentas usadas. N10 T101; Ferram. de desbastar.
Cada bloco de informação é identificado pela função "N", seguida de até 4 dígitos. As
funções "N" são, geralmente, ignoradas pelo comando. Ao usar esta função é aconselhável ser
incrementada com valor de 5 em 5 ou de 10 em 10, para deixar espaço para possíveis
modificações no programa.
Modo 2
N50....
N60 G99 - Cancela-se primeiro a função G92;
N70 G00 X30 Z50 - Desloca-se em rápido para o ponto onde se deseja fixar a nova origem;
N80 G92 X0 Z0 - Define-se a o novo Zero Peça na posição;
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A função G54, assim como a função G55 é a função que estabelece o ponto de origem do
sistema de coordenadas absolutas. Esta função quando usada, deve ser programada para todas
as ferramentas do programa. Os valores numéricos destas funções referem-se a distância do
ponto "Z" onde a ROMI fixou o zero até o local estabelecido pelo programador como zero-peça e
são registradas pela unidade na página “Dimensões das ferramentas”. Esta função é modal, ela é
cancelada pela função G99.
Com esta função obtém-se movimentos retilíneos entre dois pontos programados com
qualquer ângulo, calculado através de coordenadas e com um avanço (F) predeterminado pelo
programador.
Exemplo de aplicação de G00 e G01
N60 ....
N70 G0 X0. Z85.
N80 G1 Z80. F.3
N90 X34. F.2
N100 X50. Z72.
N110 X55.
N120 G0 X200. Z200.
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Esta função causa parada do programa, eixo-árvore, refrigerante de corte. Para a máquina
voltar a operar é só apertar " Cycle Start". Quando a máquina não possui troca automática da
ferramenta, esta função é programada no bloco seguinte que desloca a torre para a posição de
troca manual. Ela pode ser usada em uma usinagem interna em que existe dificuldade de retirada
do cavaco.
Esta função causa interrupção na leitura do programa. Quando for programada, ela só será
ativada se o operador selecionar "Parada Opcional", na página "Referência de Trabalho".
M03 - Esta função gira o eixo-árvore no sentido anti-horário, olhando a placa frontalmente;
M04 - Esta função gira o eixo-árvore no sentido horário, olhando a placa frontalmente;
Exemplo de programação:
N40 G96 (velocidade de corte constante)
N50 S180. (VC de 180 m/min)
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OBS: Se para cada diâmetro onde se posiciona a ferramenta tem-se uma RPM diferente, é de se
esperar que ao facear uma peça o mandril poderia atingir uma rotação altíssima, para que isto não
ocorra, pode-se limitar a RPM com o uso da função G92 e a função S.
Exemplo de programação:
N60 G92 S2500 M3 ( RPM máxima 2500 rot/min).
É programado RPM constante e o seu valor e expresso pela função S. Esta função é
modal e cancela a G96.
Exemplo de programação:
N40 G97
N50 S1800 M3
Funções G02 e G3 – Interpolação Circular
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R- Raio.
Quando uma programação é feita sem considerar o raio da ferramenta, estaremos usando
a ponta teórica (figura à esquerda). Nas geometrias paralelas ou perpendiculares aos eixos, não
teremos nenhum tipo de inconveniente que possa ocasionar uma não conformidade. Porém em
perfis inclinados ou circulares, a geometria da peça usinada não será igual àquela programada
(figura à direita).
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O CNC assume como ponta teórica (P) a resultante das faces utilizadas na calibração da
ferramenta (figura esquerda).
Sem compensação de raio a ponta teórica (P) percorre a trajetória programada (figura central)
deixando sobras de usinagem.
Com compensação de raio se leva em consideração o raio da ponta e o fator de forma ou tipo de
ferramenta e se obtém as dimensões corretas da peça programada (figura direita).
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O lado de corte “T” e o raio “R” da ponta da ferramenta devem ser informados na página
de geometria da ferramenta “offset” da máquina.
Durante a execução de G0, as funções G41 e G42 não tem efeito, portanto o
posicionamento da ferramenta não deve ser feito muito próximo da peça.
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A Função G40 deve ser programada sozinha no bloco e serve para cancelar as funções
previamente solicitadas como G41 e G42. Esta função, quando solicitada pode utilizar o bloco
posterior para descompensar o raio do inserto programado no C.N.C. A função G40 é Modal e
cancela a função G41 e G42.
