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Título:
Tudo por esse Quarterback
Capa (ilustração):
Juliana Almeida - @julliana.arte
Diagramação:
Esther Carter
Revisão:
M. de Souza
Playlist
Nota da autora
Leia! É importante.
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Epílogo
Espiadinha no próximo lançamento
Agradecimentos
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Para todas aquelas que
já acreditaram em
príncipe encantado.
Capítulo 1
2 anos depois
Hoje é o dia do jogo, estou assistindo ansiosa pelo final. Meu coração dá
um salto sempre que o Theo pega a bola, ainda não entendi por que isso
está acontecendo, acho que é a adrenalina de torcedora.
— Ele é tão gostoso! Tenho de ser a próxima da lista dele! — A garota
ao meu lado fala histérica.
— Até eu quero ser a próxima, amiga, mas é ele quem decide e a fila
está enorme, ele tem muitas opções. — A outra, sentada ao lado da
histérica, diz desanimada.
— Eu sei, mas ele é tão gato que eu o quero mais que qualquer outra!
Ele é o mais gostoso do time.
— Desculpe me intrometer, — sou curiosa demais — mas vocês estão
falando de qual jogador do Bruins?
— Do QB, é claro! — A histérica ergue as sobrancelhas como se fosse
óbvio.
— Ah! É que vários jogadores são gatos.
— Sim, — a outra intervém — no entanto o quarterback é o mais
disputado por todas as mulheres do campus, porque ele não é fácil como os
outros. Além de lindo, fofo e gostoso, ele também é discreto e escolhe a
dedo a próxima mulher que vai levar para ver estrelas.
Ok. Nunca passou pela minha cabeça que Theo seria tão desejado pelas
mulheres do campus.
— E que lista é essa?
— A lista de quem quer sentar nele, amiga! — A histérica quase grita.
— Essa lista acabou surgindo há um tempo, depois que uma das líderes de
torcida confessou ter transado com ele. Ela disse que teve o melhor sexo da
sua vida e que o pau dele é o maior que ela já viu, e o mais potente também
— a garota dá uma risadinha safada.
Estou chocada demais para pronunciar qualquer som.
Como assim, gente?
Elas estão mesmo falando do Theo?
— Só para confirmar, vocês estão falando do Theo Williams? — É uma
pergunta idiota, mas preciso ter certeza.
— Quem mais é o QB, querida? — A outra é irônica.
Eu me ajeito e volto a olhar para o campo procurando pelo número do
quarterback do Bruins, sinto um incômodo em meu estômago ao imaginar
tantas mulheres querendo transar com ele.
Mas é compreensível, tendo em vista que o Theo é lindo, talentoso e
popular. Ele é um quarterback, não me admira ter se rendido a isso e
passado a comer todas as universitárias disponíveis.
Engulo em seco ao lembrar da parte em que falaram sobre o tamanho da
ferramenta dele. Será que é verdade? Eu preciso muito conseguir me
reaproximar dele.
Enfim o jogo acaba, o time venceu com um placar menos apertado dessa
vez. Eu saio do estádio e fico esperando eles saírem do vestiário.
Assim que o vejo meu queixo vai ao chão, só pode ser brincadeira!
Quando é que aquele menino se transformou nesse homem tão lindo e
sexy?
Theo está conversando com o meu irmão e sorrindo, seus cabelos
castanhos cheios estão molhados, ele está usando uma camisa de mangas
compridas que marca bem seu peitoral musculoso, uma calça jeans azul
bem clara e botas marrons.
De repente ficou calor aqui, não é?
Sorrio voluntariamente e vou até ele e Jordan.
— Olá, meninos! — Ambos olham surpresos para mim. — O quê?
Acharam que eu não viria torcer por vocês? Foi um jogo incrível, parabéns!
Ambos agradecem.
— Eu estava pensando em sairmos para comemorar, o que acham?
— Pra mim não dá. Vou indo nessa! — Theo acena se despedindo e vai
embora.
Fico de queixo caído tentando lidar com minha decepção.
— Estamos cansados, Jas. — Meu irmão passa o braço por meus ombros
me abraçando e eu cruzo os braços emburrada. — Além do mais, estamos
quase voltando para casa, temos pouco tempo. Se o ônibus não estivesse tão
lotado de homens eu iria pedir ao sr. Anderson para deixar você vir com a
gente, mas não tem lugar.
Um pensamento passa pela minha cabeça fazendo-me sorrir
discretamente, estou me imaginando no ônibus lotado sentada no colo do
Theo.
— A gente se encontra no campus essa semana — ele me dá um beijo
carinhoso na bochecha e sai.
Por que estou pensando em sentar no colo do Theo?
Que loucura!
Preciso ir embora e tomar um banho demorado para afastar tais
pensamentos esquisitos.
Capítulo 6
Que droga!
Deixo meu corpo cair na cama após Theo fechar a porta.
Em que confusão eu fui me meter na noite passada!
Tudo porque eu queria parar de pensar nele e em como seu corpo mexeu
comigo. Decidi sair para encontrar algum cara que me fizesse tirar o Theo
da cabeça.
Fui para aquela boate e em pouco tempo aquele homem se aproximou,
gostei dele por ser bonito, educado e estar bem vestido, mas o canalha
colocou alguma coisa na bebida que levou para mim.
Ainda bem que percebi a tempo e pedi ajuda. Fui para o banheiro e
liguei para o meu irmão, só que o bendito não atendeu, devia estar ocupado
com alguma mulher. Minha única alternativa era ligar para o Theo, sorte a
minha que ele não trocou o número de telefone.
Eu não sabia que nossa relação podia piorar. Agora ele acha que eu só
lembro dele quando preciso usar alguém e mesmo que tudo dê a entender
isso, não é verdade. Não mais.
Ele foi incrível deixando tudo pago, pedindo café da manhã, segurando
meu cabelo e me salvando na noite passada. Ser meu herói não ajuda a tirá-
lo da minha cabeça, só me faz querer estar com ele mais do que antes.
Como posso consertar as coisas com ele?
Eu preciso encontrar uma forma de me aproximar e fazê-lo entender
que, apesar do meu histórico ruim, eu não tenho a intenção de usá-lo, eu só
quero passar um tempo ao lado dele, conversar, vê-lo sorrir pra mim como
fazia anos atrás.
Ainda não sei direito o que estou sentindo por ele, só sei que reencontrá-
lo foi diferente, que ele mexe com minha cabeça, meu coração e meu corpo.
Eu não consigo parar de pensar nele e desejar estar com ele, o que me
faz chegar à conclusão de que estou ferrada, totalmente ferrada.
Capítulo 8
— Não comente sobre a festa, por favor! — Mal humorada eu peço para
a Miss Simpatia que se aproxima de mim ao me ver no intervalo.
— Tudo bem. Só queria dizer que acho melhor você dar um tempo para
o Theo.
— Um tempo? Tempo pra quê?
— Para ele aceitar conversar com você.
Balanço a cabeça em sinal de que não concordo.
— Ser muito insistente acaba ficando chato. Tem certeza que tudo o que
quer é a amizade dele de volta? Só a amizade?
— E isso importa? Quer saber? Foi um erro ter desabafado com você.
— Que ingrata! Eu tentei te ajudar! — Diz a ofendida.
— Obrigada, não deu certo, vou agir por minha conta.
Eu me afasto sem acreditar que ela sugeriu eu continuar afastada do
Theo! Como se isso fosse possível. Eu não consigo e uma das razões é ele
não sair da minha cabeça, por isso vou continuar tentando.
Não desisto do que quero.
E é assim que continuo na minha luta para o Theo aceitar conversar
comigo. Recebo mais dois “nãos” em apenas uma semana.
É hora de apelar para o Jordan, não tem outro jeito. Ele precisa me
ajudar de alguma forma. Os dois são melhores amigos, o Theo confia nele,
ouve o que ele diz, se meu irmão pedir para ele falar comigo ele vai pensar
e acabar concordando.
Meu desafio agora é convencer o Jordan. Já posso imaginar os palavrões
que irão sair de sua boca, ele não vai ceder fácil, mas posso ser persistente.
Capítulo 9
“Oi, Theo. Caso não tenha meu número salvo, é a Jasmine. Como você
é impossível de encontrar no campus decidi enviar essa mensagem para ver
se podemos nos encontrar de vez em quando para conversar um pouco. Sei
que ainda não somos amigos, mas eu gostaria de voltar a ser sua amiga, e
para isso precisamos voltar a conhecer um pouco do outro. Se você
concordar podemos nos encontrar antes da aula para um café, ou quem
sabe mais tarde. Vou ficar esperando sua resposta.”
Péssima ideia essa que eu tive de vir tomar café no campus hoje! É
óbvio que eu não encontraria o Theo, mas quis reviver o breve momento de
ontem.
Foi tão bom estar com ele!
E eu quero mais, muito mais.
Não sou de medir esforços quando quero algo e eu quero ser próxima do
Theo outra vez, quero poder conversar por horas com ele sem faltar
assunto, poder abraçá-lo em todo momento que der vontade, e fazê-lo rir, só
para me deliciar com seu sorriso perfeito.
Um Golden boy nunca fez meu tipo, mas parece que esse fato acabou de
mudar.
Espero a noite chegar e envio uma mensagem para ele sugerindo
tomarmos o café da manhã todos os dias no campus.
Começo a roer a unha do meu polegar direito de tanta ansiedade ao
esperar a resposta dele.
Espero e nada.
5 minutos.
10 minutos.
30 minutos.
Decido ir dormir, desanimada por ter ficado sem uma resposta.
O dia começa agitado, tomo um banho e me visto. Como não estou com
muita vontade de cozinhar como um cereal com leite, pego minha mochila,
meu celular e vou para o campus.
A caminho da sala da minha primeira aula a Miss Simpatia surge me
cumprimentando.
— Você sempre se veste fashion assim? — Ela abaixa a mão e a ergue
apontando para o meu visual.
— Gosto de me sentir bonita.
— Autoestima é essencial. Podíamos almoçar juntas hoje, se quiser,
pode me ensinar alguns truques de moda.
— É uma boa ideia.
Combinamos o almoço e vou para minha aula. Ao me sentar pego o
celular para ver se tem novas mensagens e o maior sorriso que tenho se
forma em minha face.
“Valeu 😉”.
O início das minhas manhãs tem sido bem melhor depois que comecei a
tomar o café da manhã com a Jasmine, pena que passa tão rápido.
Hoje mal nos sentamos já estava na hora de eu vir para a primeira aula,
que é a pior do dia de hoje.
O professor caminha no corredor entregando as provas e quando a
minha chega eu quase surto.
— Sr. Jones, tem certeza de que minha nota está correta? — Ergo a
prova para ele conferir, não pode estar certo.
— Tenho certeza absoluta, Sr. Williams. Você deve estar acostumado a
ser tratado diferente por outros professores que bajulam atletas, eu não faço
isso, então é bom estudar de verdade para as minhas provas e trabalhos.
— Mas eu estudei — estou praticamente desesperado. — E estudei
muito. Eu não sou bajulado por ninguém, minhas notas são resultado do
meu esforço.
— Posso ver o tamanho do seu esforço — ele dá um sorriso zombeteiro
mudando o olhar para minha prova e depois para mim.
Eu me levanto irritado, e apressado vou saindo da sala.
— Se sair levará falta, Sr. Williams! — Seu tom é de advertência.
Não me importo e saio assim mesmo, estou inconformado com o 4
escrito em minha prova. Eu nunca tirei uma nota tão ruim.
Como fui tirar só 4 pontos em uma prova valendo 10?
Vou para o último andar me isolar na ampla sala. Sento no chão atrás de
um sofá, onde apoio as costas e a cabeça.
Eu não posso ter errado tanto nessa prova. Vou corrigir cada questão.
Ergo a mão com a prova e a decepção me invade com um misto de
tristeza e fracasso. Expiro fundo para me recuperar.
Retiro meu celular da mochila, não quero ficar sozinho, mas ao mesmo
tempo não posso tirar ninguém da aula. Então só para desabafar envio uma
mensagem para a Jasmine:
“Estou mal. Tirei uma péssima nota em uma prova, o pior é que estudei
muito, não era para ter me saído tão horrível.”
“Você não é menos inteligente e admirável porque tirou uma nota ruim,
isso acontece. Esse professor está dando aula ou vai corrigir a prova?”
— Não acredito que você fez isso! — Sua cabeça balança em descrédito
após eu ter contado sobre o domingo em que ajudei a Jasmine a faxinar seu
apartamento.
— Era o mínimo que eu podia fazer depois de tudo o que ela tem feito
para me ajudar. — Paro em frente à porta da sala da próxima aula dela.
— E o que ela tem feito, fora te embebedar? — Arqueia uma
sobrancelha.
— Eu já disse que fui eu quem quis beber, para de falar isso!
— Está bem. Não vou falar. Boa aula para você! — Audrey se despede
beijando meu rosto.
— Obrigado, para você também.
Sigo apressado para minha aula.
Na manhã seguinte, assim que Jasmine e eu nos aproximamos de uma
mesa, para tomar o nosso café de todo dia, Audrey surge nos
cumprimentando.
— Posso tomar café com vocês? Para que vou tomá-lo sozinha se meu
melhor amigo está aqui e minha nova amiga?
— Fique à vontade! — Eu puxo uma cadeira para ela se sentar ao meu
lado.
— Vou fazer o meu pedido e já volto.
Jasmine dá um leve sorriso sem mostrar os dentes e ergue as
sobrancelhas.
— Sendo acompanhado por duas mulheres bonitas, hein QB? Não vai
ficar se achando!
— Tenho bons motivos para ficar, não acha? — Provoco.
— Claro! Afinal há uma lista enorme rolando pela universidade cheia de
nomes de mulheres dispostas a terem uma chance com você.
Disparo a rir, pois já ouvi falarem da tal lista.
— O que é engraçado? — Audrey se junta a nós.
— É que o Theo estava se gabando por ter uma lista de mulheres que
pode escolher.
Balanço a cabeça negando para Audrey.
E a partir desse dia Audrey começou a chegar mais cedo para tomar o
café da manhã com a gente todos os dias.
Na quinta à noite a Jasmine me enviou uma mensagem avisando que não
daria para tomar o café da manhã comigo, pois chegaria para a segunda
aula.
Três dias.
Três solitários dias em que me recuso a tomar o café da manhã em casa e
venho aqui para o campus sofrer, descobri que sou dessas que gostam de se
torturar.
Por que me diz se não é tortura vir aqui sabendo que o Theo não virá?
Mas mesmo sabendo eu venho, na esperança de que ele surja com seu
sorriso e sua covinha forte na bochecha, ou mesmo só passe por aqui para
eu vê-lo e diminuir a saudade que sinto.
Eu posso ir até a casa dele com a desculpa de ver o Jordan, posso enviar
mensagem também, mas estou me segurando para respeitar seu espaço e dar
o tempo que ele precisa.
Bem que esse tempo poderia ser menor!
A Miss Simpatia é outra que desapareceu.
Depois que o Theo foi embora eu enviei uma mensagem para ela
perguntando o motivo de ter contado a ele nossa conversa sobre eu pedir
desculpas. Não que ela tenha sido errada em contar, afinal não era segredo,
o problema é que tenho um histórico ruim com ele e sei muito bem o que
ele pensou de mim.
A mensagem não deu em nada, até hoje ela não respondeu.
Tudo bem, vou seguindo minha vida, conversando com meus colegas de
sala e com meu irmão às vezes, já que ele também é bastante ocupado e
quase nunca está livre.
Durante minha última aula fico sabendo que o treino dos meninos hoje
será aberto, a maioria das mulheres está eufórica, inclusive eu, nada vai me
impedir de ir ao estádio do campus assistir a esse treino.
A aula termina e eu sigo juntamente com um bando de mulheres
histéricas.
Ao entrar no estádio os rapazes já estão em ação no campo, corro os
olhos pelas arquibancadas e, não muito longe, reconheço alguém.
Vou até ela e me sento ao seu lado, Audrey permanece imóvel.
— Posso, pelo menos, saber o que foi que eu fiz para você ficar com
raiva de mim? — Não olho para ela.
Sem resposta.
— Se eu falei alguma coisa te incentivando a ter coragem e esperança de
ficar com o Theo eu peço desculpa. Mesmo que seja sobre outro assunto, o
que quer que eu tenha falado para te magoar, minhas sinceras desculpas. —
Eu me viro para ela esperando alguma reação.
