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DIRETOR:
T. Yamada
N0 91 SETEMBRO/00
1. INTRODUÇÃO
Veja neste número:
O
nitrogênio é considerado um dos maiores fatores
de produção responsáveis pelo aumento da produ-
tividade e da proteína dos grãos de milho. O estu- Dessecação da soja para antecipação
do da sua dinâmica em ecossistemas agrícolas e naturais tem des- do plantio da safrinha ........................................... 6
pertado um crescente interesse devido ao aumento na demanda
por alimentos e fibras, determinado pela rápida expansão da po- Épocas de semeadura e densidade de
pulação mundial. plantas de soja ....................................................... 9
Por ser um elemento muito dinâmico no solo e sujeito a
grandes perdas, principalmente na forma gasosa, torna-se essen- Dobra a área de plantio direto em São Paulo ... 11
cial o seu manejo eficiente.
Serviços agropecuários gratuitos on line ......... 12
mineralização da
N do adubo matéria orgânica
fixação (20 kg) (2-6%) N nas
biológica chuvas
(até 500 kg) (4-8 kg)
+ +
N mineral
NH4+ + NO3–
– –
lixiviação erosão
(» 5%) (40-150 kg)
Tabela 2. Perdas típicas de N por lixiviação sob condições tropicais (REICHARDT et al., 1982).
Figura 4. Eficiência de N na adubação de base (plantio) e em cobertura na cultura do milho [Fonte: Geraldo Davanzo, Maurício Kobiraki e
Luiz Eduardo Salgado, Departamento Técnico, Pioneer Sementes Ltda., Londrina-PR, Fone (043) 399-5433].
Tabela 3. Rendimento de grãos de milho em sucessão a plantas de cobertura de solo no inverno e diferentes manejos de nitrogênio. DS/UFSM,
Santa Maria-RS (BASSO et al., 1998).
Plantas de cobertura de solo no inverno
Manejo de N (kg/ha)1
Aveia preta Aveia preta + ervilhaca Nabo forrageiro Média
-1
PS SEM COB - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - kg ha - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
00 00 00 5.616 6.639 6.017 6.091 b
00 30 90 6.804 7.122 6.984 6.970 b
30 30 60 6.867 6.786 6.767 6.807 b
60 30 30 7.756 7.450 7.229 7.478 a
90 30 00 7.230 7.567 6.853 7.216 ab
Média 6.855 A 7.113 A 6.770 A
1
PS = pré-semeadura, SEM = semeadura, COB = cobertura.
CV% = 6,7. Letras maiúsculas na linha comparam sistema de culturas de inverno para cobertura de solo e minúsculas na coluna comparam tratamentos.
kg N/ha Produto kg/ha % LARA CABEZAS, W.A.R.; TRIVELIN, P.C.O.; BOARETTO, A.E.; MORE-
NO, O.G. Volatilização de amônia de fontes nitrogenadas aplicadas em
80 Uréia 5.812 143 diferentes condições de umidade do solo. In: CONGRESSO BRASILEI-
67 15-15-15 5.471 135 RO DE CIÊNCIAS DO SOLO, 22., Recife, 1989. Resumos... Campinas,
SBCS, 1989. p.165.
40 20-05-20 5.011 124
34 15-15-15 4.771 118 MALAVOLTA, E. Matéria orgânica. In: ______. Manual de Química Agrí-
cola: nutrição de plantas e fertilidade do solo. São Paulo: Cres, 1976.
Testemunha 00-00-00 4.045 100 p.177-256.
Fonte: BROCH, D.L. & FERNANDES, C.H. (comunicação pessoal). PAUL, E.A.; CLARK, F.E. Soil microbiology and biochemistry. San Diego:
Academic Press, 1996. 2.ed. p.194-195.
7. CONCLUSÕES
PIMENTEL, M.S. Milho safrinha: grãos que valem ouro. Panorama Rural,
março 1999. p.18-24.
