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Capítulo 1

— Eu não vou a uma festa estúpida mãe — disse Lívia Morgan.


Ela se apressou através do escritório com o celular pressionado na orelha,
carregando os projetos de marketing que apresentaria em algumas horas.
Lívia sentiu a tensão na voz de sua mãe através da linha de telefone.
— Por favor, Lívia é apenas por algumas horas e seu pai quer que você
conheça alguém.
Ela se encolheu tentando arrumar os tubos com projetos na mesa da sala
de conferências, ajustou o telefone mais uma vez para que ela pudesse ouvir
sua mãe com mais facilidade.
— Mais uma razão para evitar a festa. Não existe nenhuma maneira que
eu queira conhecer qualquer um dos pretendentes do papai. Eles são
altamente detestáveis e repugnantes, para não mencionar machistas e
patéticos.
Ruth Morgan não discutiu a questão. Havia muita evidência apoiando essa
afirmação.
— Ouvi dizer que este homem é um bom partido, querida.
Lívia revirou os olhos, espantada que sua mãe pensasse tal coisa, seu pai
era um bandido nojento, para não mencionar um valentão patético, e não havia
nenhuma maneira de amenizar esse fato. Todos os seus parceiros de trabalho
eram culpados por associação em sua mente.
— Se ele está no negócio com o papai, ele não presta.
— Oh, querida, mas ele não está no negócio com seu pai! — Sua mãe
explicou. — Na verdade, este homem tem resistido a fazer qualquer negócio
com o seu pai, é por isso que ele quer que você esteja aqui esta noite.
— Papai quer que eu seja o boi de piranha, hein? — Ela riu, balançando a
cabeça enquanto dava um arquivo para o funcionário da copiadora. —
Cinquenta cópias deste, por favor! — pediu com um sorriso.
— O que você está fazendo, querida? — perguntou a mãe.
Lívia sufocou um suspiro. Ela amava sua mãe, mas a mulher não tinha
trabalhado um dia em sua vida. Ela tentou, mas... bem, as coisas tinham
impedido de se aventurar e tentar qualquer tipo de emprego.
— Mãe, eu estou trabalhando.
Lívia podia ouviu sua mãe esfregando sua testa.
— Você não precisa trabalhar querida.
Elas tiveram essa conversa muitas vezes ao longo dos últimos anos.
— Eu gosto do meu trabalho. E de nenhuma maneira pedirei dinheiro ao
papai. Nunca. — Ela fez uma pausa, se perguntando se era hora de dar a sua
mãe um “escape”.
— Você sabe, se quiser vir morar comigo, eu tenho um quarto extra no
meu apartamento. Você poderia...
Ela poderia dizer? Será que ela se atreveria?
— Você poderia sair da pressão e das críticas constantes do meu pai.
Encontrar o seu próprio caminho no mundo.
Houve um longo silêncio e ela se perguntou se sua mãe estava realmente
considerando.
Ruth Morgan estava casada com seu pai por trinta anos e sofreu muito
abuso durante esse período. Houve momentos em que sua mãe não saía do seu
quarto por dias. E noites em que Lívia ouvia seu pai gritando, então se
escondia debaixo da cama sozinha, com medo de seu temperamento, não
querendo ouvir os sons.
— Meu Deus, olha a hora! — exclamou sua mãe. — Eu realmente preciso
me apressar, querida. A festa é às oito horas da noite. Se você pudesse estar
aqui, só para me agradar, isso seria... — ela fez uma pausa. — Bem, isso seria
maravilhoso — finalmente sua mãe falou.
Lívia quase tinha chegado a sua mesa quando ouviu essas palavras. Ela se
inclinou contra a parede, fechando os olhos quando ouviu o apelo silencioso de
sua mãe.
— Oito horas — ela repetiu. — Estarei lá, mas não ficarei muito tempo.
Um suspiro trêmulo de sua mãe veio através da linha também.
— Isso seria realmente ótimo.
— Mas você considerará minha oferta? — perguntou ela, esperando que
sua mãe pudesse querer sair da vida de tirania do pai de Lívia.
Daniel Morgan nunca tinha atingido Lívia, mas isso não significava que ela
tinha poupado qualquer amor para o homem que doou metade de seu DNA. Ela
finalmente aprendeu a sair por conta própria e a se defender, e jurou que
nunca viveria como sua mãe vivia por toda a sua vida de casada.
— Eu tenho que correr querida. Obrigada por concordar em vir esta noite.
Lívia desligou em seguida, abraçando o telefone celular em seu peito como
se fosse sua mãe. Falou com psicólogos, mas não havia nada que pudesse
fazer, ela estaria lá quando sua mãe estivesse pronta para agir por si mesma e
sair do relacionamento.
E foi por isso que, várias horas mais tarde, ela vestia um longo vestido
preto conservador, e um colar de pérolas falsas, quando entrou na casa de
seus pais.
Quando andava em direção ao seu pai, sentiu sua respiração acelerar e o
corpo formigar, no momento em que viu um homem alto e surpreendentemente
atraente ao lado dele, olhando aborrecido e irritado.
Naquele exato momento ele a olhou através do salão de festas, quando
seus olhos se encontraram sentiu-se abismada. Nunca um homem lhe causara
um efeito tão forte assim, pensou. Mesmo quando sua mãe correu para
cumprimentá-la, Lívia não conseguia tirar os olhos do homem.
— Você está aqui — sua mãe suspirou com alívio óbvio e abraçando sua
filha. — Estou tão feliz. Seu pai estava perguntando por você.
Isso nunca foi bom. O principal interesse de seu pai em sua única filha era
para ganho pessoal.
— Por quê? — Lívia perguntou, estreitando os olhos, ainda olhando para o
homem alto e atraente.
Ela estava tentando desviar o olhar, e com um esforço monumental
conseguiu e olhou para sua mãe. Todo o tempo, Lívia tentava ignorar o rubor
através dela, porque sabia que ele ainda a olhava.
As mãos de sua mãe vibraram no ar com desdém.
— Oh, lembra-se que eu mencionei que havia um cliente potencialmente
importante que seu pai quer que você conheça?
O coração de Lívia caiu, ela olhou nos olhos do homem alto e seu coração
acelerou quando percebeu que ele ainda estava olhando para ela. Por favor, não
deixe que esse homem com os olhos fascinantes, seja amigo do meu pai, ela
pensou. Qualquer outra pessoa na sala menos ele!
— Sim, você me falou sobre ele.
Sua mãe olhou em volta para os outros convidados.
— Sim, ele está aqui há apenas trinta minutos e já quer ir embora. Seu pai
está tentando enrolá-lo. Mas agora que você está aqui, tudo melhorará.
Lívia ouviu a nota de pânico na voz de sua mãe e olhou para ela.
— Está tudo bem, mãe? — ela perguntou suavemente, parando-a para
colocar a mão suavemente no ombro da mãe. — Papai tem...
— Eu estou bem — ela sussurrou. — É só entrar e conhecer o homem. Ele
é realmente muito charmoso.
As bochechas de sua mãe ficaram vermelhas.
— Bem, eu acho. Estou esperando que você pense assim também.
Lívia aceitou uma taça de vinho branco, mas suas mãos amortecidas não
conseguiam levar a taça os lábios. O homem ainda a olhava, fazendo-a se
sentir desajeitada.
— Quem é ele? — indagou surpresa quando viu que disse as palavras em
voz alta.
Com os olhos assustados sua mãe olhou para ela.
— Você não está o reconhecendo?
Lívia balançou a cabeça, finalmente capaz de desviar o olhar.
— Não. Eu deveria?
— É Stefan Kozlov! Aquele bilionário russo, fabulosamente rico, que
mudou sua sede para Houston, Texas, recentemente. Há um enorme boom
imobiliário. Milhares de pessoas estão mudando de todo os países. O que está
gerando uma grande aflição, pois todos querem ficar perto desse homem — ela
sussurrou sorrindo discretamente. — Eu não me importaria de estar perto dele
— ela riu. — Mas acho que o seu pai não se mudaria para o Texas.
Lívia ficou tão surpresa pela declaração de sua mãe que olhou chocada
para ela.
— Mãe! — Ela riu.
Sua mãe apenas balançou a cabeça e encolheu os ombros.
— Bem? Sou casada, não morta! — ela disse como desculpa.
A mão de Lívia cobriu a boca, em choque, porque sua mãe nunca falou
assim antes. E certamente nunca sobre seu pai.
— Lívia! — A voz grossa de seu pai chamou da porta da sala de estar,
extinguindo a leve energia da sala.
Lívia se virou, retirando o sorriso incriminatório de seu rosto antes de
enfrentar seu pai.
— Como você está? — perguntou ela e quase tropeçou quando percebeu
que o homem alto e lindo estava parado ao lado de seu pai.
E ele a olhava como se ela fosse um saboroso doce, e que estava pronto
para devorá-la. A sensação enviou uma faísca de emoção ao longo de seu
corpo, apesar de seu desconforto por ter sido convocada por seu pai. Olhou
para o homem, mas não conseguia realmente olhar para ele. Não quando ele
estava tão perto!
— Bem! — Seu pai falou com jovialidade forçada. — Estou feliz que você
decidiu participar da festa — à advertência ao atraso evidente em sua voz.
— Mamãe me pediu para vir, mas eu realmente... — Lívia começou, ainda
que a intenção era de escapar do evento logo após as apresentações.
— Bobagem — seu pai a interrompeu antes que pudesse dizer-lhe que ela
estava em seu caminho para outro evento.
— Você ainda não conheceu Stefan.
Com isso, não tinha alternativa a não ser olhar para o homem alto e
devastadoramente bonito. Sentiu como se o mundo estivesse em câmera lenta
agora, mas talvez fosse apenas seu nervosismo em olhar para o homem de
perto. Fora chocante quando ele estava do outro lado da sala. Mas tão perto?
Ela já podia sentir o calor de seu corpo e agora sentia a energia elétrica nele.
Ela ouviu as palavras de seu pai, como se elas estivessem vindo de longe,
como se estivesse em um túnel. Todo o seu foco era esse homem, na forma em
que seus olhos escuros olhavam para os seus verdes e ela sentiu os músculos
do estômago contraírem e seus joelhos começarem a oscilar. Nenhum homem
jamais teve esse efeito sobre ela, assim não tinha certeza de como lidar com
isso.
— Stefan, esta é a minha filha, Lívia Morgan. Lívia, Stefan Kozlov, de São
Petersburgo, Rússia.
Stefan observou a mulher com o cabelo glorioso, vermelho acastanhado e
os olhos verdes surpreendentes ao olhar para ele. Sabia que ela estava nervosa
e queria diminuir a tensão, mas não sabia como. Ele a tinha notado desde o
momento em que ela entrou na casa e a achou muito acanhada.
Seus olhos se moveram pelo seu corpo, notando a presença de seios fartos
debaixo do vestido preto. Mas isso era tudo o que ele podia ver. O vestido era
sem forma, mas ele suspeitava que houvesse um tesouro por debaixo dele. Não
era muito magra, quadris cheios e seios fartos, curvas perfeitas para um
homem agarrar. De repente, percebeu que ele preferia o corpo mais suave e
redondo de uma mulher ao invés de um corpo onde os ossos ficam cutucando
em todas as direções. Esta mulher seria suave e exuberante, definitivamente
boa para agarrar.
— É um prazer conhecê-la, srta. Morgan — ele disse e tomou seus dedos
frios temendo ao seu aperto quente.
Erguendo a mão à boca, ela se assustou com a energia que emanou em
seu corpo quando os lábios dele tocaram a pele dela. Ele demorou e seus olhos
escuros capturaram os seus verdes e não deixaram ir. Puxou sua mão mais
para perto. Ou talvez ela tivesse se aproximado por vontade própria?
Ela não tinha certeza. Neste momento, não tinha certeza sobre nada,
exceto que este homem a fascinava, seduzia e assustava, tudo ao mesmo
tempo.
— Por que você e Stefan não pegam uma bebida fresca, querida? — Seu
pai sugeriu. — Você sabe onde está tudo.
Lívia olhou para a bebida do homem. Não parecia que tivesse bebido o
líquido âmbar ainda. Isso só lhe disse que seu pai estava fazendo um pouco de
marketing. E quando seu pai queria algo, isso era muito ruim. Inclinações
românticas eram estranhas a seu pai, então se ele estava tentando juntá-la
com este homem, algo não estava cheirando bem.
— Ele está com o copo cheio de bebida — ela respondeu a seu pai,
levantando seu olhar e desafiando o homem mais velho. — E eu tenho…
— Você trabalha com marketing, correto? — Stefan interrompeu.
Ele sabia que esta mulher fascinante estava tentando fugir e simplesmente
não permitiria isso. Daniel Morgan era um empresário decente. E algumas de
suas ideias valiam a pena considerar. Mas de toda a noite, agora foi a hora que
valeu a pena, simplesmente por causa da filha do homem, e não por causa de
quaisquer das propostas que o homem alto e desagradável fizera mais cedo.
Lívia percebeu que ele ainda estava segurando a mão dela quando o sentiu
puxá-la para frente, habilmente colocando a mão debaixo do braço se
afastando de seus pais.
Ela olhou para sua mãe, que apenas sorriu feliz em sua direção. Lívia, em
seguida, olhou para o homem, não tendo certeza do que estava acontecendo.
— Conte-me sobre o seu trabalho — ele pediu, olhando em seus olhos.
Lívia abriu a boca para falar, mas as palavras não saíram. Ela tentou
novamente, mas, em seguida, fechou a boca, sentindo-se idiota.
— Sinto muito — ela sussurrou. — Se pudesse soltar minha mão, eu seria
capaz de manter uma conversa inteligente.
Stefan estava em transe. Seu longo cabelo, marrom em cascata sobre os
ombros e as costas, os destaques vermelhos quase brilhantes sob as luzes
ofuscantes da sala de estar. Seu cabelo foi ofuscado por seus olhos gloriosos.
Nunca tinha visto um verde desse tom antes, exceto, talvez, nas colinas da
Irlanda. Eles eram misteriosos e claros, eletrizante e calmante, tudo ao mesmo
tempo.
Ele estava completamente ciente de que conhecê-la era uma armadilha
criada por Daniel, mas neste momento, não se importava. O velho foi sincero,
sua filha era linda. Agora ele só tinha que fazê-la relaxar o suficiente, e sabia
que ela ficaria estimulada em conversar sobre o seu trabalho. Por alguns dias,
pelo menos. Esperava mais, pois a maioria das mulheres só prende a sua
atenção por um ou dois dias, talvez uma semana. Eram criaturas
encantadoras, mas previsíveis.
— Conte-me sobre o seu trabalho, Lívia — ele a incentivou novamente.
Mas sua mente vagava em como ela ficaria sem aquele vestido tedioso
diante dele. Enquanto a maioria das mulheres que ele conheceu estaria vestida
em sedas e cetins que aumentassem suas figuras, esta pequena dama esbelta
tinha escolhido algo que escondia todos os seus atributos. Uma contradição
intrigante, pensou.
— Meu trabalho não é tão interessante, ao contrário do que quer que meu
pai tenha lhe contado — Lívia revirou os olhos.
— Eu duvido. Estou sempre intrigado com a capacidade da minha equipe
de marketing em ver através de causas particulares e chegar a um conceito que
rompe a consciência do público.
Lívia piscou, surpresa com a sua visão.
— Você atua com marketing? — ela perguntou.
Stefan queria rir.
— Você não sabe quem eu sou, não é?
Lívia viu o humor em seus olhos e se irritou, achando que estava faltando
algo importante. Mas se este homem era importante, seu pai teria explicado,
não é?
— Claro. Você é Stefan Kozlov — ela respondeu, repetindo o nome que seu
pai tinha acabado de lhe dar.
Stefan viu seus olhos, tentando ver se ela estava sendo modesta.
— Mas você não sabe nada sobre mim além do meu nome?
Lívia suspirou, olhando para traz dos ombros do homem para ver o seu pai
os observando.
— Eu sei que você é um amigo do meu pai e que provavelmente você está
fazendo negócios com ele.
Ela olhou para traços duros, mas de alguma forma atraentes do homem.
— Isso significa que você é perigoso e eu não quero ter nada a ver com
você.
Ela afastou-se dele e respirou fundo.
— Eu realmente preciso voltar para casa.
Stefan estava tão atordoado com sua resposta que levou um tempo para
reagir. Quando voltou ao normal, ela já tinha colocado a taça de vinho sobre
uma mesa e estava andando em direção à porta da frente. Felizmente, não era
uma casa grande, portanto foi capaz de alcançá-la antes que ela tivesse sequer
deixado a sala de estar.
— Vamos tomar um café — ele convidou e colocou a mão na cintura de
Lívia, ignorando sua expressão assustada quando ele a direcionou para a
porta.
Stefan ignorou. Nenhuma mulher se afastava dele. Especialmente uma
mulher tão bela e misteriosa como esta. Ela estava jogando com ele
perfeitamente, e ele gostando da batalha, pensou. Era uma mudança
refrescante do que as mulheres mostravam de óbvio em suas intenções, dando-
lhe claramente sinal verde para uma noite de tudo o que ele pudesse desejar.
Esta mulher era muito mais sutil e ele gostou. Percebeu que perdeu a
batalha. Sentia falta da empolgação de tentar seduzir uma mulher. E Lívia era
muito mais bonita do que a maioria.
— Nós beberemos café — ele disse com firmeza.
Ela puxou as chaves de sua bolsa e sacudiu a cabeça.
— Não, obrigada pelo convite — ela respondeu sarcasticamente, porque ele
não ofereceu. Ele ordenou. — Estou indo para casa. Tenho uma reunião
amanhã cedo e não tenho...
Sua boca se abriu enquanto ele simplesmente arrancou as chaves de sua
mão, jogando-a um homem de terno escuro que tinha de alguma forma surgido
das sombras.
— Meu guarda costas conduzirá o seu carro. Você virá comigo. Nós
conversaremos e você me dirá por que não quer tomar um café comigo.
Lívia não tinha certeza se queria rir ou gritar. Rir ganhou, mas ela parou
no caminho, sem se mover um passo até que o homem parou ao seu lado.
— Sr. Kozlov, tenho certeza que seus funcionários se sentem muito
seguros com esta rotina de comando do senhor, mas eu não serei controlada.
Eu não quero tomar café com você.
Stefan não podia acreditar que queria rir. Como essa mulher, realmente
não o conhecia! Ele olhou para ela e percebeu a maneira como recuou,
colocando mais espaço entre eles.
— Por que não? Há obviamente uma conexão entre nós.
Ela poderia negar que houve qualquer tipo de conexão, mas suspeitava
que ele só quisesse desafiar esta afirmação, provar seu erro. Então ela tomou a
abordagem honesta, enfrentando o problema de frente. Balançou a cabeça.
— Não importa. Você é um amigo de meu pai, provavelmente, faz negócios
com ele. Isso deixa você fora dos limites.
Seus olhos de prata, esferas escuras na luz fraca vinda da varanda, não
liberaram seus verdes.
— Eu não faço negócios com seu pai.
Ela estremeceu com sua seriedade, bem como uma grande dose de medo
que este homem estivesse desafiando seu pai.
— Todo mundo faz negócios com meu pai se ele quiser isso.
Seus olhos bonitos ficaram preocupados quando ela olhou para ele na
noite.
— Ele prejudicará a sua empresa, se você o deixar por baixo. Por favor,
não faça nada estúpido. Basta fazer o que ele quer e poderá ir embora ao final.
Stefan estava atordoado. E encantado.
— Você está tentando me proteger, Lívia? — perguntou, seu tom suave
enquanto sua mão levantou para tocar seu rosto. Ele descobriu que sua pele
era ainda mais macia do que parecia.
— Sim — ela respondeu com uma urgência que nunca sentira antes. De
alguma forma, havia uma sensação de segurança, de intimidade na escuridão
com este homem... havia algo sobre ele que afetava sua alma, tocando algo
profundo dentro dela, que jamais conheceu em sua existência. Ela tinha
endurecido o seu coração para os homens, mas, de alguma forma, esse cara
tinha começado a derrubar suas defesas, apesar do fato de acabar de conhecê-
lo!
As luzes ofuscantes da casa suavizaram as características deste homem,
tornando-o um pouco mais acessível, menos perigoso do que ele parecia dentro
da casa.
— Meu pai não joga limpo, Stefan. Ele mentirá, enganará e fará o que
precisar, a fim de te levar a fazer o que ele quer.
