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A AÇÃO HUMANA
Ação Voluntária:
Envolve a participação ativa de um sujeito autónomo que, antes de agir, pondera os
seus atos, escolhe os meios de os praticar e pensa, de modo responsável, nas
consequências que podem advir.
Ação Involuntária:
Dispensa a intervenção da vontade livre, sendo executada de forma automática e
habitual. Diz respeito a atos como os reflexos simples, as reações habituais e os que
garantem o funcionamento dos nossos órgãos internos.
Exemplo: dormir é uma atividade involuntária.
Atos Humanos:
São conscientes
São voluntários
São intencionais
Intencionalidade:
Relação entre a mente ou consciência e o objeto para que está orientada. Descobrir
essas intenções é compreender quais os motivos e fins que levaram o sujeito a agir, o
mesmo é ficar a conhecer o quê e o porquê da ação.
1 Micaela Sapinho
fazer agir
O termos ação e agir designam apenas os comportamentos:
Intencionais
Conscientes
Voluntários
Está excluído de conceito da ação:
O que os animais fazem
Os movimentos que fazemos a dormir
As reações automáticas (fisiológicas ou psicológicas)
Ação e Acontecimento
Constipar-se não é uma ação, porque:
Constipar-se é algo que acontece a uma pessoa;
Não há interferências da sua vontade;
AÇÃO:
É uma interferência consciente e voluntária do agente no normal decurso das coisas
que, sem essa interferência, seguiram um caminho distinto.
A expressão verbal do juízo é a proposição, que varia consoante a língua em que nos
exprimimos. As proposições são sempre afirmações ou negações, isto é, são frases
declarativas. Se interrogarmos, se damos ordens, se produzimos exclamações, se
fazemos promessas, não estamos perante proposições.
2 Micaela Sapinho
Liberdade, determinismo ou livre arbítrio?
Em que condições uma ação deve ser considerada livre e em que condições não o é?
Livre-arbítrio Determinismo
Liberdade (determinismo)
É sinónimo de autodeterminação;
Exemplos de comportamentos NÃO LIVRES: cleptomania.
Heitor optou inevitavelmente, uma vez que, o seu comportamento é determinado por
fatores que não controla (não há livre-arbítrio, mas sim determinismo)
Heitor não podia ter agido de outro modo!
Livre-arbítrio:
Possibilidade de escolha e de autodeterminação;
Ato voluntário, autónomo, independente de qualquer constrangimento e
coação externa ou interna;
Vontade livre e responsável de um agente racional;
Condicionantes:
Força da gravidade: não sou livre de voar
Nascemos, crescemos, envelhecemos e morremos = BI Genético
Instintos incontroláveis: fome, sede, etc
Ação da sociedade e cultura sobre cada um de nós!
3 Micaela Sapinho
PROBLEMA!
As ações humanas são inevitáveis!
Se são definidas por forças externas e internas, teremos de negar a liberdade e
responsabilidade do agente – só pode ser culpabilizado o agente que podia ter
agido de outra maneira.
Problema do livre-arbítrio:
Compatibilizar a liberdade humana com outras forças que a parecem anular.
4 Micaela Sapinho
DETERMINISMO MODERADO (compatibilismo)
Aceita o determinismo no mundo natural, mas defende que existe espaço para
liberdade e para a responsabilidade humana;
Tudo no mundo natural é determinado, mas as ações humanas são livres, por
serem determinadas mas não são constrangidas;
Mesmo que as nossas ações sejam causadas, podemos sempre agir de outro
modo, se assim o escolhermos. Isto é suficiente para podermos ser
responsabilizados e/ou culpabilizados por uma ação inaceitável;
Parte de conceito comum de liberdade aceita a convicção de que poderíamos
ter feito outra coisa se o tivéssemos escolhido;
No mundo todos os fenómenos são casualmente relacionados;
A vontade humana, igualmente determinada, é livre quando não for obrigada a
escolher, sob ameaça (de uma arma, por exemplo);
O determinismo moderado defende a compatibilidade entre a liberdade e o
determinismo;
INDETERMINISMO
O indeterminismo é a corrente que defende a impossibilidade de prever os
fenómenos a partir de causas determinantes, introduzindo-as noções de acaso
e de aleatório;
Se as nossas ações forem mero fruto do acaso ou do aleatório, causais, então o
agente não é responsável;
Para a física quântica é, assim, impossível prever o comportamento de um dado
sistema de partículas com exatidão, pode apenas atribuir-lhe um grau de
estatístico ou probabilidade;
Podemos admitir que o indeterminismo que rege o mundo das micro-partículas
também se aplica à vontade humana;
Quer se admita que as ações são determinadas, quer se admita que são
indeterminadas, e, por isso, imprevisíveis, não há espaço, nos dois casos, para a
liberdade e para a responsabilidade;
Uma vez que não há indeterminismo na Natureza, o indeterminismo defende
que as nossas ações não são determinadas.
