Você está na página 1de 14

1

O SUPORTE ACADÊMICO PARALELO A ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NA


EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL:
RELATOS DE OBSERVAÇÃO EM ESTÁGIO DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA
Carlos Correia Santos
Tatiana Cals Maués de Souza - Tutora externa (Orientadora)
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso de Pedagogia (Turma FGP0076/1) – Estágio Supervisionado
07/06/2018

RESUMO

A possibilidade de viver no ambiente prático conceitos e teorias aprendidos em sala de


aula ao longo de uma formação acadêmica é oportunidade preciosa para solidificar
uma qualificação profissional. Parte documental do estágio supervisionado exigido
para formação em Pedagogia do Centro Universitário Leonardo da Vinci (Polo Belém),
o presente artigo tem por cerne o registro e partilha de dados aferidos durante a
vivência de 20h de observação das rotinas acadêmicas de uma turma da educação
infantil, de uma turma de série inicial do ensino fundamental e da gestão escolar do
Colégio Moderno, na cidade de Belém do Pará. Como resultado geral dessa dinâmica
de observação, constatou-se a importância do suporte paralelo a alunos com
deficiência incluídos na Educação Básica, conforme atestará os apontamentos a
serem apresentados neste trabalho.

Palavras-chave: Pedagogia. Estágio Supervisionado. Suporte educacional. Inclusão.


ABSTRACT
The possibility of living in the practical environment concepts and theories learned in
the classroom throughout an academic training is precious opportunity to solidify a
professional qualification. Documentary part of the supervised internship required for
training in Pedagogy of Leonardo da Vinci University Center (Belém Pole), the present
paper is about the recording and sharing of data obtained during the experience of 20
hours of observing the academic routines of a child education class, an initial series of
elementary school and school management of the Modern College, in the city of Belém
do Pará. As a general result of this dynamics of observation, the importance of parallel
support for students with disabilities included in Basic Education was verified, as will be
shown in the notes to be presented in this job.
Keywords: Pedagogy. Supervised internship. Educational support. Inclusion.

1 INTRODUÇÃO

O processo de formação acadêmica exige uma vivência primaz e sine


qua non: o estágio supervisionado. É ao largo dessa experiência que o
graduando confronta teorias - aferindo seu grau de entendimento sobre as
mesmas –, mergulha em conceitos que possam ter ficado abstratos em sala de
2

aula e testa os limites da sua capacidade de aprendizado e aplicação prática


de conhecimentos.
Todo esse manancial interliga dimensões diversas do terreno da
aprendizagem, conforme atestam pesquisadores na área:

Temos assumido, com nossos alunos da Pedagogia, que a Prática de


Ensino sob a forma de Estágio Supervisionado é, na verdade, um
componente teórico-prático, isto é, possui uma dimensão ideal, teórica,
subjetiva, articulada com diferentes posturas educacionais, e uma
dimensão real, material, social e prática, própria do contexto da escola
brasileira (FAZENDA, 2008, p.25)

Para além do aspecto da formação pessoal, a vivência prática num


processo de graduação também é um especial fator de conexão do universo
acadêmico com a sociedade, num fluxo de troca e oferta de conteúdos de
suma importância. Filho (2010) ressalta isso ao afirmar que o estágio
supervisionado ultrapassa o limite da mera satisfação de determinações
curriculares para assumir a feição de uma significativa via de crescimento
pessoal e profissional, constituindo-se um importante instrumental de
integração entre universidade, escola e comunidade.
O presente paper pretende fazer essa ponte de permuta e integração de
conhecimentos, divulgando o relato de vivência do estágio supervisionado do
autor-pesquisador (acadêmico do curso de Pedagogia do Centro Universitário
Leonardo da Vinci, polo Belém). Vivência na qual foi analisada a forma com
que alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) recebem suporte
acadêmico paralelo às atividades pedagógicas rotineiras. Educandos com o
citado déficit são acompanhados em sala de aula por cuidadores com formação
em Pedagogia e Psicologia.
Para que as inferências obtidas pelo estagiário sejam ainda melhor
compreendidas, na fundamentação teórica deste trabalho será discorrido o que
é o TEA e qual a importância do acompanhamento pedagógico exigível para
esses sindrômicos. Em seguida, far-se-á o relato de vivência no estágio, tendo
como tópicos iniciais a apresentação de uma breve visão sobre aspectos
estruturais do colégio visitado e posterior listagem das observações feitas ao
logo de 20h de observação na instituição (sete horas numa turma de primeiro
ano do ensino fundamental, sete horas numa turma do Jardim II, da educação
3

infantil, e seis horas de acompanhamento das rotinas de gestão da direção do


colégio). Ao fim, serão salientados os pontos observados que indicam a
importância do suporte acadêmico paralelo a alunos com deficiência e as
consequentes relevâncias da aposta na Inclusão escolar do educando com
TEA.

