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https://beduka.com/blog/materias/biologia/doencas-
bacterianas/
TUBERCULOSE
A tuberculose é uma enfermidade infecto-contagiosa, afetando prioritariamente os pulmões embora
possa acometer outros órgãos. A tuberculose acompanha o ser humano desde a pré história e é muito
presente no Brasil.
Ela é causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch), que tem características
peculiares. A sua capacidade de penetrar e consumir os alvéolos pulmonares, criando uma rede de
alojamento, é o ponto em comum com fungos, por isso é uma bactéria que recebe a classificação de
micobactéria.
Ao criar essa rede de alojamento, os danos da corrosão do pulmão provocados pela bactéria se dão em
formatos semelhantes às raízes. Por isso, a doença recebeu o nome de Tuberculose (a palavra
“tubérculo” é sinônimo de raíz).

Causas da Tuberculose
No Brasil, a Tuberculose é considerada como problema de saúde pública, pois chegou ao país no
século passado e nunca foi erradicada. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos
novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose no país.
No mundo, são 10 milhões de casos a cada ano e 1 milhão de óbitos. Números tão expressivos fazem
da tuberculose o quadro infeccioso que mais mata no planeta!
Essa dificuldade de controle tem origem nas questões sociais A presença de desnutrição, diabetes,
tabagismo, uso de drogas e queda da imunidade (principalmente provocada pela pandemia da AIDS)
são fatores altamente presentes no cenário brasileiro, que potencializam a permanência da doença.

Transmissão de Tuberculose
A tuberculose possui transmissão por via aérea e ocorre a partir da inalação de aerossóis oriundos
dessas vias. Ou seja, durante a fala, espirro e tosse das pessoas com tuberculose, pode lançar no ar os
bacilos causadores da doença.
A sua transmissão é somente direta (de pessoa a pessoa). Portanto, a aglomeração de pessoas é o
principal fator de transmissão. Bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objetos,
costuma se prender a eles, ou seja, não se dispersam no ar. Por isso, não têm papel significativo, não
havendo transmissão indireta.

População de risco para Tuberculose


Estima-se que a micobactéria esteja presente nos pulmões de um terço da humanidade. Contudo, nem
todas as pessoas desenvolvem a doença, por causa das variações do sistema imunológico.
Por isso, a infecção é mais presente nos países mais pobres do mundo. Ela se desenvolve justamente
em favelas e cortiços, locais com pouca circulação do ar e grande concentração de habitantes.
Quem mora nesses lugares costuma ter dificuldade financeira para se alimentar adequadamente e não
tem um serviço de saúde de qualidade. Tudo isso enfraquece o sistema imunológico e faz com que
os casos de Tuberculose sejam mais frequentes.
Indígenas em situações precárias, portadores de AIDS (Síndrome da Imunodeficiência humana) sem
tratamento adequado e pessoas privadas de liberdade ou em situação de rua estão sob alto risco de
contágio.

Prevenção da Tuberculose
Esta bactéria é sensível à luz solar, portanto, manter locais iluminados e arejados, com circulação
de ar; possibilita a dispersão de partículas infectantes. Evitar aproximação com pessoas infectadas ou
suspeitas, também é uma medida preventiva.
Além disso, hoje, a principal maneira de prevenir é pela vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin),
ofertada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil. Essa vacina deve ser dada às
crianças ao nascer, ou, no máximo, até antes de completar 5 anos.
Para entender os mecanismo de prevenção da vacina, veja o nosso artigo exclusivo sobre o
assunto!

Tipos de Tuberculose e Sintomas


De modo geral, o principal sintoma é a tosse (seca ou expectória). Recomenda-se que toda pessoa
com tosse por mais de 3 semanas seja investigada. Contudo, há outros sintomas:
 febre vespertina
 sudorese noturna
 emagrecimento e falta de apetite
 cansaço/fadiga
Nos casos graves:
 Falta de ar limitante
 Expectoração de grande quantidade de sangue
 Colapso do pulmão
 Acúmulo de pus na pleura (membrana que reveste o pulmão)
 Dor no peito
Nós podemos classificar os tipos de tuberculose de duas maneiras: com base nos graus de avanço
da doença ou com base nos órgãos afetados:

Tipos de Tuberculose quanto aos graus


 Primoinfecção Tuberculosa
Ocorre quando uma pessoa inala as gotículas contendo as bactérias mas elas ficam presas na garganta
ou nariz. Aí, a infecção é improvável de acontecer. Porém, quando os bacilos atingirem os alvéolos, eles
desencadearão uma resposta inflamatória, ativando as células de defesa.
A primoinfecção tuberculosa, sem doença, significa que as micobactérias estão no corpo, mas o
sistema imunológico está mantendo sob controle. Não há sintomas.
 Tuberculose primária
Porém, no caso em que essa defesa do organismo falha, a doença se desenvolverá entre o primeiro
e o 5 ° ano após a infecção, o que chamamos de Tuberculose Primária. Essa Tuberculose é a que
pode afetar diferentes órgãos, surgindo novas classificações e sintomas.
 Tuberculose pós-primária
Uma vez que já foi infectada, a pessoa pode desenvolver novamente a doença em qualquer fase da
vida.
Isto acontece quando o sistema imunológico, após uma primeira infecção já superada, não pode
novamente manter o controle e eles se multiplicam rapidamente. Por ser desencadeada por um fator
interno, chamamos de reativação endógena.
Pode acontecer também que uma nova geração dessa bactéria se origine, com mutação ou seleção
natural, contendo agentes mais agressivos. Assim, se houver uma nova exposição, haverá a doença
novamente. Por ser desencadeada por um fato externo, chama-se reativação exógena.

