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Instituto Federal do Pará-Campus Bragança

Nitrogênio do Solo

Prof. Gerson Barros


1. Importância

Nutriente mineral absorvido em maiores quantidades pela


maioria das culturas;
Componente de aminoácidos, proteínas e compostos
diversos.

Origem do nitrogênio no solo:

A fonte primária do N presente no solo é a atmosfera (78%


de N), da qual o elemento pode ser transferido por três
processos:
Fixação Biológica
Deposição Atmosférica
Fixação Industrial
Distribuição do N no ambiente
“Paradigma do Nitrogênio”

2% do N
78 % de gás N2

98% do N
2. Ciclo do Nitrogênio no solo
FBN
É a conversão do N atmosférico (N2) em Amônia (NH3) conduzida por
organismos vivos.

Quais organismos
podem realizar a
fixação biológica de
nitrogênio ?

Perfil de solo na Amazônia


FBN
Relações entre organismos de diferentes espécies.

Harmônicas
a) Inquilinismo
b) comensalismo
b) mutualismo
MICRORGANISMOS QUE REALIZAM A
FBN
✓ São as bactérias fixadoras de N (Bactérias Diazotróficas).

a) Vida Livre

Aeróbicas e Anaeróbicas
Azotobacter (solos neutros e alcalinos)
Bejeirinckia (solos ácidos)
Cianobactérias (Fotossintéticas)

b) Simbiontes e Associativas
Fabáceas (Leguminosas)

Gramíneas
MICRORGANISMOS QUE
REALIZAM A FBN

Gramínea
MICRORGANISMOS QUE
REALIZAM A FBN

250 mg N Bradyrhizobium sp. 331-6


Sem N (NH4NO3 ) 1 mL (células 109 )
b) Fixação simbiótica
Diversas espécies de leguminosas são infectadas por
bactérias do gênero Rhizobium que fornecem à planta
nitrogênio e recebem em troca fotossintatos.

Importância:
Soja → Economia de fertilizantes (US$1,3 Bilhão)
Feijão → Rizóbio eficiente no solo
Adubação verde
Rotação de cultura
MICRORGANISMOS QUE
REALIZAM A FBN
Bactérias que fixam nitrogênio em leguminosas

Organismos diazotrófico Planta


Bradyhrizobium japonicum Soja
Bradyrhizobium elkanii Soja
Rhizobium tropici Feijão-comum
Mesorhizobium loti Feijão-comum
Sinorhizobium fredii Soja
Azorhizobium caulinodans Sesbania
COMO OCORRE A SIMBIOSE?

Etapa 1 Etapa 2

Etapa 3 Etapa 4
3. Incorporação do N ao Sistema
3.1. FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO

A FBN ocorre com a participação de um complexo enzimático


denominado nitrogenase e com a participação de Fe, Mg, Mo e
energia metabólica (ATP):
N2 + 3H2 + 6e-  2NH3

a) Fixação não simbiótica (organismos de vida livre) Nódulos de


Azotobacter (solos neutros e alcalinos) leguminosas
Beijerinckia (solos ácidos)
Cianobactérias (Fotossintéticas)
3. Incorporação do N ao Sistema

Nódulos de
leguminosas
Quadro 1. Estimativa da FB em leguminosas (Siqueira e Moreira, 2006)

Espécie N fixado (kg/ha/ano)

Soja 60-178

Feijoeiro 27-110

Feijão caupi 73-354

Guandu 168-284

Leucena 500-600

Centrosema 126-398
A FBN sozinha produz muito mais N que a indústria.

Necessitamos da indústria de fertilizantes


nitrogenados?
Fatores que afetam a FBN

1)Fatores Bióticos:
Teor de N no solo
Especificidade rizóbio-hospedeiro
Fonte de energia para os microrganismos

2)Fatores Climáticos:
Temperatura
Umidade

3)Fertilidade do Solo:
Acidez (pH > 5,5)
Disponibilidade de nutrientes minerais (P, Mo e Co)

4) Uso de pesticidas
Vantagens da FBN

1) Principal via de incorporação de N ao solo por processos


naturais.

2) Mais de 14 mil espécies de leguminosas descritas, das quais


mais de 100 são comumente usadas na agricultura.

3) É admitida a FBN em gramíneas, embora com menor eficiência.

4) As pesquisas surgiram durante a crise do Petróleo na década de


70.

5) As culturas chave brasileiras são leguminosas e gramíneas.

6) Na safra 2018/2019 houve economia de 20 bilhões de dólares.


Vantagens da FBN

1) Integrar a FBN aos agroecossistemas é de considerável valor


para a economia mundial e para o meio ambiente.

2) É um processo ambientalmente sustentável.

3) Reduz e dependência de fertilizantes sintéticos de elevados


custos e grandes passivos ambientais.

4) Reduz os Passivos – poluição de águas subterrâneas e


superficiais; formação de chuva ácida e destruição da camada
de ozônio.

5) Uso de leguminosas como adubo verde aporta mais N e ótimas


alternativas para a recuperação de áreas degradadas e aumento
de Mat. Orgânica no solo.
3.2 DEPOSIÇÃO ATMOSFÉRICA DE NITROGÊNIO

N2 Combina-se com O2 mediante descargas elétricas; os


valores de N depositados variam entre 1 a 50 kg/ha/ano.

3.3. FIXAÇÃO INDUSTRIAL (FERTILIZANTES)

Oxidação direta:
N2  2NO + O2  2NO2
3NO2 + H2O  2HNO3 + NO

Processo cianamida:
CaC2 + N2  CaCN2 + C

Síntese de amônia:
3H2 + N2  2NH3

Harber-Bosch
Formas de nitrogênio no solo:

Orgânica → 95 a 98% do N total do solo.


AA e proteínas (20-40%); aminoaçucares (5-10%); purina
e pirimidina (1%) e compostos não identificados (50%).

Inorgânica → 2 a 5% do N total.
Amônio (NH4+), nitrato (NO3-) e nitrito (NO2-)
4. Mineralização de N
Processo de conversão do N da matéria orgânica para as
formas minerais (NH4+ e NO3-).

Aminação
Proteínas  R-NH2 + CO2 + E

Amonificação
R-NH2 + H2O  NH3 + R-OH + E
2NH3 + H2CO3  (NH4)2CO3  2NH4+ + CO32-

Convertido a nitrito e nitrato pela nitrificação;


Absorvido pelas plantas;
Imobilizado pelos microrganismos;
Adsorvido ou fixado por argilominerais.
Nitrificação

2NH4+ + 2O2  2NO2- + 2H2O + 4H+ (Nitrosomonas)


2NO2- + O2  2NO3- + E (Nitrobacter)

Influenciada por:

Suprimento de amônio;
População de microrganismos nitrificantes;
Reação do solo (pH 5,5 - 10,0);
Aeração do solo (aeróbicas obrigatórias);
Umidade;
Temperatura.
4. Perdas de N do sistema solo
PERDAS GASOSAS

Volatilização da amônia: NH4+ + OH-  NH3(g) + H2O

Desnitrificação: 2NO3-  NO2-  N2O2  N2O  N2


PERDAS POR LIXIVIAÇÃO

NO3- vs. NH4+


Adubação em cobertura (Reduzir perdas)
Obrigado!

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