2 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA

Concatenar e analisar, a luz do interesse acadêmico, as impressões


oriundas do estágio de observação realizado ao longo de 20h no colégio
Moderno é o cerne deste trabalho de escrita científica que tem como área de
concentração a Educação Inclusiva, particularmente no que tange a estudos
sobre questões pedagógicas relacionadas aos educandos que necessitam de
recursos educacionais especiais, práticas inclusivas e intervenção pedagógica
no processo educacional voltado para a educação especial, tendo por resultado
a inclusão de alunos com deficiência em contextos escolares. O presente artigo
se justifica, assim, como uma ferramenta de vital valor para o incremento da
formação de seu autor no âmbito da Pedagogia.
Desta feita, o objetivo geral do presente documento se traduz justamente
no registro e partilha dos dados coletados no processo de observação
pedagógica. A partir dessa vivência, surgiram os objetivos específicos: discutir
a importância do atendimento educacional especializado como suporte
acadêmico paralelo para alunos com deficiência na Educação Básica; debater
a pertinência da aposta em Inclusão no universo educacional contemporâneo e
apontar práticas eficazes de inclusão de alunos com TEA na educação infantil
e ensino fundamental, visto que foram acompanhadas mediações escolares
com crianças detentoras desse diagnóstico.
Outrossim, o mergulho em alguns aspectos específicos de
fundamentação teórica se faz exigível, a partir deste ponto, para um mais
pertinente entendimento desses objetivos.
4

2.1 TEA: definição conceitual e implicações comportamentais

Alvo de debates e análises científicas que mais e mais se intensificaram


nas últimas décadas, o Transtorno do Espectro Autista passou por várias
definições conceituais. Antes, apenas estabelecido como Autismo e entendido
com variações tipológicas diversas: Asperger, Rett, entre outras. Hoje, um só
agrupado prisma de condições, um espectro. Não existe um Autismo, mas
vários.

Atualmente, é pacífico entender que o TEA abrange diferentes


síndromes em torno de uma trinca específica de características: padrão
comportamental restrito e repetitivo; dificuldades de comunicação; e barreiras
de socialização. Todas as variantes constantes no espectro autista para serem
conceituadas e implicadas como tal precisam atender a essa tríade.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) ainda é uma condição clinica


enigmática, sendo este considerado como de natureza multifatorial, ou
seja, ainda não se sabe, ao certo, qual a causa específica do TEA. A
literatura oferece uma série de reflexões que giram em torno dos
aspectos genéticos, hereditários e ambientais. Os sintomas
apresentados por sujeitos autistas são: ausência de linguagem verbal ou
linguagem verbal pobre; ecolalia (repetição de palavras fora do
contexto), hiperatividade ou extrema passividade, contato visual
deficiente, ausência de interação social, interesse fixado a algum objeto
ou tipos de objetos. O autismo refere-se ao conjunto de características,
podendo ser encontrados em sujeitos afetados desde distúrbios sociais
leves sem deficiência mental, até deficiência mental severa (FERREIRA,
2016, p.30)

As implicações do TEA sobre o comportamento se manifestam desde a


mais tenra idade. Na infância, portanto, o espectro autista será condicionante
de padrões de ações que se estenderão pela vida do sindrômico. Fator que
torna fundamental intervenções e mediações no interregno mais precoce
possível. O indivíduo com o Transtorno do Espectro Autista apresenta
manifestações sensoriais atípicas.

Os indivíduos com TEA apresentam um funcionamento sensorial atípico (...)


No entanto, esse funcionamento ainda não é compreendido totalmente
pelos pesquisadores (...) O processo auditivo é explicado por uma série de
teorias, porém não há um consenso sobre elas. Alguns estudos relatam que
os sujeitos com TEA possuem uma capacidade auditiva menos complexas
do que os indivíduos de desenvolvimento típico. Outros atribuem uma
capacidade auditiva focal nos TEA, enquanto esperado seria uma
capacidade auditiva global (...) Ao mesmo tempo, alguns estudos têm
5

indicado peculiaridades desse processamento auditivo especialmente


relacionado à música (GATTINO, 2012, p.33).