Tipos de Tuberculose quanto aos órgãos afetados


A forma pulmonar (1 tipo), além de ser mais frequente, é também a mais relevante para a saúde pública,
pois é a principal responsável pela manutenção da cadeia de transmissão da doença.
A forma extrapulmonar (4 subtipos) acomete outros órgãos e é mais fatal em pessoas com sistema
imunológico altamente comprometido, podendo levar a infecção generalizada (sepse) e ao óbito. Tem
ocorrência de 10 a 15% dos casos.
Diagnóstico e Tratamento da Tuberculose
Pelo fato de o agente causador ser uma bactéria, o tratamento da tuberculose é baseado no uso de
antibióticos, costuma ser feito via comprimidos, durante 6 meses. Com o início do tratamento, a
transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias de tratamento, ela encontra-se muito
reduzida.
Por esse alívio inicial, muitas pessoas acreditam que já podem parar de tomar o remédio antes de
cumprir o prazo. Contudo, isso é um grande erro. A infecção pode retornar e ser pior do que antes, pois a
pausa pode induzir uma seleção de bactérias resistentes ao antibiótico.
Este tratamento é gratuito e disponibilizado no Sistema Único de Saúde (SUS). O uso de medicamentos
inalatórios e ajuste da alimentação são complementos importantes para melhora da qualidade de vida nesse
período.

Diagnóstico
Se um paciente tiver suspeita de Tuberculose, deve se dirigir a clínica ou marcar consulta com o
pneumologista, avisando da suspeita e tomando os devidos cuidados. Através de um estetoscópio, o
médico irá identificar se o som da inspiração e expiração do pulmão transmitem alguma notícia de
anormalidade.
Se outras hipóteses forem descartadas e a suspeita de Tuberculose mantida, o próximo passo do diagnóstico
é a prova de Mantoux. Uma pequena quantidade de uma substância é injetada abaixo da pele e depois verá
se houve reação, que indicará uma infecção por Tuberculose.
Assim um Raio-x é pedido para identificar se a Tuberculose é pulmonar. Exames de sangue também pode ser
utilizados para diagnóstico e as análises dos excrementos respiratórios. Tudo isso irá contribuir para a
identificação do tipo, grau e qual o melhor tratamento.
SÍFILIS
A Sífilis é atualmente considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST). Ela tem cura e
é exclusiva do ser humano, sendo causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode ser que você
ainda veja o termo doença sexualmente transmissível (DST), porque essa alteração foi feita
recentemente.
Segundo o Ministério da Saúde, a infecção atinge 12 milhões de pessoas em todo o mundo e seu
combate continua a ser um desafio. No Brasil, ela avança especialmente entre jovens de 20 a 29
anos. A região do país com o maior número de incidência é a Sudeste, seguida da região Sul.
Como o próprio nome sugere, as formas de se transmitir/contrair são:
 Todos os tipos de sexo sem camisinha, se for feito com algum portador da IST
 Uso de seringa contaminada, por mais de uma pessoa
 Transfusão de sangue contaminada
 O bebê pode contrair (Sífilis Congênita) durante a gravidez ou parto se a mãe estiver
contaminada.

IMPORTANTE:
Se as mães infectadas seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto,
os seus filhos podem nascer saudáveis.

Sintomas de Sífilis
O período de incubação da Sífilis, ou seja, o tempo que leva desde a infecção até o surgimento de
sintomas, é normalmente de três semanas (21 dias) mas pode variar de 10 a 90 dias. Nesta IST
os sintomas variam de acordo com os estágios: sífilis primária, secundária, latente e terciária.
Nos estágios primário e secundário, a possibilidade de transmissão é maior. Já na Sífilis
Terciária, um dos estágios mais graves, se não houver o tratamento adequado pode causar
complicações (atingir vários órgãos como olhos, pele, ossos, coração e sistema nervoso) e até
levar à morte.

Sífilis Primária – Sintomas


Nesta fase, cerca de 10 a 90 dias após o contágio, surge uma ferida normalmente única no
local de penetração da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca). Pode ainda ocorrer
o surgimento de ínguas (caroços) na virilha.
Essa ferida costuma não doer ou coçar e nem apresentar aspecto purulento. Mas é rica em
bactérias e por isso a possibilidade de contaminação é maior.