Sei que ela deve estar triste pelo que andam falando dela na
universidade. Eu fiquei sabendo que ela tentou beijar o Theo e ele recusou.
— Ele só não gosta de mim dessa forma — finalmente ela fala e seus
olhos entristecidos encontram os meus. — Eu sabia, sempre soube, mas
acabei tomando a decisão de tentar beijá-lo, porque nós dois sempre nos
demos tão bem que poderíamos dar certo juntos.
— Ele se afastou de você depois disso?
— Não — seus lábios esboçam um sorriso. — Ele é tão incrível que
continua me tratando como se o sábado não tivesse existido.
Volto minha atenção para o campo, refletindo sobre o que Audrey falou
e percebo que, no fim, ela não disse nada que explicasse sua distância em
relação a mim. Decido não tocar mais no assunto.
Meu foco está no campo, mais precisamente no camisa 12. Fico
observando seus movimentos, seus passes, sua forma determinada de jogar.
E em questão de segundos outro jogador tenta derrubá-lo, os dois se
chocam e ele cai.
— Theo! — Eu me levanto sentindo o coração batendo na garganta de
tanta preocupação.
Observo ele deitado tocando o pé. Ele se machucou.
Desço a arquibancada correndo e entro no campo. Ignorando os
protestos de pessoas do time eu atravesso o campo e me ajoelho ao lado de
seu corpo:
— Theo!
Ele me encara de olhos arregalados, sei que não esperava me ver no
campo. Eu tiro seu capacete.
— Jasmine! — Alguém me repreende. Olho para cima para encontrar
meu irmão tirando seu capacete e me observando com reprovação. — Você
não deveria estar aqui.
— O Theo se machucou, vim ver se ele está bem— volto a fitar seu
rosto.
Ele se senta resmungando de dor.
— Hey, garota! Não pode ficar no campo! — Um homem se aproxima e
segura em meu braço.
— Não encoste em mim! — Puxo o braço com raiva. — Ninguém me
tira desse campo até eu ter certeza de que meu amigo está bem!
Ignoro todos para prestar atenção no Theo.
— O que você está sentindo?
— Não sabia que era médica — ri zombando de mim.
— Pelo jeito não foi tão grave, consegue até fazer piadinha.
— Meu tornozelo está doendo.
O médico do time se aproxima para examinar o pé dele e um de seus
movimentos faz o Theo reclamar de dor.
— Cuidado aí, doutor! Não está vendo que está doendo? — Sei que
corro o risco de levar uma bronca, mas não aguento ficar calada vendo meu
amigo sentindo dor.
— Você acha que consegue andar até o vestiário? — O médico pergunta
para ele.
— Acho que sim.
O médico e Jordan o ajudam a se levantar e vão o apoiando a caminho
do vestiário. Eu vou logo atrás deles.
Ao chegar, sou impedida de entrar.
Ok, eu entendo.
Vestiário masculino.
Vou ficar aqui esperando por notícias.
Minutos depois, os quais pareceram uma eternidade, sai o médico, meu
irmão e Theo, apoiado naquele, ambos com os cabelos molhados e usando
suas roupas normais.
Eu poderia ter dado banho nele, com o maior prazer.
Pensar nisso me faz sentir o rosto pegar fogo.
Para com isso, Jasmine! Ele está machucado!
Volto à realidade e questiono os dois sobre o que o médico disse:
— Foi só uma entorse — Theo quem responde.
— Só uma entorse? — Meu irmão olha inconformado para o amigo. —
Mano, você vai ficar, no mínimo, sete dias sem treinar. Sorte a nossa que
não tem jogo por esses dias!
— Você não pode forçar o pé. Vai ficar de repouso? — Estou
preocupada. Ele tem que se cuidar.
— Mais ou menos. Não posso faltar tantos dias assim.
— Você está brincando, não é? — Jordan o encara bravo. — O médico
disse repouso, e quanto menos forçar o pé mais rápido vai se recuperar.
— Posso andar de muletas.
— Em casa, quando não tiver ninguém lá para te ajudar e você precisar
mijar ou comer.
Entorto a boca para o lado detestando o modo como os homens falam de
algumas coisas às vezes.
— Se o médico pediu repouso você tem de respeitar!
Jordan o ajuda a se sentar.
— Vou buscar as muletas e o atestado que o médico disse que iria
providenciar. Você fica de olho para ele não se levantar?
— Claro! — Sorrio para meu irmão e vejo Theo cruzando os braços em
reprovação.
Espero Jordan sumir para voltar a conversar com o Theo.
— Como você está?
— Bem, logo me recupero.
— Sei que quer ficar afastado de mim, mas se você deixar eu posso
cuidar de você. Acho que poderia ficar melhor lá no meu apartamento,
deixo café da manhã pronto e comida para você almoçar. Você pode passar
o dia todo com o pé para cima, de repouso, vendo TV, dormindo ou
jogando. Eu peço o Playstation do Jordan.
Theo dá um sorrisinho de lado acentuando a covinha, eu tenho de me
sentar ao seu lado para não me derreter toda em pé.
— Obrigado, mas prefiro ficar lá em casa.
— Theo, você precisa respeitar o tempo de repouso. Tenho certeza de
que os professores darão um jeito para você não perder matéria nem pontos.
— Por que se preocupa tanto comigo? Você invadiu o campo quando me
machuquei — fica sério.
— Porque você é importante demais pra mim. — Revelo do fundo do
meu coração.
Meu irmão volta segurando muletas. Eu me levanto:
— Vocês vão cuidar bem dele lá?
— Fica fria, Jas! — Ele beija meu rosto para me tranquilizar.
Eu os acompanho até entrarem no carro e só depois vou para minha
casa.
Capítulo 18
“Que surpresa?”
— Será que tem lugar para mim junto das duas mulheres mais bonitas
desse campus?
Ambas olham para mim abrindo sorrisos que iluminam seus rostos ao
me verem.
— Você voltou! — Audrey é a primeira a me abraçar. — Eu senti tanto a
sua falta! — Ela segura meu rosto em suas mãos. — Você está proibido de
se machucar assim de novo.
— Vou tentar.
Então Jasmine se aproxima passando os braços em volta do meu
pescoço, me envolvendo com seu perfume e o calor do seu corpo.
— Estou feliz por você estar de volta — sussurra em meu ouvido me
fazendo arrepiar, e se afasta. — Que tal fazer o seu pedido e juntar-se a nós?
Faço o que ela pediu e fico ouvindo as duas contarem as novidades.
Audrey me ligou todas as noites e a Jasmine me mandou mensagens. É bom
estar com elas de novo.
Acompanho a Audrey até a sala de sua primeira aula, como tenho feito
esses anos e a noto mais calada hoje.
— Por que está tão calada hoje?
Ela para e vira-se de frente para mim:
— Você ainda acha que podemos ser apenas amigos ou devemos tentar
ser algo mais? Se não der certo continuamos amigos.
Passo uma mão por meus cabelos expirando.
— Eu não acho uma boa ideia. Não quero te magoar, mas tentar algo
mais não parece bom.
— Tudo bem — toca meu rosto suavemente, dá um leve sorriso e vai
para a sala de aula.
Eu espero não estar tomando a decisão errada.
“Eu posso ir, não tenho compromisso nenhum amanhã. Faço isso por
você.”
“Não precisa, seria muito desgastante. Você teria de pegar ônibus e ...
Deixa pra lá. Fique torcendo por nós daqui mesmo.”
“Está acontecendo alguma coisa? Com alguém do time? Algo que está
afetando a todos?”
Ah, não!
Eles devem estar arrasados.
Preciso fazer alguma coisa.
Horas mais tarde, estou sentada e me levanto com um sorriso assim que
eles chegam, todos encurvados, tristes, é de dar dó.
— Olá rapazes!
Os quatro me encaram surpresos.
— O que está fazendo aqui, Jas? — Meu irmão vem até mim.
— Vim tentar animar vocês. — Eu o abraço.
Chase que é sempre animado e não perde a chance de falar qualquer
cantada boba passa cabisbaixo e destranca a porta. Phil entra logo atrás e
Theo para perto de mim. Seu olhar triste parte meu coração, então o abraço.
Eu entro acompanhada do Theo e do Jordan.
— Ah, não gente! — Falo para os quatro ouvirem. — Eu sei que o jogo
foi ruim, que vocês perderam, mas não é o fim do mundo! A vida não é só
ganhar, a gente perde também e tem de saber lidar com isso. Vocês são
jogadores incríveis, muito talentosos e se esforçam pra caramba para serem
os melhores, não têm nada do que se envergonharem!
Eles prestam atenção em mim.
— Não está tudo perdido. Vocês têm outro jogo no sábado, é a chance de
vencerem de novo. Amanhã será outro dia e durante a semana vocês vão
poder treinar e dar tudo de vocês. Hoje, só aceitem que perderam, que isso
acontece, que vocês são humanos. Vamos fazer alguma coisa e levantar esse
astral de vocês!
— É isso aí, gatinha! — Chase vem até mim me abraçando e me tirando
do chão.
— Eu pedi pizza, logo estará chegando. Vamos comer “porcaria” essa
noite e amanhã vocês voltam para sua alimentação super saudável.
Alguns sorrisos surgem e eu me sinto contente por isso.
Phil liga o Playstation e nos acomodamos na sala para jogar, Theo senta
do meu lado e nossas coxas se encostam uma na outra. Respiro fundo para
conter o calor que sobe pelo meu corpo.
A noite fica melhor depois que eles começam a jogar. As pizzas que
comprei vão embora em minutos juntamente com os refrigerantes, atletas
comem um absurdo!
Noto que meu irmão ainda está triste, então me levanto, pego em sua
mão e peço para conversarmos um pouco. Ele me conduz para seu quarto.
— O que está acontecendo, maninho? Tem mais alguma coisa que está
te deixando triste além do jogo de hoje?
— Um dos jogadores do time teve de se afastar, ele está doente,
descobriu um tumor no pulmão e precisa se dedicar ao tratamento. Ele nos
contou ontem, logo após a consulta.
— Nossa, que triste! — Acaricio seus cabelos.
— E ele faz falta no time, é um cara super divertido que faz todo mundo
rir, se dá bem com todos e joga muito. Ele é tão novo para ter uma doença
assim — seus olhos ficam marejados.
— Não fique assim! — Eu o abraço. — Ele vai ficar bem, você vai ver.
Tem muitas pessoas que fazem o tratamento e ficam livres do tumor. Ele vai
ser uma dessas pessoas e depois vai poder voltar a jogar, só vai adiar um
pouquinho a carreira dele.
Fico triste pelo rapaz, deve ser desesperador saber que está com uma
doença tão grave. É um momento muito doloroso para ele e para toda a
família.
Passo mais um tempo com o Jordan tentando consolá-lo. Ele é sensível
como nosso pai, dá para ver o quanto está afetado pelo que houve com o
amigo.
Decido ir embora antes que fique tarde demais, ele se oferece para me
levar, mas recuso pedindo para ele descansar e dizendo que vou pedir ao
Theo.
Eu me despeço de todos e em questão de minutos Theo estaciona o carro
em frente ao prédio onde moro.
— Jordan me contou sobre o amigo de vocês. — Eu me viro para ele e
começo a acariciar seus cabelos. — Com certeza isso afetou todo o time,
vocês não têm culpa da derrota de hoje.
— É triste demais.
— Eu entendo. Quero te beijar para te ajudar a se sentir melhor, mas não
sei se você quer isso nesse momento. Caso queira podemos subir, porque
não dá para ficarmos nos beijando aqui no carro, na rua. Quer que eu suba
sozinha ou vem comigo?
— Vou com você — abre um leve sorriso.
Como ele escolheu nós subimos, e no meu apartamento seguro sua mão
e o levo até o sofá, sento ao seu lado e acaricio seu rosto levemente com as
costas dos meus dedos.
Ele fecha os olhos com o carinho, eu aproveito para unir nossos lábios
transmitindo através desse beijo tudo o que sinto por ele, o conforto que ele
precisa, a alegria suficiente para minar sua tristeza.
Nosso beijo dura o máximo de tempo que conseguimos, paramos por
instantes até recuperarmos o fôlego e Theo volta a me beijar, mais intenso,
esfomeado, ardente, de um jeito que incendeia todo meu corpo causando
um incomodo entre minhas pernas.
Aperto uma coxa na outra para tentar aliviar a pulsação crescente no
centro da minha intimidade. Deslizo as mãos pelo pescoço dele afundando
meus dedos em seus cabelos, ele solta um gemido baixo me fazendo
intensificar ainda mais o beijo.
Estou vestindo um cropped branco, calça legging e um blusão, o que
facilita para as mãos do Theo deixarem minhas costas e passarem para
dentro do blusão tocando a pele da minha cintura. Gememos juntos com o
contato de suas mãos diretamente em minha pele.
Vou acabar entrando em combustão de tanto calor. Não aguento e sento
em suas pernas sem parar de beijá-lo, fico com uma perna de cada lado e
não seguro o gemido ao sentir seu membro duro contra mim.
Estou ardendo de desejo por esse homem e preciso tê-lo.
Vou beijando seu rosto, traçando um caminho até sua orelha, onde
mordo o lóbulo de leve. Suas mãos seguram meu quadril apertando-me
ainda mais contra sua ereção e o som de seu gemido me deixa louca.
Começo a distribuir beijos molhados por seu pescoço e ergo meu rosto
deparando-me com suas pupilas dilatadas pelo desejo, a boca entreaberta
por causa da respiração ofegante e uma expressão muito sexy.
Avanço para beijá-lo outra vez e não consigo chegar até sua boca, mãos
fortes me seguram pelos ombros.
— Não faz isso, Theo! — É praticamente uma súplica que faço levando
minhas mãos ao seu rosto. — Não pare agora!
— Era pra ser só um beijo — sua voz sai rouca.
— Eu sei, mas um beijo levou a outro e outro, até que as coisas
esquentaram muito.
— Tenho de ir embora — sorri.
— Não tem não — retiro alguns fios que caíram sobre seu rosto e
mergulho meus dedos nos cabelos macios. — Fica aqui hoje?
— É tentador, mas preciso mesmo ir, tenho de ficar em casa com meus
amigos, é um apoiando o outro.
— Entendo, mas acho que está querendo fugir para esconder um pau
pequeno, só pode ser isso — eu o provoco e ele ri.
— Pode sair de cima de mim para eu ir? — Seu sorriso é divertido.
Balanço a cabeça em negação.
Ele segura meu quadril e se levanta comigo colocando-me no chão.
— Obrigado pelo que fez por nós hoje para nos animar — seu polegar
afaga minha bochecha. — E meu pau não é pequeno.
— Então prova!
— Boa tentativa, porém não vai funcionar — a covinha aparece e ele
beija minha bochecha. — Você é demais, Jas.
Theo se aproxima outra vez, beija minha testa e se afasta, dá um último
sorriso antes de sair e fecha a porta.
Eu abraço meu corpo e me sento no sofá já sentindo falta do seu calor,
do seu cheiro, da sua presença.
Começo a recordar dos momentos que acabei de viver com ele.
Como o Theo pode ser tão forte e resistir a mim sentada nele o beijando
daquele jeito?
Capítulo 24
Não sei quanto tempo faz que estou calada observando cada pintinha do
seu rosto, cada vez que suas covinhas aparecem em dobro quando ele abre
um sorriso largo, sendo a minha favorita a da bochecha direita, por ser mais
marcada.
Observo o movimento de seus lábios enquanto fala com a Audrey, o
brilho em suas íris castanhas quando muda seu olhar para mim, o jeito que
passa a mão pelos cabelos ajeitando os fios que às vezes caem para frente.
Suspiro com a beleza desse homem que faz meu coração acelerar como
nenhum outro foi capaz de fazer.
Mordo meu lábio inferior me contendo para não levantar dessa cadeira e
ir até ele, sentar no seu colo e beijá-lo até perdermos o fôlego, como
fizemos em meu apartamento no sábado.
Será que o Theo tem ideia do quanto é lindo e atraente? Sem esquecer de
acrescentar o quanto ele é fofo também.
Acho que eu poderia ficar horas assim, só o admirando e reparando em
cada detalhe desse homem maravilhoso.
— Ah, desculpa! Não dá mais! — Ele diz meio inconformado batendo
na mesa e se levanta olhando diretamente para mim.
Sua mão segura a minha me fazendo levantar, mal tenho tempo de
raciocinar quando sua outra mão se coloca na lateral do meu pescoço e sinto
sua boca tomar a minha em um beijo ansioso.
Meu corpo todo amolece e preciso ser forte para não cair aqui na frente
de todos que estão tomando seu café da manhã. Como é que minhas pernas
ganharam essa consistência mole?
Jogo meus braços ao redor de seu pescoço para segurar nele caso minhas
pernas falhem e aproveito esse momento, o beijo intenso e cheio de carinho.
Só quando Theo se afasta, com os olhos brilhantes fixos em mim, é que
me lembro de onde estamos e acho que ele percebe minha confusão, pois
sorri.
— Não deu para me segurar, você estava me olhando o tempo todo.
— Tudo bem. Vou ficar te encarando mais vezes então.
Ele ri jogando a cabeça para trás e se afasta para pegar sua mochila. Dá
um “tchau” rápido para a Audrey e para mim, depois se distancia.
Vagarosamente eu me sento onde estava, minhas pernas ainda não se
recuperaram totalmente.
— Parabéns! — Ouço Audrey e me viro para ela. Pela primeira vez seu
rosto não combina em nada com a Miss Simpatia. — Você conseguiu
chamar a atenção de todos e receber o que 99% das mulheres aqui desejam
tanto: um beijo dele.
Ela não me dá tempo de dizer nada, pois se levanta rapidamente
segurando sua bolsa e saindo de cara fechada. Acho que agora ao invés de
Miss Simpatia vou me referir a ela como senhorita Trunchbull.
O dia passa rápido e quando vou embora sou parada várias vezes por
diferentes universitárias querendo saber se Theo e eu estamos ficando, se
ele está apaixonado por mim e como eu consegui fazê-lo me beijar no
campus.
Eu me senti uma celebridade cercada por repórteres ansiosas por uma
resposta, eu curti cada “nada a declarar” que eu disse.
Sou parada pelo cara que levou uma surra do Theo, ele está bem
machucado ainda.
— Por que não disse que era namorada de um atleta?
— Porque não sou e você não me perguntou. De qualquer forma você
não tinha o direito de me agarrar como fez.
— Pensei que estava a fim. Vem toda provocante para o campus, deu a
entender que esperava que algum homem te desse um pouco de atenção —
sorri de lado maldoso.
— Que absurdo! Uma mulher não pode mais usar a roupa que quer
nesse mundo? Se uma mulher quiser atenção de um cara ela vai se fazer
entender com atitudes, flertes, não com uma roupa, seu babaca!
Ser mulher está cada vez mais difícil!
No dia seguinte chego no início da primeira aula, avisei ao Theo que não
viria tomar café da manhã no campus, melhor deixar ele conversar a sós
com a senhorita Trunchbull.
Depois da aula vou para a biblioteca fazer um trabalho que preciso
entregar depois de amanhã.
Fico checando as horas e quando percebo que o treino do time deve estar
acabando reúno meus cadernos e vou correndo para o estádio.
Ao chegar lá eles estão reunidos no campo, parece ser uma reunião. Eu
subo escolhendo me sentar no quarto degrau da arquibancada.
Procuro pelo número 12, o que está estampado na camisa do Theo, mas
não encontro. Há dois jogadores sem camisa.
Não pode ser!
Levo a mão ao peito como se pudesse conter as palpitações.
Eles se viram e vejo Theo exibindo o torso escultural.
Os jogadores começam a sair rumo ao vestiário.
Eu me levanto e desço correndo na intenção de conseguir falar com o
Theo antes dele ir, mas meus pés embolam um no outro e eu caio, rolando
pela arquibancada, até que meu corpo finalmente bate no chão duro.
Ouço gritarem meu nome e passos correndo se aproximam.
Só pode ser brincadeira!
Junto minhas forças e ergo o tronco com os braços, sentindo as costas
doloridas.
— Jas, você está bem? — Meu irmão, todo preocupado, se agacha ao
meu lado tocando meu ombro.
— Jasmine! — Theo se abaixa logo em seguida. — Você se machucou?
Torceu ou quebrou alguma coisa?
Vejo outros jogadores parando logo atrás do Theo olhando para mim,
alguns segurando o riso.
Não me contenho e disparo a rir, levo as mãos à frente da boca e tenho
uma crise de riso.
— Gente, ela está bem, podem ir! — Theo pede aos outros.
— Que susto, Jas! — Jordan fica sério e se senta no chão. — Que porra
você estava fazendo?
— Olha a boca! Além de ter uma mulher presente, ela é sua irmã.
Eu viro o rosto para encarar o Theo com vontade de mordê-lo por ser tão
fofo.
— Você quer que eu te leve ao hospital? Pode ter se machucado.
— Estou bem. — Contemplo meu irmão olhando para nós curioso. —
Sério, estou bem! Podem ir tomar o banho de vocês.
— Ok. — Jordan se levanta e Theo diz que vai logo em seguida,
deixando-o ir na frente.
— Não acha melhor ir ao hospital e se certificar de que não machucou
nada? — Segura meu queixo tão suavemente.
— Sabe que a culpa do meu tombo é sua?
— Minha? — Suas sobrancelhas se erguem. — Eu nem estava aqui com
você!
— Mas ficou exibindo esse corpo no campo depois de ter me deixado
daquele jeito no sábado! Meu cérebro não aguentou, perdi a coordenação e
caí, que nem uma fruta podre.
Ele abaixa a cabeça reparando no peitoral nu e começa a rir, aqui na
minha frente, com essa bendita covinha.
— Já que a culpa é minha me deixe te levar no hospital.
— Não precisa, e você sempre dá carona para seus amigos.
— Eles são bem grandinhos para irem embora caminhando, e você é
minha prioridade.
Ai, caramba!
Ainda bem que estou sentada senão correria o risco de me esborrachar
no chão de tão derretida.
Mudo o olhar para minhas mãos em meu colo, pois não consigo encarar
seu olhar tão intenso assim sem querer tocá-lo.
— Deixa eu pelo menos te levar para casa? Só vou tomar uma ducha
rápida, avisar meus amigos que eles irão a pé e depois volto.
— Eles vão me odiar — sorrio imaginando a cena.
— Não vão. Agora vem cá! — Ele se aproxima passando um braço por
baixo de meus joelhos.
— O que está fazendo?
— Tirando você do chão — ele me ergue em seus braços e me coloca
sentada no primeiro banco da arquibancada. — Não vou demorar — recebo
um beijo no alto da cabeça e fico contemplando suas costas largas até
sumirem de vista.
Então me lembro da cena constrangedora de meu corpo caindo e rolando
até encontrar o chão. Começo a rir sozinha.
É cada uma que me acontece!
Logo Theo está de volta e faz questão de me carregar até o carro. Depois
me carrega até meu apartamento, mesmo eu garantindo que estou bem.
No instante em que ele me coloca no sofá agarro seu pescoço e o beijo,
ele se senta e nosso beijo se aprofunda, sua língua busca pela minha a
acariciando a cada encontro, as duas movendo-se em uma combinação
perfeita.
Seu beijo me faz esquecer qualquer problema, qualquer preocupação e
me faz viajar para um lugar mágico onde não há espaço para sentimentos
ruins, apenas paixão, alegria, desejo, paz e amor.
A.M.O.R.
Interrompo o beijo repentinamente me dando conta do que realmente
estou sentindo por ele.
— Alguma coisa errada? — Vejo o vinco de preocupação entre suas
sobrancelhas. — Sentiu dor?
— Não. Não é nada demais.
— Tem certeza?
— Sim, pode ir descansar, você precisa. Tem treino amanhã de novo e
logo o sábado chega, será um jogo importante em casa.
— Está bem, mas se sentir qualquer desconforto me liga, combinado?
— Combinado — sorrio o tranquilizando.
Theo beija a minha testa e vai embora.
Deito no sofá cobrindo os olhos com meu antebraço.
Eu estou apaixonada.
Pela primeira vez na minha vida eu estou apaixonada.
E é pelo meu amigo de infância.
Ele é tudo o que eu preciso.
Eu quero o Theo e eu vou fazer o que for necessário para tê-lo.
Capítulo 25
— Eu quero ser sua namorada para ficar com você, para te beijar mais,
para cuidar de você, enfim, porque eu percebi o quanto estou apaixonada
por você.
— Eu acredito em você. E você precisa saber que eu sempre, sempre
mesmo, fui apaixonado por você a ponto de não ter olhos para nenhuma
outra mulher. Com você eu tive o meu primeiro beijo, e guardei todos os
outros para você também.
Meu Deus!
— A primeira vez que fiquei bêbado, minha primeira dança com uma
garota, minha primeira namorada e minha primeira transa.
Estou chocada, o ar chega a faltar em meus pulmões.
— Guardei todas as minhas primeiras vezes para a única mulher que tem
meu coração. Mesmo depois de tudo o que aconteceu, do quanto fiquei
magoado e sofri, nada foi capaz de me fazer te esquecer e deixar de sonhar
com você, sonhar com o momento em que se apaixonaria por mim e seria
minha. Você é a única mulher na minha vida, você é o meu sonho, Jasmine
Foley.
Só percebo que estou chorando por causa do seu toque tentando enxugar
as lágrimas.
— Então Jasmine Foley chora! — Ele sorri ternamente.
— Eu não mereço você. — Digo sabendo que é a mais pura verdade, ele
é demais pra mim.
— Deixa que eu decido isso.
Seu beijo me inunda de carinho, levo minhas mãos ao seu rosto
acariciando suas bochechas com meus polegares. Estou decidida a dar ao
Theo a melhor noite de sua vida, fazer valer a pena ele ter se guardado para
mim.
Tenho plena consciência de que não o mereço, somos o contraste notável
entre o certo e o errado, o perfeito e o imperfeito, mas ele me escolheu e eu
estou perdidamente e completamente apaixonada por ele.
Eu não estava brincando quando disse que faço tudo por ele, sou capaz
de qualquer coisa para que ele seja feliz.
Saio de seu colo e o faço ficar de pé puxando-o pelo cós da calça.
Reparo o volume, o que faz minha intimidade latejar. Abro o botão e abaixo
o zíper pedindo para ele tirar tudo.
Puta merda!
Como ele é lindo!
Eu já tinha visto seu torso nu, mas vê-lo por completo sem nenhuma
parte do corpo estar coberta é diferente, a visão mais excitante e incrível
que já tive.
Ele é todo lindo.
Mordo o lábio inferior ao ver seu membro longo e duro.
Avanço contra ele praticamente atacando sua boca com a minha,
envolvo sua ereção com a mão movimentando-a em um vai e vem lento que
o faz gemer. Seu gemido reverbera no meio de minhas pernas, aumentando
meu desejo de senti-lo.
Deixo sua boca para seguir beijando até sua orelha, onde mordisco o
lóbulo ao mesmo tempo em que subo minhas mãos pelo torso durinho e
quente.
Suas mãos apertam minha bunda pressionando meu corpo contra o dele
e ele está tão duro que tenho de me controlar para não o jogar na cama e
matar logo minha vontade de sentar nele. Mas eu não posso ir tão rápido,
preciso dar a ele mais do que isso, e vou começar agora.
Desço devagar deslizando minhas mãos pelo seu corpo até ficar sobre
meus joelhos. Seguro seu membro em minha mão.
— Jas, — geme meu nome e eu começo a mover minha mão — não vou
aguentar se fizer o que pretende.
— Imagino que não, mas eu quero sentir seu gosto, quero provar você
inteiro.
Sem perder o contato visual me aproximo e vou lambendo a glande, seus
olhos se fecham. Aos poucos vou abocanhando seu comprimento sentindo a
pele delicada em minha língua. Gradualmente vou acelerando o movimento
de minha mão e da minha boca que o suga faminta.
— Haaaa! Isso é tão gostoso — seus gemidos me fazem continuar até
que ele segura minha cabeça e geme meu nome jorrando dentro da minha
boca.
Ele me ergue do chão, arranca meu vestido ansioso e me beija forte. Em
segundos sou deitada na cama para sua boca sugar meus mamilos enquanto
sua mão acaricia meus seios.
Gemidos vão escapando pela minha garganta à medida que sinto sua
língua, lábios e mãos percorrerem meu corpo. Seus dedos encontram o
elástico da minha calcinha e ouço o barulho do tecido sendo rasgado.
Deliro de prazer quando sua boca degusta entre minhas pernas, ele suga
meu ponto sensível com vigor me fazendo gritar de tanto prazer, me
provando como se eu fosse um manjar apetitoso.
Sinto meu corpo ser dominado por ondas de prazer e é impossível não
gemer alto. Theo volta para mim tomando minha boca com furor.
Nossos corpos estão suados e quentes, ansiosos para sentirem mais um
ao outro. Com a voz rouca ele fala de pegar o preservativo, porém quero
que ele tenha essa experiência completa comigo e digo que confio nele para
não usar, eu faço uso de anticoncepcional e estou com os exames em dia.
Ele fica sobre mim com os olhos enevoados pelo desejo, seu membro
roça em minha entrada completamente molhada e ansiosa para recebê-lo. E
então acontece, ele vai me preenchendo, alargando-me deliciosamente e
esse contato gera gemidos em ambos.
Seu membro longo, duro e quente começa a se movimentar em um vai e
vem enlouquecedor. Logo ele arremete mais forte, ganha mais velocidade e
somos submersos no prazer intenso que essa conexão de nossos corpos está
nos proporcionando.
Cravo minhas unhas em seus ombros sentindo um novo orgasmo
convulsionar meu corpo, o que o levou a gemer e gozar, e eu me deleito
com a visão de seu rosto tomado pelo prazer.
Seu corpo desaba cansado ao meu lado, ele corre a mão pelos cabelos e
vira o rosto para mim sorrindo:
— Isso foi fenomenal.
Sorrio de sua escolha de palavras.
— Tenho de concordar com você — posiciono meu corpo de lado e
estendo o braço para acariciar seu rosto. — Foi incrível!
O sexo com o Theo foi diferente, não foi um ato qualquer de duas
pessoas buscando prazer, como eu estava acostumada, com ele foram dois
corpos gerando um liame baseado em carinho, paixão e prazer.
Dessa vez foi mais íntimo, mais intenso. Meu corpo parecia estar sendo
venerado pelo Theo, degustado com ânsia e carinho ao mesmo tempo. Eu
me entreguei por completo a ele.
A noite estava apenas começando para eu descobrir que namorar um
atleta exige de você um bom preparo físico, porque o atleta é incansável.
Na próxima vez pude saciar meu desejo de sentar nele, foi excitante
estar no controle, provocando reações de prazer até ele se derramar dentro
de mim.
Não sei que horas fomos dormir, a noite se prolongou bastante enquanto
saciávamos os nossos corpos pelo tesão acumulado, até sermos vencidos
pela exaustão.
Desperto com um som estranho, não é meu celular, abro os olhos e vejo
as costas largas e lindas dele sentado, estendo meu braço e toco no seu.
Theo vira o rosto e sorri para mim.
— Bom dia! — Ele se deita e beija minha boca brevemente. — Não
queria te acordar.
— Então fique aqui comigo e vamos dormir mais um pouco — peço
ainda sonolenta.
— Por mais que eu queira eu não posso, tenho treino hoje, esqueceu?
— Ah! — Toco seu rosto fazendo beicinho.
— Não faz isso — sorri e me beija. — Eu volto depois do treino para
ficarmos mais um tempo juntos. Agora preciso mesmo ir. Volte a dormir —
sinto seu beijo em minha testa e o vejo se levantando e vestindo suas
roupas.
O sono me vence e adormeço.
Acordo horas mais tarde me espreguiçando com um sorriso bobo no
rosto por recordar da noite anterior. Eu me levanto morrendo de fome, e
após passar no banheiro vou para a cozinha comer alguma coisa.
Então estar apaixonada por alguém é assim, ter vontade de sorrir o
tempo todo, sentir o coração se acelerar só de pensar na pessoa, e o mesmo
órgão quase explodir por estar sendo cada vez mais inundado por um
sentimento imenso.
Eu não tenho experiência em relacionamento, no entanto eu estou
disposta a fazer o que for preciso para que nosso namoro dê certo.
Assisto um pouco de TV e vou tomar um banho. Pelas minhas contas o
Theo deve chegar logo já que os treinos aos sábados duram cerca de umas
seis horas, é uma rotina bem desgastante e meio exagerada, na minha
opinião.
