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FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS

CURSO DE DIREITO

DIREITO DOS REGISTOS E DO NOTARIADO


3.º ANO / MANHÃ-A / 1.ª FREQUÊNCIA / 1.º SEMESTRE / ANO ACADÉMICO 2021-2022

Regras áureas: depois de atentamente lidas, as questões devem ser respondidas considerando os limites (mínimo e
máximo) de 5-15 linhas, salvo as 1.3 e 1.5; é expressamente proibido o uso de telemóveis; duração de 120m.

I GRUPO

1.1- Na definição a seguir, desenvolva o excerto sublinhado: o registo é a memorização de factos


jurídicos típicos em suportes próprios, sob responsabilidade do Estado que efectua o controlo
da verdade e da legalidade.
1.2- Desenvolva: As actividades registal e notarial, tendo como fim a atribuição de publicidade e,
respectivamente, autenticidade dos factos jurídicos, visam garantir certeza jurídica.
1.3- Organize os factos registais seguintes por espécies registais: paternidade, compropriedade de
um Lexus, óbito, propriedade horizontal, exoneração de gerentes e direito de uso e habitação.
1.4- Diferencie registos de natureza pessoal dos de natureza patrimonial.
1.5- Estabeleça relação entre as informações da tabela a seguir:
Ordem Factos/entes Lugares
1 Kudurru Grécia Antiga
2 Escribae/curiales Itália
3 Notários apostólicos Egipto
4 Notários imperiais Mesopotâmia

II GRUPO (HIPÓTESE)

2.1- No dia 1 de Outubro de 2020, Cipwepwe vendeu a Kulivela uma residência situada no
município da Quiçama, tendo este adquirido também, doutro vendedor, uma boiada com 666
cabeças, com a qual criou uma firma de prestação de serviços agrícolas e sustentou o seu
casamento com Wafina. Um ano mais tarde, coincidentemente no dia em que nasceu o seu
filho primogénito, Kulivela viu chegar Walunguka, que exibiu documentos que davam conta
de que comprou a mesma residência a Cipwepwe no dia 2 de Outubro, tendo registado a
aquisição no mesmo dia.

Caro estudante, responda às questões seguintes:

a) Disserte sobre as situações que constituem objectos registais;


b) Considerando os princípios registais, solucione o litígio entre Kulivela e Walunguka

Abundans cautelae non nocet.


Cotação: I grupo: 3+3+2+2+4 valores; II grupo: 2+2 (2 reservados à ortografia e limites de linhas.

Luanda, 24 de Novembro de 2021

O Docente: José Muetunda

_______________________
DIREITO DOS REGISTOS E DO NOTARIADO
3.º ANO / MANHÃ-A / CHAVE DA 1F / 1.º SEMESTRE / ANO ACADÉMICO 2021-2022

Regras áureas: depois de atentamente lidas, as questões devem ser respondidas considerando os limites (mínimo e
máximo) de 5-15 linhas, salvo as 1.3 e 1.5; é expressamente proibido o uso de telemóveis; duração de 120m.

I GRUPO

1.1- O excerto sob responsabilidade do Estado, presente da definição de registo ora aventada,
induz ao raciocínio de que a actividade registal é pública, isto é, é da competência exclusiva
do Estado. Não se admite, portanto, que as conservatórias (arts. 10.º e 11.º, Código do Registo
Civil, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 47 678, de 5 de Maio de 1967, adiante CRC) e os
respectivos oficiais de justiça, colocados nos mais diversos registos, não sejam do Estado e,
respectivamente, funcionários públicos. Mais, a actividade registal não está à disposição da
iniciativa privada, o que consideramos ser pressuposto de realização da segurança jurídica. O
trecho é atinente a um sentido da sentença registos públicos, a par da indissociável ideia de
publicidade.
1.2- A certeza jurídica, vista como expressão da segurança jurídica, é um fim do Direito de valor
inegável, pois traduz a tutela da confiança das pessoas no direito, o que significa que cada um
tem a possibilidade de prever os efeitos das suas acções, protagonizando relações fidedignas
e, por isso, estáveis. As actividades registal e notarial, tendo como fim a atribuição de
publicidade e, respectivamente, autenticidade dos factos jurídicos, cooperam para a criação ou
manutenção da certeza jurídica. Um paradigma? A adquire uma residência e não a regista. B
adquire a mesma e regista-a de imediato. Por força do princípio da prioridade, A perde a
propriedade, atraindo para si instabilidade ou caos, uma vez que toda a sua planificação em
torno da residência perde efectivação.
1.3- Organização dos factos registais por espécies: paternidade e óbito, Registo Civil;
compropriedade de um Lexus, Registo Automóvel; propriedade horizontal e direito de uso e
habitação, Registo Predial; exoneração de gerentes, Registo Comercial.
1.4- O registo, definido como memorização de factos jurídicos típicos em suportes próprios, sob
responsabilidade do Estado que efectua o controlo da verdade e da legalidade, incide sobre
qualidades pessoais e patrimoniais. Assim, torna-se líquida a razão de que os registos de
natureza pessoal diferem-se dos de natureza patrimonial pelo facto destes incidirem sobre os
bens (móveis e imóveis), quando aqueles são relativos às pessoas (singulares e colectivas).
1.5- Relação entre as informações da tabela:
Relaçõ
es
1-4
2
3-2
4-2

II GRUPO (HIPÓTESE)

