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https://beduka.com/blog/materias/biologia/doencas-
bacterianas/
TUBERCULOSE
A tuberculose é uma enfermidade infecto-contagiosa, afetando prioritariamente os pulmões embora
possa acometer outros órgãos. A tuberculose acompanha o ser humano desde a pré história e é muito
presente no Brasil.
Ela é causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch), que tem características
peculiares. A sua capacidade de penetrar e consumir os alvéolos pulmonares, criando uma rede de
alojamento, é o ponto em comum com fungos, por isso é uma bactéria que recebe a classificação de
micobactéria.
Ao criar essa rede de alojamento, os danos da corrosão do pulmão provocados pela bactéria se dão em
formatos semelhantes às raízes. Por isso, a doença recebeu o nome de Tuberculose (a palavra
“tubérculo” é sinônimo de raíz).
Causas da Tuberculose
No Brasil, a Tuberculose é considerada como problema de saúde pública, pois chegou ao país no
século passado e nunca foi erradicada. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos
novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose no país.
No mundo, são 10 milhões de casos a cada ano e 1 milhão de óbitos. Números tão expressivos fazem
da tuberculose o quadro infeccioso que mais mata no planeta!
Essa dificuldade de controle tem origem nas questões sociais A presença de desnutrição, diabetes,
tabagismo, uso de drogas e queda da imunidade (principalmente provocada pela pandemia da AIDS)
são fatores altamente presentes no cenário brasileiro, que potencializam a permanência da doença.
Transmissão de Tuberculose
A tuberculose possui transmissão por via aérea e ocorre a partir da inalação de aerossóis oriundos
dessas vias. Ou seja, durante a fala, espirro e tosse das pessoas com tuberculose, pode lançar no ar os
bacilos causadores da doença.
A sua transmissão é somente direta (de pessoa a pessoa). Portanto, a aglomeração de pessoas é o
principal fator de transmissão. Bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objetos,
costuma se prender a eles, ou seja, não se dispersam no ar. Por isso, não têm papel significativo, não
havendo transmissão indireta.
Prevenção da Tuberculose
Esta bactéria é sensível à luz solar, portanto, manter locais iluminados e arejados, com circulação
de ar; possibilita a dispersão de partículas infectantes. Evitar aproximação com pessoas infectadas ou
suspeitas, também é uma medida preventiva.
Além disso, hoje, a principal maneira de prevenir é pela vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin),
ofertada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil. Essa vacina deve ser dada às
crianças ao nascer, ou, no máximo, até antes de completar 5 anos.
Para entender os mecanismo de prevenção da vacina, veja o nosso artigo exclusivo sobre o
assunto!
Diagnóstico
Se um paciente tiver suspeita de Tuberculose, deve se dirigir a clínica ou marcar consulta com o
pneumologista, avisando da suspeita e tomando os devidos cuidados. Através de um estetoscópio, o
médico irá identificar se o som da inspiração e expiração do pulmão transmitem alguma notícia de
anormalidade.
Se outras hipóteses forem descartadas e a suspeita de Tuberculose mantida, o próximo passo do diagnóstico
é a prova de Mantoux. Uma pequena quantidade de uma substância é injetada abaixo da pele e depois verá
se houve reação, que indicará uma infecção por Tuberculose.
Assim um Raio-x é pedido para identificar se a Tuberculose é pulmonar. Exames de sangue também pode ser
utilizados para diagnóstico e as análises dos excrementos respiratórios. Tudo isso irá contribuir para a
identificação do tipo, grau e qual o melhor tratamento.
SÍFILIS
A Sífilis é atualmente considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST). Ela tem cura e
é exclusiva do ser humano, sendo causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode ser que você
ainda veja o termo doença sexualmente transmissível (DST), porque essa alteração foi feita
recentemente.