Ele sorriu enquanto seu rosto se transformou e uma onda de desejo por
esta pequena mulher o golpeou com força.
— Por favor, tome uma xícara de café comigo.
Lívia olhou fixamente para o homem, querendo tanto protegê-lo e fugir
dele. — Eu não posso — ela sussurrou, mas seus olhos caíram para os lábios.
— Não pode? — perguntou ele, aproximando-se. — Ou não quer?
Os dedos de Lívia fecharam em um punho. Ela não tinha percebido que
ela estava tocando seu peito.
— Não devo — ela respondeu de volta, nervosismo ocultado pelo desejo.
Seus olhos, observava hipnotizada, como aqueles firmes, sexys lábios se
aproximaram. Ela não podia acreditar o quanto ela queria que este homem a
beijasse, ela queria provar e sentir aqueles lábios contra os dela.
Quando seus lábios finalmente tocaram os dela, ela engasgou e se afastou
um pouco, olhando-o diretamente. Se assustou, e não pelo contato, mas pelo
impacto desse contato. Era tão maravilhoso, se moveu para mais perto, na
ponta dos pés para que pudesse tentar novamente. Com certeza, apenas o
menor toque deixou seu corpo tremendo de prazer e sensações loucas.
Quando sua boca se fechou sobre a dela, não mais dispostos a lidar com a
luz, toques experimentais, ele tomou posse, beijando-a, seus dentes
mordiscando o lábio inferior até que ela foi surpreendida e para seu choque
forçada a participar.
Lentamente, como se estivesse atordoada, suas mãos subiram ao longo de
seu peito enquanto ele a beijava. Sentiu as mãos dele envolverem sua cintura,
levantando seu corpo macio contra o seu duro e se deleitou com o sentimento,
moveu-se contra ele para encher sua mente com aquela sensação incrível. Ela
ouviu algo ou alguém fazendo um som estranho, mas não conseguiu se afastar
para investigar. Tudo o que ela queria era mais. Mais desse beijo, mais do seu
toque, mais dele. E não tinha absolutamente nenhuma ideia de como consegui-
lo.
As mãos de Stefan levantaram, pressionando-a contra o carro atrás dela e
se perdeu no beijo. Seus lábios eram mais suaves do que ele pensava ser
possível e seu corpo tinha as curvas em todos os lugares certos. Suas mãos se
moveram ao longo de sua cintura, mantendo-a mais elevada, pressionando seu
núcleo contra sua ereção. Quando ouviu seu gemido suave, sexy, ele quase
perdeu todo o controle. Mas então ele se afastou e percebeu onde eles estavam.
Pressionar esta mulher contra um carro na frente da casa de seu pai não era a
maneira como ele conseguiria ter relações sexuais com ela pela primeira vez.
Xingando baixinho em russo, a abaixou, deixando-a cuidadosamente em
pé no chão. Ele teve que segurá-la por alguns instantes até que seus olhos se
abrissem e ela percebesse onde estava, mais uma vez. Quando aqueles olhos
verdes deslumbrantes finalmente focaram, teve dificuldade em lembrar por que
ele tinha parado.
— Vem comigo — insistiu ele, tomando a mão de Lívia e levando-a para
sua limusine. Ele a tinha colocado na parte de trás antes dela perceber o que
estava acontecendo.
— Eu não vou com você, Sr. Kozlov — ela contestou com firmeza,
inclinando-se para os lados, como se pudesse de alguma forma sair da
limusine, pois o veículo tinha começado a se mover no momento em que ele
fechou a porta.
— Todas as evidências estão ao contrário — ele riu.
Ele gostou da forma em que seus lábios cheios e carnudos estavam
inchados e vermelhos agora. Ela mudou de uma beleza elegante e tímida para
uma explosiva sexy e ele encontrou a sedutora mudança. Aparentemente,
debaixo do vestido preto sério, existisse uma mulher apaixonada a espera para
escapar.
Lívia olhou ao redor, surpresa ao perceber que ela realmente estava na
parte de trás de sua limusine.
— Para onde você está me levando? E o meu carro! Como pegarei o meu
carro? Preciso dele para trabalhar amanhã.
Stefan pegou a mão dela, examinando os dedos. Ela não era uma dessas
mulheres mimadas, que passava os dias no salão pintando as unhas. Suas
unhas estavam cuidadosamente cortadas, mas não havia esmalte sobre elas.
Por alguma razão, ele gostava disso nela. Era limpa e natural. Clara! E
incrivelmente sexy!
— Relaxe. Não estou sequestrando você. Eu geralmente não preciso
recorrer a tal esforço para passar algum tempo a sós com uma mulher que eu
estou interessado.
Os olhos de Lívia se arregalaram e seu coração batia tão alto, que ela tinha
certeza que ele podia ouvi-lo.
— Você está interessado em mim! — Não era uma pergunta. — Por que um
homem como você estaria interessado em uma mulher como eu?
Suas sobrancelhas levantaram.
— Porque você é uma mulher bonita. Atraente — ele riu suavemente. —
Mas também porque você é gentil e carinhosa. Essas são qualidades que eu
não costumo encontrar nas mulheres que andam em meus círculos.
— Eu não... — ela olhou para sua expressão vazia — ando em seus
círculos, é isso.
Ele sorriu levemente. — Eu sei disso. Ou eu teria te conhecido antes.
Ela balançou a cabeça. — Nada disso faz qualquer sentido.
Ela levantou a mão, apenas tentando pensar sobre as coisas.
— Você pode me deixar no meu apartamento? — ela perguntou, olhando
em volta, nervosamente. A intimidade do veículo a estava deixando nervosa.
Para não mencionar o homem extremamente grande, surpreendentemente
atraente ao lado dela.
— Claro — ele disse a ela. Ele apertou um botão e a tela de privacidade
entre o passageiro e motorista deslizou suavemente para baixo. — Qual é o seu
endereço? — perguntou.
Lívia informou para o motorista. Um momento depois, a tela estava de
volta no lugar e ela ficou mais uma vez sozinha com Stefan.
— Obrigada — ela agradeceu, tentando relaxar contra os assentos macios
de couro. Infelizmente, era difícil relaxar em torno deste homem. Ele era como
um fio desencapado e ela o tubo condutor.
— De nada. — Ele olhou para ela com cuidado. — Diga-me mais sobre
você.
Ela encolheu os ombros.
— Não há muito para dizer — ela respondeu suavemente.
Lívia não queria que esse homem soubesse mais sobre a vida dela. Já
sabia que ele era perigoso para a sua paz de espírito. Tinha que manter uma
distância segura dele.
— Diga-me o que há para saber. O que torna Lívia Morgan especial? — ele
perguntou.
Lívia riu.
— Não sou especial. Na verdade, sou totalmente normal, é chocante. É
melhor correr e se esconder antes de descobrir quão realmente chata eu sou.
Ele riu, um som sexy profundo que enviou vibrações ao longo de todo o
seu corpo.
— Eu duvido. Qual é a sua profissão? Eu sei que você está em marketing,
mas isso foi tudo que seu pai me disse. Ou, mais especificamente, era tudo o
que sabia. Seu pai estava tão interessado em nos juntar que sequer conseguia
pensar em quaisquer mais detalhes sobre você.
Lívia ignorou o comentário sobre o conhecimento de seu pai sobre a vida
dela.
— Eu trabalho para um tirano — respondeu ela, olhando-o. —
Provavelmente alguém semelhante a você. Alguém que não aceitaria um não
como resposta.
Stefan levantou a mão e correu um dedo através de sua pele macia.
— Eu aceitaria um não como resposta. — Ele fez uma pausa, seus olhos
movendo-se sobre suas belas feições. — Quando é a resposta certa.
Ela olhou para ele, hipnotizada pelo seu olhar ousado. — Quando é certa?
Ele sorriu levemente. — Não agora — assegurou ele.
Não perceberam que a limusine tinha parado até que o chofer abriu a
porta, assustando os dois.
Stefan saiu e estendeu a mão para ajudá-la descer. Lívia ignorou a mão,
com medo de tocá-lo novamente. Seu toque, obviamente, não era uma boa
ideia. Melhor evitá-lo.
— Obrigada pela carona. Mesmo que não fosse necessária. — Ela olhou
para trás. — E aprecio que seu guarda-costas tenha dirigido meu carro até
aqui também.
Ele quase riu do sarcasmo que entrou em seu tom. Ela realmente era uma
mal-humorada, pensou.
— Eu a levarei à sua porta.
Ela suspirou e deu um passo atrás.
— Estou supondo que não há realmente nenhuma maneira que eu possa
te dizer que não preciso de você me acompanhando até minha porta, não é? —
Ela poderia pensar que ele era o melhor homem para olhar que já tinha visto,
mas também era o mais chato. Ele realmente não aceitaria um não como
resposta, não é?
Ignorando o comentário sobre não andar até a porta, ele olhou para a luz
do teto no estacionamento que ia desaparecendo na escada e fez a caminhada
para o apartamento dela inseguro.
— Não é um acaso — ele respondeu, colocando a mão nas suas costas a
guiando subir as escadas.
Ele voltou para o seu guarda-costas. — Vá para o escritório do síndico e
garanta instalação de luzes pela manhã — disse ao homem que imediatamente
concordou e correu. Outro segurança o substituiu, olhando para longe na
escuridão.
Quando eles estavam em pé na porta do seu apartamento, Lívia olhou
para o homem alto com cautela, preocupada com o que poderia acontecer a
seguir. Ela não queria que ele a beijasse novamente. Precisava evitar a todo
custo.
— Ok, estou aqui. Você me acompanhou até minha porta e enviou o seu
guarda-costas em uma missão inútil, porque não há nenhuma maneira que a
luz aqui na escada ou no estacionamento sejam colocadas pela manhã. Mas
isso mostra que você não é uma pessoa completamente horrível. — Ela
suspirou e cruzou os braços, apertando a bolsa contra o corpo defensivamente.
— Eu entendo, você está tentando mostrar que você é um cara legal. Isso é
ótimo. Mas eu…
— Destranque a sua porta Lívia. — Stefan a interrompeu, aproximando-se,
sabendo que a perturbaria. E também porque gostava de seu perfume suave e
feminino. Ela cheirava a biscoitos, pensou.
Lívia pressionou as costas contra a porta quando ele se aproximou.
— O que você está fazendo?
Ele queria rir de sua expressão envergonhada, mas suprimiu sua diversão.
Ela era encantadora, ele pensou consigo mesmo.
— Eu estou esperando você abrir a porta.
— Eu não posso...
— Dê-me as chaves — ele disse.
Ela balançou a cabeça, recusando-se a desistir de suas chaves novamente.
Ele já tinha sequestrado seu carro. Isso foi o suficiente para uma noite.
Com os dedos trêmulos, ela abriu a porta do apartamento de forma rápida,
em seguida, virou-se para o homem.
— Obrigada pela carona — disse ela, sentindo-se estranha, porque ele
tinha roubado as chaves, forçou-a no banco de trás de sua limusine, ela teve
que aceitar a carona e agora estava encurralando-a no corredor de seu
apartamento.
— Convide-me para um café — ele disse a ela, inclinando uma das mãos
em cada lado da cabeça dela contra a parede.
Lívia inalando e olhando para ele. Sacudindo a cabeça, ela disse: — Não,
isso não seria uma boa ideia.
— Então almoça comigo amanhã.
Ela sorriu um pouco, apesar do nervosismo que sua proximidade estava
criando dentro dela.
— Você é incansável.
Seus olhos se moviam sobre suas adoráveis características.
— Você não tem ideia.
Ela começava a suspeitar!
— Eu tenho que trabalhar amanhã. Eu geralmente não tenho tempo para
o almoço.
— Então o jantar.
Ela balançou a cabeça.
— Eu não... — ela parou de falar quando seu dedo se moveu sobre seus
lábios, silenciando-a.
— Lívia, nos encontraremos. Eventualmente, farei amor com você. Como e
quando isso acontecerá está no ar agora, mas o que não está em dúvida é que
eu a verei novamente.
Esse dedo se moveu sobre os lábios, criando sensações que provocaram
um sentimento louco na boca do estômago, mais uma vez.
— Nós não podemos — ela sussurrou, seus músculos do estômago
contraíram com o anúncio que seriam íntimos um com o outro. Oh Deus, isso
soou tão bem.
Ele sorriu para o desafio que ela apresentou. Lívia não fazia ideia de que
sua resistência estava apenas fazendo-a mais atraente para ele. Inicialmente,
poderia ter pensado que era tudo um truque, mas via de forma diferente agora.
Ela era real. Estava realmente tentando evitar qualquer contato com ele, apesar
de seus esforços serem inúteis.
— Nós vamos. E se você continuar se recusando me ver, serei forçado a
fazer negócios com seu pai. Portanto, cabe a você. Só você pode me salvar das
garras antiéticas daquele homem. Quer me ver amanhã, para o almoço ou
jantar, a sua escolha, ou eu chamarei o seu pai amanhã de manhã e começar a
negociar um acordo com ele sobre alguma propriedade que eu quero comprar
que ele possui.
Ela suspirou, balançando a cabeça.
— Não faça isso! Seria realmente horrível! Perderá muito dinheiro e ele te
arrastará para o mundo de negócio sujo e você não será capaz de sair. — Ela
não percebeu que agarrava as lapelas de seu terno com força para mantê-lo
das garras de seu pai.
Ele se inclinou mais perto, sua mão se movendo ao longo de seu rosto,
provocando-a.
— Então me salve.
Ela começou a sacudir a cabeça, mas ele beijou seu pescoço.
— Eu não farei negócios com alguém que eu estou pessoalmente
envolvido, Lívia. É uma política que tenho e não a violarei. Se eu jantar com
você, então isso significa que eu tenho uma relação pessoal com o seu pai. Eu
não posso fazer negócios com ele. Ele respeitará isso.
Ela fechou os olhos e estremeceu quando os lábios começaram a
mordiscar ao longo de sua clavícula.
— Ele não respeita qualquer limite, Stefan. Basta sair enquanto pode. Ele
não joga pelas regras.
— Ele vai. Confie em mim. — Ele se moveu mais em seu pescoço, seus
dentes provocando o lóbulo da orelha. — Salve-me — ele brincou.
Ela empurrou seus ombros largos, os dedos descobrindo músculos
fascinantes debaixo da roupa. Mas ela ignorou essa descoberta, incidindo
apenas sobre o homem e tentando mantê-lo longe das garras de seu pai.
— Tudo bem — ela suspirou. — Você ganhou. Jantar amanhã.
Ele levantou a cabeça e cobriu a boca de Lívia com os lábios, beijando-a
profundamente, amando o jeito que suas mãos se moveram até o pescoço mais
rápido desta vez. E ela apertou-se contra o seu corpo, em vez de esperar por ele
para fazê-lo. Ela era toda necessidade balançando suave e ele adorou!
Quando ele afastou sua boca, ambos estavam respirando pesadamente.
— Até amanhã à noite, querida — disse ele e beijou-a levemente mais uma
vez.
Lívia entrou em seu apartamento, seu corpo todo tremendo, tremendo de
desejo. Inclinou-se contra a porta, tomando respirações profundas, tentando se
controlar, mais uma vez. Mas era impossível.
Ela mal dormiu naquela noite, seu corpo em chamas pelo homem que
tinha virado sua vida de cabeça para baixo em menos de uma hora. Até o
momento que ela foi ao trabalho no dia seguinte, aceitou que não havia
nenhuma maneira de sair com Stefan naquela noite. Se estava se sentido
assim com ele por menos de uma hora, não podia imaginar como seria quando
tivesse que passar mais tempo em sua presença.
Estremeceu ao pensar no que poderia acontecer se Stefan a tocasse como
fez na noite passada.
Infelizmente, não foi capaz de chamá-lo para cancelar seus planos. Tentou
escapar de uma reunião, mas seu chefe empilhou mais trabalho em sua mesa,
dando-lhe prazos impossíveis. E cada vez que tentou ligar para Stefan, algo a
impedia. Era quase como se o mundo estivesse conspirando contra ela,
obrigando-a encontrá-lo para o jantar.
Assim, no caminho atormentado até sua casa através de um trânsito louco
naquela noite, ela aceitou que não tinha alternativa senão jantar com o
homem.
Ainda poderia chamá-lo e cancelar, porém seria rude tão em cima da hora,
não é?
Naquela noite, Lívia se vestiu com cuidado. Stefan mandou uma
mensagem dizendo-lhe que a buscaria às sete horas. Originalmente, ela fez
uma careta com o tempo. Era uma pessoa diurna. Trabalhava até tarde na
maioria das noites, tentando terminar as exigências de seu chefe, chegar em
casa por volta das sete e meia e apenas cair na cama, exausta e mais do que
pronta para desligar seu cérebro.
O jantar com Stefan, significava que ela não iria para a cama na hora de
recarregar a energia para trabalho louco de amanhã, mas tinha realmente
alguma alternativa? Stefan era... bem, ela meio que gostava dele. Ok, então ele
era dominador, mas ...
Lívia suspirou quando ela retocou seu batom. Sim, ela gostou da forma
como ele a beijou. Ela gostou muito! Era macio e sensual ao mesmo tempo,
exigente e apaixonado.
Sua mãe a chamou quando ela estava experimentando um par diferente de
sapatos pretos. Estes foram os melhores que ela podia pagar já que se recusou
a aceitar o dinheiro de seu pai. Ela vivia somente de seu salário, o que não era
muito. Assim, os sapatos eram mais do que um pouco usados, mas menos do
que o outro par que ela usava na maioria dos dias. Ela abriu uma gaveta da
cozinha e vasculhou o conteúdo, encontrou uma caneta permanente preta.
Com cuidado, para não estragar a camurça que não fora danificada por
excesso de uso e desgaste, ela coloriu os pontos mais claros sobre os sapatos.
— Oi mãe. Você está bem? — ela perguntou, enquanto tentava deixar os
sapatos um pouquinho mais apresentáveis.
— Estou bem, querida. Estava ligando para saber como as coisas correram
na noite passada. Será que você teve um bom encontro com o Sr. Kozlov?
Lívia congelou, a caneta pairando sobre uma raia longa, branca, onde o
couro tinha puxado longe do calcanhar de plástico.
— Como você sabia que eu estava com Stefan na noite passada? —
perguntou ela com cuidado.
— Oh, Deus, você já está usando o primeiro nome dele! Seu pai ficará feliz,
querida.
Lívia abaixou a caneta e o sapato, pegando o celular na mão dela.
— Mãe, não diga nada para o pai. Deixar a festa da noite passada com
Stefan, o Sr. Kozlov — ela corrigiu rapidamente — não tem nada a ver com os
interesses comerciais do pai. Na verdade, eu não posso nem imaginar vê-lo
novamente — ela mentiu.
Mas era uma mentira por uma boa causa, ela justificou. Se seu pai ficasse
sabendo de qualquer relação pessoal com Stefan, não saberia mensurar que
tipo de pressão seria colocado em Stefan para entrar no negócio com ele. Ele
disse que não faria negócios com alguém que tinha uma relação pessoal, mas
Stefan não sabia quão persuasivo seu pai poderia ser.
Houve um momento de silêncio antes que a mãe suspirasse.
— Eu entendo querida. Mas... — Lívia se encolheu, antecipando o que sua
mãe poderia dizer. — Nada... Que você tenha uma boa noite. Me avise quando
tiver tempo para um almoço, minha querida.
Quando ela terminou a chamada, Lívia deu um suspiro de alívio. Ela
odiava mentir para sua mãe, mas era mais seguro mentir do que colocar sua
mãe em tendo que dar uma má notícia ao seu pai. Ele era um bruto e um
valentão e descontava as suas frustrações sobre sua mãe.
Ela olhou para o sapato na mão e suspirou. Concentrando-se no marcador
e nos arranhados do sapato, fez o melhor que pode sobre os sapatos
desgastados. Teria que substituí-los, sentiu um arrepio pensando no custo que
seria. Estavam muito danificados. Seria a última vez que conseguiria deixá-los
apresentáveis.
Seu vestido estava muito mais conservado e ela rodou um pouco enquanto
observava o vestido rosa sedoso, no espelho. Ele a fez se sentir bonita, se deu
conta. Puxando seus cachos marrom para o alto, ela prendeu os cachos para
que não incomodassem durante a noite, em seguida... esperou. Ela ficou
pronta muito cedo, pensou quando olhou para o relógio. Ainda faltavam quinze
minutos até que ele fosse buscá-la.
