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A LENDA URBANA DO LOBISOMEM

Boa noite Fael, me chamo Pedro tenho 16


anos e moro em Itaobim-MG.
Minha família tem um sítio que fica as
margens do rio Jequitinhonha, o lugar é bem
afastado da cidade e sendo o casarão do sítio
bem antigo com 2 andares, sendo que a parte
de baixo fica a sala, cozinha, quarto, área dos
fundos e banheiro e já a parte de cima ficam 2
quartos, corredor, sala e banheiro.
Em um final de semana fomos para o sítio
minha família e eu, também 2 amigos meus
foram comigo, o Carlos e a Débora, nos
tínhamos entre 13 e 15 anos na época, isso
ocorreu em 2019.
Na sexta feira tudo ocorreu normal, nadamos
no rio, fizemos um churrasco e durante a
noite assistimos alguns filmes de terror que eu
tinha baixado no notebook, então eu
conectava o notebook com o cabo na TV e
assistia pela TV.
No sábado meus pais foram convidados para
uma festa em um sítio que ficava a uns 2 km
do nosso sítio, mas como não conhecíamos
ninguém na festa e provavelmente só estaria
presente o pessoal mais velho, decidimos não
ir e ficar curtindo por ali mesmo.
Então depois do almoço decidimos ir explorar
mais o local, resolvemos adentrar mais a
fundo na mata e depois de andarmos quase
uma hora, encontramos uma cabana
abandonada no meio da mata, o Carlos estava
com muito medo de explorar o lugar, mas a
Débora decidiu que valeria a pena irmos dá
uma olhada e assim fizemos.
Adentramos a cabana e o lugar parecia está
abandonado a anos, era uma cabana pequena
com alguns moveis velhos e quebrados
espalhados por toda a parte, também
encontramos ossadas de animais pelos
cômodos e o que nos deixou mais intrigados
eram correntes que haviam nas paredes, como
se fossem para prender alguém.
Havia um colchão velho no chão e uma nota
de 50 reais parcialmente saindo debaixo dele,
então muito animado eu vi o dinheiro e logo
peguei, então o Carlos levantou o colchão
para vê se havia mais dinheiro e para a nossa
sorte haviam várias outras notas ali embaixo,
pegamos todo o dinheiro que no total deu em
torno de 600 reais.
O dinheiro estava escondido e, com certeza,
pertencia a alguém, mas, como já diz o
ditado, achado não é roubado, pegamos o
dinheiro e demos o fora dali.
Quando estávamos saindo ouvimos a porta da
frente se mexer como se alguém estivesse
chegando, então ficamos imoveis só
escutando ali do quarto, meu amigo Carlos já
estava de olho na janela e eu sabia que ele
sairia por ela a qualquer momento, então
ouvimos alguém colocar alguma coisa na sala
e só estávamos esperando quem quer que
fosse que estivesse ali na sala da cabana sair
para darmos o fora dali, mas acabou que
Carlos desesperou e pulou a janela fazendo
muito barulho, então o barulho na sala logo
cessou como se a pessoa que estivesse ali,
agora estivesse parado escutando o nosso
barulho, mas, não deu outra, também pulamos
a janela e seguimos correndo de volta para
casa sem olhar para trás.
Débora dizia que em um momento ela olhou
para trás e viu na janela do quarto da cabana
uma silhueta de um homem moreno e muito
alto nos olhando com uma cara de muito ódio.
Depois de correr muito, finalmente saímos
daquela floresta.
Quando voltamos para o sítio os meus pais já
haviam ido para a tal festa, então dividimos o
dinheiro e deu 200 reais para cada, ficamos
muito felizes com aquele dinheiro que, com
certeza, teria uma boa serventia para cada um
de nos.
Por volta de 8 da noite jantamos as sobras do
churrasco da tarde e formos assistir filmes de
terror, até que o tempo fechou para chover e
logo a energia elétrica foi embora, isso é
muito comum acontecer na roça, qualquer
chuvinha e a energia cai, então acendemos um
lampião e ficamos nos 3 ali no meu quarto
contando histórias de terror, o Carlos contou
uma história uma lenda urbana que vou contar
aqui com as palavras dele para dar um melhor
intendimento a esse relato e essa lenda urbana
dizia o seguinte.