RAPPAPORT, B.D.; AXLEY, J.H. Potassium chloride for improved urea fertilizer
• Com as doses comumente aplicadas de adubos nitro- efficiency. Soil Science Society of America Journal, v.48, p.399-401,
genados as perdas de nitrogênio por lixiviação são desprezíveis, 1984.
não justificando, pois, os excessivos parcelamentos nitrogenados
REICHARDT, K.; LIBARDI, P.L.; URQUIAGA, S.C. Fate of fertilizer nitrogen
(exceção aos solos arenosos), principalmente os realizados tardia-
in soil-plant systems with emphasis on the tropics. In: INTERNATIONAL
mente. ATOMIC ENERGY AGENCY (ed.). Agrochemicals: fate in food and
the environment. Viena, 1982. p.277-290.
• O fornecimento de N como mistura de NO3- e NH4+ pode
SMICIKLAS, K.D.; BELOW, F.E. Role of nitrogen form in determining yield
aumentar a produtividade de milho.
of field-grown maize. Crop Science, v.32, p.1220-1225, 1992.
• Para uma dada dose de N recomendada, aplicando-se 30 WARNCKE, D.; BARBER, S. Ammonium and nitrate uptake by corn (Zea
a 50 kg de N/ha no plantio, com o restante da dose de N em cober- mays, L.) as influenced by nitrogen concentrations and NH4+/NO3- ratio.
tura, observam-se, em geral, melhores respostas que com a aplica- Agronomy Journal, v.65, p.950-954, 1973.
ção dos tradicionais 10-15 kg de N/ha no plantio e o restante em YAMADA, T. O nitrogênio e o potássio na adubação da cultura do milho.
cobertura. Informações Agronômicas, n.78, junho/97. p.14.
A
tualmente, a propriedade rural tornou-se uma em-
presa produtora de proteína vegetal e animal, logo,
se faz necessário que adotemos técnicas e meios
que permitam antecipar a colheita da soja, realizando em seguida
o plantio de outra cultura, dentro da época propícia a receber mais
chuvas e em condições de plantio livre de invasoras, favorecendo
assim um bom desenvolvimento cultura.
Quando fazer?
Quando a soja completa a sua maturação fisiológica se dá o
maior acúmulo de matéria seca, e a partir daí a cultura só perde
água. Isto ocorre a partir do estádio R 6.5 (escala de estádios de
Ferh & Caviness), onde já não se tem perdas no rendimento.
O mais recomendável é que se faça a dessecação entre os
Foto 1. Folhas de soja mudando de coloração verde intenso para verde
estádios R 6.5 e R 7. Utiliza-se normalmente o estádio R 7, por ser claro ou amarelo.
de mais fácil visualização a campo.
Benefícios da dessecação
• Uniformidade de maturação;
• Antecipação da colheita;
1
Fonte: Resultado de Pesquisa e Experimentação, Fundação MS, Janeiro/1999.
2
Engo Agro, Pesquisador da Fundação MS, Caixa Postal 105, CEP 79150-000
Maracaju-MS. Fone/fax: (067) 454-2631.
3
Administrador, Pesquisador da Fundação MS. Foto 3. Detalhe mostrando vagem madura sobre a haste principal.
Gramoxone + Agral
Antecipação da colheita
• Dose: 1,0 a 1,5 l/ha + 0,1% v.v.
A antecipação da colheita pode variar de 3 a 7 dias, depen-
• Vazão: 150 a 200 l/ha. dendo de:
• Uso: dessecação para antecipação de colheita ou lavoura a) Momento da dessecação (umidade do grão);
com infestação mista predominante de gramíneas. b) Produto utilizado;
• Carência: 7 dias. c) Condições climáticas após a dessecação.
Reglone + Agral
• Dose: 1,0 a 2,0 l/ha + 0,1% v.v. Chuvas após a dessecação
• Vazão: 150 a 200 l/ha. Se ocorrerem dias chuvosos após a dessecação, pode não
• Uso: dessecação para antecipação de colheita ou lavoura haver grande antecipação da colheita. Entretanto, após a chuva
com infestação mista predominante de folhas largas. cessar, a perda de umidade é mais rápida na área dessecada.
Trabalhos têm mostrado que a dessecação não interfere na
Gramoxone + Reglone (+ Agral)
produtividade, na incidência de doenças e na germinação, mesmo
• Dose: 0,75 a 1,0 l/ha de cada produto (+ 0,1% v.v.) que após ela ocorram períodos chuvosos (Figuras 1, 2 e 3) (Fonte:
• Vazão: 150 a 200 l/ha. Sementes Girassol, Sementes Polato, Embrapa CNPAF, 1998).
