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Economia de Portugal

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Economia de Portugal

Moeda Euro (1 Euro = 200,482 Escudos portugueses)

Ano fiscal Ano calendário

Blocos OMC, União Europeia e OCDE


comerciais

Banco Banco de Portugal


Central

Estatísticas

Bolsa de Euronext Lisboa


valores

 $257,391 mil milhões (nominal; 2021)[1]


PIB
 $370,497 mil milhões (PPC; 2021)[1]
Variação do  1,9% [1] (est. 2019)
PIB
PIB per  29 567 euros[2][3](2016)
capita
PIB por setor Agricultura 2,6%
Indústria 22,6%
Comércio e Serviços 74,8%
Inflação (IPC  0,5%  (2016)
[4]

)
População  18% (1,8 milhão de pessoas)[5] (2015)
abaixo
da linha de
pobreza
Coeficiente  34.2 (2012)[6]
de Gini
Força de  5,39 milhões de pessoas[7]
trabalho total
Força de Agricultura: 11,7%
trabalho Indústria: 28,5%
por ocupação Comércio e Serviços: 59,8%
Desemprego  4.1% (novembro de 2019)[8]
Principais Têxteis, Roupas, calçados, Madeira e Cortiça, Papel, Produtos
indústrias Químicos, Peças
para Automóveis, Metais, Lacticínios, Vinho e
outros Alimentos, Porcelana e Produtos Cerâmicos, Vidro,
Produtos Tecnológicos e de Telecomunicações, Construção e
Manutenção de Navios, Turismo
Exterior
Exportações  US$ 63,1 mil milhões (2014)[9]
Produtos Produtos Agrícolas, Alimentos, derivados de Petróleo,
exportados Produtos
Químicos, Plásticos e Borracha, Peles e Couro, Madeira e Cor
tiça, Polpa de Madeira
e Papel, Têxteis, Roupas, Calçados, Minerais, Metais,
Máquinas e Ferramentas, Veículos e Materiais de Transporte,
Instrumentos Ópticos e de Precisão
Principais  Espanha: 21%
parceiros de  França: 11,1%
exportação  Alemanha: 11%
 Angola: 6,7%
 Reino Unido: 6,1%
 Estados Unidos: 4,9%
 Países Baixos: 3,9%
 Itália: 3,2%
 Bélgica: 2,9%
 China: 2,2%[10]
Importações  US$ 79 mil milhões[9]
Produtos Produtos Agrícolas, Alimentos, derivados de Petróleo,
importados Produtos
Químicos, Plásticos e Borracha, Peles e Couro, Madeira, Cort
iça e Polpa de
Madeira, Têxteis, Roupas, Calçados, Minerais, Metais,
Máquinas e Ferramentas, Veículos e Materiais de Transporte,
Instrumentos Ópticos e de Precisão, Computadores e peças,
Semicondutores, Utensílios Domésticos, Automóveis novos e
usados, produtos de Vinho
Principais  Espanha - 32%
parceiros de  Alemanha - 12%
importação  França - 7%
 Itália - 5,1%
 Países Baixos - 5,1%
 Reino Unido - 3%
 Bélgica - 2,9%
 Chile: 2,8%
 Angola: 2,4%
 Argélia: 2,3%[10]
Dívida  231.1 mil milhões euros (Setembro)[11] (96% do PIB)
externa bruta [12]
 (2016)
Finanças públicas
Receitas  € 41.3 mil milhões (2014)[13]
Despesas  € 48.46 mil milhões (2014)[13]
Fonte principal: [[14] The World Factbook]
Salvo indicação contrária, os valores estão em US$

Estima-se que a Economia de Portugal tenha sido, em 2013, a 49.ª maior do


mundo se considerarmos o seu Produto Interno Bruto nominal (PIB nominal),
estimado em 219,4 mil milhões de dólares. Este valor representa uma subida
em relação ao valor em 2012 (212,4 mil milhões de dólares, ou seja o 47.º mais
alto), mas uma descida considerável em relação ao PIB nominal em 2011, de
237,9 mil milhões de dólares, quando era o 43.º maior do mundo. Porém, se
considerarmos o PIB calculado em termos de Paridade de Poder de Compra,
estimado em 243,3 mil milhões de dólares, Portugal figura como sendo a 51.ª
maior economia do mundo. Esse valor está abaixo dos 244,3 mil milhões de
dólares que, em 2012, colocavam o país na 49.ª posição. Desde 1974, a
evolução do PIB a preços constantes pode ser dividida em diferentes períodos:

 Os anos do PREC, 1974 e 1975, em que o PIB calculado a preços


constantes decresceu 2,34%, com destaque para o tumultuoso ano de 1975
em que registou um decréscimo de 5,10%, o pior desde a Revolução dos
Cravos;
 Os anos entre a entrada em vigor da Constituição de 1976 e a entrada
na CEE, entre 1976 e 1985, durante os quais o PIB cresceu 36,94%, a uma
taxa média anual de 3,19%;
 Os anos entre a entrada na CEE e a entrada em circulação do Euro, entre
1986 e 2001, durante os quais o PIB cresceu 86,11%, a uma taxa média
anual de 3,96%, facto a que não será alheia a entrada massiva de fundos
comunitários destinados à modernização da economia portuguesa. Este
período divide-se entre as governações de dois Primeiros Ministros: Cavaco
Silva, que até ao fim do seu último governo, em 1995, viu a economia
crescer 48,26%, a uma taxa média de 4,02% ao ano; e António
Guterres que até 3 meses antes do fim do seu último governo viu a
economia crescer 25,53%, a uma taxa média de 3,86% ao ano;
 Os anos desde a entrada em circulação do Euro e o recurso ao apoio
financeiro externo por parte do FMI e do Fundo Europeu de Estabilização
Financeira, entre 2002 e Junho de 2011, em que a economia portuguesa
estagnou, tendo crescido apenas 4,40%, a uma taxa média de 0,45% ao
ano. Durante este período Portugal teve como Primeiros Ministros Durão
Barroso, antigo presidente da Comissão Europeia e Pedro Santana Lopes,
ambos apoiados pelo PSD e CDS-PP, entre Abril de 2002 e Março de 2005.
Entre 2002 e 2004, o PIB cresceu 1,40%, a uma taxa média anual de
0,46%. De 2005 a Junho de 2011 foi Primeiro-Ministro José Sócrates. Entre
2005 e Junho de 2011, o PIB cresceu 2,96%, a uma taxa média anual de
0,45%;
 O descontrolo da dívida soberana, do défice público e o consequente
insuportável aumento dos juros que o Estado português se viu obrigado a
ter de pagar para se poder financiar nos mercados internacionais levou a
que se recorresse à intervenção externa por parte do FMI e do Fundo
Europeu de Estabilização Financeira. A partir do 2.º semestre de 2011, já
com Pedro Passos Coelho como Primeiro-Ministro, a economia portuguesa,
que já tinha entrado em recessão, viu o seu PIB desacelerar-se mais
rapidamente, tendo este caído 5,50% até ao fim de 2013, atingindo uma
queda de 5,45% até ao final do 2º trimestre de 2014, a uma taxa média
anual de 1,85%. A queda do PIB em 2012, de 3,17%, foi a 2.ª pior desde o
25 de Abril de 1974, só superada pela de 1975. [15][16][17][18][19][20]
Tendo aderido à então Comunidade Económica Europeia, em 1986 (que se
veio a tornar na União Europeia) juntamente com a Espanha, o país iniciou,
então, um período de fortes reformas e de elevados investimentos em
infraestruturas que se refletiram numa rápida aceleração do crescimento
económico português. Entre 1970 e 2003, o produto interno bruto per capita,
isto é, tudo o que é produzido pelo país dividido por cada habitante, cresceu de
pouco mais de 50% para cerca de 70% da média europeia.
Portugal foi dos primeiros países selecionados para a fase final da União
Económica e Monetária, iniciando a introdução do Euro como moeda a partir de
1 de Janeiro de 1999. A circulação de notas e moedas iniciou-se em 1 de
Janeiro de 2002. A participação no Euro obriga o país ao cumprimento das
regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento, obrigando o controle das
contas públicas e da inflação, mas assegurando ao país níveis mínimos
históricos de inflação e taxa de juro.
Entre 1985 e 1995, a economia portuguesa, com a saída do FMI e a entrada na
Comunidade Económica Europeia, verificou taxas de crescimento económico
elevadas que foram em média, nesse período de 10 anos, de 3,7%. Durante
esse mesmo período, verificou-se uma redução de 19,5% na inflação para os
4,2%. Entre 1995 e 2001, o crescimento anual da economia foi de 3,9%,
levemente superior ao dos 10 anos precedentes.
Desde 2002 a economia portuguesa tem estado estagnada ou em recessão, à
excepção do ano de 2007 em que cresceu 2,4%. De 2002 a Junho de 2011,
durante os governos de Durão Barroso, Santana Lopes e José Sócrates a
economia cresceu a uma taxa média anual inferior a 0,5%. Desde Julho de
2011 a economia recuou a uma taxa média anual de 2,5%. Entre 2002 e 2013,
a economia recuou 1,3%.[21]
Atualmente, a estrutura da economia portuguesa baseia-se principalmente no
sector dos serviços, que representa cerca de 67% do Produto Interno
Bruto (PIB) do país. A partir de 2002, Portugal tem vindo a enfrentar um
problema de estagnação económica, com a economia a crescer menos de 2%
ao ano, abaixo da média da União Europeia, que é de 2,5%. A partir de 2009,
Portugal tem vivido uma situação de recessão económica, conjugada com um
crescimento contínuo da dívida pública, políticas de austeridade,
nacionalização de bancos falidos, intervenção externa acompanhada de
resgates financeiros à economia nacional, dificuldades no controlo do défice,
clima de contestação social e atritos entre diversas instituições, nomeadamente
o governo e o tribunal constitucional, provocados pela crise económica.
Segundo dados de 2010, o país é o 43.º no ranking de competitividade
do Fórum Económico Mundial.[22]