Sífilis Secundária – Sintomas


Os sinais e sintomas dessa fase aparecem entre seis semanas e seis meses em relação ao
surgimento da ferida inicial. Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas, além de
manchas no corpo inclusive nas palmas das mãos e plantas dos pés, que geralmente não coçam
mas são ricas em bactérias.

Sífilis Latente – Sintomas


Esse estágio é dividido em sífilis latente recente (menos de dois anos de infecção) e sífilis latente
tardia (mais de dois anos de infecção). Mas essa classificação se refere apenas ao tempo, pois
em ambos a característica é não aparecer sintomas.
A duração dessa fase é variável, e surge em meio à evolução da enfermidade. Além disso, pode
ser interrompida pelo surgimento da forma secundária ou terciária.
 Por causa dessa fase em que os sintomas podem aparecer e desaparecer rapidamente,
uma pessoa pode ter sífilis e não saber. Contudo, a pessoa ainda contém a infecção que
pode se agravar a qualquer momento e ser transmitida.

Sífilis Terciária – Sintomas


É possível de ocorrer entre 2 e 40 anos depois do início da infecção e é quando os sintomas se
agravam.
As lesões cutâneas (da pele), ósseas, cardiovasculares e neurológicas se intensificam, todo o
sistema começa a ter suas funções comprometidas e isso pode levar à morte.
Sífilis Congênita – Sintomas
Quando uma mãe e o bebê estão expostos à bactéria e não houve a prática das medidas
aconselhadas no pré-natal, os sinais e consequências são:
 Aborto espontâneo
 Parto prematuro
 Malformação do bebê
 Surdez
 Cegueira
 Deficiência mental
 Morte ao nascer

Diagnóstico e Tratamento da Sífilis


O diagnóstico mais comum é feito pelo teste rápido (TR) de Sífilis, disponível nos serviços de
saúde pública (SUS). É algo prático, de fácil execução, sem necessidade de laboratórios e com
resultado em, no máximo, 30 minutos.
Nos casos de TR positivos, uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para
realização de um teste laboratorial, para ter certeza de que não foi um falso positivo.
Em caso de uma gestante testar positivo, o tratamento deve ser iniciado na mesma hora, sem
necessidade da confirmação por exame de sangue, devido ao risco de transmissão ao bebê. Para
um recém nascido, avalia-se o histórico da mãe, o exame físico da criança e os resultados dos
testes.

Tratamento
Por se tratar de uma bactéria, o tratamento utilizado é por meio de antibióticos, normalmente a
penicilina benzatina (benzetacil), que poderá ser aplicada na unidade básica de saúde mais
próxima.
Para os casos de pessoas em fases mais graves, ocorre um tratamento direcionado ao alívio dos
sintomas e, se necessário, a internação.

Prevenção da Sífilis
A melhor técnica de evitar o contágio e transmissão de Sífilis é a prevenção combinada, ou seja,
valer-se de diferentes abordagens de prevenção ao mesmo tempo. Observe abaixo algumas delas:
 Intervenções comportamentais
Contribuem para o aumento da informação e da percepção do risco de exposição, para sua
consequente redução.
Isso é feito por meio do aconselhamento sobre mudanças de comportamento, como o Incentivo
a fazer testes, conscientização sobre a infecção, acompanhamento gestacional e promoção de
uma educação que aborde a opção pela castidade ou a adesão às intervenções biomédicas.
 Intervenções biomédicas
Buscam reduzir a exposição direta de um indivíduo saudável à bactéria, como o emprego de
métodos de barreira física (uso de diversos preservativos – camisinha) e esterilização adequada
dos instrumentos médicos que entram em contato com o sangue do paciente.
 Intervenções estruturais
Essas intervenções são voltadas aos fatores e condições socioculturais que influenciam na
vulnerabilidade de grupos sociais específicos.
No Brasil, a infecção é concentrada em alguns segmentos populacionais: LGBTs, usuários de
álcool e outras drogas, pessoas privadas de liberdade e prestadores de serviços sexuais.
Contudo, isso não significa que todos os indivíduos pertencentes a esses grupos estão
infectados ou que pessoas fora desses grupos não possam pegar.
Relação entre Sífilis e AIDS / HIV
As diversas feridas que surgem no portador da Sífilis podem predispor à infecção por HIV. Isso
porque o organismo já fica mais debilitado e ambas as enfermidades possuem a mesma porta de
entrada: relações sexuais desprotegidas com algum parceiro infectado.
Uma vez que o HIV prejudica o Sistema Imunológico, leva uma pessoa com sífilis a quadros
ainda mais graves, podendo evoluir para a Meningite, Acidentes vasculares Cerebrais (AVC) e
demais complicações citadas anteriormente até a morte.
MENINGITE MENINGOGÓCICA
A Meningite é uma doença infecciosa que atinge diretamente as meninges, um conjunto de três
tecidos que revestem o Sistema Nervoso Central (Cérebro, cerebelo, medula, etc). Por afetar uma
parte tão sensível e decisiva do Corpo Humano, suas consequências podem ser bem graves.
No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica, mas alguns casos da doença são
esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais. O risco
de contrair a doença é maior entre crianças menores de cinco anos, no entanto pode acontecer
em qualquer idade.