Segundo o Ministério da Saúde, a infecção atinge 12 milhões de pessoas em todo o mundo e seu
combate continua a ser um desafio. No Brasil, ela avança especialmente entre jovens de 20 a 29
anos. A região do país com o maior número de incidência é a Sudeste, seguida da região Sul.
Como o próprio nome sugere, as formas de se transmitir/contrair são:
Todos os tipos de sexo sem camisinha, se for feito com algum portador da IST
Uso de seringa contaminada, por mais de uma pessoa
Transfusão de sangue contaminada
O bebê pode contrair (Sífilis Congênita) durante a gravidez ou parto se a mãe estiver
contaminada.
IMPORTANTE:
Se as mães infectadas seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto,
os seus filhos podem nascer saudáveis.
Sintomas de Sífilis
O período de incubação da Sífilis, ou seja, o tempo que leva desde a infecção até o surgimento de
sintomas, é normalmente de três semanas (21 dias) mas pode variar de 10 a 90 dias. Nesta IST
os sintomas variam de acordo com os estágios: sífilis primária, secundária, latente e terciária.
Nos estágios primário e secundário, a possibilidade de transmissão é maior. Já na Sífilis
Terciária, um dos estágios mais graves, se não houver o tratamento adequado pode causar
complicações (atingir vários órgãos como olhos, pele, ossos, coração e sistema nervoso) e até
levar à morte.
Tratamento
Por se tratar de uma bactéria, o tratamento utilizado é por meio de antibióticos, normalmente a
penicilina benzatina (benzetacil), que poderá ser aplicada na unidade básica de saúde mais
próxima.
Para os casos de pessoas em fases mais graves, ocorre um tratamento direcionado ao alívio dos
sintomas e, se necessário, a internação.
Prevenção da Sífilis
A melhor técnica de evitar o contágio e transmissão de Sífilis é a prevenção combinada, ou seja,
valer-se de diferentes abordagens de prevenção ao mesmo tempo. Observe abaixo algumas delas:
Intervenções comportamentais
Contribuem para o aumento da informação e da percepção do risco de exposição, para sua
consequente redução.
Isso é feito por meio do aconselhamento sobre mudanças de comportamento, como o Incentivo
a fazer testes, conscientização sobre a infecção, acompanhamento gestacional e promoção de
uma educação que aborde a opção pela castidade ou a adesão às intervenções biomédicas.
Intervenções biomédicas
Buscam reduzir a exposição direta de um indivíduo saudável à bactéria, como o emprego de
métodos de barreira física (uso de diversos preservativos – camisinha) e esterilização adequada
dos instrumentos médicos que entram em contato com o sangue do paciente.
Intervenções estruturais
Essas intervenções são voltadas aos fatores e condições socioculturais que influenciam na
vulnerabilidade de grupos sociais específicos.
No Brasil, a infecção é concentrada em alguns segmentos populacionais: LGBTs, usuários de
álcool e outras drogas, pessoas privadas de liberdade e prestadores de serviços sexuais.
Contudo, isso não significa que todos os indivíduos pertencentes a esses grupos estão
infectados ou que pessoas fora desses grupos não possam pegar.
Relação entre Sífilis e AIDS / HIV
As diversas feridas que surgem no portador da Sífilis podem predispor à infecção por HIV. Isso
porque o organismo já fica mais debilitado e ambas as enfermidades possuem a mesma porta de
entrada: relações sexuais desprotegidas com algum parceiro infectado.
Uma vez que o HIV prejudica o Sistema Imunológico, leva uma pessoa com sífilis a quadros
ainda mais graves, podendo evoluir para a Meningite, Acidentes vasculares Cerebrais (AVC) e
demais complicações citadas anteriormente até a morte.
MENINGITE MENINGOGÓCICA
A Meningite é uma doença infecciosa que atinge diretamente as meninges, um conjunto de três
tecidos que revestem o Sistema Nervoso Central (Cérebro, cerebelo, medula, etc). Por afetar uma
parte tão sensível e decisiva do Corpo Humano, suas consequências podem ser bem graves.
