Você está na página 1de 11

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PETRÓLEO

ANÁLISE DE SISTEMAS HÍBRIDOS COM GÁS NATURAL E


ENERGIA RENOVÁVEL VISANDO O FORTALECIMENTO DA
MATRIZ ENERGÉTICA POTIGUAR

Íris Florencio de Mélo

Abril, 2021
NATAL, RN
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2020.2

Íris Florencio de Mélo

ANÁLISE DE SISTEMAS HÍBRIDOS COM GÁS NATURAL E


ENERGIA RENOVÁVEL VISANDO O FORTALECIMENTO DA
MATRIZ ENERGÉTICA POTIGUAR

Trabalho apresentado ao Curso de


Engenharia de Petróleo da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte como
requisito parcial para a obtenção do título
de Engenheiro de Petróleo.

Orientador: Dr. Lindemberg de Jesus Nogueira Duarte

Abril, 2021
NATAL, RN

Íris Florencio de Mélo ii


Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2020.2

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN


Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede

Íris Florencio de Mélo iii


Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2020.2

Orientador: Dr. Lindemberg de Jesus Nogueira Duarte

ANÁLISE DE SISTEMAS HÍBRIDOS COM GÁS NATURAL E ENERGIA


RENOVÁVEL VISANDO O FORTALECIMENTO DA MATRIZ ENERGÉTICA
POTIGUAR

Natal, 23 de abril de 2021

O(a) aluno(a) Íris Florencio de Mélo foi considerado(a) aprovado(a) no seu trabalho
de conclusão para obtenção do título de Formação em Engenharia de Petróleo.

Banca examinadora formada por:

__________________________________________
Prof. Dr. Lindemberg de Jesus Nogueira Duarte
Orientador (a) - UFRN

__________________________________________
Prof. Dr. Wilaci Eutropio Fernandes
Membro examinador (a) – UFRN

__________________________________________
MSc. Sylvester Stallone Pereira de Azevedo
Membro examinador (a) – IFRN

Íris Florencio de Mélo iv


Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2020.2

DE MÉLO, Íris Florencio. Análise de Sistemas Híbridos com Gás Natural e Energia Renovável
visando o fortalecimento da Matriz Energética Potiguar. 2021. 89f. TCC (Graduação) - Curso
de Engenharia de Petróleo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil, 2021.

Palavras-Chaves: Sistema Híbrido, gás natural, energia renovável.

Orientador: Prof. Dr. Lindemberg de Jesus Nogueira Duarte

RESUMO
___________________________________________________________________________
Os recursos gás natural, eólico e solar são responsáveis por uma representativa parcela da
geração de energia elétrica no Brasil. A geração de energia através de recursos intermitentes,
eólico e solar, proporciona certa insegurança, visto a irregularidade das fontes naturais. A alta
penetração de fontes intermitentes, trazem alguns desafios para o sistema elétrico brasileiro. A
disponibilidade, versatilidade, e as características de queima limpa do gás natural, tornam esse
recurso fóssil o parceiro ideal para contrabalançar a geração renovável. A geração convencional
de energia elétrica tem as suas vantagens, todavia nem sempre é possível trazer resultados que
atendam efetivamente o combo: produção confiável de energia e baixo impacto ambiental.
Desta forma, os sistemas híbridos trazem uma nova perspectiva para a geração de energia. A
combinação de recursos em uma mesma planta, otimiza a produção visto a complementaridade
da geração. O RN encontra-se no centro de discussões políticas e técnico-econômicas voltadas
a expansão da produção de gás natural, e apresenta uma alta densidade de empreendimentos
renováveis no estado. Diante deste cenário, analisou-se a viabilidade de um sistema híbrido no
estado. O trabalho avaliou a experiência internacional e nacional no desenvolvimento de
projetos híbridos a fim de investigar a aplicabilidade e resultados intrínsecos a utilização desses
sistemas. O sistema híbrido proposto neste trabalho reuniu as vantagens do uso combinado do
gás natural e da fonte solar na geração de eletricidade, os quais potencializarão juntos a entrega
confiável de energia, fortalecendo a matriz elétrica do Rio Grande do Norte.

Íris Florencio de Mélo v


Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2020.2

DE MÉLO, Íris Florencio. Análise de Sistemas Híbridos com Gás Natural e Energia Renovável
visando o fortalecimento da Matriz Energética Potiguar. 2021. 89f. TCC (Graduação) - Curso
de Engenharia de Petróleo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil, 2021.

Keywords: Hybrid system, natural gas, renewable energy.

