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CADERNO

A
HISTÓRIA
DE
CARLOS DANIEL

Vigias da rua
Eu vou contar a história de um garoto chamado Carlos Daniel, que morava em uma
minúscula e afastada cidade no interior do maranhão, tão pequena quanto o cérebro das
pessoas que ali passam suas miseráveis e tolas vidas destruindo o futuro de pessoas
inocentes, muitas vezes esquecendo do seu próprio nariz, essa cidade é nitidamente
dividida por dois grupos, os evangélicos e os que não são, com tudo esses dois grupos
tinham a mesma missão, julgar e investigar a vida das pessoas.

É quase impossível fazer alguma coisa por mais simples e escondido que for e seu nome
não parar na boca do povo no dia seguinte, mais como tudo haviam vários segredos que
não eram desvendados nem mesmo pelos vigias da rua que passavam o silêncio da noite
trabalhando por trás das janelas e portas, para no dia seguinte compartilhar o que em
drásticos minutos se tornava uma novela das nove, e no fim do dia surgiam várias versões
diferentes da historia expondo a vida de mais um inocente, infelizmente Laura caiu nas
garras desses vigias da rua e sua vida tinha acabado de se tornar um inferno.

Mãe
--- Eu vou te matar sua vagabunda, eu sou o seu marido você tem o direito de me servir--- o
pai de Laura grita dando um soco na cara de sua mãe que cai desacordada no chão

--- Maaaaaaae –gritou Laura escandalosamente saindo do seu quarto com o rosto em brasa

--- sai de perto dela, sai agora--- ela grita desesperadamente desmanchando em lagrimas
ao mesmo tempo que cai no chão ao encontro da mãe que continua desacordada.

No dia seguinte Laura acorda cedo e verifica se o pai dormiu em casa e como ela esperava
a cama estava vazia, então resolve preparar um chá para sua mãe que não conseguiu
dormir.

---mãe você está bem? fiz um chá para a senhora e trouxe um pouco de gelo para colocar
no seu olho, ah e resolvi ficar em casa para cuidar da senhora.

---obrigado filha, mas eu exijo que você vá para escola semana passada você já teve que
ficar comigo e além do mais eu já estou bem melhor--- sua mãe diz tentando se erguer.

--- mas mãe eu prefiro ficar aqui cuidando da senhora nós duas sabemos que você não
está bem.

--- e nós duas sabemos que se você faltar mais vezes vai acabar reprovando, vai filha não
precisa se preocupar eu estou bem--- ela sussurrou puxando Laura para um abraço.

Laura pegou suas coisas e seguiu cabisbaixa no caminho para escola chorando e pensando
numa forma de tirar sua mãe daquela situação de merda, quando sentiu um toque delicado
em seu ombro fazendo ela despertar dos pensamentos que corroíam sua mente.

---desculpa percebi que você está chorando, aconteceu alguma coisa?

Laura sente um frio na espinha e fica paralisada por uns longos segundos sem nem
conseguir abrir a boca.

---garota você está bem? --- ele insiste balançando o ombro de Laura que ergue a cabeça e
sai correndo sem olhar para trás.

Laura se tranca no banheiro e começa a chorar sem entender o que tinha acabado de fazer,
e cheia de dúvidas, quem era aquele garoto? E o que ele queria com ela? Ela lava o rosto
na pia, se encara no espelho e pensa em como sua vida seria diferente se fosse só ela e
sua mãe nada daquilo estaria acontecendo e de repente uns reflexos de coisas boas entre
ela e sua mãe surgem como magia em sua cabeça, mais desperta com um toque na porta.
Quando ela abre a porta surge uma claridade em todo espaço da porta, ela demora um
pouco para entender que é um garoto, sua vista foca diretamente no rosto dele, mais uma
vez ela tem uma crise de nervosismo, e ela não sabe dizer o que é mais perfeito se são os
olhos grandes e pretos ou os lábios grandes grossos e vermelhos como uma cereja.

---desculpa de novo, mas eu segui vc até aqui desculpa mais uma vez por ter seguido você,
mais é que parecia que vc não estava bem e eu meio que.... --- gaguejou enquanto estendia
a mão para cumprimentar ela--- a princípio eu sou o Alan sou novo na cidade hoje é meu
primeiro dia.

---não tem problema eu é que peço desculpa por ter saído correndo como uma doida, estou
passando por uns probleminhas, mais logo eu resolvo, ah e eu sou a Laura--- sussurrou ela
quase sem abrir a boca, ao mesmo tempo que estendia a mão para encontrar a dele

---agora que a gente está bem apresentado pode conversar comigo se vc quiser, e por favor
me apresenta a escola--- pediu com uma expressão de gato pidão.

Laura apresentou toda a escola para ele e no fim um pedido inusitado.

---obrigado, Laura vc foi um anjo, eu pensei e gostaria de te agradecer com um sorvete hoje
à noite vc aceita? --- perguntou com um sorriso largo

---não posso aceitar, o meu pai me mataria se eu saísse de casa

--- ah por favor, por favor, por favor vamos só um sorvete

--- está bem só um sorvete

Laura voltou para casa tão feliz que era quase impossível não notar a explosão de
sentimentos que corria por todo o seu corpo, por um segundo desde muito tempo ela sorria
e fez lembrar que por traz daquela capa escura que o pai jogou em cima dela, tinha uma
adolescente, uma mulher que tinha muita coisa para viver.

A menina que perdeu a virgindade


A praça estava vazia, o cenário perfeito para os vigias da rua entrar em ação, um silêncio
assustador quebrado pelo radio da pequena lanchonete no final da praça, e lá estava ela,
tão pura, tão ingênua, tão indefesa, com seus longos cabelos, pretos soltos leve ao vento
que corriam como um sopro em seu rosto passando um ar tranquilo e gostoso por todo o
seu corpo, não demorou muito pra ela escultar o barulho da moto, e quanto mais se
aproximava mais ela sentia um frio na espinha, aquele seria seu primeiro encontro quer
dizer, a primeira vez que um garoto levava ela para tomar sorvete, era tudo tão novo e ela
não tinha ideia de como reagir o que falar ou como se expressar.
A coerência dos seus pensamentos fora quebrada pela voz grossa do garoto que tinha
estacionado a moto em um lugar bastante escuro, o que não deixava de ser o cenário do
crime para os vigias da rua, o garoto segurou a mão dela direcionando até a moto, ela nem
tentou resistir apenas seguiu ele.

--- Alan, mas o sorvete fica para lá--- sussurrou deixando o silêncio entre eles

---não precisa ter medo eu quero te mostrar uma coisa e depois prometo que vamos tomar
o sorvete---exclamou segurando forte a mão dela que apenas assentiu.

Chegando na moto ele começou a acariciar o seu rosto e ela não tinha ideia se aquilo era
bom, por que ele estava fazendo isso? não era só um sorvete? o que ele queria? o que ele
estava pensando? ela não queria aquilo, ela precisava acabar com aquilo antes que.

---onde vc pensa que vai a gente ainda nem chegou na parte boa---cochichou em seu
ouvido apertando forte o seu pulso

--- eu preciso ir meus pais estão me esperando---falou com uma voz de socorro olhando
para o seu braço.

Laura fica em desespero quando Alan pega em sua bunda ao mesmo tempo que pressiona
o seu corpo suado e agora nojento contra o dela, ela tenta escapar mais é quase inútil
tentar usar suas forças contra as dele que é quase duas vezes maior que ela , ele segura
firme sua cintura erguendo ela em cima da moto, Laura não consegue segurar toda a
tensão que corre pelo seu corpo, ele põem a mão por baixo do vestido dela e puxa sua
calcinha, Laura começa a se debater em um instante ela empurra ele com o pé pra longe
com tanta pressão que a moto cai, e em um pulo Laura consegue escapar e correr
desesperadamente até a lanchonete.

E o que parecia ser só um encontro para tomar um sorvete se tornou um pesadelo, e aquele
inferno só estava começando, no dia seguinte Laura já era noticia e todos comentavam “a
menina que perdeu a virgindade para o novo galã da cidade” Laura e Alan eram os únicos
que sabiam que aquela história não continha nenhum pouco de verdade, mais já era tarde
ela tinha caído nas garras dos vigias da noite e não demoraria muito para os seus pais
ficarem sabendo, e por mais que ela falasse o contrário ninguém acreditaria nela.

SEM SAIDAS
--- sai da minha casa sua puta vc não é mais minha filha sai agora--- berrou o pai de Laura
jogando suas coisas na rua.
A única coisa que Laura conseguia enxergar com toda aquela agonia e desespero em seu
peito era o rosto sofrido e solitário da sua mãe que chorava como uma criança, ao mesmo
tempo que olhava com tanto desprezo para ela que parecia difícil acreditar que tudo aquilo
era real.

Laura tinha uma amiga que sempre ajudava ela em tudo e dessa vez não foi diferente,
passando algumas semanas sua mãe apareceu na casa da amiga se desmanchando em
lagrimas pediu desculpas e que ela podia voltar para casa, a amiga insistiu para ela não
voltar mais Laura não tinha escolhas e ver a mãe sofrendo daquele jeito nas mãos do ogro
do seu pai deixava ela num beco sem saída.

No dia seguinte Laura voltou para casa de sua mãe e logo na porta percebeu o olho roxo
dela que tentava esconder com o cabelo, as manchas estavam grosseiramente feias
mesmo que ela usasse muita maquiagem não conseguiria esconder. Laura correu ao
encontro de sua mãe com um longo abraço apertado, e aquilo era verdadeiramente bom, o
toque quente e macio da sua mãe correndo por todo o seu corpo que a muito tempo não
sentia, uma mistura de sentimentos e lembranças das duas não tão boa pelo fato do seu pai
sempre estragar tudo, não demorou muito para o seu pai chegar e acabar com a felicidade
das duas acompanhados de um homem que ela nunca tinha visto.

---de hoje em diante esse será o seu marido--- berrou seu pai em auto e bom som
parecendo muito decidido do que queria.

Laura olhou desesperadamente para sua mãe que apenas assentiu com a cabeça e disse
vai ser melhor para você filha. E mais uma vez Laura estava naquela situação de merda
num beco sem saída um labirinto de somente coisas ruins que a deixavam presa agoniada
com uma dor tão forte e sufocante no peito que mal conseguia respirar.

As lagrimas no rosto, que agora seco, pálido e sofrido da pobre Laura começaram a rolar
era como se um pedaço do seu angustiado coração se desmanchasse despertando uma
dor infinita em seu peito, em cada gota de lagrima que escorria pelas maçãs do seu rosto.

MARIDO DE FARCHADA
Alguns meses depois Laura estava presa naquele casamento de fachada escrito e
desenhado por seu pai, deitada com um homem desconhecido em cima dela sem nunca
receber uma gota de amor e nunca ter experimentado uma dose de prazer, sua vida estava
sofridamente acabada, destinada apenas a sofrer pelo resto dos seus miseráveis dias com
aquele homem em cima dela, sem carinho, sem amor, sem vida e aos poucos sem ar.

Não demorou muito para Laura engravidar do seu primeiro filho que ela carinhosamente o
chamou de Carlos Daniel, ela estava tão feliz ele era tão pequeno tão inocente assim como
ela naquela praça e então ela prometeu que nunca deixaria nada machucar aquela pobre
criança. Com o nascimento de Carlos parecia que sua vida estava voltando aos trilhos já
sentia uma minúscula à proximidade do marido de fachada que até acordava ela com bom
dia o que em meses de casamento não tinha escultado.

Mais toda essa fantasia de amor foi por água abaixo com o nascimento da segunda criança
que ela cuidadosamente chamou de Debora, com o nascimento de Debora as coisas
esfriaram e os dois já estavam bem distantes um do outro. Foi quando Laura conheceu
Miguel o marido da irmã do seu marido de fachada Antônio, e logo estavam bem próximos,
e a inocência de Laura mais uma vez lhe cegou. Laura e Miguel começaram a sair
escondido e aquilo parecia terrivelmente errado mais ao mesmo tempo bom, será que isso
estava certo? Ela sentia prazer e recebeu tanto carinho o carinho que ela não recebeu em
todos esses anos de casada, então por que aquilo era errado se ela estava feliz com
Miguel? Eram perguntas que ela se fazia todos os dias.

Mais tudo acabou quando a irmã de Antônio descobriu o caso dos dois, e mais uma vez lá
estava seu nome sendo alvo de fofocas e piadas por todos os lados, e dessa vez com uma
família inteirinha com ódio da sua existência, Laura foi terrivelmente massacrada pela
família de Antônio, que expulsou ela de casa sem absolutamente nada, seus pais não a
aceitaram em casa, então ela se abrigou na casa da sua melhor e única amiga.

Laura decidiu ir embora da cidade com seus dois filhos Carlos e Debora, mas foi pega de
surpresa com os familiares de Antônio que grosseiramente separaram ela dos filhos.

Laura tinha sofrido tanto na vida mais nenhuma dor apertava seu coração tanto quanto
aquela de ver seus filhos sendo retirados da sua vida, o seu coração sendo arrancado do
peito, como alguém tinha coragem de fazer aquilo com uma mãe, o que ela tinha feito de
tão grave para merecer todo esse ódio todo esse sofrimento.

Laura tentou conversar com a família e pediu para ver os filhos pela última vez, mais foi
impedida então pediu para apenas entregar uma lembrança para o seu filho mais velho, o
objeto estava embrulhado em uma folha e amarrada de forma que seria preso uma tesoura
para abrir.

Laura chamou o menino que veio correndo em sua direção, em um movimento rápido ela
segura ele no colo e entrega o objeto, antes mesmo de descer ele no chão o menino
começa a chorar, segurando firme a mão dela.

Laura entrou no carro e partiu acabada por dentro destruída física e emocionalmente com a
dor insuportável e angustiante da perda de seus dois filhos.

Ola eu sou o carlos é isso mesmo o carlos filho da laura que vocês já conheceram lá no
início eu vou contar um pouco da minha história que começa no fim, no fim do casamento
dos meus pais, eu poderia escrever um livro com o tema “em quem eu realmente devo
acreditar” talvez dois livros contando os dois lados da história, talvez eu devesse procurar
por minha mãe e olhar bem no olho dela e perguntar o que realmente aconteceu aquele dia,
ou talvez eu deixe isso quieto e finja que nada nunca aconteceu, por mais que ninguém
acredite em mim tenho alguns fleches na minha cabeça daquele dia, e em um dos fleches
estou chorando muito muito e pelo que parece correndo para alcançar minha mãe, nunca
vou saber se isso aconteceu ou se eu criei isso na minha imaginação por pensar muito em
como posso ter sido aquele dia, essas coisas me fazem pensar que eu era próximo dela,
esse momento doeu muito dentro de mim principalmente na adolescência, as pessoas me
perguntavam sobre ela, eu sempre falava que não pensava muito nela, mais a verdade é
que eu pensava sim, e isso me deixava muito exausto por que eu nunca teria respostas. O
fim do casamento dos meus pais acabou quando descobriram que que minha mãe estava
traindo o meu pai com o marido da minha tia é uma longa história, alguns vizinhos contam
que meu pai não dava carinho para minha mãe que era uma pessoa fria e sem amor, e por
isso que talvez ela fez isso com ele, nunca conversei com meu pai sobre isso e nem saberia
por onde começar, sempre que quis investigar minha vó sobre isso ela mudava de assunto,
ou então contava a mesma história. Depois que eu entrei para escola eu parei de me
perguntar sobre minha mãe, a escola foi meu porto seguro, adorava tudo aquilo livros,
professores, atividades, tudo era novo e interessante, conhecer coisas novas tornou-se meu
hobby favorito, depois que minha mãe foi embora, Sara e nina minhas tias tornaram-se
minhas mães, me ensinaram muitas coisas boas tenho muitas lembranças boas delas, por
mais que a gente tenha se afastado um pouco depois que eu cresci, ainda sinto um carinho
muito grande por elas.