Exemplo:
N80 G0
N85 G40
N90 G0 X.... Z.... (Este bloco será utilizado para descompensar).
Nas operações clássicas que se repetem muitas vezes em um programa, usamos ciclos de
usinagem que são sub programas ou sub-rotinas permanentemente memorizadas (ciclos fixos).
Os ciclos fixos são funções especiais desenvolvidas para facilitar a programação e principalmente
diminuir o tamanho dos programas, executando em uma única sentença, operações de desbaste,
furações com quebra de cavacos e roscamento dos mais variados. Eles não são padronizados, ou
seja, cada fabricante desenvolve o seu próprio ciclo fixo. Como são parecidos, para o
programador é uma questão de adaptação. Os ciclos fixos são instruções do tipo modal.
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FURAÇÃO
F Avanço em mm/rot.
N30 G97
N35 S700 M3
N 40 G00 X0. Z3. M08
N 45 G74 Z-49. W12. F.1
Obs.:
A cada penetração em W, haverá um recuo automático ao posicionamento inicial e em
seguida uma nova aproximação até 2mm antes da última penetração.
TORNEAMENTO
F Avanço em mm/rot.
40
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FACEAMENTO
F Avanço em mm/rot.
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ABERTURA DE CANAIS
F Avanço em mm/rot.
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Formato N... G83 Z... I... J... K... U... W... R... D... P1 F...
Obs.:
N100 T303
N110 M12
N120 G97
N130 S700 M3
N140 G00 X0. Z10. M08
N150 G83 Z-70. I20. J5. K10. U75. W3. R5. P1 F.12
N160 G00 Z10.
N170 G80
Função G66
– Ciclo Automático de Desbaste Longitudinal Diferente do ciclo G74, este ciclo permite a
usinagem de desbaste completo de uma peça contendo em sua geometria superfícies cilíndricas,
cônicas e interpolações circulares, utilizando-se apenas de um único bloco de programação
contendo várias variáveis. A função G66 não permite inversões de cotas nos eixos "X" e "Z", em
um ciclo de desbaste ou contorno.
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Formato N... G66 X... Z... I... K... W... P... F... U1
X Diâmetro de refer. p/ início de torneamento. (Diam. ext. + 4mm ou Diam. int. - 4mm);
Obs:
Antes da chamada de G66 pode-se através de G00 posicionar a ferramenta no ponto de início
do desbaste.
As funções G41 e G42 devem estar desativadas para chamada de G66.
Ao terminar o desbaste a ferramenta se posiciona no ponto inicial (X e Z) de G66.
No sub programa deve conter apenas as informações referentes ao perfil a ser desbastado
com as funções G1, G2 e G3;
O sub programa, além de ser usado para o desbaste através da função G66, pode ser
também usada para fazer o acabamento da peça. Nesta fase do programa principal dever ser
ativada a função de compensação do raio da pastilha (G41 ou G42).
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Formato G37 X... Z... (I)... K... D... E... (A)... (B)... (W)... (U)... (L)...
Com esta função poderemos abrir roscas em diâmetros externos e internos, roscas
paralelas e cônicas, simples ou de múltiplas entradas com apenas um bloco de informação, sendo
que o comando fará o cálculo de quantas passadas serão necessário mantendo sempre o mesma
área de cavaco retirado no primeiro passe.
Notas:
É importante destacar que para a abertura de rosca, deverá ser programada uma
rpm fixa com a função G97.
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PROGRAMAÇÂO
N40 T202
N45 M12
N50 G97
N55 S850 M03
N60 G00 X25. Z90.5.
N65 G37 X16.75 Z51.5 K2.5 E5. D.980
PROGRAMAÇÂO
N40 T202
N45 M12
N50 G97
N55 S850 M03
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Cálculos:
Rosca NPT 11.5 fios/pol;
Passo em mm = 25.4 / 11.5 ;
K = 2.209mm
Inclinação de 1grau e 47min = 1.78 graus;
H = 0,866 x passo x 2 = 3.826mm;
Altura do triângulo
X = tan 1.78 x 25 = 0.775mm;
X (diâm.) = 1.55mm;
Diâmetro inicial
D. inicial = 33.4 – 1.55 = 31.85mm;
Diâmetro do fundo
D. fundo = 31.85 – 3.826 = 28.02mm;
Conicidade - I
I = (tan 1.78 x2.209) x 2 = 0.137mm
Número de passadas = 16;
D = H/ √ 16 = 0.9565mm;
PROGRAMAÇÂO
N40 T202
N45 M12
N50 G97
N55 S850 M03
N60 G00 X37. Z75.
