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Fundação Edson Queiroz

Universidade de fortaleza

Pagamentos nas Obrigações


Marcos Vinicius B Benevides
Matricula: 1020477

Sumario
 Conceito de pagamento
 De quem deve pagar
 Daqueles a quem se deve pagar
 A prova do pagamento
 Do lugar do pagamento
 Do pagamento indevido
 Pagamento por consignação
 Pagamento por sub-rogação
 Imputação do pagamento
 Formas de pagamento, novação e
compensação e dação.
 Compromisso
 Remissão da divida

Conceito de Pagamento
O pagamento se da com o fim de uma obrigação, no tempo,
forma, e lugar previstos no contrato, de acordo com Silvio rodrigues’ o
pagamento seria uma espécie do gênero de adimplemento, que engloba
todos os modos da extinção de uma obrigação dentre eles estão a
novação, a compensação, a confusão, a remissão de dividas, etc. ’está
citação pode ser concebida como o sentido lato de pagamento.

Para que ocorra o fim da obrigação existir três elementos, um


vinculo obrigacional, uma parte que paga, solvens, e uma parte que
recebe, accipiens ,Carlos roberto Gonçalves diz sobre a intenção de
solver a divida ‘’animus solvendi’’ e para o pagamento, a prestação
voluntaria do pagamento por parte do devedor, este no pagamento é o
sujeito ativo, em teoria seria o sentido estrito de pagamento.

Sem o vinculo obrigacional que no assunto é importante pois


sem ele acarreta o pagamento indevido por não apresentar este
fundamento no ato de pagar. O debito solvido reclama no direito do
devedor receber do credor uma prova de que foi efetuado o
pagamento, está prova é a quitação regular, o devedor pode reter o
pagamento enquanto a quitações não for apresentada, ou de consignar
o pagamento.

De quem deve pagar

O caput do artigo 304 discorre que: “qualquer interessado na extinção


da divida pode pagá-la, usando se o credor opuser, dos meios
conducentes da exoneração do devedor”. O pagamento pode ser feito
por terceiro interessado(exceto em obrigações personalíssimas),
aqueles que indiretamente fazem parte da obrigação como no caso do
sublocatário e do fiador, nesses casos por ocasião do vencimento para
evitar a mora, com o pagamento da divida o fiador por lei recebe todos
os direitos do credor original, este fenômeno é chamado de sub-
rogação.

A lei permite que Terceiros não interessados possam fazer o


pagamento contanto que o devedor esteja de acordo, fica pressuposto
então que o pagamento de terceiro não interessado é uma doação para
o devedor, se o terceiro pagar em seu nome o credor não pode se opor.
O solvens tem direito ao reembolso fundado na não aceitação do
enriquecimento sem causa, mas não a sub-rogação de acordo com o
que se interpreta do artigo 931 do código civil. por vontade das partes
pode ser posto no contrato a proibição do pagamento por terceiro não
interessado.

O Pagamento pode ser feito em dinheiro ou por dação de propriedade


se não for credor de coisa Certa, principio da identidade que não
obriga o credor a receber prestação diversa da que lhe é devida ainda
que mais valiosa que a anterior.

Daqueles a quem se deve pagar

Para que o pagamento logre com a obrigação, é mister seja feito ao


credor ou a seu representante que pode ser judicial, legal ou
convencional. Judicial são todos aqueles correspondentes ao artigo 12
do código processual civil, os legais são os dotados de pátrio poder,
curador e o tutor, e o convencional se da por mandato.

Ha exceções são abertas no caso de outrem receber o pagamento e o


credor ratificar, no caso de credor putativo que é aquele que todos
erroneamente entende como sendo credor sem ser, o pagamento feito a
esse de boa fé é considerado valido, sendo o erro do solvens, ocorre
nessa situação uma ação de regresso do credor verdadeiro quanto ao s
pagamentos do putativo.

Quando o credor se beneficia direta ou indiretamente inteira ou


parcialmente, o pagamento é valido até o montante do individuo, temos
a exemplo um pai divorciado de sua mulher que paga a seu filho menor
e este paga as contas pendentes da casa, foi então útil à mãe do garoto e
o pagamento validado.

Pode haver uma espécie de cobrador que possui autorização


para receber e dar quitação na teoria do pagamento é chamado de”
adjectus solutiones causa” ele pode também receber em seu próprio
nome, e´ uma representação que pode ser cessada a qualquer
momento.