Causas da Meningite
A Meningite é causada quando algum ser microscópico infecta a meninge, como vírus ou
bactérias, ou ainda quando alguma outra enfermidade as atinge (câncer, traumatismo craniano,
etc).
Dependendo do que causou, ela pode ser classificada em tipos: Meningite meningocócica,
meningite eosinofílica e por aí vai… O mais comum é ser causado por bactérias e as demais
formas de infecção são genericamente chamadas de Assépticas, como vírus, fungos e
parasitas.

Grupos de risco para a Meningite


 Idade: cada tipo de Meningite atinge mais uma faixa etária do que outras. O tipo viral, por
exemplo, costuma afetar crianças de até cinco anos, já a forma bacteriana da doença
geralmente atinge adultos a partir dos 20 anos.
 Locais de aglomeração: frequentar ambientes fechados e cheios de pessoas também
podem aumentar os riscos de contrair a doença por meio das vias respiratórias.
 Gravidez: gestantes possuem maiores chances de contrair Listeriose, intoxicação alimentar
causada pela ingestão de alimentos bactéria Listeria Monocytogenes, causadoras da
Meningite. Além de possuir um Sistema Imunológico que supre 2 pessoas, portanto, está
mais vulnerável.
 Sistema imunológico vulnerável: pessoas com baixa imunidade correm maiores riscos de
apresentar a doença, a exemplo de portadores de AIDS ou Diabetes e usuários de drogas
injetáveis.

Sintomas e Transmissão da Meningite


Os sintomas comuns em quaisquer tipos são rigidez da nuca e dor de cabeça, mas nos
próximos tópicos, vamos entender um pouco sobre os sintomas e a transmissão de cada tipo.
Observe que elas estão na ordem decrescente de ocorrência, ou seja, iniciamos falando da mais
comum até a menos comum:

Meningite Bacteriana e Meningocócica


A Meningite Bacteriana, como o próprio nome aponta, é causada por bactérias e é o tipo mais
comum de ocorrência, principalmente na época de outono-inverno.
Contudo, as bactérias são muito variáveis, o que gera infecções com diferentes graus de
gravidade. Dessa forma, a Meningite Meningocócica é uma das formas mais graves da
meningite bacteriana e pode levar à morte em menos de um dia.
Principais bactérias capazes de transmitir e modos de contágio:
 Streptococcus Pneumoniae (Pneumococo)
A mais comum entre todas e a responsável por causar desde infecções de ouvido até
pneumonia. Se essa bactéria cair na corrente sanguínea e chegar ao cérebro, desencadeará
Meningite.
 Neisseria Meningitidis
Possui um alto grau de contágio e se espalha pela corrente sanguínea após algum contato com
as vias respiratórias e suas secreções. As principais vítimas geralmente são adolescentes e
jovens adultos.
 Haemophilus influenzae
Esta bactéria também se espalha pelas vias respiratórias e era a principal causa em crianças,
contudo, a sua ocorrência foi controlada e reduzida por meio de vacinas.
 Listeria Monocytogenes
De modo geral, as pessoas contaminadas por essa bactérias podem ser assintomáticas, contudo,
pessoas com Sistema Imunológico vulnerável estão mais suscetíveis a se contaminar. Exemplo
disso são grávidas, idosos e recém-nascidos.
 Bacilo de Koch
Esta bactéria é a causadora da Tuberculose e alguns casos já foi registrado que ela pode causar
Meningite. Contudo, ainda são considerados casos raros.
 Leptospira
Esta bactéria é a causadora da Leptospirose e alguns casos já foi registrado que ela pode causar
Meningite. Contudo, ainda são considerados casos raros.
Podemos concluir que geralmente esse tipo é transmitido de pessoa para pessoa; ou seja, por
meio do contato com a saliva (tosse, espirro, fala, beijo) do portador da bactéria. Além disso, pode
acontecer de ser desencadeada após uma infecção no ouvido, fratura ou após alguma cirurgia
em que não houve assepsia.
Sintomas da Meningite Bacteriana:
Bebês com menos de 1 ano de idade apresentam sintomas como
 Moleira tensa ou elevada
 Irritabilidade
 Inquietação
 Choro agudo e persistente
 Rigidez corporal com ou sem convulsões
Crianças com mais de 1 ano e adultos apresentam sintomas como
 Febre alta com início súbito
 Dor de cabeça intensa e contínua
 Vômitos em jato
 Náuseas
 Rigidez de nuca
 Pequenas manchas vermelhas na pele (Meningite Meningocócica)
HANSENÍASE
A hanseníase é o nome oficial para a doença conhecida como Lepra. Esta é uma enfermidade
crônica que pode ser transmitida de pessoa para pessoa e afeta principalmente a pele e nervos.
Contudo, é muito antiga e pode gerar complicações gravíssimas. A comunicação ao governo de
pessoas infectadas é obrigatória.
A bactéria Mycobacterium leprae é o bacilo causador da doença e não existe preferências, essa
infecção pode acometer pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade.
O Brasil ocupa a 2ª posição mundial entre os países com novos casos, principalmente nas regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste e sendo caracterizada como endêmica. A Hanseníase é problema de
saúde pública no País, pois está fortemente relacionada às condições econômicas, sociais e
ambientais desfavoráveis.

