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O URAGUAI

Contexto histórico: a obra se passa no século XVIII, onde alguns


acontecimentos da época influenciaram na história como: a revolução
industrial, revolução francesa, a independência das 13 colônias da
America do norte e no Brasil a inconfidência mineira.

O século XVIII foi marcado pelas ideias iluministas, que influenciaram os


acontecimentos sendo chamado de o século da luz.

Alguns reis da época se apropriaram de algumas partes das ideias


iluministas, e ficaram conhecidos como os “Déspotas Esclarecidos”.

O representante do despotismo em Portugal foi Marquês de Pombal, que


foi um dos responsáveis pela expulsão dos Jesuítas de Portugal, esse
acontecimento tem grande influencia na obra de Basílio da Gama.

Em 1750 foi assinado o tratado de Madri, uma atualização do tratado de


Tordesilhas que já estava ultrapassado, esse tratado determinava novos
limites de território para Portugal e Espanha.

Também era estabelecido nesse acordo a retirada do povo Guarani da


região dos 7 Povos das Missões, que então passaria a ser controlada por
Portugal. Isso significaria a retirada de cerca de 30 mil habitantes.

Os indígenas resistiram, pois no lado espanhol era permitido o uso de


indígenas como escravos, e quem os auxiliou foram os jesuítas, que
armaram os indígenas contra as tropas espanholas e portuguesas, e isso
decorreu nas Guerras Guaraníticas (1753-1756), um massacre da
população indígena.
BASÍLIO DA GAMA

José Basílio da Gama, que seu pseudônimo árcade era Termindo Sipílio,
Nasceu na cidade de Tiradentes em Minas Gerais no ano de 1741.

Em 1757 aos 16 anos, Basílio foi cursar o ensino médio no Rio de Janeiro,
no Colégio dos Jesuítas, onde inicio sua formação religiosa. Em 1759
alguns países europeus e em suas colônias contra os jesuítas, o que deu o
fim a essa escola no rio de janeiro.

Então o jovem José Basílio vai para Roma onde foi admitido na Arcádia
romana, uma academia literária onde eram reunidos escritores para
difundir as ideias do arcadismo. Já em 1768, em Lisboa, Basílio foi acusado
de jesuitofilia (ter amizade com jesuítas) que na época eram perseguidos
por marquês de pombal, e é condenado a prisão e exílio para angola.

Para reverter essa situação, Basílio da Gama se afastou dos jesuítas e em


1769 escreveu um poema em louvor ao casamento da filha do marquês:
“Epitalâmio às Núpcias da Senhora Dona Maria Amália”.

Marques de Pombal ficou comovido e o liberou.

Foi também nessa época que Basílio escreveu O Uraguai : onde critica os
jesuítas e defende a política de Marquês de Pombal, depois desse livro
Basílio se tornou oficial da secretaria do reino.
Arcadismo

O nome arcadismo deriva da palavra Arcádia, que segundo a mitologia


grega é uma região da antiga Grécia onde os poetas ficavam em
permanente contato com a natureza, e quem comandava esse lugar era o
Deus Pan, deus da musica, poesia e dança. Era um lugar habitado por
pastores poetas e suas musas inspiradoras.

O arcadismo aconteceu na segunda metade do século XVIII, eles


valorizavam a vida rural, no campo, com simplicidade e também os
elementos da natureza.

Os árcades tinham medo de que com a industrialização acelerada que


vinha se estabelecendo, viesse o fim de suas florestas e rios limpos, o fim
do contato com a natureza.

O arcadismo no Brasil começou com Claudio Manoel da Costa e teve fim


com o começo do romantismo em 1836.
O URAGUAI
O uraguai narra uma guerra. No Rio grande do Sul existiam 7 povoados
que eram administrados pelos jesuítas espanhóis, e que viviam em
comunhão com os índios guaranis. Ao sul do Uruguai, existia uma colônia
chamada sacramento administrada por jesuítas portugueses. Com tratado
de Madri, Portugal devia passar a colônia de sacramento para Espanha e a
Espanha passaria as 7 colônias para Portugal, chamada de 7 povos das
missões. Porem os índios dos 7 povos das missões resistiram a isso e
foram instigados pelos jesuítas a defender essas terras. Para combatelos,
um exercito Luso-espanhol e formado e chefiado por Gomes freire de
Andrade, de Portugal, e Catanio, da Espanha.

Canto primeiro

Começa com um “spoiler” da vitoria das tropas portuguesas sobre os


índios que viviam as margens do rio Uruguai, que era chamado Uruguai,
por isso o titulo do poema.

Volta ao eixo normal dos acontecimentos, General Andrade explica as


razões e as tropas portuguesas e espanholas se reúnem para combates os
indígenas.

Canto segundo

Ao chegar Andrade manda soltar alguns índios prisioneiros na tentativa de


resolver a questão com diplomacia, e depois se encontra com Sepé e
Cacambo, dois lideres indígenas, mas o acordo é impossível.

Então ocorre um combate, entretanto os índios não tem chance contra as


armas de fogo dos europeus. Sepé morre em combate e Cacambo lidera a
retirada.

Canto terceiro

As tropas acampam em uma das margens do rio Uraguai depois da


batalha, enquanto na outra margem, Cacambo que não havia voltado para
casa depois do combate, descansa e sonha com o espírito de Sepé, que o
incentiva a incendiar o acampamento inimigo.
Cacambo então atravessa o rio e o faz, logo após fugindo para sua casa
pra contar a noticia, mas no caminho encontra o padre Balda, que manda
prende-lo e mata-lo por envenenamento, por que deseja que seu afilhado
Baldeta se torne cacique no lugar de Cacambo e case com Lindoia.

Lindoia fica sabendo da morte do amado e procura ajuda da feiticeira


tanajura, para também encontrar a morte.

Ela prepara um feitiço, mas ao invés de conseguir o que queria, Lindoia


tem visões dos grandes feitos do marques de pombal em Portugal, ela não
entende nada e retorna para casa.

Canto quarto

Começam os preparativos do casamento de Lindoia com Baldeta, mas


Lindoia ainda esta sofrendo pela perda de seu amado e não quer casar,
então foge para um bosque onde é picada por uma cobra e morre.

Enquanto isso os brancos chegam a aldeia e os indígenas fogem, mas


antes colocam fogo em tudo.

Canto quinto

No quinto canto encerra a tarefa e se despede colocando suas opiniões


sobre os jesuítas e os colocando como os grandes responsáveis pelo
massacre dos indígenas, e faz varias referencias aos crimes cometidos
pelos jesuítas. Isso agrada muito o marquês de Pombal.

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