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Um Corpo, Muitos Dons

por

James Montgomery Boice

Há somente uma forma de derrotarmos a limitação inadequada em


nossa visão da obra de Cristo: recobrar a visão da grandeza da Igreja
como Corpo de Cristo. Precisamos resgatar a verdade sobre a qual
Paulo escreveu em 1 Coríntios, em sua introdução no assunto dos
dons espirituais: “Os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E
também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há
diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo
em todos”. De acordo com esta e outras passagens, a Igreja contém
uma variedade de dons, estilos, causas, e métodos de ministério.

1. Variedade de dons. A diversidade na Igreja sobre a qual a Bíblia


mais fala é na área dos dons, ou seja, a capacidade para o serviço
dada a todo cristão verdadeiro para o benefício de todo o Corpo. Eles
são relacionados em cinco passagens do Novo Testamento: Romanos
12:6-8;1 Coríntios 12:8-10; 12:28-30; Efésios 4:11 e 1 Pedro 4:10,11.
Os dons específicos variam em cada passagem, sugerindo que as listas
não são exaustivas, mas que apresentam amostras do tipo de
capacidade para o serviço que Deus dá à Igreja. Os dons são
relacionados da seguinte forma:

1. Apóstolos (1 Coríntios 12:28; Efésios 4:11)


2. Profetas (Romanos 12:6; 1 Coríntios 12:28; Efésios 4:11)
3. Serviço (Romanos 12:7; 1 Pedro 4:11)
4. Evangelistas (Efésios 4:11)
5. Sabedoria (1 Coríntios 12:8)
6. Conhecimento (1 Coríntios 12:8)
7. Pastores (Efésios 4:11)
8. Mestres (Romanos 12:7; 1 Coríntios 12:28; Efésios 4:11)
9. Oratória (1 Pedro 4:11)
10. Exortação (Romanos 12:8)
11. Fé (1 Coríntios 12:9)
12. Cura (1 Coríntios 12:9,28)
13. Operação de milagres (1 Coríntios 12:10,28)
14. Capacidade de discernir espíritos (1 Coríntios 12:10)
15. Contribuição para suprir necessidades de outros (Romanos 12:8)
16. Ajudar outros (1 Coríntios 12:28)
17. Ter misericórdia (Romanos 12:8)
18. Administração (1 Coríntios 12:28)
19. Falar em línguas (1 Coríntios 12:10,28)
20. Interpretação de outras línguas (1 Coríntios 12:10,30)

A simples relação destes dons deveria incentivar uma medida de


tolerância entre os cristãos, pois fica evidente que os dons são
diferentes, que todos (e talvez outros) são necessários, e que
nenhum de nós tem mais que dois ou três dons, quando muito.

2. Variedade de estilos. Não é apenas nos dons que vemos uma


variedade. Vemo-la também nos estilos em que são exercitados.
Nesta área, os próprios apóstolos são um exemplo. Todos receberam
o dom do apostolado, mas cada qual o exerceu de uma forma
totalmente diferente. Pedro era um orador dinâmico e eficiente;
pregou no dia de Pentecostes e em muitas outras ocasiões
posteriores. João era mais pacato. Viajou para a Ásia Menor, onde
morreu anos mais tarde, reverenciado como um ancião gentil e sábio.
Paulo, chamado posteriormente para se unir aos apóstolos, era um
evangelista agressivo. Nem sempre era fácil conviver com ele, e
sabemos que, pelos menos em uma ocasião, teve um atrito com
Barnabé, outro apóstolo.

Com freqüência, a variedade de estilos divide os cristãos de hoje.


Entretanto, não precisa ser assim. Não quero dizer que,
necessariamente, temos de nos sentir confortáveis com o estilo de
outros obreiros. Isto implicaria a negação do nosso próprio estilo.
Quero dizer, porém, que devemos respeitar a abordagem dos outros
na obra. Não devemos usar palavras como “superficial”, “árido” ou
“fechado” para descrever o trabalho de nossos irmãos.

3. Variedade de causas. Muitas causas válidas competem pela


lealdade do cristão, mas por mais válidas que sejam, nenhum cristão
consegue se envolver em todas elas. A luta pelos direitos civis não
deve ser a causa de todos os cristãos. A luta pelo ensino nas escolas
públicas não deve absorver o tempo de todo cristão. Sendo assim,
não devemos criticar aqueles que estão empenhados na obra de
Cristo, mas não envolvidos na causa em que estamos. Acima de tudo,
não devemos esperar que parem o que estão fazendo e venham para
o nosso movimento.
4. Variedade de métodos. Quando escrevi sobre a variedade de
estilos, estava abordando esta área. O estilo, porém, é individual; o
método é organizacional. Quando falamos de métodos, referimo-nos
à diferença entre aqueles que preferem trabalhar ao ar livre, aqueles
que preferem o confronto direto e aqueles que preferem a tática de
persuasão, outros que preferem o evangelismo pessoal e os que
preferem as campanhas nacionais. Em qualquer circunstância,
pessoalmente podemos acreditar que uma dessas táticas é preferível
e estar convencidos de que outros cristãos estão prejudicando a
causa de Cristo com seus métodos. No entanto, talvez nós é que
estamos prejudicando! O outro pode estar alienando as pessoas
desnecessariamente. Podemos estar sendo complacentes demais. Não
devemos julgar os outros cristãos, porque eles não são nossos servos:
“Para o seu próprio senhor [o servo] está em pé ou cai” (Romanos
14:4).

5. Variedade de locais. Há muitos lugares onde a obra precisa ser


feita. Fui chamado para a Filadélfia e me preocupo muito com as
cidades, particularmente com esta. Já preguei tanto em um lugar em
particular que é difícil mencionar a palavra sem pensar nele. Tenho
um compromisso tão forte com a cidade de Filadélfia, que é muito
difícil ver obreiros indo para outros lugares. Às vezes sou crítico,
principalmente quando vejo uma pessoa indo para um lugar que
considero uma região fácil, agradável ou atraentes, principalmente
quando acho que seus motivos são errados.

Evidentemente, esta atitude não é correta. Pessoas são chamadas


para as áreas urbanas, mas outras são chamadas para as áreas rurais.
Algumas são chamadas para o Oriente e outras para o Ocidente.
Alguns cristãos são chamados para outros países, para áreas pobres,
áreas industriais, áreas residenciais, regiões pacíficas e regiões
turbulentas. É bom que seja assim, pois o mundo inteiro (e não
somente a área com a qual nos preocupamos) precisa do evangelho.

Fonte: Extraído de O Discipulado Segundo Jesus. O que significa viver


tendo Cristo como Salvador e como Senhor?. James Montgomery
Boice. 1ª Edição, 2001. Editora Cultura Cristã, São Paulo, SP. p.140-
144.
http://www.monergismo.com/

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Felipe Sabino de Araújo Neto®
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