Transmissão da Lepra
A transmissão ocorre quando uma pessoa com hanseníase elimina o bacilo para o meio exterior por
meio das secreções de vias aéreas, caso haja contato próximo e prolongado. Os doentes com
poucos bacilos não são considerados fonte de transmissão da doença.
É necessário um longo período de exposição à bactéria, sendo que apenas uma pequena parcela da
população infectada realmente adoece.
Polêmica: origem do nome e história da Lepra
A hanseníase é uma das doenças mais antigas da humanidade que surgiu na Ásia e África,
havendo referências desde os anos 600 a.C. Também há fortes menções nos textos judaicos, que
muitas vezes a associavam como algo derivado do pecado ou de alguma maldição.
Por essa carga cultural e os sintomas e complicações, os pacientes ficaram muito estigmatizados,
gerando um cenário de preconceito em relação aos infectados. Por isso, foi criado o nome
“hanseníase”, uma iniciativa brasileira para tentar amenizar o preconceito que a palavra “Lepra”
arrega.
Essa foi uma estratégia adotada pelo Ministério da Saúde em 1976, com o intuito de que as pessoas
não tivessem vergonha de buscar ajuda médica. Com isso, de acordo com a Lei nº 9.010, de 29 de
março de 1995, o termo “Lepra” e seus derivados não poderão ser utilizados na linguagem empregada
nos documentos oficiais.

Tipos, Sintomas e Complicações da Hanseníase


A hanseníase apresenta longo período de incubação, o tempo em que os sinais começam a se
manifestar desde o contato com a bactéria. Geralmente, dura em média de 2 a 7 anos.
Como foi dito, afeta pele e nervos periféricos, sendo assim, os seus sintomas estão relacionados com
o comprometimento das áreas:
 Manchas (esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas) na pele com mudanças na
sensibilidade à dor, térmica e tátil
 Sensação de fisgada, choque, dormência e formigamento ao longo do trajeto dos nervos dos
membros
 Perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração
 Pele seca
 Inchaço nas mãos e nos pés
 Inchaço e dor nas articulações
 Redução da força muscular nos locais em que os nervos foram afetados
 Dor e espessamento nos nervos periféricos
 Caroços no corpo
 Olhos ressecados
 Feridas, sangramento e ressecamento no nariz
 Febre e mal-estar geral
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os pacientes infectados com hanseníase
podem ser classificados em dois grandes grupos:
 Paucibacilares : aqueles que apresentam baixa carga bacteriana no corpo
 Multibacilares : os que apresentam alta carga de bactérias no corpo
De acordo com a classificação de Madri, ainda pode ser classificada de acordo com os tipos de
sintomas:
 Indeterminada (paucibacilar)
Pacientes possuem até cinco manchas de contornos imprecisos, e, nesse caso, não há
comprometimento neural. É a fase inicial da doença.
 Tuberculoide (paucibacilar)
Paciente apresenta até cinco lesões bem definidas e um nervo comprometido.
 Dimorfa (multibacilar)
Paciente apresenta mais de cinco lesões, com bordos que podem estar bem ou pouco definidos, e o
comprometimento de dois ou mais nervos.
 Virchowiana (multibacilar)
Paciente apresenta a forma mais disseminada da doença, sendo observada grande parte da pele
danificada e, algumas vezes, comprometimento de órgãos, como nariz e rins.

Complicações da hanseníase
Se não tratada inicialmente, pode evoluir para incapacitações físicas permanentes. Entre as
sequelas estão:
 Incapacidade de elevar o pé (“pé caído”)
 Incapacidade de extensão dos dedos e do punho (“mão caída”)
 Incapacidade de fechar os olhos (lagoftalmo)
 Necrose e ulceração da cartilagem do nariz (“nariz desabado”)
 Rinite hansênica
 Ulceração da mucosa septal (cartilagem do meio do nariz)
 Exposição da cartilagem septal com necrose e perfuração ou perda completa
 Afrouxamento dos dentes incisivos superiores e possível perda da arcada dentária
 Paralisia dos músculos interósseos e das extremidades
 Perda da sensibilidade, inerva as glândulas sudoríparas, deixam a pele seca e fragilizada,
exposta ao trauma.
É importante lembrar que as complicações da hanseníase podem se confundir com a evolução do
quadro clínico, pois dependem da resposta imune de cada indivíduo.
Prevenção, diagnóstico e tratamento da Hanseníase
O diagnóstico de caso de hanseníase deve ser feito em clínicas, por meio do exame geral e
dermatoneurológico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração e/ou comprometimento de
nervos e funções motoras.
Mesmo os casos com suspeita deverão ser encaminhados para unidades de saúde para
confirmação.
Em crianças, exige avaliação ainda mais criteriosa, diante da dificuldade de aplicação e interpretação
dos testes de sensibilidade, existindo até o “Protocolo Complementar de Investigação Diagnóstica de
Casos de Hanseníase em Menores de 15 Anos” (Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da
hanseníase como problema de saúde pública. 2016).
O diagnóstico positivo deve ser recebido pelo paciente de modo semelhante ao de outras doenças
curáveis. Porém, se causar impacto psicológico, tanto a quem adoeceu quanto aos familiares, essa
situação requererá uma abordagem apropriada pela equipe de saúde, permitindo a aceitação do
problema e maior adesão ao tratamento.
 O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento e acompanhamento da doença
em unidades básicas de saúde e em referências.

