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O GIF, um formato recorrente em minha trajetória, mais recentemente foi conteúdo para realização
de vídeo performances executadas no Festival do SESC Bertioga, no FIT – Festival Internacional
de Teatro de São José do Rio Preto, no PERFíDIA – Festival de Performance e Novas Mídias e
por duas edições do Festival do Volume Morto na cidade de São Paulo.
Na sequência, começam surgir inspirados nas correspondências frequentes mantidas por Mário
de Andrade com diversos outros artistas, a produção dos primeiros “bilhetes para o querido
Mário”.
Em seguida, influenciado pelo trabalho de Paulo Bruscky, o “bilhete” é substituído por outro
modelo de correspondência: o “postal”.
Durante aproximadamente dois meses, produzi mais de 350 “postais” tendo como suporte
envelopes kraft.
Para produção dos “postais” foram utilizadas diversos tipos de canetas, a plicação de dobras,
recortes, linhas negativas, folhas de papéis coloridos e páginas de livros.
Nesse mesmo período também são produzidas algumas máscaras com diversos materiais, entre
elas, as costuradas com palitos de dente.
Os Mitos dos Taulipang e dos Arekunas, povos da região do Monte Roraima, argumentos escritos
por M. Cavalcante Proença e o próprio texto de Mário de Andrade além de serem transformados
em desenhos, figurativos e abstratos nos “postais” acima mencionados, também tem trechos e/ou
palavras recortados e aplicados em dezenas de composições de uma outra série de “post cards
digitais”.
Como a fonte de inspiração durante todo o tempo parte da leitura de textos, a estética dos traços
e preenchimentos dos desenhos tem influência direta com as lembranças registradas em minha
memória desde os meus primeiros anos de encontro com as artes visuais. Vale destacar, no
entanto, a forte influência do “pixo” no traço final de praticamente todas as “fontes” aplicadas nas
peças.
Outra particularidade está em algumas peças onde fica nítida a utilização de fatos atuais como em
“mais um pouco dessa camada do mito”, “postais protesto” à necropolítica praticada pelo atual
governo brasileiro, como também os efeitos nocivos provocados pela polarização em nosso país.
AndradeAr é portando, assim como penso que a obra Macunaíma foi para Mário de Andrade, uma
forma de eu expor meus conflitos com o pensamento social da minha época.
Além dos modelos de peças acima descritos, somam-se ao conjunto, vídeos de curta duração ou
“nano vídeos” com os mais diversos conteúdos incluindo filmagens dos próprios postais, de
páginas de livros e a utilização da voz de Mário de Andrade recortadas de gravações encontradas
na web.
Dessa forma, AndradeAr mais se aproxima de uma proposta de ocupação ou instalação nos mais
diversos tipos de espaços incluindo a exposição das máscaras, dos postais e dos outros
elementos, da reprodução dos “post cards digitais” e da projeção dos vídeos.
*Também podem ser agendados encontros com o artista para que o material possa ser
apresentado fisicamente.