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A ASSOMBRAÇÃO DA ESTRADA

Esta história aconteceu com meu tio no ano


de 1982.

Meu tio Ari que morava em um sítio afastado


de tudo, tinha o costume de ficar até mais
tarde nas mesas de jogo dos bares da cidade
onde, diga-se de passagem, já perdeu muito
dinheiro.

Em uma certa noite, já de madrugada, ele


estava voltando para o sítio montado em seu
cavalo como de costume, quando em uma
parte do caminho onde havia um enorme
desfiladeiro ao lado da estrada, o cavalo
empacou e mesmo com chicotadas e
esporadas o bicho não se mexia, parecia
petrificado.

Foi quando ele pôde sentir que atrás dele,


aparentemente montado na garupa do cavalo,
havia alguém ou alguma coisa.
Sua espinha se arrepiou neste momento,
sendo que ele podia sentir até mesmo o frio
da respiração daquilo que estava ali com ele
em suas costas.
Sem coragem de descer do cavalo e nem de
olhar para trás, ele gritou o nome de sua Santa
de devoção - Nossa Senhora do Monte Serrat.
Nesse momento ele sentiu um solavanco no
cavalo todo, como se alguém tivesse saltado
de cima do animal, e logo em seguida ouviu
um grito grave e atormentador de alguma
coisa que se precipitava no desfiladeiro em
meio à escuridão.

Ao mesmo tempo o cavalo disparou a todo


galope quase derrubando meu tio pela estrada,
e só parando quando chegou na porteira do
sítio, morrendo de medo assim como meu tio.
Depois desta noite ele nunca mais ficou até
altas horas na cidade e sempre rezava a sua
santa agradecendo pela sua proteção naquela
madrugada assustadora.
Nunca saberemos quando as visitas do além
poderão chegar até nós, e de que forma.
Porisso temos que estar sempre alertas!
O APARTAMENTO DO MEDO
De 1978 a 1982 morei em um apartamento
em Santo Amaro, bairro aqui da cidade de
São Paulo.Era em um conjunto de prédios
próximo à Avenida das Nações Unidas.Não
vou dar o endereço completo, apenas seu
número, apartamento 22.

O apartamento era enorme, do tipo que não se


constrói mais em bairros como Santo Amaro,
de três quartos, e muito antigo já naquela
época.

Engraçado que no primeiro ano não reparei


em nada estranho, até que ganhei de natal um
brinquedo chamado Pega-Pega Troll.Os mais
antigos conhecem, mas para resumir,era mais
ou menos igual a um Autorama, onde o
objetivo era um carrinho perseguir o outro.
Brincamos muito, eu e minha irmã e fomos
dormir, e o brinquedo ficou montado no outro
quarto, que era uma espécie de dispensa.

Durante a noite minha irmã e eu começamos


a ouvir um barulho alto e irritante. Ouvimos
um pouco mais e percebemos que era o
brinquedo, funcionando sozinho! Dava para
ouvir sem medo de errar os carrinhos
correndo e se batendo...

Assim que levantamos da cama o barulho


parou. Fomos olhar e todo o brinquedo estava
na mesma posição que deixamos. Depois
disso, passou a ser comum ouvir a televisão
se ligar sozinha durante a noite. (televisões
antigas, logicamente sem recursos como
timer).

Uma noite eu estava assistindo "O Grande


Ditador". Desliguei a TV e fui dormir antes
do final do filme, porém pude ouvir todo
aquele discurso final de Chaplin da minha
cama. Reparei que não podia deixar um filme
pela metade, pois a TV sempre se ligava
sozinha nestes casos.

Diversas vezes a maçaneta da porta de


entrada se movia violentamente. Impossível
que houvesse alguém do lado de fora, pois
seria fácil ouvir passos na escada, que era
muito próxima da porta.

Eu e minha irmã somos bem alérgicos, e na


época cada um usava um tipo de
descongestionante nasal, que ficava ao lado
da cama. Certa manhã acordei com o remédio
dela ao meu lado. Quando fui falar alguma
coisa, ela me disse: -Kleber, o que seu
remédio está fazendo comigo? Quando
tomamos pé do ocorrido, imediatamente
encerramos o assunto.

Depois que nos mudamos tive vários


pesadelos em que havia voltado a morar lá.
Nunca soube o que acontecia naquele lugar.
O COLÉGIO ASSOMBRADO

Estudei em um colégio de padres, onde


aconteciam as coisas mais esquisitas que se
possa imaginar.