2.1.1 Mediação pedagógica no TEA: um suporte fundamental

Por todas as implicações relacionadas ao TEA, conforme discorrido no


tópico anterior, uma eficaz mediação pedagógica junto a educandos com essa
diagnose é estratégia fundamental para o bom fluxo no binômio ensino-
aprendizagem. Um acompanhamento paralelo em sala de aula capaz de
amparar o trabalho de professores regentes é recurso de suma importância. A
presença de cuidadores e/ou facilitadores que possam atuar em conjunto com
o professor titular é pressuposto que certamente ofertará ganhos aos alunos
autistas.
Quanto a isso, Magalhães (2017) salienta que as práticas inclusivas para
alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) são importantes no dia-a-dia
da sala de aula, tendo em vista a prioridade na aprendizagem, comunicação e
interação dos alunos, e não apenas à presença física. Porém, as dificuldades
do professor e mediador com relação às práticas pedagógicas se apresentam
como barreiras do processo nesses espaços de aprendizagem sem uma
compreensão didática dos docentes que carecem de estudos.

3 VIVÊNCIA DO ESTÁGIO

As observações das atividades pedagógicas no colégio Moderno


perfizeram um total de 20h. A seguir, dados mais detalhados dessa vivência.

3.1 Aspectos históricos, organizacionais e estruturais do Moderno

A Sociedade Civil Colégio Moderno, também conhecida como Colégio


Moderno – ou simplesmente Moderno – é um colégio particular da cidade
de Belém, no Estado do Pará, Brasil. O colégio foi fundado no ano de 1914.
Atualmente, a instituição oferece Educação Infantil, Ensino
Fundamental e Ensino Médio. É considerada uma das escolas mais caras e
renomadas da cidade. Durante décadas abrigou a formação educacional da
elite local. Por suas dependências passaram políticos, empresários, artistas e
6

outros notáveis. Atualmente é uma escola bilingue e parceira da Organização


das Nações Unidas no desenvolvimento do projeto "Oito Objetivos do Milênio".

a) Organização: os turnos de aula acontecem apenas pela manhã, indo das


7h30 ao meio dia. Conta com bem estruturada equipe de apoio (com
psicopedagogos, psicólogos e outros profissionais multidisciplinares)

b) Infraestrutura: localizado em bairro nobre do centro da cidade, o colégio


funciona em prédio construído há mais de 30 anos, amplo, com várias
dependências, incluindo duas quadras poliesportivas e diversas salas para aula
e administração. Ambientes todos muito limpos, bem arejados e seguros.

c) Projeto Político-Pedagógico e Regimento Escolar: o colégio possui


projeto político pedagógico e regimento escolar bem estruturados e centrados
no bilinguismo (português-inglês).

d) Caracterização do corpo docente: corpo docente bem qualificado. Todos


os professores e professores têm especialização em áreas da educação.

3 2 Observação das Atividades do Primeiro Ano do Ensino Fundamental

a) Condições gerais da turma: a classe tem como regente a pedagoga Ana


Paula, auxiliada por uma estagiária em Pedagogia chamada Elane. A sala
conta com 13 alunos. Dois dos educandos são crianças com TEA (Transtorno
do Espectro Autista). Um é diagnosticado com TEA grau leve e é
acompanhado por uma pedagoga cuidadora contratada pela família do jovem.
O outro é diagnosticado com TEA grau médio e é acompanhado por uma
estudante da Psicologia da clínica que faz o acompanhamento da criança

b) Sobre a professora regente: Ana Paula tem formação em Pedagogia e em


Letras Português-Inglês. Tem especialização em Língua Inglesa, realizada em
Londres (Inglaterra). Possui oito anos de experiência como docente, sendo que
está há um ano no Moderno. Usa recursos diversos em sala de aula: livros,
trabalhos manuais, jogos lúdicos, brinquedos, lápis de cor e outros de
7

papelaria. Faz planejamento semanal de suas atividades. Os rendimentos dos


alunos são avaliados por sondagem, bloco de atividades levado para casa e
avaliação simbólica feita na própria escola. Afirma que a relação com os pais
dos alunos, de modo geral, é constante e bastante próxima.

c) Tempo de observação empreendido: sete horas, divididas em dois dias.


