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VITÓRIA
2021
1 INTRODUÇÃO
Com uma tabela que reúne o conjunto de dados, a modelagem pode ser feita
de diversas formas. As principais formas são: interpolação polinomial e ajuste por
mínimos quadrados. Neste trabalho será abordado um tipo de interpolação, via
polinômios de Lagrange, que será descrito posteriormente.
Fonte: Scheid, A.
Fonte: Scheid, A.
Fonte: Scheid, A.
1.4 Dureza
A definição de dureza não é a mesma para todos os contextos analisados.
Durante um projeto, por exemplo, a dureza é definida como uma medida para
determinação da resistência mecânica. Na usinagem é usada para determinação da
resistência ao corte, na mecânica para determinação da resistência à penetração, na
mineralogia para determinação da resistência ao risco e na metalurgia para
determinação da resistência à deformação plástica localizada e resistência ao
desgaste.
Há diversas formas de determinação da dureza de um material: por rebote,
por impacto ou por penetração, e cada uma delas mostra os dados em escalas
diferentes. A dureza que será abordada neste trabalho se baseia na aplicação de
forças por meio de uma máquina que tem um penetrador, causando um furo no
material. Esse tipo de dureza é chamada de dureza Rockwell, e os motivos de ser
amplamente utilizada são a facilidade de operação, a determinação direta dos dados
e a exatidão nas medidas. A Figura 3 mostra a maneira como é feito o ensaio de
dureza Rockwell.
Figura 3: Ensaio de Dureza Rockwell
Como pôde ser observado, há uma aplicação inicial de uma pré-carga, para
eliminar o efeito de defeitos superficiais da peça. Após a aplicação da carga inicial a
carga total é aplicada e retirada para fazer a leitura. Nota-se que o resultado é obtido
imediatamente pela máquina, o que não ocorre em outros métodos de dureza que
necessitam de medidas do furo formado pelo penetrador. Além disso, há dois tipos
de penetradores: esférico (aço), e cônico (diamante com 120° de conicidade). A
variação dos tipos de penetrador e as intensidades das cargas aplicadas (60 a 150
kgf) determinam a escala a ser utilizada, que é representada por uma letra. Esse
método é muito utilizado devido a sua rapidez, o que auxilia na obtenção de dados
após tratamentos térmicos, e torna fundamental em linhas de produção.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Material
O material a ser analisado neste trabalho é o aço inoxidável martensítico
similar ao AISI 420, muito utilizado em componentes que necessitam de elevada
resistência mecânica e à corrosão, por exemplo, em moldes para injeção de
polímeros. Foi recebido na forma de uma barra redonda, recozida, com 200 mm de
diâmetro. O aço foi inicialmente caracterizado com relação à microestrutura e
dureza, que foi avaliada na escala Rockwell C. A composição química do aço é
apresentada na Tabela 2.
(1)
onde para cada k = 0, 1, …, n,
(1.1)
3 RESULTADOS
No primeiro problema a tabela para os valores de dureza (D) em função da
temperatura de austenitização (𝑇𝐴) foi:
Fonte: Autoral
Para o segundo problema, a tabela obtida para os valores de dureza (D) em função
da temperatura de revenimento (𝑇𝑅) foi:
Além desses valores há ainda o ponto (520;49,3), em verde, que será usado
para o cálculo do erro. Usando a interpolação via polinômios de Lagrange mostrada
obtemos a expressão D(T) para a dureza em função da temperatura de revenimento
Fonte: Autoral
4 CONCLUSÃO
Para o primeiro problema as durezas Rockwell C obtidas para as
temperaturas de austenitização de 950 e 970°C foram de 49,52 e 51,80 HRC,
respectivamente. Já para o segundo, as respectivas durezas obtidas para as
temperaturas de revenimento de 475 e 520°C foram de 48,58 e 51,47 HRC. Os
valores de dureza para os pares de temperaturas (950-475 e 970-520) foram muito
próximos, com erro baixo, indicando que tanto a têmpera quanto o revenimento a
qualquer temperatura nesses pares podem ser usados para algum processo
posterior que necessite dessa dureza ou vendidas para empresas que desejam essa
intensidade na propriedade no aço AISI 420. O motivo do erro para o revenimento
ser maior é o fato do processo ser posterior à têmpera, o que estaria somando erros
dos dois tratamentos.
Percebe-se, também, que a interpolação foi muito satisfatória, gerando erros
baixos nas medidas das durezas. Além disso, não é possível determinar valores fora
do intervalo dos dados (extrapolação) utilizando os métodos de interpolação.
Entretanto, isso não é um problema para o caso abordado, pois temperaturas fora
do intervalo podem representar outra fase do material, o que não é desejado, e o
comportamento pode ser totalmente diferente. Já alguns outros problemas podem
necessitar de uma modelagem de extrapolação, para se prever um futuro próximo, e
essa é uma das desvantagens do uso dos métodos por polinômios. Outra
desvantagem é a interpolação com muitos valores, o que formaria polinômios de
graus maiores e tornaria a modelagem imprecisa e inviável. A vantagem está
relacionada à precisão dos dados dentro do intervalo fornecido, como se pode
observar nos gráficos dos resultados.
Por fim, um outro ponto não abordado no trabalho é a determinação da
temperatura necessária (de austenitização ou revenimento) para se atingir uma
dureza. Essa determinação pode ser feita de duas formas: invertendo os valores de
dureza e temperatura para se obter um polinômio T(D) ou resolver a equação de
terceiro grau que é obtida quando se substitui a dureza conhecida nas expressões
de D(T).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS