Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
I. Hellhound on my trail
A mulher olhou o prédio a sua frente e respirou fundo antes de entrar. Assim como
ela, havia muitas pessoas para serem entrevistadas, assim que entrou no Hall uma mulher
A ansiedade tomava conta, assim como todo o nervosismo de ter que passar por mais
uma entrevista de emprego. Um dos vários pensamentos que passando por sua cabeça, o
principal era o medo de falhar e ter de voltar para casa sem nada novo.
No ônibus de volta para a casa, a mulher pensava em seu pai, mas palavras que
conforto que ele sempre tinha para consolar quando algo dava errado.
deveria, a Madeira quase podre da escada estralava a cada passo que a mulher dava. A sala
pequena com um papel de parede verde musgo só fazia o lugar parecer mais desconfortável, a
sua jaqueta. Em sua carteira havia dois dólares e setenta e cinco cents, tudo o que havia
não encontrasse um emprego logo Lauren não teria como pagar o aluguel e muito menos se
A única coisa de mais valioso que havia era seu notebook, mas por estar passando por
tudo isso ela já cogitava vendê-lo. Lauren se levantou para atender as batidas na porta. Ao
abrir a porta a mulher viu o homem alto e barbado segurando um galão que parecia ter
Os dois entraram na casa, Lauren fez os dois últimos copos de café e os serviu.
O homem recebeu a xícara de bom grado e sorriu para a mesma que se sentou à sua
"Falei com o velho Joe, ele disse que você estava aqui." O homem respondeu com
"Joe tem me ajudado, não tem sido fácil desde que voltei" Lauren disse cabisbaixa.
"Jag, todos estão na cidade. Eu tenho certeza de que eles ficariam felizes com sua
volta, por que não volta ? Somos sua família e eu tenho certeza que seu pai não aprovaria o
jeito que está vivendo." Disse o homem se aproximando parar segurar as mãos da mulher.
"Claro que pode! Somos sua família e isso nunca vai mudar. Pensa um pouco nisso
convencê-la.
"Garota, seu pai não deixaria você assim e eu não vou deixar." O homem colocou o
"Você pode ter crescido, mas sempre será minha garota Jag. O que aconteceu não te
faz pior, te faz mais forte, lembre-se sempre que quando você ganha uma cicatriz a mais isso
só mostra o quão persistente você é." Depois de alguns segundos em silêncio ele a soltou,
"Obrigada FJ"
Olympus bar
"Seu filho da puta, estava roubando o tempo todo!" O homem de meia idade tatuado
O garoto respondeu.
O bar era escuro, iluminado por letreiros de neon. No palco Five Fingers Death Punch
tocava com uma multidão ao seu redor. No balcão do bar homens e mulheres se
embebedavam-se.
Todos olharam para o palco onde Huff um homem alto, forte e tatuado gritava.
continuar. "Mas não só isso, nossa garota vai voltar aos Infernals Gods."
O bar dos motoqueiros começou a gritar em alvoroço, o que era só para ser uma
comemoração casual passou a ser uma festa que durou até o amanhecer do dia.
Portland, passando pela rodovia 84, algumas horas o grupo decidiu parar em La grande -
Oregon. Duas horas depois da pausa eles seguem pela Rodovia 15 e mudam para a 84 e
Em Rock Spring, o grupo alugou alguns quartos no motel mais barato da pequena
cidade. Como já era madrugada e quase todos os estabelecimentos estavam fechados, todos
foram para a lanchonete da conveniência do posto que ficava na frente do motel de letreiros
queimados.
4
sorrisos cafajestes podiam ser vistos no lugar. Como Rock Spring ficava em uma rodovia,
"Então, o que querem ?" A garçonete simpática perguntou na mesa onde estavam
"Perdoa a mal educação dela, ela parece um animal. Tem alguma sugestão ?" A
garçonete sorriu.
"Tem sido familiar, fazia tempo que eu não sentia isso." A mulher respondeu.
"Ah da um sorriso, você parece sempre triste. Não é tão ruim estar com a gente é ?"
"Porra, por que você sendo obra consegue pegar todas ?"
Assim que terminaram o cada um foi pra seu quarto, Lauren estava dividindo com
Quinby. Ao abrir a porta Lauren viu Quinby nua com dois caras na cama, sem ser vista ela
Com a cabeça baixa Lauren deixou todos seus pensamentos fluírem, assim como o
líquido quente da garrafa de bolso que descia por sua garganta. Horas se passaram até que
Quinby saísse do quarto com Sweet Pea e um homem que Lauren não reconhecia.
A mulher levantou o olhar e deu um sorriso tímido assim que viu quem era.
"Desculpa mas eu vi o que estavam fazendo, talvez amanhã depois que tomar banho"
"Por onde esteve esse tempo todo ? Sentimos sua falta. Seu pai sentiu."
"É complicado."
"Nós vemos amanhã ? Estou morta de sono e temos que pegar estrada daqui umas
horas" A mulher tentando fugir, falou a primeira desculpa que passou por sua cabeça.