O pagamento efetivado ao accipiens incapaz é nulo e deve ser


feito ao seu representante legal, nulo por que o credor incapaz não tem
como dar a quitação da divida. Se o impúbere esbanjou todo o
dinheiro de forma irresponsável por sua pouca maturidade, para
proteção deste o legislador o ampara no artigo 936 do código civil,
fazendo a divida ainda existente, mas com base no mesmo artigo se este
impúbere obteve lucros com o investimento da divida , fica provado
que ele se beneficiou do pagamento feito e extingue-se a divida.

Afirma Beviláqua ser ineficácia do pagamento a ciência do


solvens da incapacidade do accipiens, nesse sentido ele afirma: “se o
devedor tinha razão suficiente para supor que tratava com pessoa
capaz ou se, dolosamente, foi induzido a crer que desaparecera a
incapacidade existente ,prevalecerá o pagamento desde que se prove o
erro escusável do devedor ou dolo do credor”.

Ocorre em outras duas situações a não liberação do devedor pelo


pagamento feito ao credor, quando o devedor for devidamente
intimado sobre aa penhora feito sobre o débito ao qual este está
responsável e por impugnação oposta de terceiros, os credores do
credor.

Se o devedor pagar ao credor tendo esse perdido o direito de


credito para terceiros, e sendo devidamente intimado, estes podem
cobrar do devedor que poderá entrar com uma ação de regresso contra
o seu credor, o credito já penhorado deve ter seu pagamento em juízo.

A prova do pagamento

A quitação é a prova do pagamento, consiste em um documento com a


assinatura do credor ou do seu representante no qual o credor da fé do
pagamento do devedor e o libera da obrigação de dar, não precisa ter a
forma de contrato, mas tem de estar de acordo com a lei, art. 940 do
código civil. A prova do pagamento também pode se atestar por outros
meios, a presunção, confissão e o depoimento de testemunhas.

quem presume é a lei, por isso é validada como prova de pagamento


ela é também “juris tantum”.a presunção verificasse quando o
pagamento é feito em quotas periódicas, presume o legislador que o
credor tenha recebido as outras e que a ultima seria prova do
pagamento, tal presunção pode ser contrariada por parte do credor
outro meio é a entrega do titulo ao devedor , partindo do pressuposto
de que se o titulo foi entregue ao devedor é porque remitiu a divida.

As despesas com a quitação estão previstas no artigo 946 do código


civil, e cabe elas ao devedor, salvo se o credor mudar de domicilio ou
morrer e seus herdeiros se encontrarem em lugar afastado do
domicilio antigo do de cujus, haverá acréscimo nas despesas efetuadas
para que seja resolvido esses empecilhos.

Do lugar do pagamento
O pagamento deve ser efetuado de acordo com o 950 no domicilio do
devedor sendo lícito da mesma forma se por vontade das partes o local
for fixado em outro que não seja o domicilio do devedor, essa ultima
cobrança é conhecida na doutrina como quérable e do contrario
portable que significa que a divida deve ser paga pelo devedor no
domicilio do credor, mas esses conceitos não são muito usados, já que
para contratos com grandes empresas o local do pagamento fica a
escolha do devedor que geralmente paga no banco.

Tratando-se da mora, se a divida for portable e o devedor não


comparecer até a data do vencimento no domicilio do credor vai
consistir em mora, mas se for quérable e o credor não comparecer no
domicilio do devedor, este não tem culpa e não gera mora, a exemplo
tem o que diz o artigo 951 que se o pagamento consistir na tradição de
um imóvel este se faz no lugar onde se acha, portanto o inquilino que
não paga o aluguel por o seu senhorio não for em sua residência
cobrar.

Do pagamento indevido
Pagamento indevido faz parte do enriquecimento sem causa,
que não foi formulado pelo legislador que o deixou de forma bem
ampla , mas sobre o pagamento indevido ele fala. O ônus da prova é de
quem paga indevidamente, isto é, para alguém que alega o pagamento
indevido, é fundamental provar o erro em que incidiu, pois aquele que
deliberadamente efetua um pagamento indevido, apenas comete uma
liberalidade, não configurando, assim, o enriquecimento sem causa.