Ugh! Lívia odiava ficar esperando! Ela, então, ficou andando pelo
apartamento, à espera das sete horas e sua campainha tocar.
Talvez devesse descer, pensou.
Abriu a porta do apartamento e parou no caminho. Havia uma luz na
escada? Hã! Espiando pela porta, percebeu que a luz do estacionamento fora
trocada também! Quem diria! O guarda-costas deve ter algumas palavras
mágicas, porque o síndico do edifício era um dos homens mais preguiçosos que
ela já tinha visto.
Ele preferia sentar e assistir televisão no escritório em vez de cuidar da
propriedade. Mas o aluguel era barato, o bairro relativamente seguro se não se
aventurasse muitas quadras para o norte ou para o sul, e os quartos eram
bons. Ela raramente ouvia seus vizinhos e a localização era de fácil acesso para
o trabalho, o que facilitava muito.
Desviando o olhar da nova iluminação, viu a elegante limusine parar na
frente do prédio e sentiu um estranho formigamento de excitação que tentou
esquecer.
Agarrando sua bolsa e as chaves, ela saiu do apartamento, certificando-se
que a porta estava trancada, então desceu as escadas, não querendo que seus
vizinhos vissem a limusine.
Stefan estava apenas descendo do veículo, quando ela chegou ao último
degrau, correndo pela calçada em direção ao carro.
— Estou aqui — disse ela um pouco sem fôlego e prometendo a si mesma
que ela voltaria para a academia para que pudesse criar músculos e
resistência, claro que tão logo as coisas abrandassem no trabalho. Não faria
mal a ela perder alguns quilinhos também. Não estava no ponto em que fosse
ruim, mas algumas de suas roupas estavam um pouco mais justas do que ela
preferia.
Stefan saiu da limusine e olhou para a mulher no belo vestido rosa e um
rubor de correspondência para suas adoráveis bochechas.
— É suposto você esperar por mim para bater em sua porta, Lívia — ele
advertiu.
Lívia abriu um grande sorriso, não recuou, apesar da carranca em suas
belas feições.
— Oh — ela disse, acenando para sua galanteria. — Eu sou perfeitamente
capaz de descer as escadas sem escolta. E por que eu faria você esperar para
vir me buscar, se vi você chegando?
Ela esperou por sua resposta, a cabeça inclinada para trás e quase riu do
aumento de sua carranca.
— Por favor, sente-se Lívia — ele disse, obviamente, não tinha qualquer
resposta à sua lógica.
Lívia entrou na limusine, dobrando a saia atrás dela por medo de revelar
qualquer coisa a este homem que parecia ver tudo. Ela ainda estava sorrindo,
sentindo-se como se tivesse conquistado algum tipo de vitória quando a
limusine parou em frente a um dos mais elegantes restaurantes da cidade.
Olhou para seu vestido, sentindo-se distintamente autoconsciente. O tecido
rosa estaria perfeitamente bem em qualquer um dos outros estabelecimentos
que normalmente frequentava com seus amigos, mas este elegante restaurante
era necessário algo mais, algo especial.
— Eu não posso entrar — ela sussurrou, os olhos arregalados enquanto
observava os outros clientes que estavam entrando, as mulheres usando
vestidos de cocktail elegantes e os homens de terno e gravata.
Stefan olhou para a mulher bonita que agora estava mordendo seu lábio,
inferior e cedeu. Por mais que ele quisesse tratar esta mulher com cuidado
especial, ele percebeu que ela se sentiria desconfortável neste restaurante.
— Vamos para outro lugar — ele respondeu. Ele deu uma ordem para o
motorista em russo e a limusine imediatamente se afastou do meio-fio.
Ela olhou de volta para o restaurante, em seguida, para o homem que
ainda estava olhando para ela.
— Você não precisa ligar para alguém e dizer-lhes que você não irá?
Ele encolheu os ombros. — Meu assistente os farão saber, talvez.
Livia não entendia, mas ela não era de seu mundo. Seu pai era rico, mas
não era o tipo de homem que gastasse seu dinheiro com sua filha.
Ele a enviou para as escolas particulares com uniformes e regras firmes
sobre deixar o campus, mas após o colegial, ela pagou por sua faculdade por
conta própria. Seu pai não via a necessidade de gastar dinheiro com educar
uma mulher. Morava em uma casa grande enquanto crescia, mas não era
realmente uma grande quantidade de riqueza em casa.
Seu escritório? Essa era uma questão totalmente diferente. As poucas
vezes que ela foi a seu escritório, notou que ele se cercou de diferentes
cenários. Nada realmente combinando e tudo isso erai um pouco demasiado
moderno e brega para o gosto dela, mas sabia que o mobiliário era muito caro.
— Olha Stefan — ela começou, preocupada mais uma vez sobre as
incógnitas com este homem. — Eu não sou, obviamente, da sua classe. Eu só
não...
— Nós chegamos aqui — disse ele, interrompendo-a e tomando-lhe a mão.
Ele tirou a gravata e jogou seu terno sobre o assento em frente a eles.
— Venha — ele comandou, pegando sua mão e levando-a para fora da
limusine.
Quando Lívia saiu, ela piscou duas vezes antes que entendesse o que via.
Eles não estavam mais na parte elegante de Londres. Este era mais ao longo
das linhas de... bem, foi um mergulho! Era basicamente um barracão com
grades nas janelas, pranchas extras segurando o telhado e... um toldo que de
alguma forma ligava ao lado do edifício? Ela não estava ciente de sua boca
estar aberta quando olhou para o prédio em ruínas.
— Onde estamos? — ela perguntou.
Ele pegou sua mão e a colocou em seu braço.
— Não se preocupe — assegurou. — A comida aqui é incrível. Você amará o
chef. Ele é um mestre quando se trata de churrasco.
Lívia olhou para o homem, surpreendida pela mudança nele.
— Vamos comer aqui?
— Sim.
Seus olhos estavam arregalados com o choque.
— Como você sabe sobre este lugar? — perguntou ela. Havia camadas
neste homem que ela achou fascinante.
— Ah, minha linda dama, há coisas sobre mim que você terá que descobrir
lentamente. E saboreá-las — ele brincou.
Ela pensou que ele estava brincando. Não estava completamente certa.
Pensou que o tinha descoberto, mas quando eles entraram no
estabelecimento, ela teve que rir e jogar fora todas as suas concepções
anteriores. O homem foi até a cozinha e cumprimentou o cozinheiro, um
homem grande, negro que num primeiro momento, ameaçou bater em Stefan
com a espátula e, no momento seguinte, os dois estavam se abraçando e
falando em um idioma que não podia mesmo adivinhar.
Quando terminaram, Stefan virou-se e apresentou Lívia.
— Este é Mustafa — explicou a ela. — Mustafa, esta é Lívia e ela está com
medo de comer aqui.
Os olhos de Lívia foram até Stefan, furiosa por ele revelar algo assim.
Como ele sabia que ela estava preocupada? E ela estava apenas preocupada,
não assustada. Havia uma diferença!
Mustafa riu, um som grave que ecoou por todo o restaurante.
— Ah, mocinha. Você está prestes a descobrir um dos segredos mais bem
guardados em toda a cidade! Vá! — Ele ordenou, acenando com a espátula e
faca no ar. — Eu te levarei a melhor comida que já provou! — Ele olhou para
cima e para baixo da figura deliciosa de Lívia. — E você terá duas refeições.
Você está magra demais para este homem. Ele a esmagará quando fizer amor
com você!
A boca de Lívia caiu aberta com o anúncio óbvio sentiu seu rosto pegar
fogo.
Stefan pôs o braço em sua cintura e levou-a para fora da cozinha. Eles se
sentaram em uma das mesas que estava surpreendentemente limpa e uma
mulher amigável com um turbante trouxe mais bebidas.
— Você está assustando esta amável dama? — ela perguntou a Stefan
quando se inclinou e lhe deu um abraço.
— Estou aterrorizando-a! — Stefan respondeu.
A senhora riu e se virou para Lívia.
— Não aceite qualquer porcaria dele, querida! Todos, no mundo dos
negócios, pensam que são uns figurões, mas eu sei — ela anunciou, batendo o
peito.
Ela inclinou-se e disse em um sussurro conspiratório:
— Ele é um bobo!
Com um aceno de cabeça, ela se afastou.
— Beba! — ela gritou um momento antes de desaparecer atrás de um par
de portas giratórias.
Lívia olhou para a taça com olhos fascinados. Na verdade, não era uma
taça, mas um copo, incluindo as bordas torcidas. E o copo de Stefan era um
tipo completamente diferente. Fascinante!
— O que é isso? — ela perguntou, dando um gole experimental.
— Nunca pergunte! — Stefan disse a ela e levantou a taça, tomando um
grande gole, sibilando enquanto descia.
— Mas não insulte Danielle ou ela não lhe trará sobremesa. Você terá que
terminar toda essa bebida antes que ela traga a sobremesa. E eu prometo, a
sobremesa valerá a pena por cada gole dessa bebida.
Lívia levantou o copo novamente e tomou um gole. A queimação em sua
garganta era diferente de qualquer coisa que ela já tinha provado em sua vida.
Seus olhos lacrimejavam e ela segurou a mesa, tinha certeza que a mistura lhe
causaria cegueira permanente.
Passou um tempo ofegante, mas, eventualmente, seus olhos eram capazes
de se concentrar e olhou para Stefan.
— Você está rindo de mim — ela acusou.
Stefan nem conseguia disfarçar.
— Você deveria ver a sua cara — disse ele. — Não tem preço.
Ele balançou a cabeça enquanto olhava ela beber, pensando que deveria
vir com uma etiqueta de aviso. E talvez um termo de liquido perigoso.
— Eu não acho que esta bebida seja legal.
— É possível — respondeu ele, tomando outro gole. — O segundo gole
desce um pouco mais fácil — prometeu.
Lívia era cética, mas ela não tinha certeza de que tivesse uma escolha. Ela
levantou o copo mais uma vez e, com certeza, não foi tão horrível como o gole
anterior.
— Ok, você estava certo.
A queimadura estava espalhando-se, fazendo com que o resto do seu corpo
se sentisse confortável e acolhedor. Ela inclinou-se sobre os cotovelos e olhou
para ele.
— Como alguém como você sabe sobre um lugar como este? — ela
perguntou.
Seus olhos brilharam mais uma vez e ela estava nervosa sobre o calor,
perguntando o que estava acontecendo naquele cérebro inteligente dele.
— Eu te direi, mas só responderei se você me disser algo sobre si mesma
que ninguém mais sabe.
Ela considerou por alguns momentos antes de concordar.
— Ok. — Havia um monte de coisas sobre ela que ninguém conhecia e
fornecendo-lhe um pedaço de informação não parecia muito ameaçador.
— Eu possuo o lugar — foi tudo o que disse.
Ela esperou, mas quando ela percebeu que ele não diria mais nada, ela
balançou a cabeça.
— Ah não! Explique essa afirmação. Você não receberá nada sendo vago
assim.
Ele deu de ombros. — Diga-me um segredo seu e explicarei mais.
Ela se inclinou para trás em sua cadeira, tomando sua bebida,
considerando suas opções.
— Eu desenho — foi tudo que ela disse. — Agora explique.
Quando ele esperou para mais informações e ela simplesmente olhou para
ele com as sobrancelhas escuras levantadas. Ele riu de seu desafio – um
profundo, som maravilhoso que ela pensou que poderia ser a coisa mais sexy
que já tinha ouvido.
— Touché, minha bela. — Ele se inclinou para trás em sua cadeira
também.
— Mustafa costumava ser o cozinheiro no internato, eu o assisti quando
era criança. Não era permitido várias regalias que ele cozinhava para os alunos.
Eu e alguns dos meus amigos fomos pegos roubando alguns de seus
suprimentos de cozinha — ele fez uma pausa, considerando cuidadosamente
as palavras, ‘um evento social,’ foi tudo o que ele finalmente disse e Lívia sabia
que havia muito mais nessa história também. — Ele nos fez prometer que o
colocaríamos em um restaurante quando todos nós fizéssemos nossa vida.
Ela olhou ao redor do restaurante. — E é isso que você deu a ele?
— Claro que não! — Stefan riu. — Mustafa é também o chef no outro
restaurante que eu a levaria. Ele só gosta de cozinhar. Não importa onde.
Assim, ele se desloca em torno de vários restaurantes e cozinha tudo o que ele
gosta.
Os olhos de Lívia se arregalaram com esse comentário.
— Quer dizer que ele administra outros? — Ela estava bebendo a bebida
que descia muito mais suave agora.
Stefan deu de ombros.
— Ele tem cinco deles, todos decorados por uma amiga minha.
Ele riu quando Lívia olhou para a decoração. — Sim, ela até mesmo
decorou este. Mustafa disse-lhe o que queria e ela o criou. Ela é um gênio.
Lívia mexeu na cadeira, sentindo ciúmes de sua admiração por essa
mulher desconhecida.
— Ela deve ser muito especial para você, do jeito que você fala sobre ela.
Stefan resmungou ligeiramente.
— Ela é uma pentelha, se mete em todos os nossos negócios e está
namorando com um dos meus melhores amigos, mas sim, ela é muito especial.
Lívia relaxou quando ele mencionou que a outra mulher estava
apaixonada por outro homem, mas não examinou muito de perto por que ela
deve ter mesmo cuidado.
Não era como se fosse ter um relacionamento real com este homem. Ele
era grande demais para seu gosto. Muito grande em todos os lugares, ela
notou, os olhos movendo-se sobre seus ombros largos e os músculos que
deixaram o tecido das mangas esticado.
O corpo de Stefan reagiu quase que instantaneamente quando notou seus
olhos se movendo sobre seu corpo. E quando ela lambeu os lábios, teve que
segurar-se para não se levantar da cadeira e colocá-la em seu colo onde
poderia beijá-la. Merda, ela era bonita, ele pensou.
— Então me diga sobre o seu trabalho — disse ele, tentando distrair sua
mente a partir do olhar vidrado em seus olhos.
Lívia teve que forçar seu olhar para cima quando ele falou, levando seu
olhar para longe dos ombros e seu fascínio com o que poderia estar escondido
por essa camisa personalizada.
Deus, ela silenciosamente se repreendeu, ele não era seu!
Ela era o tipo reservada, tímida! Ela não olhava para o físico de um
homem, mas ele seria mais delicioso do que o que estava sendo feito na
cozinha!
Depois de anos vivendo na casa de seu pai, ela não estava realmente
interessada em um relacionamento. Estava mais interessada em desfrutar de
sua liberdade, revelando como é bom sentir e saber que ela poderia fazer o que
quisesse sem se encolher de medo. Não que ela fosse fazer isso! De jeito
nenhum! Ela nunca tinha feito isso com seu pai e não estaria se colocando
num relacionamento onde teria medo da outra pessoa.
Hmmm... bem, havia dias, e algumas noites, que ela se esgueirou para
fora através da janela do quarto quando ele chegava em casa com fúria louca e
repugnantemente bêbado. A única vez que ela teve coragem de chamar a
polícia foi quando seu pai tinha começado a bater em sua mãe. Ele encantou a
polícia e, em seguida, quando a polícia se foi, ele bateu novamente na sua mãe
mais pesado para ela não se atrever a chamar a polícia novamente.
Quando Lívia se levantou para ele, disse-lhe que ela foi a única que tinha
chamado a polícia e não sua mãe, seu pai tinha começado a vir em sua
direção, um olhar furioso em seus olhos. A única coisa que tinha livrado Lívia
de uma surra dura naquela noite foi sua mãe pisar na sua frente, tomando
para si mesma a surra.
— O que aconteceu? — Stefan perguntou baixinho, tocando suavemente
sua mão com os dedos longos.
Lívia empurrou o pensamento do passado e olhou em seus olhos. Eram
olhos bondosos, ela pensou de repente. Mas ela admitiria a este homem forte,
que se escondeu debaixo da cama algumas noites, apenas para que não
ouvisse seu pai gritar com sua mãe? De jeito nenhum! A vergonha do seu
passado era algo para ser enterrado. Ignorado.
— Estou bem — ela disse e tomou outro gole de sua bebida. Ela deveria
mover a mão. Ela deveria impedi-lo de tocá-la.
Mas a sensação era incrivelmente boa.
— Fale-me sobre você.
— Eu sou uma pessoa de marketing — ela disse a ele e, em seguida, sua
honestidade inata arrombada e ela fez uma careta por cima da mesa para ele.
— Na verdade, eu sou uma faz tudo. Meu título poderia dizer assistente de
marketing, mas o que eu realmente faço é correr para o meu chefe.
— E você gosta deste trabalho? — ele perguntou cético.
Ela encolheu o ombro. Não o ombro ligado ao braço que ele estava
tocando. Ela não moveu o braço, com medo de que ela pudesse afastar seu
toque. Deus, ela estava sendo ridícula por ter medo do homem, mas querendo
seu leve toque. Basta mover para longe dele, disse mentalmente. Pôr as mãos
debaixo da mesa!
Mas ela não o fez. Por alguma razão, ela deixou a mão lá, sentindo sua
pele como se estivesse pegando fogo, mas em um bom caminho. Uma maneira
assustadora e louca. Mais uma razão por que ela deveria se mover. Mas ela não
o fez.
Ela olhou para ele, tentando lembrar o que eles estavam discutindo.
Trabalho! Certo! O trabalho dela.
— Eu tenho que pagar minhas contas — ela finalmente disse a ele.
Uau, esta bebida está realmente boa agora! Ela tomou outro gole e o
olhou, pensando que ele realmente era um homem bonito. Se não a assustasse
muito com o jeito que a olhava. O calor nos olhos cinza a fez se sentir muito
excitada. Ou talvez fosse a bebida, não tinha certeza.
— E isso significa ser uma escrava para o seu chefe?
Lívia sorriu para sua interpretação de sua posição. Ela não tinha dito isso,
mas seu comentário foi preciso.
— Bem, sim, na verdade — ela respondeu.
Ele balançou sua cabeça. — Não. Não é assim que isso funciona.
Lívia se sentia um pouco mais corajosa agora que ela tinha bebido a
mistura forte. Inclinando-se para frente, olhou em seus olhos escuros.
— Você está me dizendo que você trata a sua assistente de uma forma
mais áspera na maioria dos dias?
Ele deu de ombros, aqueles enormes ombros e seus olhos passearam
sobre eles mais uma vez.
— Minha assistente é muito eficiente — ele respondeu.
Ela sorriu e perdeu o calor em seus olhos, porque ela olhou para o copo.
— Que é uma forma velada de dizer sim, sem admiti-lo. Mas eu tomarei
isso como um ponto feito.
Ele balançou sua cabeça.
— Não, minha assistente tem trabalhado comigo por cerca de quinze anos
e pode antecipar os meus pedidos. Então, às vezes ela faz as coisas antes de eu
perguntar.
Lívia sorriu. — Que horas você entra no escritório? — perguntou ela,
determinada a provar seu ponto.
Ele fez isso de novo! Ele estava mexendo aqueles ombros gloriosos para
atormentá-la? Ele chamou sua atenção por um momento e Lívia prometeu a si
mesma que não olharia para os ombros ou os músculos salientes em seus
braços.
— Varia.
Mantendo-se de rir de sua tentativa de fugir, ela se inclinou ligeiramente.
— Em geral — ela respondeu, não o deixarei sair com qualquer coisa.
Stefan sabia onde ela estava indo com isso, mas ela estava inclinada para
frente, dando-lhe um vislumbre da sombra entre os seios.
— Cerca de seis ou sete.
— Eu também — ela riu. — E a que horas é que a sua assistente entra?
— Quase ao mesmo tempo, dependendo do que está acontecendo.
Ela fez um som estranho.
— Meu chefe chega às nove — ela comentou, pensando sobre isso por um
momento antes de ela balançar a cabeça e se concentrar em Stefan.
— E que horas você sai de lá a cada noite? — Aqueles olhos misteriosos
caíram para os seios? O pensamento deu-lhe uma onda de poder feminino e
formigamento com excitação.
— Depende.
Lívia revirou os olhos.
— Em geral! — insistiu, mas não conseguia parar o sorriso se formando
em seus lábios, porque ele realmente era bonito. E encantador. E grande!
— Geralmente, saio cerca de seis ou sete da noite.
— E sua assistente está lá até esse tempo também, certo?
— Sim — ele confirmou. — Mas eu pago muito bem.
Lívia riu e sacudiu a cabeça.
— Não. Eu aposto que você não paga bem a ela. E ela provavelmente pula
os almoços para fazer as coisas para você e você nem sabe disso.