No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica, mas alguns casos da doença são
esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais. O risco
de contrair a doença é maior entre crianças menores de cinco anos, no entanto pode acontecer
em qualquer idade.
Causas da Meningite
A Meningite é causada quando algum ser microscópico infecta a meninge, como vírus ou
bactérias, ou ainda quando alguma outra enfermidade as atinge (câncer, traumatismo craniano,
etc).
Dependendo do que causou, ela pode ser classificada em tipos: Meningite meningocócica,
meningite eosinofílica e por aí vai… O mais comum é ser causado por bactérias e as demais
formas de infecção são genericamente chamadas de Assépticas, como vírus, fungos e
parasitas.
Transmissão da Lepra
A transmissão ocorre quando uma pessoa com hanseníase elimina o bacilo para o meio exterior por
meio das secreções de vias aéreas, caso haja contato próximo e prolongado. Os doentes com
poucos bacilos não são considerados fonte de transmissão da doença.
É necessário um longo período de exposição à bactéria, sendo que apenas uma pequena parcela da
população infectada realmente adoece.
Polêmica: origem do nome e história da Lepra
A hanseníase é uma das doenças mais antigas da humanidade que surgiu na Ásia e África,
havendo referências desde os anos 600 a.C. Também há fortes menções nos textos judaicos, que
muitas vezes a associavam como algo derivado do pecado ou de alguma maldição.
Por essa carga cultural e os sintomas e complicações, os pacientes ficaram muito estigmatizados,
gerando um cenário de preconceito em relação aos infectados. Por isso, foi criado o nome
“hanseníase”, uma iniciativa brasileira para tentar amenizar o preconceito que a palavra “Lepra”
arrega.
Essa foi uma estratégia adotada pelo Ministério da Saúde em 1976, com o intuito de que as pessoas
não tivessem vergonha de buscar ajuda médica. Com isso, de acordo com a Lei nº 9.010, de 29 de
março de 1995, o termo “Lepra” e seus derivados não poderão ser utilizados na linguagem empregada
nos documentos oficiais.
Complicações da hanseníase
Se não tratada inicialmente, pode evoluir para incapacitações físicas permanentes. Entre as
sequelas estão:
Incapacidade de elevar o pé (“pé caído”)
Incapacidade de extensão dos dedos e do punho (“mão caída”)
Incapacidade de fechar os olhos (lagoftalmo)
Necrose e ulceração da cartilagem do nariz (“nariz desabado”)
Rinite hansênica
Ulceração da mucosa septal (cartilagem do meio do nariz)
Exposição da cartilagem septal com necrose e perfuração ou perda completa
Afrouxamento dos dentes incisivos superiores e possível perda da arcada dentária
Paralisia dos músculos interósseos e das extremidades
Perda da sensibilidade, inerva as glândulas sudoríparas, deixam a pele seca e fragilizada,
exposta ao trauma.
É importante lembrar que as complicações da hanseníase podem se confundir com a evolução do
quadro clínico, pois dependem da resposta imune de cada indivíduo.
Prevenção, diagnóstico e tratamento da Hanseníase
O diagnóstico de caso de hanseníase deve ser feito em clínicas, por meio do exame geral e
dermatoneurológico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração e/ou comprometimento de
nervos e funções motoras.
Mesmo os casos com suspeita deverão ser encaminhados para unidades de saúde para
confirmação.
Em crianças, exige avaliação ainda mais criteriosa, diante da dificuldade de aplicação e interpretação
dos testes de sensibilidade, existindo até o “Protocolo Complementar de Investigação Diagnóstica de
Casos de Hanseníase em Menores de 15 Anos” (Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da
hanseníase como problema de saúde pública. 2016).