Além do erro, outro item de fundamental importância na


caracterização do pagamento indevido, é a inexistência de causa que
justifique a aquisição e a ausência de outra forma de ação capaz de
obter a reparação do direito.

Desta forma conclui-se que o prejudicado pelo pagamento


indevido, para invocar o restabelecimento da situação anterior, deve
fazer prova substancial do erro quanto ao pagamento, da inexistência
de causa que justifique o seu empobrecimento e o enriquecimento do
que recebeu o pagamento, bem como da inexistência de outra forma de
ação que possa restituir o seu direito, pois a inobservância de tais
requisitos resultará no fracasso da futura demanda.

Para que fique caracterizado o pagamento indevido, necessário se faz a


presença de alguns pressupostos. Primeiramente, é necessário a
existência de um pagamento. Em seguida, deve-se provar inexistência de
causa jurídica que justifique o pagamento, pois se não há vínculo
preexistente, falta a razão que justifique a obrigação do pagamento
pelo lesado. Finalmente, o lesado deve demonstrar que cometeu
um erro ao efetuar o pagamento. Assim sendo, uma vez reunidos os três
pressuposto estará caracterizado o pagamento indevido. Necessário
frisar que estes elementos devem ser comprovados pelo "solvens" para
que obtenha sucesso em sua demanda.

É mister que, além de necessitar provar todos os elementos


caracterizadores acima mencionados, o “solvens”, não deve dispor de
outro tipo de ação para que possa se valer da repetição. Vale lembrar,
ainda, que somente em se tratando de matéria tributária, não
necessidade de prova quanto ao erro, pois a liberalidade não se
presume em matéria de tributo.

Quando se trata de valor pecuniário pago indevidamente, uma


vez demostrado os elementos caracterizadores do pagamento
indevido, haverá condenação do "accipiens" na restituição do
valor pago. Todavia, para que haja restituição, em se tratando
de coisa, necessário se faz que esta mesma coisa ainda esteja
no patrimônio de quem a recebeu. Caso tenha sido alienada, o
”accipiens” será condenado a restituir o valor equivalente. No
segundo caso, ou seja, quando ocorre a transferência de um
bem imóvel, e o ”accipiens”  já a vendeu a um terceiro de boa-
fé, este estará acobertado pela ação reivindicatória.

Existem cinco hipóteses de alienação de imóvel recebido


indevidamente em pagamento, quando o accipiens o aliena de boa-fé,
por título oneroso onde o accipiens fica obrigado a entregar ao solvens
o preço que recebeu do adquirente. Caso a alienação tenha se dado a
título gratuito, o accipiens fica obrigado a assistir na ação
reivindicatória aquele que entregou por erro de pagamento. Se alienou
de má-fé a título oneroso, além de restituir o valor, responde por
perdas e danos. Quando houve má-fé por parte do terceiro adquirente
e do alienante, o lesado tem direito de reivindicação, sendo que nesta
última hipótese, entendemos ser cabível, também uma indenização por
perdas e danos.

Quando que por titulo gratuito e por boa fé o conflito entre o interesse
do terceiro adquirente e do solvens se chocam, já que o solvens não
quer ter prejuízo e o terceiro quer aumentar o seu patrimônio, porem
o solvens é preferido na situação e lhe cabe ação reivindicatória.

Da mesma forma aliena-o de má-fé, por título oneroso, pois sendo de


má fé do terceiro não cabe a lei o amparar e é direito do solvens o de
reinvindicação. Perde o direito a restituição quem se encontra de
acordo com o Art. 969 - Fica isento de restituir pagamento indevido
aquele que, recebendo-o por conta de dívida verdadeira, inutilizou o
título, deixou prescrever a ação ou abriu mão das garantias que
asseguravam seu direito; mas o que pagou dispõe de ação regressiva
contra o verdadeiro devedor e seu fiador.

Pagamento por consignação

O pagamento por consignação consiste no depósito em juízo da


coisa devida pelo sujeito passivo da obrigação (seja coisa móvel ou
imóvel, não se tratando somente de dinheiro), seja por recusa do
credor em receber ou por qualquer outro motivo que a torne
necessária, fazendo com que o devedor libere-se de sua dívida,
conforme determina o art. 972 do Código Civil: "Considera-se
pagamento, e extingue a obrigação o depósito judicial da coisa devida,
nos casos e formas legais".

