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Andrade AR

AndradeAr é resultado de um mergulho iniciado em 2018 quando já estimulado pela chegada do


centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 inicio meu primeiro trabalho com objetivo de
produzir 1.000 GIFs do filme MACUNAÍMA de Joaquim Pedro de Andrade.

O GIF, um formato recorrente em minha trajetória, mais recentemente foi conteúdo para realização
de vídeo performances executadas no Festival do SESC Bertioga, no FIT – Festival Internacional
de Teatro de São José do Rio Preto, no PERFíDIA – Festival de Performance e Novas Mídias e
por duas edições do Festival do Volume Morto na cidade de São Paulo.

Passado o impulso inicial, depois de aproximadamente três meses, interrompo a produção de


GIFs e inicio pela internet uma pesquisa em torno da obra Macunaíma e da pessoa de Mário de
Andrade.

Os textos de Theodor Kock-Grûnberg, encontrados na web e “Roteiro de Macunaíma”, obra de M.


Cavalcante Proença e a própria obra Macunaíma, de Mário de Andrade, passam a ser minha
principal fonte de busca e encontro das narrativas que passo a aplicar na confecção das primeiras
peças incluindo máscaras, máscaras de mão e de colher, vodus de mão e vodus de colher.

A escolha desses modelos de peças está diretamente relacionada ao trabalho de produção de


máscaras que eu já vinha desenvolvendo em meu projeto STOP TAXING OUR MINDS tendo
como principal referência a obra de Saul Steinberg.

Na sequência, começam surgir inspirados nas correspondências frequentes mantidas por Mário
de Andrade com diversos outros artistas, a produção dos primeiros “bilhetes para o querido
Mário”.

Em seguida, influenciado pelo trabalho de Paulo Bruscky, o “bilhete” é substituído por outro
modelo de correspondência: o “postal”.

Durante aproximadamente dois meses, produzi mais de 350 “postais” tendo como suporte
envelopes kraft.

Para produção dos “postais” foram utilizadas diversos tipos de canetas, a plicação de dobras,
recortes, linhas negativas, folhas de papéis coloridos e páginas de livros.

Posteriormente, os trabalhos compreenderam a produção de dezenas de “máscaras de dedo”


produzidas com saquinhos de chá.

Nesse mesmo período também são produzidas algumas máscaras com diversos materiais, entre
elas, as costuradas com palitos de dente.

Os Mitos dos Taulipang e dos Arekunas, povos da região do Monte Roraima, argumentos escritos
por M. Cavalcante Proença e o próprio texto de Mário de Andrade além de serem transformados
em desenhos, figurativos e abstratos nos “postais” acima mencionados, também tem trechos e/ou
palavras recortados e aplicados em dezenas de composições de uma outra série de “post cards
digitais”.

Como a fonte de inspiração durante todo o tempo parte da leitura de textos, a estética dos traços
e preenchimentos dos desenhos tem influência direta com as lembranças registradas em minha
memória desde os meus primeiros anos de encontro com as artes visuais. Vale destacar, no
entanto, a forte influência do “pixo” no traço final de praticamente todas as “fontes” aplicadas nas
peças.

Outra particularidade está em algumas peças onde fica nítida a utilização de fatos atuais como em
“mais um pouco dessa camada do mito”, “postais protesto” à necropolítica praticada pelo atual
governo brasileiro, como também os efeitos nocivos provocados pela polarização em nosso país.

AndradeAr é portando, assim como penso que a obra Macunaíma foi para Mário de Andrade, uma
forma de eu expor meus conflitos com o pensamento social da minha época.

Além dos modelos de peças acima descritos, somam-se ao conjunto, vídeos de curta duração ou
“nano vídeos” com os mais diversos conteúdos incluindo filmagens dos próprios postais, de
páginas de livros e a utilização da voz de Mário de Andrade recortadas de gravações encontradas
na web.

Dessa forma, AndradeAr mais se aproxima de uma proposta de ocupação ou instalação nos mais
diversos tipos de espaços incluindo a exposição das máscaras, dos postais e dos outros
elementos, da reprodução dos “post cards digitais” e da projeção dos vídeos.

*Amostras de toda a produção podem ser acessada no perfil do artista no Instagram:


@paulobrazyl

*Também podem ser agendados encontros com o artista para que o material possa ser
apresentado fisicamente.

*Obras que recentemente foram acessadas pelo artista:


• Makunaima Macunaíma – de Fábio Almeida de Carvalho
• Makunaima – O Mito Através do Tempo – Dramaturgia de Deborah Goldemberg.

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