50
40
S aca s/h a
30
20
10
100
45
90
40
G erm inaç ão (% )
80
35
70
30
60
25
50
20
40
15
30
10
20
5
10
0
Ph om op sis sp. C . kikuchii 0
Figura 2. Soja dessecada: incidência de doenças após período chuvo- Figura 3. Soja dessecada: germinação de sementes após período chu-
so (chuvas entre aplicação e colheita = 60-70 mm). voso (chuvas entre aplicação e colheita = 60-70 mm).
ALBUQUERQUE, J.A.; BAYER, C.; ERNANI, P.R.; SPINOLA, M.C.M.; CÍCERO, S.M. Scientia Agricola, v.57,
FONTANA, E.C. Revista Brasileira de Ciência do Solo, n.1, p.113-119, 2000.
v.24, p.295-300, 2000.
O presente trabalho foi conduzido com sementes de amen-
A calagem altera algumas propriedades eletroquímicas em doim (Arachis hypogaea L.), cv. “Tatu”, em blocos casualizados,
solos de carga variável e isso pode afetar a dispersão da argila e a com três repetições. Os tratamentos consistiram de doses de gesso
estabilidade dos agregados. Essa hipótese foi avaliada por meio agrícola (0, 400, 800, 1.200 kg ha-1), épocas de aplicação (semea-
da aplicação de quantidades crescentes de calcário (0, 4,5, 9,0, dura e florescimento) e localização do gesso agrícola (área total e
13,5 e 18,0 t ha-1) num Latossolo Bruno (Haplohumox). O calcário sulcos de semeadura) em área previamente submetida à calagem
foi aplicado em parcelas de campo e incorporado a até 17 cm de (70% de saturação de bases). Foi realizada adubação de semeadu-
profundidade, na primavera de 1992, e as amostras para as deter- ra à base de fósforo (80 kg de P2O5 ha-1) e potássio (30 kg de K2O5
minações deste estudo foram coletadas na primavera de 1997. ha-1). As avaliações da qualidade das sementes foram realizadas
Durante esse período, o solo foi cultivado com milho no verão e por meio de massa de 100 sementes, teste de germinação, testes
permaneceu em pousio no inverno. A calagem aumentou o ponto de vigor (primeira contagem de germinação, envelhecimento ace-
de efeito salino nulo, PESN (R2 = 0,85*), o potencial elétrico ne- lerado, condutividade elétrica, emergência de plântulas em cam-
gativo superficial (R2 = 1,00**) e a argila dispersa em água (R2 = po) e determinação dos macronutrientes contidos nas sementes.
0,93**), diminuiu os teores de matéria orgânica (R2 = 0,83*) e
O gesso agrícola em área calcareada, independentemente
não afetou o diâmetro médio ponderado dos agregados. O aumen-
das doses, épocas e locais de aplicação, não interferiu na qualida-
to do PESN ocorreu, provavelmente, pela diminuição dos teores
de das sementes. A aplicação de gesso agrícola na semeadura pro-
de matéria orgânica. A argila dispersa em água foi positivamente
porcionou um teor de nitrogênio nas sementes superior ao encon-
correlacionada com o potencial elétrico superficial (R2 = 0,93**) e
trado quando aplicado no florescimento. O enxofre elementar pre-
o seu aumento deveu-se, provavelmente, a maior repulsão entre as
sente no gesso agrícola influenciou o teor de potássio nas semen-
partículas do solo em conseqüência do incremento das cargas ne-
tes.
gativas e da espessura da dupla camada elétrica difusa.
BURTON, M.G.; LAUER, M.J.; McDONALD, M.B. Crop FRANCHINI, J.C.; BORKERT, C.M.; FERREIRA, M.M.;
Science, v.40, p.476-482, 2000. GAUDÊNCIO, C.A. Revista Brasileira de Ciência do Solo,
v.24, p.459-467, 2000.