Visto um cropped branco frente única bem decotado e uma saia verde
clara curta e soltinha. Volto para a sala e o som de batidas na porta me faz
levantar em um pulo.
Capítulo 27
“Sei que você deve estar muito cansado e com sono, mas quero pedir
para deixar eu ficar com você. Só quero ficar do seu lado, quietinha,
enquanto você descansa. A gente acorda cedo e vai para o campus juntos, o
que me diz?”
Sorrio com sua resposta e saio em disparada para jogar na mochila tudo
o que vou precisar para passar a noite fora e ir direto para a universidade.
Abro o aplicativo para solicitar um carro, nesse instante alguém bate na
porta. Atendo com um vinco entre as sobrancelhas, estou de saída e não
posso receber visitas, a não ser que seja meu pai.
O dono do par de olhos castanhos mais lindos do mundo está bem à
minha frente com um sorriso acompanhado de covinhas fofas.
— Oi, princesa!
Eu pulo envolvendo seu pescoço não acreditando que ele está mesmo
aqui. Seus braços fortes me apertam contra seu corpo me provando que não
estou sonhando.
— Você vai ficar aqui? — Admiro seu rosto.
— Não. Assim que cheguei fui entrando no carro para vir te buscar.
— Eu já estava pedindo um carro!
— Teria que cancelar.
— Agora que está aqui por que não fica e descansa?
— Eu não trouxe nada e realmente estou muito cansado, quero a minha
cama — ele ri.
— Entendo. Vou pegar minhas coisas — me preparo para entrar quando
ele segura meu pulso me fazendo virar para ele, sua outra mão pousa em
minha lombar ao mesmo tempo em que sua boca prende a minha em um
beijo cheio de saudade.
Ao chegarmos na casa dele eu vou bater na porta do quarto do Jordan
para vê-lo um pouquinho. Ele sorri ao me ver e eu o abraço apertado o
parabenizando pela vitória de ontem.
— Veio mesmo para passar a noite com o Theo?
— É tudo o que tenho do fim de semana para ficar com ele.
— Sei. Lembre-se de que estou bem ao lado e não quero ouvir gemidos
nem cama rangendo.
Não seguro as risadas.
— Fique tranquilo, maninho! — Coloco minhas mãos em seus ombros
fitando os belos olhos azuis que ele herdou do nosso pai. — O Theo está
muito cansado, vamos ficar quietinhos dormindo, eu prometo— aperto sua
bochecha.
Jordan se senta na cama e bate ao seu lado para eu me sentar, eu faço
isso e o encaro.
— Você sabe que se magoar o Theo não vai mais poder pisar no campus,
não sabe? — Ergo as sobrancelhas sem entender. — Porque todos adoram
ele: o time, as mulheres, os professores, os fãs de futebol, os amigos dele, a
Audrey, todos eles irão te matar se você o fizer sofrer.
Eu engulo sem seco processando o aviso.
— Você é minha irmã, sabe que te amo, mas se você fizer sacanagem
com o meu melhor amigo, como fez antes, eu vou desejar não ter nascido
seu irmão.
— Jordan, — expiro forte — eu sei o quanto fui cruel com o Theo antes
e eu juro pra você que tudo o que eu quero é fazê-lo feliz. Eu estou mesmo
apaixonada por ele, pode acreditar, eu faço qualquer coisa por ele.
— Que bom, Jas. Não quero ver nenhum dos dois triste.
— Não vai, maninho — beijo seu rosto e saio do quarto.
Deito ao lado do meu namorado admirando cada traço do seu rosto,
percorrendo meu indicador pelo seu maxilar, pelas sobrancelhas, pelo nariz.
— Vai dormir de roupa?
— Estou confortável, achei que seria melhor para não fazer você
lamentar estar tão cansado — deslizo a ponta do dedo por seus lábios.
— Jas! — Meu nome soa como uma repreensão.
Resolvo tirar a legging e entro debaixo do edredom de calcinha e
camiseta. Seu braço envolve minha cintura me levando para junto dele,
arrependo-me na hora de não ter tirado a camiseta também, que agora me
impede de sentir sua pele diretamente na minha, porém é melhor assim,
afinal de contas ele precisa descansar.
Seus olhos se fecham, cedendo ao sono, ergo minha mão e fico
acariciando seus cabelos até ouvir sua respiração ficar mais pesada.
Adormeço logo em seguida.
O som do despertador do celular do Theo é insistente, ele pega o celular
e o silencia. Abro os olhos com preguiça.
— Seu celular sempre faz questão de nos acordar cedo.
— Não podemos perder aula e eu fiz questão de ajustá-lo para despertar
mais cedo hoje — dá um sorriso de lado que diz tudo.
— O Jordan vai ficar bravo com a gente — espalmo minhas mãos em
seu peito nu.
— Ele não vai ouvir nada. — Com um beijo ele nos cala e incendeia
nossos corpos ávidos por sentir o outro.
A paixão e o desejo dominam cada parte de nosso ser, nossos corpos se
fundem de forma intensa, quente e linda. Eu não necessito de nada mais que
não seja estar envolvida por este emaranhado de sentimentos e explosões
que me cercam quando estou com o Theo.
Nós dois tomamos um breve banho juntos e descemos de mãos dadas
para comer algo que seja breve de preparar e, segundo meu namorado,
cereal e leite é perfeito nessas horas.
Ao adentrarmos a cozinha cumprimentamos os três rapazes que já estão
comendo seu café da manhã. Theo pega dois pratos, despeja cereal neles e
mistura um pouco de leite me entregando um. Nós nos sentamos à mesa
com os demais.
— Aí, Jasmine! — Chase apoia os antebraços na mesa me encarando. —
Quando vai nos dar outra noite de animação como a do dia em que
perdemos o jogo? Porque ultimamente só tem dedicado noites animadas ao
Theo — ele sorri.
Olho para o lado a tempo de ver um cereal passar voando em direção ao
Chase, acertando-o na testa. Começo a rir.
— E você tem de ser avisada que ele tem mania de jogar as coisas nos
outros — Chase joga o cereal de volta e Theo desvia inclinando a cabeça
para o lado.
— Se forem começar uma guerra de comida, quero avisar que vamos
nos atrasar — é Phil quem avisa com seu jeito sério.
— O Chase é que não sabe guardar a língua dentro da boca — Theo
acusa.
— Achei que ele não conseguia era guardar o pau dentro da cueca —
encaro meu irmão de olhos arregalados pelo que ele acabou de falar.
— Olha só quem fala! Você só perde pra mim, garanhão — Chase faz
uma careta para Jordan.
— Que ótimo que vamos falar de sexo durante o café da manhã depois
de termos passado o fim de semana sem transar por culpa daquele maldito
ônibus — Phil reclama. — A não ser o Theo — ele sorri divertido.
Tenho vontade de rir.
— Só não mando você se foder porque minha namorada está do meu
lado e porque sei que é isso que você quer.
Todos riem e eu abaixo a cabeça dando risada e adorando participar
desse café da manhã com eles.
As provocações continuam até que todos terminamos de comer e nos
levantamos para ir para o campus. Vamos todos no carro do Theo e os três
homens no banco de trás vão reclamando por terem de ficar tão apertados.
No dia seguinte, após o treino, Theo me convida para jantar.
Temos um jantar delicioso saboreando uma comida ótima em meio a
conversas divertidas, eu amo como ele me faz rir naturalmente.
E para fechar a noite com chave de ouro ele volta comigo para meu
apartamento, onde desfrutamos da parte mais gostosa da noite.
“Sim. Espero não levar mais que uma hora para terminar ☹”
“Eu sei que é impossível, no entanto queria você aqui do meu lado, para
me fazer companhia.”
“Amanhã posso dormir aí, no sábado levanto cedo e vou direto para o
treino, pode ser?”
“😊”
Estou sentada no pequeno degrau da porta esperando, sei que eles irão
chegar a qualquer momento.
O carro aparece e estaciona, todos descem e passam por mim me
cumprimentando. Eu estendo os braços e abraço a razão de eu estar aqui.
— Oi, princesa! — Ele beija suavemente meu pescoço.
— Vim ver você — acaricio os cabelos de sua nuca.
Sem cerimônia nossos lábios se unem movendo-se em sincronia,
demorando-se em um beijo extasiante.
Entramos abraçados e eu o conduzo até a mesa da cozinha, onde seus
amigos nos esperam cheios de sorrisos. Theo sorri em seguida e olha para
mim.
— Parabéns para nós! — Digo empolgada. — Eu não poderia deixar de
comemorar um mês de namoro com meu príncipe. — Seguro seu rosto e o
beijo ouvindo os assovios dos demais.
— Chega de beijo! — Phil nos separa. — Mais tarde vocês se beijam o
quanto quiserem e onde quiserem, mas agora eu quero comer bolo.
Eu rio e vou partir o bolo com o desenho de um gramado e uma bola de
futebol americano.
— Só quero saber se essa comemoração vai ser aqui, porque se for vou
dormir fora — Jordan fala sério.
— Não sei — respondo rindo.
— Amanhã todos nós temos aula, não se esqueçam disso — Phil aponta
para nós dois.
— E eu não consigo dormir com fones no ouvido — Chase dá uma
cotovelada de leve no Theo.
Meu namorado deixa seu pedaço de bolo sobre a mesa e sai. Todos nos
entreolhamos sem entender.
Será que ele ficou com raiva das provocações dos amigos?
Ele costuma aceitar e entrar na brincadeira.
— Vou ver se ele está bem — digo.
— Não precisa— Jordan segura meu braço. — Ele já volta— pisca e não
entendo nada.
Então meu sorriso se ilumina, Theo volta segurando um bouquet lindo
de jasmins. Levo as mãos à boca me sentindo emocionada.
— Achou que eu não lembraria? — Minha covinha favorita aparece e eu
só consigo beijá-lo.
Meu namorado me entrega o bouquet maravilhoso de jasmins brancas
com o miolo rosa claro.
— São lindas! Muito obrigada!
— Não sabia se dava rosa ou jasmim, no fim acabei decidindo por
jasmim por causa do seu nome.
— Eu adorei! — Toco seu rosto me sentindo ainda mais apaixonada.
— E respondendo à pergunta de vocês, — Theo aponta para os três
amigos — nós não vamos dormir aqui.
Após comermos bolo o Theo toma um banho e se arruma para sairmos,
passamos em meu apartamento para eu ficar linda e cheirosa para sair com
meu príncipe.
E onde vamos parar?
Em uma luxuosa suíte de um hotel.
É tudo tão lindo e sofisticado que penso estar vivendo uma cena de
filme.
— Se tudo isso é para comemorar apenas um mês de aniversário
imagine só quando completarmos um ano!
Theo sorri tocando meu rosto.
— Até lá tenho tempo de planejar algo bem interessante. Quanto à hoje,
eu tenho todos os motivos possíveis para querer comemorar, pois a única
mulher por quem me apaixonei, e que amo, é minha namorada. Eu estou
muito feliz por estarmos juntos e quero te amar inteira essa noite.
Envio ao meu cérebro uma mensagem para que ele mantenha minhas
pernas firmes, pois já começo a senti-las amolecendo, ainda mais agora que
Theo beija a minha boca tão sensualmente.
Ele vai despindo meu corpo de cada peça de roupa e o adorando com
seus beijos molhados me deixando louca de tesão. Suas mãos exploram
cada centímetro da minha pele sem pressa e quando sua boca reencontra a
minha nossos corpos colidem soltando faíscas.
Nessa noite cada toque, cada beijo, cada mínimo movimento é mais
poderoso, mais repleto de amor. Posso dizer que estamos amando o corpo
um do outro, proporcionando um prazer arrebatador a fim de saciar nossos
corpos incendiados até os ossos pelo tesão insano.
Com ele dentro de mim me sinto diferente, completa, como se não
precisasse de mais nada a não ser ele e esse encaixe perfeito de nossos
corpos.
Sinto seus movimentos ganhando mais vigor, ele arremete forte e fundo
na ânsia de nos fartar de prazer me fazendo derreter em seus braços e nos
tornarmos um.
Gememos juntos ao chegarmos ao clímax juntos. Relaxo recuperando o
ritmo normal dos meus batimentos ao mesmo tempo em que ele desaba ao
meu lado.
Seu olhar encontra o meu e ele me olha daquele jeito, com as íris
carregadas de paixão e sorrindo, logo em seguida sua boca faz o mesmo que
seus olhos e sorri.
Eu descubro que o amo tanto que cada batida do meu coração ecoa seu
nome, que quando ele olha para mim desse jeito meu mundo para e que seu
toque aquece todo o meu ser.
— Te amo, princesa.
— E eu te amo mais, meu príncipe — afago seus cabelos sentindo meu
coração transbordar de amor.
— Eu te amo até a lua, ida e volta.
— Ah, é? De onde tirou isso? De uma música?
— Não, de um livro. — As pontas de seus dedos deslizam pelas minhas
costas. — Minha mãe costumava ler esse livro para mim e para a Juliet
quando éramos crianças. O livro se chama “Adivinha o quanto eu te amo”,
é uma ótima história e eu achei demais essa frase, então guardei para usar
com uma mulher deslumbrante.
— Você me deixa sem graça. — Dou um selinho nele. — Acredita que
fiquei curiosa agora para saber a distância da Terra até a lua?
— Aproximadamente 384.400 km. Já pensou no combustível gasto? Li
que é em torno de 8 bilhões de litros. Vou gastar uma fortuna para te provar
o quanto eu te amo — brinca.
Eu não aguento tanta fofura, seguro seu rosto e beijo sua covinha direita,
depois todas as suas pintinhas do rosto, para em seguida beijar sua boca até
começar a nos faltar ar.
Capítulo 31
Acho que a cada cinco minutos meus olhos insistem em admirá-la mais
um pouco. Essa ideia de estudarmos juntos está se mostrando péssima.
Como vou conseguir me concentrar em números quando tem uma
mulher linda, cheirosa e sexy ao meu lado, que por sinal, é minha
namorada?
Estamos sentados em minha cama tentando focar nas atividades da
universidade. Essa semana está difícil encontrar um tempo para ficarmos
juntos, então essa foi a única forma que encontramos, embora não esteja
dando certo pra mim.
Jasmine ajeita os cabelos levando-os para o lado, liberando a visão do
seu pescoço nu.
Desisto!
Largo meus materiais e avanço até ela, a deitando na cama me posiciono
sobre seu corpo mordiscando a pele de seu pescoço. Ela dá um grito quando
a derrubo de surpresa.
— O que está fazendo? — Segura meu rosto me encarando com
expressão inquisidora.
— Não dá para me concentrar com você aqui.
— Não é fácil para mim também, mas eu estou me esforçando para ficar
aqui com você — suas mãos passam por baixo da minha camiseta subindo
vagarosamente pelas minhas costas esfregando as unhas contra minha pele
me arrepiando por inteiro. — Se eu te der um pouco de atenção acho que
conseguirá estudar melhor— ela abre seu sorriso lindo e me beija.
Eu me sinto o cara mais sortudo do mundo quando Jasmine me olha
desse jeito, ela tem sido uma namorada espetacular, sempre carinhosa, bem
humorada e companheira.
Quem diria que aquela adolescente indomável se tornaria essa mulher
que me faz tão feliz com seu amor.
— Jasmine??? — Uma voz masculina que não reconheço me faz virar
para ver quem é.
Estou de frente para Jas, combinando sobre nosso fim de semana,
quando um homem fala o nome dela. Ao me virar não tenho tempo de
reconhecê-lo.
— Tucker? — Quase grita. — Como é que veio parar aqui?
Reparo em seu rosto o sorriso na expressão de surpresa combinada com
alegria, e não gosto nada. Os dois se abraçam, eu respiro fundo para conter
a insegurança que acabou de surgir ao relembrar da última e única vez em
que vi esse cara com ela.
— Eu é que tenho que perguntar isso para você! — O cara passa a mão
pelos cabelos loiros sorrindo. — Que loucura! Você não estudava em Nova
Iorque?
— Estudava, até meu pai decidir que seria melhor para mim ficar perto
do meu irmão. Então, aqui estou! — Seus olhos se reviram demonstrando
pouco caso.
Estava tudo bom demais para ser verdade!
Nesse instante ela me olha lembrando que ainda estou aqui, segura
minha mão e me puxa para perto dela.
— Esse é o Theo, meu namorado! — Tomara que ela não tenha falado
isso para fazer ciúme no cara.
— Namorado? Uau! — Sua atenção se volta para mim. — E aí, cara?
Beleza?
Em sinal de educação troco um aperto de mão com ele.
— Espera! Eu te conheço de algum lugar — seus olhos azuis se
semicerram enquanto ele tenta se lembrar. Com certeza me conhece daquela
noite. — Ah! Você é o quarterback do Bruins! Que irado, cara! Assisti a
vários jogos, você é um sucesso no campo, joga demais!
— Valeu — talvez ele não se lembre, melhor assim.
— É Jas, você só escolhe a elite, algumas coisas nunca mudam — pisca
para ela.
— O Theo é o melhor — ela passa o braço por minha cintura me
abraçando, em resposta envolvo seus ombros.
— A gente se vê por aí. Temos de nos encontrar para relembrar os
velhos tempos. — Ele a beija no rosto e se despede de mim com um aceno.
— Meu Deus! — O sorriso no seu rosto me incomoda. — Não acredito
que o Tucker estuda aqui! — Seu corpo para em minha frente.
— Você não vai querer relembrar os velhos tempos como ele disse, não
é?
Ela dispara a rir e coloca as mãos suaves em meu rosto:
— Não precisa ficar com ciúme dele. Eu não sinto nada pelo Tucker, só
achei legal reencontrá-lo depois de tanto tempo.
— Sério Jasmine, você não vai sair sozinha com ele, vai?
— Não, príncipe. Pode ficar tranquilo — sua boca cola na minha me
acalmando.
Depois desse episódio demorei horas para conseguir tirar os dois da
minha cabeça, afinal ela me ama e nunca o amou, porém não gostei nada da
empolgação dela perto dele, me lembrou muito a Jasmine adolescente e eu
tenho medo de que o passado possa se repetir.
Na manhã seguinte, outra surpresa, Jasmine de conversa com o Tucker
bem na entrada da universidade. Eu inspiro fundo para não agir como um
babaca e vou até eles, chego a envolvendo pela cintura e dando um beijo em
sua boca.
— Bom dia, princesa.
— Bom dia — seu sorriso mostra que ela está feliz em me ver.
— E aí, QB? — Tucker ergue a mão em punho em cumprimento.
— Bom dia, Tucker — devolvo o cumprimento.
— A Jas estava aqui falando justamente de você. Ela estava me
contando como começaram a namorar.
— Ela é uma mulher de iniciativa — sorrio admirando o belo rosto dela.
— A gente vai tomar café, quer vir também? — Não acredito que ela fez
isso.
— Claro!
E é assim que termino à mesa ouvindo o maldito do Tucker relembrar
dos momentos mais divertidos que teve com a minha namorada.
— E aquela vez que você bebeu pra caralho e tive de te carregar até sua
casa?
Os dois riem.
— Você ficou puto porque ficou sem sua transa.
Nada melhor do que olhar para o cara à sua frente e saber que ele
transava com sua namorada! Não que eu não soubesse, mas ele estar aqui
perto dela é totalmente diferente.
O pior é que a Jasmine está toda contente, relembrando animada dessa
fase louca de sua vida.
Fico aliviado quando chega a hora de começar a primeira aula,
acompanho minha namorada até sua sala e vou estudar.
Hoje não encontrei o Tucker logo cedo, assim estou no café curtindo a
companhia do meu namorado quando a senhorita Trunchbull resolve
ressurgir das cinzas, e ainda mancando.
— Audrey! O que aconteceu? — Theo se levanta e vai correndo até ela
dar um apoio para ela se sentar.
— Acho que torci meu tornozelo — explica com voz manhosa e uma
careta de dor.
— Precisa tomar cuidado e olhar melhor por onde anda — aconselho
sarcasticamente.
Theo se agacha e segura o pé dela em suas mãos analisando o tornozelo.
— Assim dói? — Pergunta após movimentar um pouco o pé dela.
— Ai! Dói! — Geme, e o som me pareceu mais um gemido de prazer do
que de dor.
— Você precisa ir até a enfermaria — ele se levanta olhando para a
Audrey todo preocupado.
— Sério? Está muito longe e estou sentindo tanta dor.
Que manha! Tenha dó!
— Posso te carregar até lá — é lógico que ele não deixaria de ser o
cavalheiro que é e se vira para mim. — Se der a hora da aula começar você
vai sem mim.
— Está bem, não se preocupe.
Observo seus braços a carregarem, a mão dela no alto do peito dele é
desnecessária. Ele se vira e Audrey apoia o queixo em seu ombro e sorri
para mim.
Vaca!
Ela fez isso de propósito!
Que ordinária!
Isso não vai ficar assim!
Não mesmo.
Minha segunda aula de direção e tenho certeza absoluta de que não nasci
para dirigir, sou um desastre total! Em menos de uma hora subi no meio fio
e quase bati o carro do Theo.
Óbvio que gritei horrores e ele manteve a calma e me ajudou colocando
a mão no volante e guiando o carro. Assim que estaciono escondo o rosto
nas mãos e começo a chorar pelo susto.
— Ah, Jas! — Sou envolvida por braços fortes recebendo um beijo no
alto da minha cabeça. — Está tudo bem, princesa. Não precisa chorar. Fique
calma!
— Eu sou péssima em dirigir — levanto o rosto contemplando-o entre
lágrimas. — E é horrível você tentar algo e perceber que, por mais que você
tente, não consegue.
— Jas, você está se desesperando à toa. É só a segunda aula, você não
iria dirigir como o Louis Hamilton assim tão rápido, é necessário prática.
Eu não vou deixar você desistir, porque eu sei que você é capaz. Se quiser
podemos deixar a próxima aula para o início da outra semana — ele
acaricia meus cabelos.
Retribuo o abraço e aproveito o tempo que temos para ficar aconchegada
a ele recebendo seu carinho.
Nunca fui de chorar e deixar as emoções me abalarem, nem quando
estava sozinha, no entanto quando estou com o Theo não consigo segurar
minhas emoções, não tento ser forte, não preciso ser forte, porque sei que
ele vai continuar me amando mesmo conhecendo meu lado mais fraco.
— Se não chorar mais eu te compro um café.
Ergo a cabeça para encará-lo e sorrir. Ele sabe como me convencer de
algo.
À noite o Theo vem dormir comigo e vamos juntos para o campus.
Quem encontramos para tomar café?
Isso mesmo, a Audrey, antiga senhorita Trunchbull e atual Miss
Simpatia de novo. Pelo que parece ela estava sendo sincera, já que voltou a
agir comigo como antes.
Capítulo 35
— Bom dia, Jas! — Chase é o último a se levantar e vir tomar o seu café
da manhã. — Obrigado por ter dormido aqui na noite passada.
Ergo as sobrancelhas sem entender.
— Por quê?
— Você deixou o Theo feliz e ele levantou animado para fazer esse tanto
de panquecas pra gente — sorri e pisca para meu namorado.
— Quase todo domingo faço panquecas — argumenta.
— Mas quando a Jasmine está aqui as panquecas ficam ainda melhores
— Phil tem que acrescentar.
— É, mana! Acho que o jeito é você dormir aqui mais vezes — meu
irmão me abraça.
— Vocês são uns bobos — só posso rir.
— Já que está aqui e todos somos praticamente uma família, — Chase se
inclina para frente fixando o olhar no meu — pode me dizer o que você e o
QB estão fazendo antes das aulas? Ele não quis contar, mas você pode me
dizer o que é. Tem sexo envolvido?
Theo e eu nos entreolhamos e rimos.
Eu me divirto bastante quando passo um tempo com esses caras, mesmo
noventa por cento de suas conversas envolverem sexo. E eu entendo: são
homens jovens com hormônios demais.
— A única coisa que vou te contar é que não tem a ver com sexo.
— Então o que é?
— Já te disseram que você é muito curioso?
— Talvez — dá de ombros. — Mas todos merecemos saber, estamos
indo para o campus a pé todos os dias. Tem que ser algo que valha a pena o
nosso sacrifício.
— Ela vai contar — é meu namorado quem garante. — Quando for a
hora certa.
O mistério continuou pairando no ar, porém ninguém mais toca no
assunto.
Ocupamos a tarde toda jogando videogame, nem deu para ver o tempo
passar.
Faz pouco tempo que Theo e eu estamos namorando, mas eu já me sinto
“em casa” quando fico aqui com ele, meu irmão e os amigos. Eu realmente
me sinto à vontade e tenho bons momentos de descontração e diversão,
todos são incríveis e é bom saber que, mesmo longe dos parentes, Theo e
Jordan encontraram outra família.
Ao anoitecer saio com Theo para jantarmos em um restaurante. No
momento em que coloco os pés para fora da casa lufadas de vento agitam
meus cachos.
— O restaurante é longe? — Paro ao lado do carro.
— Não muito. Está com fome? — Seus braços enlaçam minha cintura.
Balanço a cabeça negando.
— É que poderíamos ir caminhando. Vou adorar andar um pouco de
mãos dadas com você.
— Está bem — ele segura minha mão e começamos a caminhar.
O trajeto dura em torno de quinze minutos. Às vezes é bom mudar um
pouco. Acho que nunca cheguei a pensar que gostaria tanto de andar de
mãos dadas com alguém.
Enquanto jantávamos começou a chover.
Belo dia para deixar o carro na garagem!
Nesse momento estamos em frente ao restaurante esperando a chuva dar
uma trégua para que possamos ir embora.
— Essa chuva não vai parar por agora. Vou chamar um Uber — Theo
pega seu celular.
— Espera! — Seguro seu pulso. — Tenho outra ideia — sorrio e o puxo
para debaixo da chuva. — Tomar chuva é bom!
— Você é maluca! — Ele me abraça tirando meus pés do chão, passo
meus braços por seu pescoço e uno nossos lábios.
— Vamos para o meu apartamento? Dorme lá hoje! — Deslizo a ponta
de meu polegar em seus lábios molhados.
— É impossível. A única roupa que tenho está encharcada.
— Não ligo de ficar sem roupa.
— Engraçadinha!
— Podemos muito bem dormir nus como fazemos às vezes. Eu coloco
suas roupas na secadora e quando acordar vai poder vesti-las e passar em
sua casa para se trocar.
Theo vira o rosto para cima e eu aproveito para beijar seu pescoço.
— Eu aceito sua proposta.
Sua resposta me faz pular provocando uma risada nele.
Com um destino definido saímos de mãos dadas, apostando corrida às
vezes, trocando beijos molhados pelo caminho e também caminhando um
pouco de mãos dadas.
— Lembra que quando éramos crianças brincávamos na chuva direto?
— Eu viro o rosto admirando o quão sexy ele fica todo molhado assim.
— Eu lembro. Nossas mães sempre chamavam a nossa atenção.
— E não adiantava, pois na próxima chuva estávamos lá de novo.
— Você era uma péssima influência — ele brinca.
— Acha que ainda não sou? Tenho de zelar por essa reputação de má
garota, do tipo que leva para o caminho errado.
— Você é ainda. Acabou de me influenciar para sair debaixo dessa
chuva gelada.
— Posso te influenciar a fazer coisas muito prazerosas também— mordo
o lábio inferior contendo um sorriso.
— Eu sei. Tenho me deixado ser influenciado nisso — ele sorri.
Fomos chegando no apartamento e indo direto para o banheiro nos
livrarmos das roupas molhadas e tomar um banho bem quente para nos
aquecer.
Estou me sentindo um pouco cansado, e olha que o caminho do
apartamento da Jas até minha casa nunca foi problema para mim. Acho que
o sexo antes de dormir não foi uma boa ideia afinal.
Como dormi lá e estava sem o carro nós combinamos a próxima aula de
direção dela para amanhã cedo.
Minha esperança era me sentir melhor no decorrer do dia, porém isso
não aconteceu, estou me sentindo pior a cada hora. E o maldito incômodo
em minha garganta, que percebi ao acordar, continua aqui.
Dou tudo de mim no treino, esgotando o resto de energia que eu tinha, e
agora só quero ir para casa e me deitar, meu corpo está implorando por
descanso.
— Que merda!
Acordo pior hoje, com o nariz congestionado e a garganta doendo um
pouco mais. Sento na cama resmungando por causa da dor em meu corpo.
Eu não posso ficar doente, o time precisa de mim, eu preciso treinar,
temos um jogo na sexta à noite. Então me recuso a ficar doente e me
levanto para me arrumar e buscar a Jas para nossa aula.
— Bom dia, príncipe! — Entra animada no carro e se aproxima para me
beijar. Eu dou apenas um selinho em seus lábios. — Credo! Que beijo sem
graça foi esse?
— É que não quero te contaminar.
— O que você tem? Está com a voz diferente, falando um pouco
fanhoso. Você está resfriado, gripado ou alguma outra coisa com “ado”? —
Ela ri ao mesmo tempo em que acaricia meus cabelos.
— Acredito que seja um resfriado, mas vai passar logo. De qualquer
forma não quero passar o vírus para você. — Dou a partida no carro.
— Foi por causa daquela chuva, não foi? A culpa é toda minha!
— Pode não ter sido a chuva, é um vírus.
Jasmine parece aceitar e dirijo até nosso local de toda aula.
Com o passar dos dias eu não melhoro como esperava, amanhã será o
jogo e eu estou me sentindo péssimo. Cada centímetro do meu corpo dói,
estou tendo calafrios, tossindo, parece que meus pulmões se tornaram
depósitos de catarro e me atrapalham a respirar.
Estou nojento, quente que nem o inferno e me sentindo horrível. Não sei
como vou treinar hoje. Eu tenho me esforçado todos esses dias pensando
que logo eu estaria bem, no entanto as minhas forças diminuem a cada dia e
hoje vim para o campus praticamente me arrastando.
Nem fui dar aula de direção para a Jasmine, não quero que ela saiba que
piorei.
Entro no campo mal me aguentando em pé, mesmo assim insisto em
jogar. Nos primeiros esforços para correr sinto uma náusea forte e saio para
o vestiário, tentando correr, porque sei que a qualquer momento irei
vomitar.
Consigo chegar a tempo, e depois de vomitar eu me sento no chão,
sentindo que não vou ser capaz de me levantar daqui.
— Cara, o que você tem? — Jordan chega e se agacha. — Você está com
o rosto vermelho. — Meu amigo estende a mão e a coloca em minha testa,
depois em minha bochecha. — Que merda, Theo! Não preciso ser médico
para saber que você está queimando de febre.
— Vou ficar bem — é tudo o que consigo dizer, estou esgotado demais.
— Você disse que era só um resfriado, está na cara que é algo mais
grave. Vou falar com o treinador e te levar no hospital. Tome um banho que
logo eu volto.
Eu bem que tento tirar a camisa e a proteção, só que meus braços não
dão conta, o que mostra que estou uma merda.
Em minutos Jordan volta e após saber que não consigo tirar a porcaria
da roupa ele se preocupa comigo.
— Vou te ajudar. Você precisa de um médico urgente.
Se eu já estava me sentindo péssimo antes, agora estou bem pior por
meu melhor amigo ter de retirar minha roupa e me ajudar a tomar banho.
Em seguida eu me deito no banco esperando que ele tome o seu banho.
Depois vamos para o carro e tenho de pedir para ele dirigir mais devagar.
— Se essa doença não me matar você com certeza vai fazer isso
dirigindo a essa velocidade — brinco.
— Isso não é caso de brincar. — Pelo jeito sério dele sei que está muito
preocupado comigo. — A Jas sabe o quanto você está mal?
— Ela não precisa saber.
Se o Jordan estava preocupado antes, ao voltar da consulta ele estava
surtando no carro, o que estava fazendo minha cabeça querer explodir e a
náusea voltar.
— Cara, eu vou vomitar.
— O carro é seu mesmo — ele me olha do canto do olho.
— Vai ficar com raiva até quando?
— Até quando você aprender a se cuidar para não me deixar sem um
melhor amigo.
Eu sei que ele tem razão. Fui irresponsável não procurando um médico
logo que adoeci, agora a gripe virou pneumonia e vou precisar fazer o
tratamento direito para melhorar logo.
— Hoje vou tomar os remédios, vou seguir as recomendações, descansar
amanhã o dia todo e à noite estarei melhor para poder jogar.
— Está maluco ou só ficou surdo? O doutor foi claro ao dizer que você
não terá condições de jogar amanhã. Você vai ficar em casa se cuidando,
imbecil!
— Pé no saco! — Começo a rir e me arrependo na hora por sentir dor no
tórax.
— Minha irmã vai arrancar suas bolas quando souber.
— Ela vai ficar muito preocupada — falo com esforço.
