Você está na página 1de 3

Análise Institucional a partir do texto “Crônicas de uma Intervenção”

Abordagem e influências teóricas: - Analise psicológica das micro-relações e macro-relações de


poder;
- Psicossociologia francesa;
- Guattari, Foucault.

A QUESTÃO DA DEMANDA:

1986 – Pedido de trabalho psicológico pela APT (Assessoria de Planejamento e Treinamento) –


tomava por base uma pesquisa com engenheiros do Setor de Construção(S.C.) de uma estatal do R.J. ,
na qual foi analizada o grau de satisfação e as necessidades de treinamento – da “Administração de
Planos” – Este questionário sugeriu que os engenheiros careciam de aumento da autonomia, da
competência , da criatividade e da capacidade de resolver problemas.

De março a outubro de 1987 - Negociações para uma intervenção socioanalítica;


- Cooptação nas redes de poder , prestígio e influência.
- Problema é que o cliente direcionava seu pedido para outro
grupo.

PARÂMETROS DE ANÁLISE : ( DA SÓCIOANÁLISE)

CRÔNICO (repetições de formas de poder) E AGUDO (crises desse poder instituído).

INSTITUÍDO (o que se institui como poder) E INSTITUINTE (quem o faz).

REPRODUÇÃO (quais as formas que ele encontra de perpetuar-se) E PRODUÇÃO (quais as


novas).

SUJEITO (quem tem crítica sobre o cotidiano) E SUJEITADO (quem segue sem crítica).

TERRITORIEDADE (mobilidade do poder) PETRIFICADA OU FLEXIBILIZADA.

Estas unidades de análise só se mostram numa ação interventiva, onde as defesas e os horrores pelo
poder podem assumir suas verdadeiras facetas.
METODOLOGIA: PESQUISA PARTICIPANTE:
Análise permanente, só ela possibilita a ação pesquisante.

INSTRUMENTOS DE AÇÃO E ANÁLISE:

Levantamento da demanda do grupo;


DISPOSITIVO ASSEMBLÉIA Coletivização da informação;
Desnaturalização dos “especialistas em relações humanas”;
A técnica a serviço do quê? Repetir para quê?

O GRUPO DAS ANALISTAS – 4 PESSOAS: 3 nos grupos


1 itinerante
Proposta: analisar o que este grupo instituia como discurso para si – o que determinava como PODER
a ser alcançado inconscientemente – atraves do CONFRONTO
INTENSIFICAÇÃO
MULTIPLICAÇAO

A CO-CORDENAÇÃO ITINERANTE – Veio se consolidar como uma “quebradora” de


segredos, para que o grupo de analistas não construísse imaginariamente uma ctorre inatingível

EFEITOS POLÍTICOS DO SEGREDO

A COMPACTAÇÃO: Tempo e durabilidade da Intervençaõ – Foucault.

NA SÓCIOANÁLISE QUEM FAZ A ANÁLISE SÃO OS ANALISADORES

“A intervençaõ socianalítica é ainda diretamente política pelo fato de estabelecer o poder do


especialista, nem que seja apenas o seu poder de distinguir os analisadores que farão análise em
seu lugar” Lapassade

ANALISADOR HISTÓRICO: (o atípico, o inesperado, o que revela) – atitudes, fatos e


comportamentos que surgem ao acaso e que revelam sobre a instituição. Possibilita que o discurso
institucionalizado se rompa.
- a possível privatização; o acidente do trabalhador, a relação
com a chefe que saira de férias,etc.

ANALISADOR CONSTRUÍDO: Eu construo um ‘jogo’ em que apareçam discussões que eu quero


suscitar (são menos potentes).
- a co-cordenação, o relatório, as reuniões das analistas, a
assembléia,
A análise institucional é antes de tudo política

1 – “O olho pensa” - decompõe o discurso científico e introduz nele o inesperado.


Analisadores históricos e construídos

Para Loureau a análise institucional busca descobrir a ação do instituído em toda e qualquer
organização.

O analista pode ser (para a instituição sempre o é) um instrumento de controle e dominação.

Para não ser

Ele precisa abrir mão de seu poder de especialista e se compreender como um lugar de assédio às
mensagens, catalisador , precipitador (no sentido químico) do que até então se achava disperso.

2 - Estar comprometido – Verdade Moral vontade política de produzir o novo


problema
vontade de inventar o novo

Para isso ofereço um instrumento - a TRANSVERSALIDADE das implicações - não do especialista ,


MAS DE AUTORIA DE UMA COLETIVIDADE – algo que tivesse o poder de desnaturalizar a
verdade moral de nossas instituições.

“Consiste na destruição coletiva das cercas de arame farpado, no incremento do índice de


transversalidade do agora – talvez – campo público dos saberes”

3 – “ A prática não constitui aplicação teórica prévia – o que resultaria em teoricismo – nem a teoria é
pensada como codificação erudita, a posteriori de uma prática – na linha de um ingênuo empirismo
positivista”

4 – Demanda

1. Demanda – confortavelmente situada nas solicitações, desejos, procuras, escuta, atendimento.


Origina a conceitualização de
2. Demanda pedido – numa correspondência precisamente naturalizada para alguém (especialista)
que pode responder a suas expectativas etem sua prática/técnica mais ou menos conhecida
3. Demanda guerra – está posta no nível micro-político da constituição – produção de realidades –
materialidade (humana ou não) construídas de confrontos entre estratégias e táticas num campo
de batalha.

5 - Contratransferência Na clínica Na instituição


Vínculos afetivos Vínculos afetivos, profissionais,
(libidinais) de poder e históricos
Foucault “ o que faz com que o poder se mantenha e que seja aceito é simplesmente que ele não pesa
só como uma força que diz não, mas que de fato ele permeia , produz coisas, produz conhecimento e
verdades”

Você também pode gostar