O garotinho correndo descalço de pés no chão aos gritos em busca da mãe, tão novo e já
desfrutando o ardiloso sentimento de perda, mais logo impedido por sua avó que tenta
consolar mais nada parece adiantar, um olhar puro e sofrido buscando apenas sentir o
toque simples e quente de sua mãe.

Novembro de 2004 carlos tinha apenas 3 anos quando toda sua vida mudou para sempre
em todos os sentidos, depois que sua mãe partiu carlos foi morar com sua avó paterna e
suas tias que logo se tornaram sua mais nova família, carlos crescia tão rápido ao mesmo
tempo que aprendia com muita facilidade, suas tias sara e nina foram essências para a sua
educação, ensinaram ele a ler e escrever antes mesmo de pisar em uma sala de aula,
principalmente sara sua tia favorita, carlos sempre via sara como uma mulher forte e bonita
com autoridade com forca de vontade que sempre corria atras dos seus objetivos ela estava
sempre estudando muito esforçada ele adorava suas letras e até copiou elas na escola, ela
era um verdadeiro exemplo de tia favorita ainda mais quando ela lhe presenteou com uma
linda mochila azul de rodinhas a mais desejada por todos era quase impossível não notar
sua felicidade que era estampada em seu rosto moleque, por ser um dos únicos com aquela
mochila de rodinhas e logo correu para mostrar para os seus primos, os primos de carlos
eram as únicas homens presente em sua infância com quem ele aprendeu bastante coisa
tanto boas como ruins, depois que ele entrou para escola descobriu um mundo novo cheio
de cores e coisas novas, tudo em suas mãos e ele não via a hora de experimentar tudo
aquilo de uma só vez.

Carlos adorava a escola era um universo com coisas que ele amava desbravar e por ser o
seu porto seguro o único lugar em que ele não pensava na mãe, se distraia com os livros,
colegas, cartazes e os professores que ele passava a aula inteira fazendo perguntas.

A escola era perfeita até chegar na quinta serie e ele ver todo aquele castelo fantástico de
somente coisas loucamente boas se desmanchar bem nos seus pés e enxergar toda a
maldade e perigo que um garoto magricelo, baixinho de cabeça e olhos grandes com a voz
fina tinha para enfrentar, o brilho de carlos desapareceu o que pra ele era uma terapia agora
se tornava uma tortura, cada dia ele se sentia mais distante do castelo fantástico que suas
tias tinham apresentado.

Na quinta série Carlos conheceu Jéssica e Rubi as duas garotas mais populares da sua
sala responsáveis por acabar com boa parte da infância de sua infância, elas adoravam
humilhar carlos principalmente pela sua voz fina e seu jeito delicado de se comportar,
faziam piadas da minha roupa do meu cabelo e da minha mochila de rodinhas, a mesma
que sua tia havia lhe presenteado, aqiela mochila era o bem mais precioso de carlos, ele
não conseguia se separar dela, carlos era humilhado praticamente todos os dias ele estava
prestes a explodir com tanta maldade vindo delas.

A professora de português fez algumas perguntas na sala mais ninguém ergueu o braço pra
responder, ela insistiu e algo inusitado aconteceu, ele estava tremendo em sua carteira do
lado esquerdo da sala na primeira cadeira o lugar que ele sentava todos os dia era também
um bom ugar para não ver ninguém da sala pelo menos ele tentava não ver, de repente ele
fechou os olhos respirou fundo e delicadamente ergueu o braço, ninguém parecia acreditar
naquela cena nem mesmo a professora quando abri a boca, todos começaram a rir em
meio a todo aquele barulho carlos escutou uma voz vindo la do fundo da sala
aparentemente de rubi “viadinho” ele sai correndo tão depressa e nervoso que ele nem
sabe explicar como chegou tão depressa em casa, só depois de um tempo carlos percebeu
que estava sem sua mochila quando voltou pra pegar o que de fato era o seu bem mais
valioso.

Quando ele entrou na sala sua mochila estava no chão e todos os seus matérias
espalhados pela sala, ver aquela cena foi como se tivessem enfiado uma faca no peito de
carlos ele se desmanchou em lagrimas correu em direção de rubi e começou a xingar ela de
todos os nomes mais feios possíveis, ela levantou se da cadeira ao mesmo tempo que
jogou a mesa em cima dele que foi ao chão, carlos tirou o tenis se ergueu tao rápido que foi
difícil acompanhar, ele começou a golpear ela com o tenis com tanta força que ela caiu no
chão, montou em cima dela e jogou todo o seu ódio em cada tapa que dava em seu rosto,
parecia um cão enraivado brigando por osso até alguém vir e tirar ele de cima dela, carlos
não se orgulha nem um pouco daquele dia mais sentiu alivio de toda a raiva que corria por
seu corpo, aquele dia ficou marcado eternamente em sua cabeça, e o que mais doía era
saber que aquilo só era o início de uma longa e tortuosa vida escolar.

Quando ele entrou na sala sua mochila estava no chão e todos os seus matérias
espalhados pela sala, ver aquela cena foi como se tivessem enfiado uma faca no peito de
carlos ele se desmanchou em lagrimas correu em direção de rubi e começou a xingar ela de
todos os nomes mais feios possíveis, ela levantou se da cadeira ao mesmo tempo que
jogou a mesa em cima dele que foi ao chão, carlos tirou o tenis se ergueu tao rápido que foi
difícil acompanhar, ele começou a golpear ela com o tenis com tanta força que ela caiu no
chão, montou em cima dela e jogou todo o seu ódio em cada tapa que dava em seu rosto,
parecia um cão enraivado brigando por osso até alguém vir e tirar ele de cima dela, carlos
não se orgulha nem um pouco daquele dia mais sentiu alivio de toda a raiva que corria por
seu corpo, aquele dia ficou marcado eternamente em sua cabeça, na semana seguinte
esconderam sua mochila, 15 dias depois trancaram ele no banheiro um mês depois ele
estava preso sozinho na sala esperando tranquilamente alguém abrir, o que mais
machucava era saber que aquilo só era o início de uma longa e tortuosa vida escolar.

Aquele ano chegou ao fim, mesmo com tantas perseguições, bullying e piadas o garoto
conseguiu resistir, agora se reerguia para mais um ano escolar, que segundo seus sonhos
fantásticos sonhos seria o seu melhor ano, carlos sempre foi um garoto super ansioso,
nunca atrasava e os primeiros dias de aula eram sagrados, e aquele dia ele tinha certeza
absoluta que seria perfeito os seus sonhos nunca falhavam, ele precisava garantir que não
perderia nada da primeira aula, resumindo chegou na escola antes mesmo do porteiro
Raimundo que sempre lhe cumprimentava com um cafune segurando seus cachos o que
nos primeiroa anos carlos detestava mais não tinha tanta coragem pra dizer, Raimundo era
sempre carismático de tal maneira que era impossível repreender. Aparentemente carlos foi
o primeiro a entrar na sala , abriu o caderno e na última folha rabiscou delicadamente com
o lápis o que parecia ser uma rosa.

lentamente carlos ergueu a cabeça ao notar um brilho diferente, ficou muito surpreso de
perceber que o que o brilho reluzente se tratava de uma garota “a garota” ela tinha a pele
tão clara cabelo liso com um tom de castanho claro e com os olhos levemente puxados, ela
entrou na sala deslumbrantemente com uma bota preta que destacava sua linda pele clara
que ele nem precisava tocar pra saber que era suave e macia, aquele sorriso largo
encantador, no mesmo instante carlos desenhou em sua mente e mandou a menagem ao
seu coração, é com essa garota que eu quero passar o resto da minha vida construir um
futuro ter três filhos, e viver feliz para sempre ao lado dela, mal sabia ele que estava entrado
num caminho sem volta. Quem já se apaixonou na infância sabe como é ter os seus dias
voltados apenas para uma pessoa, depois da aula que carlos mal prestou atenção, foi
pesquisar tudo sobre aquela garota que flechou seu coração sem nem mesmo ter gastado
os seu tempo precioso em olhar para ele, já que passou a aula inteira com os olhos
arregaladamente brilhantes voltados nela, a única coisa que descobriu foi que seu nome era
maria flor. sua cabeça não parava um segundo de pensar em tudo dela principalmente
aquele sorriso apaixonante, nas aulas seguintes tudo que ela falava ou expressava era
poesia todas as opiniões jeitos de falar tudo era encantador o simples fato dela existir
deixava ele feliz, tentou se aproximar dela mesmo sentindo que ela só via ele como amigo o
que era perturbador.

Carlos descobriu que maria flor faria uma viagem para o interior que por pura coincidência
o seu pai também iria para trabalhar, ele conversou com seu pai que não viu problema de
levar ele junto.
No caminho para o interior ele vinha ensaiando como chegaria nela, “oi maria eu sou o
carlos a gente é da mesma sala e eu queria dizer que quero me casar contigo, maria lembra
de mim, maria muito prazer” depois de algumas tentativas ele desistiu.

Ainda na estrada carlos ver um carro parar perto de umas casas e então ela desce vestindo
uma calça e uma blusa azul, ele automaticamente pensa em gritar mais desiste pois seria
muito estranho, ela não entenderia nada, ele não sabia qual seria o destino do pai mais fica
em choque ao ver o carro estacionar logo após o que maria flor desceu.

--- é aqui pai--- disse com os olhos ligeiros em busca de maria flor

--- sim vamos desça--- seu pai falou abrindo a porta do carro.

Carlos seguiu o pai que parecia estar indo ao encontro de alguém, e dúvidas surgiram em
sua cabeça será que o pai da maria é o chefe do meu? Ele pensou mais não teve coragem
de pedir ao pai, ao entrar na sala ele correu seus olhos por toda parte mais infelizmente
nada por ali agrada seus olhos, ela não estava lá, seu pai pediu pra que esperasse na sala
enquanto ele seguiu até o quintal, de onde ele via algumas pessoas menos maria, carlos já
estava quase meia hora sentado quando seu mundo que até então estava sem cor desde
que chegou nesse fim de mundo, voltou a brilhar com todos os tons de maria flor que vinha
em sua direção.

--- oi carlos meu pai falou que você e seu pai vão passar o fim de semana aqui com a gente,
fiquei feliz que não vou ficar aqui sozinha eu não queria vir mais meu pai insistiu tanto que
eu não tive escolhas e você por que veio mesmo aqui?

Ele não podia acreditar ela estava falando com ele, olhando pra ele respirando o mesmo ar
que ele, e desde quando ela sabia seu nome se eles nuca trocaram uma palavra e ela tinha
acabado de fazer uma pergunta ele estava a um passo de explodir de tanta felicidade.

---ah quer dizer oi maria o meu pai também insistiu que eu viesse eu até chorei pra não vir
mais tu sabes como são os pais--- ele disse quase sem respirar de tanto nervosismo

--- sim sei bem ah podemos ir nadar no lago você gosta?

--- sim, sim eu gosto muito---respondeu rapidamente com os olhos brilhando de felicidade

---entao nos vemos depois--- disse laura saindo da sala antes mesmo de esperar ele
responder.

Carlos pensou que seria o momento perfeito para dizer para maria flor que ele a amava, os
dois foram até o lago q era como uma piscina no quintal da casa, maria deu um mergulho
carlos a seguiu.

---maria preciso te falar uma coisa sei que a gente é muito novo, mas eu não consigo mais
segurar isso dentro de mim eu tentei mais... eu te amo. por favor não ria de mim e por favor
não precisa dizer nada se você não gostar de mim, apenas me deixe aqui para eu derramar
toda a minha tristeza nessas águas.

Maria não respondeu apenas segurou sua camiseta puxando-o para um um beijo.
--- carlosssss--- gritou a sua professora fazendo ele despertar como um morto
ressuscitando para a vida e aquele segundo ele nunca tinha desejado tanto ter morrido
quando percebeu que tudo passou de um sonho. E tudo continuou sendo um sonho na
cabeça dele a parti disso começou a ser perturbador, ele estava perdidamente apaixonado
passava quase o dia inteirinho pensando nela no seu cabelo na sua voz, e o que parecia
amor felicidade se transformou em pesadelo, ele queria viver uma coisa que nunca daria
certo, tentou várias formas possíveis de dizer a ela que a amava mais nunca teve forças
nem coragem para fazer isso, com o tempo foi percebendo que eles nunca dariam certo,
foram se aproximando mais e se tornaram bons amigos já não era dolorido ver que ela não
sentia o mesmo por ele, mais aliviante perceber que nem todo amor é pra casar e que
também existe amor de amigos e era só isso que eles eram, bons amigos. Carlos sofreu
bastante por amar ela, mas sentia se feliz por saber que o seu primeiro e grande amor se
transformou em uma linda e verdadeira amizade, que dura até hoje.

A vó de Carlos sempre foi muito protetora as vezes num nível exagerado. Carlos não via
outra solução a não ser sair de casa escondido para poder brincar com os seu primos
Fernando e Fabio que a vó odiava segundo ela eles eram más companhias para o menino,
Fernando o mais velho dos três sempre estava à frente de tudo digamos que o cabeça das
aventuras ou melhor dos desastres que sempre sobrava pro Fabio o irmão gordinho e
atrapalhado, Fabio era um ano mais velho que Carlos e os dois não se desgrudavam um
segundo mesmo sua vó proibindo eles sempre davam um jeito de está junto. As vezes
carlos até mentia para sua vó dizendo que tinha trabalho para poder e ir junto com Fabio
para escola já que Fabio estudava em outro turno, além disso os dois brigavam bastante
passando até dia sem trocar uma palavra, nem mesmo visitar o outro.

Aos treze anos carlos e Fabio descobriram a arte de se tocar para sentir prazer a famosa
punheta, carlos sentia curiosidade e já tinha observado o primo mais velho fazer mais até
então não tinha experimentado, passavam a maior parte do tempo escondidos no longo,
sujo e cheio de arvores quintal da mae de fabio, quando não era no quintal eles se
escondiam na floresta que era bem próxima de suas casas.

O grupo de amigos de carlos e fabio e até mesmo o primo mais velho começou a questionar
por que eles passavam tanto tempo juntos, eles inventaram uma história para fugir daquela
situação constrangedora, que logo foi descoberta por um dos amigos que repassou para os
outros que passaram a zombar e chamar eles de namorados. Isso foi muito constrangedor
para carlos já que isso não era verdade ele e fabio só estavam fazendo coisas que primos
normais fazem.

--- eu já sabia que ele era viadinho, ele fala igual uma meninha--- disse um dos amigos com
uma porção de sarcasmo em sua voz.
Carlos sentiu como se cada palavra saindo da boca daquele garoto caíssem em cima dele
como pedras arremessadas com a intenção de machucar.

Fechou os punhos e correu para cima daquele garoto bufando de raiva, quando o garoto
percebeu o punho já vinha cerrado em sua direção, pahhhhh, o impacto foi tão grande que
imediatamente a boca do garoto começou a sagrar. Carlos estava tentado processar tudo
aquilo quando alguém puxou ele pelo braço, não demorou para ver que era sua vó
erguendo uma corda e acertando ela várias vezes em suas costas com tanta forca que ele
percebeu que que estava sem camiseta, começou a gritar de dor, tentou escapar mais não
conseguia já era tarde tinha que resistir as dores da corda grossa que deixava marca em
todo o seu corpo cada vez que sua vó acertava suas costas nuas.

Um mês depois sem visitar os primos e os amigos carlos resolveu sair escondido de casa
para encntrar eles. Tinha um quintal abandonado onde eles empre se encontravam para
jogar bola e conversar sobre garotas. Henry era o que eles denominavam o líder do grupo,
carlos nunca soube por que ele era o líder mis imagina que podia ser pelo fato dele ser o
mais alto, o mais velho, o mais bonito e o único que já tinha namorado e feito relações
sexuais com uma garota, inclusive foi próprio henry que ajudou carlos quando os outros
amigos o embebedaram. Foi em uma sexta na casa de henry carlos tinha apenas 11 anos
quando um dos amigos sugeriu entrar de penetra em uma festa, todos concordaram e
seguiram o plano pularam o muro sem quem ninguém visse o grupo de 7 amigos. O salão
da festa estava lotado carlos estava lá atrás como sempre mais conseguiu ver um dos
amigos desaparecer entre as pessoas voltando com um litro de refrigerante pela metade,
todos encheram seus copos, quando chegou sua vez o litro já estava vazio.