O instrumento para tal dispositivo é a ação de consignação em


pagamento, prevista nos artigos 890 e seguintes do Código de Processo
Civil.

O depósito deve substituir o pagamento, se julgado procedente,


extinguindo a obrigação (art. 972) e seus juros e riscos, de acordo com
o art. 976: "O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento,
cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e
os riscos, salvo se for julgado improcedente".

O devedor não está obrigado à realização de tal depósito. O


Código (art. 972) determina que ele seja feito nos casos e formas legais,
ou seja, se o devedor depositar o que deve, em vez de pagar
diretamente ao credor, sem uma razão que justifique tal atitude, este
depósito será julgado improcedente e o depositante sofrerá será
responsável pelas conseqüências de tal ato. Mas isso não impede que
ele o faça, pois dessa forma estará cumprindo sua obrigação realizando
o pagamento, evitando uma discussão sobre quem seria o responsável
por seu atraso e poupando o trabalho de guardar consigo o que deve.

O art. 973 do Código Civil estabelece os casos em que é cabível o


depósito em juízo: "A consignação tem lugar":

"I – se o credor, sem justa causa, recusar a receber o pagamento, ou


dar quitação na devida forma". Neste caso o devedor não está
obrigado a depositar em juízo o objeto da obrigação, mas pode faze-lo
caso o credor se recuse a receber, ou recebendo, se recusar a dar a
quitação legalmente devida ao credor. Se a recusa do credor em
receber tiver justificativa é julgada improcedente a ação. Trata-se esta
hipótese de dívida portable, ou seja, o devedor deve ir até o domicílio
do credor para executar o pagamento. No caso descrito neste inciso o
credor será citado para vir ou mandar receber (art. 975).
"II – se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo
e condições devidas". Da mesma forma do inciso anterior, bem como
em todos os demais, é dada ao credor a faculdade de consignar o
pagamento, pois, embora o devedor fique isento da culpa pela mora,
ele pode mesmo assim depositar se quiser. Trata-se de uma dívida
quérable, ou seja, aquela em que o credor deve ir até o domicílio do
devedor para receber o pagamento. Também no caso descrito neste
inciso será o credor citado para vir ou mandar receber (art. 975).

"III – se o credor for desconhecido, estiver declarado ausente, ou


residir em lugar incerto, ou de acesso perigoso ou difícil". Trata-se de
uma dívida portable, mas, se o devedor não souber quem é o credor, ou
se este for declarado ausente (desaparecido há muito tempo), ou, ainda,
se residir em lugar não sabido ou de acesso difícil ou perigoso, cabe ao
devedor também a consignação. O credor será citado para vir ou
mandar receber também neste caso (art. 975).

"IV – se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o


objeto do pagamento". Se o devedor tiver dúvida em relação ao credor,
isto é, a quem ele deve entregar a coisa devida, por receio de pagar a
pessoa errada ele pode também depositar a coisa em juízo. Mas esta
dúvida deve ter fundamento, caso contrário será julgada improcedente
a ação e o devedor responderá pelas conseqüências. No caso descrito
neste inciso será o credor citado para provar o seu direito (art. 975).

"V – se pender litígio sobre o objeto do pagamento". Se s coisa devida


for objeto de disputa judicial, mesmo que seja claro ao devedor a quem
ele deve pagar, a lei lhe defere esta alternativa, para que não incorra
em erro de credor, devendo pagar duas vezes, segundo determina o
art. 983: "O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante
consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo
conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento".

"VI – se houver concurso de preferência aberto contra o credor, ou se


este for incapaz de receber o pagamento". Refere-se este inciso à
existência de mais de um credor, que postulam uma execução conjunta
contra o devedor, devendo este consignar o pagamento, cabendo aos
credores dividir entre eles o que cada um tem direito. Refere-se
também a incapacidade (menoridade) do credor e à não existência de
um representante legal seu, devendo também o devedor consignar o
pagamento.

O art. 974 relaciona os requisitos para que o pagamento


consignado tenha validade: "Para que a consignação tenha força de
pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas, ao objeto,
modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o
pagamento".