— E vai surtar com você.
Minhas energias se esgotam, recosto a cabeça no vidro e pego no sono,
estou muito cansado e com frio.
Desperto com leves cutucadas em meu braço, Jordan me acorda para eu
subir para meu quarto. Saio do carro cambaleando um pouco por causa do
sono e do mal estar.
— Vou com você até lá para não correr o risco de cair, bater a cabeça e
me fazer ter mais trabalho para te levar ao hospital de novo!
Eu queria rir, mas é claro que não me atrevi, ou sentiria mais dor e tudo
o que quero evitar nesse momento ruim é dor. Subo as escadas e quando
finalmente posso me deitar meu corpo agradece imensamente.
Precisei tomar alguns comprimidos antes de poder dormir e depois disso
não vi mais nada.
Estou sendo sacudido, resmungo querendo dormir mais e puxo o
edredom até cobrir minha cabeça.
— Acorda, príncipe! — Essa voz.
Ela descobre a minha cabeça, beija meu rosto e me balança mais um
pouco até que eu abro os olhos.
— Está na hora dos seus remédios — toca minha testa. — Você está com
febre e está todo suado. Vai ter de tomar um banho.
— Não — resmungo.
Não quero me mover, meu corpo parece ter levado uma surra e depois
ter sido moído, sem falar da tosse que é uma tortura para meus pulmões
doloridos.
Jasmine coloca os comprimidos na minha boca, em seguida encosta o
copo de água em meu lábio inferior e eu bebo.
— Hora do banho!
— Quero dormir! — Resmungo puxando o edredom para me cobrir
novamente e apenas esse esforço acarreta muita dor em todo o meu corpo.
— Não seja teimoso, Theo! Eu sou a única que pode ser teimosa. Você é
o bom garoto, então se levante e tome banho! Enquanto isso vou separar
algumas peças de roupas suas para você ficar lá em casa.
— Hein? — Descubro a cabeça para ver seu rosto.
— Vou te levar para minha casa pra cuidar de você. Acha que eu tenho
coragem de deixar você com três marmanjos que não devem saber cuidar
nem deles?
Balanço a cabeça tentando fazer o mínimo de esforço, não vou sair
daqui.
— Ah, você vai! Se não for tomar um banho por conta própria eu vou te
arrastar até o banheiro, e você sabe que não sou de brincar, estou falando
sério!
Eu me sento na cama lentamente tentando ignorar os calafrios.
— Jordan.
— Quer que eu peça para ele te ajudar? Se for isso, eu mesma posso te
ajudar no banho.
— Posso ficar com o Jordan — até engolir saliva é doloroso.
— O Jordan tem aula amanhã e jogo à noite, todos os três, você não
pode ficar tanto tempo sozinho, necessita de cuidados e eu sou sua
namorada, vou cuidar de você com muito mais carinho.
Sorrio sabendo que é verdade.
Sem muita escolha reúno minhas forças e me levanto indo para o
banheiro. Tomo um banho do jeito que eu consigo e volto para o quarto
enrolado em uma toalha.
Quando chego no quarto Jasmine coloca minha mochila sobre a cama, a
qual ela encheu de roupas. Eu me sento na cama me sentindo exausto.
— Haaaa! Tadinho do meu príncipe — segura meu rosto beijando-me
com um selinho. — Vou te ajudar a vestir sua roupa.
Com tudo pronto descemos encontrando meus três amigos na sala. Já
prevendo uma despedida não muito rápida, acabo me sentando.
— Você não precisa levá-lo — Chase cruza os braços. — Nós podemos
cuidar muito bem dele, é para isso que os amigos servem.
— Sério? — Jasmine ergue as sobrancelhas em descrédito. — Vocês
precisam frequentar o campus, treinar e jogar, quem cuidaria dele nesse
tempo todo?
— A gente daria um jeito — dá de ombros curvando um pouco os
lábios. Sei que ele está apenas querendo provocar a Jasmine.
— Será que podemos ir? Quero muito deitar e dormir — peço sentindo
cada parte de mim reclamar, ansiando por uma cama e um cobertor
quentinho.
— Vamos! — Jordan dá um passo para frente, Jasmine me ajuda a
levantar.
Nós nos despedimos, e é meu melhor amigo quem nos leva e me ajuda a
ir até o quarto da Jasmine, onde me deito satisfeito e pego no sono
instantaneamente.
Capítulo 36
— Ai, meu Deus! Que saudade! — Sou apertado com toda a força de
seus braços. Recebo vários beijos no rosto e mais um abraço de urso. —
Acho que vou conversar sério com seu pai para não deixarmos você voltar
para a universidade.
Sorrio passando um braço por seus ombros, com a outra mão ergo a
mala que deixei no chão e entro.
— Você está com fome? — Minha mãe para em minha frente segurando
meu rosto em suas mãos.
— Um pouco, mas consigo esperar o almoço.
— Você está tão lindo!
— E você diz isso toda vez que venho aqui.
— E você deveria vir mais vezes, faz muito tempo que te vi.
— Eu se i— eu me sento no sofá, sendo seguido por ela. — A rotina tem
sido uma loucura e temos tido vários jogos. Fico exausto às vezes, mas
prometo — seguro suas mãos nas minhas fitando os olhos dos quais herdei
a cor castanha — que vou tentar vir visitar vocês mais vezes. Eu sinto muita
falta de todos.
— Nós também de você. Juliet sempre reclama por você estar tão longe.
— Falando nela, onde está a boneca da família?
— Na casa de uma amiga, deve chegar a qualquer momento.
— Vou para o meu quarto me trocar e volto. Precisa de ajuda na
cozinha?
— Hoje não, mas me pergunte isso outro dia— pisca nos fazendo rir.
— Te amo, mãe! — Beijo seu rosto e me levanto pegando minha mala
para ir ao meu quarto.
Após um banho eu desço ouvindo a voz doce de Juliet na sala. Ela grita
ao me ver e vem correndo pulando em mim para me dar um abraço
saudoso.
— Mano!
Eu envolvo sua cintura fina com meus braços e beijo sua bochecha.
— Desde quando você passou a ser tão desalmado a ponto de não visitar
sua família? — Franze o cenho ao mesmo tempo em que leva as mãos à
cintura.
— Também senti sua falta, maninha. — Toco seu queixo.
— Você está muito bonito!
— E você está cada dia mais linda, o que me preocupa muito.
Juliet revira os olhos sabendo que estou me referindo a homens se
interessando por ela.
Minha irmã está com dezessete anos agora e no ano que vem vai cursar
ballet na Juilliard, todos temos muito orgulho dela por ter conseguido uma
vaga nessa instituição que é líder mundial em Artes Cênicas. Ela se
esforçou muito e se sacrificou para ser selecionada.
Nós três nos reunimos na cozinha, minha irmã e eu ficamos sentados
separados de nossa mãe pela ilha no meio do cômodo. Juliet começa a me
contar como está sendo seu último ano no Ensino Médio.
Quem estava faltando chega assim que o almoço fica pronto, Juliet e eu
vamos ao seu encontro o abraçando juntos. Nosso pai nos abraça por um
longo momento dizendo o quanto sente minha falta.
À mesa, com minha família, percebo o quanto sinto falta deles, desses
momentos em que ficamos todos juntos.
— E você, filho? Como estão os jogos? Arrasando como QB?
Toda vez que ele toca no assunto de eu estar jogando futebol americano
seus olhos brilham e é notável o orgulho expresso em seu rosto quando
conto sobre os treinos e os jogos. Ele ama isso, poderia ter sido um jogador
se não amasse mais os carros do que o campo. Quem vê um carro
restaurado ou customizado por ele diz que ele nasceu para isso, ele tem um
talento fora do comum e eu o admiro por isso e por tudo.
Tyler Williams é um homem incrível, em quem procuro me espelhar,
pois além de ser um excelente marido, pai e profissional, é uma pessoa com
caráter e força admiráveis.
Após o almoço nos reunimos na sala de estar para ficarmos
conversando. E o assunto que eu estava evitando, pelo menos por hoje, é
trago à tona por minha irmãzinha.
— Quando vai trazer a Jasmine aqui?
Eu automaticamente observo minha mãe, que ergue uma sobrancelha
demonstrando que esse assunto não é o seu favorito.
— Ainda não sei bem. Depois de amanhã vou visitar os Foley e depois
do almoço de ação de graças eu a trago aqui.
— Estou curiosa para ver vocês como namorados — Juliet começa a rir.
— Engraçado que eu não estou nem um pouco curiosa para ver isso —
minha mãe cruza os braços não escondendo sua insatisfação.
— Ah, mãe! — Eu me sento ao seu lado e a abraço. — Eu já disse que a
Jas está diferente, e eu estou feliz com ela.
— Se você está feliz nós também estamos — meu pai quem fala. —
Vamos receber sua namorada de braços abertos — pisca para mim, então sei
que irá convencer a minha mãe.
— Obrigado, pai.
— Tanta mulher no mundo e você tinha que se apaixonar logo por ela?
— A mulher insatisfeita ao meu lado resmunga.
— A gente não escolhe esse tipo de coisa, dona Julie — brinco e deixo
um beijo estalado em sua bochecha.
— Eu sei, querido, só não quero te ver sofrer de novo por ela.
— Mãe, olha pra ele! — Juliet aponta para mim. — Está estampado no
rosto desse bobo o quanto a Jas o faz feliz.
— O bobo foi desnecessário — rindo me aproximo da minha irmã para
fazer cócegas no lado de sua barriga.
— Se os Foley aceitarem, podemos fazer um almoço de ação de graças
reunindo as duas famílias — a ideia surgiu do meu pai. — O Theo pode
perguntar a eles quando for lá. O que acha, meu amor?
Todos os rostos se viram para minha mãe.
— Por mim está tudo bem, eu amo os Foley, vocês sabem, é uma
amizade de anos. Meu único problema é a filha rebelde deles namorar o
meu bebê.
Todos rimos.
No dia seguinte passo a manhã com meu pai na oficina, eu gosto pra
caramba de vê-lo trabalhar, de observar como é inteligente e habilidoso em
todo o processo. Até me arrisco a ajudá-lo em alguns acertos mais fáceis.
Essa oficina me deixa nostálgico, são muitas lembranças da minha
infância e adolescência aqui, bons momentos.
À tarde saímos todos juntos para descontrair um pouco em família e, na
manhã seguinte, após o café da manhã, vou ver a Jasmine.
Capítulo 38
— Antes de nós voltarmos quero ver se você topa realizar uma fantasia
sexual que tenho — suas mãos deslizam pelo meu peito e sobem até meu
pescoço.
— Qual é?
— Envolve você entrar escondido no meu quarto à noite.
— Isso é perigoso. Se o tio Josh me pegar não sei como vou olhar para
ele — começo a rir imaginando a cena.
— Todos estarão dormindo, é só você chegar bem tarde.
— Isso é loucura!
— Calma! Nem te contei o restante da minha fantasia! — Seus lábios se
curvam em um sorriso maldoso.
Após o almoço de ação de graças, que foi inesquecível com a presença
dos Foley, Jasmine e eu viemos para o quintal de trás da minha casa
enquanto os outros membros de nossas famílias conversam distraidamente.
Minha namorada descreve em detalhes a fantasia que quer que eu torne
realidade, eu mordo o lábio inferior pensando no que dizer a ela...
Não sei quem é mais maluco, se é a Jasmine ou se sou eu, por ter saído
de casa às duas da manhã de sábado para tentar invadir a casa dos meus tios
sem ser descoberto.
Isso é tão errado!
Eu refleti sobre esse assunto a tarde toda de ontem, pensei em todos os
contras, em como é uma falta de respeito para com os meus tios, porém,
correr o risco para deixar minha namorada feliz e satisfeita me ganhou.
Por isso estou saindo do meu carro, estacionado a alguns metros da casa
dos Foley, para encontrar a escada que a Jas disse que deixou próximo à
janela do quarto dela.
Caminho a passos rápidos torcendo para que ninguém me veja na rua
desse jeito a essa hora. Entro no quintal avançando para a lateral da casa,
encontro a escada deitada, eu a levanto e começo a subir tentando fazer o
mínimo de barulho possível.
Dou leves batidas e o rosto de Jasmine surge todo sorridente abrindo a
janela para eu passar. Assim que entro e observo seu olhar me conformo por
ter vindo.
— O que está acontecendo? — Ela começa a atuar. — De repente minha
casa ficou tão quente! — Seu hobbie desliza por sua pele, caindo aos seus
pés revelando a camisola vermelha transparente, que é tudo o que ela está
vestindo.
— Recebi um chamado sobre incêndio aqui — tento ficar sério e retiro o
casaco. Basta seguir o roteiro que ela me enviou.
— Uau! — Jasmine percorre meu corpo o devorando com seus olhos
carregados de desejo. — Realmente tudo está pegando fogo aqui.
Eu retiro o capacete deixando-o na mesa de cabeceira, ela não tira os
olhos de mim. Estou vestindo uma roupa de bombeiro, mas apenas a calça
com suspensórios, nada de camisa, exatamente como ela descreveu sua
fantasia.
— Ainda bem que eu trouxe minha mangueira para apagar esse fogo —
e é nesse instante que não consigo mais segurar as risadas, isso é muito
ridículo.
— Que bom que trouxe sua mangueira, quero ver você usá-la, e precisa
ser rápido, pois o incêndio aumenta a cada segundo. — Jasmine agarra os
suspensórios me puxando, colando seu quadril em meu corpo.
Eu aperto os lábios para não rir de novo, e antes que eu falhe sua boca se
apossa da minha em um beijo sensual e forte. Era tudo o que eu precisava.
Fico observando o tio Josh se despedir dos filhos com abraços e beijos
no rosto, sou o próximo a receber seu abraço.
— Quero falar com você — sussurra e toca meu braço afastando-nos um
pouco de seus filhos. — Na próxima vez em que for lá em casa pode entrar
pela porta — sorri de lado.
Merda!
Levo um choque e tudo em meu corpo para. Engulo em seco a vergonha,
sinto um frio na boca do estômago e fecho os olhos expirando.
Achei que ninguém havia notado minha entrada pela janela na
madrugada de sábado, nem mesmo minha saída cerca de duas horas após
um sexo selvagem e o mais silencioso que conseguimos. Foi intenso, louco
e muito gostoso, Jasmine e eu estávamos com um nível de tesão elevado, o
qual conseguimos saciar ficando esgotados depois.
— Tio Josh... — Minha voz sai fraca.
— Calma! — Ele me interrompe erguendo a mão. — Não contei isso
para te dar um sermão, eu só não podia deixar passar sem aproveitar a
oportunidade para me divertir um pouco — ri. — Com certeza foi
influência da Jas, tudo bem, não estou bravo, sério. Você foi corajoso e
imprudente, poderia ter sido pego.
— Eu sei, desculpa.
— Não precisa se desculpar, jovens se aventuram, fazem loucuras, e eu
estou tão feliz pelo bem que você faz para a Jasmine que não ligo. Será um
segredo nosso, a Julie não pode ficar sabendo de jeito nenhum!
Nós dois rimos agora.
O tio Josh é fantástico, eu o amo muito, então o abraço de novo, mais
apertado dessa vez.
— Espero te ver no Natal — ele se despede.
Volto para junto de Jasmine e Jordan, seguimos para o corredor de
embarque, já anunciaram nosso voo. Em poucas horas estaremos de volta à
Los Angeles, para amanhã retornarmos à nossa rotina universitária.
Capítulo 41
— Está tudo bem por aqui ou o Tucker está incomodando você, Jas?
Eu me viro encontrando Chase sério encarando o outro loiro mais à
frente, ele baixa os olhos azuis para mim.
— Oi, Chase! — Sorrio alegre em vê-lo.
— Qual é, Chase? — Tucker também o cumprimenta.
— Eu vou saber depois que a Jas me responder— suas sobrancelhas
claras se erguem na espera de uma resposta.
— Sim, o Tucker está me incomodando. É o tipo de cara que não sabe o
significado de “cai fora”.
As íris azuis param de me fitar para encararem o outro homem.
— Olhe só, Tucker, preste atenção porque eu vou falar apenas uma vez.
— Ergue o indicador. — A Jasmine é minha amiga e namorada de um dos
meus melhores amigos, então eu acho bom você não se aproximar dela para
o seu próprio bem, a não ser que ela o autorize.
— Sem chance! — Faço questão de deixar claro.