--- eu posso conseguir mais pra vc em um segundo--- se ofereceu um dos amigos

Carlos assentiu com a cabeça, no mesmo instante o garoto se enfiou entre as pessoas até
que nenhum dos amigos conseguisse ver ele, logo ele voltou com o copo cheio de alguma
coisa que era tudo menos refrigerante.

--- aposto 100 reais que vc não tem coragem de beber toda essa bebida--- gritou o amigo
tão alto e mesmo assim ainda era difícil pra entender com todas aquelas pessoas
sussurrando com um bafo forte de álcool.

--- então vc está me devendo 100 reais espertinho--- disse carlos puxando o copo da mão
do amigo e tomando tudo de uma só vez.

Em quinze minutos carlos estava dançando até o chão enquanto outro menino que curtia a
festa dançava atras dele, henry que já tinha percebido que carlos não estava bem segurou
seu braço e puxou ele para fora da festa.

--- carlos a gente precisa ir vc já está muito bêbado--- disse henry ainda segurando sua mão

--- me larga não ver que estou me divertido vcs estão sempre estragando--- berrou carlos
virando as costas pra henry em direção a porta da festa.
--- vc não percebe que está passando dos limites carlos, vc esta dançando igual uma garota
as pessoas já comentam que vc é viado eeeee.... se vc ficar mais um minuto aqui sua vó vai
ficar sabendo e vai te dar uma surra--- henry falou muito chateado.

carlos não respondeu nada apenas seguiu atras de henry.

---Você pode ficar lá em casa hoje se sua vó te olhar nessa situação ela vai te matar ---
henry falou colocando seu braço em volta do pescoço e levando ele até sua casa.

Os pais de henry estavam viajando ele passava muito tempo sozinho em casa e sempre
levava os amigos pra dormir lá. Henry levou carlos para o banheiro tirou a roupa dele e ligou
carlos parecia morto pois em nenhum momento se sentiu incomodado com a água caindo
em seu rosto. Henry também tirou as roupas e tomou um banho. Henry segurou carlos
pelas costas e tentou equilibrar ele em pé, mas ele permanecia desacordado, com muito
esforço conseguiu levar ele até a cama, que ali também deitou e dormiu.

carlos acordou com uma mao em seu peito, no mesmo instante sentiu um calor que vinha
dos seus pés até a cabeça, cuidadosamente ele tirou o braço de cima do seu peito e saiu
da cama. Olhou para henry e ele estava nu ao mesmo instante que percebeu que ele
também estava, continuou olhando para o corpo de henry nu em cima da cama sentido o
calor mais forte ainda em seu corpo nunca tinha percebido como a bunda de henry era tão
linda na verdade a bunda de nenhum homem, ele arregalou os olhos quando percebeu que
estava excitado correu para o banheiro e se masturbou. Ele nunca tinha sentido aquela
sensação com nenhum outro amigo nem mesmo com o primo que ele passava maior parte
do tempo, surgiram várias perguntas em sua cabeça que vinha como um carrossel “por que
um homem me deixou de pau duro? por que esse calor no meu corpo não passa? será que
eu sou gay?

Carlos despertou dos pensamentos com uma batida na porta, era henry e ele ainda estava
duro o e sem suas roupas.

--- carlos vc está bem vou abrir a porta se vc não abrir agora--- ordenou henry já abrindo a
porta.

---nãoooooooo--- esperneou carlos tentando esconder sua excitação.

--- ah o que vc está aprontando carlos não acha que já aprontou demais ontem--- gargalhou
henry saindo do banheiro.

---cala boca seu maluco--- bufou carlos ainda duro.

Carlos não entendia por que aquilo estava acontecendo, ele não conseguia esquecer a
cena de henry nu em cima da cama era como se tudo e todas as coisas o levasse até
aquele momento e o estranho era que isso era bom ele sentia um calor o mesmo calor que
sentiu quando o corpo nu de henry estava na sua frente, e quase sempre aquela cena o
levava até o banheiro. Com o passar dos dias ele foi esquecendo aquela cena se sentia
aliviado por não está gostando de um homem significava que ele não era gay.
Jaílson e Raimundo eram irmãos novatos na escola os dois eram mais velhos que os
demais alunos segundo alice a mais fofoqueira da sala eles já tinham sido expulsos de 10
escolas por sempre arrumar confusão com os outros alunos.

---Dizem que ele enfiou a cabeça de um aluno no vaso do banheiro com a merda dele
dentro, o menino até hoje é traumatizado--- sussurrou alice para um grupo que se formou
ao seu redor.

Carlos escutou tudo da sua cadeira aterrorizado tinha altas chances de ser alvo dele, ele
ficou congelado de medo em pensar nessa possibilidade.

--- e aí massa cinzenta tem alguém sentado nessa cadeira--- disse um dos irmãos novatos
segurando o ombro de carlos.

Todos da sala riram e passaram a chamar carlos de massa cinzenta, o que pra ele era
melhor do que viado, boiola ou mariquinha, de verdade aquele nome não era nem tão ruim
assim, massa cinzenta é um dos monstros que bem 10 se transforma, carlos gostava
bastante porque massa cinzenta era rápido. Não demorou nenhuma semana e carlos
ganhou mais dois novos inimigos no dia seguinte o irmão mais velho encurralou carlos na
parede e pediu pra que ele fizesse sua atividade, carlos ficou com medo, porém não fez, o
grandão esperou todos saírem da sala e trancou carlos no banheiro, o vigia que já conhecia
carlos abriu e ele foi pra casa sem dizer nada, carlos faltou um dia por medo o que pra ele
era muito doloroso ele adorava as aulas mais já estava sendo impossível aquela situação
sempre tinha alguem pra atormentar sua vida.

---professora preciso te contar uma coisa sobre jailson e Raimundo, eles não param de
pegar no meu pé preciso da sua ajuda, no dia que eu faltei foi por medo ele tinha me
ameaçado e vc sabe bem que eu odeio faltar--- ele disse com os olhos cheios de lagrimas.

--- carlos vc está pedindo ajuda pra pessoa errada e isso só está acontecendo porque vc
deu motivos a eles todo mundo sabe disso--- falou agressivamente a professora sem mais e
sem menos.

Carlos imediatamente começou a chorar pegou suas coisas e seguiu para casa, carlos
nunca imaginou que as palavras de uma professora fosse doer tanto quanto as de sua
professora, sentiu cada palavra dita por ele dando um soco bem forte em seu peito, as
lagrimas pesadas não paravam de rolar pelo seu rosto.

Todos os meses os colegas de carlos passavam uma lista idiota para eleger os mais bonitos
e os mais feios da sala dessa vez alguém decidiu ler os nomes numa sequência idiota do
mais bonito até o mais feio.

---e o mais feio da sala é o carlosss hehehe viva vamos dar os aplausos--- o aluno amassou
o papel e jogou no rosto de carlos que estava molhado de tanto chorar, ele estava tão mal
tão esgotado de tudo aquilo que só pensava em sair correndo daquele lugar e nuna mais
voltar, sentiu uma dor seu folego faltar e acabou desmaiando.
Depois do desmaio carlos teve um tempo de férias dos irmãos valentões na verdade de
todos olhavam pra ele como se ele fosse um aliem que a qualquer momento devorasse
eles, em sua cabeça a diretora havia feito uma reunião ameaçada expulsar todos caso eles
tentassem humilhar ele de novo. O brilho natural dos olhos desapareceu, aquele brilho
inocente de felicidade quando sua tia favorita lhe presenteou com a primeira mochila de
rodinhas, aquele sorriso quando entrou na escola pela primeira vez e descobriu que havia
sim um lugar de paz e amor, o lugar onde escondeu todas as lagrimas e sentiu se acolhido
pelos livros quando sua mãe partiu deixando-o sem nenhuma explicação. O coração agora
traído por tudo, tudo, e todos aquele mundo não passou de uma farsa de uma fantasia, as
pessoas transformaram a escola em um inferno o seu pior inferno.

MOCHILA DE RODINHAS
Carlos: Lembro como se fosse hoje quando recebi a minha primeira mochila de rodinhas,
ela era azul e naquele tempo quase maior que eu, estava tão feliz. Aquele dia foi um dos
dias mais felizes da minha vida, as pessoas não entendem, nunca me entendem acho que
nem eu mesmo me entendo, nunca pensei que um dia eu poderia me desfazer daquela
mochila. só agora eu percebo como as pequenas coisas os pequenos detalhes os leves
gestos de carinhos ficam marcados eternamente em nossas vidas mesmo que as pessoas
saiam de nossas vidas a gente nunca conseguira se desfazer das pequenas coisas, dos
pequenos gestos do carinho, isso a gente nunca vai perder. porque isso faz parte das
nossas vidas está marcado eternamente em nossos corações isso é o amor.

A cabeça de carlos estava a mil, Sara sua tia favorita tinha se casado e agora teria que se
mudar para outra cidade, ele não estava nem um pouco preparado pra ficar sem ela, Sara
era como uma mãe pra ele, a mãe do coração que ensinou tudo pra ele que mostrou em
qual caminho ele devia andar que lhe deu seu coração em forma de presente, a sua
mochila favorita era dela foi ele especialmente ela que marcou o seu primeiro dia de aula,
ela não podia fazer isso com ele mais uma vez, ninguém podia ela era sua mãe sua
verdadeira mãe.

Sara estava com os olhos vermelhos de tanto chorar, carlos conseguia ver naquele olhar
que parte dela não queria ir e a outra não sabia se teria foças para entrar no carro e partir.
Mas ela entrou e se foi deixando corações partidos, deixando seu sobrinho que naquele
momento sentia como se a mochila de rodinhas caísse de suas costas, quanto mais longe o
carro ficasse até desaparecer e a mochila cair de vez no chão. Ficando ali caída, acabada,
despedaçada sem amor sem carinho sem um dono para cuidar, para levar todos os dias
para escola, naquela altura ela tinha perdido sua única e exclusiva utilidade, o amor.

Harry Potter
Com a partida de sara para outra cidade carlos se aproximou mais ainda dos primos,
passar mais tempo com eles foi uma forma de acalmar sua dor, através deles conheceu
Harry Potter, e aquele universo de magia e fantasia se transformou em seu passa tempo
preferido, e todas ás 6 horas da tarde tinha seu encontro marcado com a tv, como em sua
casa não tinha tv ele mais uma vez saia de casa escondido para pode assistir na casa dos
seus primos, quando sua vó percebeu, que ele estava saindo escondido para assistir Harry
Potter ela o proibiu e lhe deu uma surra, o que não adiantou muito carlos estava tão
apaixonado pela serie que continuou saindo escondido estava decidido a fazer isso mesmo
que sua vó lhe matasse de bater.

Carlos também se aproximou bastante de Fernanda a irmã mais nova dos primos, eles dois
criaram uma amizade muito forte, estavam mais grudados do que ele com os primos,
brincavam muito juntos, conversavam sobre garotos ela parecia entender, parecia não se
importar quando ele falava que os garotos eram bonitos, o que seria motivo se zoação para
os seus primos e amigos, carlos percebeu que eles dois tinham mais coisas em comum do
que o normal, o que fez ele entender que ela sim era sua amiga, Fernanda era menina
muito bonita tinha a pele clara deferente dos irmãos seus cabelos eram loiros os olhos
puxado, que carlos achava um charme, mais seus colegas da escola usavam para
machucar ela, fernanda não tinha muitos amigos, nem mesmo a irmã mais nova de carlos,
mais depois que ela descobriu que carlos era uma pessoa legal criou um laço muito forte de
amizade, os dois escreveram diversas letras e melodias de musicas juntos, que eles
acreditavam que faria muito sucesso um dia.

No último episódio de Harry Potter Carlos descobriu que os pais de seus primos decidiram
morar em outra cidade, carlos ficou terrivelmente arrasado nem falou nada com ninguém
saiu correndo até em casa, assustando sua vó com os choros e gritos.

Um mês depois carlos teve que se despedir mais uma vez, aquilo tudo de novo a mesma
dor agora triplicada os primos eram seus únicos amigos as únicas pessoas que ele
conversava que ele passava maior parte de sua vida, como ele conseguiria suportar dessa
vez.

Com os olhos cheios de lagrimas Fernanda correu na direção de carlos e lhe puxou para
um abraço tão forte que por mais que estevesse machucando ele queria sentir era uma dor
boa uma dor que gostaria de sentir para sempre a dor de ver mais uma pessoa que ele
amava partir.

Seu peito estava apertado com o calor de Fernanda que ainda lhe abraçava, ele não
aguentaria olhar para ela pela última vez, os dois ficaram se olhando de mãos dadas
paralisados por um longo tempo até seus pais pedirem pra ela subir.

Como um passo de magia carlos estava, em harry potter, as portas de Hogwarts estivam se
fechando para ele, Dobby estava morto em seus braços, e em um piscar de olhos
Dumbledore sendo morto por severo snap que agora vinha em sua direção olha bem no
fundo dos seus olhos gira a varinha e grita “Vipera Evanesca” um reflexo branco surge na
ponta da varinha de Snap crecendo em direção de carlos trazendo-o de volta para a casa
dos primos. Carlos despetou sem entender absolutamente nada do que estivesse
acontecendo, percebeu que ninguém mais estava ali além dele seus primos tinham partido
sua melhor amiga tinha desaparecido, a dor que hanry sentiu, agora consumia cada parte
de seu corpo.

Mas ele tinha que ser forte ele precisava ser forte assim como Harry foi.

ADEDONHA
Dois anos depois de todo o sofrimento carlos então através de uma vizinha conheceu a
igreja, sua nova casa, lugar onde conheceu novos amigos e sem perceber encontrou
refúgio nos hinos nas pregações e nos grupos jovens, tudo que faziam dentro e fora da
igreja ele estava presente, não conseguia nem pensar em faltar um único dia, se sentia na
obrigação de fazer parte de tudo mesmo que fosse apenas para olhar.

--- oi bom dia posso me sentar aqui --- disse uma menina apontado para o banco que
estava vazio.

Carlos olhou bem no fundo dos olhos dela e ficou paralisado naquela posição encarando-a.

--- garoto vc está bem --- ela disse dando um tapa em seu ombro

--- ah desculpa bom dia, pode sim está vazio --- ele respondeu saindo do transe.

--- obrigado.

Em pouco tempo esse encontro dos dois na igreja se tornou frequente passavam o culto
inteiro conversando, Jane logo ocupou parte do buraco em seu coração deixado por
Fernanda, eles eram vizinhos mais até então não tinham trocado uma única palavra, se
tornaram bem próximo principalmente pela igreja estavam sempre comentando sobre os
livros da igreja ou sobre personagens bíblicos, as vezes brincando de perguntas e
respostas ou adedonha um jogo que consistia em escrever em uma folha de papel várias
coisas como: nomes, objetos, frutas, novelas , filmes entre outros separados por linhas na
horizontal e vertical, de acordo com a letra escolhida em cada rodada todos os jogadores
precisam preencher todos os espaços em branco com a letra sugerida.

--- AH vamos com a letra J --- gritou Jonas o irmão de Jane, segurando um lápis.

--- eu amo a letra J --- expressou carlos com um sorriso tímido para Jane.

Debora irmã de Carlos e Jonas começaram a rir imediatamente dos dois. Começaram a
rodada com a letra “J” em menos de um minuto carlos gritou stop que significava que ele já
tinha preenchido todos os espaços em branco e os demais jogadores deveria parar
automaticamente para contagem dos postos independente se tivessem terminada ou não.
No fim daquela rodada carlos tinha vencido mais uma vez.

