Você está na página 1de 10

1 Introdução

No seguimento da mecânica, existe uma vasta gama de materiais para as mais


diversas aplicações, uma das etapas para obtenção do produto final desejado é
a usinagem.

Ao usinar materiais metálicos, as principais propriedades que influenciam o


desempenho da ferramenta são: dureza, tenacidade, estabilidade química e
estabilidade térmica. A dureza está relacionada com a resistência ao desgaste
por abrasão da ferramenta, o que afeta basicamente o desgaste do flanco
(angulo da aresta de cortante). A tenacidade indica a capacidade de a
ferramenta suportar elevadas forças de corte e cargas de impacto causadas
por cortes interrompidos, o que acarreta a fratura e lascamento da aresta de
corte. A estabilidade química está relacionada com a resistência ao desgaste
da ferramenta, a estabilidade térmica relaciona-se com a resistência ao choque
térmico e com a resistência a fluência.

Para os diversos processos de usinagem existentes (torneamento, fresagem,


etc.), as ferramentas de metal duro e aço rápido (bitz) são algumas das mais
utilizadas. É sabido também que a classe dos aços e ferros fundidos apresenta
diferentes classes de dureza, para a maioria dos materiais utilizados os
insertos convencionais são suficientes, atendendo as necessidades desejadas.
No caso dos aços temperados e dos FoFos um tipo de ferramenta bastante
utilizado são as de cerâmica.
2 Conceitos de Usinagem

Definição - segundo a DIN 8580, aplica-se a todos os processos de fabricação


onde ocorre a remoção de material sob a forma de cavaco.
Usinagem - operação que confere à peça forma, dimensões ou acabamento,
ou ainda uma combinação qualquer desses três, através da remoção de
material sob a forma de cavaco.
Cavaco - porção de material da peça retirada pela ferramenta, caracterizando-
se por apresentar forma irregular.
O Estudo da usinagem é baseado na mecânica (Atrito, Deformação) na
Termodinâmica (Calor) e nas propriedades dos materiais.

Figura 01
3 Elementos de Ferramenta

Figura 2

3.1 Superfície da Ferramenta

FACE: Superfície da cunha sobre a qual o cavaco escoa.


FACE REDUZIDA: É uma superfície que separa a face em duas regiões - face
e face reduzida - de modo que o cavaco entre em contato somente com a face
reduzida.
FLANCO: Superfície da cunha voltada para a peça.
FLANCO PRINCIPAL: Superfície da cunha voltada para a superfície transitória
da peça.
FLANCO SECUNDÁRIO: Superfície da cunha voltada para a superfície
usinada da peça.
QUEBRA CAVACO: São alterações presentes na face reduzida com o objetivo
de controlar o tamanho do cavaco de modo que não ofereça risco ao operador
e não obstrua o local de trabalho.

4 Ferramentas de Metal Duro

Metal duro é o nome dado a uma liga de carboneto de tungstênio, produzido


por metalurgia do pó. O produto é obtido pela prensagem e sinterização de
uma mistura de pós de carboneto e outros materias de menor ponto de fusão,
chamados aglomerantes (cobalto, cromo, níquel ou uma combinação deles).
As ferramentas de metal duro revolucionaram a indústria, pois permitem
avanços e velocidades de corte maiores no processo de usinagem, e a
fabricação de discos e anéis para cilindros de laminação com capacidade de
laminar até 10 vezes mais entre reusinagens que os equivalentes em ferro
fundido, reduzindo assim os câmbios de cilindros que interrompem a produção.
Devido sua alta dureza, elas tendem a quebrar submetidas a paradas
repentinas ou esforços muito grandes, para minimizar o problema, várias
soluções foram apresentadas novas coberturas e geometrias de corte para seu
maior rendimento e vida útil.

O segundo grande impulso na área dos materiais de ferramenta de corte


aconteceu com o aparecimento do metal duro (o primeiro foi com o surgimento
do aço rápido). Com os metais duros, novamente, as velocidades de corte
puderam ser aumentadas em praticamente uma ordem de grandeza: de 35
m/min. com os aços rápidos para 250 a 300 m/min. com os metais duros. O
advento desta classe aconteceu no final da década de 20, na Alemanha,
quando Karl Schröter conseguiu produzir em laboratório WC em pó pela
primeira vez. A mistura deste pó principalmente com o cobalto, também em pó
trouxe ao mercado, na década de 30, um dos mais fantásticos grupos de
materias de ferramentas de corte: o metal duro.