Tratamento
O tratamento da doença é realizado com a Poliquimioterapia (PQT), uma associação de
antimicrobianos, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Essa associação diminui a
resistência do bacilo, que ocorre com frequência quando se utiliza apenas um medicamento.
O paciente deve tomar a primeira dose mensal supervisionada pelo profissional de saúde mas as
demais são auto-administradas. Já no início do tratamento, a doença deixa de ser transmitida.
A alta por cura é dada após a administração do número de doses dentro do prazo recomendado.
O tratamento da hanseníase é ambulatorial, ou seja, não necessita de internação, mas deve ser
observado sem interrupções para funcionar.
Prevenção
As principais formas de prevenção são o diagnóstico precoce, a adesão ao tratamento e a
investigação de contatos que convivem ou conviveram de forma prolongada com o paciente.
Isso porque permite que a cadeia endêmica comece a ser rompida. Também o conhecimento, a
informação e a conscientização são de extrema importância para a prevenção.
Por fim, evitar se expor a situações próximas de pessoas que tossem e espirram, ajuda a prevenir
contra as doenças transmitidas pelo trato respiratório.
TÉTANO

O Tétano é uma infecção aguda e grave causada pela toxina produzida pela bactéria
Clostridium Tetani, afetando principalmente os músculos. A bactéria é encontrada nas fezes
dos seres humanos e de animais terrestres, pois naturalmente vivem no nosso intestino sem causar
danos.
O termo Tétano acidental é utilizado quando se contrai a enfermidade pelo meio externo (lesões).
Portanto não é uma doença contagiosa, ou seja, um humano infectado não transmite diretamente
a outro saudável. Há também o Tétano Neonatal, que ocorre em recém nascidos.
Vamos compreender como se dá a exposição ao Tétano:

Contágio
 Tétano Acidental
Quando a bactéria é eliminada para o meio externo nas fezes assume a forma de esporos,
partículas leves que podem ser levadas pelo vento. Por isso, as bactérias podem ser
encontradas em qualquer superfície (terra, plantas e objetos).
Vale lembrar que objetos metálicos e enferrujados costumam ser o meio mais propício, pois neles
os esporos sobrevivem mais tempo. Por isso é comum associar o risco de tétano com imagens de
pregos e arames farpados.
Dessa forma, quando o esporo penetra em algum ferimento externo profundo (corte, furo,
queimadura, arranhões, mordidas), cai na corrente sanguínea contaminando a pessoa e
causando a doença.
 Tétano Neonatal
Já o Tétano Neonatal, também conhecido como “mal de sete dias”, ocorre pela contaminação do
coto. No período em que se cuida do umbigo do bebê, logo após ser retirado o cordão umbilical,
esporos do bacilo tetânico podem penetrar na criança caso os instrumentos utilizados para a “cura
do umbigo” estejam mal higienizados.
Antigamente não se tinha a compreensão médica de hoje, mas observa-se que muitas crianças
morriam na primeira semana de vida. Assim, esse fenômeno recebeu o nome de Mal de sete dias
porque esse era o tempo máximo que um recém nascido sobrevivia após a contaminação por
Tétano.