--- vamos lá outra rodada eu escolho a letra C eu aposto que alguém vai ganhar do carlos
dessa vez --- sugeriu debora com um ar de sarcasmo.

--- com C tem uma pessoa que eu gosto muito --- disse inesperadamente Jane encarando
carlos como se só existissem os dois naquela sala.
Carlos sentiu uma pontada no peito tão forte que quase desmaiou, sentiu a tensão correndo
por todos na sala, ficou petrificado o restante do jogo sem soltar uma única palavra. Depois
dese dia carlos passou a olhar Jane com outros olhos, existia um sentimento confuso
correndo entre seus corações mais será que era amor? Ele estava disposto a descobrir.

PRIMEIRA CARTA
Era sábado de manhã na igreja quando carlos chamou dois de seus amigos para pedir
ajuda sobre como chegar em uma garota.

--- preciso de ajuda acho que estou a fim de uma menina --- sussurrou carlos olhado para o
chão.

--- é a Jane? --- gritou um dos amigos.

--- tá doido fala baixo ---falou carlos dando uma tapinha no ombro do amigo.

--- mais e aí é ela mesmo?

--- sim é ela mais por favor não diz a ninguém eu não sei direito o que eu sinto nem se ela
sente o mesmo por mim por isso prefiro manter segredo --- disse carlos um pouco
assustado.

--- HÁ eu sabia cara, vc passa o culto inteirinho olhando para ela você tem que disfarçar
melhor se não quiser que ninguém descubra.

--- pera eu tenho uma ideia ---- um dos amigos grita.

--- eu também tenho uma --- os dois amigos se olham

--- uma carta --- eles gritam juntos, deixando carlos de olhos arregalados.

--- vcs são demais --- disse carlos puxando os dois para um abraço.

--- mais o que vamos escrever na carta? --- Perguntou carlos.

--- acho que alguma coisa como vc é muto linda aceita namorar comigo --- sugeriu um dos
amigos dando risadas.

Carlos pegou um falho de papel que estava em sua bíblia pegu uma caneta do bolsa da
calça do amigo pediu para ele ficar de costas, colocou o papel nas costas dele e começou a
escrever.
“ oi Jane aqui é o carlos queria te dizer que eu não sei ainda o que eu sinto por vc, mais é
algo magnificamente grande e bom eu penso em vc todas as noites e quando eu acordo é
em vc que eu penso quando fecho os olhos é o seu nome que vem na minha mente os
meus olhos sentem sua falta quando vc não está nos lugares, por esse e um milhão de
outros motivos eu gostaria de saber se vc aceita descobrir junto comigo o que significa essa
força que me puxa como uma corda amarrada em meu coração, que está sempre me
levando até vc.

--- ficou muito foda cara –-os dois amigos gritaram assim que leram o que ele tinha acabado
de escrever.

--- bom preciso de mais uma coisa, um de vcs dois tem que entregar a ela --- disse carlos
olhando para os dois.

--- pode deixar essa é a parte mais fácil.

Os dois amigos acompanharam Jane até sua casa depois do culto e entregaram a carta,
Jane estava com sua amiga e as duas um pouco assustadas e ansiosas leram a carta.

--- vc gosta dele amiga?

--- desculpa eu prefiro não falar sobre isso --- disse jane amassando a carta e jogando fora
logo em seguida.

--- porque vc fez isso não seria melhor vc dizer a ele, que vc não sente o mesmo ---
sussurrou sua amiga com um olhar desconfiado. --- dessa forma parece que vc gosta dele
--- continuou ela.

--- vc só pode está louca eu não gosto dele não como ele acha, eu não tenho duvidas que
amo ele, mais como bons amigos e é só isso, a gente construiu uma amizade linda durante
muito tempo, eu gosto daquele jeitinho tímido e divertido dele, mais apenas como um
grande amigo, o que mais tá me deixando louca é pensar que talvez eu tenha dado chances
e motivos de fazer ele se apaixonar por mim, mais tudo que eu fiz ou demostrei foi pela
nossa amizade espero que ele me entenda um dia mais não quero que o amor confuso dele
estrague nossa amizade.

--- mais amiga o que você vai fazer? --- perguntou a amiga.

--- ainda não mais acho que não vai acabar bem espero que um dia ele me entenda e tudo
volte ao normal.
SEGUNDA CARTA
15 dias se passaram depois da primeira carta entregue e Carlos estava seco, sozinho e
sem nenhuma resposta da carta, Jane desapareceu depois de receber a carta ela não saiu
nenhuma vez de casa pelo menos não pela rua de Carlos, sempre evitando ele nem se quer
olhava pra cara dele agia como se ele tivesse matado alguém de sua família, ela estava
estranhamente diferente e ele não entendia nenhum pouco o que podia estar acontecendo.

--- vcs viram ela me evitou a manhã inteira eu não sei o que eu escrevi de errado na quela
maldita carta que inferno eu também sou muito idiota não deveria ter escultado vocês,
aposto que fizeram aquilo para depois caçoarem da minha cara --- desabafou Carlos com
os amigos.
--- se acalma Carlos você não tem certeza do que possa ter acontecido e você não tem o
direito de colocar a culpa na gente, somos seus amigos estamos aqui para te ajudar ---
falou um dos amigos.

--- as mulheres são assim mesmo a gente nunca consegue entender elas, sempre estão
certas.

Os três ficaram pensativos procurando uma forma de reverter aquela situação, mas nada
parecia bom para Carlos.

--- já sei e se a gente tentar escrever outra carta, digamos que chamando ela para um
encontro aí vocês podem conversar melhor, assim ela não vai ter coragem de recusar pelos
menos eu acho que não --- sugeriu um dos amigos.

--- você está louco se a primeira carta não deu certo imagina mais uma aí é capaz dela
mudar de país para me evitar--- gritou Carlos bem bravo com os amigos.

--- você precisa se acalmar e outra você não tem muitas opções, até que não é uma ideia
tão ruim assim aposto que ela vai aceitar --- disse o amigo apontando a caneta para ele.

--- bom espero que vocês estejam certos, caso o contrário desistirei dela para sempre.

Oi, Jane, gostaria de pedir desculpas, não sei o que eu escrevi de errado na carta mais
espero que você me perdoe, queria muito que você fosse hoje à noite tomar sorvete comigo
para gente conversar e tentar reverter essa situação chata, beijos esperarei você lá.

--- Jane, espere por favor, Carlos pediu para entregar para você --- disse o amigo
entregando a carta para ela que estava com sua amiga, e saindo logo em seguida.

--- espere por favor --- ela gritou olhando para os garotos.

--- diz para ele que eu não gosto dele, ele é feio e desarrumado eu nunca gostei e nem vou
gostar dele fala pra ele parar de escrever essas cartas idiotas se o meu pai descobrir ele vai
me matar e outra ele parece um veado acho que só tá me escrevendo essas cartas para
disfarçar o que ele realmente gosta.

Nesse momento Carlos passa correndo entre eles em direção a sua casa.

--- amiga ele estava chorando acho que ouviu tudo --- disse sua amiga que segura a carta.

--- amiga desculpa eu preciso ficar sozinha.

Carlos se trancou no quarto pulou na cama agarrou o travesseiro pressionando em seu


peito como se ele pudesse tirar toda aquela dor que apertava como se a qualquer momento
fosse quebrar seus ossos e perfurar seu coração. Chorava como uma criança pedindo um
doce. Os pensamentos bons de todos os momentos com Jane surgiram em sua cabeça
deixando seu peito mais apertado mais doloroso, sentia como se a qualquer momento fosse
morrer, com toda aquela dor uma dor que ele não tinha sentido nem quando sua tia favorita
partiu nem mesmo quando sua prima, sua melhor amiga mudou para outra cidade, o seu
coração mais uma vez estava despedaçado e aquele buraco estava cada vez maior.
ÚLTIMA CARTA
No dia seguinte depois de derramar todas as suas lagrimas no pobre travesseiro, resolveu
loucamente escrever uma carta. Uma carta para Jane

Pegou uma folha em branco uma caneta velha que ele adorava e escreveu.

Querida Jane, tudo bem? espero que sim por que eu estou arrasado por dentro e por fora,
você me fez acreditar em um amor que nunca existiu, eu estava tão confuso se realmente
gostava de você eu não, ai você falou aquilo no jogo de adedonha, maldito jogo de
adedonha queria esquecer tudo aquilo, esquecer seu rosto, sua voz, sua boca, seu cabelo
tudo em você mais parece um pouco mais difícil do que eu imaginei, pensei que você fosse
minha amiga mais vejo que você é uma idiota, estou tão cansado sem forças, sem
esperanças, nunca pensei que um dia eu pudesse amar alguém assim, como amei você.

Eu fui tão burro de ter escrito aquela primeira carta vc nunca mereceu nenhuma letra escrita
naquela maldita folha de papel, eu estou muito arrependido de ter se tornado seu amigo
você não merece, nunca mereceu, eu sempre estive do seu lado sempre te ajudei e você
fez isso comigo, falou todas aquelas coisas ruins, sem nenhuma explicação nem mesmo
teve coragem de responder minhas cartas e dizer que não me amava.

Só queria que me respondesse mais uma pergunta uma única pergunta, o que eu te fiz de
tão mal para me tratar daquela forma, só preciso que vc tenha coragem de me responder
isso, vc é tão ridícula que eu aposto que não tem coragem de fazer isso. Bom era isso
quero que saiba que a parti de hoje você morreu para mim, quero acordar amanhã e
esquecer que vc existiu um dia, eu te odeio Jane, te odeio Jane.

As coisas mudaram bastante depois da carta, Jane desapareceu, carlos ainda sofria muito
chorava todas as noites, mais aos poucos foi esquecendo e ambos não passavam de um
desconhecido um para o outro, na igreja tentavam ficar o mais longe possível um do outro,
por mais que as vezes carlos dava umas espiadinhas, jane parecia focada em não perder
seu tempo olhando pra ele, como se realmente nunca tivessem se conhecido como
verdadeiros estranhos.

Alguns anos depois carlos já tinha esquecido de vez Jane e eles até voltaram a se falar o
que parecia impossível de acontecer, mas sim voltaram e nem um dos dois voltaram a tocar
naquele assunto.

Carlos aproximou se mais ainda de Jonas o irmão de jane depois que eles se afastaram,
não eram tão próximos nem melhores amigos mais estavam juntos e conversavam sobre
várias coisas, na verdade Carlos estava junto ele que tentava conversar, jonas apenas era
educado e mostrava ser uma pessoa legal. Carlos sempre queria estar onde jonas
estivesse parecia estranho mais para carlos era normal ele só queria estar perto de uma
pessoa que ele gosta muito, de um amigo, estava em uma situação bem difícil não tinha
muitos amigos uma carência eterna qualquer pessoa que chegasse em sua vida, ele fazia
de tudo para agradar para mostrar que era uma pessoa legal que podia contar com ele, o
mesmo aconteceu com Jonas que passou a estranhar aquela aproximação.

Quando o avô de Jonas morreu eles foram para o velório que era em outra cidade, carlos
ficou bem mal por saber que eles passariam um mês, para resolver uns problemas deixado
por seu avô, carlos foi despedir se deles, na verdade despedir se do seu amigo Jonas. Com
um abraço em todos desejando forças, se direcionando pôr fim a jonas com um abraço mais
demorado e forte que logo não entendeu nada, aquele abraço era estranho era pegajoso,
nenhum outro garoto tinha abraçado ele daquela forma, já para carlos foi como se ele
estivesse nas nuvens em um sonho profundo sentindo o cheirinho de seu travesseiro.

Quando eles se foram carlos percebeu que não conseguia ficar longe de jonas por muito
tempo, olhando suas fotos descobriu que a parte favorita dele em seu corpo eram os olhos
aqueles incríveis olhos, uma coisa que ele gostava bastante nele era a incrível capacidade
de esquecer tão rápido as coisas ruins. Tá aí uma coisa que carlos precisava urgente
colocar em prática.

Mensagem de texto de carlos para jonas:

“oi, Jonas, sei que vcs estão passando por uma fase ruim mais espero que fique bem com
tudo isso, te desejo muitas forças e volte logo estou com saudades.”

Jonas:

“oi, bom dia” com um emoji de carinha confusa.

Jonas ficou bem confuso com aquela mensagem, o que Carlos queria dizer com estou com
saudades parecia muito suspeito, mais jonas não deu muito bola e logo esqueceu da
mensagem. Por outro lado, carlos estava mal realmente com muita saudade, triste sentido
se sozinho, não via a hora daquele longo e doloroso mês acabar e rever aqueles olhos
claros e grandes, aquele sorriso, aquela boca que todas as meninas da rua adorariam
provar.

Eles voltaram 5 dias antes do mês acabar carlos nem imaginava, mesmo que ele mandasse
mensagem todos os dias para jonas ele não tinha comentado com ele nenhuma vez quando
retornariam, mas ele não queria saber disso isso não importavam, tomou um banho e
correu para a casa dos vizinhos.

jonas estava tomando banho dentro da caixa de água,

estava todo molhado e sem camisa, carlos chegou correndo parou na porta da conzinha e
deparou se com aquela cena, por mais que eles fossem vizinhos e carlos não sair um
minuto da casa dele, ele ainda não tinha visto Jonas sem camisa aquilo era lindamente
novo. A água escorrendo por seu copo, naqueles ombros largos, nos braços que mais
pareciam de um lutador, aquela barriga que ele não parava de olhar, sentiu uma frieza em
seu corpo que vinha dos pés até a cabeça, suas pernas começaram a tremer ele precisava
fazer alguma, precisava fugir urgente daquela situação, fugir daquele corpo. Carlos nem
olhou para cara de Jonas seus olhos permaneciam vidrados ao seu abdômen, ele respirou
fundo virou as costas e saiu correndo até sua casa, numa velocidade que nem percebeu
que estava com uma desajeitada ereção, carlos se afundou nos travesseiros e queria
morrer.

“Uma madrugada longa, escura e silenciosa, uma luz pequena que cresce cada vez mais
que seus olhos aproximam, um corpo, um corpo nu e molhado, a água escorrendo porto
todo o corpo, o corpo se aproximando, um grito.”

Carlos acorda com um grito o seu próprio grito, olha o relógio 5 da madrugada, olha a data
e então percebe em uma das notificações aniversario de Jonas. Quando ele corre o dedo
pelo celular ver uma mensagem de Jane enviada ontem as 22 horas, como ele havia
dormido cedo nem se quer percebeu a mensagem.

“oi, bom dia”

“a gente tá pensando em fazer uma surpresa pro Jonas vc gostaria de ajudar”

Os olhos de carlos se enchem de felicidade no mesmo instante começou digitar.

“bom dia, Jane”,

“eu adoraria, me avise quando ele não estiver em casa”

Os olhos de carlos brilhavam como uma estrela, naquele momento sua cabeça pensava em
um milhão de formas possíveis de como seria a surpresa. Mais claro também não esquecia
do que sentiu quando viu jonas sem camisa naquela caixa de água, que só concretizou tudo
que ele já sabia, alguma coisa ele precisava fazer, já estava claro para ele que aquele
sentimento era simples e dolorosamente o amor, que corria como sangue em todo o seu
corpo, ele precisava urgente de um jeito para se declarar e agora seria o momento perfeito,
o aniversário dele.

O tema escolhido por indicação de carlos foi o time de futebol flamengo, que segundo ele
era a paixão de Jonas e claro todos sabiam disso.

Já estava tudo pronto para a surpresa, carlos percebeu que seria o momento perfeito para
se declarar para jonas então convenceu a todos que ele deveria ser a distração pra jonas
não descobrir a festa, e todos sem muitas escolhas concordaram.

--- ei jonas espere aí --- suspirou carlos tentando acompanhar jonas.

