anos e moro em Itaobim-MG. Minha família tem um sítio que fica as margens do rio Jequitinhonha, o lugar é bem afastado da cidade e sendo o casarão do sítio bem antigo com 2 andares, sendo que a parte de baixo fica a sala, cozinha, quarto, área dos fundos e banheiro e já a parte de cima ficam 2 quartos, corredor, sala e banheiro. Em um final de semana fomos para o sítio minha família e eu, também 2 amigos meus foram comigo, o Carlos e a Débora, nos tínhamos entre 13 e 15 anos na época, isso ocorreu em 2019. Na sexta feira tudo ocorreu normal, nadamos no rio, fizemos um churrasco e durante a noite assistimos alguns filmes de terror que eu tinha baixado no notebook, então eu conectava o notebook com o cabo na TV e assistia pela TV. No sábado meus pais foram convidados para uma festa em um sítio que ficava a uns 2 km do nosso sítio, mas como não conhecíamos ninguém na festa e provavelmente só estaria presente o pessoal mais velho, decidimos não ir e ficar curtindo por ali mesmo. Então depois do almoço decidimos ir explorar mais o local, resolvemos adentrar mais a fundo na mata e depois de andarmos quase uma hora, encontramos uma cabana abandonada no meio da mata, o Carlos estava com muito medo de explorar o lugar, mas a Débora decidiu que valeria a pena irmos dá uma olhada e assim fizemos. Adentramos a cabana e o lugar parecia está abandonado a anos, era uma cabana pequena com alguns moveis velhos e quebrados espalhados por toda a parte, também encontramos ossadas de animais pelos cômodos e o que nos deixou mais intrigados eram correntes que haviam nas paredes, como se fossem para prender alguém. Havia um colchão velho no chão e uma nota de 50 reais parcialmente saindo debaixo dele, então muito animado eu vi o dinheiro e logo peguei, então o Carlos levantou o colchão para vê se havia mais dinheiro e para a nossa sorte haviam várias outras notas ali embaixo, pegamos todo o dinheiro que no total deu em torno de 600 reais. O dinheiro estava escondido e, com certeza, pertencia a alguém, mas, como já diz o ditado, achado não é roubado, pegamos o dinheiro e demos o fora dali. Quando estávamos saindo ouvimos a porta da frente se mexer como se alguém estivesse chegando, então ficamos imoveis só escutando ali do quarto, meu amigo Carlos já estava de olho na janela e eu sabia que ele sairia por ela a qualquer momento, então ouvimos alguém colocar alguma coisa na sala e só estávamos esperando quem quer que fosse que estivesse ali na sala da cabana sair para darmos o fora dali, mas acabou que Carlos desesperou e pulou a janela fazendo muito barulho, então o barulho na sala logo cessou como se a pessoa que estivesse ali, agora estivesse parado escutando o nosso barulho, mas, não deu outra, também pulamos a janela e seguimos correndo de volta para casa sem olhar para trás. Débora dizia que em um momento ela olhou para trás e viu na janela do quarto da cabana uma silhueta de um homem moreno e muito alto nos olhando com uma cara de muito ódio. Depois de correr muito, finalmente saímos daquela floresta. Quando voltamos para o sítio os meus pais já haviam ido para a tal festa, então dividimos o dinheiro e deu 200 reais para cada, ficamos muito felizes com aquele dinheiro que, com certeza, teria uma boa serventia para cada um de nos. Por volta de 8 da noite jantamos as sobras do churrasco da tarde e formos assistir filmes de terror, até que o tempo fechou para chover e logo a energia elétrica foi embora, isso é muito comum acontecer na roça, qualquer chuvinha e a energia cai, então acendemos um lampião e ficamos nos 3 ali no meu quarto contando histórias de terror, o Carlos contou uma história uma lenda urbana que vou contar aqui com as palavras dele para dar um melhor intendimento a esse relato e essa lenda urbana dizia o seguinte.