5 Micaela Sapinho
LIBERTISMO
É a corrente que defende, de modo mais radical, o livre-arbítrio e a
responsabilidade do ser humano;
Para defender a liberdade de escolha, considera-se que esta nem é
casualmente determinada (determinismo) nem é aleatória (indeterminismo);
O agente tem o poder de interferir no curso normal das coisas pela sua
capacidade racional e deliberativa;
O agente não é determinado: ele tem o poder de se autodeterminar. Para tal
defende-se a dualidade entre o corpo e a mente e considera-se que esta última
está acima ou fora da causalidade do mundo natural;
O corpo do sujeito pode até ser determinado por causas necessárias, mas a
mente não está determinada, ela autodetermina-se;
O libertismo afirma que as ações humanas nem são determinadas nem
aleatórias, resultam de deliberações racionais e podem alterar o curso dos
acontecimentos no mundo.
ORGANOGRAMA CONCEPTUAL
Incompatibilismo Compatibilismo ou
ou determinismo Indeterminismo determinismo Libertarismo
radical moderado
As escolhas
Leis causais regem
O livre-arbítrio é Acontecimentos humanas não são
o mundo.
incompatível com a como estudos determinadas nem
A ação humana é
conceção de um mentais são aleatórias.
livre: determinada,
mundo regido por aleatórios (sem Resultam da
mas não
leis causais. causa). deliberação
constrangida.
racional.
6 Micaela Sapinho
OS VALORES
Tabela de Valores
Um horizonte axiológico, uma tabela de
Família
valores, é a condição indispensável para
Amizade
exercer a liberdade!
Amor
Carreira
A lei adquire sentido pela liberdade axiológica, sem ela é a nossa morte!
Quando o cumprimento da lei é a obrigação, perde todo o sentido.
AXIOLOGIA
As decisões do ser humano (liberdade e responsabilidade) fazem-se em função
de motivos, desejos, crenças e valores;
A ciência que estuda os valores chama-se axiologia.
CULTURA, O QUE É?
Significa todo o conjunto de comportamento tradicional que é aprendido
sucessivamente, por cada geração.
Modelos de pensar, agir e sentir.
É inerente ao ser humano, que possui natureza social.
É a busca de conhecimento sobre a natureza humana.
Sociedades multiculturais:
Onde diferentes culturas coexistem, mas não necessariamente se relacionam.
Sociedades interculturais:
Onde os elementos de diferentes culturas interagem sabendo que possuem
identidades culturais não esquecendo os riscos de uma possível não estabilização e
conflitos.
7 Micaela Sapinho
See yourself as others see you! (competência cultural)
A habilidade de nos vermos como os outros nos veem, de responder e interagir
com eles diante dessa perspetiva.
As políticas dos Talibãs para as mulheres são aceitáveis no início do século XXI?
Esta pergunta evoca diferentes tipos de opiniões, algumas bastante controversas.
No meu ponto de vista e no ponto de vista da maioria dos jovens europeus, estas
políticas não são aceitáveis no século XXI, pois na sociedade onde vivemos as mulheres
têm exatamente os mesmos direitos, deveres e privilégios que os homens. Sendo-nos
difícil de pensar na maneira como as mulheres vivem nesses países, sem poder ir à rua
se não tiverem um homem que as acompanhe ou se não estiverem completamente
tapadas da cabeça aos pés.