Dia 29 de maio de 2018 (3h30 de observação): das 7h30 da manhã às 11h. Dia
30 de maio de 2018 (3h30 de observação): das 7h30 da manhã ao às 11h.

d) Atividades Observadas:
Dia 29 de maio
# Alunos iniciaram a manhã, participando de ato cívico numa das quadras
poliesportivas do colégio: oitiva dos Hinos Nacional e Hino do Colégio, com
hasteamento das bandeiras do Brasil, do Pará e do Moderno. Dois alunos são
escolhidos para hastear as bandeiras do Brasil e do Moderno.
# Após o ato cívico, alunos voltaram para a sala – que fica no segundo andar
do bloco de turmas da Educação Básica - e tiveram aula de música com
professora que não é a regente da turma. Como é músico e estava com seu
violino, o estagiário participou voluntariamente da aula, tocando o instrumento.
Esse momento foi encerrado com dinâmica de relaxamento dos alunos.
# Após a aula de música, professora regente assumiu a turma, reunindo os
alunos em círculo no chão. Detalhou a rotina do dia em plaquinhas (escritas em
português) que foram coladas num quadro. Em seguida, usou um globo
terrestre, apagou as luzes e se valeu da lanterna de um celular para falar sobre
dia e noite. Ministrou aula de Natureza e Sociedade, com auxílio de um livro
didático.
# Hora do lanche: alunos desceram para o lanche. Alimentaram-se e brincaram
# Alunos voltaram para a sala e deram sequência as atividades da disciplina de
Natureza e Sociedade
# Ao meio dia, alunos foram dispensados
Nota 01: A aula foi o tempo todo bilingue com momentos falados em português
e em inglês.
8

Nota 02: Além da presença da estagiária, sempre auxiliando todos os alunos, o


tempo todo as duas cuidadoras dos dois alunos com TEA atuaram para lhes
dar suporte e garantir que realizassem as tarefas, compreendessem os
comandos e se integrassem à turma. Amparada por esse suporte, a professora
regente o tempo todo se dividiu de modo eficaz entre atender as demandas dos
alunos com deficiência e se reportar aos alunos com deficiência. O rendimento
de todos alunos – com e sem deficiência – foi notável e digno de parabéns.

Dia 30 de maio
# Alunos iniciaram a manhã, realizando atividade de educação física numa das
quadras com professora que não era a regente. Há uma professora
especialista em educação física infantil.
# Após a educação física, voltaram para a sala e seguiram rotina acadêmica
conduzidos pela professora regente. Foram reunidos em círculo no chão. Toda
a conversação do dia foi em inglês. A professora detalhou a rotina do dia em
plaquinhas (também escritas em inglês) que foram coladas num quadro. Foram
iniciadas atividades de Matemática: jogos lúdicos sobre contagem até 30.
# Hora do lanche: alunos desceram para o lanche. Alimentaram-se e brincaram
# Alunos voltaram para a sala e deram sequência as atividades da disciplina de
Matemática
# Ao meio dia, alunos foram dispensados
Nota 01: De novo, a aula foi o tempo todo bilingue com momentos falados em
português e em inglês.
Nota 02: Mais uma vez, além da presença da estagiária, sempre auxiliando
todos os alunos, o tempo todo as duas cuidadoras dos dois alunos com TEA
atuaram para lhes dar suporte e garantir que realizassem as tarefas,
compreendessem os comandos e se integrassem à turma. Amparada por esse
suporte, a professora regente o tempo todo se dividiu de modo eficaz entre
atender as demandas dos alunos com deficiência e se reportar aos alunos com
deficiência. O rendimento de todos alunos – com e sem deficiência – foi notável
e digno de parabéns.
9

3.3 Observação das Atividades do Jardim II da Educação Infantil

a) Condições gerais da turma: a classe tem como regente a pedagoga


Silvane, auxiliada por uma estagiária do curso de Letras Inglês/Português
chamada Cláudia. A sala conta com 05 alunos. Um dos educandos (com 04
anos) é diagnosticado com TEA grau leve.

b) Sobre a professora regente: Silvane tem formação em Pedagogia com


especialização em Pedagogia Empresarial e está se preparando para fazer
especialização em Educação Infantil e em Inglês. Possui 10 anos de
experiência, todos vividos no colégio Moderno. Usa recursos diversos em sala
de aula: livros, trabalhos manuais, jogos lúdicos, brinquedos, lápis de cor, CDs
de música e outros de papelaria. Faz planejamento semanal de suas
atividades. Os rendimentos dos alunos são avaliados por relatório bimestral de
atividades. Afirma que a relação com os pais dos alunos, de modo geral, é
constante e bastante próxima.

c) Tempo de observação empreendido: sete horas, divididas em dois dias.


