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AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO DE MASSA SECA DE AVEIA

PRETA SOB DIFERENTES APLICAÇÕES DE CALCÁRIO EM


PLANTIO DIRETO

Cassiano Stefanelo1, Flávio Luiz Foletto Eltz2, Daniel Herberto Graminho3,


Marcelo Lucas Roncato4, Rodrigo Farias Pedroso1, Clério Hickmann5

A cobertura dos solos pelas plantas verdes ou pelos resíduos protege o


solo contra a ação direta da chuva sobre a superfície, evitando a desagregação
das partículas de solo e a formação de uma camada superficial compactada,
permitindo que maior quantidade de água infiltre, reduzindo a enxurrada e a
erosão. Ocorre simultaneamente um aumento da fertilidade através da ciclagem
dos nutrientes. A aveia preta é uma das alternativas de cobertura de inverno,
tendo como principais características a elevada produção de massa seca,
rusticidade e alta eficiência na reciclagem de nutrientes. A aveia preta não é
muito exigente em adubação, mas responde muito bem a adubação
nitrogenada, fosfatada e potássica. Além de melhoradora de solos, é
empregada como regeneradora da sanidade, diminuindo a população de
patógenos, aumentando assim os rendimentos das culturas de verão (Baier,
1989). Por isso, é recomendada para rotação dentro do sistema de produção.
Objetivou-se nesse trabalho avaliar a produção de massa seca de aveia preta,
em plantio direto, sob diferentes doses e manejos de calcário.
O experimento está instalado em área do Departamento de Solos da
Universidade Federal de Santa Maria. O clima da região é do tipo "Cfa" de
acordo com a classificação climática de Köeppen. O solo pertence a unidade de
mapeamento São Pedro, classificado como Argissolo Vermelho Distrófico
Arênico. A precipitação média anual é 1.686 mm e a temperatura média anual é

1
Estudante de Agronomia, UFSM, cassiano@smail.ufsm.br
2 Professor do Departamento de Solos, UFSM, bolsista do CNPQ
3 Estudante de Agronomia, bolsista FATEC
4 Estudante de Agronomia, bolsista IC PIBIC/CNPQ/UFSM
5 Estudante de Agronomia, bolsista IC CNPQ, UFSM
19,3°C. Foi usado o delineamento experimental blocos ao acaso, com 4
repetições e parcelas de 50m2. Em análise de solo preliminar da área em
estudo, através do método SMP foi recomendada a dose de 6,8 t ha-1 (PRNT
100%) para elevar o pH a 6, a qual foi aplicada em fevereiro de 1996, As
adubações foram utilizadas conforme recomendação da ROLAS
(Recomendações..., 1995). Os tratamentos foram: T1) testemunha sem
calcário; T2) dose de 1 SMP incorporada ao solo com aração e gradagens; T3)
dose de 1 SMP na superfície do solo; T4) 1/2 da dose de 1 SMP na superfície e
T5) 1/4 da dose de 1 SMP na superfície. As coletas foram feitas no período de
floração plena, constando de duas amostras de 0,25 m2 por parcela. Para efeito
de cálculos e análise estatística, os valores foram transformados para quilos por
hectare.
A produção de massa seca de aveia preta foi respectivamente 5479,
5393, 4951, 5132 e 5415 Kg ha-1, para os tratamentos T1, T2, T3, T4 e T5
(Figura 1).
Figura 1: Rendimentos de massa seca de aveia em sistema de plantio direto, Santa Maria, RS.
*Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente para o teste de Tukey.

Não houve diferença estatística significativa entre os tratamentos, o que


indica a capacidade da aveia em resistir, em plantio direto, à condições
adversas de pH, estando de acordo com Floss (1992) e Baier (1989), que
comentam sobre a pouca resposta da aveia preta à calagem e sua resistência a
toxidez de alumínio. Também mostra que o fato de aplicar o calcário em
superfície, mesmo em dose menor à recomendada, não diminuiu o rendimento
de massa seca de aveia. A aplicação do calcário em superfície é mais
econômica para o produtor, além de ser mais segura do ponto de vista de
conservação do solo.

Literatura citada
Baier, A. C., Floss, E. L., Aude, M.I.S. As Lavouras de inverno. 2º ed., São
Paulo: Globo,1989.
Floss, E.L. Avaliação da toxidez do alumínio em genótipos de aveia. 1992.
296 p. Tese apresentada à Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz”, da Universidade de São Paulo, para obtenção do titulo de
Doutor em Agronomia, área de concentração: Solos e Nutrição de
Plantas. Piracicaba, São Paulo, 1992.
Recomendações de adubação e de calagem para os Estados do Rio
Grande do Sul e de Santa Catarina. 3º ed., Passo Fundo: SBCS-
NRS,1995. 223 p.

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