No entanto, noutro ponto de vista, no ponto de vista de jovens árabes, estas políticas
são aceitáveis porque sempre foram, e porque fazem parte de uma determinada
cultura e religião, como o Islamismo ou Hinduísmo.
Taxinomia/Tabela de Valores:
Uma taxinomia é uma classificação;
No caso dos valores isto implica uma hierarquia, isto é, uma classificação onde
se selecionam e comparam os valores.
8 Micaela Sapinho
Factos e Valores:
Todos esses motivos podem ser apoiados em factos, mas têm sempre
implícitos certos valores que justificam ou legitimizam as nossas preferências;
Ex: O Cristiano Ronaldo é o melhor jogador de futebol. (valor implícito)
Ex: O Cristiano Ronaldo é de facto o melhor jogador do mundo. (facto)
Experiência valorativa:
O sujeito põe-se a favor ou contra o objeto, manifestando os juízos de valor.
Experiência contemplativa:
O sujeito não se põe contra nem a favor, mas dá-se conta da existência dos objetos.
Definição de valor:
O termo valor é um termo polissémico;
É uma qualidade física, intelectual ou moral que dentro de um contexto
histórico, social e cultural se aprecia alguém;
Filosoficamente, define-se como objeto “SUI GENERIS” (de natureza especial)
que valem por si mesmos e fazem valer a quem participa deles.
9 Micaela Sapinho
Quem tem valor?
O ideal que serve de modelo para o nosso atuar.
Características do Valor:
Grau: é a gama de variações por que pode passar um valor de uma pessoa ou
coisa.
Ex.: Excelente, muito bom, regular, mau, péssimo.
Hierarquia: existem valores superiores e inferiores, uns estão num plano mais
elevado que outros. Assim se constitui uma tabela de valores!
Características:
1) Ser percebidos e estimados através de operações sentimentais
2) Possuir bipolaridade
3) Produzem reações nas pessoas
4) Foram parte das nossas atitudes afetivas
Promotores de valores:
Crenças
Família
Escola
Meios de comunicação
CONCLUSÃO!
Os valores refletem a personalidade do ser humano;
São a expressão do tónus imoral, cultural, afetivo e social marcado pela família,
escola, instituições e sociedade;
No uso da liberdade, a pessoa tem a capacidade de eleger uma escala de
valores e responsabilizar-se pelo seu crescimento pessoal;
10 Micaela Sapinho
Ajudam nas principais interrogações da existência: quem somos, a que
aspiramos, …
Abordagem filosófica:
Os valores são propriedades reais das coisas? objetivos?
Serão construções ideias do ser humano? subjetivos?
Critério Valorativo:
Princípio ou condição que serve de base à valoração e que permite distinguir as coisas
valiosas das não valiosas e discernir, de entre as valiosas, as que são mais importantes
das que menos.
Os critérios valorativos que explicam a forma como atribuímos valor às coisas são de
diversa ordem. Podem considerar-se diferentes níveis de determinação dos mesmos
critérios:
1) Pessoal: reportando-se à esfera íntima de cada sujeito com as suas
características pessoais: seus gostos e interesses.
2) Coletivo: sujeito do ponto de vista da sua dimensão social e cultural: seus
costumes, ideias ou formas de estar em grupo.
11 Micaela Sapinho
3) Universal: sujeito como um ser-no-mundo: sensível aos outros, que coabitam
no planeta, bem como o próprio espaço habitado.
Critérios Transubjectivos:
Critérios que ultrapassem as barreiras do individual e do coletivo culturalmente
identificado, que permitam garantir e enriquecer a própria realidade humana
na sua relação com os outros e com o planeta.
12 Micaela Sapinho
A cultura é formada por um conjunto de elementos:
Materiais (formas de produção, gastronomia, técnicas de construção,
vestuário, etc.)
Não-materiais (língua, religião, arte, crenças, etc.)
CULTURA:
Engloba normas de conduta e de pensamento apreendidas e partilhadas que são
características de uma sociedade.
Fatores de identidade:
Físicas (distinção pela cor da pele, feições, estatura, etc.)
Culturais (hábitos e valores partilhados)
Linguísticas (línguas com origens diferentes)
Religiosas (cristianismo, hinduísmo, etc.)
Geográficas (localização)
Económicas (situação económica)
O que é o etnocentrismo?
É uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de
tudo, e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores,
nossos modelos, nossas definições do que é a existência;
É a crença que a própria sociedade é o centro da humanidade;
O etnocentrismo promove a assimilação! As culturas dominantes tendem a
impor os seus valores e modelos de comportamento às culturas minoritárias.
Sendo o racismo, xenofobia, patriotismo ou nacionalismo exagerados possíveis
consequências do etnocentrismo.
RELATIVISMO!
O relativismo aceita e respeita a diversidade cultural. Cada cultura só pode ser avaliada
a partir de dentro, isto é, dos seus valores, ideias e padrões de comportamento.
O relativismo promove a separação! Há diferentes culturas que se toleram, mas que
vivem de costas voltadas, sem contacto entre si, e que tendem a separar-se ou isolar-
se. A possível consequência do relativismo é o facto de que podem ocorrer fenómenos
de segregação.
13 Micaela Sapinho
A interculturalidade é uma alternativa ao relativismo.
Aposta na educação de valores universais como o diálogo intelectual, a
cooperação solidária e a defesa da dignidade;
Reconhece a natureza plural e diversificada da cultura humana;
Promove o contacto entre as diferentes culturas porque parte do pressuposto
de que é possível a compreensão entre si;
Acredita que há vínculos que unem as diferentes comunidades;
Defende ser possível compartilhar valores e estabelecer normas de
convivência;
Assume a universalidade dos direitos humanos;
Exige a prevenção de conflitos;
Promove a integração e a interação.
CRISE DE VALORES:
Quando os valores elevados não se realizam
Quando não há uma consciência da dignidade humana
Profundas mudanças na sociedade
Preferência do ter sobre o ser
14 Micaela Sapinho
DIMENSÃO DA AÇÃO HUMANA E DOS VALORES
Introdução:
De facto, o comportamento humano prático-moral, ainda que sujeito a variação de
uma época para outra e de uma sociedade para outra, remonta até às próprias origens
do homem como ser social.
Norma Moral:
Estruturada pelo grupo social e interiorizada pelo indivíduo;
É inerente à sociedade;
Controla toda a atividade humana;
Existe uma sanção moral (remorso ou sentimento de culpa);
Pela sua origem é anterior ao Estado;
Ao sujeito impõem-se deveres;
São ações adequadas ou inadequadas;
Norma Jurídica:
É convencional (estado);
Atua-se por coação;
Impõem-se deveres e direitos;
É regulamentada e regula as relações dos homens;
A sanção é jurídica (cárcere, pena capital, multa);
Pessoa Moral: pessoa consciente, livre que voluntariamente realiza atos morais.
15 Micaela Sapinho
Consciência Moral: capacidade para discernir o correto do incorreto, o justo do
injusto.
Os Fundamentos da Ética
Ethos (filosofia grega): morada do homem
Ethos (do grego): modo de ser, caráter, temperamento, hábito.
A ética seria produto das leis regidas pelos costumes, virtudes e hábitos gerados
pelo caráter dos indivíduos.
Existem, pois, condicionantes internas (caráter) e externas (costumes) que
determinam a conduta do indivíduo.
Todavia, a boa conduta poderia ser também determinada pela educação (Paidéia).
16 Micaela Sapinho
A função do ethos é promover a excelência moral, ou seja, a prática das virtudes
(areté)
O exercício das virtudes tem como fim último a felicidade (a vida boa)!
Princípios da Ética:
1. Justiça
2. Igualdade dos direitos
3. Dignidade da pessoa humana
4. Cidadania plena
5. Solidariedade
6. (etc.)