Dia 04 de junho de 2018 (3h30 de observação): das 8h30 da manhã ao meio
dia. Dia 05 de maio de 2018 (3h30 de observação): das 8h30 da manhã ao
meio dia.

d) Atividades Observadas:
Dia 04 de junho
# Momento inicial: acolhida dos alunos com música em inglês ao fundo. O que
iam chegando eram encaminhados para brincar com massinha para propiciar
relaxamento.
# O aluno com TEA foi acolhido da mesma forma que os demais, sem
tratamentos distintivos e encaminhado pra brincadeira de massinha junto com
os colegas.
# Professora se mostrou o tempo todo atenta aos comportamentos de todos os
alunos. Quanto aos comportamentos indesejados do aluno com TEA, atuava
para lhe mostrar que o ideal seria se comportar de outra forma e o educando
atendia.
10

# Toda turma participou de atividade com música em inglês que falava sobre as
partes do corpo e exigia coordenação motora para apontar essas partes em si
mesmo. Aluno com TEA totalmente incluído e participativo.
# Organizaram quadro de rotinas da manhã com palavras em inglês: PLAY
TIME, TALKING TIME, TASK, PHYSICAL EDUCATION, SNACK, TASK,
MUSIC CLASS.
# Fizeram atividade de colagem de figuras com perguntas sobre elementos da
natureza e fizeram atividades com letras e números
# Educação física: ensaiaram para a festa junina coreografia que estimulava
motricidade e lateralidade. O aluno com TEA não participou, mas por razões
religiosas: família é evangélica e não autoriza que ele participe de atividades
com músicas que não sejam gospel.
# Depois do lanche, fizeram atividade com letras do alfabeto: separando
consoantes de vogais e contando. Professora regente determinou com aluno
com TEA sentasse ao lado de colega sem deficiência que estava manifestando
o desejo de não interagir com outros colegas. Os dois começaram a interagir
um com o outro.
# Aula de música: trabalharam sons de animais, sons de instrumentos e a
diferença entre sons agudos e graves, usando manuseio de tecido para
estimular também a motricidade. O estagiário autor do presente paper ajudou,
tocando violino.
Nota 01: A aula foi o tempo todo bilingue com momentos falados em português
e em inglês.
Nota 02: Assim como no ensino fundamental, a presença da estagiária foi
crucial, sempre auxiliando todos os alunos. A professora regente o tempo se
manteve atenta ao aluno com TEA sem fazer disso um tratamento diferenciado
com relação aos demais da turma. O rendimento de todos alunos – com e sem
deficiência – foi notável e digno de parabéns

Dia 05 de junho
# Momento inicial: acolhida dos alunos com música em inglês ao fundo. O que
iam chegando eram encaminhados para brincar com massinha para propiciar
relaxamento.
11

# O aluno com TEA foi acolhido da mesma forma que os demais, sem
tratamentos distintivos.
# Organizaram quadro de rotinas da manhã com palavras em inglês.
# Foram para a sala de leitura: lá, fizeram atividade sobre o Dia do Meio
Ambiente, com leitura do livro “O Gato de Botas”, seguida de atividade de
pintura e colagem de figuras relacionadas à ecologia. Aluno com TEA
plenamente incluído e participando de tudo de forma conectada aos colegas.
# Na volta para a sala principal, atividade de identificação de figuras ligadas a
profissões específicas, com recorte e colagem. Rendimento do aluno com TEA
bastante satisfatório.
# Momento de lanche e depois brincadeira no play
# Na volta do play, conversa sobre comportamentos indesejados. Aluno com
TEA não foi o alvo e sim outros dois. Higiene pessoal.
# Atividade de pintura: os alunos foram estimulados a partilhar os potes de tinta
entre si
# Atividade com massinha para estimular concentração e relaxamento
Nota 01: A aula foi o tempo todo bilingue com momentos falados em português
e em inglês.
Nota 02: Mais uma vez, a presença da estagiária foi crucial, sempre auxiliando
todos os alunos. A professora regente continuou o tempo atenta ao aluno com
TEA sem fazer disso um tratamento diferenciado com relação aos demais da
turma. O rendimento de todos alunos – com e sem deficiência – foi notável e
digno de parabéns.