Era uma noite chuvosa quando um pai e sua


filha voltavam do hospital onde ficaram o dia
inteira na espera que a esposa e mãe estava
internada. Uma grave doença desconhecida
consumia sua vida e os médicos não sabiam
o que fazer.
Como o hospital era longe, eles tinham que
cruzar uma longa estrada escura que cortava
um grande bosque. O som da chuva batendo
no teto do carro , fazia um barulho relaxante
e a garota começou a cochilar.
Repentinamente um grande estrondo fez-se
ouvir. O trovão veio forte e um relâmpago
iluminou a noite. O pai segurou firme o
volante e o carro derrapou na estrada
molhando até bater em um barranco.
Após verificar se sua filha não estava
machucada o homem decidiu sair do carro
para ver os estragos que o veículo havia
sofrido. Os dois pneus dianteiros estavam
furados e uma das rodas amassada.
- Parece que passamos por cima de algo
grande na estada. - disse o homem.
A filha, debruçada na janela, perguntou
receosa:
- Mas você pode consertar pai?
- Não - disse o homem balançando a cabeça.
- Eu só tenho um estepe e vou ter que voltar
a pé até a cidade para encontrar alguém que
possa nos rebocar, não é longe daqui. Você
pode esperar no carro até eu voltar.
Tudo bem. - disse ela . - Mas não demore
muito tempo.
O pai percebeu o medo nos olhos de sua filha
e afirmou que iria o mais rápido possível.
A filha olhou pelo vidro de trás até ver o pai
desaparecer , andando pela estrada no meio
da noite.
Havia passado mais de uma hora e o homem
ainda não tinha retornado. A garota começou
a ficar preocupada, qual seria o motivo de
tanta demora? Será que seu pai não havia
encontrando nenhum reboque? O medo de
ficar naquela estrada escura aumentava cada
vez mais até que ela viu um vulto ao longe,
vindo pela estrada.
Inicialmente ela ficou alegre, pois pensou que
fosse seu pai, porém a alegria inicial foi
virando medo quando ela pode perceber que
era um homem estranho que vinha andando
pela estrada. Agora, mais perto e iluminado
pelos eventuais relâmpagos podia ver que se
tratava de um homem alto, vestindo macacão
e com uma barba em torno do rosto. Notou
que algo grande estava sendo carregado em
sua mão esquerda.
A garota começou a ficar nervosa e
rapidamente trancou todas as portas do
carro, após fazer isto e se sentir mais segura
olhou para fora: o homem havia parado e
olhava fixamente para ela a uma distância
alguns metros.
De repente ele levantou o braço e a menina
soltou um grito horripilante. Seu corpo todo
tremia, as lágrimas invadiram seus olhos e
apavorada viu que na mão esquerda o
homem segurava a cabeça decepada de seu
pai.
Seu coração batia aceleradamente e ela
gritava sem parar. A expressão grotesca deu
seu pai era horrível. A boca estava
entreaberta com a língua de fora e os olhos
estavam todos brancos.
Do lado de fora, colado em sua janela o
homem olhava com raiva para ela. Seus olhos
estavam injetados de sangue e seu rosto era
coberto de cicatrizes. . Por um breve
momento ele ficou sorrindo para ela como se
fosse um louco, então lentamente ele
colocou a mão no bolso e tirou algo e agitou
para que ela visse.
Na sua mão estava as chaves do carro do seu
pai...
Após ouvir essa história eu já estava com um
baita medo, ainda mais pq eu era o mais
novo da turma e como se não bastasse caia
uma tempestade lá fora.
A Débora logo tratou de improvisar um
tabuleiro ouija feito de papelão e nos
desafiou a jogar, não sei onde eu estava com
a cabeça, mas não queria ficar de fora, pois
ouvir dizer que as coisas sobrenaturais
acontecem com quem está de fora
observando.
Então ficamos ali brincando por varios
minutos, meus amigos mexiam o copo
tentando me assustar, mas aquilo já estava
me dando era sono já.