Índice

 1Setor Primário
 2Setor Secundário
o 2.1Indústria
o 2.2Energia
 3Sector Terciário
o 3.1Transportes
 4Mercado de trabalho
 5Crise financeira
 6Ver também
 7Notas e referências
 8Bibliografia

Setor Primário

Recursos naturais de Portugal. Fe — Minério de ferro, PY — Pirite, Sn — Estanho, W — Tungsténio,


U — Urânio, C — Carvão mineral, L — Lignite.
O setor primário em Portugal era até aos anos 60 o mais importante, sendo que
nesta década a população a trabalhar na agricultura desceu rapidamente de
42% em 1960 para 32% em 1970, continuando esta queda até aos dias de
hoje, situando-se atualmente em pouco menos de 12%. Apesar de hoje ser
pouco expressivo, este setor conta com fortes empresas, como a Lactogal e
a Sogrape.
Em 2018, Portugal foi o 9º maior produtor mundial de azeitona (740 mil
toneladas), o 16º maior produtor mundial de pera (162 mil toneladas), o 17º
maior produtor mundial de tomate (1,33 milhões de toneladas) e o 20º maior
produtor mundial de uva (778 mil toneladas). O país também produziu, no
mesmo ano, 713 mil toneladas de milho, 431 mil toneladas de batata, 344 mil
toneladas de laranja, 267 mil toneladas de maçã, 160 mil toneladas de arroz,
além de produções menores de outros produtos agrícolas como repolho (137
mil toneladas), cebola (130 mil toneladas), cenoura (108 mil
toneladas), trigo (67 mil toneladas), melão (57 mil toneladas), aveia (55 mil
toneladas), etc.[23] Alguns dos produtos mais famosos oriundos de Portugal são
o azeite de oliva, o vinho e as peras portuguesas.