N65 G37 X28.02 Z50. K2.209 I.137 E5.15 D.9565
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Cálculos:
Rosca NPT 9 fios/pol;
Passo em mm = 25.4 / 9 ;
K = 2.822mm
Inclinação de 1grau e 47min = 1.78graus;
H = 0,866 x passo x 2 = 4.888mm;
Altura do triângulo
X = tan 1.78 x 56 = 1.740mm;
X (diâm.) = 3.481mm;
Diâmetro inicial
D. inicial = 15 + 3.481 = 18.481mm;
Diâmetro final
D. final = 18.481 + 4.888 = 23.369mm;
Conicidade - I
I = (tan 1.78 x2.209) x 2 = 0.175mm como a rosca é interna, este valor será negativo
Número de passadas = 25;
D = H/ √ 25 = 0.978mm;
PROGRAMAÇÂO
N40 T202
N45 M12
N50 G97
N55 S850 M03
N60 G00 X137. Z76.
N65 G37 X23.369 Z20. K2.822 I-.175 E5.481 D.978
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Este ciclo também possibilita a execução de roscas com apenas um único bloco de
programação e é semelhante ao ciclo G37 com uma pequena diferença: O comando fará o cálculo
de quantas passadas forem necessário, sendo que o último incremento será subdividido em
quatro passadas automaticamente.
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Formato G76 X... Z... I... K... (A)... (B)... U... W...
Nota:
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Cálculos:
H = (0.65 x2 ) x 2 = 2.6mm
PROGRAMAÇÂO
N40 T202
N45 M12
N50 G97
N55 S1100 M03
N60 G00 X30. Z56.
N65 G76 X22.4 Z35. K2. U2.6 W.52
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Para a usinagem de uma peça em uma máquina a CNC, o programa pode ser elaborado de
maneira manual (já visto anteriormente) ou automática (programação assistida por computador).
Em um sistema convencional o profissional do planejamento e controle de produção cria uma
folha de operação onde é montado um roteiro que o operador deve seguir (delineamento da
peça). O quadro II.1 apresenta um trecho do delineamento de uma peça:
A programação manual requer que o programador calcule e registre todos os
movimentos a serem efetuados, ou seja, o programa funciona tal como o delineamento feito em
um sistema convencional. Além de lenta, ela é mais passível de erro, visto que para cada
coordenada é preciso efetuar cálculos. Essa dificuldade torna-se mais evidente quando o grau de
complexidade da geometria da peça aumenta. Observe a figura 8.1:
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Ao final deste capítulo, é apresentada uma tabela com as principais funções preparatórias
(funções G) e funções miscelâneas (funções M) padronizadas pelo código ISO. Funções que
fazem parte do código ISO têm o mesmo significado em qualquer parte do mundo. Esta
padronização é de grande utilidade no momento que um programador ou operador muda de
empresa, pois é necessário fazer apenas uma pequena adaptação no uso da unidade de
comando de um fabricante para outro.
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Pós-processador – Este é um módulo específico para adaptar a solução geral fornecida pelo
processador aos diversos tipos de máquinas-ferramenta a CNC. Pode-se então dizer que o pós-
processador depende do tipo de máquina e do comando nos quais será trabalhada determinada
peça. Em resumo, este módulo converte o que foi escrito na linguagem do software usado, para
uma linguagem ISO reconhecida pela unidade de programação. A seguir temos trecho de um
programa feito em linguagem UNICAM e agora transformado para linguagem ISO inteligível pela
máquina a CNC.