— Eu só estava conversando.
— Ela não quer e pronto! — Chase dá um ameaçador passo para a
frente. Se eu fosse o Tucker não o irritaria. — Vá procurar outra
universitária para conversar!
Tucker ergue as mãos e vai embora.
— Obrigada! Ele é insistentemente chato.
— Quando precisar é só chamar. Agora vou nessa! Tenho treino. Fale de
mim para suas amigas! — Pisca e sai apressado.
Eu fico rindo sozinha desse jeito todo conquistador do Chase.
Espero que agora o Tucker tenha entendido o recado e não me atormente
outra vez.
Após o treino meu príncipe vem passar um tempo comigo.
— Tenho uma programação diferente, — acomodo minhas pernas no
sofá e encaro seus olhos me fitarem curiosos — vamos assistir a um filme
de romance.
Theo não consegue esconder a surpresa, o que me faz rir.
— Sei que não sou adepta aos filmes de romance, mas estava tentando
encontrar coisas que eu pudesse fazer pela primeira vez com você. Comigo
você teve tantas primeiras vezes e eu, bem, você foi o primeiro por quem
me apaixonei, meu primeiro namorado e o primeiro homem com quem fiz
amor.
— Já é o suficiente, não acha? — Sorri se aproximando mais tocando
meu rosto e acariciando minha bochecha. — E estou disposto a tudo para
ser o primeiro e o último.
Suas palavras culminam em um beijo explosivo, do qual preciso me
desvencilhar logo para poder respirar.
— Vamos assistir? — Tenho que focar no filme para não acabarmos sem
roupa aqui no sofá.
— Claro! O que quiser. Que filme escolheu?
— Foi indicação de uma amiga, chama-se Cartas para Julieta, ela disse
que é muito bom.
— Beleza — ele se acomoda me puxando para seus braços.
Está fazendo frio, o inverno está quase chegando, mas aconchegada no
corpo quente do Theo e tendo um cobertor sobre nós no sofá sinto aquele
quentinho gostoso.
— Acho interessante a Casa de Julieta, o romance que permeia o lugar,
as cartas de amor que milhares de mulheres depositam no muro,
esperançosas em receber uma resposta que possa ajudá-las em sua vida
amorosa.
A cena que se passa nesse lugar inspirador me faz refletir.
— Uma Jasmine sensível — sorri, eu ergo o rosto apoiado em seu peito
para vislumbrar seu rosto. — Outra faceta que eu não conhecia.
— Sou uma caixinha de surpresas — brinco recebendo um breve beijo
em minha boca. — Deu vontade de um dia poder viajar para Verona e
visitar a Casa de Julieta, tirar uma foto na sacada e quem sabe deixar um
bilhete no muro.
— Por que deixaria um bilhete? Até onde eu sei sua vida amorosa está
espetacular — abre um sorriso convencido.
— Concordo — ergo o corpo para ter uma visão melhor de seu rosto. —
Posso deixar uma carta agradecendo por ter encontrado o que muitas
pessoas não conseguem.
— E o que é?
— Um príncipe — nós rimos. — Um homem que mudou meus planos
me fazendo enxergar em seus olhos um “para sempre”.
Sua expressão muda, seu sorriso se desfaz e Theo me beija, um beijo
forte, carregado de amor intenso.
— Você não parece real às vezes — sua voz sai em um sussurro
enquanto as íris castanhas me olham com carinho. — Eu esperei muito para
você poder ser minha, Deus sabe o quanto eu desejava isso, e agora que
realmente posso chamá-la de minha você supera minhas expectativas a cada
momento estando em um nível além de perfeita. Jasmine, — sinto seu toque
quente em minha bochecha — eu te amo com tudo o que sou, com todas as
minhas forças, nunca existiu nem vai existir outra mulher para mim. Já ouvi
falar que você encontra o verdadeiro amor uma vez na vida, eu encontrei,
— seu sorriso aquece minha alma — e tenho sorte por isso.
Que se dane o filme!
Eu quero é beijar esse homem encantador que é capaz de me derreter
toda com suas palavras sinceras e românticas, esse homem que amo ver
sorrir, que me faz sentir viva, que desejo ser meu para o resto da minha
vida.
Quanto ao filme de romance?
Nós terminamos de assistir mais tarde.
Capítulo 42
Amarro a caixa com uma fita azul de cetim que dá o toque final que eu
desejava. Sento ao lado da caixa expirando forte.
Londres é o destino de várias viagens que fazemos em família, visitar a
melhor amiga do meu pai e sua família sempre foi empolgante, eu os amo
muito, somos todos uma família, e passar o Natal lá, como sempre fazemos
ano sim ano não, deveria ser tão excitante quanto nos anos anteriores.
Olho de relance para a caixa em minha cama, eu quero consertar todos
os erros que cometi e o que tem dentro da caixa vai me ajudar.
Seguro o meu celular e acesso as últimas fotos, tenho parado para
visualizá-las várias vezes durante os últimos dias. Não me canso de ver
Theo ao meu lado, vestindo terno preto, e segurando um majestoso bouquet
de rosas vermelhas.
Minha formatura aconteceu dias atrás, minha família estava lá, o que é
óbvio, e Theo fez questão de aparecer me surpreendendo com as flores e
com o quão lindo e elegante ele estava.
É por isso e por tudo que eu quero recompensá-lo por todos os
momentos em que o fiz sofrer, por isso tenho um presente de Natal especial
para ele e vou entregar essa noite, mesmo faltando quatro dias para o Natal,
porque amanhã bem cedo estarei a caminho de Londres.
Carrego a caixa em meus braços e saio, despeço dos meus pais e vou até
a garagem abrindo a porta do carona do carro da minha mãe para depositar,
com cuidado, a caixa na frente do banco.
Tudo certo eu dou a volta e me sento no banco do motorista, ajeito o
cinto de segurança e ligo o carro. Ao ouvir o barulho do motor ligando eu
sorrio, não teria conseguido sem ele.
Theo continuou me dando aulas de direção todos os dias, até que eu
aprendi a dirigir bem e a me sentir segura. Nesse momento ele foi comigo
marcar um exame de direção.
Meu namorado acreditou em mim, confiou que eu era capaz de
conseguir, e quando o exame acabou, tudo o que fiz foi sair correndo para
seus braços.
Hoje tenho minha carteira de motorista, algo que eu já tinha deixado de
lado, algo que não era mais um objetivo para mim, mas que meu namorado
fez questão de me mostrar que tudo é possível quando você se esforça
mesmo.
Enquanto você respirar não está acabado, você pode tentar quantas vezes
forem necessárias para que uma hora dê certo.
Ligo o rádio e dirijo ouvindo um pouco de música até chegar à casa dos
Williams.
Toco a campainha e Julie quem me recebe, peço para ela chamar o Theo
por gentileza. Em instantes o vejo descer a escada correndo e vir até mim
me envolvendo em um abraço apertado que me tira do chão.
— Princesa!
— Oi, príncipe — aperto sua bochecha.
— Você adivinhou que eu estava querendo ver você, estou com muita
vontade de beijar sua boca.
— Então não passe vontade!
Sua mão pousa em meu pescoço puxando-me para junto de sua boca em
um beijo faminto e ansioso.
— Ainda não acredito que você vai passar tantos dias longe! — Lamenta
apoiando a testa na minha.
— Volto para passar o ano novo com você — deslizo os dedos por seus
cabelos. — Vim para me despedir e te entregar seu presente de Natal.
— Entre! Seu presente está no meu quarto.
Pego a caixa no carro e o sigo até o andar de cima entrando no quarto.
Eu me sento em sua cama e ele se posiciona ao meu lado.
— Esse presente é um pedido de desculpas por algo que fiz no passado.
— Coloco a caixa sobre suas coxas e ouvimos um barulho vindo lá de
dentro.
Ele ergue as sobrancelhas surpreso, desfaz o laço e abre a caixa voltando
a olhar para mim quando ouço novamente o mesmo barulho.
— Eu menosprezei seus sentimentos quando a Kira se foi — retiro da
caixa um filhote de Rusky Siberiano com pelos brancos e cinzas e olhos
azuis. — Não sei se ainda gosta de cachorro, entretanto eu queria te dar
algo importante.
Suas mãos pegam o cachorrinho, seus olhos voltam a me olhar
marejados, ele está emocionado.
— Obrigado, Jas. Significa muito para mim.
Seguro seu rosto entre minhas mãos para beijá-lo muito, até escutar o
choro do cachorrinho.
— Vai ter de dar um nome para ele.
— Deixa eu ver — ergue o filhote em suas mãos para encará-lo com os
olhos semicerrados. — Vou precisar de tempo — sorri.
Meu coração se enche de alegria ao ver que ele gostou mesmo do meu
presente.
Logo é minha vez de abrir o presente que ele me entrega.
Retiro o papel revelando um fino estojo, o qual abro para encontrar uma
pulseira dourada e delicada, ela possui pequenas pedras rosas penduradas
em toda a sua extensão, no meio há uma plaquinha dourada onde está
gravado:
Eu o abraço agradecendo pelo presente tão lindo. Vou usar essa pulseira
todos os dias.
Capítulo 43
— Jasmine Foley?
— Sim, pois não?
— Srta. Foley, meu nome é Hellen e eu falo em nome da Business &
Business. Analisamos seu currículo e você é exatamente o que buscamos.
Preciso que compareça à empresa para uma entrevista amanhã às 14:00
horas, é possível?
— Sim, claro! — Quero gritar de alegria.
Recebo mais algumas informações por telefone e estou livre para pular
pela sala de TV da minha casa em comemoração. Estou esperando por uma
notícia assim desde o início do ano, quando comecei a enviar currículos
para várias empresas em Los Angeles. A razão de eu querer trabalhar lá se
chama Theo, eu quero muito ficar mais perto do meu príncipe.
Eu vou conseguir esse emprego e fazer uma surpresa para meu
namorado, tenho certeza de que ele irá adorar essa novidade.
Corro para meu quarto, tenho de fazer as malas e ligar para meus pais
avisando que farei uma entrevista em LA amanhã.
Um emprego é tudo pelo que eu estava ansiando, ficar em casa sem ter
nada para fazer estava me fazendo mal, pois ultimamente tenho me sentido
cansada e com dores no corpo de tanto tédio.
Ainda bem que não vendi meu apartamento!
Vou ficar escondida lá até receber a notícia de que estou contratada, para
enfim poder dar a grande notícia para o Theo.
Luke corre desesperado até a porta latindo que nem doido, parece que
mais alguém aqui está feliz por Jasmine ter vindo passar o fim de semana
conosco.
Abro a porta e ela me abraça apertado, faço o mesmo envolvendo sua
cintura e inspirando fundo seu perfume. Não nos víamos há duas semanas,
poder senti-la é reconfortante, parece que Luke acha o mesmo, pois fica
pulando nas pernas dela exigindo um pouco de atenção.
— Senti sua falta — falo entre seus cabelos.
— Eu também, príncipe — seu aperto se torna mais forte.
Afasto-me um pouco segurando seu rosto delicado entre minhas mãos,
analiso seus olhos:
— Você está bem?
— Sim, só um pouco cansada, e louca por um beijo.
Sem perda de tempo uno meus lábios aos seus desfrutando do sabor de
sua boca macia, de seu gosto único e delicioso.
Logo Jasmine dedica sua atenção ao Luke, caso contrário ele não nos
deixará em paz. Ao entrarmos ela cumprimenta os rapazes, então vamos
para o meu quarto, eu levo sua bolsa comigo.
— Quer descansar um pouco antes do jantar?
— Talvez alguns minutos me façam bem se você me fizer companhia,
quero passar o máximo de tempo que puder com você.
E como ela pede, é assim que acontece: ficamos deitados em minha
cama conversando.
Durante o jantar Jasmine ri e conversa com meus amigos, no entanto
algo nela está diferente, ela parece diferente.
Sei que você deve estar achando estranho eu ter deixado essa carta,
afinal não sou disso, não é mesmo?
Eu preciso dizer algo para você e não conseguiria fazê-lo pessoalmente.
Acontece que eu recebi uma proposta de trabalho maravilhosa, é uma
grande oportunidade para eu crescer profissionalmente e ser bem sucedida
em minha carreira, é a realização de um sonho, é tudo o que eu desejei.
O porém é que a empresa fica em Londres, e como não há chance
nenhuma de eu recusar essa oportunidade, eu estou me mudando para lá.
Quero pedir que, por enquanto, não me ligue.
Pode ser que enquanto você lê essa carta eu já esteja voando a caminho
de Londres, da minha nova vida, trabalhando para ser o sucesso que sonho
em ser e poder ser comparada aos meus pais por isso.
Talvez você não entenda a minha escolha nesse momento, no entanto
você vai entender quando for escolhido para jogar em um dos melhores
times do país. E você vai ser, você sabe que é um quarterback muito
talentoso.
Eu não vou poder te dar os parabéns pessoalmente nessa próxima
semana, mas quero que se divirta, que comemore seus vinte e um anos com
seus amigos, com sua família, de alguma forma que te deixe feliz.
Não estaremos mais juntos, contudo quero que saiba que eu desejo todo
o sucesso do mundo para você e toda felicidade, porque você merece.
Abraço,
Jasmine.
Que droga!
Abro a bolsa tirando o celular, que toca insistentemente. Olho para o
visor na certeza de que é Jordan querendo acabar comigo, mas trata-se de
um número desconhecido, então atendo, sem poder prever que essa ligação
iria me deixar sem chão.
Entre lágrimas peço ao motorista que mude a rota e que dirija o mais
rápido que puder.
Nunca tive o hábito de roer unhas, mas não tive outra opção para aplacar
o nervoso que eu estava sentindo até finalmente chegarmos.
Dou algumas instruções ao motorista e saio do carro entrando apressada
no prédio. Sou acompanhada até um quarto, dois andares acima.
Respiro fundo três vezes antes de ter forças para erguer minha mão
trêmula e girar a maçaneta. Ao abrir a porta não consigo respirar por alguns
segundos.
Seus olhos me fitam surpresos, tristes, para depois seu rosto se virar para
o outro lado. Eu me aproximo da cama.
— Eu sinto muito.
— Não vai funcionar cantar “Sorry” dessa vez — seu tom é duro.
Reparo nos pequenos cortes no lado esquerdo de seu rosto e no braço.
— Eu sei, só que eu não consegui embarcar naquele avião — as
lágrimas não me obedecem e caem. — O seu rosto não saía da minha
mente, seu sorriso, nós dois juntos. Eu tentei ir embora, mas eu percebi que
não consigo, por mais que eu queira.
— E o que você quer que eu diga? — Seu olhar é um misto de decepção
e raiva. — Você terminou comigo através da merda de uma carta! Passou a
noite toda comigo e não disse nada. O que mais está doendo é ter acreditado
em você, é ter me iludido ao pensar que você havia mudado, quando na
verdade você continua se importando unicamente com você.
Queria poder mudar essa situação, poder abraçá-lo e acabar com a dor
que eu estou lhe causando.
— Você facilmente me descartou por causa de um emprego — ele tenta
enxugar o rosto molhado passando a mão com raiva nos olhos. — Pensei
que o que a gente tinha era importante, que eu era importante para você, e
no fim foi tudo mentira.
— Você é importante pra mim!
— Você deixou isso bem claro naquela carta — diz com sarcasmo. —
Estava indo para outro país sem nem ao menos ter a consideração de
conversar. Você acabou comigo quando deixou aquela carta. Eu só quero
que saia daqui! Sai, por favor! — Aponta para a porta.
— Eu tenho leucemia! — Praticamente cuspo as palavras.
Vejo a confusão em seu rosto.
— O quê?
— Eu queria te fazer uma surpresa e encontrar um emprego em Los
Angeles para ficarmos mais perto um do outro. Uma empresa me ligou e
marcou uma entrevista. Consegui passar na entrevista, então só tinha que
fazer alguns exames e seria contratada. Eu estava ansiosa para te contar
sobre esse emprego.
Preciso inspirar fundo e tentar conter o choro.
— O médico da empresa me perguntou se eu sentia várias coisas, para a
metade eu disse sim, então ele informou que eu tenho leucemia e que
preciso procurar um oncologista para iniciar o tratamento correto o quanto
antes.
Theo não diz nada, nem se move.