Setor Secundário
Indústria
Este setor foi pouco expressivo até meados do século XX quando a partir dos
anos 50 e sobretudo dos 60, sofreu uma forte expansão movida pelas
mudanças em curso na sociedade portuguesa, pela abertura económica do
país com a entrada na EFTA em 1965, os investimentos nas colónias africanas
e naturalmente a criação de uma maior sociedade de consumo, ainda assim
pouco patente na altura. A partir dos anos 80, e continuando até aos dias
atuais, assistiu-se a uma massiva industrialização do país e reestruturação das
empresas, sobretudo na região Norte, a vários níveis, com a chegada de
multinacionais estrangeiras e do aumento da taxa de emprego e consequente,
deslocação para os arredores e subúrbios. O nível de vida e de emprego
melhoraram, assim como o poder de compra. São de salientar o grande
crescimento das zonas industriais da Maia e da Trofa, como exemplos a seguir
e do surgimento de um enorme número de confecções têxtil até aos finais dos
anos 90, onde se viu uma queda na mão de obra, devido à deslocação em
grande maioria de empresas nacionais e internacionais para países com mão
de obra mais barata. Apesar de tal acontecimento, a região Norte Litoral e
região Minho do país continua até aos dia de hoje a ser a responsável pela
continuidade do maior número de zonas e parques industriais, com uma taxa
de emprego elevada em relação a outras zonas do país e dos maiores índices
e níveis de exportações. Com a entrada na zona euro a partir de 1999 até ao
ano de 2002, a competividade com as multinacionais, pequenas e médias
empresas aumentou, criando um mercado industrial português mais
competitivo e global, tendo maior relevância o esforço e técnicas de produção
nacionais, levando a um maior reconhecimento perante outros países
europeus. A vinda da crise económica de 2008, abalou o país, mas não deixou
de haver uma continuidade no aumento de exportações e de surgimento de
novas médias e pequenas empresas, ao demarcar-se no mercado europeu e
internacional.
Energia
A energia em Portugal é atualmente (2018) setor em expansão em Portugal,
nomeadamente ao nível da produção de eletricidade. As fontes renováveis
representam já um grande peso neste setor.

Sector Terciário
O setor terciário foi o que mais teve expansão desde os anos 60. Neste
destaca-se o turismo, que é um dos grandes setores que faz crescer a
economia portuguesa.
A grande mudança social no país, a explosão da sociedade de consumo
(sobretudo nos anos 80 e 90) fez aumentar rapidamente o número de
empregados no setor terciário o que permitiu uma melhoria do nível de vida e
uma maior qualificação ao nível de emprego e educação.
Transportes
Ver artigo principal: Transportes em Portugal
Desde os anos 30 a rede de estradas aumentou exponenciamente em
Portugal. Nos anos 80 e 90 verificou-se uma modernização das infraestruturas,
para além da construção de millhares de quilómetros de novas auto-estradas.
Na atualidade, Portugal é servido por uma densa e moderna rede de
autoestradas, todas com sistema de portagem. Nas ex-SCUT, vão sendo
instalados, progressivamente, sistemas de portagens eletrónica.

Mercado de trabalho
Portugal é um dos países que mais tem aumentado o salário mínimo
nacional[carece de fontes]. O salário mínimo tem, em 2020, o valor de 635 euros por mês.
Apesar de ser um valor reduzido comparado a alguns salários europeus, o
custo de vida muito reduzido permite ter uma qualidade de vida superior
(segundo os estrangeiros que se mudam para o país) também suportada pela
grande segurança, bom ambiente e simpatia dos portugueses.

Crise financeira
Ver também: Crise da dívida pública da Zona Euro e Crise económica de 2008-
2011
O fraco desempenho da economia portuguesa foi explorado em abril de 2007
pelo The Economist, que descreveu Portugal como "um novo homem doente
da Europa".[24] Entre 2002 a 2007, a taxa de desemprego aumentou de 5% para
8% (270 500 cidadãos desempregados em 2002 para 448 600 cidadãos
desempregados em 2007).[25] No início de dezembro de 2009, o desemprego
atingiu 10,2 % da população, o maior em 23 anos. Desde então, o desemprego
já subiu para 15,6%, no final de 2013 e a emigração intensificou-se, com
destaque para a mão de obra qualificada. Só entre janeiro de setembro de
2013, a população activa em Portugal diminuiu 1,6%. Em dezembro de 2009,
a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a sua avaliação
de crédito de longo prazo de Portugal de "estável" para "negativa",
expressando o pessimismo sobre as debilidades estruturais económicas do
país e a fraca competitividade, o que prejudicaria o crescimento e a capacidade
de reforçar a sua finanças públicas.[26] Em julho de 2011, a agência de
classificação Moody's rebaixou a sua avaliação após o aviso do risco de
deterioração em março de 2011.[27]