Stefan lhe falou o salário que fez Lívia soltar um suspiro.
— Você está brincando! Você não paga bem a sua assistente!
Sua única resposta foi que levantar uma sobrancelha escura.
Lívia caiu para trás em sua cadeira.
— Ok, eu que sou mal paga e sobrecarregada — ela resmungou.
Danielle chegou nesse momento, com os braços carregados de pratos de
comida. Ela viu as bochechas coradas de Lívia e riu baixinho.
— Querida, você está muito magra para essa bebida. Agora você beberá
água.
Seus olhos se moveram para Stefan.
— Eu não contribuirei para esse homem ficar em sua grande, confortável
cama hoje à noite. — Com essas palavras e seu riso, deixando Lívia
envergonhada, ela pôs enormes pratos cheios de comida.
Havia uma enorme pilha de churrasco em ambos os pratos, juntamente
com salada de batata, salada de repolho e feijão verde com o que parecia ser
bacon picado em cima dele. Ela também colocou uma cesta cheia de pão de
milho quente e uma tigela de manteiga cremosa.
— Você certifique que ela coma tudo — ela instruiu Stefan. — Mustafa me
disse para trazer suas duas porções.
— Coma! — Stefan ordenou. — É uma comida incrivelmente boa — ele
prometeu.
Nunca em sua vida Lívia tinha pensado em si mesma como magra. Teve
momentos em que ela sentiu magra, mas na maioria das vezes, ela estava
lutando para perder dez quilos ou mais que ela pensava que precisava perder
para se sentir mais magra. Então, ouvir Danielle dizer que ela era muito magra
a fez se sentir maravilhosa.
Os olhares de Stefan estavam em seu corpo? Bem, isso foi... estranho. Ela
não tinha certeza no que pensar quando ele fazia isso, mas sentiu arrepios
estranhos em sua barriga.
Lívia considerou os arrepios insignificantes, em seguida, levantou o garfo e
comeu um pedaço da carne. Quando o sabor atingiu sua língua, ela fechou os
olhos e suspirou.
— Oh meu Deus! — sussurrou reverentemente. — Isto é incrível!
— Eu sei. — Stefan balançou a cabeça enquanto ele deu outra mordida. —
Eu não tenho ideia do que ele coloca nessas coisas, mas é a melhor carne que
eu já provei.
Lívia teve que concordar com ele, mas ela estava muito ocupada comendo
para dizer qualquer outra coisa.
Stefan observou-a comer com gosto e foi mais prazeroso do que ele
pensava ser possível. Admirava seu corpo, não há dúvida sobre isso, mas ele
amava o jeito que ela comia! Porra, ela era linda.
Ele fez mais perguntas sobre sua vida e seu trabalho, notando que havia
certas questões que ela evitava e outras que era mais aberta. Mas à medida
que terminavam sua refeição, Stefan estava determinado a descobrir tudo o
que podia sobre esta mulher.
— Precisamos sair daqui — ele rosnou quando ela finalmente largou a
colher depois de lambê-la da sobremesa de chocolate.
Apenas olhando-a, ele estava duro e pronto para fazer amor com ela aqui
na mesa do restaurante. Na verdade, estava tendo um momento difícil tentando
manter suas mãos de deslizar na figura perfeita dela. Se ele não a tirasse
daqui, não tinha certeza do que seu cérebro excitado poderia fazer. Era mais
seguro apenas levá-la para um lugar privado e foder com seu corpo delicioso.
Lívia instantaneamente se levantou, sentindo-se plena e feliz, para não
mencionar muito feminina e sexy por causa da maneira como ele a olhou
durante o jantar. Ela nem sequer hesitou quando ele pegou sua mão e saiu do
restaurante.
— Para onde vamos agora? — perguntou, ansiosa para estar com ele.
— Minha casa — disse ele, quando eles estavam no ar quente e úmido da
noite de verão.
Lívia olhou para ele cautelosamente.
— Não. Isso não acontecerá. — Toda a felicidade que ela estava sentindo
há pouco foi dissipada e ela tirou a mão dele.
Stefan se moveu para mais perto, fazendo com que seu ritmo cardíaco
subisse rapidamente.
— Por que você está fingindo que não há uma forte atração entre nós,
Lívia? — ele perguntou baixinho, chegando ainda mais perto.
Ela balançou a cabeça, desejando não estar tremendo tanto. Por favor, ela
pensou, não o deixe perceber meu nervosismo!
— Não, Stefan. Não acontecerá. Tudo o que você tem planejado dentro do
seu cérebro, apenas não podemos dar o próximo passo. Nós não faremos isso.
— Você acha?
Sua mão se moveu até a cintura, avançando mais alto até que ela agarrou
seu pulso. Até mesmo sua resistência foi transformada por algum motivo. Foi a
primeira vez que isso aconteceu. Jamais! Mesmo na escola, as mulheres se
jogavam nele e ele adorava. Mas havia algo novo e excitante sobre Lívia
tentando parar o que sabia que aconteceria. A tensão entre eles era muito forte,
muito intensa.
— Isto acontecerá, Lívia. É inevitável.
Ela balançou a cabeça, sem saber da maneira como seu cabelo flutuava ao
redor de seus ombros, deixando-a bonita e sexy como o inferno. Ela estava sem
fôlego, querendo-o, mas com medo do que poderia acontecer se ele fizesse.
— Nada é inevitável. Nós todos somos mestres de nossos destinos e temos
a liberdade de escolher.
Ele sorriu levemente.
— E você acha que você está escolhendo não fazer sexo comigo? — ele
perguntou, curioso sobre sua recusa. — Você acha que pode ignorar o que
acontece quando nos tocamos?
Ele parou, sua mão se movendo mais alto e ele ouviu a ingestão aguda da
respiração dela, quando sua mão se moveu ao longo de sua caixa torácica
esguia, sentiu seu aperto afrouxar quando sentiu a mesma coisa que ele.
— Você me deseja como eu a desejo, não tem como ignorar isso.
— Não podemos! — Ela engasgou quando seus dedos mudaram de novo.
Fechou os olhos e tentou fingir que sua mão não estava marcando-a
através de seu vestido, que seu corpo não estava balançando em direção a ele e
que não estava mordendo o lábio para se impedir de lhe implorar para apenas
tomar a decisão para ela. — Stefan, por favor... — ela implorou.
— Diga-me o que você quer — ele lhe disse, inclinando-se e beijando seu
pescoço. O trânsito na rua movimentada atrás dela desapareceu. O restaurante
em ruínas, o motorista esperando dentro da limusine preta e os guarda-costas
que estavam parados nos cantos do estacionamento... tudo desaparecendo da
sua mente. Tudo o que podia pensar era neste homem e a maneira como seus
lábios se moviam sobre seu pescoço, fazendo cócegas em sua orelha e enviando
faíscas de desejo por todo seu corpo, cada um deles fazendo uma conexão
direta entre as pernas, nunca sentira nada como isso antes.
— Eu não…
— Não, Lívia — ele persuadiu suavemente. — Eu não quero ouvir o que
você não quer. Eu quero ouvir o que você quer, o que faz você se sentir bem, o
que faz virar a cabeça?
— Isto — ela finalmente disse, suspirando quando sua mão escorregou
ainda mais baixo, descansando sob seu ombro e ela estremeceu, querendo que
a mão movesse mais para baixo. Nunca se sentiu assim, sempre imaginou um
homem tocando seus seios antes. Mas quando a mão dele parou, o impulso
assumiu o comando e moveu a mão superior.
Quando os dedos apalparam em torno da plenitude de seu seio, ela não
poderia mais manter a cabeça ereta. Ela caiu para trás, sua mente girando fora
de controle.
Stefan, assistiu as reações da mulher e pensou que ele poderia facilmente
fazer amor com ela ali mesmo, em pé no estacionamento quase vazio.
Puxando-a para frente, ele a colocou no veículo, a fim de levá-los de volta
para seu apartamento. Ele a queria com uma intensidade que estava quase
fora de controle e que precisava levá-la para um lugar privado. Rápido.
Assim que a porta se fechou, o motorista se afastou e Stefan a puxou para
o seu colo. Ficou aliviado quando ela veio de boa vontade que só lhe dizia que
estava tão envolvida quanto ele nesse momento.
Inclinando a cabeça, beijando-a, sentindo o tremor enquanto sua boca
descobriu seu gosto e envolvendo os braços em torno dela, tentando mostrar a
ela que isso seria bom.
— Stefan — ela disse suavemente quando ele ergueu a boca para mover
contra o pescoço dela mais uma vez.
— Diga meu nome de novo — ele ordenou bruscamente, movendo suas
mãos ao longo de suas pernas, deslizando seu vestido fora de seu caminho. Ele
queria vê-la, precisava olhá-la.
Ela saltou quando sentiu as mãos sobre as coxas, seu corpo estremecendo
sentimentos inexplicáveis assaltando seus sentidos.
— Não! — Ela engasgou. — Por favor, você está indo rápido demais para
mim! — ela gritou, mas não foi capaz de pará-lo, porque, apesar de seus medos
e confusão, ele estava fazendo com que ela sentisse algo incrivelmente
maravilhoso.
Stefan levantou a cabeça e parou o momento para frente de suas mãos.
Mas com grande esforço para fazê-lo.
— O que está errado, Lívia? Por que está tão nervosa? Eu posso sentir você
tremer, mas você tem que saber que eu não te machucarei.
Ela sorriu timidamente.
— Eu não posso... — ela balançou a cabeça, seus olhos suplicantes com
ele para entender. — Você não... Eu não posso... — Ela suspirou e juntou as
mãos. — Eu nunca fiz isso antes — ela finalmente deixou escapar, em seguida,
lamentou a declaração quando ela viu o choque em seus olhos.
Ela escorregou de seu colo e empurrou o vestido de volta para baixo sobre
os joelhos
— Eu sei, eu sou boba, mas ...
Stefan estava tendo dificuldade em entender.
— Nunca? — ele perguntou, sua voz mostrando seu choque e descrença.
Lívia olhou pela janela, tentando esconder a dor que ela estava sentindo
em seu horror de sua condição virginal.
— Eu não sou uma aberração — disse ela.
O motorista parou em frente de seu apartamento e ela saiu, nem esperou o
motorista abrir a porta ou mesmo Stefan para sair.
— Obrigada pelo jantar. A comida foi maravilhosa. Por favor, diga Mustafa
que ele é o melhor.
Com isso, ela fechou a porta e subiu as escadas correndo, recusando-se a
olhar para trás, com medo de vê-lo rindo.
Ela fechou a porta do apartamento e encostou-se nela, olhando para o teto
com raiva de si mesma por admitir sua virgindade para um homem como
Stefan. Ela podia imaginá-lo rindo com seus amigos, dizendo a todos eles sobre
a mulher louca que ele levou para jantar mas que nunca teve relações sexuais!
Uma batida na porta a assustou e ela se virou.
— Lívia! Abra a porta! — Stefan ordenou.
Ela abriu a porta, mas apenas para que sua voz retumbante não
perturbasse os vizinhos.
Assim que foi aberta, ele empurrou a porta e fechou-a atrás dele.
— Isso não acabou, Lívia — ele disse a ela com firmeza.
Um momento depois, o braço voou ao redor de sua cintura, puxando-a
contra ele. Sua boca cobriu a dela antes que ela pudesse proferir um protesto e
ela ficou perdida novamente em uma neblina sensual com ele enrolado em sua
mente.
Mas antes que ela pudesse começar a responder ao seu beijo, ele se
afastou.
— Nós não terminamos — disse a ela novamente, suavemente desta vez e
o anúncio foi seguido por seus dedos correndo ao longo de seu rosto.
No momento seguinte, ele se foi, a porta de seu apartamento fechando
cuidadosamente atrás dele e ela estava olhando para a porta, tentando
entender o que tinha acontecido.
Capítulo 2
— Livy!
Lívia rangeu os dentes enquanto seu chefe, Chris Feller, gritou chamando-
a mais uma vez. Ela odiava esse apelido, mas ele se recusou a chamá-la de
qualquer outra coisa. Só mais uma vogal! Era um homem tão preguiçoso que
não podia sequer pronunciar a última vogal do seu nome? Lívia esfregou a
testa, tentando se acalmar. Não tinha dormido muito bem, virando de um lado
para outro enquanto sua mente repassava o beijo. Mais e mais, ela se
perguntou...
Pegando seu bloco de notas e caneta, se afastou da sua mesa, empurrando
todos os pensamentos do homem e a maneira como ele a beijou fora de sua
mente. Novamente!
Ela em direção ao escritório.
— Sim, senhor? — perguntou educadamente, caneta sobre seu caderno.
O homem estava recostado na cadeira, os pés apoiados sobre a mesa.
— Onde estamos no projeto Livingston?
Lívia não respondeu por um momento, a necessidade de se acalmar, a fim
de lutar contra as palavras de raiva que brotaram de sua mente a sua
pergunta. Infelizmente, sua pausa pareceu não a ajudar. Ela estava muito
cansada de sua noite sem dormir e não conseguiu conter as palavras.
— Você quer dizer, onde 'eu' estou nesse projeto? Porque eu não me
lembro de você contribuir em nada para o trabalho! — Ela olhou para ele,
desafiando-o a contradizê-la.
Os olhos do homem se arregalaram e ele parou de jogar a bolinha para o
alto.
— Bem, bem, a gatinha tem garras, hein? — Ele riu. — Sim, você está
certa. Você fez a maior parte do trabalho e eu terei certeza que você tenha o
crédito se ganharmos a conta.
Lívia foi surpreendida.
Ele nunca lhe ofereceu o crédito para qualquer um dos trabalhos que
tinha feito no passado. Bem, exceto quando ele perdeu uma conta. Então, ele a
culpava por estragar a apresentação.
— As placas estão acabadas e no departamento de arte — explicou, em
seguida, desfiou um status sobre o resto da apresentação que foi criado para
ser entregue no prazo de três dias. — Mais alguma coisa? — ela perguntou,
lançando seu cabelo atrás das costas.
Ele riu novamente. — Eu não penso assim. — Chris disse, seus olhos se
movendo para cima e para baixo de sua figura no terno preto. — Bom trabalho.
Lívia não respondeu. Ela simplesmente se virou e saiu do seu escritório...
em linha reta, firme, sem respirar.
— Ooooh!
Ela sentiu fortes mãos da agarrando sua cintura.
— Stefan, o que você está fazendo aqui? — perguntou, puxando para trás
para sair de seus braços. Ela puxou o tablet sobre o peito, como se isso
pudesse ser um escudo contra a maneira como ele a fazia se sentir, mas não
funcionou. Ela já estava tremendo. E excitada. E terrivelmente nervosa após o
modo como ele a beijou noite passada.
— Eu estou aqui para levá-la para almoçar — disse ele.
Lívia balançou a cabeça.
— Eu não tenho tempo para o almoço. — Ela passou por ele e correu de
volta para seu cubículo, desejando ter uma sala que pudesse entrar, fechar a
porta e impedi-lo de entrar.
Ela não tinha dormido bem na noite passada, o corpo ainda em chamas
devido a esse homem. E não conseguia conciliar a reação de Stefan à sua
presença, juntamente com sua declaração de que eles não terminaram. Que,
coroada por aquele beijo alucinante, ela era apenas um corpo cansado,
tremendo com luxúria.
— Vá embora — disse ela quando seu corpo enorme entrou no espaço
aberto que constituía uma porta para o seu cubículo.
Não havia privacidade para os peões que trabalhavam na empresa. Talvez
em alguns anos, se ela se impusesse para Chris um pouco mais, ela teria um
escritório. Mas até então, qualquer um, incluindo homens confusos, magníficos
e irritantes, poderia simplesmente entrar em seu espaço de trabalho sem
permissão.
Stefan cruzou os braços musculosos sobre o peito enorme, olhando para
ela. Ele estava se controlando para não bater no chefe dela, devido a maneira
como ele tinha falado com Lívia, mas este era o seu local de trabalho. Ele
estava se esforçando para respeitar o que ela fazia, mas o cara tinha que se
comportar melhor!
— Eu não vou embora e você pausará e sairá para almoçar comigo.
Ela balançou a cabeça.
— Não acontecerá, Stefan. Tenho muito trabalho a fazer.
Ele teve a ousadia de puxar a cadeira de sua mesa, efetivamente
impedindo-a de pressionar as teclas em seu teclado.
— Como você se atreve! — Ela retrucou, apenas para ser presa contra o
gabinete de seu corpo quando ele a tirou de sua cadeira de escritório.
— Atrevendo-me! — ele rosnou, com as mãos na cintura dela. — E se você
quer ter esta discussão aqui, onde todos os seus colegas de trabalho podem
ouvi-la, isso é bom para mim. Mas eu estou supondo que você não quer mais
ninguém para me ouvir exigir... — Ele não poderia terminar essa declaração
porque ela bateu com a mão sobre sua boca.
Ela olhou para ele, furiosa por ter falado com ela dessa maneira.
— Ok! Sairemos para o almoço. Mas tem que ser rápido. Tenho um monte
de trabalho hoje. E supostamente ajudar Chris com uma apresentação esta
tarde.
Stefan não respondeu. Ele observou quando ela agarrou a bolsa de uma
gaveta antes de sair do cubículo. Ele só teve um momento para enfiar a cabeça
no escritório de seu chefe, disse alguma coisa rapidamente, e depois a seguiu
através do labirinto de corredores.
Quando eles estavam na rua, Lívia começou a andar para os Foodtruck,
caminhando para o seu favorito.
— Eu estou comprando o meu almoço — disse ela com firmeza.
Ela nem sequer se preocupou em olhar para trás para ele, enquanto se
dirigia para o caminhão de comida mexicana.
— Completo? — ela perguntou, mal olhando para ele.
Stefan pensou que era bonita, tentando controlá-lo. Ele poderia deixá-la.
Por agora.
— Você pode pedir o que você achar que é bom. Eu não sou um
especialista e parece que você tem experiência com esses alimentos. — Ele
cruzou os braços sobre o peito e olhou para ela com diversão.
Ela olhou para ele por um longo momento, se perdeu em seus olhos
escuros e sua expressão divertida. Quando alguém cutucou, ela percebeu que a
fila tinha andado e era sua vez de pedir.
— Oi linda! — O homem no caminhão gritou assim que a viu. — Você não
vem me ver tem um tempo! Está tentando me evitar?
Lívia se encolheu interiormente, capaz de sentir raiva de Stefan tão logo o
homem mais jovem começou a falar.
— Oi Júlio. Parece que o negócio está crescendo.
— Com certeza! — Ele respondeu com um sorriso enorme. — Então,
quando você me deixará levá-la para jantar? Ou melhor, para minha casa e eu
cozinharei a melhor refeição que você já teve?
— A senhora já experimentou isso — disse Stefan, envolvendo o braço em
volta da cintura de Lívia. O gesto gritou sua posse e mãos de Lívia
instantaneamente subiram a sua, tentando empurrar suas mãos longe. Mas ele
não a deixou mover os braços e Lívia teve que fingir que não a incomodava.
Os olhos de Júlio arregalaram enquanto ele observava o casal, mas ele
entendeu a mensagem alta e clara.
— Claro. O que posso servir para você? — ele perguntou, mais profissional
agora.
— Taco de carnitas de porco e o delicioso creme de milho de vocês. Duas
porções — ela disse a ele. Lívia olhou para Stefan, sacudindo a cabeça. —
Melhor, três.
Júlio gritou a ordem para a pessoa na outra extremidade do caminhão, em
seguida, virou-se para ela e falou o preço. Ele acrescentou uma piscadela no
fim, em seguida olhou para o homem carrancudo.
Antes que Lívia pudesse puxar sua carteira de sua bolsa, Stefan já tinha o
dinheiro e pagou.
— Fique com o troco — disse o homem e cutucou Lívia até a próxima
janela para pegar o pedido.
Ela olhou para ele, furiosa assim que ele a puxou pela cintura. Ela
realmente não entendia o porquê, mas ela foi direta batendo o pé.
— Eu lhe disse que eu estava pagando o almoço. Você pagou o jantar na
noite passada. Eu pago o almoço.
Ele balançou sua cabeça.
— Essa não é a forma como isso funcionará, minha bela — ele disse e
empurrou-a para sua comida que acabara de aparecer na segunda janela.
— Venha comigo — ele disse a ela e agarrou o saco grande.