Era uma noite chuvosa quando um pai e sua
filha voltavam do hospital onde ficaram o dia inteira na espera que a esposa e mãe estava internada. Uma grave doença desconhecida consumia sua vida e os médicos não sabiam o que fazer. Como o hospital era longe, eles tinham que cruzar uma longa estrada escura que cortava um grande bosque. O som da chuva batendo no teto do carro , fazia um barulho relaxante e a garota começou a cochilar. Repentinamente um grande estrondo fez-se ouvir. O trovão veio forte e um relâmpago iluminou a noite. O pai segurou firme o volante e o carro derrapou na estrada molhando até bater em um barranco. Após verificar se sua filha não estava machucada o homem decidiu sair do carro para ver os estragos que o veículo havia sofrido. Os dois pneus dianteiros estavam furados e uma das rodas amassada. - Parece que passamos por cima de algo grande na estada. - disse o homem. A filha, debruçada na janela, perguntou receosa: - Mas você pode consertar pai? - Não - disse o homem balançando a cabeça. - Eu só tenho um estepe e vou ter que voltar a pé até a cidade para encontrar alguém que possa nos rebocar, não é longe daqui. Você pode esperar no carro até eu voltar. Tudo bem. - disse ela . - Mas não demore muito tempo. O pai percebeu o medo nos olhos de sua filha e afirmou que iria o mais rápido possível. A filha olhou pelo vidro de trás até ver o pai desaparecer , andando pela estrada no meio da noite. Havia passado mais de uma hora e o homem ainda não tinha retornado. A garota começou a ficar preocupada, qual seria o motivo de tanta demora? Será que seu pai não havia encontrando nenhum reboque? O medo de ficar naquela estrada escura aumentava cada vez mais até que ela viu um vulto ao longe, vindo pela estrada. Inicialmente ela ficou alegre, pois pensou que fosse seu pai, porém a alegria inicial foi virando medo quando ela pode perceber que era um homem estranho que vinha andando pela estrada. Agora, mais perto e iluminado pelos eventuais relâmpagos podia ver que se tratava de um homem alto, vestindo macacão e com uma barba em torno do rosto. Notou que algo grande estava sendo carregado em sua mão esquerda. A garota começou a ficar nervosa e rapidamente trancou todas as portas do carro, após fazer isto e se sentir mais segura olhou para fora: o homem havia parado e olhava fixamente para ela a uma distância alguns metros. De repente ele levantou o braço e a menina soltou um grito horripilante. Seu corpo todo tremia, as lágrimas invadiram seus olhos e apavorada viu que na mão esquerda o homem segurava a cabeça decepada de seu pai. Seu coração batia aceleradamente e ela gritava sem parar. A expressão grotesca deu seu pai era horrível. A boca estava entreaberta com a língua de fora e os olhos estavam todos brancos. Do lado de fora, colado em sua janela o homem olhava com raiva para ela. Seus olhos estavam injetados de sangue e seu rosto era coberto de cicatrizes. . Por um breve momento ele ficou sorrindo para ela como se fosse um louco, então lentamente ele colocou a mão no bolso e tirou algo e agitou para que ela visse. Na sua mão estava as chaves do carro do seu pai... Após ouvir essa história eu já estava com um baita medo, ainda mais pq eu era o mais novo da turma e como se não bastasse caia uma tempestade lá fora. A Débora logo tratou de improvisar um tabuleiro ouija feito de papelão e nos desafiou a jogar, não sei onde eu estava com a cabeça, mas não queria ficar de fora, pois ouvir dizer que as coisas sobrenaturais acontecem com quem está de fora observando. Então ficamos ali brincando por varios minutos, meus amigos mexiam o copo tentando me assustar, mas aquilo já estava me dando era sono já.
Cansados da brincadeira nos levantamos para
beber água e comer alguma coisa. Foi quando ouvimos claramente uma espécie de brinde - de copo batendo em copo - vindo da sala. Voltamos. O mais absoluto silêncio havia se instalado. Depois de alguns segundos começamos a rir e pensar que a nossa imaginação já estava nos pregando peça. Nos três reiniciamos a sessão do tabuleiro com a pergunta básica: "Têm alguém aí", "Você é de luz ou da escuridão". E o copo não se manifestava. Desistimos da concentração e começamos a conversar - e então o sobrenatural aconteceu... Nossa amiga começou a chorar compulsivamente e a falar coisas desconexas "...desculpa, desculpa, desculpa...", "...deixa...", "...não, eu prometo..." - mas o Carlos e eu, ríamos da situação: "quem ela pensa que pega com esse show...pensamos..." De súbito, ouvimos um uivo lá fora e um assobio característicos dos coqueiros açoitados pelo vento forte. As janelas de madeira rangiam com a pressão, escutamos claramente algo arranhar as janelas pelo lado de fora e também passos pesados em torno da casa, a luz do lampião ficou fraca deixando tudo amarelado e penumbroso - nos amontoamos no canto da sala, e só a nossa amiga permanecia sentada à mesa, naquela lamúria. Então - a janela abriu-se depois do estalar do ferrolho. Para nosso total pavor, juro que vimos aquilo, era um vulto em frente à janela, era uma noite escura, mas aquela sombra conseguia enegrecer ainda mais o ambiente. Só posso definir aquilo como uma criatura das profundezas do inferno, era um ser negro, alto com cabeça de cachorro, dentes enormes e rosnava para nos, parecia uma mistura de homem com cão, em outras palavras era um lobisomem. Ficamos paralisados e sem reação, vimos nossa amiga parar de soluçar, levantar-se, ir até a janela, parar por um segundo de frente aquela coisa e fecha a janela. O vento cessou de imediato e luz do lampião ficou forte novamente, levantamos e fomos ampará-la, pois ela estava cambaleante. Perguntamos o que ela tinha presenciado e antes dela fechar os olhos ela disse firme: "ele quer o dinheiro de volta!". Abrimos a janela rapidamente e jogamos todo os 600 reais pela janela, o vento era tão forte que nos poucos segundos que abrimos a janela, ele provocou um reboliço na casa. Assim que atiramos o dinheiro lá fora a luz voltou poucos minutos depois e a tempestade diminuiu. Meus pais só chegaram por volta de 4 da manhã e só conseguimos dormir quando eles chegaram. Naquela manhã acordamos cedo e formos procurar o dinheiro lá fora, onde havíamos jogado, mas, não havia nem sinal dele, encontramos as pegadas e os arranhões nas janelas provocados pôr o que quer que seja aquilo que invadiu o sítio naquela noite, contamos tudo para os meus pais e eles não disseram nada, mas parece que acreditaram, pois meia hora depois já estavam arrumando nossas coisas para irmos embora dali. Hoje o sítio foi vendido, mas dessas e outras histórias sobrenaturais que se passaram naquele lugar, eu acredito que vender o sítio foi uma boa decisão dos meus pais. Boa noite