Protestos em Lisboa contra o plano de austeridade aplicado pelo governo, em novembro de 2011

A corrupção tornou-se um assunto de importância política e económica para o


país. Alguns casos são bem conhecidos e foram amplamente divulgados
nos meios de comunicação, tais como acontecimentos em vários municípios
envolvendo autoridades municipais e empresários locais, bem como políticos
de alto-escalão.[28][29] Não obstante o Índice de Percepções de Corrupção de
2010, compilado pela Transparência Internacional, colocou Portugal na 31ª
posição em termos de percepção de corrupção, logo abaixo
de Israel e Espanha, e 34 posições acima da Itália.[30]
Um relatório publicado em janeiro de 2011 pelo Diário de Notícias revelou que
no período entre a Revolução dos Cravos, em 1974, e 2010, os governos da
República Portuguesa sobrecarregaram o erário público com as despesas
de parcerias público-privadas pouco claras. Várias consultorias ineficazes e
desnecessárias permitiram uma derrapagem considerável na gestão de obras
públicas. A economia também foi danificada por créditos de risco, excesso de
dívida pública e má-gestão dos fundos estruturais e de coesão europeus
durante quase quatro décadas. Aparentemente, o gabinete do primeiro-
ministro José Sócrates não foi capaz de prever ou prevenir qualquer destes
sintomas e em 2011 o país estava à beira da falência arrastado pela crise
financeira internacional.[31]
Em 6 de abril de 2011, o então primeiro-ministro José Sócrates anunciou na
televisão nacional que o país pediu ajuda financeira ao Fundo Monetário
Internacional (FMI) e ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, como
a Grécia e a República da Irlanda já haviam feito. Foi a terceira vez que a ajuda
financeira externa foi solicitada ao FMI — a primeira foi no final de da década
de 1970, após a Revolução dos Cravos.[32] Em 6 de julho do mesmo ano, a
agência de notação norte-americana Moody's coloca Portugal na avaliação
"lixo financeiro", provocando a queda dos maiores bancos nacionais no PSI 20,
iniciando uma onda de revolta em Portugal e na Europa, existindo propostas
para criação de uma agência de notação financeira, de modo a acabar com a
hegemonia americana.[33]
A dívida pública começou a subir fortemente entre 2004 e 2005, de 61,9% para
67,7%, quando o défice se situou nos 6,5% (o 2º mais alto da UE, só abaixo da
Hungria). Desde então e até 2011 o a dívida pública cresceu mais ligeiramente
para 71,7% em 2008 e depois disparou para 108,2% em 2011. O combate ao
endividamento que desde então se tem tentado fazer tem-se revelado ineficaz,
dado que desde 2011 para 2013, a dívida pública voltou a subir para 129,4%.
 O défice público que subiu de 3,6% em 2008 para 10,2% em 2009 e 9,8%
[34]