--- ah oi como posso te ajudar? --- perguntou jonas surpreso.

--- podemos ir até a praça preciso te falar uma coisa muito séria --- sussurrou carlos
segurando em seu ombro.

--- pode ser então –exclamou jonas.


Os dois seguiram até a praça, caminharam uma longa pista de skate e se sentaram em um
banco próximo a uma arvore bem grande e espaçosa no meio da praça.

--- então o que você precisa me falar --- suspirou jonas.

--- ahhhhh, primeiro quero te pedir desculpas e por favor não precisa parar de falar comigo
depois que eu te contar, independentemente de qualquer coisa a gente pode continuar
sendo amigos. Sei que voce é um homem e eu também sou, bom é que, desculpa mais eu
juro que tentei evitar e por mais que eu tentasse eu não consegui, essa cosa é mais forte do
que tudo que eu penso no inicio eu achei que fosse coisa da minha cabeça que era só
imaginação, só uma fase que todos os homens sentiam e que uma hora acabava, mais não,
não é imaginação não é uma fase, não é coisa da minha cabeça, e depois que eu vi você
sem camisa naquela caixa de agua eu tive certeza que isso é amor, Jonas sabe por que eu
te olho tanto? Porque eu tenho ciúmes de você, sabe por que eu tenho ciúmes de você?
Por que eu gosto de você, e sabe por que eu gosto de você? Porque eu te amo. ---
desabafou carlos tudo de uma vez tão rápido quanto os olhos de susto de jonas que
permaneceu calado.

--- por favor fale alguma coisa eu preciso que você me fale alguma coisa --- sussurrou
carlos colocando a mão em cima da mão de jonas.

Jonas não respondeu uma única palavra nem mesmo olhou para o rosto de carlos, apenas
puxou sua mão e saiu deixando-o no banco escuro daquela praça sem nenhuma resposta
sem nenhum sinal nada que pudesse acalmar o seu pobre coração. A única certeza que
ficou foi que o amor dele mais uma vez não tinha sido correspondido mais uma vez seu
coração estava seco e vazio sem uma gota de amor, o amor a única coisa que poderia livrar
ele daquele momento daquela dor, daquela facada em seu peito que ardia, que queimava
toda vez que ele lembrava de Jonas soltando sua mão e saindo da sua vida.

Carlos continuou sentado em choque com o rosto todo molhado, ainda petrificado no banco
da silenciosa praça, quebrado com o um toque bem, mais logo percebeu que vinha do bolso
da sua calça, no momento que pegou o celular uma ligação de jane.

--- oi, estamos te esperando para cantar os parabéns o seu plano deu certo o jonas não
desconfiou de nada, voce vai vir?

--- oi jane estou indo uns três minutinhos chego aí.

O bolo estava lindo mais carlos não conseguia sentir o gosto, cada vez que olhava pra
jonas seu coração doía dentro do seu peito, deixando-o sufocado algumas vezes carlos
tentou chegar perto para dar um abraço mais jonas evitou ele o tempo inteiro e por fim saiu
para o seu quarto, deixando-o mais uma vez sem resposta. Carlos então entendeu que
aquele era o fim, o fim do fim e não havia nada que pudesse reverter.

Não há nada mais doloroso do que perder um amigo, ainda mais quando esse amigo é o
amor da sua vida.
CADERNO DA TRISTEZA
Em seu aniversário de 17 anos, carlos percebeu que não existiam mais motivos para
comemorar, sua vida estava terrivelmente acabada, era o menino mais feio da sala,
segundo a lista idiota que seus colegas insistiam de passar todos os meses, não tinha
amigos, sua família um complexo colapso, além disso era o único da turma que nunca tinha
namorado, o único virgem o único que ainda era “BV” o boca virgem da turma como os
jovens dizem, todos esses pensamentos estavam deixando carlos maluco, sentia que a
qualquer momento tudo aquilo iria explodir e o seu maior desejo era se livrar de todo aquele
sofrimento.

Umas das formas que carlos encontrou para expressar toda essa dor foi a escrita, onde ele
passava horas e horas escrevendo coisas no que ele chamava de caderno de tristeza.

” Passei um bom tempo da minha vida procurando uma explicação logica para a minha
existência já que fui destinado a sofrer.

Ainda hoje vivo me perguntando, por que estou vivo já que minhas forças e vontade de viver
se foram.

Se alguém me perguntasse hoje, o que eu escolheria entre a vida e a morte, certamente


escolheria a morte já que não tenho motivos para viver.

Minha vida se resume em um pequeno círculo, sem nada que não recebe ninguém que já
se abriu para o amor um dia mais foi traído e tornou a se fechar. Depois disso ninguém mais
quer saber dele.”

“A vida é uma montanha russa cheias de autos e baixos a minha mais para baixos. Quando
penso que estou bem vem uma pessoa e acaba com tudo. Os que dizem te ajudo quando
precisar são os primeiros a me abandonar.

As vezes falam comigo e no fim das contas só querem alguma coisa de mim, alguns só
estão comigo quando lhe convêm caso o contrário eu não sou ninguém.

Por incrível que pareça meus amigos são assim.”

“sabe a vida um dia dormirá, assim como tudo que nasce morre e levara consigo tudo ao
seu redor, familiares, amigos, sentimentos e tudo que você imaginar, ela dormirá em um
sono profundo assim como a bela adormecida dos contos de fadas, afinal de quem será
esse forte amor verdadeiro capaz de resgatar tudo?”
“saudades são lembranças, lembranças nostálgicas que nos deixam tristes, tristes por que
amamos, amamos pessoas que nos fazem felizes.”

“mas eu sei que toda essa dor que eu sinto um dia chegará ao fim.”

MELHOR AMIGO

Eles já se conheciam mais nunca tinham conversado se aproximaram quando encontraram


coisas comuns entre os dois, rapidamente estavam inseparáveis, um do lado do outro dia e
noite juntos. Parecia que já eram amigos a muito tempo, não demorou muito já eram
melhores amigos. Carlos era o mais velho o mais carente estava sempre mais próximo, e
agora que parecia ter encontrado o melhor amigo, dava toda atenção para ele que esquecia
até do mundo.

O mais novo era jade o irmão de jane e jonas, jade era mais fechado mais na dele, bem
mais tímido que carlos, quanto mais conviviam mais jade perdia a timidez.

A amizade dos dois estava tão intensa que carlos passou até ciúmes de jade.

--- jade por que voce me esperou para a gente ir junto, até a igreja --- suspirou carlos

--- eu fui com os meus amigos, por que tem algum problema? --- perguntou jade.

--- não desculpas acho que fiquei com um pouco de ciúmes.

Depois desse episódio a amizade começou a ficar desgastada, carlos ficou bem mal
quando jade começou a se distanciar dele, aos poucos não andava mais na casa dele, não
olhava mais em sua cara e infelizmente não falava mais com ele, cada dia mais distante.
Carlos se desesperou não queria passar mais uma vez por aquela situação.

Mas aconteceu ele tinha perdido o seu melhor amigo que estava junto em todos os
momentos que juntos juraram amizade infinita, pôr fim a única certeza que carlos teve foi
que a amizade infinita entre carlos e jade tinha acabado.
Aquele dia carlos entrou em seu quarto tranquilamente como se fosse só mais um dia,
fechou a porto se deitou em sua cama colocou uma música da cantora Billie Ailesh, depois
pegou o seu caderno de tristeza e começou a escrever.

“hoje eu aprendi que tudo que é meu um dia vai embora, acabei de perder o meu melhor
amigo, ele não morreu mais está doendo de um jeito como se fosse.

Não consigo parar de pensar nas incríveis horas que passamos juntos, era tipo toda hora,
acho que isso vai ser muito difícil para superar.

Fico lembrando quando a gente saia junto roubar laranja no quintal do vizinho por mais
perigoso que fosse era legal, era bom, era divertido.

Por incrível que pareça eu sinto falta até das nossas brigas que acabavam em questão de
segundos, e lá estávamos de novo procurando outra coisa para desbravar.

Obrigado por ter feito eu sorrir quando não estava tudo bem, obrigado por ter ficado perto
de mim quando eu precisei voce foi uma das únicas pessoas que me faz esquecer dos
meus pensamentos ruins, quando voce chegava à tristeza passava e me deixava um ar de
tranquilidade.

Desculpa pelo meu nível máximo de competitividade, talvez seja essa a palavra que afastou
a gente. Já que nos dois somos muito competitivos, podemos dizer que a nossa amizade
era muito forte porque não é muito fácil juntar duas pessoas competitivas, mas a gente
conseguiu, somos vitoriosos só não tanto porque terminou.

Não queria ter escrito fim sem um final feliz, mas não tem muito o que se fazer só término
com um sentimento de gratidão e dúvidas, por que acabou???

ÚLTIMA LIGAÇÃO
“oi, tia rosa, como vai que horas vcs vão chegar aqui”

“estou bem, ainda não sei quando vou chegar aí, acho que vai mais umas duas horas de
viagem”

“ok estamos aguardando a senhora chega logo estou com saudade”

“tá bom tchau, fica com deus estou muito feliz que vou ver vocês.”

Tia rosa era filha da vó paterna de carlos, rosa era um pouco distante da sua família mal
falava com sua mãe, mais com carlos era diferente eles se davam super bem, os dois se
gostavam muito, não eram apenas sobrinho e tia, eram grandes amigos.

Depois de dois anos morando em outra cidade, rosa decidiu voltar para sua casa, só não
sabia o que lhe esperava.
Depois da ligação de rosa com carlos aquela manhã, o carro seguiu para seu destino. O
motorista estava bem concentrado, até o barulho do seu celular quebrar o silêncio entre ele
e rosa que estava sentada ao seu lado no banco da frente. Em um pequeno descuido o
celular do motorista cai, rosa estava digitando em seu celular e nem percebeu o que tinha
acontecido, quando olhou para o lado o motorista estava com a mão em baixo pelo que
parecia procurando alguma coisa, quando ela olhou para a gente um caminhão na direção
dos dois.

--- cuidadoooo

O motorista tentava reverter aquela situação mais a única coisa que ele conseguiu foi jogar
o carro para a beirada de uma ribanceira, para tentar se livrar do caminhão.

Naquele momento rosa sentiu o maior medo da sua vida uma explosão de sentimentos em
sua cabeça que levava ela para a casa da sua mãe, suas filhas correndo no quintal e carlos
na janela, ela fechou os olhos e tudo aquilo parou de existir.

Uma manobra difícil que não deu muito certo o carro derrapou, e cai na ribanceira rosa foi
arremessada para fora do carro o vidro se partiu em seu corpo como água naquele
momento não existia dor nem sentimento, não existia nada. Apenas um carro em chamas e
dois corpos jogados pela força da queda.

Uma hora depois os policiais encontraram o corpo de rosa sem vida, com um rosto
irreconhecível, uma cena drástica de filme de terror, naquela altura carlos ligava
incessantemente para rosa, com tudo nenhum sinal dela até que, a pior notícia do mundo
chegou.

Os gritos e lagrimas consumiram aquela casa, a vó, as primas, a irmã, as tias e os vizinhos
faziam um coro de choro. Carlos permaneceu em seu quarto desde o momento que aquela
pior notícia do mundo, atravessou a porta do seu quarto até o encontro de seus ouvidos,
seus olhos derramavam tantas lagrimas que parecia difícil acreditar que eram suas, ele
permanecia imóvel em cima da cama com seu travesseiro que mais uma vez estava ali para
ouvir todos os seus lamentos, seu coração agora definitivamente estava indo embora
deixando seu corpo sem cores, sem nenhum motivo para continuar.

A voz de rosa permanecia em seus ouvidos. Sussurros assustadores que martelavam em


sua cabeça.

Tanta coisa que ele poderia ter dito naquela ligação, se ele soubesse que aquela seria a
última vez que estaria ouvindo a voz real e não sussurros em seus ouvidos, ele teria dito o
quanto amava ela, o tanto que ela fazia os seus dias feliz o quanto ela era uma mulher
guerreira que sempre trabalhou de forma mais honesta possível, que corria atras de seus
objetivos, e estava sempre ajudando quem precisava, mais naquele momento de agonia e
desespero ele percebeu que nunca tinha dito que amava ela.

A última ligação dos dois tinha acontecido alguns minutos antes daquele trágico acidente, e
mesmo que ele tenha sido a última pessoa com quem ela falou, não tinha sido ele quem
falou que amava ela, na verdade ninguém tinha falado e agora infelizmente já era tarde
demais.
Aquele pensamento horrível de culpa corria em sua cabeça, deixando-o desesperado com
uma dor insuportável em seu peito que por mais que ele chorasse continuava lá, mesmo
que ele lutasse contra aquele sentimento ele permanecia ali, aquela dor estava consumindo
todos os seus membros de um por um até cobrir todo o seu corpo de dor, e pela primeira
vez na vida ele sentiu que todas aquelas dores que tinha sentido na vida não chegavam
nem perto da dor da perda de uma pessoa que ele amava muito.

“Oi, caderno, da tristeza eu perdi minha tia, acho que terminei não sei se existe uma dor
maior que essa para adicionar nessas suas sofridas folhas sem brilho e cor, e se existir eu
exijo urgentemente que vc, crie forma de um ser humano e me conte tudo, talvez com isso
ajude a me deixar menos triste. Hoje sem dúvidas foi o dia mais pesado de toda a minha
história de vida eu literalmente estou acabado por dentro e por fora minhas forças
desistiram de mim, tenho certeza de que nunca mais serei eu de novo, porque caralhos isso
aconteceu comigo, eu preciso que você me responda isso.

Ainda esculto a voz da minha tia como se ela nunca tivesse desligado aquela ligação, ainda
lembro da última palavra que foi sussurrada em meu ouvido pela aquela ligação, é como se
ela tivesse todo tempo aqui comigo, sei lá chega a ser bizarro. Eu tinha tanto para dizer a
ela.

Parece coisa do destino mais uns dias antes dela viajar a gente se aproximou bastante, ela
me chamou para ajudar montar o seu guarda-roupa, e a gente rio bastante aquele dia, acho
que foi um dos dias mais felizes que a gente passou junto, lembro que ela me chamava
para dar dicas de roupas todas as vezes que ela saia para comprar, eu particularmente
amava, amava mais ainda que ela sempre escolhia as que eu sugeria.

me dói tanto saber que nunca mais vou escultar aquele sorriso, eu não tive chances de dar
um último abraço e nem mesmo falar para ela que eu a amava, espero que ela tenha
percebido o quanto eu gostava dela mesmo eu não demonstrando, me arrependo tanto.

AMIGO VIRTUAL
Um ano despois da morte de rosa, carlos tentava voltar para sua vida normal uma coisa que
para ele nunca iria acontecer, teve alguns sonhos com ela, sempre sonhos bons, um deles
ela pedia para ele cuidar de suas filhas e em todos os sonhos ela estava sorrindo.

Em um dos sonhos de carlos ele acordou assustado olhou o horário eram 3 horas da
manhã, assim que pegou o celular percebeu que tinha uma notificação de um número
desconhecido, que rapidamente ele foi olhar, e o pior a pessoa estava online.

Eli: “oi, prazer eu sou o Eli, alguém me mandou seu contato Carlos neh? Salva o meu aí”

Carlos: “oi, alguém, quem é esse alguém?”


Eli: “ah é uma pergunta difícil eu tenho muitos amigos virtuais e um deles me passou o seu
mais agora eu não vou conseguir te responder quem exatamente me mandou, desculpa.”

Carlos: “amigos virtuais?”

Eli: sim eu tenho vários são pessoas que eu nunca vi pessoalmente mais que a gente tem
uma interação legal por aqui mesmo.

Carlos: interessante.

Eli: se vc quiser a gente pode se tornar amigos virtuais!

Carlos: e o que eu precisaria para ser seu amigo virtual.

Eli: não é tão difícil assim a gente pode ir conversando se conhecendo e quem sabe um dia
se ver pessoalmente, o que acha?