Pressupostos da Ética:
A dimensão ética começa quando entra em cena o outro.
Toda a lei moral ou jurídica, regula relações interpessoais.
É uma condição fundadora!
A dupla dimensão humana: individual e social.
Objeto da Ética:
A ética refere-se ao agir humano que pode agir assim ou de outro modo.
Na sua vida pessoal e social.
O ato moral forja-se na consciência, não na lei.
Sem coesão, sem obrigação externa.
Emite juízos de valor.
Escolher livremente.
Assume consequência.
Egoísmo Psicológico
Considera que todos os comportamentos humanos são motivados pelo
egoísmo, apoiando-se nos seguintes argumentos:
Fazemos sempre aquilo que mais desejamos fazer;
Fazemos o que nos faz sentir bem;
Baseia-se na ideia de que as pessoas nunca fazem voluntariamente senão o que
desejam fazer, e em defesa apela para o facto de quase todas as ações ditas
altruístas produzirem um sentido de autossatisfação na pessoa que as realiza.
Se considerarmos válidas estas críticas ao egoísmo psicológico, então teremos
de colocar esta parte esta teoria no que se refere à sua conceção da natureza
humana.
17 Micaela Sapinho
Egoísmo Ético
Considera que defendendo que o nosso único dever é fazer o melhor para nós
mesmos.
Por vezes pode acontecer que o melhor para nós coincida com o melhor para
os outros, mas o objetivo é sempre e unicamente a promoção do bem pessoal.
Defende que o altruísmo se autoderrota, que, no fundo, o bem que possamos
fazer aos outros deve ser apenas um meio para atingir um fim: o bem próprio.
Se aceitássemos o egoísmo ético como filosofia de vida, a relação estabelecida
entre o eu e o outro seria interesseira, hipócrita, dissimulada.
Esta doutrina retira qualquer consistência à própria moralidade, no sentido em
que secundariza significativamente o papel do outro.
O outro é entendido como um ser diferente mas inferior a mim, na medida em
que só as minhas vontades devem ser tomadas em linha de consideração.
O outro é, assim, completamente instrumentizado.
Neo-individualismo:
Agregado de indivíduos
Perda do sentido de coletividade.
Tempos de descrença:
Na ciência/na política/na democracia/na bondade humana/vazio ideológico/etc
18 Micaela Sapinho
Contexto: O ILUMINISMO
Início: 1688 (Revolução Inglesa)
Final: 1789 (Revolução Francesa)
Fixa as suas raízes no séc. XVIII, o “século das luzes”. Precisa-se “iluminar” com
a razão, a sociedade, submergida nas trevas da ignorância.
A RAZÃO ILUMINISTA
É a capacidade para enfrentar o saber;
É uma razão autónoma sem mais limites dos que marcam a sua própria natureza;
Tem as seguintes capacidades:
Capacidade crítica (contra os preconceitos e a tradição)
Capacidade analítica (sobre toda a realidade)
Capacidade de autocrítica (analisar as suas próprias limitações)
Capacidade secularidora (interpretar racionalmente a religião)
Iluminismo: Alemanha
Representantes:
Wolf, Kant (filosofia); Beethoven (música); Goethe e Schiller (poesia)
Tem certo atraso em relação a França;
Foi impulsionada por Federico II da Prússia;
Cristaliza no romantismo alemão;
Nela predominada a coerente anticlésica representada por Wolf.
19 Micaela Sapinho
Condicionantes políticas:
Inicia-se o processo contra o Antigo Regime, a monarquia absoluta em que o rei
detinha os 3 poderes sob lema: “Tudo para o povo mas sem o povo”;
Inicia-se a luta de classes burguesa que culminará na Revolução de 1789 sob o
lema: liberdade, igualdade e fraternidade;
Condicionantes sociais:
Durante o século das luzes passamos de uma estrutura feudal a um regime
burguês e o iluminismo é a projeção ideológica entre ambas as sociedades;
Influência empirista: “todos os homens nascem livres e iguais, com direitos que
são naturais e devem ser respeitados” (Locke). A autoridade baseia-se no
consentimento dos governados;
Independência EU (1776): A carta da independência estará inspirada no
Iluminismo;
Final do século: a Revolução Industrial.