Para ter validade, a ação de consignação, em relação às pessoas,


deve ser proposta por quem tenha qualidade para efetuar o pagamento
(o devedor ou terceiro) e contra o credor ou seu representante; em
relação ao objeto, a prestação oferecida deve ser a coisa devida e na
quantia devida; em relação ao tempo, a prestação deve ser dada na
época devida ou, se depois, acrescida dos encargos da mora. Se sua
mora tornou inútil ao credor a coisa, esta pode ser enjeitada.

O depósito pode ser levantado (retirado) pelo devedor a


qualquer tempo, desde que antes da manifestação de aceitação ou
impugnação do credor, pagando as despesas com tal levantamento e
voltando à condição anterior ao depósito: a obrigação subsiste
integralmente, segundo art. 977: "Enquanto o credor não declarar que
aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o
levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a
obrigação para todas as conseqüências de direito".

Existe também a possibilidade de ser levantado o depósito


mesmo após ter sido julgado procedente, mas há uma condição para
isto: não basta o consentimento do credor para que o devedor faça o
levantamento, é necessário que os demais credores e fiadores estejam
de acordo (art. 978: "Julgado procedente o depósito, o devedor já não
poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senão de acordo com os
outros devedores e fiadores").
Mas o Código Civil prevê uma conseqüência para o levantamento com
a aceitação pelo credor depois de julgado procedente: como, após tal
julgamento, a consignação tem força de pagamento, a obrigação antiga
extinguiu-se; assim, se o devedor levantar o pagamento com anuência
do credor, cria-se uma nova obrigação, e não há que se falar em mora
ou inadimplemento da obrigação anterior, posto que já não mais
existe, pois o levantamento nestas condições não tem força para
ressuscitar a dívida antiga. Da mesma forma os antigos coobrigados e
fiadores que não anuíram já não fazem parte dessa nova obrigação.
(art. 979: "O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o
depósito, aquiescer no levantamento, perderá a preferência e garantia
que lhe competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo
desobrigados os co-devedores e fiadores, que não anuíram").

O Código Civil prevê ainda a possibilidade de ser a prestação devida


um corpo certo, o qual deve ser entregue ao credor no local onde se
encontra. Nesse caso, poderá o devedor pedir que o credor seja citado
para ir receber ou mandar que alguém o faça. Se o credor não atender,
pode o devedor depositar a coisa (art. 980: "Se a coisa devida for corpo
certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o
devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser
depositada").

Pagamento por sub-rogação


a sub-rogação pessoal vem ser a substituição, nos direitos creditórios,
daquele que solveu obrigação alheia ou emprestou a quantia necessária
para o pagamento que satisfez o credor; não se terá, portanto, extinção
da obrigação, mas substituição do sujeito ativo, pois o credor passará a
ser o terceiro; é uma forma de pagamento que mantém a obrigação,
apesar de haver a satisfação do primitivo credor; poderá ser legal
(imposta por lei) ou convencional (resultante do acordo de vontades
entre o credor e terceiro ou entre o devedor e o terceiro); tanto na sub-
rogação legal como na convencional passam ao novo credor todos os
direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à
dívida, contra o credor principal e os fiadores.

Imputação do pagamento
Imputação do pagamento: é a operação pelo qual o devedor de dois ou
mais débitos da mesma natureza a um só credor, o próprio credor em
seu lugar ou a lei indicam qual deles (débito) o pagamento extinguirá,
por este ser insuficiente para solver a todos; pressupõe os seguintes
requisitos: existência dualidade ou pluralidade de dívidas; identidade
de credor e de devedor (as diversas relações negociais devem vincular
um mesmo devedor a um credor); igual natureza dos débitos (deve ser
indiferente para o credor receber uma ou outra); suficiência do
pagamento para resgatar qualquer das dívidas; é um meio indireto de
pagamento; logo, seu efeito, é de operar a extinção do débito a que se
dirige, com todas as garantias reais e pessoais.

Formas de pagamento, novação e


compensação e dação.

Novação é o ato que cria uma nova obrigação, destinada a extinguir a


precedente, substituindo-a; é a conversão de uma dívida por outra
para extinguir a primeira; é simultaneamente causa extintiva e
geradora de obrigações.