Carlos: podemos ver então.

Eli: que top, vc é de qual cidade?

Carlos: Santarém.

Eli: sério eu moro aí perto mds que coincidência, inclusive tenho parente aí.

Ah e esqueci de te falar eu sou gay.

Carlos: ah legal.

Depois disso Eli passou a mandar mensagens todos os dias carlos ignorava algumas, mas
depois passou a ser interessante para carlos conversar com aquele desconhecido, fazia
muito tempo que ele estava sozinho e nunca tinha ninguém para conversar e aquele amigo
virtual se tornou sua companhia diária, falavam sobre tudo, novelas, filmes, igrejas, até que.

Eli: oi carlos

Carlos: oi

Eli: me ajuda com uma coisa?

Carlos: o que seria?

Eli: sabe o meu na orado, ele terminou comigo.

Carlos: quem???? vc não me falou sobre isso.

Eli: o nome dele é kawan, acho q vc não conhece ia fazer 2 anos agora.

Carlos: fts????

Eli: FOTO
Carlos: q gato não que eu ache homem bonito, mas ele tem uma aparência boa.

Eli: é mais ele não me quer mais e eu gosto muito dele, muito mesmo

Carlos: vc fez alguma coisa de errado?

Eli: não neh

Carlos: ele tem outro?

Eli: sim e é aí que vc entra

Carlos: como assim eu entro

Eli: quero q vc me ajude a fazer ele esquecer o outro

Carlos: mds e o que eu poderia fazer

Eli: se aproximar dele

Carlos: eu não tenho ideia de como fazer isso

Eli: por favor me ajuda eu não aguento ver ele com outro eu te imploro, eu te dou todas as
instruções.

Carlos: me passa o número dele.

Carlos mandou um oi para aquele garoto desconhecido e tudo parecia ir rápido demais, um
oi se tornou uma longa conversa que durou altas horas da noite, quanto mais eles
conversavam mais carlos queria conhecer sobre aquele garoto que além de bonito parecia
ser bem interessante, aquela empolgação de mensagens trocadas Carlos tinha esquecido
que tudo aquilo não passava de um plano.

Kawan: vamos nos ver? adoraria te conhecer pessoalmente.

Carlos: não posso primeiro que vc mora em outra cidade, segundo minha vó me mataria se
soubesse disso.

Kawan: é verdade não tinha pensado nisso, mais quando vc vier na minha cidade passa
aqui em casa kkk.

Carlos: humm não sei é uma raridade eu ir mais quem sabe.

Kawan: tá bom pensa bem e qualquer coisa só me chamar.

O que carlos mais adorava nas mensagens dele, eram as formas de carinho enviadas em
formas de emoji, as vezes com duplo sentido, que deixavam carlos cheio de duvidas o pior
é que ele adorava aquele tipo de mensagem. Kawan era sempre gentil quando escrevia
para ele, carlos não queria nunca achar que estava gostando dele porque aquilo tudo fazia
parte de um plano, um plano arquitetado por seu amigo virtual.
Jose: Bom dia Carlos

Carlos: Oi bom dia

Jose: o aniversário do meu filho é na segundo tu poderia vir passar uns dias aqui em casa
para me ajudar com os preparativos?

Carlos ficou paralisado com aquela mensagem inesperada de sua amiga que por acaso
morava na mesma cidade que kawan, depois de alguns minutos olhando para mensagem
ele conseguiu escrever um sim e no mesmo dia ele viajou até a casa dela.

Carlos: FOTO, conhece essa cidade.

Kawan: que ????? não acredito, quando vc chegou, onde que vc está que ainda não veio
me visitar?? Exijo respostas haaaaa.

Carlos: bom cheguei nesse exato momento, vim para ajudar minha amiga com os
preparativos do aniversário do filho dela, e respondendo a sua outra pergunta, eu nem sei
onde vc mora essa cidade é enorme kkkk.

Kawan: tem alguma coisa marcada para esse final de semana?? Obvio que não neh e se
tiver preciso que vc cancele agora.

Carlos: desse jeito parece que vai me sequestrar, nem pense em fazer isso pq senão eu
mato vc antes de fazer isso comigo, estou falando sério sou um homem de palavras kkkk.

Kawan: aiaiaiai bobinho eu nuca faria isso, mas não seria má ideia, bom mais não é isso,
não sei se vc já notou mais aqui tem uma praia linda e, eu gostaria de saber se o senhor
gostaria de nadar comigo, prometo ser o seu salva vidas caso vc se afogue kkkk

Carlos: tipo só nos dois, eu não sei nadar, e outra como eu vou sair aqui da casa da minha
amiga sem que ninguém me veja.

Kawan: isso a gente dá um jeito, esteja preparado no domingo eu passo aí.

Com tanta empolgação carlos até esqueceu que, não tinha trazido roupa de praia, de uma
forma ou de outra ele teria que contar para sua amiga para pedir uma roupa emprestada.

O sol tinha acabado de acordar quando carlos escultou o barulho da moto, em um pulo ele
trocou de roupas e apareceu na porta. eles já tinham conversado bastante e trocaram
milhões de foto, mais aquela era a primeira vez que os dois se viam pessoalmente, carlos
estava tremendo evitou se mover muito para não acabar caindo. Kawan estava com um
calçãozinho azul com uns desenhos que de longe carlos não conseguia identificar o que
seria, mas percebeu muito bem que as pernas que faziam parte daquela peça de roupas
eram bem grosas, o seu cabelo era de um loiro areia, com uma bagunça estranhamente
bonita que provavelmente seria uma obra de arte feita pelo vento.

--- e aí foi aqui que pediram um salva vidas--- suspirou kawan com um sorriso largo que fez
carlos desperta da crise de paralisia.
Carlos não lembra como chegou até a moto muito menos como montou nela, mais agora
estava indo à praia de moto, segurando na cintura de um garoto inocente sendo vítima de
um plano que a qualquer momento poderia ser desmascarado. Carlos tentou esquecer
aqueles pensamentos e tentou aproveitar o passeio.

Kawan: oi como está aí atras? --- perguntou kawan passando a mãos na perna de carlos
que estava a um passo de desmaiar.

Carlos: confesso que não sou muito fã de andar de moto, mais até que estou gostando, e o
motorista parece que dirige bem --- respondeu carlos com um sorriso maldoso.

A praia estava cheia, kawan segurou a mão de carlos, e arrastou ele até umas pedras
gigantes, parecia conhecer bastante o lugar pela forma que atravessou as pedras e chegou
do outro lado.

-- venha por aqui, e aí o que achou? Aqui é o meu lugar favorito nessa cidade, se eu
pudesse estaria aqui todos os dias--- disse kawan ainda segurando a mão de carlos.

-- uau aqui é sem dúvidas um dos lugares mais lindo que eu já vi, eu poderia passar o resto
da minha vida aqui --- falou carlos maravilhado com toda a beleza daquele lugar.

Os dois passaram o dia inteirinho desfrutando da beleza daquele lugar, correram se


jogaram na água, se enterram na areia e tiraram um milhão de fotos, carlos estava tão feliz
que seu coração se despedaçava só de pensar que teriam que ir embora.

-- vamos eu preciso te mostrar uma coisa—disse kawan escondendo os olhos de carlos


com as mãos.

--É agora que vc me sequestra e depois enterra meu corpo vivo—disse carlos com os olhos
vendado.

---uma coisa bem melhor que isso pode apostar—respondeu kawan deixando seus olhos
livres.

Um coração gigante na areia escrito os nomes dos dois, carlos ficou tão nervoso que queria
se esconder dentro da água.

--- e aí gostou—sussurrou kawan puxando-o para um abraço.

Agora estavam tão próximos um do outro que parecia mentira, os olhares, a boca o nariz os
suspiros de nervosismo, carlos sabia o que vinha depois e ele não estava nem um pouco
preparado para aquele momento, evitou olhar nos fundos dos olhos dele mais agora era
inevitável, as mãos dele apertando as suas, a tenção junto com a louca vontade de fazer
tudo dar certo corriam sobre eles, kawan estava chegando mais perto carlos ficou mais
nervoso ainda e agora carlos precisava quebrar aquele silêncio entre os dois.

--- hum é desculpa mais eu meio que nunca fiz isso, e confesso que estou com medo de
estragar tudo—gaguejou carlos com um olhar assustado.
---não precisa ter medo vai dar tudo certo é só me acompanhar juro que não vou te matar
afogado--- falou kawan e os dois riram.

Kawan segurou o rosto de carlos fechou os olhos e os seus lábios começaram a se tocar,
carlos nada conseguia pensar naquele momento, com uma linga inesperada em sua boca, o
primeiro toque foi estranho mais quando kawan soltou seus lábios ele queria mais ele
precisava de mais os dois precisavam de mais, carlos segurou kawan pela centura
pressionando o seu corpo contra o dele ao mesmo tempo que beijava ele
desesperadamente como se aquela fosse a última vez que eles fossem se ver. Tudo ficou
mais lindo com o pôr do sol uma verdadeira cena de novela mexicana aonde os dois
protagonistas vivem felizes para sempre.

Agora despois de muito tempo de muita história contada eu posso gritar para vocês o nosso
protagonista estava felizzz.

BEIJEI UM GAROTO
Eli: oi carlos como foi o passeio na praia???? Se divertiram?

Carlos: oi foi normal a gente não fez muita coisa.

Eli: tiraram alguma foto?

Carlos: FOTO, queria aproveitar e te falar que eu não quero mais participar desse plano.

Eli: como assim não quer mais participar tá louco, vc tá gostando dele é isso? Eu imaginava
vc é um veadinho de merda.

Carlos: pq vc quer fazer isso com ele como vc consegue ser assim, usando as pessoas
para te satisfazer, eu realmente sou um veadinho de merda de ter acreditado que vc poderia
ser meu amigo.

Eli: ah agora vc está defendendo esqueceu que ele tem namorado, imagina a cara do
namorado dele quando ver essa foto de vcs dois kkk.

Carlos: vc não teria coragem de fazer isso.

Eli: acho que se eu fosse vc começaria a procurar uma desculpa para o seu novo
namoradinho.

Carlos: seu idiota como pode, a gente estava se conhecendo só isso, eu te odeio.

No mesmo instante carlos recebe uma ligação de kawan.


“carlos por favor me diz que não foi você que fez isso, alguém contou tudo sobre a gente
pro meu namorado, poxa carlos eu confiei em ti, agora você estragou o meu namoro estou
tendo que inventar uma desculpa para o meu namorado sei que ele nunca vai me perdoar.”

“desculpa eu juro que não foi a minha intenção quando o Eli me falou do plano eu não
imaginei que poderia me apaixonar por você”

“Plano como assim plano você só pode estar de brincadeira com a minha cara quer dizer
que tudo não passou de um plano seu, você é um babaca, nunca mais me procure.

Carlos nem conseguiu se explicar quando ele desligou o telefone em sua cara e logo em
seguida, bloqueou de todas as redes sociais.

Depois da festa de aniversário carlos foi para sua casa, o melhor dia da sua vida acabou tão
rápido que ele preferia nunca ter acontecido, o que restou foi um conjunto de lembranças
que foram se tornando manchas toda vez que ele lembrava das palavras ditas por kawan.
Nunca passou pela cabeça dele que seu primeiro beijo seria assim, ele esperou tanto por
aquele momento, por aquele simples gesto de carinho que seja lá com quem for, fica
marcado na cabeça para sempre. O seu tão aguardado beijo de novela aconteceu e aquele
sonho se tornou um pesadelo.

“e aí tristeza tudo bem, eu prometi que não voltaria aqui de novo, mas eu preciso que que
você saiba sobre o meu primeiro beijo, ah é desculpa ter estragado a surpresa, eu beijei dar
para acreditar, e foi um garoto, cacete nunca pensei que o meu primeiro beijo seria um beijo
gay, se a minha vó souber disso ela me mata. foi tão estranho e ao mesmo tempo
espetacular, e por mais que a gente passa a vida inteira vendo beijos de novelas perfeitos
nada se compara. Quando eu senti os lábios dele na minha boca eu confesso foi muito
estranho e eu quis parar, mas depois parece que tudo se encaixou, os lábios dele eram tão
macios que eu passaria a vida inteira com a minha língua neles, mais esse sonho de
princesa da Disney não durou muito tempo, ele descobriu tudo, tudo mesmo, ah voce não
sabe da história neh, mais enfim depois que ele descobriu toda a minha farsa ele acabou
com tudo na verdade eu acabei com tudo e o pior é que eu acho que estou apaixonado por
ele. Foda neh mais uma vez eu me meti em um pesado, como eu sei que você não tem
nada para me dizer a respeito disso eu vou ter que parar por aqui.

“beijei um garoto” Carlos digitou em seu celular e envio para Julia.

“tá falando sério?”

“pior que sim”

“ha eu sabia que vc era gay, por que vc sempre negou? E como foi? Vocês transaram?”
“mas eu não disse que sou gay, talvez eu seja bi não sei estou meio perdido nessas coisas,
o beijo foi legal e não a gente não transou”

“nossa nunca em nenhum momento achei que fosse receber uma mensagem sua falando
que beijou ainda mais um cara”

“mis tem uma coisa que eu queria te contar além disso”

“manda acho que estou pronta depois dessa”

“eu meio que já estou apaixonada pelo menino e o pior da história ele tem namorado”

“cara vc não tem sorte, quer dizer a gente nunca tem sorte, mais não precisa se preocupar
tenho certeza de que é só uma paixonite de adolescente depois passa, além disso pode
conversar comigo sempre que quiser sou sua amiga vc e pode ter certeza de que eu sei o
que vc tá sentindo agora”

Julia era uma garota supertalentosa que morava com sua mãe e sua irmã. A maior parte do
tempo ela ficava com seu pai que logo após separar descobriu uma doença incurável. Julia
dedicava todo o seu tempo para cuidar dele, a outra parte do tempo ela estava no banheiro
escrevendo letras e melodias de músicas que se fossem gravadas deixariam todos
surpresos com o seu talento. Julia sofria bastante com sua autoestima, nada em sua vida
dava certo, a vida estava passando por ela mais ela continuava ali, parada em seu pequeno
mundo dedicado apenas a seu pai, seu maior sonho era furar aquela bolha e sair pelo
mundo conhecer lugares, pessoas, mostrar seu talento e viver tudo que ela perdeu em
todos aqueles anos. Mais o medo, deixava ela cada vez mais distante daquele sonho, cada
vez mais presa em uma gaiola que, encolhia todos os dias. Sufocando em seus
pensamentos e no passado. O passado de uma garota dedicada que cuidava do seu corpo
que era feliz, mais que se deixou levar pela opinião dos outros e se perdeu de tudo, tudo
que ela precisava era de uma força de um amigo que ajudasse a se levantar a conhecer o
seu próprio eu que a muito tempo estava perdido em meio a tantos pensamentos suicidas.
Julia e Carlos se conheceram na igreja se aproximaram depois que ela voltou de uma
cidade que ela morou durante 3 anos, os dois gostavam das mesmas coisas, falavam das
mesmas pessoas, gostavam dos mesmos sons os mesmos cantores, quanto mais se
conheciam mais encontravam coisas em comum entre eles.

---Julia eu tava pensando e acho que a única forma da gente conseguir ser alguém e mudar
de vida é se desligando de uma vez por todas dessa cidade. A gente precisa sair, a gente
precisa conhecer o mundo, construir novas histórias, sei que isso é difícil mais a gente
precisar ter forças para ir e recomeçar do zero.

--- eu acho que você está certo, vc tem que ir—suspirou Julia

--- como assim Julia vc está louca a gente precisa ir junto, eu não consigo, sem vc eu não
vou.

--- desculpa, mas eu não posso—respondeu julia se retirando.