Condicionantes filosóficas:
A razão é o instrumento para conhecer as leis naturais;
A religião. Há um grande ceticismo face à revelação;
Pede-se a liberdade, sobretudo a económica;
A Natureza “tudo o natural é bom”. Para Newton o cosmos é uma grande
máquina criada por Deus e segue leis naturais. É preciso conhecer essas leis.
20 Micaela Sapinho
KANT nasceu em Konigsberg, que é a capital da província de
Kaliningrad.
“Não é aprender filosofia, mas aprender a filosofar”
Viveu num ambiente muito religioso e puritano que
vai marcar toda a sua vida. Um exemplo era a severa
pontualidade.
Primeiro era influenciado pela metafísica de Wolf que
provinha de Leibniz, mas as leituras de outros
filósofos fizeram-no evoluir e sair da metafísica
wolfana.
Em 1777, obteve uma cátedra de professor de metafísica e lógica na
Universidade de Konigsberg.
“Duas coisas me animam de admiração e respeito: o céu estrelado sobre mim e
a lei moral que há em mim” (Crítica da Razão Pública)
Obras: “A Crítica da Razão Pura” (1781), “Crítica da Raz ão Prática” (1787) e
“Paz Perpétua” (1795)
Lema de Kant: Sapere Aude (atreve-te a pensar)
21 Micaela Sapinho
QUE DEVO FAZER?
A Ética de Kant é uma ética formal, porque não diz o que devemos fazer numa
determinada situação, mas como devemos atuar sempre.
A Decisão
1) É um facto inquestionável que as pessoas tomam decisões.
2) Quando uma pessoa, toma uma decisão, fá-lo segundo uma certa norma.
3) O que fazem é juntar às alternativas da decisão, ações boas ou más.
4) É, portanto, inquestionável que tomam decisões morais.
22 Micaela Sapinho
O imperativo categórico:
É possível encontrar uma máxima de conduta universal?
Que seja válida para todos?
Que seja impossível de contestar?
Imperativo categórico!
O imperativo categórico não diz o que devo fazer, mas como devo atuar;
Não é uma condição contingente mas puramente formal;
Não ordena um conjunto de ação supostamente boas, mas estabelece a
condição que devem cumprir as nossas decisões para que sejam boas;
A decisão segundo o imperativo categórico não é determinada segundo o
interesse, benefício ou consequências concretas;
Uma decisão autenticamente moral é aquela que cumpre a lei moral em si
mesma. Ser moralmente bom é agir pelo dever, não pelo interesse.
Imperativo: aquilo que deve ser seguido não por obrigação, mas por dever.
Categórico: aquilo que vale para todas as situações, que deve atingir a todos, sem
exceção.
Dever: é aquilo que sai do homem com uma ação moral correta. Dever é uma lei moral
interior.
Máxima: princípios práticos que valem somente para o sujeito que as propõe, mas não
para todos os homens.
23 Micaela Sapinho
Imperativos hipotéticos: são aqueles que nos acrescentam uma ação necessária para
alcançar um certo fim. (imperativos de prudência, habilidade, etc.)
Imperativos categóricos: são aqueles que nos propõe uma ação como necessária em
si, incondicionalmente. (imperativo da moralidade)
Utilitarismo, o que é?
É uma teoria filosófica que situa a utilidade como princípio da moral.
É um sistema ético teológico que determina a conceção moral na base do resultado
final.
Esta corrente foi proposta por Jeremy Bentham nos séculos XVIII e XIX, sendo
John Stuart Mill, o ser continuador que ampliou os conhecimentos desta
corrente ética.
Utilitarismo negativista:
É necessário prevenir a maior quantidade de dor ou dano para o maior número de
pessoas.
Utilitarismo preferencial:
O correto é fazer o que produza as melhores consequências, mas definindo as
melhores consequências.