Tutor: Prof. Dr. Lindemberg de Jesus Nogueira Duarte

ABSTRACT
__________________________________________________________________________
Natural gas, wind, and solar resources are responsible for a considerable portion of the
generation of electric energy in Brazil. The generation of energy through intermittent resources
causes the supply of energy to be insecure due to the irregularity of natural resources. The high
penetration of wind and solar resources causes particular challenges for the Brazilian electrical
system. The availability and versatility of using natural gas, combined with its clean-burning
characteristics, make the fossil resource the ideal partner to counterbalance renewable energy
generation. Conventional electricity generation has its advantages, however, it is not always
capable of producing reliable and environmentally conscious production of energy. The hybrid
system brings a new perspective for energy generation. The combination of natural gas, and
wind or solar power in the same site optimizes production by complementing each other in the
energy generation process. The state of Rio Grande do Norte is at the center of political and
technical-economic discussions aimed at expanding the production of natural gas, additionally
there is a high density of renewable projects in the state. Given this scenario, the viability of a
hybrid system in the state of Rio Grande do Norte was analyzed. This work evaluates the results
of hybrid systems in the national and international context and whether a hybrid system is
suitable in Rio Grande Do Norte. The hybrid system proposed in this work brings together the
advantages of the combined use of natural gas and solar resources in the generation of
electricity, which will enhance the reliable delivery of energy, strengthening the electricity
supply of the electrical system in Rio Grande do Norte.

Íris Florencio de Mélo vi


Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2020.2

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha mãe,


minha melhor amiga e que mesmo estando no
outro lado do mundo, é a pessoa mais presente
na minha vida.

Íris Florencio de Mélo vii


Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2020.2

2 ASPECTOS TEÓRICOS

2.1 Matriz Energética e Elétrica do Brasil

Tradicionalmente, o modelo de geração de energia elétrica brasileira é hidrotérmico,


isto é, a participação do recurso hídrico, fonte renovável, se sobressai na produção de
eletricidade e as termelétricas atuam como backup em situações de instabilidade do recurso,
por exemplo, em períodos de estiagem. A imprevisibilidade do recurso hídrico e de todos os
fatores associados a construção e impactos desse tipo de usina, impulsionaram a diversificação
da matriz energética nacional, encontrando-se o Brasil, atualmente, em uma transição
energética (CAVADOS, 2015).
A inserção de novas unidades de geração elétrica, como parques eólicos e fotovoltaicos,
vem se aliando a maior fonte de geração do país, apresentando representativa contribuição na
geração de eletricidade.
De acordo com o Balanço Energético Nacional 2020, ano base 2019, a matriz energética
brasileira, que é o conjunto das fontes disponíveis no país, é composta em 53,9% por fontes de
energia não-renováveis e 46,1% por fontes renováveis. A Figura 1 ilustra a matriz da Oferta
Interna de Energia Brasileira.

Figura 1 - Oferta Interna de Energia - OIE - 2019


(%)

Fonte: MME, 2020.

No que diz respeito a matriz elétrica nacional tem-se, majoritariamente, a geração de


energia elétrica advinda de recursos renováveis, os quais representam 83% da totalidade, contra

Íris Florencio de Mélo 20


Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2020.2

o indicador de 26,7% na média mundial e 28,5% no bloco OCDE 1(maioria dos países membros
desse bloco são desenvolvidos).
A Figura 2 ilustra a diversidade de recursos ofertados na matriz energética nacional e
destrincha a contribuição dessas fontes na oferta interna de energia elétrica. Observa-se que o
gás natural é a fonte não-renovável de maior representatividade na geração elétrica, cuja oferta
é de 54,5%, sendo assim, o combustível fóssil que mais contribui na geração de energia elétrica
do nosso país, principalmente, a partir da sua utilização em plantas termelétricas.

Figura 2 - Oferta Interna de Energia Elétrica - OIEE - 2019 (%)

Fonte: MME, 2020.

Nos últimos 46 anos, a OIEE do Brasil, da OCDE e de “Outros” países, apresentaram as


mesmas tendências, a saber: a diminuição da participação de petróleo e derivados, e hidráulica;
aumento da representação das demais fontes, a exceção do carvão mineral2. Vale ressaltar a
forte atuação do gás natural, e o surgimento expressivo das fontes eólica e solar em todos os
grupos (MME, 2020). A Tabela 1 sustenta o argumento anterior.

1
Países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE: Alemanha,
Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Coreia do Sul, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados
Unidos, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Letônia, Lituânia,
Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Eslovaca, República
Tcheca, Suíça, Suécia e Turquia.
2
No caso do carvão mineral do Brasil, a tendência de queda verificada até 2011, quando chegou a 1,1% de
participação, a situação mudou em razão do baixo regime de chuvas ocorrido desde então.
Íris Florencio de Mélo 21
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2020.2

Tabela 1 - Oferta Interna de Energia Elétrica no Brasil e no Mundo (% TWh).