---ah entendi vc preferi morfar aqui nesse buraco achei que vc fosse minha amiga, mas eu
estava enganado como sempre—bufou carlos.
--- cala sua boca voce não sabe o que está dizendo, acha fácil então experimenta ser eu,
achei que vc me conhecesse mais voce não tem ideia de quem eu sou. Experimenta só
cuidar do meu pai doente, que precisa de cuidado especiais, eu nunca vou estar preparada
para isso o meu pai precisa de mim e por favor vai embora da minha casa. ---falou julia com
os olhos molhados.

--- desculpa julia eu não quis...

---por favor vai embora. Disse julia dando um fim na conversa.

Depois dessa conversa carlos entendeu que não estava preparado para sair da cidade, mas
precisava urgente de uma forma de se preparar para viajar sozinho.

Carlos e julia voltaram a se falar mais nenhum dos dois tocou naquele assunto, mesmo os
dois sabendo que aquela era sem dúvidas a única solução que eles tinham para mudar de
vez suas vidas.

Julia ficou bem pensativa depois daquela conversa era ela que mais precisava ter coragem
de enfrentar seus medos e sair daquela bolha de cidade e enfrentar o mundo. Mais o seu
pai era um grande obstáculo, e entre tudo ela o preferia.

ela estava presa naquela cidade enquanto seu pai estivesse vivo, mais seu amigo não. Não
tinha nada que prendesse ele ali, então ela decidiu que estaria disposta a fazer com que
carlos saísse da cidade para construir uma nova vida, um novo futuro cheio de
oportunidades para depois voltar e ajudar ela.
O ENFERMEIRO
“amiga você viu que vai ter uma festa hoje em São Luiz, fiquei sabendo que várias pessoas
daqui vão a gente precisa dar um jeito de ir.”

“carlos vc sabe que eu não posso tem o meu pai, já sei convida minha irmã ela
provavelmente vai.”

“ah vamos por favor”

“desculpa não posso de verdade, chama minha tenho certeza de que ela vai”

“tá bom então vou chamar ela.”

A irmã de Julia nem pensou duas vezes e aceitou o convite, agora eles precisavam de uma
carona para ir.

Geovana irmã de julia “carlos fiquei sabendo que o enfermeiro vai conversar com ele talvez
ele leve a gente.”

“tá louca eu não falo com ele, acho muito difícil ele aceitar aquele homem é insuportável”

“é mais a gente não tem outra solução”

“ta bom vou ver o que consigo tem o número dele”

Carlos não acreditou quando viu as notificações com a mensagem do enfermeiro que dizia,
“claro vcs podem sim só vai eu mais duas pessoas, apareçam aqui em casa”, aquela hora
carlos ficou nervoso queria desistir, pensou em responder que não estava mais afim, mas
ele nunca tinha ido em uma festa, nunca tinha ficado com ninguém, precisava conhecer
pessoas novas, estava preste a completar seus 18 e tinha dado apenas um beijo, um único
beijo em uma única pessoa, ele precisava de uma forma ou de outra quebrar aquela
maldição.

“ta bom obrigado, daqui uma hora a gente aparece aí”

Uma hora depois como combinado os dois estavam no portão do enfermeiro.

Uma casa que não recebia muitas visitas, apesar de serem vizinhos carlos nunca tinha
entrado naquela casa, quando o portão branco se abriu carlos e Giovana assustados deram
um passo para tras, mesmo com uma pequena abertura do portão se depararam com uma
enorme porta vermelha, que logo se abriu e lá estava ele com um sorriso largo para nos
receber, vestia uma camiseta preta com alguma frase que carlos não conseguia identificar,
de shortinho curto e descalço de longe naquelas circunstancias ninguém nunca imaginaria
que aquele homem era enfermeiro por trás dele uma linda e espaçosa sala, era ligeiramente
tudo bem arrumado um pouco escura e tudo parecia muito grande. A mulher dele estava no
sofá, ela parecia não se importar muito com a chegada dos meninos, nem se quer
cumprimentou eles, mais parecia estar bem ocupado digitando alguma coisa em um
notebook que estava em suas pernas.

--- venham por aqui a nora está finalizando um trabalho da faculdade, e vá por mim ela
odeia ser incomodada, vocês gostam de beber o que? —suspirou o enfermeiro guiando-os
até uma sala de bebidas.

A sala era menor q a primeira como se fosse uma espécie de barzinho era cercado por
prateleiras cheias de garrafas que carlos nunca tinha visto, ainda sem falar uma única
palavra carlos e Giovana se sentaram nas cadeiras pertos do balcão, e esperaram
enquanto o enfermeiro preparava uma bebida para eles.

--- ah desculpe eu não bebo--- disse carlos negando o copo oferecido.

--- não brinca, quer dizer que você quer ir uma festa e não quer beber.

--- é que eu nunca bebi não tenho costume acho melhor deixar para próxima.

--- nem pensar, precisamos resolver isso agora mesmo, nora prepara uma caipirinha para
eles vocês vão adorar a nora faz sucesso. —falou apontando para nora que apareceu do
nada na sala e agora se aproximava deles.

--- eu já estive no seu lugar ainda lembro como se fosse hoje quando peguei o meu primeiro
porre, foi o primeiro dia de aula na faculdade logo após o trote na sala, todos os
universitários corriam para os barzinhos que eram bem na frente da faculdade, eu estava
só, não conhecia muitas pessoas, mais como eu consigo me enturmar bem rápido, me
aproximei de umas meninas que por a caso moravam perto da minha casa, uma delas me
ofereceu uma cerveja, o gosto era péssimo mais eu bebi três latas, um garoto se aproximou
de mim e me entregou um copo e pediu pra eu beber por que eu ia adorar, virei o copo de
uma vez só, depois disso a única coisa que lembro é de acordar num sofá de uma pessoa
totalmente desconhecida. Apesar de não lembrar de nada eu sobrevivi—falou nora dando
muita risada.

Carlos e Giovana olhavam para ela surpresos com um sorriso falso no rosto, depois de
muito insistirem Carlos tomou um copo da caipirinha que nora preparara para eles.

--- nossa é um pouco forte mais é melhor do que eu imaginei—suspirou carlos fazendo uma
careta.

---agora eu preciso me preparar já está quase na hora de ir—disse o enfermeiro se


retirando da sala.

--- pode deixar que eu preparo mais uma bebida para eles enquanto voce se
arruma—suspirou nora.

Depois que nora preparou as bebidas ela pediu licença e saiu da sala deixando carlos e
Giovana tomando as bebidas, logo após o enfermeiro aparece com os cabelos ainda
molhados, agora com uma camiseta branca sem nenhuma estampa, vestia uma calça jeans
bem justa nas pernas e com um tênis branco, carlos e Giovana ficaram paralisados com
suas bebidas na mão olhando-o se aproximar deles.

--- e aí estou bonito? Perguntou encarando-os.

--- você é muito lindo, ah é quis dizer acho que temos que ir—respondeu carlos
inesperadamente e todos ficaram parados encarando-o até nora que acabara de aparecer
na sala.

---perdi alguma coisa? —suspirou nora.

--- ah sim a gente estava discutindo que horas voltaríamos da festa. —respondeu o
enfermeiro quebrando o silencio entre eles.

--- hum então o que estamos esperando—disse nora.

O clima estava meio tenso no carro, lá fora a chuva caia deixando a estrada um pouco
escorregadia com isso o enfermeiro parou algumas vezes para evitar um acidente, nora
parecia bem confortável com seu fone de ouvido cantarolando de olhos fechado e acreditem
ela fez isso a viagem inteira, Giovana estava petrificada olhando para além dos vidros da
janela do carro, como se aquilo fosse neutralizar o medo que corria por todo seu corpo.
Carlos acompanhava cada movimento do enfermeiro que parecia estar um pouco
desconfortável, percebeu suas expressões estranhas pelo retrovisor do carro, ele parecia
estar querendo lhe dizer alguma coisa, seu olhar era tenso e ao mesmo tempo revelador ele
sentia que estava prestes a perguntar. Olhou para Giovana ela estava dormindo, nora ainda
estava com seu fone de ouvido, voltou a olhar para o retrovisor o enfermeiro ainda estava
encarando-o, e agora com um leve sorriso no rosto, carlos estava prestes a retribuir o gesto
quando de repente escutaram uma batida no carro que vinha do lado de fora.

---que porra foi essa—perguntou nora tirando os fones.

---não sabemos esperem aqui dentro vou descer para olhar. —disse o enfermeiro descendo
do carro.

---não você não pode ir só, quer dizer e se tiver alguma coisa aí fora, eu vou descer também
talvez eu possa ajudar em alguma coisa—falou Carlos inesperadamente.

--- eu acho que não precisa mais se você insiste tudo bem então.

A chuva não estava muito forte, mas deixaria qualquer um encharcado se passasse muito
tempo fora do carro, quando carlos caminhou um pouco assustado até a frente do carro
conseguiu ver bastante sangue que escorria pelo asfalto junto com a água da chuva.

--- me ajuda aqui é um veado provavelmente ficou com medo do farol e saiu correndo para
se esconder. —disse o enfermeiro segurando a cabeça do animal.

Os dois voltaram para o carro encharcados suas roupas estavam cheias de sangue, nora e
Giovana estavam dormindo nem perceberam que eles voltaram para o carro, só
despertaram quando chegaram no local da festa.
---minha nossa o que aconteceu com vocês dois—gritou nora no banco da frente.

---nada demais agora desçam, fiquem na festa enquanto a gente passa no hotel para tomar
um banho.

Geovana estava assustada encarando Carlos como se seus olhos fossem a qualquer
momento começar a falar, mas nada perguntou apenas desceu do carro junto com nora e
seguiram para um grande portão branco.

Carlos e o enfermeiro seguiram pelas ruas até chegar em um enorme prédio com uma
fachada que dizia HOTELAR, com letras gigantes e douradas, os dois desceram do carro e
foram até a recepção, o enfermeiro parecia saber muito bem o que estava fazendo ele
pegou as chaves na recepção e subiram pelo elevador até o nono andar.

Os dois permaneciam em um silêncio ensurdecedor por todo tempo.

---vem vamos nos lavar o banheiro fica por aqui—disse o enfermeiro quebrando o silencio
entre eles.

Tudo parecia normal até o enfermeiro começar tirar toda a roupa.

--- ah desculpe eu vou esperar ali fora—falou carlos cheio de vergonha.

--- não precisa, fique—disse o enfermeiro segurando o braço de carlos.

No momento em que carlos sentiu a mão do enfermeiro tocar seu braço, ele se esforça para
escapar de seu toque, mais desequilibra e cai de cara no vaso. Com um corte bem acima
da sobrancelha seu rosto fica molhado de sangue no mesmo instante. Carlos se desespera,
o enfermeiro tenta acalmá-lo, correndo até a cama e trazendo uma pequena caixa branca.

Cuidadosamente o enfermeiro coloca a cabeça de carlos em suas pernas e começa a lavar


o ferimento com um líquido que acabou de tirar de dentro da caixa branca, carlos fica imóvel
concentrado apenas no olhar triste do enfermeiro, que agora parecia tão frágil quanto ele,
suas mãos tão delicadas passeando por seu rosto que mesmo que o corte fosse grande e
estivesse sangrando muito ele esquecera que existia dor.

---me desculpa eu juro que não fiz por mal eu sou um idiota—falou o enfermeiro com a mão
no rosto.

No mesmo instante carlos se ergueu olhou no fundo do olho dele e os dois se beijaram.

---meu deus me desculpe—suspirou carlos correndo até a cama.

---não precisa se desculpar, eu gostei.

Os dois ficaram em silencio, que logo foi quebrado com uma chamada de nora.

“onde vocês estão? Vão chegar que horas? a gente está se divertindo muito, a festa está
perfeita.”

O enfermeiro olhou para Carlos com um sorriso malicioso e respondeu.


“aconteceu um imprevisto vocês vão ter que curtir sem a gente.”

“o que? Como? eu não consigo entender o sinal está péssimo vou ter que desligar.”

O enfermeiro segurou sua mão e os dois seguiram até o chuveiro, o enfermeiro já estava
sem roupas e agora Carlos também. Os beijos eram tão longos e desconcertados que o box
parecia pequeno para os dois, carlos esquecera de vez que estava com um corte no rosto e
que aquela agoniante mistura de beijos e abraços desconcertados poderia deixar o corte
mais feio, mais àquela altura isso não era problema para os dois.

--- vamos para a cama lá você pode fazer o que quiser comigo—sussurrou o enfermeiro em
seu ouvido, saindo do box deixando-o sozinho.

Carlos ficou ali no mesmo lugar paralisado sem nenhuma reação, depois de uns 5 minutos
ele saiu do banheiro, da porta percebeu que a luz estava desligada, no mesmo instante ele
começou a tremer parecia que a qualquer momento teria um infarto, mas continuou
caminhando até estar fora do banheiro.

“meu deus eu não posso morrer, não agora nessa situação” carlos pensou com os olhos
fechado com medo do que fosse acontecer com ele.

Ainda com os olhos fechados escultou passos vindo em sua direção, e de repente um
cheiro forte e bom, que entranhava em seu nariz lhe deixando sem ar, logo após um sopro
correndo em seu rosto, um cheiro agradável de menta, que quase lhe fez abrir os olhos,
mais resistiu mesmo com cada pelo do seu corpo arrepiado, ele estava tão próximo que a
respiração ofegante corria em suas orelhas. Ainda com os olhos fechados, carlos se
assustou com um barulho da cama que cortou a corrente de tensão que percorria em seu
corpo.

Imediatamente abriu os olhos um pouco assustado e lá estava ele, deitado com o corpo
coberto por um lençol branco, encarando-o fixamente como se só existissem eles dois no
mundo e um dependesse do outro para sobreviver.

--- pode fazer o que você quiser comigo.

Naquele momento seu coração bateu bem mais rápido que o normal, já não conseguia
segurar a respiração que estava super ofegante, não conseguia falar nenhuma palavra, ele
sentou-se na cama segurou seu braço em um movimento rápido puxo-o para perto.

--- você quer? --- perguntou sussurrando em seu ouvido.

--- quero que hoje seja a noite mais especial da minha vida --- carlos respondeu quase
desmaiando

--- quero que hoje seja a noite mais especial da minha vida --- respondi quase desmaiando

Deitou-se em cima dele certificando que cada parte do seu corpo tocasse o dele, ergueu a
cabeça olhou no fundo dos olhos dele, ficaram se encarando por um tempo sem nenhum
dos dois falar nada.
“É agora ou nunca” carlos pensou no mesmo que fechou seus olhos encostou seus lábios
nos dele e desajeitadamente começaram a se beijar. Ainda não tenho ideia de onde carlos
tirou coragem para fazer aquilo, apesar de não ter muita pratica com beijos e ele ser a
segunda pessoa que ele beijou uma hora antes estava muito bom.

A sensação de sentir o corpo do enfermeiro nu embaixo dele era, tão, tão perfeito, que ele
poderia passar o resto da sua vida daquele jeitinho, começou a beijar o peito e foi descendo
até o abdômen colocou a mão dentro da calça dele que já dava para perceber que estava
bem animado, tirou o pênis dele para fora da calça e colocou em sua boca, ele soltou um
leve gemido, carlos nunca saberar descrever e nem consigeguiria dizer se foi bom ou ruim,
mais continuou fazendo, porque ele parecia gostar muito pelos gemidos de prazer que
soltava em cada segundo, depois de alguns minutos fazendo, ele segurou firme em sua
cintura e puxou pra cima jogando ele na cama, deu um beijo bem safado e foi descendo
dando beijos saltados pela sua barriga até o umbigo, delicadamente começou acariciar seu
pênis.

Chupou seu pênis delicadamente passando a língua em cada parte, até gemer, carlos
sentiu como se estivesse flutuando no espaço, aquela sensação era tão gostosa ele não
conseguia parar de gemer, carlos nunca pensou que alguém fosse lhe fazer soltar gritos de
prazer até aquele dia, mais uma vez o enfermeiro segurou com força em sua cintura e lhe
virou de barriga para baixo, foi tão rápido que Carlos soltou um suspiro de medo, escutou
um barulho de plástico rasgando, e no mesmo estante ele torceu pra não ser o que ele
esperava.