24 Micaela Sapinho
Custos e Benefícios:
As decisões militares e as políticas públicas gerais, frequentemente usam o
raciocínio custo/benefício (incluindo a político-económica).
Balança da organização dos benefícios sobre o que afeta. Por exemplo:
A decisão do Presidente Truman no uso da bomba atómica;
Churchill e o bombardeamento;
“Triagem médica”, decisões.
Utilitarismo:
O útil moral de uma política é uma medida pela sua tendência para promover o “Bem”
ou prevenir o prejuízo.
Bentham e Mill são reformadores preocupados com a reforma política;
Jeremy Bentham: “O Bem” é um simples prazer.
John Stuart Mill: “O Bem” é uma felicidade – a mais complexa noção, para ter
uma vida principesca e prudente.
Utilitarismo:
O critério racional que devemos utilizar para apreciar a moralidade de um ato,
é a consideração das consequências que dele derivam para a felicidade
humana;
Segundo John Stuart Mill e Jeremy Bentham, o móbil da conduta humana está
na busca do prazer, mas a sua aquisição não se entende como um objetivo de
indivíduos singulares, mas da sociedade: a felicidade consiste no bem-estar
para muitos.
Utilitarismo:
25 Micaela Sapinho
Teoria ética muito próxima do eudomonismo e hedonismo, defende que a
finalidade humana é a felicidade ou prazer.
John Stuart Mill considera que as ações e normas devem ser julgadas pelo
princípio de utilidade, o princípio da máxima felicidade.
Trata-se de uma ética teleológica, ao valorar as ações como meios para
alcançar um fim e segundo as consequências que delas derivam.
O princípio da moral é a maior felicidade (maior prazer) para o maior número
possível de seres vivos.
Utilitarismo:
Para Mill os prazeres diferenciam-se pela sua qualidade, pois há prazeres
superiores e inferiores. Só as pessoas que experimentarem estes prazeres estão
facultadas para julgar, e julgam superiores os prazeres intelectuais e morais.
Quanto mais consciente e cultos, mais necessitamos para ser felizes: quanto mais
inconscientes e menos cultivados, mais fácil será contentarmo-nos.
Consequencialismo:
O consequencialismo defende que a moralidade de uma ação depende só das
suas consequências;
Não se aplica só às ações;
Consequencialismo:
As pessoas não atuam em razão de como “são”, mas que são em razão de
como atuam;
São ações e as consequências destas que contam para valor moralmente
alguém;
Dá-se mais importância às ações e às suas consequências do que às intenções:
uma determinada conduta é boa quanto mais felicidade produza o agente aos
seus destinatários, e é secundário as intenções do agente.
26 Micaela Sapinho
UTILITARISMO
O governo
(a diferença de BEM é:
com as leis
Bentham) vale mais a
qualidade do que a
quantidade
igualdade
subsistência
O sistema do governo
válido é a democracia
representativa
Necessita…
A “Moral Almanaque”
Teremos de derivar da regra básica da moralidade, o certo ou errado, em cada
situação específica, cada vez que enfrentamos um dilema.
Todos temos uma “moral almanaque” isto é, as regras, leis, religião aprendida,
tradição moral e costumes do passado.
Todos nós refletimos uma acumulada sabedoria humana acerca das
ações e políticas que promovam a utilidade.
28 Micaela Sapinho
TEORIA PRELURSOR FIM ÚLTIMO + ALTRUÍSMO
Jeremy Conseguir o máximo prazer para o
Hedonismo Prazer
Bentham maior número de pessoas possível
Conseguir a máxima utilidade para o
Utilitarismo John Stuart Mill Utilidade
maior número de pessoas possível.
O ATO MORAL
Meios Eleição
Motivos
Resultado
s
Decisão
Consequência do fim que
se persegue
Circunstância
s
SUJEITO ÉTICO
Motivos ou Intenções:
Que é que nos leva a atuar ou perseguir um determinado fim?
Antecipação ideal do resultado que se pretende alcançar.
(consciência do fim que se persegue)
30 Micaela Sapinho