de tudo, tinha o costume de ficar até mais tarde nas mesas de jogo dos bares da cidade onde, diga-se de passagem, já perdeu muito dinheiro.
Em uma certa noite, já de madrugada, ele
estava voltando para o sítio montado em seu cavalo como de costume, quando em uma parte do caminho onde havia um enorme desfiladeiro ao lado da estrada, o cavalo empacou e mesmo com chicotadas e esporadas o bicho não se mexia, parecia petrificado.
Foi quando ele pôde sentir que atrás dele,
aparentemente montado na garupa do cavalo, havia alguém ou alguma coisa. Sua espinha se arrepiou neste momento, sendo que ele podia sentir até mesmo o frio da respiração daquilo que estava ali com ele em suas costas. Sem coragem de descer do cavalo e nem de olhar para trás, ele gritou o nome de sua Santa de devoção - Nossa Senhora do Monte Serrat. Nesse momento ele sentiu um solavanco no cavalo todo, como se alguém tivesse saltado de cima do animal, e logo em seguida ouviu um grito grave e atormentador de alguma coisa que se precipitava no desfiladeiro em meio à escuridão.
Ao mesmo tempo o cavalo disparou a todo
galope quase derrubando meu tio pela estrada, e só parando quando chegou na porteira do sítio, morrendo de medo assim como meu tio. Depois desta noite ele nunca mais ficou até altas horas na cidade e sempre rezava a sua santa agradecendo pela sua proteção naquela madrugada assustadora. Nunca saberemos quando as visitas do além poderão chegar até nós, e de que forma. Porisso temos que estar sempre alertas! O APARTAMENTO DO MEDO De 1978 a 1982 morei em um apartamento em Santo Amaro, bairro aqui da cidade de São Paulo.Era em um conjunto de prédios próximo à Avenida das Nações Unidas.Não vou dar o endereço completo, apenas seu número, apartamento 22.
O apartamento era enorme, do tipo que não se
constrói mais em bairros como Santo Amaro, de três quartos, e muito antigo já naquela época.
Engraçado que no primeiro ano não reparei
em nada estranho, até que ganhei de natal um brinquedo chamado Pega-Pega Troll.Os mais antigos conhecem, mas para resumir,era mais ou menos igual a um Autorama, onde o objetivo era um carrinho perseguir o outro. Brincamos muito, eu e minha irmã e fomos dormir, e o brinquedo ficou montado no outro quarto, que era uma espécie de dispensa.
Durante a noite minha irmã e eu começamos
a ouvir um barulho alto e irritante. Ouvimos um pouco mais e percebemos que era o brinquedo, funcionando sozinho! Dava para ouvir sem medo de errar os carrinhos correndo e se batendo...
Assim que levantamos da cama o barulho
parou. Fomos olhar e todo o brinquedo estava na mesma posição que deixamos. Depois disso, passou a ser comum ouvir a televisão se ligar sozinha durante a noite. (televisões antigas, logicamente sem recursos como timer).
Uma noite eu estava assistindo "O Grande
Ditador". Desliguei a TV e fui dormir antes do final do filme, porém pude ouvir todo aquele discurso final de Chaplin da minha cama. Reparei que não podia deixar um filme pela metade, pois a TV sempre se ligava sozinha nestes casos.
Diversas vezes a maçaneta da porta de
entrada se movia violentamente. Impossível que houvesse alguém do lado de fora, pois seria fácil ouvir passos na escada, que era muito próxima da porta.
Eu e minha irmã somos bem alérgicos, e na
época cada um usava um tipo de descongestionante nasal, que ficava ao lado da cama. Certa manhã acordei com o remédio dela ao meu lado. Quando fui falar alguma coisa, ela me disse: -Kleber, o que seu remédio está fazendo comigo? Quando tomamos pé do ocorrido, imediatamente encerramos o assunto.
Depois que nos mudamos tive vários
pesadelos em que havia voltado a morar lá. Nunca soube o que acontecia naquele lugar. O COLÉGIO ASSOMBRADO
Estudei em um colégio de padres, onde
aconteciam as coisas mais esquisitas que se possa imaginar.
O gabinete do colégio era um deles. Onde os
livros caiam das estantes sozinhos. Mas os padres não gostavam que comentássemos nada. Também havia o vestiário em que os chuveiros ligavam sozinhos. Ouvíamos batidas nos armários de ferro do vestiário. Levávamos grandes sustos por lá.