O gabinete do colégio era um deles. Onde os


livros caiam das estantes sozinhos. Mas os
padres não gostavam que comentássemos
nada. Também havia o vestiário em que os
chuveiros ligavam sozinhos. Ouvíamos
batidas nos armários de ferro do vestiário.
Levávamos grandes sustos por lá.

Pelos corredores mal iluminados e


principalmente nos andares superiores, as
vezes, nós alunos, víamos o fantasma de
pessoas vestidas de padres andando solitárias
pelos corredores.
Eu vi uma cena destas somente uma única
vez, em uma noite de tempestade muito forte,
acabou faltando luz no colégio que era tipo
internato e eu e um de nossos amigos de
classe pegamos uma vela e ela estava apoiada
em uma espécie de pires e tinha uma caixinha
de fósforos e fomos para o alojamento num
dos andares superiores. Trovejava muito
nesse momento e quando estávamos andando
por um dos corredores compridos do solitário
colégio, vimos um padre vindo em nossa
direção. E meu amigo perguntou ao padre se
queria que pegasse um vela para ele e quando
chegamos perto do padre, o padre falou para
nós que não precisava e soprou nossa vela,
deixando a gente em total escuridão. Ficamos
ali parados no meio do corredor e logo em
seguida eu tateei o pires com a vela e peguei a
caixa de fósforos e risquei e o fósforo clareou
momentaneamente o corredor sombrio e nós
pudemos ver que não havia ninguém ali perto
e não poderia ter se escondido ninguém
também em nenhum lugar, uma vez que na
posição em que nos encontrávamos do
corredor, que era mais ou menos no meio, só
havia uma porta bem no final do grande
corredor, tanto de um lado como do outro.

Foi um Deus nos acuda e saímos em


disparada pelo corredor e ao atravessarmos a
porta no final dele, esbarramos em um outro
colega que saía de um dos quartos e fomos os
três para o chão e na escuridão e pudemos
notar que ele estava tão assustado quanto a
gente porque também corria do quarto e disse
que alguma coisa ficou pressionando seu
peito e quando conseguiu sair sentiu algo
como puxando levemente o seu braço e
depois a sua perna quase puxando ele para
trás e ele estava em total apavoramento. Ele
ainda estava acabando de relatar isso, quando
ouvimos uma gargalhada no escuro e outra
vez saímos em disparada, mas agora éramos
três apavorados e não apenas dois.

Ao chegarmos na copa onde os padres faziam


as refeições. Nós explicamos o que havia se
passado a um dos padres e ele apenas
aconselhou esquecermos tudo o que ocorreu e
a não ficar falando essas coisas para as
pessoas e que apenas esquecêssemos tudo.
Ficou evidente que ele também já havia
passado e presenciado alguns fatos
sobrenaturais mas não queria dar o braço a
torcer.

Outra vez, estávamos em número de doze


alunos e de repente ouvimos um barulho
como se tivesse alguém muito ofegante perto
da gente e o grande espelho da parede
começou a fazer estalos e ao fixarmos o olhar
no espelho que ia até quase o teto, pudemos
observar que ele começou a trincar
lentamente de uma ponta a outra ao mesmo
tempo que o barulho de alguém ofegante
continuou. Ficamos todos juntos e muito
assustado com tudo aquilo.

Neste colégio também havia nos fundos dele


uma espécie de pátio que acabava em uma
espécie de bosque e estávamos nos fundos do
pátio e era de noite e ficamos encostados nas
janelas dos fundos e de repente pudemos
avistar ao longe, no meio da vegetação um
vulto que caminhava e trazia consigo algo que
brilhava com a pouca luz que havia, na
verdade o colégio era muito mal iluminado,
possuindo luzes fracas e amareladas, dando
um ar triste a tudo. E pudemos ver ao longe
algo que trazia em uma das mãos e era
brilhoso como se fosse a lâmina de uma faca,
mas não chegava a vir em nossa direção.
Parecia mais como uma ameaça, mas não
chegava a vir até nós. Era realmente
apavorante ver aquele vulto por entre as
árvores e arbustos de um lado ao outro e
aquela lâmina brilhando de vez em quando.

As vezes acordávamos no meio da noite como


se houvesse um peso em cima da gente,
fazendo com que a gente quase perdesse o
fôlego e tínhamos que levantar para melhorar
e respirar melhor, mas isso acontecia somente
as vezes e com alunos diversos.

Houve uma vez, (mas eu não estava, pois


estava passando alguns dias na casa de
parentes) em que um padre foi encontrado
morto na lateral do prédio e não conseguiram
dizer do que havia morrido e segundo contam
morreu de olhos esbugalhados.

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