Lívia observou-o com raiva quando ele atravessou a rua com o seu saco de
comida. Ele nem sequer se preocupou em voltar-se para ter certeza que ela
estava seguindo. Mas seu estômago roncou, naquele momento, e ela realmente
não tinha uma escolha. Ela estava com muita fome e a fila estava agora com
cerca de dez pessoas de modo a ficar para pegar mais uma porção de comida
não era uma opção. Especialmente se ela quisesse voltar a tempo de trabalhar
com Chris, para preparação da apresentação.
Suspirando, ela o seguiu, mas não estava feliz com isso.
— Você está sendo desagradável — ela disse a ele quando se sentou ao
lado dele no banco. Propositadamente, deixou espaço extra entre seus corpos.
Ela estava tocando-o ontem à noite na mesa de jantar e olha onde chegou!
Beijada e sem dormir, pensando no beijo. Querendo outro beijo. Mas com
muito medo de onde aquele beijo poderia levar. Suspirando, não tinha certeza
de quanto tempo ficou pensando.
Ele entregou-lhe um dos tacos e vários guardanapos.
— Acostume-se com isso.
Seu comando a irritava mais.
— Não. De jeito nenhum.
Ele riu. — Eu só terei que descobrir como mantê-la feliz de outras
maneiras — disse ele e mordeu a comida. — Isso é bom — ele disse a ela,
balançando a cabeça gostando da explosão de sabor.
Ela bufou com seus comentários durante um longo momento, mas no
final, o fascínio pelo alimento foi demais para ela. Ela estava com fome e...
frustrada? Oh não, ela não ficaria frustrada porque isso significaria... Não!
Absolutamente não. Lívia olhou para Stefan, preocupada que ele pudesse ler
seus pensamentos.
Incidindo apenas sobre a comida e não a frustração que não era realmente
frustração, porque ela se recusou a ficar desse jeito, ela disse:
— Júlio é um bom chef. Não tanto quanto Mustafa, mas... — Ela encolheu
os ombros e deu uma mordida. A comida picante e quente atingiu seu paladar
e ela suspirou de prazer. Ela não tinha tomado café da manhã, por conta
também do beijo da noite anterior e insônia, então estava faminta.
Eles comeram em silêncio por alguns instantes antes de Stefan falar.
— Ok, comece a explicar!
Lívia sabia exatamente o que ele estava falando, mas ela fingiu estar
confusa.
— Bem, eu acho que ele deixa a carne de porco marinando por cerca de
24horas ...
— Lívia — ele rosnou, interrompendo-a.
Ela virou a cabeça e olhou em seus olhos escuros e irritados.
— O que? Você quer que eu explique a minha vida sexual para você?
— Não. Eu quero que você explique para mim a sua falta de uma vida
sexual.
Ela tinha acabado metade do taco, mas, com a sua pergunta, ela perdeu o
apetite. Dobrou o papel cuidadosamente sobre a refeição, se recostou no banco.
— Não há muito a dizer. Eu não durmo com qualquer um.
— Você tem vinte e cinco anos, Lívia. Certamente você já teve alguma
experiência.
— Sim. Tenho vinte e cinco. Mas eu simplesmente não encontrei um
homem que eu estivesse interessada suficiente para me entregar.
— Até agora.
Ela não respondeu, porque negar seria uma mentira. Ela tinha pensado
nisso. Muito! Toda a noite passada quando deveria estar dormindo, estava se
perguntando como seria fazer amor com Stefan.
— Isso não acontecerá, Stefan.
Ele jogou a embalagem vazia para o caixote do lixo e pegou outro taco.
— Sim. Apenas seguiremos ao seu ritmo.
Ela sorriu, pensando que era doce.
— Meu ritmo?
— Exatamente.
Ela riu.
— Stefan, você não é o tipo de homem que pode levar as coisas devagar.
Especialmente no meu ritmo.
Ele deu de ombros.
— Ok, então não nos tocaremos até que esteja pronta.
Quando ele engoliu o próximo taco e comeu a salada de milho, ela não lhe
permitiria fugir com isso.
— Ei! — E ela roubou o saco de batatas fritas, dando um mergulho no
milho com queijo. — Este é o meu favorito — informou e saboreou a batata.
Eles argumentaram sobre a melhor maneira de fazer salsa por uma boa
parte da próxima hora. Lívia realmente se encontrou rindo, desfrutando da
companhia de Stefan agora que a ameaça de avanços sexuais se foi.
Quando ele a levou de volta para seu escritório, sorriu para ele.
— Obrigada. O almoço foi muito bom.
Ele a puxou para mais perto.
— Eu tenho que sair da cidade por alguns dias. Quer jantar comigo no
sábado à noite?
Ela pensou sobre isso por um longo momento antes de ela balançar a
cabeça.
— Sim. Mas…
— Espere — ele disse a ela. — Eu cozinharei — afirmou. — O almoço foi a
sua vez, o jantar será meu. — Com isso, ele a puxou para mais perto e beijou-a
suavemente, não aprofundando o beijo de qualquer forma. Ainda estava
agarrada a ele, mas ele levantou a cabeça lentamente antes de se afastar.
Lívia observou-o, se perguntando se ela estava cometendo um erro ao
continuar a vê-lo. Ele definitivamente não era o tipo normal de cara que ela
saía. Mas de qualquer forma ela não tinha realmente um tipo... relembrou dos
últimos meses e não conseguia se lembrar de um homem em sua vida. Não há
mais de um ano. E que fora breve, apenas um encontro casual, alguns
encontros com um cara antes que ele parasse de ligar. Ela não conseguia
sequer lembrar do nome dele.
Ela percebeu que nunca tinha namorado.
Mas perderia Stefan ao longo dos próximos dias. Deus, ela tinha acabado
de conhecer o homem e já sentiria falta dele?
Ela estava sendo boba!
Capítulo 3
— Lívia!
Lívia tinha acabado de abrir a porta do apartamento, pensando que um de
seus vizinhos precisava de algo. Por isso, foi um choque ao encontrar seu pai
de pé do outro lado da porta do seu apartamento.
— Papai? O que você está fazendo aqui? Pensei que não soubesse meu
endereço.
Mas ela deu um passo atrás, não sabia o que fazer. Seu pai nunca tinha
vindo visitá-la. Por que estava aqui agora?
— Nós precisamos conversar — disse ele e abriu caminho por ela.
Lívia estava assustada o suficiente, por isso ela o deixou entrar em seu
santuário privado, não tinha certeza do que mais fazer.
Lívia não gostou do jeito que ele estava assumindo o controle de seu
apartamento. Apoiando-se contra a porta, ela olhou para o homem que fora
abusivo e negligente por toda a sua vida.
— O que você quer falar? — perguntou, não tinha certeza se realmente se
importava.
— Você se casará com Stefan Kozlov.
Lívia piscou. — Eu..., como assim?
Sua voz ficou mais baixa.
— Você fará o que for preciso para obter uma proposta dele. Ele será meu
genro e você fará isso acontecer.
Lívia sentiu mal do estômago.
— Você tem uma proposta de negócio para ele?
Seu pai realmente esfregou as mãos com alegria avarenta.
— Eu tenho muitas propostas de negócios para o homem. Você não tem
ideia das portas que Kozlov poderia abrir para mim e eu obterei cada uma
delas!
Lívia tentou muito não zombar. Não queria provocar seu pai, mas também
não queria que ele pensasse que ela cairia em todos os seus planos maníacos.
— Você está louco se você acha que pode manipular Stefan. Ele não é esse
tipo de homem.
Seu pai deu de ombros.
— Você faça a sua parte e deixe que me preocupo com o resto.
Ele estava caminhando para fora do apartamento e ela abriu a porta para
ele. Quando estava a salvo do outro lado da porta, ela disse:
— Pai, você não entende nada sobre Stefan. Se eu casar com ele, então
não há nenhuma maneira que ele fará negócios com você. Ele já me disse isso.
Seu pai sacudiu a cabeça.
— Você é apenas uma menina, Lívia. Não sabe como o mundo dos
negócios funciona. Você se atenha apenas aos seus desenhos bonitos e deixe os
meninos grandes com seus jogos de negócios.
Quando ele estava na escada, ela o chamou.
— Eu o avisarei sobre você — ela disse a seu pai e foi recompensada com o
rosto demonstrando de raiva. — Vou lhe dizer que você é uma má pessoa.
Stefan é bom e gentil. Ele não terá nada a ver com um bandido como você.
Lívia bateu a porta apenas momentos antes de ele começar a subir a
escada, fúria e vingança em seus olhos. Ela não se importou. Isso lhe deu um
sensação maravilhosa!
Claro, apenas dizendo as palavras a fazia se sentir bem, mas agora ela
tinha que realizar sua ameaça.
Ela deveria proteger Stefan mantê-lo longe por mais tempo? Deus, a dor
em seu peito com essa ideia a fez mal. Ela não conseguiria parar de ver Stefan.
Mas ela poderia fazer o seu melhor para protegê-lo, pensou.
Capítulo 4
Três semanas mais tarde, quando ela jogou a bolsa na gaveta da mesa e
ligou seu computador, Lívia sabia que era além de tola. Ela sabia que Stefan
saiu da cidade em outra viagem de negócios, mas após as últimas semanas, os
jantares e as conversas, os beijos dele e do jeito que ele a tocou... já sentia
como se seu mundo fosse cinza e chato apenas porque não o veria esta noite.
Como ele tinha feito isso com ela? Ele teve que sair da cidade novamente e
cada vez que ele saía, sentia-se mais do que um pouco desolada, sabendo que
não o veria naquela noite.
— Lívia, traga uma xícara de café — Chris gritou.
Lívia pensou sobre isso por um longo momento. Chris nunca tinha lhe
pedido café antes, nem tinha pedido para ela ir à lavanderia ou abastecer seu
carro, os quais ele também lhe pediu ontem. E que ela tinha respondido que
ela era sua assistente de negócios, não sua assistente pessoal.
Na época, ela simplesmente saiu de seu escritório depois de lhe dizer que
não, mas algo não estava certo.
Andando em seu escritório, ela olhou para sua expressão presunçosa.
— O que está acontecendo? — perguntou com irritação.
Chris jogou a bola irritante no ar e pegou-a novamente antes de se
preocupar em olhar para ela.
— Não sei o que quer dizer. Só preciso de uma xícara de café.
Lívia balançou a cabeça. — Você nunca se atreveu a me pedir algo assim
ou seus outros pedidos pessoais, os quais está jogando o meu caminho ao
longo dos últimos dias. Então, o que mudou?
Chris riu. — Acho que estou apenas impressionado que alguém como você
poderia marcar um cara como Stefan Kozlov.
Isso soou ofensivo e teve sua volta.
— O que quer dizer 'alguém como eu'? — ela perguntou.
Ele empurrou seus pés fora da mesa e virou-se para encará-la totalmente.
— Você sabe. Você é uma tarefa simples. Estou simplesmente empurrando
para ver até onde posso ir.
Lívia apenas olhou para o homem horrível por um longo momento antes de
sair do seu escritório.
Ela precisava de um novo emprego, ela pensou quando se sentou em seu
computador. O homem era horrível! O que era pior, ele não havia lhe dado o
crédito prometido da última apresentação de marketing, mesmo que o cliente
tenha assinado para os serviços.
Ela fizera a apresentação, respondeu a todas as perguntas, acompanhou
todas as suas alterações, trabalhando até tarde e chegando cedo, fazendo todo
o trabalho, enquanto Chris se sentava em sua cadeira, olhando presunçoso e
irritante.
Sim, era tempo para encontrar um novo emprego. Ela não poderia
trabalhar para Chris por mais tempo. Lívia sabia que não podia dizer nada
para Stefan até que ela tivesse um novo emprego. Não tinha ideia do que Stefan
poderia fazer, mas Lívia suspeitava que não iria gostar. Ele tinha uma
tendência a ser arrogante. Era doce, de uma forma.
Ele também a fez mais determinada a mantê-lo a salvo de seu pai. Como é
que faria isso, ela não tinha ideia. Mas seu pai era mal e Stefan não poderia
lidar com esse tipo de ameaça.
Mais tarde, era quase hora de ela sair e estava ansiosa para ver Stefan
naquela noite. Ainda estava tentando descobrir o que fazer com sua carreira
quando entrou na cozinha para pegar outra xícara de chá. Estava ansiosa para
estar com Stefan e pedir seu conselho. Ou talvez não devesse. Ficou com raiva
cada vez que lhe falou sobre seu trabalho. Ele continuou dizendo-lhe para sair
e vir trabalhar para ele, o que não era uma boa resposta.
Ela tinha acabado de lavar sua xícara quando sentiu alguém por atrás
dela. Virando-se, ela encontrou Chris a menos de um passo dela.
— O que você está fazendo? — perguntou Lívia, atônita por ele invadir seu
espaço pessoal.
Chris apenas riu suavemente e se aproximou. — Eu acho que isso, a sua
nova versão é muito sexy. — Sua mão se aproximou e tocou seu rosto.
Lívia empurrou para trás, não gostando da maneira como ele a estava
tocando.
— Chris, fique longe de mim. Agora!
Seu sorriso se alargou. — Porra, você é linda quando está bravinha. Vou
fazê-la um pouco mais. — Sua mão se aproximou e deslizou ao longo de seu
pescoço.
Lívia bateu na mão dele apenas uma fração de segundo antes que pudesse
deslizar sobre seu peito.
— Me largue! — Ela retrucou e mudou-se para a esquerda, para que ela
pudesse passar por ele.
Era tarde, ela estava cansada e tudo que ela queria era sair daqui e ver
Stefan. Ele viria buscá-la em vinte minutos e levá-la para jantar.
Chris não estava escutando.
— Eu não penso assim. — Seus olhos se moveram mais baixo, tentando
espreitar por baixo da camisa de seda que ela usava. — O que está por baixo
dessa roupa social que tem atraído o interesse de um homem como Kozlov? —
perguntou.
— Algo que você nunca verá — ela murmurou e moveu-se em torno do
homem. Ela enfiou o leite de volta na geladeira e virou-se para sair. Ela não
esperaria mesmo por Stefan buscá-la aqui no escritório. Ela sairia para a rua e
esperaria lá, apenas um novo local. Estava chovendo, mas não se importava.
Melhor ser molhada do que atacada.
Infelizmente, Chris pensou que suas evasivas era um jogo e seu sorriso se
alargou repugnantemente. Seus braços vieram e a bloquearam em ambos os
lados da geladeira, imobilizando-a contra o aparelho pesado.
Lívia olhou para o homem que era apenas algumas polegadas mais alto
que ela.
— Deixe-me ir, Chris. Você não quer fazer isso. — Ele poderia ser mais
alto, mas ele não era mais forte e ela sabia o que poderia ter que fazer.
Ele sorriu de novo, fazendo-a pele arrepiar. — Oh, acho que eu quero.
Ela balançou a cabeça, tentando avisá-lo. — Você realmente não quer.
Sua mão desceu e tocou seu ombro. — Que tal se nós descobrirmos o que
é tão especial sobre você? Você sempre se pareceu como um rato, mas suspeito
que haja um tigre por baixo.
Ela bateu a mão dele e apertou contra seus ombros, tentando abrir espaço
para que ela pudesse sair da cozinha e longe dele.
— Chris, isso é ridículo. Eu não estou jogando.
— O que está acontecendo? — perguntou uma voz feminina.
Lívia olhou para a mulher, os olhos implorando por ajuda.
Chris estava tendo nada disso.
— Saia daqui Ellen. Isso não é da sua conta. — O homem nem sequer
olhou para longe, tão confiante que ele estava no comando e suas ordens
seriam seguidas.
Lívia olhou de volta para Chris.
— Eu te machucarei se você não me deixar ir, Chris. Estou avisando.
Ellen se aproximou. — Chris, o que você está fazendo?
Chris virou-se ligeiramente para a mulher.
— Saia! — ele gritou. Mas não mexeu os braços, mantendo Lívia presa
entre eles.
Ellen saltou para trás, assustada com o grito. Ela olhou entre seu
supervisor e Lívia, não tinha certeza do que fazer. Mas saiu da cozinha
rapidamente, quase se encolhendo.
Lívia observou a outra mulher sair e estava furiosa. Ela ficou mais uma
vez a sós com um homem que estava tentando atacá-la!
— Sai fora!
Chris riu, um som maléfico antes que ele puxasse sua camisa.
— Eu não penso assim! — E um som estridente atravessou o ar.
Lívia não podia acreditar que aquilo estava acontecendo! Ela veio para
tomar alguma coisa, apenas para ter mais energia para encontrar Stefan esta
noite. Mas aqui estava ela, com seu sutiã exposto e a blusa rasgada. Esta era
uma camisa linda. Estava animada para Stefan vê-la esta noite!
Ela olhou para a manga rasgada por cerca de um segundo antes de ter
finalmente uma reação. Quando seus olhos se moveram da manga rasgada de
volta para Chris, ela mal conseguiu controlar sua reação. Com uma leve, mas
rápida joelhada acertou as bolas de Chris.
Em câmera lenta, ela viu a expressão atordoada, viu sumir suas
características previamente confiantes. E depois, lentamente, ele caiu no chão,
com o rosto levemente arroxeado com suas mãos cobrindo seus testículos.
— Ela está aqui! — Ellen gritou, muito furioso Stefan para a cozinha.
Stefan olhou para a cena, entendendo tudo rapidamente, blusa rasgada de
Lívia e o homem se contorcendo no chão era tudo o que precisava ver.
Levantando Chris por sua camisa, ele bateu o homem nos armários.
— Você se atreveu a tocar na minha mulher?! — perguntou, sua voz quase
um sussurro. — Você tem alguma ideia de que tipo de perigo você está em
neste momento?
Ellen tinha se aproximado de Lívia, segurando-lhe o braço e certificando-
se de que ela estava bem.
— Obrigada! — Lívia disse a outra mulher. — Quando você foi embora, eu
não tinha certeza do que Chris faria.
Ellen olhou para a manga de Lívia.
— Eu tinha certeza que ele faria algo — ela veio de volta. — Eu estava no
meio de discar para a polícia quando seu namorado entrou na área do átrio.
Fiquei feliz que ele estava aqui. O cara cuidará de Chris desta vez.
Stefan ouviu o comentário e olhou para a mulher loira.
— Você está dizendo que ele fez isso com outras mulheres? — perguntou.
Ellen assentiu. — Ele meio que tem uma péssima reputação — ela
explicou.
Stefan torceu o punho ligeiramente, apertando o pescoço do homem.
— Chame a polícia agora! — instruiu.
Ellen imediatamente começou a discar e Lívia sentiu-se ainda pior.
— Não podemos sair daqui? — ela perguntou, preocupada com o tumulto
que isso causaria.
— Absolutamente não — Ellen respondeu, levantando o telefone celular no
ouvido. — Esse homem tem atormentado muitas mulheres!
Lívia sabia que a outra mulher estava certa. Ela devia reportar o incidente
à polícia e Chris deveria ser preso. Mas isso significava que todos saberiam o
que tinha acontecido aqui. E isso também levaria mais tempo para ela ficar
sozinha com Stefan.
Mas as sirenes à distância lhe disseram que a ligação já foi feita.
Durante a hora seguinte, ela contou sua história para vários policiais
diferentes, os quais lhe pediram para repeti-la e as mesmas perguntas de
maneiras diferentes. Eles tiraram fotos de sua manga e declarações de Ellen e
Stefan, que não tinha visto nada, mas ele estava mais do que disposto a dizer-
lhes o que tinha visto quando ele entrou na cozinha.
— São para alguém? — perguntou um policial, levantando um buquê de
rosas vermelhas bagunçado que, anteriormente, parecia ser lindo.
Stefan olhou para o buquê e levou-os em suas mãos.
— Eram para você — disse a Lívia, os dedos subindo para acariciar sua
bochecha suavemente. — Mas eu te darei outro.
Lívia balançou a cabeça, sentindo-se um pedaço de ternura inchar dentro
dela.
— Você é um homem muito gentil — ela disse a ele e levantou na ponta
dos pés para beijá-lo.
Stefan estava atordoado quando ela o beijou. Foi a primeira vez que ela
iniciou qualquer tipo de intimidade com ele. Oh, ela estava mais do que feliz
quando ele a beijou ou, ultimamente, quando a tocava. Mas ela nunca se
aproximou e beijou-o primeiro.
Ele passou os braços em volta da cintura e puxou-a para mais perto,
aprofundando o beijo, precisando de um contato mais próximo e querendo a
garantia de que o bastardo que estava sendo algemado e acusado de agressão
não a tinha machucado.