%
N5 G99
N10 T0101;...Desbaste
N15 G54
N20 M12
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Módulo de Transmissão (DNC) - Este módulo serve para transmitir o programa pós-processado
(linguagem ISO), para a memória do CNC através de uma interface de comunicação, como por
exemplo, uma porta serial RS232. Para pequenas distâncias (até 10m), basta o uso de um cabo
paralelo; para distâncias maiores é necessário o uso de modem para que não se perca dados na
transmissão. Esta comunicação pode ser feita do computador onde foi elaborado o programa para
a máquina a CNC ou vice-versa (figura 9.3). Isto é útil para se memorizar o programa transmitido
com as correções durante a usinagem do lote de peças (HELLENO, A. L. e SCHÜTZER, K.,
2003).
c) Para treinar um novo programador é necessário gastar um certo tempo, além da necessidade
de um certo período de adaptação. PRESTON et al. (1984), apud COSTA e GLEBER (2006) ao
analisarem a curva de aprendizagem entre processos convencionais e com tecnologias CAD-CAM
observaram vantagens do processo automatizado sobre o convencional ao final dos primeiros seis
meses de utilização. Na programação automática quase tudo é feito por intermédio do software e
se gasta um tempo muito menor de preparação do programador do que na programação manual.
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ANEXO I
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8. Tempo de Usinagem
Método prático para o cálculo do tempo de usinagem em um torno a CNC, usando a área do
cavaco a ser removida.
Ezio Zerbone
Tc = tempo de corte em
Tc = Lt / at minutos
Quando calculamos o tempo para executar uma única passada, isto não gera grandes
dificuldades, porém, no desbaste, temos sempre que executar várias passadas. Logo temos que
calcular vários comprimentos de “ L” ( para cada passada ) para que tenhamos ao final o
comprimento total a ser percorrido pela ferramenta, que é a soma de todos os comprimentos
gerados em cada passada.
Para que possamos fazer uma comparação do método tradicional com o método aqui proposto,
vamos analisar com um mesmo exemplo cada um deles, para que ao final possamos verificar a
grande utilidade deste método inovador.
Analisemos o desenho esquemático a seguir, que será usado no dois métodos a serem
apresentados.
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MÉTODO I - ( tradicional)
Ø60
Ø40
Ø20
40 40 40
O primeiro passo será calcular o comprimento percorrido pela ferramenta para desbastar
cada diâmetro (60mm, 40mm e 20mm. Para isso usaremos uma profundidade de corte de 2,5mm.
(100 - 60 ) / 2 = 20
20 / 2.5 = 8
Se calcularmos o comprimento total gerado pelas 8 passadas teremos:
120 x 8 = 960mm.
b) Usando o mesmo raciocínio e com a mesma profundidade de corte para o diâmetro de 40mm,
serão necessárias 4 passadas gerando assim um comprimento 320mm pois:
80 x 4 = 320mm.
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e) Para obtermos o avanço em mm/min, basta multiplicar o valor do avanço em mm/rot pela
rotação, então chegaremos a um valor de a = 286,5 mm/min.
Tr = Lr / ar Lr = Lt
Tr – tempo da ferr. em mov.rápido
Tr = 1440 / 5000 ar – avanço rápido
Tr = 0.29min
h) Como já calculamos o tempo que a ferramenta gasta para desbastar a peça (Tu) e o tempo que
ela gasta em deslocamento rápido (Tr), somos tentados a acreditar que basta somar esses dois
valores. Para completarmos a usinagem de uma peça é necessário dar uma passada de
acabamento e para achar este tempo gasto no acabamento, basta dividirmos o perímetro do perfil
a ser usinado ( Pu ) pelo valor do avanço de trabalho ( at ) ou seja:
Pu = 40 + 10 + 40 + 10 + 40 + 20
Pu = 160mm T acab = 160/286.5
1
Os valores de avanço rápido variam de máquina para máquina.
.
62
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Com esse dados, podemos então determinar o tempo total gasto para se usinar a peça em
questão que seria :
T total = Tu + Tr + Tacab. T total = 5,87mm
Consideração sobre o método I
Não tivemos dificuldade para calcular o comprimento total percorrido, pois o exemplo que
foi usado é relativamente simples, pois em cada diâmetro desbastado os comprimentos usinados
eram iguais . Quando o perfil a ser usinado é complexo, aumenta a dificuldade de se achar os
valores de “Lt”.
Como proposta principal do artigo, iremos mostrar a seguir um método para se calcular o
tempo de usinagem em um torno a CNC que se baseia na área do cavaco a ser removida que
é extremamente rápido e simplificado, o que permite poder oferecer para o cliente o custo da
usinagem de uma peça em um tempo bastante reduzido, sem uso de software.