Sintomas de Tétano
A toxina do Clostridium Tetani atinge o corpo inteiro mas principalmente os músculos. Portanto,
os sintomas mais comuns são:
 Contrações e espasmos musculares
 Rigidez de membros (braços e pernas)
 Rigidez abdominal
 Dificuldade de abrir a boca
 Dores nas costas e nos membros (braços e pernas)
 Aumento da tensão muscular geral
As complicações acontecem naturalmente com o passar do tempo caso não seja tratado. Elas
são:
 Quando os músculos do pescoço são atingidos, por exemplo, há dificuldade de deglutição e
a pessoa pode emagrecer e precisar de sonda para se alimentar.
 Quando os músculos reto-abdominais e os do diafragma são atingidos, o paciente acaba
enfrentando a insuficiência respiratória e precisando de respiradores mecânicos.
 As contrações chegam a ser tão fortes que entortam as pessoas, que podem fraturar
ossos.
 Caso haja constantes crises de contraturas, geralmente desencadeadas por estímulos
luminosos, sonoros ou manipulação da pessoa; pode acarretar em morte.
As chances de morrer dependem da idade, tipo de ferimento e presença de outros problemas de
saúde como complicações respiratórias, renais e infecciosas.
Os sintomas do Tétano Neonatal são contrações, choro intenso e dificuldade para mamar, pois
o Sistema Nervoso é afetado e provoca fortes dores.
Diagnóstico, tratamento e prevenção do Tétano
O diagnóstico do tétano é clínico, ou seja, não depende de exames laboratoriais. Contudo, eles
podem ser feitos para controle das complicações e tratamento do paciente.
Exemplo: o hemograma de uma pessoa com Tétano costuma ser normal, exceto quando há alguma
outra infecção. Sabendo disso, faz-se um tratamento conjugado.
Há ainda a realização de radiografias de tórax e da coluna para o diagnóstico de infecções
pulmonares e fraturas de vértebras.
Além disso, algumas doenças possuem sintomas semelhantes (contração muscular), portanto, faz-
se exames de diagnóstico diferencial para descartar outras enfermidades.

Tratamento
Como se trata da toxina de uma bactéria, os antibióticos são utilizados em conjunto
com relaxantes musculares, sedativos, imunoglobulina e soro antitetânicos.
O doente deve ser internado em unidade assistencial apropriada, onde exista suporte técnico
necessário, com o mínimo de barulho, de luminosidade e com temperatura estável. Isso porque
a doença avança rápido e pode deixar sequelas ou causar morte.
Prevenção do Tétano Acidental
Mesmo aqueles que já contraíram a doença uma vez, não adquirem anticorpos suficientes para
evitá-lo. Portanto, a vacinação é a forma de proteção mais eficiente. Ela é recomendada para
todas as pessoas e não apenas os grupos de risco, além de ser parte do calendário obrigatório
de vacinação.
Para uma imunização adequada, em caso de ferimento, é preciso ter tomado três doses da
antitoxina tetânica, presente nas vacinas DTP, DT e dT, tendo sido a última dose há menos de dez
anos.
É importante lembrar que mesmo vacinada, a pessoa que tiver uma lesão profunda ou uma ferida
em contato com algum objeto suspeito, sempre deve lavar o local com água e sabão, jogar um
pouquinho de água oxigenada e procurar o serviço de saúde mais próximo. Lembre-se de
explicar ao médico detalhadamente como tudo ocorreu.
Isso porque o Clostridium Tetani é uma bactéria anaeróbica obrigatória, ou seja, só vive na
ausência de oxigênio. Por isso o perigo existe em lesões profundas (onde o oxigênio superficial não
entrou) e é bom jogar água oxigenada.
Ainda sim, não é uma garantia de que a bactéria não penetrou, pois não se sabe o tempo que
decorreu entre a lesão e a higienização. Como os sintomas evoluem rápido e são graves, sempre
procure a unidade de saúde mais próxima para ingerir soro ou ser novamente vacinado, se
necessário.

Prevenção do Tétano Neonatal


A prevenção é feita a partir da vacinação de todas as mulheres em idade fértil (entre 12 e 49
anos), com três doses da vacina. Antes do parto, a mulher deverá ter tomado pelo menos duas
doses da vacina e, caso sua última dose tenha sido há mais de cinco anos, ela deverá tomar
um reforço.
Além disso, é importante a melhoria da atenção ao pré-natal, ao parto e o puerpério. Todas
essas etapas devem contar com assistência adequadas às mães e os bebês, facilitando o
acesso à informação e aos recursos de higiene e saúde.
A vacinação nos bebês é feita com três doses da vacina pentavalente, a primeira aos dois meses,
a segunda aos quatro e a última aos seis meses. Também conta com reforços ao longo do
crescimento: vacina tríplice aos 15 meses e outro entre 4 e 6 anos de idade. A partir daí, os
reforços devem ser feitos com a vacina dupla de 10 em 10 anos.
LEPTOSPIROSE
A Leptospirose é uma doença infecciosa aguda causada por bactérias do tipo Leptospira. Essa
enfermidade é classificada como uma zoonose, ou seja, um tipo de doença animal que pode
infectar seres humanos.
Ela pode ocorrer no mundo inteiro, exceto nas regiões polares, e pode atingir qualquer idade além
de ambos os sexos. Na maioria (90%) dos casos de leptospirose a evolução é benigna, mas
quando não tratada, pode gerar gravíssimas consequências.
No Brasil, a leptospirose é uma doença endêmica, tornando-se epidêmica em períodos
chuvosos, principalmente nas áreas urbanas da região sudeste devido às enchentes. Vamos
entender o motivo disso investigando a causa e a transmissão:

Causas e Transmissão da Leptospirose


Como foi dito, a causa é bacteriana, mas por meio de um vetor animal, ou seja, acomete
principalmente roedores e outros mamíferos silvestres. Pode chegar até a atingir animais
domésticos (cães, gatos) e outros de criação (bois, cavalos, porcos, cabras, ovelhas).
Esse micro-organismo pode sobreviver nos rins dos animais infectados sem provocar nenhum
sintoma e, no meio ambiente vive até seis meses. Em todas as formas é por meio da urina que a
bactéria se dispersa.
Portanto, o contato direto com a urina ou a exposição à água contaminada é o motivo da
infecção. Através da penetração de mucosas ou da pele com pequenos ferimentos, a bactéria
chega à corrente sanguínea.
No Brasil, os ratos urbanos (ratazanas, ratos de telhado e camundongos) são os principais
transmissores da doença. Vale lembrar que o risco de contágio não desaparece depois que o
nível das águas da enchente abaixa, pois a bactéria continua bastante tempo.