Fonte: MME (2020).

A inserção das fontes solar e eólica no Sistema Elétrico Brasileiro (SEB) representa
mais um passo dado para a diminuição da emissão de carbono. Entretanto, torna-se relevante
analisar os desafios que a entrada dessas fontes implicaria para o SEB, assim como poderiam
ser contrabalançadas pelo uso do gás natural.

2.2 Fontes Intermitentes no Sistema Elétrico Brasileiro

A inserção em larga escala da geração renovável, pelos recursos eólico e solar, causa
impactos nos sistemas elétricos. As características técnicas dos sistemas e a maneira como são
operados definem se a inserção dessa geração será feita de forma suave ou se trará maiores
desafios.
Sabendo que cada sistema reage de forma diferente à introdução das fontes
intermitentes, a IEA dividiu os efeitos e impactos em dois grupos. O grupo 1 é caracterizado
por intermitências de curto prazo, associadas a amplitude e frequência das variações de carga
no sistema elétrico. Como alternativa para minimizar essa falta, é necessário reservas de
geração à disposição do operador para assegurar o balanço entre produção e consumo, ou seja,
os chamados recursos ou usinas flexíveis. A geração flexível apresenta alta capacidade
dinâmica e tempo de resposta para atuar em caso de fragilidade energética. Este grupo é
conhecido por Efeito Equilíbrio (IEA, 2014).
Íris Florencio de Mélo 22
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2020.2

IEA. Atlas of Energy: Electricity Information 2018. Disponível em:


http://energyatlas.iea.org/#!/tellmap/-1118783123/0. Acesso em: 6 de fevereiro de 2021.

IGU. Cases studies: enabling clean energy. Disponível em: https://www.igu.org. Acesso em: 8
de dezembro de 2020.

INSTITUTO ESCOLHAS. Caderno de Geração: Custos e Benefícios das Fontes de Geração


Elétrica. Disponível em: https://escolhas.org/wp-content/uploads/2018/10/Caderno-de-
Gera%C3%A7%C3%A3o_Vers%C3%A3o_final.pdf. Acesso em: 1 de dezembro de 2020.

INNIO. Jenbacher J624. Disponível em: https://www.innio.com/en/products/jenbacher/j624-


gas-engine. Acesso em 20 de março de 2021.

LORA, E. E. S.; NASCIMENTO, M. A. R. Geração termelétrica: planejamento, projeto e


operação. Rio de Janeiro: Interciência, 2004. v. 1.

MELEK, Vinícius Caldeira. Estudo Comparativo de Viabilidade Econômica entre uma Usina
Eólica e uma Usina Híbrida (Eólica-Fotovoltaica). 2013. Monografia (Especialização em
Eficiência Energética) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2013. 83f.

MME. Resenha Energética Brasileira 2020: resultados de 2019. Disponível em:


http://antigo.mme.gov.br/documents/78404/0/Resenha+Energética+Exerc%C3%ADcio+2019
_DIE_SPE_MME.pdf/f08616e4-ab88-749d-b24f-546313f4d0c0. Acesso em 15 de fevereiro de
2021.

MOLINA, Pilar Sánchez. Um Parque Solar no Amapá mapeará o céu com uma câmara para
Prever Radiação. Disponível em:https://www.pv-magazine-latam.com/brasil-noticias/um-
parque-solar-no-amapa-mapeara-o-ceu-com-uma-camera-para-prever-a-radiacao/. Acesso em:
10 de janeiro de 2020.

NASA POWER. NASA Prediction of Worldwide of Energy Resources. Disponível em:


https://power.larc.nasa.gov. Acesso em 1 de fevereiro de 2021.

ONS. Boletim Mensal de Geração Fotovoltaica JAN/20. 2020. Disponível em:


http://www.ons.org.br/AcervoDigitalDocumentosEPublicacoes/Boletim%20Mensal%20de%2
0Geracao%20Solar_%202020-01.pdf. Acesso em: 10 de março de 2021.

___. Boletim Mensal de Geração Fotovoltaica FEV/21. 2020. Disponível em:


http://www.ons.org.br/AcervoDigitalDocumentosEPublicacoes/Boletim%20Mensal%20de%2
0Geração%20Solar%202021-02.pdf. Acesso em: 10 de março de 2021.

PAC. Transmissão de Energia Elétrica - Rio Grande do Norte. Disponível


em:http://www.pac.gov.br/infraestrutura-energetica/transmissao-de-energia-eletrica/rn/10.
Acesso em: 02 de abril de 2021.

Íris Florencio de Mélo 87

Você também pode gostar