2.1- (...)
a) Sobre as situações que constituem objectos registais, importa, antes de mais, dizer que
são designados objectos registais todos os factos jurídicos que, para serem invocados
perante terceiros, a lei sujeita a registo. Feita a exposição definitória, segue a
identificação e tratamento de cada objecto registal presente na hipótese sub judice: a
aquisição da residência (direito real de propriedade) configura objecto do registo
predial, enquadrado entre os registos de natureza real ou patrimonial, como previsto na
al. a) do art. 2.º do Código do Registo Predial, doravante CRP, aprovado pelo Decreto-
Lei n.º 47 611, de 28 de Março de 1967; a criação da firma de prestação de serviços
agrícolas é objecto do registo comercial (al. a), n.º 1, art. 122.º da Lei n.º 1/97, de 17
de Janeiro, Lei da Simplificação e Modernização dos Registos Predial, Comercial e
Serviço Notarial, conjugada com a al. e) do art. 3.º das Disposições Privativas do
registo Comercial (Decreto-Lei n.º 42 644, de 14 de Novembro)); o casamento e o
nascimento do filho são, obviamente, objectos do registo civil (als. d) e a), art. 1.º,
CRC).
b) Consultada a panóplia de princípios orientadores da actividade registal, entendemos
que o litígio entre Kulivela e Walunguka encontra solução invocando o princípio da
prioridade. Como encerra, o direito inscrito em primeiro lugar prevalece sobre os que
lhe são posteriores. Portanto, mesmo que Kulivela tenha adquirido a residência antes,
o direito de propriedade é titulado por Walunguka, contanto que este registou a sua
aquisição, ao contrário daquele (art. 9.º CRP).

O Docente: José Muetunda


FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS
CURSO DE DIREITO
DIREITO DOS REGISTOS E DO NOTARIADO
3.º ANO / MANHÃ-C / 1.ª FREQUÊNCIA / 1.º SEMESTRE / ANO ACADÉMICO 2021-2022

Regras áureas: depois de atentamente lidas, as questões devem ser respondidas considerando os limites (mínimo e
máximo) de 5-15 linhas, salvo as 1.3 e 1.5; é expressamente proibido o uso de telemóveis; duração de 120m.

I GRUPO

1.1- Na definição a seguir, desenvolva o excerto sublinhado: o registo é a memorização de factos


jurídicos típicos em suportes próprios, sob responsabilidade do Estado que efectua o controlo
da verdade e da legalidade.
1.2- Desenvolva: As actividades registal e notarial, tendo como fim a atribuição de publicidade e,
respectivamente, autenticidade dos factos jurídicos, visam garantir certeza jurídica.
1.3- Organize os factos registais seguintes por espécies registais: adopção, compropriedade de um
Corolla, curadoria, propriedade horizontal, nomeação de gerentes e direito de superfície.
1.4- Diferencie registos de natureza pessoal dos de natureza patrimonial.
1.5- Estabeleça relação entre as informações da tabela a seguir:
Ordem Factos/entes Lugares
1 Kudurru Itália
2 Escribae/curiales Portugal
3 Notários apostólicos Roma
4 Notários imperiais Mesopotâmia

II GRUPO (HIPÓTESE)

2.1- No dia 1 de Outubro de 2020, Cipwepwe vendeu a Kulivela uma residência situada no
município da Quiçama, tendo este adquirido também, doutro vendedor, uma boiada com 666
cabeças, com a qual criou uma firma de prestação de serviços agrícolas e sustentou o seu
casamento com Wafina. Um ano mais tarde, coincidentemente no dia em que nasceu o seu
filho primogénito, Kulivela viu chegar Walunguka, que exibiu documentos que davam conta
de que comprou a mesma residência a Cipwepwe no dia 2 de Outubro, tendo registado a
aquisição no mesmo dia.

Caro estudante, responda às questões seguintes:

a) Disserte sobre as situações que constituem objectos registais;


b) Considerando os princípios registais, solucione o litígio entre Kulivela e Walunguka

Abundans cautelae non nocet.


Cotação: I grupo: 3+3+2+2+4 valores; II grupo: 2+2 (2 reservados à ortografia e limites de linhas.

Luanda, 24 de Novembro de 2021

O Docente: José Muetunda

_______________________
DIREITO DOS REGISTOS E DO NOTARIADO
3.º ANO / MANHÃ-C / CHAVE DA 1F / 1.º SEMESTRE / ANO ACADÉMICO 2021-2022

Regras áureas: depois de atentamente lidas, as questões devem ser respondidas considerando os limites (mínimo e
máximo) de 5-15 linhas, salvo as 1.3 e 1.5; é expressamente proibido o uso de telemóveis; duração de 120m.

I GRUPO

1.1- O excerto factos jurídicos típicos, sublinhado na definição de registo, transmite a ideia de a
determinação dos factos que devem ser levados a registo não é regida pelo princípio da
autonomia privada. Dito doutro modo, cabe ao legislador definir que factos, entre tantos a que
o Direito atribui algum relevo, devem ser submetidos a registo. O trecho sugere o princípio da
tipicidade ou do numerus clausus, que orienta que apenas devem ser levados a registo os
factos permitidos por lei.
1.2- Ver chave da turma A.
1.3- Organização dos factos registais por espécies: adopção e curadoria, Registo Civil;
compropriedade de um Corolla, Registo Automóvel; propriedade horizontal e direito de
superfície, Registo Predial; nomeação de gerentes, Registo Comercial.
1.4- Ver chave da turma A.
1.5- Relação entre as informações da tabela:
Relaçõe
s
1-4
2-3
3-1
4-1

II GRUPO (HIPÓTESE)

2.1- (...)
a) Ver chave da turma A.
b) Idem.

O Docente: José Muetunda

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