Ao clarear do sol todos saíram dos quartos. Depois de um rápido café e mais sete
horas de viagem chegaram a Pueblo, Colorado. A pequena cidade era o centro da história de
todos os Infernals. A maior parte dos membros nasceram ou foram criados ali, Lauren não era
A maioria dos membros voltaram a cidade para rever as famílias, e para as festas que
sempre tinham em épocas específicas do ano. Reencontro da escola, ação de graças e todas as
datas que não faziam tanto sentido para Lauren. Todos estavam ali para festejar, todos menos
Lauren.
cidade, estacionou a moto em frente à casa velha de madeira, seguiu até a porta dando duas
batidas fracas. Ao abrir a porta, uma senhora a olhou da cabeça aos pés com um olhar de nojo
"Oi mãe"
Sem rumo, a mulher respirou fundo e voltou para sua moto e foi até a casa de uma
velha amiga.
Depois de alguns minutos de felicidade ao ver a mãe da amiga, Lauren finalmente viu Dinah.
"Mãe, acho que você não me deu os remédios hoje, eu estou vendo a Lauren aqui na
sala."
"Você é ridícula Jag, eu estou tão feliz em te ver que mal posso falar. Você vai ficar
"Nada disso, você é nossa convidada de honra. E depois de três meses sem ver você,
você vai ficar aqui mesmo! Gorden vai ficar tão feliz em te ver."
A família estava em clima festivo por ter a mulher como hóspede, depois do jantar
"Bom meninas, acho que vocês têm muito papo para colocar em dia, ainda é assim
"Pra mim, vocês sempre vão ser aquelas meninas rebeldes de quando eram
adolescentes."
"Okay, Okay, estou indo. Boa noite para vocês garotas, se precisarem se algo
estaremos lá embaixo."
As mulheres esperaram o Sr. Hansen fechar a porta para começarem a falar. A noite
No café da manhã da família Hansen, a Sra. Milika não parava de perguntar as coisas
para Lauren.
Dinah disse.
"Então Lauren, você vai no reencontro que vai ter hoje ?" O homem na mesa
"Provavelmente não senhor, digamos que a escola não foi uma época de boas
lembranças."
"Ora, por que não ? Você deveria ir e acompanhar Jane e sua namorada."
"Menina não me chame de senhor, me faz parecer velho" Gorden disse divertido.
8
"Com licença."
"Namorada é ?"
"Esqueceu de falar ou não quis ? Qual é Jane, nos conhecemos a mais de vinte anos, o
"Estou falando sério Lauren, olha pra mim. Eu estou nessa merda de cadeira sem as
"Lauren !"
"Dinah !"
"Nós ainda não fizemos nada. Por que eu tenho vergonha, eu não sei se ela realmente
"Ouch!"
Lauren diz.
9
"Ei, ela está com você. Ela já está com você, Okay ? E pelo que sua mãe me disse ela
te ama muito. Dinah, já fazem quatro anos, ela estava com você antes e está agora depois do
acidente. Você ainda tem alguma dúvida que ela te ama ?"
"Eu não ia senhora raivinha. Dinah, ela está com você antes e passou por tudo isso
"Pensa um pouco, ela seria louca de não casar com você, e se ela for louca de casar, a
9:57 da noite.
A festa no ginásio havia apenas começado mas Lauren já parecia entediada. Dinah
havia sumido na multidão com sua namorada, Normani. Lauren estava em um canto qualquer
Toda a classe estava lá, todos pareciam ter vencido na vida. O nerd virou empresário,
o Atleta que fazia bullying virou jogador profissional e já estava casado, os fracassados
estavam no palco tocando, as Cheers a maioria estavam casadas, alguns com os namorados
atletas da época, outras com outras cheers e algumas exceções estavam solteiras. Lauren
10
observava todos que pareciam se divertir, ao perceber que a bebida em seu copo havia
O Barman logo entregou a garrafa de Jack Daniels para a mulher que seguiu em
Havia muitos casais se pegando na escadaria do prédio, a mulher passava por eles sem
Quinze minutos de caminhada na direção oposta do ginásio, havia uma passagem para
trens de carga; Lauren costumava ir com Dinah até lá todos os dias antes de se alistarem.
Com a garrafa na mão, já entorpecida ela caminhou e se sentou nos trilhos envolto de uma
em sua mente. Sua mãe gritando, as surras, o reformatório, o exército, a explosão. Quando se
deu conta, a mulher estava chorando, soluçando e se lamentando pela vida de fracassos.
Virando quase a garrafa inteira a mulher se levantou quando viu ao longe a luz do
trem, os pedregulhos e os trilhos começaram tremer enquanto o trem chegava cada vez mais
perto. A luz começava a cegar seus olhos, e seus sentidos já completamente entorpecidos a
faziam ficar quase surda com o som da buzina. Lauren apenas fechou os olhos com força
soltando um último grito antes de sentir seu corpo ser empurrado com brutalidade para fora
dos trilhos.
O trem passava diante dos seu olhos, pertos dos seus pes quando a garota tentava se
levantar.