A grande aplicação dos metais duros, que são fabricados pro processo de
metalurgia do pó, se deve ao fato deles possuírem a combinação de resistência
ao desgaste, resistência mecânica e tenacidade em altos níveis.
5 Ferramentas de Cerâmica

A introdução das cerâmicas como material de usinagem teve impulso,


principalmente, durante a segunda guerra mundial, em função da escassez de
matérias primas, como o tungstênio e o cobalto, usados na fabricação do metal
duro e pelo fato destas apresentarem as propriedades desejadas para serem
utilizadas como materiais de corte, à exceção da fragilidade.

6 Constituintes e Características

Segundo Chiaverini (1979, pg. 247) - “Esses materiais são constituídos de


óxidos metálicos, sendo o óxido básico o Al 2O3 ou “coríndon”, que é a estável
da alumina. São extremamente duros, inclusive a altas temperaturas, mas
frágeis, de modo que, ao possibilitar velocidades de corte excepcionalmente
elevadas, seu emprego só é recomendável quando as máquinas operatrizes
oferecerem condições de rigidez e potencia que permitam tais velocidades
praticamente sem vibrações”.

7 Processo de Fabricação

São obtidos por sinterização, além dos tipos constituídos fundamentalmente de


alumina sinterizada quase que pura (98% mín.), há os que são constituídos de
um mínimop de 90% de alumina com outros óxidos tais como SiO 2, MgO,
Cr2O3, e Fe3O4.
As peças são produzidas em forma de briquetes ou pastilhas e fixadas
mecanicamente no cabo da ferramenta, pois a soldagem como se utiliza
freqüentemente no metal duro, é muito difícil ou impraticável.
Durante a sinterização, porém apresentam-se muitos poros. Para eliminar os
poros, o material é sinterizado a uma temperatura de 1700° C ou mais. Durante
a sinterização as peças experimentam uma contração progressiva, fechando os
canais e diminuindo a porosidade.

8 Características da cerâmica não metálica em relação


ao aço

 1/3 da densidade do aço;


 alta resistência a compressão;
 muito quebradiço;
 módulo de elasticidade em torno de 2 vezes ao do aço;
 baixa condutividade térmica;
 velocidade de 4 a 5 vezes a do metal duro;
 baixa deformação plástica;

9 Aplicação

 Ferro Fundido;
 Aço endurecido; (hard steels)
 Ligas resistentes ao calor. (Heat resistant alloys)

10 Recomendações

 Usinagem a seco para evitar choque térmico;


 Evitar cortes interrompidos;
 Materiais que não devem ser usinados:
 Alumínio, pois reage quimicamente
 Ligas de titânio e materiais resistentes ao calor, pela tendência de reagir
quimicamente, devido a altas temperaturas envolvidas durante o corte;
 Magnésio, berílio e zircônio, por inflamarem na temperatura de trabalho
da cerâmica.
Figura 3 Vida da ferramenta, em cm3 de material removido em função da velocidade de corte.

A Figura 3 mostra a eficiência desse material, comparada com a do metal duro,


mediante a determinação da quantidade de material removido em função da
velocidade de corte.

11 Cerâmica a base de óxido (Puro)

11.1Característica
 baixa resistência;
 baixa condutividade térmica;
 fratura do gume, caso a condição de corte não seja boa;
 baixa dureza.

11.2Fabricação

 Prensagem a frio.

12 Cerâmica a base de nitreto de silício

12.1 Característica

 melhor resistência ao choque;


 considerável dureza a quente;
 embora não apresente uma estabilidade química igual a da cerâmica a
base de alumínio quando usinando aço, é excelente para usinar ferro
fundido cinzento a seco;
 é o número 1 na usinagem de ferro fundido cinzento com alta taxa de
remoção.

12.2 Fabricação

 Cerâmicas a base de nitreto de silício são constituídas por duas fases,


cristais de nitreto de silício e ligante, tendo as propriedades determinada
pela composição.
 Os insertos são obtidos através de prensagem de alta pressão a frio
seguida de sinterização, ou mais alternativamente, através de pressão a
quente.
 Prensagem a quente.
13 Conclusão

Conclui-se que as ferramentas de metal duro e aço-rápido atendem a


grande parte da demanda ao que se diz respeito a usinagem de
materiais metálicos, sua descoberta impulsionou a área das ferramentas
de corte.

Há porém casos específicos onde seus atributos não são suficientes, por
exemplo, na usinagem do ferro fundido, aços endurecidos e ligas
resistentes ao calor. Nestes casos as ferramentas utilizadas são as de
cerâmica.

As ferramentas cerâmicas são produzidas a base de alumina sinterizada


e suas principais características são:

 1/3 da densidade do aço;


 alta resistência a compressão;
 muito quebradiço;
 módulo de elasticidade em torno de 2 vezes ao do aço;
 baixa condutividade térmica;
 velocidade de 4 a 5 vezes a do metal duro;
 baixa deformação plástica;
Bibliografia

Você também pode gostar