em 2010, voltou a descer para 4,3% em 2011. [35] Desde então o combate ao


défice tem sido pouco eficaz, uma vez que este voltou a subir para 6,4% em
2012,[36] tendo descido novamente para 5,2% em 2013.[37] O défice que
inicialmente tinha sido acordado com a "troika" (BCE, Comissão
Europeia e FMI) que supervisiona o cumprimento dos termos do resgate
financeiro negociado com Portugal em 2011, era de 4,5%, 0,7% abaixo do
défice anunciado pelo Ministério das Finanças para 2013.
Em Portugal, a despesa pública passou de 33,5% do PIB em 1980 para 47,9%
em 2010, tendo a maior parte desse crescimento ocorrido entre 1985 e 1995,
durante os 3 governos de Cavaco Silva (10,6%). Ainda assim, esta
percentagem pouco supera a da Alemanha (47,5%) e é inferior à da UE a 27
(50,8%) e, nomeadamente, de países como a Dinamarca (59,5%) ou a
Finlândia (56%).[38]
A carga salarial da função pública em Portugal atingiu, subiu desde 6,4% do
PIB em 2003 (ligeiramente inferior à média da UE de 6,5%) para 6,7% em 2005
(6,3% na UE) e 7,0% em 2007 (6,1% na UE), voltou a descer para os 6,3% em
2008 (6,2% na UE) e voltou a disparar para os 8,4% em 2010 e 2011 (6,6% na
UE).[39]
As funções em que o estado português tem revelado uma tendência
claramente superior à média da UE para gastar mais, em função do PIB são:

 Funções relacionadas com os órgãos legislativos, executivos, financeiros,


fiscais e diplomáticos (3,1% do PIB em 2003, 3,5% em 2005, 2,7% em
2008, 5,0% em 2010 e 3,8% em 2011, consistindo a esmagadora maioria
em gastos com remunerações, regalias, consumos intermédios e finais, só
se posicionando atrás da Hungria)
 Pagamento do serviço da dívida, particularmente a partir de 2011
(relativamente estável até 2010 em redor dos 3% do PIB, saltou para os
4,2% em 2011)
 Defesa militar (2,0% do PIB em 2011, sendo quase metade desta rubrica
gasta em consumos finais e a quase totalidade do resto em consumos
intermédios, ordenados e regalias);
 Serviços policiais (1,2% do PIB em 2011, sendo a esmagadora maioria da
despesa gasta em remunerações e regalias)
 Serviços de transportes (manteve-se entre os 2,9% do PIB entre 2003 e
2005, desceu para 2,3% em 2007 e voltou a disparar para 3,2% em 2011,
tendo sido a quase totalidade desta rubrica gasta em investimentos em
infraestruturas, consumos intermédios e finais)
 Serviços médicos sem internamento (estável em 2,3% do PIB entre 2003 e
2005, disparou para os 4,7% em 2011, só abaixo da Espanha. Nesta
situação, os gastos com o pessoal são altos em comparação com outros
países da UE, mas muito mais baixos que na Espanha ou na Irlanda. A
rubrica em que ocorre a grande maioria da despesa é nos consumos finais)
 Na educação, os professores de todos os níveis de ensino auferem
ordenados e regalias correspondentes a uma percentagem do PIB maior do
que a média da UE, a qual se manteve estável em redor dos 5,3% entre
2003 e 2005 e depois declinou para 4,5% em 2011, em comparação com a
média de 3,3% na UE. Esta discrepância pode dever-se ao facto de o PIB
per capita em Portugal ser consideravelmente mais baixo que o PIB per
capita médio da UE e de haver um atraso histórico ao nível da educação
em Portugal que o Estado tenta compensar atraindo profissionais de maior
qualidade. Tenha-se em conta que a taxa de abandono escolar em Portugal
atingiu em os 23,2%, sendo o 3º mais elevado da UE onde, em média era
de 13,5%, nesse ano. É igualmente de tomar nota de que houve, todavia,
um progresso considerável a este nível, dado que essa taxa desceu de um
elevadíssimo valor de 43,6% em 2000.[40]
 Protecção social no que se refere aos apoios aos idosos, para os quais os
apoios que lhes são dirigidos (genericamente) são acima da média da UE
(11,2% do PIB, tendo aqueles crescido desde 7,8% em 2003) e,
igualmente, os viúvos, que auferiam de apoios correspondentes a 1,7% do
PIB em 2011. No entanto, deve-se ter em consideração que, em
contrapartida, são muito baixos os gastos dirigidos aos serviços
hospitalares que requerem internamento, maioritariamente usufruídos pelos
idosos, e também são baixos os que são dedicados à doença e
deficiências, às quais os idosos são mais vulneráveis. Não se pode
considerar, portanto que os apoios aos idosos em Portugal, se forem
considerados em conjunto, sejam particularmente generosos.
Por outro lado, as funções em que o estado português tem revelado tendência
para gastar consideravelmente menos do que a média da UE, em função do
PIB, são:

 Assuntos económicos gerais, comerciais e laborais (nomeadamente o


investimento público, estável em 0,2% do PIB entre 2003 e 2011 e os
subsídios à actividade económica, que caíram gradualmente de 0,4% em
2003 para 0,1% em 2011)
 Serviços hospitalares com internamento (após se ter mantido estável em
redor dos 2,5% do PIB entre 2003 e 2005, a despesa caiu abruptamente
para 0,5% em 2011, um valor baixíssimo em comparação com os outros
países da UE)
 Tratamento de resíduos sólidos (estável em 0,2% do PIB entre 2003 e
2011)
 Protecção social, em que Portugal convergiu, a nível de percentagem do
PIB gasta com a média da UE, embora não o suficiente. Em 2003, essa
percentagem era de 14,2% em comparação com 18,5% na UE a 27,
enquanto que em 2011 ela estagnou nos 18,1%, em comparação com os
19,6% na UE a 27. Entre os apoios mais afectados encontram-se os que se
dirigem aos deficientes e aos doentes, com os quais os quais o estado
gasta 1,5% do PIB (só 3 países da UE gastam menos), à família e à
infância (só 1,4% do PIB é gasto neste apoio), e os apoios dirigidos à
habitação (0,0%).[41]
Para o grande crescimento do défice e da dívida desde 2009, é preciso ter em
conta:

 O colapso financeiro do BPN, resultado da gestão ruinosa do banco, que


não conseguiu recuperar um enorme volume de créditos tóxicos. Muitos
desses créditos consistiam em empréstimos não garantidos em
contrapartida de "promessas de ganhos indevidos" aos administradores do
banco, tais como aquisição de posições societárias e activos anteriormente
detidos por estes.[42][43] Em 2 de Novembro de 2008 o BPN foi nacionalizado.
Desde então, de acordo com a Comissão de Inquérito ao BPN, a
nacionalização do banco custou 3405 milhões de euros ao Estado. Em
2010 o banco teve um impacto de 1803 milhões de euros nas contas
públicas (1,2% do PIB), 1145 milhões de euros em 2011 e cerca de 500
milhões de euros em 2012.[44][45]
 Outro banco que implicou custos avultados para o Estado foi o BPP,
dissolvido em 15 de abril de 2010 pelo Banco de Portugal. Só em 2010, o
BPP 450 milhões de euros aos contribuintes, consistindo em garantias
accionadas pelo Estado nesse ano.[46]
 A derrapagem nos custos com as Parcerias público-privadas (PPPs): entre
2008 e 2010, as contas das PPPs derraparam em 560,2 milhões de euros,
principalmente nas rendas pagas às concessões rodoviárias, nas quais
foram pagos mais 425,5 milhões de euros do que o orçamentado. Em 2011
a derrapagem nas rendas com as concessões rodoviárias subiram 28%
para 197,4 milhões de euros acima do orçamentado e subiram 42,3% para
266,3 milhões acima do que havia sido previsto para 2010. O Estado
gastou um total de 896,6 milhões de euros em rendas às concessões
rodoviárias. Também as rendas pagas no âmbito das PPPs no sector da
saúde e ferroviário derraparam consideravelmente. [47]
 Swaps contratualizados por empresas públicas com perdas potenciais
superiores a 3000 milhões de euros. Em 2013, o governo português
reservou 898 milhões de euros no Orçamento de Estado Rectificativo para
suportar os custos da liquidação desses contratos, de modo que essas
empresas possam pagar às instituições financeiras as perdas acumuladas
com os mesmos. As empresas beneficiárias desse apoio são o Metro de
Lisboa (548 milhões de euros), o Metro do Porto (315 milhões de euros),
a Refer, da qual a ex-Ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque foi
administradora durante a assinatura dos respectivos contratos (20 milhões
de euros) e a Estradas de Portugal (15 milhões de euros).[48]

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