O diagnóstico positivo deve ser recebido pelo paciente de modo semelhante ao de outras doenças
curáveis. Porém, se causar impacto psicológico, tanto a quem adoeceu quanto aos familiares, essa
situação requererá uma abordagem apropriada pela equipe de saúde, permitindo a aceitação do
problema e maior adesão ao tratamento.
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento e acompanhamento da doença
em unidades básicas de saúde e em referências.
Tratamento
O tratamento da doença é realizado com a Poliquimioterapia (PQT), uma associação de
antimicrobianos, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Essa associação diminui a
resistência do bacilo, que ocorre com frequência quando se utiliza apenas um medicamento.
O paciente deve tomar a primeira dose mensal supervisionada pelo profissional de saúde mas as
demais são auto-administradas. Já no início do tratamento, a doença deixa de ser transmitida.
A alta por cura é dada após a administração do número de doses dentro do prazo recomendado.
O tratamento da hanseníase é ambulatorial, ou seja, não necessita de internação, mas deve ser
observado sem interrupções para funcionar.
Prevenção
As principais formas de prevenção são o diagnóstico precoce, a adesão ao tratamento e a
investigação de contatos que convivem ou conviveram de forma prolongada com o paciente.
Isso porque permite que a cadeia endêmica comece a ser rompida. Também o conhecimento, a
informação e a conscientização são de extrema importância para a prevenção.
Por fim, evitar se expor a situações próximas de pessoas que tossem e espirram, ajuda a prevenir
contra as doenças transmitidas pelo trato respiratório.
TÉTANO
O Tétano é uma infecção aguda e grave causada pela toxina produzida pela bactéria
Clostridium Tetani, afetando principalmente os músculos. A bactéria é encontrada nas fezes
dos seres humanos e de animais terrestres, pois naturalmente vivem no nosso intestino sem causar
danos.
O termo Tétano acidental é utilizado quando se contrai a enfermidade pelo meio externo (lesões).
Portanto não é uma doença contagiosa, ou seja, um humano infectado não transmite diretamente
a outro saudável. Há também o Tétano Neonatal, que ocorre em recém nascidos.
Vamos compreender como se dá a exposição ao Tétano:
Contágio
Tétano Acidental
Quando a bactéria é eliminada para o meio externo nas fezes assume a forma de esporos,
partículas leves que podem ser levadas pelo vento. Por isso, as bactérias podem ser
encontradas em qualquer superfície (terra, plantas e objetos).
Vale lembrar que objetos metálicos e enferrujados costumam ser o meio mais propício, pois neles
os esporos sobrevivem mais tempo. Por isso é comum associar o risco de tétano com imagens de
pregos e arames farpados.
Dessa forma, quando o esporo penetra em algum ferimento externo profundo (corte, furo,
queimadura, arranhões, mordidas), cai na corrente sanguínea contaminando a pessoa e
causando a doença.
Tétano Neonatal
Já o Tétano Neonatal, também conhecido como “mal de sete dias”, ocorre pela contaminação do
coto. No período em que se cuida do umbigo do bebê, logo após ser retirado o cordão umbilical,
esporos do bacilo tetânico podem penetrar na criança caso os instrumentos utilizados para a “cura
do umbigo” estejam mal higienizados.
Antigamente não se tinha a compreensão médica de hoje, mas observa-se que muitas crianças
morriam na primeira semana de vida. Assim, esse fenômeno recebeu o nome de Mal de sete dias
porque esse era o tempo máximo que um recém nascido sobrevivia após a contaminação por
Tétano.
Sintomas de Tétano
A toxina do Clostridium Tetani atinge o corpo inteiro mas principalmente os músculos. Portanto,
os sintomas mais comuns são:
Contrações e espasmos musculares
Rigidez de membros (braços e pernas)
Rigidez abdominal
Dificuldade de abrir a boca
Dores nas costas e nos membros (braços e pernas)
Aumento da tensão muscular geral
As complicações acontecem naturalmente com o passar do tempo caso não seja tratado. Elas
são:
Quando os músculos do pescoço são atingidos, por exemplo, há dificuldade de deglutição e
a pessoa pode emagrecer e precisar de sonda para se alimentar.