Soybean [Glycine max (L.) Merr.] plants produce fewer and
lower quality seeds when grown in conditions that decrease seed O sistema de semeadura direta com culturas de grãos ocu-
Ca concentration. Indeterminate soybean was grown in modified pa atualmente 2,4 milhões de hectares no Estado do Paraná. Além
hydroponic culture to ascertain the effects of Ca deficiency on leaf do sistema tradicional de sucessão trigo-soja, em grande parte
dry matter, seed production and elemental concentration, and the desta área são semeadas plantas de cobertura-adubação verde no
effect of pod position on seed elemental concentration in 1992 inverno e milho no verão. Neste estudo foram avaliadas as altera-
and 1993. Treatments consisted of 2.0 (Control), 0.2 (Low), 0.1 ções em algumas características químicas do solo, após sete anos,
(Very Low) mM Ca in the nutrient media. Some control plants sob os sistemas de rotação de culturas trigo-soja-aveia-soja (TSA),
were switched to low or very low (Con/L, VL) Ca levels at trigo-soja-tremoço-milho-aveia-soja (TMA), tremoço-milho-tri-
beginning seed growth stage (R5), and some plants grown at the go-soja (TM) e o sistema tradicional de sucessão trigo-soja (TS)
Very Low Ca level were switched to the Control (VL/Con) Ca em unidades de Latossolo Roxo distrófico, em Londrina e Campo
level at R5. At harvest, plants were divided into four sections: Mourão.
top-third (T/3), middle-third (M/3), and bottom-third (B/3) of the O sistema TM diminuiu o pH do solo e os teores de cálcio
mainstem and branches (Br). Low and Very Low treatments (Ca2+) e magnésio (Mg2+) trocáveis e aumentou o alumínio trocável
produced 65 and 10% as much seed mass, respectively, as Control (Al3+), a acidez potencial (H + Al) e o N-total do solo em relação
in both years. Low and Very Low treatments retained significantly ao sistema TS. Essas características apresentaram valores inter-
less total leaf dry matter at R5 in both years. Seed Ca levels were mediários nos demais sistemas. Não foram observadas diferenças
25 to 300% higher in treatments that included the Control Ca entre os sistemas quanto aos teores de carbono orgânico e potás-
level during any part of reproductive growth compared to other sio trocável (K+) no solo. A diminuição do teor de Ca2+ no siste-
treatments in both years. Seed Ca concentration was highest in ma TM foi maior do que a quantidade de Ca aplicada na forma de
the T/3 and Br sections in both years. Germination was reduced calcário durante o experimento. A adubação nitrogenada no trigo
in treatments not including the Control solution during part of the e no milho foi relacionada com a acidificação observada no solo.
reproductive growth period in both years. Decreased Ca levels in A manutenção dos níveis de K+ e diminuição dos níveis de Ca2+ e
the nutrient medium reduced soybean leaf dry matter during seed Mg2+ resultaram provavelmente de uma alteração na preferência
fill, seed production, seed Ca concentration, and seed germination, de lixiviação de cátions no sistema TM. A formação de comple-
and increased the incidence of seedling disorders such as watery xos orgânicos com cátions divalentes foi sugerida como provável
hypocotyl and epicotyl necrosis. mecanismo responsável por estas alterações químicas no solo.
SINAIS DE GPS AGORA MAIS PRECISOS Apesar de todos os problemas que marcaram e atrasaram o
plantio da segunda safra de milho este ano – a forte e prolongada
A degradação intencional dos sinais do GPS, a Selective seca que assolou boa parte da região Centro-Sul retardou o início
Availability (SA), já é coisa do passado. O governo americano do plantio da soja, atrasando a semeadura do milho safrinha –
garante ter solucionado o problema. Isso significa que usuários registrou-se um crescimento de 9,6% na área plantada na região
civis do sistema terão acesso a posicionamentos 10 vezes mais Centro-Sul, elevando-se de 2.370,7 mil hectares, na safra passa-
precisos do que tinham até então. Esta decisão é a última medida da, para 2.599,2 mil hectares, na safra atual, de acordo com le-
do esforço para fazer o GPS mais eficiente para usuários civis e vantamento realizado por técnicos da Companhia Nacional de
comerciais no mundo todo (A Granja, n.618, p.71, junho/2000). Abastecimento (Conab). E não é difícil entender os motivos do
crescimento da chamada segunda safra de milho. A safrinha exi-
ge bem menos investimentos do que o plantio de verão e é colhida
TELHAS DE FIBRAS VEGETAIS
justamente no período da entressafra, o que lhe confere um preço
Pesquisadores da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de melhor durante a comercialização. Além disso, o milho safrinha
Alimentos (FZEA), da Universidade de São Paulo (USP), em também apresenta a vantagem de o produtor reduzir os gastos
Pirassununga-SP, desenvolveram uma tecnologia para produção com armazenamento, já que o produto oferece uma boa liquidez,
de telhas, utilizando escória de alto-forno moída e resíduos de sendo colhido e prontamente comercializado.