Compensação é um meio especial de extinção de obrigação, até onde se


equivalerem, entre pessoas que são, ao mesmo tempo, devedoras e
credoras uma da outra; seria a compensação o desconto de um débito a
outro ou a operação de mútua quitação entre credores recíprocos;
pode ser legal; convencional e judicial.
Compensação legal é a decorrente de lei, independendo de convenção
das partes e operando mesmo que uma delas se oponha; se processa
automaticamente, ocorrendo no momento em que se constituirem
créditos recíprocos entre 2 pessoas; não poderá ser declarada ex
officio, cumprindo ao interessado alegá-la na fase própria do processo;
seu efeito é operar a extinção de obrigações recíprocas, liberando os
devedores e retroagindo à data em que a situação fática se configurou;
tal efeito retroativo alcança ambas as dívidas, com todos os seus
acessórios, de modo que os juros e as garantias do crédito deixam de
existir a partir do momento em que se tiver a coexistência das dívidas.

A compensação convencional resulta do acordo de vontade entre as


partes, que podem transigir, quando a ausência de algum dos
pressupostos da compensação legal impedir a extinção dos débitos por
essa via, estipulando, livremente e dispensando alguns de seus
requisitos, desde que respeite a ordem pública.

A compensação judicial é determinada por ato decisório do


Magistrado, que perceber no processo o fenômeno, em cumprimento
das normas aplicáveis à compensação legal; entretanto, será necessário
que cada uma das partes alegue o seu direito de crédito contra a outra;
poderá ser deduzida ainda em execução de sentença, quando então, o
fato extintivo ocorrerá após a prolatação da sentença exequenda.

Dação em pagamento é um acordo liberatório, feito entre credor e


devedor, em que o credor consente na entrega de uma coisa diversa da
avençada; é o cumprimento da obrigação, pela aceitação, por parte do
credor, de coisa dada pelo devedor em lugar de dinheiro; os requisitos
imprescindíveis para sua configuração são:

a) existência de um débito vencido;

b) animus solvendi;

c) diversidade de objeto oferecido em relação ao devido;

d) concordância do credor na substituição; seu efeito é produzir a


extinção da dívida, qualquer que seja o valor do objeto ofertado em
lugar do convencionado.

Compromisso
Compromisso é o acordo bilateral, em que as partes interessadas,
submetem suas controvérsias jurídicas à decisão de árbitros,
comprometendo-se a acatá-la, subtraindo a demanda da jurisdição da
justiça comum; pode ser judicial ou extrajudicial; seus pressupostos
subjetivos são a capacidade de se comprometer e a capacidade para ser
árbitro; são pressupostos objetivos:

a) em relação ao objeto do compromisso, que não poderá compreender


todas as questões controvertidas, mas tão-somente aquelas que pelo
juiz são passíveis de decisão, com eficácia entre as partes, desde que
não versem sobre assuntos de seara penal. de estado civil, ou melhor,
desde que relativas a direito patrimonial de caráter privado;

b) atinente ao conteúdo do compromisso, que deverá conter os


requisitos dos artigos acima citados, sob pena de nulidade.

Confusão é a aglutinação, em uma única pessoa e relativamente à


mesma relação jurídica, das qualidades de credor e devedor, por ato
inter vivos ou causa mortis, operando a extinção do crédito; os
requisitos essenciais são:

a) unidade da relação obrigacional, que pressupõe, a existência do


mesmo crédito ou da mesma obrigação;
b) união, na mesma pessoa, das qualidades de credor e devedor, pois
apenas quando a pretensão e a obrigação concorrem no mesmo titular
é que se terá a confusão;

c) ausência de separação dos patrimônios, de modo que, por exemplo,


aberta a sucessão, não se verificará a confusão enquanto os
patrimônios do de cujus e do herdeiro permanecerem distintos, não
incorporando o herdeiro, em definitivo, o crédito ao seu próprio
patrimônio

Remissão da divida
Remissão das dívidas é liberação graciosa do devedor pelo credor, que
voluntariamente abre mão de seus direitos creditórios, com o escopo de
extinguir a obrigação, mediante o consentimento expresso ou tácito do
devedor; é um direito exclusivo do credor de exonerar o devedor; todos
os créditos, seja qual for a sua natureza, são suscetíveis de serem
remidos, desde que visem o interesse do credor e a remissão não
prejudique interesse público ou de terceiro; poderá ser total ou parcial
e expressa ou tácita; ter-se-á remissão de dívida presumida pela
entrega voluntária do título da obrigação por escrito particular e a
entrega do objeto empenhado.

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