C) Considerar que a ferramenta irá dar apenas uma passada para desbastar a peça toda. Isso irá
gerar um retângulo muito longo, cuja base é desconhecida (Lt), porém a altura é igual a
profundidade de corte e a sua área é igual ao somatório das figuras divididas no item “B “.
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Lt
Como Lt = St / p = 1440mm que é o mesmo valor achado pelo método tradicional. Usando os
mesmos parâmetros do método tradicional, podemos concluir que o tempo será o mesmo.
quanto mais complexa for a geometria do perfil, mais difícil será o cálculo do somatório dos
valores de “ L “ usando o método tradicional e mais conveniente o uso do método aqui
proposto;
caso o perfil não seja composto unicamente de figuras bem definidas como retângulos e
triângulos, poderá ser feito uma aproximação. No exemplo abaixo, ao invés de calcular a área
de um 1/4 de circunferência, considerar apenas a área do retângulo.
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A1-1) Usando o teorema das áreas do prof. Ezio Zerbone calcular o tempo de usinagem em um
torno a CNC da figura abaixo ( Tu + Tr + T acab. ) com os seguintes dados:
Não esquecer:
Para transformar
avanço em mm/rot
para mm/min,
multiplica-se o valor
em mm/rot pelo
número de rotações;
Para achar o valor
de rot/min usar a
fórmula:
A1-3) Calcular o tempo de usinagem da peça abaixo usando a área do cavaco removido (Ezio
Zerbone) com os seguintes dados:
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Torneamento de castanhas
O procedimento de tornear castanhas deve ser feito para proporcionar uma série de
vantagens no trabalho como uma boa fixação das peça, maior rapidez nas trocas de peças, maior
precisão dimensional, melhor concentricidade, entre outras. É uma das operações mais delicadas
que o operador desenvolve e deve ser executada com muita cautela por se tratar de uma
usinagem intermitente e por isso causar muita vibração. A seguir é apresentado um roteiro que
pode ser seguido.
1. Prender um calço com um diâmetro que possibilite prender a peça entre o limite máximo e
mínimo do curso da castanha;
2. Através de modo MANUAL encostar a ferramenta na face da castanha;
3. Via MDI executar a função de zeramento do eixo longitudinal. Ex.: G92 Z0
4. Abortar o modo MDI;
5. Através do modo MANUAL, posicionar a ferramenta num diâmetro a ser usinado;
6. Via MDI ligar o eixo-árvore em rotação compatível com o diâmetro posicionado;
7. Através de JOG durante MDI, usinar as castanhas até uma determinada profundidade;
8. Retornar a ferramenta apenas no eixo Z;
9. Medir o diâmetro usinado;
10. Via MDI, executar a função de zeramento do eixo X. Ex.: G92 X (diâmetro encontrado);
11. Elaborar um programa de usinagem através do editor.
- M12
- S500 M3
- G00 X62.5 Z2.
- G74 X75. Z-14.9 I2. U1 F.2
- G00 X77.5
- G01 Z0. F.15
- X75.5 Z-1.
- Z-15.
- X76.
- X58.
- G00 Z100.
- M02
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2.1 – Pressionar o botão CYCLE STOP (possibilita mover com placa girando);
2.2 – Pressionar a tecla EXIT;
2.3 – Pressionar a opção JOG;
2.4 – Através das opções Manivela X e Manivela Z, usinar o diâmetro da peça presa
Obs: ajuste o avanço através das opções X1, X10 e X100 e potenc. de avanço;
2.5 – Afaste a ferramenta para fora da peça, deslocando só em Z+ );
3 – MEDIR O DIÂMETRO
4 – INTRODUZIR O BALANÇO EM X
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3 – LIBERAR O AVANÇO
3.1 – Pressionar as teclas SHIFT/CYCLE STOP
3.2 – Pressionar a tecla EXIT;
5 – INTRODUZIR O BALANÇO EM Z
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Usando as funções da unidade de comando MACH 9 para o torno a CNC CENTUR 30D,
fazer uma programação para usinagem da peça desenhada abaixo.
25 20 20 20
ф26
ф20
Ф38
Ф32
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Usando as funções da unidade de comando MACH 9 para o torno a CNC CENTUR 30D, fazer
uma programação para usinagem da peça desenhada abaixo.
Usar a função G66 para desbastar a peça, com exceção do perfil côncavo.
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