— Você está bem? — ele questionou enquanto suas mãos se moviam sobre
seu corpo, assegurando-se de que ela não estava ferida.
— Estou bem — ela respondeu, envolvendo os braços ao redor da cintura e
colocando sua bochecha contra seu peito. — Obrigada por estar aqui.
Ele suspirou e segurou-a firmemente.
— Estou te tirando daqui. E você não voltará.
Ela riu. — Não até amanhã de manhã. Eu ainda tenho que trabalhar.
Stefan não discutiu com ela, mas ele não permitiria que Lívia voltasse a
este lugar.
— Vamos. A polícia já fez seu trabalho aqui. — Ele tinha um plano para a
noite e era hora de colocar esse plano em prática.
Ele pegou sua mão e a levou para fora do escritório, dando-lhe tempo
apenas o suficiente para pegar a bolsa.
Já era tarde quando a levou para seu prédio e se perguntou por que ele
parecia tão furioso agora, quando, anteriormente com a polícia, ele fora frio e
calmo, indicando os fatos e o que tinha visto, discutindo outros incidentes que
ele ouviu falar que a polícia deveria investigar também.
— O que há de errado? — perguntou ela ao vê-lo andar de um lado a outro
do sofá.
Stefan esfregou a parte de trás do seu pescoço e olhou para ela. O que
estava errado? Ele estava furioso! Esta mulher era uma das mais evasivas que
já tinha conhecido. Queria fazer amor com ela, mas não poderia fazê-lo. Ele
tinha um plano e... caramba! Ela era sua mulher e queria o direito de protegê-
la! Esta noite nunca deveria ter acontecido e ele estava lívido porque não tinha
o direito de acabar com aquele homem.
Ainda!
Ele enfiou as mãos nos bolsos e seus dedos sentiram o anel que ele
comprou ontem. Com a memória de que finalmente decidiu resolver este
problema que tinha tido durante a semana passada, a tensão deixou seus
ombros.
Lívia ficou tensa quando o olhar estranho encontrou em seus olhos. Ela
tinha visto aquele olhar várias vezes ao longo dos últimos dias, quando eles
jantaram em restaurantes ou quando ele a apresentou a conhecidos.
— O que acabou de acontecer?
Stefan sorriu e sentou-se na mesa de café na frente dela.
— Nós nos casaremos — disse ele.
Os olhos de Lívia se arregalaram e, por um momento de parar o coração,
ela sentiu como se o sol tivesse saído e todos os seus sonhos se tornaram
realidade. Tais palavras simples e ainda, tão poderosas!
Mas então ela pensou sobre isso, sobre a noite e tudo o que tinha
acontecido mais cedo. Ele realmente não queria se casar com ela, pensou. Ele
só se sentiu culpado por não estar perto o suficiente para protegê-la de Chris.
Sorrindo suavemente, ela tirou as mãos e fechou os dedos em torno dos
dele, mais uma vez, no temor de quão forte era ele, além de maravilhoso,
amável e generoso.
— Você não precisa se casar comigo — ela falou. — Eu sei que pareço uma
bagunça agora, mas... — ela prendeu a respiração por um longo momento,
então se levantou e começou a desabotoar a blusa com os dedos trêmulos. Ela
estava mais do que pronta para seguir com seu plano, querendo este homem
gentil com todo seu coração.
Stefan olhou por um longo momento, com os olhos paralisados em seus
dedos que estavam desabotoando lentamente a seda rasgada de sua blusa.
— O que você está fazendo? — ele perguntou. Levantando-se, ele agarrou
seus dedos, impedindo-a de se despir. Ele estava louco?
Não, Stefan não estava maluco. Ele poderia ficar se não conseguir essa
mulher em sua cama rapidamente, mas ele não estava louco. Ainda não.
Mas um sentimento há muito adormecido de decoro o alcançou-o naquele
momento e ele sabia o que queria. Queria tudo dela. Não apenas uma noite
aqui e ali. E não apenas a promessa de finalmente fazer amor com esta beleza
incrível na frente dele, olhando para ela com cautela, e era tão linda. Ele queria
esta mulher. Tudo o que ela quisesse e estivesse disposta a lhe dar.
Lívia olhou para ele, surpresa que ele a impediu de desabotoar a blusa.
Será que interpretou mal seus avanços ao longo das últimas semanas? Ela
tinha perdido completamente a noção? Ou tinha mudado tão drasticamente
desde a última vez que o viu e ele não a queria?
— Você não me quer? — ela perguntou, suas mãos congelando e ele
imediatamente viu a expressão de dor no seu rosto tão bonito.
Ele suspirou e tomou suas mãos longe do tecido. Foi uma das coisas mais
difíceis que ele já tinha feito, puxar os dedos suaves longe desses botões.
— Eu quero que se case comigo, Lívia. Não quero apenas uma noite. Eu
quero você. Para sempre.
Uau! Todo poder feminino desapareceu quando o medo sorrateiro a
alcançou outra vez. Uma coisa era ele pensar que ela era bonita. O instante
seguinte, sobre todos esses olhares aquecidos, era uma questão totalmente
diferente.
Lívia se afastou, não tendo certeza do por que ele diria algo assim.
Erguendo a mão, colocou-a cuidadosamente no meio do peito. Suas palavras
suavizaram a dor causada por sua rejeição e fez seu coração bater ainda mais
rápido. Por tudo o que ele era e o que significava para ela.
— Stefan, o que aconteceu mais cedo... não foi sua culpa. Você não tem
que corrigir isso com uma proposta de casamento.
Stefan riu, balançando a cabeça. A mulher não acreditava nele! Incrível! A
única mulher que ele já tinha proposto e ela disse não. Assim, muitas
mulheres já haviam tentado e não conseguiram levá-lo a propor e esta disse
não!
Ele enfiou a mão no bolso e tirou o anel que ele tinha guardado.
— O desejo de me casar com você não tem nada a ver com aquele bastardo
e tudo a ver com querer você como minha esposa, Lívia.
Ele levantou a mão de seu peito e olhou em seus olhos.
— Eu comprei esse anel ontem, Lívia. Esta não é uma decisão de momento
com base no que aconteceu em seu escritório. Eu quero casar com você. Desejo
você na minha vida.
Lívia olhou fixamente em seus olhos, em seguida, para o anel. Era lindo,
pensou. O solitário de diamante era surpreendentemente lindo e brilhou nas
luzes do teto.
— Eu te amo — ela suspirou. Olhando para ele, ela sorriu e a felicidade
que ela estava sentindo durante todo o dia, toda a noite, despertou para a vida,
crescendo quando ela percebeu que ele a amava!
— Você realmente quer se casar comigo? Esta não é uma reação ao Chris?
Seu rosto mudou para uma careta e ele emitiu uma espécie de grunhido a
essa possibilidade.
— Absolutamente não. Aquele homem não tem nada a ver com isso. Tem
tudo a ver com a minha necessidade de tê-la em meus braços todas as noites e
acordar com você pela manhã. Para ver você sorrir quando você passar pela
porta.
Lívia pensou que poderia explodir com a felicidade que estava brilhando ao
seu redor.
— Sim! — ela respondeu. Uma fração de segundo depois, ela foi levantada
em seus braços, sentiu como se estivesse sendo esmagada e não se importou
quando ele levantou-a em seus braços.
Quando ele a colocou em seus pés novamente, ela riu.
— Então você fará amor comigo agora? — perguntou, prendendo a
respiração, porque queria este homem tão desesperadamente.
Ele estava alimentando as chamas cada vez mais desde que o conheceu e
agora queria saber que grande negócio era isso tudo.
Stefan não podia acreditar que ele estava dizendo isso. Depois de semanas
querendo esta mulher em sua cama, ele estava negando.
— Absolutamente não — ele disse, gemendo enquanto a abraçava contra
seu corpo. Ela era tão suave, tão perfeita e ele estava sofrendo fisicamente
apenas dizendo as palavras de negação. Mas por dentro, sabia que isso estava
certo. Eles teriam que esperar. Ele queria fazer isso direito.
Lívia congelou, não tinha certeza se tinha ouvido corretamente.
— Não? Por que não? — perguntou ela, sentindo a dureza contra seu
ventre. Ela sabia o que isso significava e era exatamente o que ambos queriam.
Ele balançou a cabeça e firmemente colocou um espaço entre eles, incapaz
de lidar com sua suavidade contra ele por mais tempo.
— De jeito nenhum. Esperaremos até a nossa noite de núpcias — ele disse
e se inclinou para beijá-la.
Ela olhou para ele por um longo momento.
Esperar? Até a noite de núpcias?
Lívia pensou nisso, tentando entender.
Ele queria esperar? Não, homens normalmente querem... Suas palavras
eram a coisa mais romântica que já tinha ouvido. Ele esperaria?
Ele a beijou, lenta e cuidadosamente e Lívia levantou os braços,
envolvendo-os em torno de seu pescoço.
— Por quê? — ela perguntou em voz baixa, sentindo uma sensação de
maravilha que este homem tinha entrado em sua vida.
— Porque você merece o melhor — disse a ela.
Ele rosnou.
— E será um período muito curto de noivado. Duas semanas. No máximo!
— Ele declarou.
Lívia só poderia rir de todo o coração.
Capítulo 5
Durante as próximas duas semanas, Lívia pensou que estava flutuando
nas nuvens. Se seus pés realmente tocaram o chão, ela não esteve ciente disso.
Felizmente ela flutuou de um recado para o outro, tentando organizar seu
casamento o mais rápido possível.
Stefan lhe tinha dado um enorme orçamento, com a única condição de que
a data não fosse superior a duas semanas. Fora isso, ele não se importava com
o que acontecesse.
Oh, e ele disse-lhe para se demitir de seu emprego, com efeito imediato.
Ela recusou-se inicialmente, mas ele simplesmente puxou-a em seus braços e
beijou-a até que ela não resistiu. E parecia ser o fim do argumento.
Lívia só aceitou, porque sabia que organizar um casamento em duas
semanas demandaria dedicação exclusiva devido ao volume de tarefas.
Assim ela se demitiu, mas começou a procurar um novo emprego,
submeteu seu currículo para posições potenciais, mas com a condição de que
não poderia começar até depois de sua lua de mel. Sentiu-se com poderes
maiores cada vez que apresentou o currículo para uma vaga.
Stefan era um homem maravilhoso, mas um pouquinho dominador e ela
não queria deixá-lo assumir o controle de todas as suas decisões. Ter um
emprego daria a ela... ela pensou sobre a situação de sua mãe e... sim, ter um
emprego lhe daria independência. Ela tinha que ter opções! Stefan pode não
entender, mas não havia nenhuma maneira de ela ser completamente
dependente de um homem. Assistiu a vida da mãe se deteriorar ao longo dos
anos e não se colocaria nesse mesmo tipo de situação.
Além disso, gostava de trabalhar. De pensar e ser criativa. Assim, um
trabalho era uma necessidade para o seu bem-estar mental. Stefan entenderia
isso. Ele trabalhava mesmo que não precisasse. E ele gostava da estimulação
mental de vencer no mundo dos negócios.
Outro passatempo que ele parecia estar gostando era torturá-la! Toda
noite, ele a pegava em seus braços e a beijava até que ela estivesse com joelhos
bambas. E todas as noites, ela puxava suas mãos mais perto de seus seios,
querendo sentir os dedos tocando-a de uma forma tão íntima.
Mas sua única resposta a seus esforços era um gemido ou um sorriso
suave quando ele puxava suas mãos longe. Ele as mantinha firmemente em
suas costas ou cintura. Quando eles começaram a namorar, ele tentou tocar
seus seios e ela agora se repreende mais e mais por pará-lo.
Uma noite, cerca de uma semana faltando para o casamento, ela
praticamente rosnou em frustração quando ele não a tocava do jeito que
queria.
— Por quê?! — ela exigiu, levantando-se de seu colo, onde ele puxou após
mais um jantar delicioso que sua governanta havia preparado.
— Por quê o que, amor? — perguntou Stefan. Mas ele sabia! E ele sorriu
quando ela olhou para ele.
Lívia olhou para a evidência óbvia de sua excitação, corando quando seus
olhos se mudaram de volta para o seu.
— Por que você não pode pelo menos me tocar?
Stefan estendeu-lhe a mão, rindo baixinho quando ela puxou a mão fora
de seu alcance.
— Porque nós estamos esperando até a nossa noite de núpcias antes de
irmos adiante, amor.
Lívia queria gritar.
— Bem, então você não pode me beijar mais. Não até que você esteja
disposto a... — ela inadvertidamente soltou um grito quando ele estendeu a
mão e agarrou a mão dela, puxando-a de forma muito eficaz de volta em seus
braços. Mas ela já não estava sentada no colo dele neste momento. Em vez
disso, ela estava de costas com os ombros enormes de Stefan bloqueando a luz.
— Nós não vamos mais longe, amor. Não até depois do casamento. — E ele
beijou seu pescoço, mordiscou sua orelha.
Lívia estava pronta para gritar enquanto seu corpo se arqueou contra o
dele. Ela apertou-se contra ele, tentando desesperadamente durar para aliviar
essa dor que pulsava dentro dela.
— Por favor, Stefan! — Ela engasgou quando sua língua mordiscou contra
seu pulso.
Ela retirou a mão quando ele fez a mesma coisa com seu dedo, sentindo as
sensações eróticas todo o caminho para aquele lugar secreto em seu corpo.
Stefan olhou para a mulher se contorcendo debaixo dele e sabia que ele
devia parar. Seu corpo estava em um estado quase constante de excitação,
antecipando sua noite de núpcias.
Mas ele tinha um plano. Ele o cumpriria mesmo que isso o matasse. Ele
nunca tinha conhecido uma mulher como Lívia antes. Todas as suas
antiquadas noções sobre casamento e virgindade da mulher estavam girando
em torno de sua mente, mantendo a libido em cheque.
— Vamos esperar, Lívia.
Ela apertou seu braço, mas não com força suficiente para fazer outra coisa
senão fazê-lo rir.
— Há coisas que podemos fazer que não seja sexo! — ela resmungou,
passando as mãos ao longo de seus braços, deleitando-se com os músculos
debaixo de seus dedos.
Stefan assistiu a varredura surgir um rubor encantador em toda a sua
pele bonita.
— Sim. E nós faremos todas elas. — Ele fez uma pausa, o corpo dolorido
quando seus olhos se arregalaram com esperança. — Após o casamento — ele
disse a ela com firmeza.
Lívia gritou, mas saiu mais como um suspiro quando Stefan aproveitou a
oportunidade para acariciar seu pescoço novamente. Ela tentou empurrar
contra seus ombros, mas o homem era muito grande.
— Stefan! Chega! Por favor! — ela implorou. — A não ser que você termine.
Ele a ignorou mendicância, mas gostou do som.
— Depois que eu tiver o meu anel em seu dedo — ele disse a ela sem
piedade.
— Bem! Então eu não virei mais jantar com você. Tudo o que fazemos é
comer alimentos deliciosos e depois você me deixa louca e eu não aguento
mais!
Stefan não permitiria isso.
— Você ficará aqui — ele disse a ela enquanto movia os lábios em seu
ombro, encontrando ainda outro ponto sensível em seu corpo. Ele ficou
encantado ao descobrir que sua futura esposa era composta de um padrão de
zonas erógenas.
— Pedirei para a cozinheira fazer macarrão amanhã!
Lívia gemeu. Ela adorava massas! Não importava o molho, ela amava
massas. Algumas pessoas preferiram arroz ou batatas. Ela adorava massas!
— Eu não estarei aqui. Estou ficando gorda e meu vestido de casamento
não caberá se continuarmos neste ritmo.
Sua boca se moveu para baixo para o ligeiro V da blusa.
— Compre outro vestido — disse a ela, sem preocupação.
As mãos de Lívia pegaram seu rosto, tentando levantar a cabeça fora de
sua pele.
— Eu não posso comprar outro vestido, Stefan.
Ele tomou suas mãos e as puxando por cima da cabeça.
— Sim, você pode. Você não gastou uma fração do que eu te dei para o
casamento, Lívia.
E a sua parte inferior do corpo pressionado contra a dela, forçando seus
olhos fecharem com a pressão contra seu calor centrando toda a sua mente
para esse sentimento. Ela ainda levantou os quadris, querendo aumentar a
pressão, mas Stefan riu, sabendo exatamente o que estava fazendo.
— Não, Lívia. Nós não faremos o que você quer. Não até depois do
casamento.
Lívia discutiria com ele, mas antes que as palavras pudessem até mesmo
deixar seus lábios, ele estava sentado no sofá, mais uma vez, com ela
recatadamente sentada ao lado dele.
— Eu não posso acreditar que você está fazendo isso Stefan. Você está
sendo ridículo.
Ela pensou em apenas levantar-se e tirar as roupas, mas não era assim
tão valente. Embora tivesse que admitir que seu desespero era maior que sua
timidez.
— Venha, eu te levarei para casa.
Ele levantou-se e puxou-a com ele, agarrando seu braço em volta da
cintura, ela teve um pouco de dificuldade em ficar em pé sobre as pernas
bambas.
— Você é uma provocação, Stefan — ela murmurou enquanto pegava sua
bolsa e caminhava com ele.
Quando ele a acompanhou até a porta do apartamento, ela tentou mais
uma vez levá-lo a entrar. Mas ele foi preparado para seus esforços e nem
sequer puxou-a em seus braços para beijá-la desejando boa noite. Em vez
disso, ele apoiou as mãos em cada lado do batente da porta e baixou a cabeça,
frustrando seus esforços.
— Boa noite, Amor. Durma bem.
Ela olhou para ele.
— Eu não vou! Não durmo bem desde a primeira noite em que te conheci e
apenas piora!
Mas ela não esperou por uma resposta. Em vez disso, ela pisou em seu
apartamento e bateu a porta. Uma vez dentro, ela gritou sua frustração apenas
para ouvir sua risada enquanto ele se afastava. O homem era diabólico!
Capítulo 6
Ao final das duas semanas, ela ficou na frente do espelho na pequena
igreja, a mãe suspirando feliz ao lado dela quando ela olhou para seu reflexo no
espelho.
Escolheu um vestido branco simples, mas elegante, com camadas de
tecido que flutuavam em torno de suas panturrilhas. Sem véu e apenas uma
gargantilha de pérolas com brincos de pérola para adorno.
As joias simples faziam seu anel de noivado se destacar ainda mais e ela
amou olhando para o anel e pensando em quão doce e pensativo ele fora
naquela noite.
— Você está linda — disse a mãe, apertando os ombros delicadamente.
O sorriso de Lívia iluminou.
— Eu não posso acreditar que hoje está finalmente acontecendo.
O sorriso de sua mãe virou em causa.
— Lívia, você está... — ela hesitou, tropeçando nas palavras. — Você tem
certeza sobre ele? Tem certeza que ele não vai ...?
Lívia estendeu a mão e pegou a de sua mãe onde ela descansou em seu
ombro.
— Stefan nunca me machucaria, mãe. — Lívia empurrou rumores
ridículos de seu pai de sua mente. Stefan era doce e suave, nada como seu pai.
Ela olhou para as características cansadas da mulher que tinha sofrido
tanto.
— Que traz outra questão. Eu estava esperando que, após o casamento,
talvez você pudesse vir morar comigo e Stefan?
Ela viu os olhos da mãe, viu a esperança em seus olhos.
— Sim mãe. Stefan poderia protegê-la. Eu sei a razão principal que você
nunca deixou meu pai, era porque você estava com muito medo de que ele
fosse encontrá-la e feri-la ainda mais do que já teve de suportar ao longo dos
anos. Ou o pai poderia até afastá-la de mim. Mas com Stefan, ele poderá ajudá-
la. Poderia protegê-la da ira do meu pai. Stefan comprou uma bela casa. É
enorme e maravilhosa e há muito espaço se você quiser vir morar conosco. Há
até um pequeno apartamento em cima da garagem, se você não quiser viver na
casa principal com a gente. Mas toda a área é protegida por sua equipe de
segurança.
Ela olhou profundamente nos olhos de sua mãe.
— Papai não poderia te machucar de novo — ela disse com esperança de
que sua mãe pudesse finalmente encontrar uma maneira de escapar do inferno
de seu casamento.
Lívia sabia que sua mãe ficou tentada. Era um mundo assustador, sair de
algo que era muito errado e esperar que houvesse uma luz para escapar.
Mas, em seguida, a luz morreu nos olhos de sua mãe.
Lívia falou antes que sua mãe pudesse dizer não.