3.4 Observação das Atividades de Gestão na Diretoria Acadêmica

a) Condições gerais do departamento: a sala da Diretoria Acadêmica é bem


localizada e de fácil acesso dentro das dependências do colégio. Possui uma
antessala com uma secretária e a sala da Diretora. O departamento se mostra
sempre de portas abertas para todos os alunos, professores e demais
funcionários da instituição.
12

c) Tempo de observação empreendido: seis horas, divididas em dois dias.


Dia 06 de junho de 2018 (3h de observação): das 8h da manhã às 11h. Dia 07
de maio de 2018 (3h de observação): das 8h da manhã às 11h.

d) Atividades Observadas:
Dia 06 de junho
# Diretora atendeu avó de aluno, discutiu pauta de reunião com um dos
professores e se reuniu com profissional de TI que implantará o portal do
colégio na internet.
# Ao longo da manhã, um aluno com deficiência foi a diretoria pedir auxílio para
uma atividade. Foi prontamente atendido pela secretaria e sua demanda
resolvida. O tratamento foi totalmente inclusivo, sem nenhum traço de
diferenciação por ser um aluno com deficiência.
# Outros alunos foram atendidos ao longo da manhã para resolverem
problemas de notas, de relação com professores e faltas. Todos tratados de
forma exatamente igual a que foi tratado o aluno com deficiência foi tratado.
# Funcionários administrativos também foram atendidos ao longo da manhã
para resolver assuntos estruturais do colégio.

Dia 07 de junho
# Diretora fechou pauta de reunião administrativa
# Atendimento de funcionários administrativos
# Atendimento de alunos para resolver questões de notas e relacionamento
com outros alunos e professores
# Alunos com deficiência foram atendidos ao longo da manhã de maneira
rigorosamente similar a que destinada aos alunos sem deficiência
Nota: o suporte ofertado pela secretaria da diretoria é um ponto notável que
merece destaque. Dado que corrobora a pesquisa realizada no presente paper
a respeito da importância do apoio paralelo ao trabalho educacional de inclusão

4 IMPRESSÕES DO ESTÁGIO (CONSIDERAÇÕES FINAIS)

De acordo com é preconizado pelo referencial teórico discorrido no


presente trabalho, a experiência de 20h de observação das dinâmicas
13

educacionais do Primeiro Ano do Ensino Fundamental, do Jardim II da


Educação Infantil e das rotinas de gestão da Direção Acadêmica do colégio
Moderno se mostraram, para o estagiário autor deste artigo, vivência de suma
relevância para sua formação acadêmica em Pedagogia. A oportunidade de
estar perto das rotinas educacionais do referido centro de ensino trouxe
aprendizados consistentes e corroborou com os intentos de pesquisa do
acadêmico no que tange à área de concentração sobre Educação Inclusiva.
Notadamente no que se refere às estratégias educacionais inclusivas
destinadas a alunos com Transtorno do Espectro Autista. Os registros e a
partilha dos dados coletados no processo de observação pedagógica do
presente estágio se mostraram pressupostos fundamentais para comprovar a
importância do suporte acadêmico paralelo a alunos com deficiência na
educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental. Suporte igualmente
alicerçado pela gestão escolar da Instituição, uma vez que a mesma é também
comprometida com o atendimento inclusivo. A observação no estágio salientou,
na prática, a relevância da aposta em Inclusão no universo educacional
contemporâneo e atestou a existência, no colégio Moderno, de práticas
eficazes de inclusão de alunos com TEA na educação infantil e ensino
fundamental.

REFERÊNCIAS

FAZENDA, Stela C. B. Piconez & outros. Magistério, formação e trabalho


pedagógico. Papirus Editora. São Paulo, 2008.

FERREIRA, Renata de Souza Capobiango. A neurociência a educação:


como nosso cérebro aprende (Transtorno do Espectro Autista). UFOP.
Ouro Preto, 2016.

FILHO, A. P. O Estágio Supervisionado e sua importância na formação


docente. Revista P@rtes. 2010. Disponível em:
http://www.partes.com.br/educacao/estagiosupervisionado.asp. Acesso em: 15
ago. 2012
14

GATTINO, Gustavo Schulz. Musicoterapia aplicada à avaliação da


comunicação não verbal de crianças com Transtorno do Espectro Autista:
revisão sistemática e estudo de validação. Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Porto Alegre, 2012

MAGALHÃES, Célia de Jesus Silva & outros. Práticas inclusivas de alunos


com TEA: principais dificuldades na voz do professor e mediador. Revista
on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v.21, n. esp.2, p. 1031-
1047, nov. 2017

Você também pode gostar