--- posso --- o enfermeiro sussurrou segurando em sua bunda.

Carlos não falou nada apenas assentiu com a cabeça, ele foi entrou tão rápido dentro dele,
que logo sentiu um desconforto e não aguentou pediu para parar, um pouco desapontado
carlos se afastou.

O enfermeiro rapidamente foi em sua direção agarrou-o em um abraço forte e tentou lhe
aclamar, uma lagrima desceu em seu rosto e não era uma lagrima como as outras. carlos
passou a vida inteira sonhando com sua primeira vez e não queria que acabasse daquele
jeito. Ele abraçou-o mais forte ainda, carlos se sentiu tão fraco que mal conseguia mover os
braços.

--- não precisa ter medo, só relaxa prometo que depois vai ficar gostoso --- o enfermeiro
sussurrou mais uma vez em seu ouvido.

Carlos continuou parado sem falar nada, o enfermeiro lhe penetrando e realmente aquele
desconforto foi passando e virou prazer, sua respiração estava tão ofegante, parecia que
havia corrido uma maratona, Carlos fez o que ele pediu relaxou e sentiu todos os
movimentos que fazia em cima dele, ele deu um gemido mais alto um gemido de satisfação,
saindo de dentro dele e se deitando do seu lado com um beijo em sua testa deu um pulo da
cama e vestiu suas roupas.

Carlos continuou parado tentando processar tudo aquilo, olhou para o enfermeiro que
parecia muito feliz, deu um leve sorriso e saiu para o banheiro.
---a gente precisa ir e por favor não comenta nada do que aconteceu aqui com ninguém se
a nora ou qualquer pessoa ficar sabendo a minha carreira e o meu casamento estarão
arruinados.

Alguns dias depois teve uma festa de casais na igreja e lá estava ele com sua esposa, e na
mesma hora a ficha de Carlos caiu se sentiu péssimo, com nojo de sua vida, como ele pôde
ter feito isso com aquela mulher, os dois se encontraram mais duas vezes e então ele
decidiu que nunca mais faria aquilo de novo, prometeu para si mesmo que nunca mais
trairia alguém, e desde então Carlos odeia tudo que esteja ligado a traição.

“Oi, caderno, da tristeza aqui estou eu de novo, e mais uma vez não teve final feliz. Eu
transei foi bom? Não eu não sei, até porque eu tenho que transar mais vezes com pessoas
diferentes para poder comparar, não sei se aquela sensação é boa ou ruim senti prazer
algumas vezes mais o resto foi tudo doloroso demais, eu acho que não nasci para ter uma
vida sexual.

A parte ruim da história é que ele é casado, péssimo isso neh eu queria morrer e eu só me
dei conta que isso era um grande erro depois que a gente transou 3 vezes, todas as vezes
ele parecia estar muito carente muito sedento, mais depois que goza tudo vai embora até
ele.

Um dia ele bateu na janela do meu quarto minha sorte que ninguém viu se viu não saiu
comentários, nesse dia ele estava bêbado eu me obriguei ir até a casa dele, nora pela graça
de deus não estava em casa se não ela mataria nos dois, a gente transou e foi o nosso
melhor sexo e o último, Confesso que eu estava me apaixonando, senti muita falta de
quando ele estava me chupando ou quando estava dentro de mim.

Mais me senti tão sujo quando eu olhava para nora ela era tão querida não merecia um
marido como ele. Nora até me convidou para o casamento deles e eu fui com a cara mais
limpa do mundo até hoje eu não entendo como tive coragem para isso, acho que sou tão
idiota quanto o enfermeiro.

Minha maior vontade agora é de contar tudo para nora, mas ele ameaçou a minha família é
isso mesmo ele teve coragem de fazer isso.

Hoje eu fico pensando o enfermeiro parecia ser uma pessoa normal conhecido e convidado
para todos os eventos nunca pensei que ele fosse tão escroto, de trair a sua própria esposa
e de ameaçar minha família caso eu contasse para alguém sobre o nosso lance, e pensar
caderno da tristeza que no fim eu nunca passei de apenas amente do enfermeiro.”
A HISTÓRIA POR TRAS DA MAUDADE
Marlene tinha apenas 4 anos quando, surgiram boatos sobre a deslealdade de sua mãe
com seu pai, que naquela época por vergonha dos burburinhos espalhados pela cidade,
não pensou duas vezes e expulsou-a de casa.

Com os pés na lama vestindo apenas um lençol, ela seguiu caminha pela estrada escura
sozinha com rosto irreconhecível dos socos deixado por seu marido, dolorosamente
deixando seus três filhos que presenciaram todo o ocorrido. Depois de caminhar descalço
durante várias horas e ter perdido o lençol que cobria seu corpo, ela chegou em uma cidade
que não conhecia, um grupo de mulheres correram para ajudar, mas ela negou toda ajuda e
mesmo que tentassem lhe vestir roupas ela negava, pôr fim a polícia foi chamada.

Quando ela acordou depois de dias dormindo, imaginou que aquilo era um sonho ou que
estava no céu, pegou uma folha de papel e uma caneta na mesa do lado da cama escreveu
os nomes de seus 3 filhos rabiscando em seguida um coração entre eles, as lagrimas
começaram a molhar seu rosto caindo na folha de papel borrando tudo como se fosse sua
vida, com o papel pressionado no peito ela foi até a janela, olhou para baixo e sentiu um fio
na espinha, uma altura que certamente não teria chances de sobreviver, apertou bem forte
o papel com os nomes dos seus filhos que agora estava tão borrado quanto sua vida,
fechou os olhos e em um movimento rápido e angustiante ela pulou.

Marlene e seus dois irmãos moraram com o pai que depois de todo o ocorrido não ligou
mais para nenhum de seus filhos, ficando com Marlene a filha mais velha toda a
responsabilidade da casa. Perdendo toda a sua infância sem nunca ter brincado como as
outras crianças, aos 10 anos ela se tornou mãe, mãe de seus irmãos mais novos e dona de
casa.

Com treze anos ela deixou o amor de lado e se cassou com um homem para ajudar nas
despesas da casa. Depois que seu pai ficou doente e não conseguia trabalhar, em seus
sofridos 14 anos ela engravidou o que acabou com todos os seus planos de ajudar no
tratamento de seu pai.

Um ano depois do nascimento do seu terceiro filho ela ficou sabendo da morte do seu pai,
uma dor tão grande que a levou até o hospital. Parecia mentira para os seus ouvidos
quando as enfermeiras chegaram quebrando o silencio que ela gostava com a notícia que
mudaria para sempre sua vida, ela estava gravida e dessa vez uma gravidez de risco.
Marlene ficou desesperada mais um filho para alimentar e para cuidar e dessa vez seria
bem mais difícil que as outras vezes.

O parto foi difícil, Marlene se recuperou bem mais a filha não, precisando ficar na
incubadora para se recuperar.

Marlene decidiu chamar a menina de Francisca em homenagem ao seu pai Francisco.

No aniversario de 5 anos Francisca sentiu fortes dores de cabeça, dores tão fortes que ela
desmaiou, chegando no hospital descobriram que ela tinha uma doença rara e infelizmente
pouco tempo de vida.

Naquele mesmo ano, 6 meses depois de descobrirem a doença Francisca morreu, Marlene
se sentiu tão culpada e decidiu que não teria mais filho. Porém a promessa foi quebrada
Marlene teve mais 5 filhos, com um marido abusivo que maltratava as crianças mais que ela
não tinha coragem de termina por medo de não conseguir suster todos os seus filhos.

20 anos depois do nascimento do seu último filho seu marido morreu, Marlene ficou tão
desesperada mais teve apoio de suas filhas que ajudavam em tudo.

Depois de carregar todo sofrimento dentro do seu coração, Marlene passou a libertar esse
rancor em suas filhas, que logo arrumaram maridos para poderem se libertar do sofrimento.

Quando Marlene percebeu tudo o que tinha feito de mal para suas filhas só restava seus
dois netos em casa, Carlos e Debora.

“olá, sou eu de novo, quanto mais eu penso que os problemas da minha vida acabaram
mais eu percebo que está só começando.
Eu guardei tanto isso dentro de mim mais acho que agora é o momento de contar tudo para
alguém e se tem uma coisa no mundo que me entende essa coisa é você “caderno da
tristeza”. Minha vó sempre falou coisas pesadas para mim e para minha irmã e eu sei que
ela já me ajudou muito eu devo muito a ela mais acho que hoje ela passou de todos os
limites, eu tinha acabado de chegar da igreja quando ela começou jogar as coisas na minha
cara como tudo era verdade eu resolvi ficar calado mais aí ela falou que se soubesse que
eu ia ser assim ela teria me jogado no lixo, foram poucas palavras mais doeu tanto dentro
de mim que eu preferia pegar uma surra de qualquer pessoa do que ouvi aquelas palavras,
eu não me aguentei e comecei a falar umas verdades na cara dela o que só piorou a
situação, aí ela falou que era melhor eu ir embora da casa dela por que a casa era pequena
demais para nos dois, tenho certeza que ela falou da boca para fora mais doeu tanto que eu
resolvi tomar a pior decisão da minha vida, eu amava tanto ela e aquelas palavras
destruíram parte dessa amor eu queria que fosse diferente não queria que tudo acabasse
dessa forma mais tenho que colocar um fim nessa história, preciso urgente sair dessa casa.

Lembro como se fosse hoje quando ela me deu a primeira surra, não sei exatamente mais
acho que uns 6 a 7 anos quando ela me deu a primeira surra.

Minha tia Sara estava viajando sempre que chegava trazia um presente diferente para mim
e dessa vez não foi diferente, corri para abraçar ela que logo me entregou uma sacola
percebi que era uma camiseta logo tirei a que eu estava e vesti a novo, no mesmo instante
percebi que era grande muito grande, para não deixar ela triste disse que tinha ficado
perfeita.

Peguei o quite de costura da minha vó e corri para o quintal, peguei as medidas de uma
outra camisa minha e cortei a nova, comecei a costurar corri para mostrar para minha tia ela
ficou muito feliz de ver que a camisa tinha ficado perfeita em mim, mais aí minha vó
encontrou o quite o seu quite de costura jogado no quintal, e também os pedaços de pano
da camisa nova, ela pegou uma corda veio na minha direção e me bateu com tanta força
que eu comecei a gritar, aquela foi a primeira vez que eu senti tanta raiva e dor ao mesmo
tempo.

Depois desse dia as surras com aquela corda passaram a ser mais frequente, em mim e na
minha irmã as vezes eu pensava que ela nos odiava, passei a vida toda ouvido que os pais
era os bens mais preciosos mais aquilo na minha cabeça não passava de uma grande
mentira e minha vó me deixava cada vez mais distante dela.

Eu estou descido quero esquecer todas essas lembranças ruins da minha família da minha
vó do meu pai de todos que me fizeram mal, a minha amiga estava certa todo esse tempo
eu não tenho que esperar alguém para mudar de vida eu tenho que mudar a minha vida
sozinho e agora mais do que nunca estou pronto, nunca estive tão pronto para sair dessa
cidade.
--- amiga você estava certa eu tenho que ir sozinho eu tenho que sair dessa cidade ainda
não sei para onde e nem como ir, mas eu preciso. —Suspirou carlos enquanto abraçava
Julia.

--- que, como não estou entendo—respondeu Julia assustada.

--- Julia você estava certa lembra da nossa última conversa sobre sair dessa cidade então
eu decidi que eu vou.

--- carlos para com isso eu já disse que não posso.

---julia mais quem disse que voce vai eu vou sozinho.

--- eu não estava falando sério quando disse aquilo, voce....

--- não tente me impedir ninguém vai me impedir, eu já fiz minha escolha quero sair
conhecer o mundo ser uma nova pessoa. —disse Carlos interrompendo Julia.

---você tem certeza de que é isso que você quer para sua vida?

---Sim Julia nos dois sabemos que não há mais nada para eu fazer aqui, minha situação lá
em casa você já conheci eu estou cansado de ser humilhado não consigo passar mais
nenhum dia naquela casa.

--- eu te entendo queria muito poder te ajudar, e ir com você mais você sabe tem o meu pai
e desculpa eu sou péssima amiga.

---não precisa pedir desculpas Julia eu sei que você tem seus problemas mais tenho
certeza de que um dia você vai se livrar deles e eu prometo que quando eu ficar milionário
volto para te buscar—falou Carlos e os dois se acabam de tanto rir.

Naquele mesmo dia Carlos comprou sua passagem, e agora vinha a parte mais difícil contar
sua decisão para sua vó.

--- oi vó eu preciso conversar uma coisa muito séria com a senhora, vou falar coisas que eu
sei e coisas que eu não sei, espero que a senhora me entenda um dia, sei que eu não
tenho sido um bom neto para a senhora que só te traz desgosto mais prometo que hoje
será a última vez, queria agradecer muito por tudo que a senhora fez por mim sem dúvidas
eu não estaria aqui se você não tivesse cuidado de mim e também quero pedir desculpas
por todas as vezes que lhe tratei mal sou muito arrependido por tudo espero que você me
perdoe um dia, eu te desculpo por todas as coisas ruins que você me falou, sei que você
preferia que eu não tivesse nascido mais acho que agora eu tenho uma solução para esse
problema, conversei com uma prima minha que mora em são Paulo e eu pensei que eu
poderia morar com ela, na verdade eu já decide e agora mesmo que você tente me impedir
não tem mais nada que possa ser feito a não ser eu ir, por que as passagens já estão
compradas, e por fim quero dizer para senhora que eu te amo.
Marlene não disse nenhuma palavra os dois choraram muito e só conseguiam escultar o
choro um do outro.

Aquelas lagrimas carregavam tanto sofrimento tanto amor que era difícil saber o que os dois
estavam sentindo, passaram aquele último mês como se fosse o último de suas vidas,
carlos pela primeira em sua vida conseguia sentir que sua vó o amava e em meio a tanta
chuva de lagrimas ele partiu.

“oi, caderno, parece estranho mais estou nesse exato momento em um ônibus, em busca
dos meus sonhos, alguns minutos atras eu estava com minha amiga a gente conversou
bastante até o ônibus chegar, queria muito que ela viesse comigo mais infelizmente ela não
pode.

Julia me ajudou muito em vários momentos da minha vida ela sempre esteve ao meu lado
no que eu precisasse, queria muito ter dado um abraço nela antes de partir até porque pode
ser a última vez que a gente se ver, mais nenhum de nós dois gosta desse lance de toque.

As últimas palavras que Julia me disse antes me ver entrar no ônibus foi “eu ainda não
acredito que você vai fazer isso” agora estou aqui sentado escrevendo o que pode ser
minhas ultimas palavras dedicadas a esse caderno misterioso e única lembrança que eu
tenho da minha mãe, as vezes eu penso que esse caderno seja um portal para encontrar
ela, só tenho que encontrar algum tipo de palavra magica que abra o portal para encontrar
ela, mais enfim como eu não tenho nenhuma certeza acho que é valido imaginar coisas
desse tipo.

Em todos esses anos eu aprendi que as nossas vidas são feitas de ciclos e todos os ciclos
se encerram, mesmo que alguns demorem uma hora ele vai fechar e você precisa estar
preparado para não cair e se cair precisa traçar metas para se erguer mesmo que para isso
seja preciso deixar algumas coisas para traz, também existira obstáculos que te impedirão
de seguir por isso você precisara de amigos de verdade para te ajudar.

Acho que é aqui que nos despedimos, a partir de agora eu sou um adulto e acho que não
vou precisar de você, desculpa falar assim mais adultos não precisam disso, se você fosse
um portal para encontrar minha mãe já teria funcionado então um beijo e obrigado por tudo
agora eu vou estar um pouco ocupado construindo o meu futuro.

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