Quando os músculos reto-abdominais e os do diafragma são atingidos, o paciente acaba
enfrentando a insuficiência respiratória e precisando de respiradores mecânicos.
As contrações chegam a ser tão fortes que entortam as pessoas, que podem fraturar
ossos.
Caso haja constantes crises de contraturas, geralmente desencadeadas por estímulos
luminosos, sonoros ou manipulação da pessoa; pode acarretar em morte.
As chances de morrer dependem da idade, tipo de ferimento e presença de outros problemas de
saúde como complicações respiratórias, renais e infecciosas.
Os sintomas do Tétano Neonatal são contrações, choro intenso e dificuldade para mamar, pois
o Sistema Nervoso é afetado e provoca fortes dores.
Diagnóstico, tratamento e prevenção do Tétano
O diagnóstico do tétano é clínico, ou seja, não depende de exames laboratoriais. Contudo, eles
podem ser feitos para controle das complicações e tratamento do paciente.
Exemplo: o hemograma de uma pessoa com Tétano costuma ser normal, exceto quando há alguma
outra infecção. Sabendo disso, faz-se um tratamento conjugado.
Há ainda a realização de radiografias de tórax e da coluna para o diagnóstico de infecções
pulmonares e fraturas de vértebras.
Além disso, algumas doenças possuem sintomas semelhantes (contração muscular), portanto, faz-
se exames de diagnóstico diferencial para descartar outras enfermidades.
Tratamento
Como se trata da toxina de uma bactéria, os antibióticos são utilizados em conjunto
com relaxantes musculares, sedativos, imunoglobulina e soro antitetânicos.
O doente deve ser internado em unidade assistencial apropriada, onde exista suporte técnico
necessário, com o mínimo de barulho, de luminosidade e com temperatura estável. Isso porque
a doença avança rápido e pode deixar sequelas ou causar morte.
Prevenção do Tétano Acidental
Mesmo aqueles que já contraíram a doença uma vez, não adquirem anticorpos suficientes para
evitá-lo. Portanto, a vacinação é a forma de proteção mais eficiente. Ela é recomendada para
todas as pessoas e não apenas os grupos de risco, além de ser parte do calendário obrigatório
de vacinação.
Para uma imunização adequada, em caso de ferimento, é preciso ter tomado três doses da
antitoxina tetânica, presente nas vacinas DTP, DT e dT, tendo sido a última dose há menos de dez
anos.
É importante lembrar que mesmo vacinada, a pessoa que tiver uma lesão profunda ou uma ferida
em contato com algum objeto suspeito, sempre deve lavar o local com água e sabão, jogar um
pouquinho de água oxigenada e procurar o serviço de saúde mais próximo. Lembre-se de
explicar ao médico detalhadamente como tudo ocorreu.
Isso porque o Clostridium Tetani é uma bactéria anaeróbica obrigatória, ou seja, só vive na
ausência de oxigênio. Por isso o perigo existe em lesões profundas (onde o oxigênio superficial não
entrou) e é bom jogar água oxigenada.
Ainda sim, não é uma garantia de que a bactéria não penetrou, pois não se sabe o tempo que
decorreu entre a lesão e a higienização. Como os sintomas evoluem rápido e são graves, sempre
procure a unidade de saúde mais próxima para ingerir soro ou ser novamente vacinado, se
necessário.
Sintomas da Leptospirose
O período de incubação, ou seja, o tempo entre a infecção da pessoa e o surgimento dos
sintomas, pode variar de 1 a 30 dias e normalmente ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição.
As pessoas podem expressar formas assintomáticas até quadros gravíssimos, e a sintomatologia é
divida em duas fases: precoce e tardia.