Sintomas da Leptospirose
O período de incubação, ou seja, o tempo entre a infecção da pessoa e o surgimento dos
sintomas, pode variar de 1 a 30 dias e normalmente ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição.
As pessoas podem expressar formas assintomáticas até quadros gravíssimos, e a sintomatologia é
divida em duas fases: precoce e tardia.
Os principais sintomas da fase precoce são:
 Febre
 Dor de cabeça
 Dor muscular, principalmente nas panturrilhas e articulações
 Falta de apetite
 Náuseas/vômitos
 Diarreia
 Fotofobia (sensibilidade à luz)
 Exantemas (manchas vermelhas no corpo)
Em aproximadamente 15% dos pacientes há evolução para manifestações graves, que
normalmente iniciam-se após a primeira semana de doença.
Os principais sintomas da fase tardia são:
 Meningite
 Síndrome de Weil – tríade de icterícia (amarelidão da pele), insuficiência renal e
hemorragias
 Síndrome de hemorragia pulmonar – lesão pulmonar aguda e sangramento maciço
 Síndrome da angústia respiratória aguda – SARA
 Outras formas hemorrágicas – pulmonar, pele, mucosas, órgãos e sistema nervoso central
 Confusões mentais e delírios
 Pancreatite
Na fase precoce, a leptospirose é autolimitada, ou seja, costuma evoluir bem e os sintomas
regridem depois de três ou quatro dias. Na fase aguda pode ocorrer óbito nas primeiras 24 horas
de internação.
Diagnóstico, tratamento e prevenção da Leptospirose
Na fase inicial, a leptospirose pode ser confundida com outras doenças (dengue, gripe,
malária, hepatite), porque os sintomas são parecidos.
Por isso, é muito importante estabelecer o diagnóstico diferencial por meio de exames sorológicos
ou pelo isolamento da bactéria em cultura, no sangue ou no líquor.
Também a anamnese, método inicial em que o médico conversa com o paciente sobre o modo
de vida dele, os locais onde esteve ultimamente e o que fez, é muito apreciado. O paciente deve
ser verdadeiro e contar todos os detalhes que se lembrar.

Tratamento
Quanto antes for instituído o tratamento da leptospirose, maior será a chance de evitar a
evolução para quadros graves. Nos casos graves, a hospitalização (internação) deve ser
imediata.
Os tratamentos são variados dependendo dos sintomas e inclui cuidados com a hidratação,
uso de antibióticos, analgésicos, etc. No entanto, devem ser evitados aqueles que contêm
ácido acetilsalicílico, porque aumentam o risco de sangramentos. SOMENTE O MÉDICO tem
conhecimento para indicar remédios, não se automedique.
Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato
com exposição de risco o quanto antes.

Grupos de Risco
Algumas profissões facilitam o contato com as leptospiras, como trabalhadores em limpeza e
desentupimento de esgotos, garis, catadores de lixo, agricultores, veterinários, tratadores de
animais, pescadores, militares e bombeiros, dentre outros.
Contudo, a maior parte dos casos ainda ocorre entre pessoas que habitam ou trabalham em
locais com infraestrutura sanitária inadequada e expostas à urina de roedores.
Pessoas que possuem imunidade vulnerável, população de rua, pessoas que vivem em
ambientes sem saneamento adequado, ou que lidam com as profissões acima são mais
propensas a se contaminar.

Prevenção
Como prevenção, deve-se evitar ambientes que possam estar contaminados por urina de ratos
e outros animais, bem como evitar entrar em contato com água ou lama de enchentes ou rios e
lagos suspeitos. Para os viajantes, sugere-se procurar informações sobre a ocorrência de
leptospirose na região que vai visitar.
Outras medidas são: observar as medidas básicas de higiene, embalar bem o lixo, ferver a água
antes de beber ou cozinhar, lavar bem os alimentos, especialmente frutas e verduras que serão
consumidas cruas, vacinar animais domésticos e não deixar as caixas d’água destampadas.
O governo deve investir em campanhas de saúde pública para conscientização e em infraestrutura
de saneamento básico e prevenção de enchentes.
A vacina só está disponível para animais, não existindo para seres humanos. Mesmo assim, a
vacina evita que os animais fiquem doentes mas não impede que sejam infectados pela
Leptospira nem que transmitam a bactéria pela urina.

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