Pelos corredores mal iluminados e
principalmente nos andares superiores, as vezes, nós alunos, víamos o fantasma de pessoas vestidas de padres andando solitárias pelos corredores. Eu vi uma cena destas somente uma única vez, em uma noite de tempestade muito forte, acabou faltando luz no colégio que era tipo internato e eu e um de nossos amigos de classe pegamos uma vela e ela estava apoiada em uma espécie de pires e tinha uma caixinha de fósforos e fomos para o alojamento num dos andares superiores. Trovejava muito nesse momento e quando estávamos andando por um dos corredores compridos do solitário colégio, vimos um padre vindo em nossa direção. E meu amigo perguntou ao padre se queria que pegasse um vela para ele e quando chegamos perto do padre, o padre falou para nós que não precisava e soprou nossa vela, deixando a gente em total escuridão. Ficamos ali parados no meio do corredor e logo em seguida eu tateei o pires com a vela e peguei a caixa de fósforos e risquei e o fósforo clareou momentaneamente o corredor sombrio e nós pudemos ver que não havia ninguém ali perto e não poderia ter se escondido ninguém também em nenhum lugar, uma vez que na posição em que nos encontrávamos do corredor, que era mais ou menos no meio, só havia uma porta bem no final do grande corredor, tanto de um lado como do outro.
Foi um Deus nos acuda e saímos em
disparada pelo corredor e ao atravessarmos a porta no final dele, esbarramos em um outro colega que saía de um dos quartos e fomos os três para o chão e na escuridão e pudemos notar que ele estava tão assustado quanto a gente porque também corria do quarto e disse que alguma coisa ficou pressionando seu peito e quando conseguiu sair sentiu algo como puxando levemente o seu braço e depois a sua perna quase puxando ele para trás e ele estava em total apavoramento. Ele ainda estava acabando de relatar isso, quando ouvimos uma gargalhada no escuro e outra vez saímos em disparada, mas agora éramos três apavorados e não apenas dois.
Ao chegarmos na copa onde os padres faziam
as refeições. Nós explicamos o que havia se passado a um dos padres e ele apenas aconselhou esquecermos tudo o que ocorreu e a não ficar falando essas coisas para as pessoas e que apenas esquecêssemos tudo. Ficou evidente que ele também já havia passado e presenciado alguns fatos sobrenaturais mas não queria dar o braço a torcer.
Outra vez, estávamos em número de doze
alunos e de repente ouvimos um barulho como se tivesse alguém muito ofegante perto da gente e o grande espelho da parede começou a fazer estalos e ao fixarmos o olhar no espelho que ia até quase o teto, pudemos observar que ele começou a trincar lentamente de uma ponta a outra ao mesmo tempo que o barulho de alguém ofegante continuou. Ficamos todos juntos e muito assustado com tudo aquilo.
Neste colégio também havia nos fundos dele
uma espécie de pátio que acabava em uma espécie de bosque e estávamos nos fundos do pátio e era de noite e ficamos encostados nas janelas dos fundos e de repente pudemos avistar ao longe, no meio da vegetação um vulto que caminhava e trazia consigo algo que brilhava com a pouca luz que havia, na verdade o colégio era muito mal iluminado, possuindo luzes fracas e amareladas, dando um ar triste a tudo. E pudemos ver ao longe algo que trazia em uma das mãos e era brilhoso como se fosse a lâmina de uma faca, mas não chegava a vir em nossa direção. Parecia mais como uma ameaça, mas não chegava a vir até nós. Era realmente apavorante ver aquele vulto por entre as árvores e arbustos de um lado ao outro e aquela lâmina brilhando de vez em quando.
As vezes acordávamos no meio da noite como
se houvesse um peso em cima da gente, fazendo com que a gente quase perdesse o fôlego e tínhamos que levantar para melhorar e respirar melhor, mas isso acontecia somente as vezes e com alunos diversos.
Houve uma vez, (mas eu não estava, pois
estava passando alguns dias na casa de parentes) em que um padre foi encontrado morto na lateral do prédio e não conseguiram dizer do que havia morrido e segundo contam morreu de olhos esbugalhados.