Cansados da brincadeira nos levantamos para


beber água e comer alguma coisa.
Foi quando ouvimos claramente uma espécie
de brinde - de copo batendo em copo - vindo
da sala. Voltamos.
O mais absoluto silêncio havia se instalado.
Depois de alguns segundos começamos a rir e
pensar que a nossa imaginação já estava nos
pregando peça.
Nos três reiniciamos a sessão do tabuleiro
com a pergunta básica: "Têm alguém aí",
"Você é de luz ou da escuridão".
E o copo não se manifestava.
Desistimos da concentração e começamos a
conversar - e então o sobrenatural aconteceu...
Nossa amiga começou a chorar
compulsivamente e a falar coisas desconexas
"...desculpa, desculpa, desculpa...",
"...deixa...", "...não, eu prometo..." - mas o
Carlos e eu, ríamos da situação: "quem ela
pensa que pega com esse show...pensamos..."
De súbito, ouvimos um uivo lá fora e um
assobio característicos dos coqueiros
açoitados pelo vento forte.
As janelas de madeira rangiam com a pressão,
escutamos claramente algo arranhar as janelas
pelo lado de fora e também passos pesados
em torno da casa, a luz do lampião ficou fraca
deixando tudo amarelado e penumbroso - nos
amontoamos no canto da sala, e só a nossa
amiga permanecia sentada à mesa, naquela
lamúria. Então - a janela abriu-se depois do
estalar do ferrolho.
Para nosso total pavor, juro que vimos aquilo,
era um vulto em frente à janela, era uma noite
escura, mas aquela sombra conseguia
enegrecer ainda mais o ambiente.
Só posso definir aquilo como uma criatura
das profundezas do inferno, era um ser negro,
alto com cabeça de cachorro, dentes enormes
e rosnava para nos, parecia uma mistura de
homem com cão, em outras palavras era um
lobisomem.
Ficamos paralisados e sem reação, vimos
nossa amiga parar de soluçar, levantar-se, ir
até a janela, parar por um segundo de frente
aquela coisa e fecha a janela.
O vento cessou de imediato e luz do lampião
ficou forte novamente, levantamos e fomos
ampará-la, pois ela estava cambaleante.
Perguntamos o que ela tinha presenciado e
antes dela fechar os olhos ela disse firme: "ele
quer o dinheiro de volta!".
Abrimos a janela rapidamente e jogamos todo
os 600 reais pela janela, o vento era tão forte
que nos poucos segundos que abrimos a
janela, ele provocou um reboliço na casa.
Assim que atiramos o dinheiro lá fora a luz
voltou poucos minutos depois e a tempestade
diminuiu.
Meus pais só chegaram por volta de 4 da
manhã e só conseguimos dormir quando eles
chegaram.
Naquela manhã acordamos cedo e formos
procurar o dinheiro lá fora, onde havíamos
jogado, mas, não havia nem sinal dele,
encontramos as pegadas e os arranhões nas
janelas provocados pôr o que quer que seja
aquilo que invadiu o sítio naquela noite,
contamos tudo para os meus pais e eles não
disseram nada, mas parece que acreditaram,
pois meia hora depois já estavam arrumando
nossas coisas para irmos embora dali.
Hoje o sítio foi vendido, mas dessas e outras
histórias sobrenaturais que se passaram
naquele lugar, eu acredito que vender o sítio
foi uma boa decisão dos meus pais.
Boa noite

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