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O CAPITALISMO COMO FONTE DE REPRODUÇÃO TANTO DA

DESIGUALDADE QUANTO DA VIOLÊNCIA SEXUAL NO BRASIL DO SÉCULO


XXI
O surgimento do capitalismo na sociedade moderna procedeu na alteração da forma de
trabalho como nas relações sociais, pois trouxe ao campo social novas maneiras de agir e
pensar dentro das classes tal como conhecemos na esfera nacional, isto é, a divisão de
gêneros. Em outras palavras, “Em se tratando da violência contra a mulher, como forma de
destruição de sua dignidade, esta se apresenta na contemporaneidade, como expressão da
questão social em que é agravada pela desigualdade social, decorrente do modo de produção
capitalista”(DANTAS, 2017, p.6) 1. Esta separação é crucial para a colocação de função de
homens e mulheres. A fomentação capitalista, por sua vez, aumenta o número de casos de
violência sexual no pais, principalmente no Sudeste, com acrescente desigualdade mantida
pelo acumulo do capital, tal situação afeta outros laços familiares, de acordo com a Analise
Epidemiológica do Ministério da Saúde2, uma vez que até o próprio contexto
empregabilíssimo remete a situações discrepantes relacionados aos sexos masculinos e
femininos. No ano de 2019, por exemplo, apenas 54, 5% das mulheres entre 15 a 29 anos
unificavam a força de trabalho no Brasil, número totalmente diferente com homens, sendo
eles predominantes nesse cenário com 73,7%, assinala o IBGE. Com isso, a apropria
inoperância do Estado, na contemporaneidade, contribui para a condição machista na cultura e
sua disseminação no corpo social, de acordo com Guerra, Mundium e Varjão (2013, p.25) “A
cultura machista e autoritária ainda vigente na sociedade brasileira cria desigualdades nas
relações de gênero e promove uma imagem da mulher como mero objeto sexual, sujeita a ser
comprada ou usada. ” Além disso, pontua Mendonça, Santos Cruz e Silva que “Desse modo,
torna-se imprescindível analisar a criança e o adolescente vítima de violência, imersos no
contexto da sociabilidade capitalista, perpassando as transformações na organização familiar
em todos os aspectos inerentes à vida em sociedade, como a cultura e a religião. ” (2013, p.4).
Não sendo apenas isso com a participação da negligencia estatal, saliento o Caso Araceli, uma
jovem de 8 anos que desapareceu em 1973, onde foi raptada, drogada, estuprada, morta e
carbonizada. Este caso foi reportado pelo portal do G1, no ano de 2017, fazendo mais de 44
anos o ocorrido, uma das coisas realizadas consistiu no Dia Nacional de Combate ao Abuso e

1
A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO: OPRESSÃO, EXPLORAÇÃO E
MANUTENÇÃO DO SISTEMA Nirleide Dantas Lopes
2
Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
5 Volume 49 | Nº 27 | jun. 2018
á Exploração Sexual de Crianças e Adolescente e o seu arquivamento no de 1992, resultando
em impunidade, pois os três acusados não foram presos, tampouco as pessoas presentes
falaram sobre assunto, mostrando o silencio mediante a essa situação “Esse contexto pode ser
associado ao fato de o pacto de silêncio e o tabu, que sempre marcaram essa forma de
violência, estarem sendo progressivamente desconstruídos”, afirma Guerra, Mundium e
Varjão (2013, p.15).

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