fibras vegetais de sisal, eucalipto e bananeira. O projeto já produziu Destaca-se, entretanto, que, por apresentar uma produtivi-
cerca de 200 amostras que, há quase dois anos, são submetidas a dade de 30% a 40% inferior à da safra de verão, o milho safrinha
diversos ensaios para comprovação da eficiência do produto. O envolve maiores riscos para o produtor, principalmente quando
objetivo principal, segundo o professor Holmer Savastano Júnior, na falta de chuvas (A Granja, n.620, 2000. p.34-40).
responsável pela equipe de trabalho, é o aproveitamento dos resí-
duos. “No semi-árido baiano encontramos uma cooperativa que,
depois de retirar a fibra do sisal, descarta algo em torno de 30 mil DOBRA A ÁREA DE PLANTIO DIRETO EM SÃO PAULO
toneladas por ano de resíduos de fibra, que podem ser aproveitados. Região de solos férteis e argilosos, até pouco tempo o Estado
No Espírito Santo, uma indústria de celulose para papel deixa de São Paulo praticamente desconhecia as vantagens do sistema
cerca de 17 mil toneladas do resíduo de celulose”, cita o professor. do cultivo na palha. Mas os bons resultados econômicos obtidos
Segundo ele, na região do Vale do Ribeira, em São Paulo, há pelos pioneiros, o desenvolvimento de pesquisas técnicas e o apoio
plantações de banana que podem produzir cerca de 95 mil toneladas do Governo Estadual, com a abertura de linhas de crédito como
anuais da fibra. Além das fibras de sisal, bananeira e eucalipto, os incentivo à difusão da tecnologia, estão mudando este quadro.
estudos comprovaram que ainda podem ser utilizadas fibras de
Segundo o diretor técnico da Secretaria Estadual de Agri-
coco (empregadas na produção de tapetes, pincéis e estofamentos)
cultura, professor Ricardo Carvalho, a evolução do plantio direto
e de malva (destinadas à confecção de sacarias) (A Granja, n.615,
em São Paulo nos últimos anos foi supreendente. Nas safras de
p.64, março/2000).
1998/1999 tinham sido cultivados 162 mil hectares sobre a palha.
Em 1999/2000, este número saltou para 304 mil hectares (vide
USP FAZ MAPEAMENTO GENÉTICO DO MILHO Tabela). “Se considerarmos o plantio do milho safrinha, neste ano,
a nossa área total de plantio direto deve passar dos 600 mil hec-
Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de
tares”, disse.
Queiroz (ESALQ), da USP, trabalham no mapeamento genético
na agricultura. Há seis anos, um grupo estuda o isolamento dos Plantio direto em São Paulo (2000)
genes de milho resistentes à ferrugem do gênero Puccinia e das
Média do Estado 304 mil hectares 10% do total
espécies polysora e sorghi, esta última com ocorrência no Rio Média da região da Cati/Assis 70 mil hectares 20% do total
Grande do Sul. O objetivo é buscar a redução das perdas de pro- Média do município de Palmital 20 mil hectares 35% do total
dutividade, principalmente durante a safrinha. De acordo com o
pesquisador Luís Eduardo Aranha, o clima úmido e quente do Evolução do plantio direto no Estado (ha)*
solo na plantação da segunda safra de milho, nos meses de janeiro 1998** 1999 2000
e fevereiro, favorece o desenvolvimento do fungo. Em São Paulo,
Média do Estado 180 mil 210 mil 304 mil
o prejuízo na lavoura é de cerca de 40% (A Granja, n.620, 2000.
Média da região Cati/Assis 47 mil 60 mil 70 mil
p.80).
* Sem considerar a safrinha de verão.