Os principais sintomas da fase precoce são:
Febre
Dor de cabeça
Dor muscular, principalmente nas panturrilhas e articulações
Falta de apetite
Náuseas/vômitos
Diarreia
Fotofobia (sensibilidade à luz)
Exantemas (manchas vermelhas no corpo)
Em aproximadamente 15% dos pacientes há evolução para manifestações graves, que
normalmente iniciam-se após a primeira semana de doença.
Os principais sintomas da fase tardia são:
Meningite
Síndrome de Weil – tríade de icterícia (amarelidão da pele), insuficiência renal e
hemorragias
Síndrome de hemorragia pulmonar – lesão pulmonar aguda e sangramento maciço
Síndrome da angústia respiratória aguda – SARA
Outras formas hemorrágicas – pulmonar, pele, mucosas, órgãos e sistema nervoso central
Confusões mentais e delírios
Pancreatite
Na fase precoce, a leptospirose é autolimitada, ou seja, costuma evoluir bem e os sintomas
regridem depois de três ou quatro dias. Na fase aguda pode ocorrer óbito nas primeiras 24 horas
de internação.
Diagnóstico, tratamento e prevenção da Leptospirose
Na fase inicial, a leptospirose pode ser confundida com outras doenças (dengue, gripe,
malária, hepatite), porque os sintomas são parecidos.
Por isso, é muito importante estabelecer o diagnóstico diferencial por meio de exames sorológicos
ou pelo isolamento da bactéria em cultura, no sangue ou no líquor.
Também a anamnese, método inicial em que o médico conversa com o paciente sobre o modo
de vida dele, os locais onde esteve ultimamente e o que fez, é muito apreciado. O paciente deve
ser verdadeiro e contar todos os detalhes que se lembrar.
Tratamento
Quanto antes for instituído o tratamento da leptospirose, maior será a chance de evitar a
evolução para quadros graves. Nos casos graves, a hospitalização (internação) deve ser
imediata.
Os tratamentos são variados dependendo dos sintomas e inclui cuidados com a hidratação,
uso de antibióticos, analgésicos, etc. No entanto, devem ser evitados aqueles que contêm
ácido acetilsalicílico, porque aumentam o risco de sangramentos. SOMENTE O MÉDICO tem
conhecimento para indicar remédios, não se automedique.
Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato
com exposição de risco o quanto antes.
Grupos de Risco
Algumas profissões facilitam o contato com as leptospiras, como trabalhadores em limpeza e
desentupimento de esgotos, garis, catadores de lixo, agricultores, veterinários, tratadores de
animais, pescadores, militares e bombeiros, dentre outros.
Contudo, a maior parte dos casos ainda ocorre entre pessoas que habitam ou trabalham em
locais com infraestrutura sanitária inadequada e expostas à urina de roedores.
Pessoas que possuem imunidade vulnerável, população de rua, pessoas que vivem em
ambientes sem saneamento adequado, ou que lidam com as profissões acima são mais
propensas a se contaminar.
Prevenção
Como prevenção, deve-se evitar ambientes que possam estar contaminados por urina de ratos
e outros animais, bem como evitar entrar em contato com água ou lama de enchentes ou rios e
lagos suspeitos. Para os viajantes, sugere-se procurar informações sobre a ocorrência de
leptospirose na região que vai visitar.
Outras medidas são: observar as medidas básicas de higiene, embalar bem o lixo, ferver a água
antes de beber ou cozinhar, lavar bem os alimentos, especialmente frutas e verduras que serão
consumidas cruas, vacinar animais domésticos e não deixar as caixas d’água destampadas.
O governo deve investir em campanhas de saúde pública para conscientização e em infraestrutura
de saneamento básico e prevenção de enchentes.
A vacina só está disponível para animais, não existindo para seres humanos. Mesmo assim, a
vacina evita que os animais fiquem doentes mas não impede que sejam infectados pela
Leptospira nem que transmitam a bactéria pela urina.