— Basta pensar nisso, ok? — ela implorou. — Deixe que seja o meu
presente de casamento. Basta pensar sobre a ideia.
Sua mãe abriu a boca para responder, mas no final, ela simplesmente
fechou a boca e sorriu.
— Qualquer coisa para você no dia do casamento, querida — ela disse e
beijou a bochecha de sua filha.
Seu pai entrou na sala.
— Você está pronta para se casar com esse cara? — Ele se entusiasmou.
— Eu estou pronto para andar até o altar e entregar a minha menina! — Ele
riu como se ele tivesse acabado de fazer uma piada hilariante.
Lívia pegou o buquê de rosas e ajeitou o vestido.
— Você não me levará para o altar — ela disse de forma sucinta. — Eu sou
dona da minha própria vida e eu posso caminhar para o meu futuro marido
sozinha.
Ela pensou em contar que ele era um ser humano tão horrível, mas ela
não queria que qualquer negatividade estragasse o dia do casamento.
O homem olhou para ela por um longo momento, completamente pasmo
com declaração ultrajante de sua filha.
— Mas…
Lívia simplesmente o ignorou e saiu da sala.
— Vá se sentar, pai.
Um momento depois, ela se afastou, movendo-se para a parte de trás da
igreja. Ela não se importava se seu pai estaria lá para vê-la se casar ou não.
E, na verdade, ela preferiria que ele não estivesse. Seria maravilhoso se ele
deixasse o edifício, permitindo que sua mãe ficasse sozinha. Seu pai era o
pessimista e ela não queria ouvir suas mentiras novamente.
Em pé na parte de trás, ela olhou para a pequena multidão de pessoas e
respirou fundo. Quando a música mudou, ela sentiu o coração bater mais
rápido e ela entrou na igreja.
As próximas horas foram como um sonho tornando-se realidade.
Enquanto caminhava pelo corredor em direção a Stefan, seu coração se encheu
com o amor que sentia por ele. Não, ela não sabia tudo sobre ele. E não, ela
não podia prever o que poderia acontecer amanhã ou no próximo mês. Tudo
que ela sabia era que com este homem ela se sentia animada e assustada. Ele
era amável e gentil, e absolutamente nada parecido com o seu pai.
Com o canto do olho, ela viu seu pai em pé contra a parede, com uma
bebida e olhando como se quisesse perturbar o processo.
Mas ela também viu um dos guarda-costas de Stefan de pé apenas alguns
passos de distância e ela queria rir, encantada com a forma como Stefan tinha
antecipado reações em potencial de seu pai e contornado quaisquer ações.
Seu homem foi brilhante e ele seria seu marido! Era tudo tão excitante e
emocionante e... bem, ela o amava!
Um tremor de consciência passou por ela quando ele pegou sua mão.
Encarando-o quando o celebrante começou a falar, ela não conseguia tirar o
sorriso delirantemente feliz de seu rosto.
Este era o seu sonho, ela pensou. Esse homem, esse dia e tudo, seus
sonhos todos se tornando realidade!
Capítulo 7
Como poderia tudo ter ocorrido tão errado?
Lívia furiosamente limpou as lágrimas que deslizaram por suas bochechas.
Por que ela estava ainda chorando por aquele homem?!
Lívia pegou um pano e começou limpando a mesa na pequena casa de
praia. Por causa de sua raiva, mais uma vez derramou café, o líquido estava
em todos os lugares. Lívia culpou Stefan por isso também, furiosa com ele
por... tudo!
Não só estava casada com um homem que não poderia estar, mas estava
fugindo dele, estava escondida em uma pequena casa de praia, fingindo que ela
não era uma mulher casada e que o marido não tinha... que ele ainda era o
homem com quem ela pensou que ela tinha se casado.
Infelizmente, a conversa que tinha ouvido no dia do seu casamento tinha
provado o contrário. Metade do tempo, ela desejava não tê-lo ouvido falar ao
telefone. A outra metade, estava furiosa consigo mesma por se esconder de
Stefan. Ela deveria voltar para Londres, confrontá-lo e dizer-lhe que ela não era
o tipo de mulher que aceitaria abuso, não de qualquer homem.
Não importando o quanto o amasse.
Supere-o! Ele era um deles! Um dos bandidos! Um valentão, um idiota, um
ser humano inseguro que tinha que bater em alguém mais fraco para se sentir
forte!
Como ela poderia ter caído na mesma armadilha que sua mãe tem sofrido
por tanto tempo? Não houve indícios de que Stefan era um espancador de
mulheres! Ela olhou para os sinais, foi cautelosa e atenta! Tinha tomado
precauções! Mas no final, suas palavras revelaram que ele tinha
cuidadosamente escondido dela. Droga, seu pai! Ela odiava que ele estivesse
certo!
Bem, ela não era fraca! Era forte e confiante e não o deixaria diminui-la.
Ela se recusou a permitir homens em sua vida que pensaram que estava tudo
bem diminuir uma mulher!
Ela limpou a mesa e olhou para fora da janela, relaxando por alguns
momentos antes de terminar seu próximo passo. Ela estava tão zangada com
Stefan, tão confusa por suas palavras não combinarem com suas ações, que
sofreu para apenas sair da cama de manhã.
Ok, então ela não estava vivendo seus sonhos, disse a si mesma. Seus
sonhos seriam se enrolar nos braços de Stefan e sentir quão especial ela era.
Assim como ele costumava fazê-la sentir antes de seu casamento. Antes que
ela tivesse ouvido essa conversa horrível.
Com um suspiro, olhou ao redor, tentando decidir se queria ler um livro
ou... apenas sentar aqui e olhar pela janela. Qualquer coisa diferente disso
seria demais para ela agora.
Por alguma razão, sentiu-se nervosa esta manhã. Estava um lindo dia
hoje, com o sol brilhando e a baixa umidade não a fazia se sentir tão pegajosa
como foi ao longo das últimas semanas. Deveria estar feliz hoje, Lívia disse a si
mesma. Deveria ser muito feliz que tinha encontrado a coragem de sair de uma
relação perigosa, forte o suficiente para ignorar a força da Stefan. E o clima
estava bom.
Então, por que se sentia tão nervosa? Por que sentia como se algo sinistro
estivesse prestes a acontecer? Olhando pela janela, cuidadosamente observou
as pessoas na rua. Pareceu como se houvesse mais homens de ternos hoje? Ou
ela estava apenas sendo paranoica?
Esfregando a ponte do nariz, ela tentou relaxar. Estava tudo bem! Stefan
não estava à espreita ao virar da esquina, ele não estava prestes a atacar e
definitivamente não estava enviando seus guarda-costas para cercar sua
pequena casa de praia, seu refúgio.
Relaxe, disse a si mesma com firmeza. Ela tinha acabado de se abaixar na
frente da porta da geladeira, contemplando o que faria para comer no almoço,
quando ela o sentiu. A sensação... ela conhecia esse sentimento!
— Olá, Lívia! — A voz profunda de Stefan quando ele entrou pela porta dos
seus aposentos temporários.
Lívia quase derramou o leite que ela tinha acabado de tirar da geladeira
enquanto o observava. Deus, ele parecia magnífico! Ela quase tinha esquecido
quão grande ele era. O homem era chocantemente alto, quase não passava pela
porta. E aqueles ombros! Oh meu, como ela se lembrava de agarrar aos ombros
musculosos enquanto o beijava após um de seus encontros. Que o homem
poderia deixar seus joelhos moles com a maneira como ele a beijava!
Mas depois lembrou-se... das palavras, da conversa! Ela puxou os olhos
longe de seus ombros e lembrou que ele era o cara mau. Ele não valia a pena
sua alegria.
— O que você está fazendo aqui? — ela perguntou, mesmo enquanto seu
corpo se lembrava de quão alto e bonito ele era. Ela também se lembrou de
quão desesperadamente ela queria fazer amor com esse homem, como ela
estremecia em seus braços.
Pare! Ele era um ser humano horrível! Não era bonito! Nem fascinante!
Suas pernas cederam e ela caiu sobre a cadeira mais próxima, olhando para
ele.
Sentou-se à mesa com ela, seu corpo enorme superando a cadeira simples
e ela se lembrou de como a presença do homem poderia encher uma sala
inteira.
— O que você está fazendo aqui? — ela perguntou novamente.
Uma sobrancelha escura levantada e ele riu suavemente, enviando
sensações ao longo de todo o seu corpo.
— Eu imagino que a resposta a essa pergunta seja óbvia.
Ela balançou a cabeça. — Não. Porque... como você me encontrou?
— Talvez a melhor pergunta fosse por que você fugiu no dia do nosso
casamento. Importa-se de explicar? — ele perguntou e Lívia podia sentir sua
raiva. Ela não se importava! Este homem era...
Ela tinha que dar uma resposta. Stefan não era o tipo de homem que se
contentava com nada menos do que a verdade. Ela abriu a boca para explicar,
mas as palavras não saíam. Ela queria ser mais forte para ele, para gritar a sua
raiva, frustração e desilusão. Suas ilusões sobre este homem, seu amor, foram
esmagados com um único telefonema.
— Não importa — ele estalou quando ela não respondeu rapidamente.
Seus dedos desviaram a questão de lado, impaciente.
— O que é importante é que sua mãe precisa de você.
Todo o corpo de Lívia ficou tenso. Ela não foi capaz de chegar a sua mãe
nos últimos dias. Ela sabia que algo estava errado, mas não tinha descoberto
uma maneira de entrar em contato.
— Minha mãe? O que há de errado com a minha mãe?
— Ela está bem — ele lhe disse suavemente, o primeiro toque de gentileza
em sua voz. Mas então seus olhos endureceram mais uma vez. — Mas precisa
de você. Ela está se recuperando.
Lívia engoliu o nó doloroso com o pensamento de sua mãe gentil ferida.
— O que aconteceu com ela? — Lívia exigiu, mas ela sabia! No fundo, Lívia
sabia que seu pai tinha batido nela novamente.
— De acordo com o que a polícia pode reunir a partir de breves
comentários de sua mãe, houve uma invasão na casa — esclareceu. E sua mãe
estava em casa.
Sua voz era suave e sua mão estendeu a mão para cobrir a dela.
— Ela está bem. Agora.
Lívia engoliu, tentando parar as lágrimas e o sentimento de culpa. Se ela
tivesse ficado, talvez sua mãe tivesse ido viver com ela e não estaria no hospital
agora.
— Então você veio me buscar, não é? — ela perguntou.
Houve um silêncio enquanto ela olhava para o café.
— Precisamos fazer um acordo.
Lívia não tinha certeza se entendera suas palavras.
— Um acordo?
Sua mãe estava ferida e este homem horrível, o homem que ela pensou
que estivesse apaixonada por até... por que no mundo ele tentaria fazer um
acordo neste momento?
Os olhos de Stefan estavam frios como cacos de cristais agora. Não mais
com suavidade ou diversão como ele costumava olhar para ela.
— Sim. Você vê isso tem que parar — disse ele e ela instantaneamente
sabia que ele estava se referindo a seu casamento.
Ele queria o divórcio! Ela sabia que era verdade, tinha pensado e tinha
mesmo procurado um advogado para iniciar o processo. Mas parou antes de
ligar, não realmente se perguntando o porquê. Mas ouvir este homem dizer
aquelas palavras causaram dor física que passou através de seu corpo.
Stefan voltou a pensar em sua discussão com o tio Charles. Ele foi correto.
Não importa o que, ele precisava para fechar o livro sobre seu relacionamento
com essa mulher. Ele ainda estava furioso por ser privado de todos os segredos
escondidos do seu corpo delicioso, todos os segredos que ele negou a si mesmo
antes de seu casamento.
Vê-la agora, ele entendeu que ele queria o fechamento. Ele queria saber
por que ela tinha fugido dele no dia do casamento. Uma vez que ele soubesse
poderia tirá-la de sua mente. Era um plano bastante simples, exigir uma
explicação para sua saída abrupta e seguir em frente. Direto ao ponto.
— Não, Lívia. Não é o que você está pensando. Exatamente o oposto, na
verdade.
Os olhos verdes de Lívia voltaram-se aos dele, seu coração acelerou
freneticamente enquanto tentava descobrir o que o homem dizia.
— Eu não entendo.
Stefan recostou-se na cadeira, observando a bela mulher sentada em
frente a ele. Ela tinha perdido muito peso, seu rosto parecia magro e seu cabelo
estava puxado para trás, como se tivesse demando muito esforço. Ele
suspeitava que ela não estivesse comendo bem, porque sua pele estava muito
pálida e olheiras.
E ele ainda a queria. Cometera um erro enorme em se casar com esta
mulher. Ele deveria ter tomado o que ela tinha oferecido uma noite e a
esquecido.
Se ele tivesse feito amor com ela, em seguida, ela provavelmente estaria
desaparecida de sua mente agora.
Geralmente, seus relacionamentos não duravam muito tempo, mas porque
ele tinha tratado Lívia diferente, nunca a tinha levado a sua cama, ele nunca
superara.
Foi tudo apenas uma questão física, ele dizia a si mesmo. Todas as noites
sem dormir eram porque ele a queria, não porque estivesse preocupado com
ela.
Mas ele ainda a queria. Ele odiava o fato, mas lá estava ela. Nenhuma
outra mulher poderia chegar perto do calor que esta mulher o fazia sentir-se
com apenas um toque ou o beijo.
Respondendo à preocupação em seus olhos, ele cedeu um pouco e disse:
— Sua mãe está bem. Ela se recuperará de seus ferimentos, mas demorará
um longo tempo. Ela está em um hospital agora, mas uma vez que seja
liberada, precisará de fisioterapia para terminar a sua recuperação,
possivelmente até mesmo uma enfermeira para ficar com ela, para ajudá-la.
Ele esperou um momento, deixando essas palavras serem compreendidas.
Quando viu seus olhos se arregalarem com o entendimento do custo que ela
estava enfrentando, ele continuou.
— Eu cuidarei das despesas de sua mãe, todas as suas contas médicas,
até mesmo um lugar para ela viver após o hospital, mas você voltará para mim.
Eu quero você na minha cama. Você agirá como minha esposa enquanto a
recuperação de sua mãe durar.
Ele olhou para ela, observando seu rosto com cuidado.
Lívia ouviu atentamente, tentando entender por que ele diria algo assim.
Em sua cama? Agir como sua esposa?! Ele era louco?
Os olhos dela mudaram para os seus, onde suas mãos tremiam, aos seus
olhos, tentando encontrar alguma compaixão lá. Alguma gentileza que ela se
deliciava enquanto eles estavam namorando. Ou mesmo a compreensão! Mas
ainda nenhuma emoção mais suave estava disponível.
— Por quê?
Um desses ombros enormes levantou em um encolher de ombros.
— Porque eu quero você.
Suas palavras enviaram uma corrente elétrica de sentimento em linha reta
através de seu corpo, fazendo com que arrepios surgissem novamente. Deus,
ela não sentira nada tão intenso desde a última vez que ele a segurou em seus
braços.
De volta a sua cama? Oh meu, todos aqueles sonhos, todas as noites sem
dormir quando ela gritou, rezando para que sua necessidade de manter este
homem fosse diminuir.
Ela pensou em sua oferta por um momento, se perguntando como seria.
Pensando em todas essas vezes que a tinha segurado em seus braços, mas não
continuava, quão desesperada se sentiu, o quanto queria apenas ficar em seus
braços e descobrir o que seria fazer amor com Stefan.
E mesmo sendo um choque, porque ela estava mesmo contemplando esta
sugestão? Insano!
Seus ombros endureceram e ela balançou a cabeça com firmeza.
— Não. De jeito nenhum.
Stefan sorriu. Ele tinha antecipado essa reação.
— As contas médicas já são mais de cem mil libras. Seu pai pediu o
divórcio, e não aceitará mais a responsabilidade financeira com a recuperação
de sua mãe. Ela precisará de fisioterapia e cirurgia, para reparar os danos nas
pernas devido a invasão na casa. Tem certeza de que quer deixá-la à mercê do
sistema de saúde do estado?
O estômago de Lívia revirou com essa explicação. Não havia nenhuma
maneira que ela pudesse pagar as contas médicas! Ela tinha guardado o
dinheiro ao longo dos anos, para que ela tivesse um lugarzinho seu, mas nada
que pudesse cobrir as despesas dessa magnitude.
— Você não faria isso com ela — ela sussurrou, esperando que ela
estivesse certa. Mas o endurecimento em seus olhos lhe disse que ele faria.
— Não se iluda, Lívia. Eu não consegui tudo o que tenho até agora no
mundo dos negócios por ser um cara legal. Quando quero algo, eu consigo. —
Ele fez uma pausa, deixando que seus olhos se moverem examinando sua
figura.
Ela estremeceu, sentindo seu olhar como uma carícia.
— E agora, eu sou algo que você quer.
Ele a olhou intensamente por um longo momento.
— Sim.
Seus dedos estavam tremendo agora. A ideia de estar na cama deste
homem, de agir como sua esposa era... aterrorizante!
— E se eu não puder fazê-lo?
Ele não se moveu.
— Já discutimos as consequências — ele respondeu com firmeza. — Você
voltará para casa comigo. Agirá como minha esposa em todos os sentidos e, se
de repente desaparecer novamente em qualquer momento, você aceitará a
responsabilidade na recuperação de sua mãe e contas médicas daí para frente.
Então você decide, Lívia. Se você quiser se sentir livre, fantasie — ele deu de
ombros de novo — então você estará livre para ir. Só assumirei a
responsabilidade enquanto você estiver ao meu lado, agindo como minha
esposa. — Ele se inclinou para frente para enfatizar suas próximas palavras. —
Em todas as maneiras.
Ela engoliu em seco, olhando para aqueles olhos escuros e se perguntando
como tinha errado tanto em seu julgamento com ele.
— Eu te odeio — ela sussurrou com os lábios que pareciam congelados.
— Suspeito que você odeie, é por isso que você me deixou tão de repente e
sem nenhuma explicação — ele respondeu calmamente. Seus olhos caíram
para a pulsação na base da sua garganta. — Mas eu suspeito que você ainda
me queira tão intensamente como eu quero você. Há negócios inacabados entre
nós dois. Então, eu estou bastante certo de que posso mudar seu ódio para
algo mais... apaixonado.
Ele se levantou. — Vamos? — perguntou.
Lívia olhou em volta, o pânico enchendo seus olhos quando ela percebeu
que a proposta era para começar imediatamente! Ela precisava de tempo!
Necessitava descobrir como lidar com esta mais recente ameaça à sua mãe,
bem como a forma como passaria o tempo na companhia deste homem e não...
bem, não se apaixonaria por ele novamente! Ela sabia melhor agora. O que se
escondia debaixo daquele exterior bonito. Ser agarrou a única desculpa que
podia pensar.
— Eu não posso sair. Nem sequer paguei a minha estadia aqui.
Ele balançou sua cabeça.
— Você quer sair por aquela porta comigo ou não? Se não o negócio
apenas é nulo e sem efeito.
Lívia sabia que ele não estava blefando, mas isso não tornava a decisão
mais fácil. Sua mãe deve estar em condição crítica se ela já tinha contas
hospitalares tão altas em um curto período de tempo.
Mas ela poderia voltar com ele? Ela poderia agir como sua esposa, em todos
os sentidos?
— Eu não posso sair — insistiu ela, sem saber o que fazer. Ela precisava
pensar, mas Stefan nunca foi um homem para dar-lhe tempo ou espaço. Ele
era um homem de ação.
Seus olhos cortaram através dela, deixando-a sem fôlego enquanto ele
disse entre dentes.
— Tranque as portas e venha comigo. Ou no carro mandarei uma
mensagem de texto para o hospital privado em que sua mãe está se
recuperando. Você pode fazer arranjos para ela ser transferida para um
hospital público.
Lívia viu quando ele se levantou e começou a caminhar para a porta. O
pânico tomou conta e sua mente freneticamente tentou vir para cima com
outra solução. Mas ela estava perplexa.
Sua mãe ou sua vida?
— Espere! — ela gritou.
Stefan parou, com a mão na maçaneta da porta.
— Deixe-me pegar minha bolsa — disse ela, com a voz fraca e patética. Ela
não gostou do som e endireitou os ombros. Ela não era uma vítima! Não
permitiria que ele a machucasse, mas tinha que proteger sua mãe.
Uma vez que sua mãe estivesse totalmente recuperada, Lívia prometeu que
levaria sua mãe para longe e a esconderia em algum lugar seguro.