** Antes de 1998 o acompanhamento era feito por estimativas.
SAFRINHA JÁ É GRANDE NEGÓCIO
Comparativo entre produtividades médias na região do
A segunda safra de milho já não pode mais ser vista como Médio-Paranapanema
uma lavoura esporádica e trabalhada somente durante os inter- Lavouras Convencional Plantio direto
valos da cultura principal da propriedade. Em pouco mais de
10 anos de existência ela tornou-se uma alternativa para os produ- Milho verão 60 sc/ha 70 sc/ha
tores rurais e se transformou num grande negócio, contribuindo Milho safrinha 50 sc/ha 60 sc/ha
Soja 42 sc/ha 50 sc/ha
para a independência financeira dos agricultores e para o aumen-
to da produção de grãos. Fonte: A Granja, n.618, p.65-67, junho/2000.
Local: Buenos Aires, Argentina Local: KwaZulu, Natal Province, África do Sul
Data: 20 a 27/OUTUBRO/2000 Data: 12 a 16/MARÇO/2001
Organização: Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária Informações: Mara de Villiers
(INTA) e Faculdade de Agronomia da Universi- Private Bag X79
dade de Buenos Aires Pretoria 0001
Informações: E-mail: aceepia@interar.com.ar South Africa
E-mail: mara@igkw2.agric.za
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D
ois fenômenos – simultâneos e com conseqüências orgânica pode substituir muitas funções do calcário, sem a indese-
opostas – podem ser observados no panorama agrí- jável redução da disponibilidade de B, Cu, Fe, Mn e Zn, que se
cola brasileiro. Um, muito feliz, é a implantação observa com o aumento do pH. Que eu saiba, o único problema
do sistema de plantio direto em quase 14 milhões de hectares de que ocorre com o aumento do teor de matéria orgânica do solo é a
nossa agricultura. E sua área continua aumentando. É, possivel- complexação do cobre, que fica, então, com menor disponibilida-
mente, a maior revolução agronômica neste último quarto de sé- de para as plantas. Problema este facilmente resolvido através da
culo no país, principalmente quanto à melhoria e conservação do correção cúprica.
solo. Outro, muito triste, é a problemática passagem de 2,5 mi- Assim como a calagem e a matéria orgânica, existem rela-
lhões de propriedades rurais de baixa renda pela arena cruel da tos na literatura informando que também o boro reduz os efeitos
competitiva economia globalizada. E o destino de muitos que cai- nocivos do alumínio. Na verdade, foi a grande semelhança entre
rão nesta difícil passagem pode ser a terrível exclusão social. Não os sintomas de toxidez de alumínio e de deficiência de boro, am-
entendendo de economia, restrinjo meus comentários apenas à bos diminuindo o desenvolvimento das raízes, que motivou algu-
questão agronômica, mas continuo torcendo para que a liderança mas destas pesquisas. Com o boro controlando, mesmo que par-
política tenha suficiente criatividade para elaborar medidas que cialmente, o alumínio tóxico, será possível pensar em trabalhar
compatibilizem melhoria de vida com as exigências da nova eco- com menores valores de pH (de 5,0 a 5,5, no máximo). Com isto,
nomia. é de se esperar menor mineralização da matéria orgânica, favore-
Quem trabalha com plantio direto percebe que, neste siste- cendo, pois, seu acúmulo no solo.
ma, a acidificação do solo é menor que a observada no sistema Na busca da agricultura sustentável é importante aumentar
convencional. Conheço muitas lavouras em sistema de plantio o teor de matéria orgânica do solo (através de maior produção de
direto que, mesmo não recebendo calcário há mais de 10 anos, matéria seca e menor mineralização, via abaixamento do pH, que
não mostram necessidade ainda de recalagem. Estas observações diminui a atividade das bactérias nitrificadoras) e aprofundar o
corroboram com resultados de muitas pesquisas, principalmente sistema radicular (através da gessagem e da correção boratada em
as feitas pelo IAPAR de Londrina-PR, que mostram que o aumen- profundidade). Creio que o manejo da matéria orgânica e da adu-
to do teor de matéria orgânica causa, entre outros efeitos, o au- bação boratada terá grande impacto no aumento da produtivida-
mento do pH e da saturação por bases, assim como a complexação de, principalmente na agricultura não irrigada, podendo, assim,
e precipitação do alumínio da solução do solo. Ou seja, a matéria reduzir bastante as frustrações de safras causadas pelos veranicos.