— No dia em que recebi a notícia fui para meu apartamento chorar, no
outro dia, o tempo todo, pensei no quanto faria você sofrer sempre que eu
passasse mal, que eu piorasse, você não merece isso. A única solução que
encontrei foi me afastar, porque por mais que me doesse eu sabia que estava
fazendo o melhor para você. Não quero que se prejudique nos treinos ou
nos estudos por ficar preocupado comigo. Tudo o que eu fiz foi pensando
em te proteger do que está por vir.
— Porra, Jasmine! — Rápido ele se aproxima e ainda sentado na cama
toca meu rosto com suas mãos encostando a testa na minha. — Eu te amo!
Eu sempre te amei e sempre vou te amar, não importa o que aconteça,
entende isso, por favor. Eu não consigo amar outra, eu não quero amar
outra, porque você é perfeita pra mim.
Suas palavras me deixam em pranto.
— Vamos enfrentar isso juntos, vou ficar do seu lado e você vai ficar
bem, não conheço ninguém mais forte que você.
Ele afasta nossos rostos e agora posso ver, de volta no castanho de seus
olhos me fitando, todo o amor que ele sente por mim.
— E se eu ficar careca?
— Posso raspar meus cabelos e seremos o casal careca mais lindo do
mundo — sorri acariciando minhas bochechas com seus polegares.
Eu o abraço não acreditando na sorte que possuo por tê-lo.
— Estou com medo — confesso.
— Tudo bem, é normal sentir medo em uma situação dessa. Mas lembre-
se de que não está sozinha. Seus pais sabem?
— Ainda não — eu me distancio um pouco para secar meu rosto. —
Eles e o Jordan são outras pessoas que eu queria proteger para não
sofrerem.
— Eles precisam saber. Seus pais vão correr atrás do melhor médico e
do tratamento mais eficaz que existe.
— Você fica comigo quando eu contar para eles?
— Claro! Vamos tentar providenciar essa viagem para hoje, temos de
comprar uma passagem para levar o Jordan também.
— Ele vai querer me matar por causa da carta. Quero contar para ele só
quando estivermos com nossos pais.
— Eu dou um jeito de acalmá-lo. Agora, tenho que receber alta para
sairmos daqui.
— Você está bem? Ligaram para o meu celular avisando que você havia
sofrido um acidente de carro e que estava falando meu nome.
— Estou todo dolorido, tirando isso estou ótimo, tive sorte — seu
sorriso faz a covinha aparecer, eu o beijo bem ali.
— O que aconteceu com você e que merda ela está fazendo aqui?
Não poderia esperar uma recepção calorosa do meu irmão, ao reaparecer
de mão dada com o Theo depois do que eu fiz. E para compensar os outros
dois se colocam ao lado do Jordan, todos me encarando furiosos.
— É o seguinte: — Theo é sempre o pacificador — eu sofri um pequeno
acidente de carro, estilhaços de vidro voaram, cortaram um pouco meu
rosto e meu braço, mas estou bem. Quanto à Jasmine, tudo o que podem
saber nesse instante é que a situação é grave, então por favor, não a
julguem.
— Mano, como você pode defendê-la? — Jordan está mesmo puto
comigo.
— Você vai saber. Nós temos de ir para Nova Iorque e você vem junto,
já compramos sua passagem, o voo será daqui a duas horas.
— O quê? — Se vira para mim. — Que porra você aprontou dessa vez?
Não vou pra Nova Iorque porra nenhuma!
Meu namorado solta minha mão e se aproxima do seu amigo tocando em
seu ombro.
— Confie em mim, somos melhores amigos há tantos anos, precisamos
de você lá. Eu estou pedindo para vir.
Theo consegue desarmar meu irmão, que concorda com um movimento
de cabeça.
— Pegue o que for precisar. Voltaremos amanhã.
O homem mais lindo e incrível desse mundo volta a segurar minha mão
e nos conduz para seu quarto.
— Descanse um pouco — pede. — Vou pegar algumas coisas e
conversar com meus amigos antes de ir.
— Está bem. — Posiciono meus braços em volta de seu pescoço. —
Obrigada por tudo, príncipe. Principalmente por me amar tanto assim.
— Você é meu tudo, princesa — seus lábios colam nos meus, sua língua
encontra a minha movendo-se lenta entre carícias.
Seu beijo me acalma, é como um bálsamo depois dos últimos dias
tempestuosos. Eu não sei o que faria sem ele na minha vida.
Capítulo 46
Não sei explicar direito o que estou sentindo, se é que sinto algo. Parece
que, devido à enxurrada de acontecimentos e emoções nas últimas horas, eu
estou anestesiado, entorpecido, desnorteado.
A expressão “meu mundo parou” se encaixa com maestria nesse
momento da minha vida, pois foi o que aconteceu quando a mulher da
minha vida revelou que tem leucemia.
Leucemia.
Um tipo de câncer.
Câncer.
Uma doença que causa dor só de ouvir seu nome.
Dor e medo.
Eu tive de guardar tudo o que senti para ser forte e transmitir segurança
e fé para a única mulher que tomou meu coração. Ela precisa de mim, e é
por isso que estou ao seu lado agora, segurando sua mão e observando os
três membros da sua família sentados à nossa frente na ampla sala de estar
da casa dos Foley.
— Se essa tensão toda é para dizerem que a Jasmine está grávida, quero
adiantar que está tudo bem — tio Josh se apressa.
— Quem dera fosse isso, pai — fala desanimada e expira virando seu
rosto para mim.
Deposito um beijo em sua testa a fim de encorajá-la.
— Filha, será que você pode falar logo? — Aysha leva uma mão na
altura do coração. — Não estou gostando nada do que estou vendo nos
rostinhos de vocês.
— Eu acho que não tem como contar de outro jeito. Acontece que fui
fazer alguns exames de admissão e descobri que tenho leucemia.
Vejo o choque nas expressões dos três, é uma notícia impactante, com
certeza. A tia Aysha fica com os olhos marejados de lágrimas.
— Há alguma chance de não ser isso?
— Acho que não, pai. O médico me fez várias perguntas, a maioria dos
sintomas eu tenho sentido ultimamente. Ele recomendou que eu procure um
oncologista — Jas desaba.
Sua família se levanta e vem abraçá-la fazendo-a se levantar. Jordan me
abraça entre lágrimas. É um momento extremamente difícil e doloroso para
todos.
Quando os ânimos se acalmam eu me despeço, o tio Josh me oferece
uma carona.
Em frente à minha casa ele me abraça.
— Vai ficar tudo bem, tio Josh. A Jas é mais forte do que todos nós
juntos e você sabe que a medicina está cada vez mais avançada.
— Você está certo, campeão. — Bagunça meu cabelo. — Obrigado por
ficar ao lado dela.
— Eu amo a Jas.
Sentindo todas as emoções do dia pesarem em meus ombros entro em
casa, recebo o abraço caloroso da minha mãe e me permito desabar,
colocando para fora toda a dor que guardei o dia todo.
Acordo cedo no dia seguinte e saio para correr, exercícios sempre
ajudam a aliviar a mente.
Pouco mais tarde vou para a casa dos Foley com minha família, eles
querem prestar solidariedade aos amigos e oferecer qualquer tipo de ajuda
que aqueles precisem.
Vou direto para o quarto do Jordan:
— Como você está, mano? — Abraço meu melhor amigo notando seu
desânimo, e eu entendo, ficaria arrasado se Juliet dissesse que está com
algum tipo de Câncer.
Conversamos um pouco, digo algumas palavras de força e saio para ver
minha namorada. Ela se levanta da cama em um pulo e vem me abraçar.
— Não está um pouco tarde para ainda estar de pijama? — Brinco.
— É confortável — seu sorriso me anima.
Nós nos beijamos intensamente, sem nos preocuparmos com a exigência
de nossos pulmões por mais ar, continuamos nos beijando porque
precisamos sentir um ao outro, necessitamos desse contato para esquecer o
restante do mundo.
— Você viu meus pais? — Pergunta ao se afastar sentando-se na cama.
— Claro! — Sorrio e sento a abraçando.
— Todos estão tristes, preocupados comigo, é tudo o que eu queria
evitar com a ideia de me mudar para Londres.
— Eles são sua família, não existe a possibilidade de não sentirem nada
diante do que acontece com você. Todos te amam, eu te amo, você não tem
que carregar isso sozinha, não tem que passar por essa fase sozinha,
estamos aqui por você.
— Será que você pode parar de ser tão perfeito? — Sorri e acaricia meu
rosto.
Consigo convencê-la a se trocar e nos juntamos a todos.
Durante o almoço, com as duas famílias reunidas, desfrutamos de
instantes felizes, com todos conversando e brincando, o que me faz sentir
bem, principalmente quando vejo Jas e Jordan sorrindo também.
Uma reunião foi necessária. Primeiro com os amigos com quem moro,
eles mereciam saber o que está rolando e foram muito prestativos comigo e
com o Jordan, eles são demais, são a família que temos aqui.
A segunda reunião foi com o time, poder contar com o apoio deles nos
piores momentos é crucial para continuarmos motivados em campo.
Também contei para Audrey, ela ficou chocada e disse que ligaria para
Jasmine para dizer que esta pode contar com ela.
Capítulo 47
— Parabéns, querido!
— Feliz aniversário, filho!
Meus pais são os primeiros a me darem um abraço, em seguida vem
Juliet e a mulher da minha vida.
Hoje é meu aniversário, razão pela qual fui liberado do treino e estou
aqui, em frente a um restaurante, onde nós iremos almoçar, para em seguida
irmos para um lugar que todos fazem questão de manter segredo.
Entre muitos abraços, beijos e gritos estridentes e graves, eu passo a
tarde em um parque de diversões incrível, com brinquedos alucinantes. São
momentos divertidos e valiosos.
Ao entardecer temos de nos despedir e Jasmine enlaça meu pescoço:
— Eu queria muito poder ficar e terminar esse dia sentando em você —
nós rimos.
— Tudo bem, temos a vida toda para você sentar em mim quantas vezes
quiser — acaricio sua bochecha com meu polegar.
— Tenho de ir por causa da consulta amanhã cedo com um oncologista
que foi indicado por um conhecido do meu pai.
— Não se esqueça de me atualizar sempre.
— Ok. Quero que me prometa que não vai deixar sua preocupação
comigo te abalar no campo nem nos estudos. Você promete? — Ergue a
mão direita com o dedinho estendido.
— Prometo — entrelaço nossos dedos.
— Os meninos se dedicaram muito para preparar uma festa para você,
então por favor, faça tudo para se divertir, por você, por seus vinte e um
anos, por mim. Você está fazendo vinte e um anos, comemore de verdade
essa data.
— Não gosto muito de festas, pedi para eles não fazerem isso, mas fui
ignorado.
— Nem pense em dar o bolo neles, Theo Williams! Vou falar para o
Jordan te levar arrastado.
— Tinha me esquecido do quão má você pode ser quando quer — sorrio
de lado.
— Agora tenho de ir, sua família está me esperando.
Aceno para todos e respiro fundo lamentando Jasmine não poder passar
o resto do dia comigo.
— 1, 2, 3!
Meus amigos do time terminam a contagem e viramos uma dose de
Vodka. Aperto os olhos ao sentir a queimação em minha garganta.
Ao contrário do que pensei, estou me divertindo na festa que
organizaram para mim em uma das fraternidades, estamos curtindo muito e
dando boas risadas.
Vou no embalo dos meus amigos virando mais algumas doses de bebida,
até que sinto minha mente enevoada e meu corpo quente, muito quente.
As músicas continuam altas, sinto vontade de dançar e Jordan vem
comigo, ainda bem que ele não sumiu essa noite, não conseguiria voltar
para casa sozinho.
O quê?
Viro para ela incrédulo e balanço a cabeça negando.
Eu não estava preparado para a enxurrada de cantadas que fui recebendo
ao caminhar pelo campus, sem falar nas piscadelas e beijos que as
universitárias sopravam em minha direção fingindo enviá-los para mim.
“Você é gostoso pra caralho”
“Gostoso!”
“Faz um show pra mim lá em casa”
“Quero te lamber todinho”
Eu não estou entendendo nada. Sério. Quando foi que elas ficaram tão
atrevidas e por quê?
Um alívio percorre meu corpo quando entro em campo.
— E aí, Gogo Boy? — Um colega do time ri.
— O quê?
— QB! Você está fazendo o maior sucesso!
— Se o futebol não der certo a carreira de Gogo boy é algo a se pensar!
Vários caras riem e eu não entendo nada.
— Ok, muito engraçado. Agora alguém pode me dizer o que é que está
acontecendo? Por que estão me zoando?
— Não sabe mesmo? — Um deles gargalha.
Phil se aproxima de mim segurando o celular e me mostra um vídeo que
me faz arregalar os olhos e abrir a boca literalmente.
— Que merda.
Eu estou em cima do sofá na fraternidade, danço junto com o Jordan e
retiro a camisa a jogando para as universitárias que a disputam. A dança
continua de uma forma sensual e eu não acredito que fiz isso!
— Está bombando em todas as redes sociais — bate em meu ombro e se
afasta.
Vou até Jordan e seguro a gola de sua camisa:
— Você disse que eu não tinha feito merda!
— E não fez! Você estava bêbado e dançou um pouco, o que tem de
mais? Não beijou nem transou com ninguém — sorri.
Solto sua camisa e respiro fundo sem saber se fico com vergonha ou
preocupado. Como é que consegui dançar daquele jeito na frente de todo
mundo?
Deus!
— Não foi fácil para o Jordan aguentar a Tempestade o criticando
durante todas as aulas por sua dancinha, que segundo ela, deveria ser
censurada — Chase cai na gargalhada me fazendo rir.
— Ela é um pé no saco! Adora infernizar a minha vida, mas o melhor foi
que as outras colegas da sala ficaram pedindo um showzinho particular —
pisca exibindo um sorriso maldoso. Meu melhor amigo não tem jeito
mesmo.
Uma movimentação diferente acontece no vestiário, ouço passos dos
caras correndo. Viro a cabeça para o lado erguendo as sobrancelhas para o
Jordan em sinal de pergunta. Em resposta ele ergue as mãos e os ombros.
Decido ignorar e continuar meu banho.
— Corram mesmo para cobrir tudo porque o único pau que quero ver é
do meu namorado! — Essa voz.
Abro um sorriso ao vê-la se aproximando.
— Jas?
Sem cerimônia ela vem até mim colando seu corpo no meu sendo
molhada pelos pingos que continuam caindo do chuveiro, e em um segundo
ela me puxa para um beijo ardente.
— Vamos embora rápido, pessoal! — Ouço a voz de Jordan. — Dêem
ao QB um pouco de espaço!
Sorrio sendo acompanhado por ela, para então voltarmos a nos beijar.
— Eu sabia que era maluca, mas não tanto — ajeito os fios de cabelo
molhados grudados em seu rosto. — Você não pode entrar aqui.
— Ainda não nasceu alguém que é capaz de barrar Jasmine Foley
quando ela necessita ver seu príncipe.
— Não dava para esperar alguns minutos?
— Não, vim direto do aeroporto e já esperei muito. Dois dias
praticamente.
Colo minha boca na sua beijando-a forte como se esse beijo fosse capaz
de impedir que nos separássemos.
— Vamos para meu apartamento? — Pede ofegante.
— Vai embora molhada?
— Você se seca e me empresta a toalha. Vou torcer minha roupa e me
enxugar, vai ajudar.
Caminhamos abraçados até o carro, Jasmine alugou um pelo fim de
semana todo.
— Não vai dar para esperar chegar para poder te perguntar! — Desiste
de ligar o carro e se vira para mim. — Como é que você conseguiu dançar
daquele jeito na festa do seu aniversário na frente de todo mundo?
Fico surpreso, esperava que ela não tivesse visto o vídeo.
— Bem — coço a sobrancelha. — Eu estava bêbado e nem me lembro
direito.
— Na próxima fantasia quero que você dance sensualmente daquele
jeito pra mim. — Afaga minha bochecha direita. — Como as mulheres
estão te tratando? Espero que tenha deixado claro que você tem dona —
ergue uma sobrancelha sorrindo de lado.
— Estavam pegando pesado no primeiro dia, mas hoje teve uma
reduzida, estou dizendo que não gosto disso.
— Vamos deixar a conversa para depois e ir embora para eu não ter que
sentar em você aqui dentro do carro — ri.
Sorrio feliz por poder passar o fim de semana com ela, estava sentindo
muita falta desses momentos só nossos.
Capítulo 48
2 meses depois
2 anos depois
@esthercarterautora
estherromances@gmail.com
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