— Eu não tenho o dia todo, Lívia — ele disse a ela secamente.
Lívia secou a mão com o pano de prato com dedos trêmulos, pendurando-o
cuidadosamente sobre o gancho ao lado da pia. As chaves da casa estavam no
balcão. Ela as pegou e caminhou até a porta da frente, fechando-a com
cuidado.
Quando ficou fora da casa, realmente não sabia o que fazer. As chaves
estavam penduradas em seus dedos dormentes e a porta da limusine de Stefan
estava aberta enquanto ele estava lá esperando por ela para entrar no interior
escuro em primeiro lugar.
— O que devo fazer com as chaves? — ela perguntou baixinho, incapaz de
olhar nos olhos dele.
Stefan murmurou algo baixinho e ele pegou as chaves de sua mão
impaciente.
— Aqui — ele disse a um de seus guarda-costas. — Localize o proprietário
deste lugar e devolva-lhe.
— O proprietário é ela — Lívia afirmou, irritada com a suposição de Stefan.
— Irrelevante — Stefan respondeu de volta. — Você está entrando no carro
ou ficaremos aqui o dia todo?
Os lábios de Lívia comprimiram com raiva e ela olhou para ele.
— É incompreensível eu entender como você escondeu suas tendências de
intimidação de mim na última vez que estivemos juntos — e ela se abaixou na
parte de trás, não lhe dando uma chance de responder.
Ele veio logo após ela e a limusine saiu, indo em direção a Londres.
Felizmente, seu celular tocou naquele momento e ele respondeu
rapidamente, falando em sua língua nativa, russo.
Lívia inclinou-se contra a porta e tentando descobrir qual próximo passo
daria, como ela lidaria em ter relações sexuais com Stefan assim que
retornassem a Londres. Ela se lembrava de tantas noites quando ela tinha lhe
pedido para fazer amor com ela. Agora era diferente. Ele era um estranho, e ela
sabia muito mais sobre seu marido agora.
Lívia estava tão envolvida em sua ansiedade sobre o que aconteceria
depois, que ficou chocada quando a limusine parou em frente de um edifício
bastante rodeado por árvores. Parecia uma residência privada com paisagismo
deslumbrante e lugares privados para contemplar o mundo.
— Onde estamos? — perguntou, tentando descobrir o que estava
acontecendo. Ela assumiu que a traria de volta para a bela casa que tinha
comprado antes do casamento e pedir-lhe para se despir.
— Sua mãe está aqui — ele explicou, sem qualquer inflexão na voz. —
Você pode ficar com ela enquanto eu estou em reuniões esta tarde, mas te
esperarei de volta na cobertura à noite. Um motorista estará aqui esperando
por você. Esteja pronta às seis horas em ponto para um evento social que
deverá comparecer — ele lhe informou e saiu da limusine, estendendo a mão
para ajudá-la.
Sempre um cavalheiro, pensou com ironia amarga, e colocou sua mão fria
na sua mais quente. Assim que estavam na calçada, ela puxou sua mão da
dele e cruzou os braços sobre seu estômago.
— Obrigada — ela agradeceu, tentando se lembrar de suas maneiras,
apesar da sensação de mal-estar, que foi arranhando suas entranhas.
— De nada — disse ele com uma mordida sarcástico. — Seis horas, Lívia.
E voltou para o veículo. Ele afastou-se rapidamente e Lívia olhou para ele,
seu corpo relaxou um pouco quando as luzes traseiras diminuíram com a
distância.
Quando ela já não podia ver o carro, ela se virou e olhou para o prédio. Ele
era excepcionalmente agradável e ela nunca teria imaginado que seria um
hospital. Movendo-se para dentro, ela falou com uma mulher atrás da mesa
recepcionista.
— Estou aqui para falar com minha mãe, sra. Morgan.
A mulher sorriu educadamente, inserindo algumas informações em um
computador.
— E seu nome?
— Lívia Morgan.
A mulher consultou seu computador e, um momento depois, assentiu com
a cabeça.
— Basta ir por esta porta, vire para a direita e sua mãe está no quarto
1214. Basta perguntar a qualquer um dos enfermeiros caso você queira falar
com o seu médico.
Lívia ficou impressionada com a eficiência da mulher e, se fosse
completamente honesta consigo mesma, também estava aliviada de que sua
mãe estivesse num hospital de alta segurança.
Stefan tinha mencionado algo sobre seu pai pedir o divórcio, mas ele ainda
pode voltar e levá-la para um hospital normal. Lívia não permitiria qualquer
coisa do valentão que era seu pai.
Seguindo as instruções da recepcionista, ela fez seu caminho através dos
longos corredores tranquilos. Quando ela encontrou o quarto correto, ela notou
que o nome de sua mãe estava do lado de fora da porta. Outra medida de
segurança?
Abrindo as portas, ela olhou para dentro e engasgou quando viu sua mãe
deitada na cama do hospital. Seu rosto estava muito machucado, as duas
pernas estavam em elevação e um de seus braços estava em uma tipoia.
— Mãe! — Lívia murmurou, movendo-se com cuidado para dentro do
quarto.
— Oh Deus, o que ele fez com você?
Sentou-se na cadeira, ela colocou a mão cuidadosamente sobre o braço da
mãe, querendo que ela soubesse que ela estava aqui.
A cabeça de sua mãe virou-se ligeiramente e tentou abrir suas pálpebras.
— Lívia? — ela resmungou.
— Estou aqui, mãe. Não se mexa. Eu sei que está com dor.
— Você está aqui — ela sussurrou, seus lábios mal se movendo porque
estavam tão rachados e inchados. — Ele disse que a traria aqui, mas eu não
sabia se podia.
— Sim — Lívia respondeu com tranquilidade. — Stefan sabia exatamente
onde eu estava.
Sua mãe suspirou enquanto seu corpo relaxou, mais uma vez.
— Ele disse que sim. Eu não tinha certeza.
Lívia olhou para rosto roxo da mãe e da mandíbula.
— Meu pai quem fez isso? — perguntou ela com cuidado. — Ou realmente
teve uma invasão em casa? — Mas Lívia já sabia a resposta.
Sua mãe não respondeu. Seus olhos se agitaram e, um momento depois,
ela estava mais uma vez dormindo. A falta de uma resposta lhe disse a
verdade. Seu pai tinha batido tanto em sua mãe e era chocante que o homem
ainda estava andando livre.
Lívia ficou lá pela a próxima hora, apenas ouvindo os batimentos
cardíacos da mãe nos monitores, precisando da evidência de que sua mãe
estava bem e ainda vivendo.
Seu coração doía por seu pai ter feito algo tão horrendo. Era impossível
acreditar que um homem pudesse ser tão brutalmente cruel, mas ela o tinha
visto fazer algo semelhante no passado, embora não tão ruim. Nunca assim.
Normalmente, ele parava com um soco ou um tapa.
Houve uma batida na porta e Lívia olhou para cima para encontrar uma
mulher amável olhando e sorrindo para ela.
— Sou a Doutora Miller — ela disse suavemente, tentando não perturbar
sua mãe. — Posso falar com você lá fora?
Lívia assentiu com a cabeça e olhou para sua mãe mais uma vez.
— Eu já volto — ela disse suavemente, mesmo que sua mãe ainda
dormisse.
Uma vez que elas estavam no corredor, a médica levou Lívia para um
quarto particular. As duas sentaram e as mãos de Lívia estavam entrelaçadas
enquanto a médica explicava todos os ferimentos de sua mãe e seu processo de
recuperação.
— Ainda há um risco significativo de infecção — explicou a médica. — Mas
estamos monitorando-a com cuidado.
Os olhos de Lívia fecharam, seu coração dolorido pela a dor que sua mãe
tinha passado.
— Será que ela se recuperará completamente?
A médica sorriu. — Sim. O intruso usou um taco de beisebol sobre ela, ou
algo parecido. Ossos foram quebrados e não há danos no tecido profundo, mas
ela se recuperará totalmente. Felizmente, os órgãos vitais não foram
danificados que é o que normalmente vemos nestes tipos de casos.
Lívia assentiu com a cabeça.
— Obrigada. Isso é tudo muito reconfortante.
A médica hesitou, obviamente considerando suas próximas palavras
cuidadosamente.
— A polícia ainda quer falar com sua mãe sobre a invasão, mas sua mãe
se recusa a discutir qualquer coisa com eles. Talvez se você falasse com ela, ela
poderia estar mais disposta a discutir o que aconteceu.
Lívia apertou as mãos.
— Tentarei — ela ofereceu. E isso era uma promessa.
Ele foi além de cruel, ela pensou de volta para o quarto. Seu pai precisava
ser preso por isso.
Não havia nada que pudesse fazer agora. Quando sua mãe estivesse se
sentindo melhor, elas teriam uma discussão longa e sincera sobre as surras de
seu pai e como elas teriam que parar. Sua mãe precisava prestar queixa. Esta
foi... a última!
Por enquanto, se sentou ao lado da cama de sua mãe e falou baixinho,
com foco em memórias felizes, assando biscoitos quando ela era pequena, no
natal ou nas férias divertidas, especialmente quando eram apenas as duas.
Um homem em um terno escuro enfiou a cabeça na porta e Lívia o
reconheceu como um dos guarda-costas de Stefan.
— Senhora Kozlov, me desculpe incomodá-la, mas o Sr. Kozlov me pediu
para se certificar de que você estaria de volta ao apartamento às seis horas.
Sua cobertura? O que aconteceu com a casa? Ele não havia se mudado?
Ela suspirou e esfregou a testa. Outro mistério. Ela estava exausta e
confusa, preocupada com sua mãe e agora se sentia culpada sobre uma casa.
Qual seria o próximo?
Lívia olhou para o relógio e sabia que era a sua vez de viver de acordo com
o negócio. Que era justo, pensou. Stefan tinha feito tudo isso para sua mãe
quando ele poderia ter apenas deixado, mas a mandou para um dos melhores
hospitais em Londres. Além disso, mencionou um evento hoje à noite. Por isso,
não era como se ela teria que... fazer isso com ele.
Seria exatamente como foi quando eles estavam namorando, ela disse a si
mesma, enquanto seguia o homem através dos corredores.
Acomodando-se na parte de trás da limusine, ela percebeu que este
veículo era mais novo. Isso era estranho, ela pensou. A noite era iminente à
frente dela e teria que descobrir como ficar ao lado de Stefan e não gritar com
ele por ser tão horrível... pela traição que ela sentiu depois de ouvir sua
conversa telefônica.
Por que ele não poderia ser um dos mocinhos?! Ela fora tão feliz nos dias
que antecederam seu casamento.
Ela suspirou e baixou a cabeça.
Quem ela estava tentando enganar? Ela fora insanamente feliz desde o
momento em que ela colocou os olhos sobre ele nos meses antes do casamento.
Tudo sobre o homem era maravilhoso e cada vez que ele a tocou, a beijou... ela
acabava excitada!
O motorista parou na garagem subterrânea e ela suspirou, pensando em
todas às vezes antes do casamento que ela tinha chegado da mesma maneira,
sem suspeitar que Stefan fosse o tipo de homem que...
Ela saiu e puxou a camiseta para baixo sobre seus jeans. Eram roupas de
baixo custo que tinha usado muito antes, mas ela não se importou antes de
hoje.
Ela se sentiu poderosa e forte, porque tinha saído do que teria se tornado
eventualmente um relacionamento tóxico. Mas agora, aqui de pé em meio ao
luxo do edifício de Stefan, e sabia que ele realmente era o dono da construção e
não apenas o apartamento em que ele possuía dois andares superiores que
compõem a cobertura, ela se sentia inadequada. Suas roupas não adequadas
ao ambiente. Sentia-se deselegante. Despenteada e juvenil.
Respirando fundo, ela saiu do veículo e levantou-se ereta, quase
desafiando alguém a criticar sua roupa. Não havia nada que pudesse fazer
sobre isso agora de qualquer maneira. Ela tinha apenas de perseverar, seguir.
Este era seu destino. Até sua mãe se recuperar o suficiente, para ela sair dessa
casa, Lívia seria sua... esposa.
Enquanto andava até o elevador, lembrou o quanto ela adorava dizer essa
palavra, pensando nisso ao fazer os planos de casamento. Sussurrava no
caminho quando saía para encontrá-lo para o almoço ou jantar. No espelho
enquanto se preparava para o dia ou para um dos seus encontros. Deus, como
ficou animada que seria ela quem se casaria com esse homem! Se tornaria sua
esposa!
Agora ela sabia que conhecer um homem por apenas um mês, prometendo
passar a vida com ele não era um período de tempo suficientemente.
Lívia entrou no apartamento, sem saber para onde ir. Ela ficou lá sozinha
por alguns instantes, tentando decidir o que fazer. Só tinha estado na grande
sala e na sala de jantar antes, por isso, se ela deveria agir como a mulher de
Stefan, precisava de um mapa deste lugar. Era enorme!
— Senhora Kozlov? — Uma mulher gritou na sua direção e Lívia
suspeitava que fosse a cozinheira. Ela não estava completamente certa porque
cada vez que ela esteve aqui no passado com Stefan, ele subjugou com sua
presença. Não teve uma oportunidade para olhar em volta desde que ela só
tinha olhos para ele.
Tentando parecer um pouco mais confiante, ela virou a cabeça e levantou
o queixo, forçando os lábios em um sorriso, mesmo que ela se sentia
aterrorizada.
— Sim?
A mulher sorriu.
— Sou a Senhora Flura, governanta do Sr. Kozlov. — Ela estendeu a mão.
— É maravilhoso conhecê-la.
Lívia pegou a mão da mulher, sem saber o que dizer. Ela não tinha ideia
do que Stefan dissera a sua equipe ou seus amigos sobre seu desaparecimento,
então apenas ficou em silêncio.
A empregada continuou, sem se deter pela falta de resposta de Lívia.
— Seu vestido para esta noite chegou mais cedo hoje e eu coloquei no
quarto principal. Eu lhe mostrarei o caminho — disse ela e liderou o caminho
até as escadas e um longo corredor forrado com várias portas que estavam
fechadas no momento.
Lívia estava louca para abri-las e descobrir o que tinha por trás de todas
as portas, mas manteve as mãos cuidadosamente em seus lados. Guardou sua
curiosidade para outra ocasião, quando não estivesse esperando o recém-
marido aterrorizante voltar a qualquer momento.
A governanta a levou para o quarto principal, não indicando que era
estranho encontrar Lívia pela primeira vez.
— Se você precisar de alguma coisa, por favor, não hesite em me
perguntar.
Lívia se sentiu humilhada pelas palavras educadas da mulher.
— Muito obrigada — disse Lívia quando a governanta saía do quarto.
Por um longo momento, ela só ficou lá, olhando ao redor. Ela nunca tinha
visto o quarto de Stefan, mas sempre se perguntou como seria. Azul. Huh, ela
pensou. Ela teria imaginado marrom por algum motivo. O homem realmente
tinha lados ocultos para ela. Não que a cor de seu quarto fosse um daqueles
mistérios que ela se perguntava por um longo tempo. Não, seus pensamentos
foram mais para o lado sensual do homem do que a prática. Ela muitas vezes
se perguntou como Stefan seria na cama, mas não necessariamente a cor da
cama em que essas atividades aconteceriam.
Ela olhou dentro do banheiro e o encontrou decorado com tons de creme.
Mais uma vez, ela teria imaginado ele em algo mais ousado. Mais forte. Como o
preto. Mas isso foi bom! Foi... ela ousa dizer isso... confortável? Não, isso não
estava certo. Ela passou o dedo sobre a bancada de mármore, sentindo-se um
pouco como visitante olhando através da janela de alguém. Ela queria espreitar
dentro de seu armário de remédios, mas não se atreveu. Isso poderia ser uma
invasão de privacidade.
Ela olhou para o relógio e percebeu que teria que se apressar senão ela
não estaria pronta às seis horas. Ele não tinha dito a que evento iriam hoje à
noite, mas o vestido sobre a cama parecia muito bonito. Era um vestido de
noite escarlate completo com sapatos impressionantes que ela mal podia
esperar para experimentá-los.
Entrou no chuveiro, e deixou a água quente acalmar sua pele. Fora um dia
absolutamente horrível e ela não tinha tanta certeza de que a noite seria muito
melhor.
A perspectiva de ficar em pé ao lado de Stefan toda a noite era...
assustadora. Antes de seu casamento, ela ficou ao seu lado onde quer que eles
tivessem ido e se sentia orgulhosa de estar com ele. Agora... ela não sabia o que
estava sentindo. Essas estranhas sensações de formigamento ainda estavam lá.
Mas... sim, elas foram misturadas com medo. E raiva que ela tinha se colocado
em uma situação perigosa, assim como sua mãe tinha sofrido toda sua vida de
casada.
Lívia saiu do chuveiro e pegou uma toalha, tentando mover-se
rapidamente. Ela nunca esteve num banheiro com alguém antes, então era
estranho pensar que Stefan poderia entrar aqui a qualquer momento.
Certamente ele respeitaria seu espaço pessoal, não é?
Então ela pensou sobre o homem. Mesmo antes que ela descobrisse
sobre... esse outro lado dele... ele foi um homem muito sexual. Ele havia retido,
mas... ela balançou a cabeça e apertou o nó da toalha.
— Só se apresse menina — ela murmurou para si mesma.
Entrando no quarto, ela parou na porta e olhou ao redor, escutando. Não,
havia outros sons. Ela deu um suspiro de alívio e, em seguida, correu para o
closet onde encontrou lingerie.
Abriu uma gaveta e engasgou com toda a roupa íntima bonita, de laços,
pensando sobre quão incrível algumas das peças ficariam contra sua pele. Ela
sorriu, mas depois pensou em como o coração de Stefan era frio e a maneira
como a tinha olhado quando ele selou esse negócio com ela mais cedo hoje. Se
ele tivesse comprado todas essas peças para ela? E se tinha, quando fez isso?
O dedo de Lívia ainda tremia quando ela levantou um par de calcinhas de
renda preta. Nenhuma dúvida sobre isso, a ideia de ver Stefan em sua roupa
íntima ainda tinha o poder de atraí-la. Ela desejou que não fosse assim, mas o
que uma mulher poderia fazer? O homem era devastadoramente bonito. E
aqueles ombros! Meu Deus, eles eram geniais!
— Pensando na paz mundial? — perguntou uma voz profunda.
Lívia assustou-se, os olhos arregalados quando olhou para Stefan
enquanto ele estava encostado na porta.
— O que... o que você está fazendo? — ela perguntou, suas mãos indo
para o nó que manteve a toalha ao redor dela.
Ele se aproximou dela, crescendo sobre ela. Lívia tentou não reagir, mas
ela nunca fora muito boa em ignorar a atração sexual por Stefan.
Ele era muito másculo e muito sexy. Assim como sua extraordinária
confiança e todos os músculos do seu corpo que também ajudavam.
Ela deveria afastá-lo, estar furiosa com ele por colocá-la neste tipo de
situação. Mas não havia raiva neste momento, nem medo de ele ser cruel como
seu pai. Não havia nada, apenas o fascínio pelo homem e o peitoral magnífico
na frente de seus olhos.
— O que você acha que estou fazendo? — ele perguntou suavemente, sua
mão subindo para empurrar uma mecha molhada de cabelo sobre o ombro.
Ela respirou fundo. — Tentando me intimidar — ela respondeu.
Mas ele não estava. Tentando, quero dizer. Com Stefan, isso era natural.
Mas ela estava realmente intimidada?
A antecipação indicou que ela não, porém realmente focada no aspecto
intimidante da personalidade do homem. Era mais sobre a... bem, o cheiro
dele. Ele cheirava... incrível! Picante e masculino, com apenas um toque de
limão. Bom Deus, se alguém pudesse engarrafar esse cheiro, perfumistas
sairiam do negócio.
— O que você está pensando? — perguntou. Sua mão caindo-lhe no braço
para os dedos, em seguida, levantou a mão. Ela não tinha ideia do que ele
faria, mas parecia que ele só queria tocá-la. E uma vez que se sentia
extraordinariamente bem, ela não se importava nem um pouco. Ela adorava a
maneira como seus dedos tocavam sua pele.
Quando sua outra mão desceu o braço que estava segurando o nó de sua
toalha, ela não estava realmente certa do que fazer. Seu instinto era segurar a
toalha com força, mas quando seus dedos se enroscaram com os dela e,
lentamente, retirou a mão, ela estava indefesa para parar a ação.
Seus olhos se moveram sobre os ombros, os seios que já estavam inchados
e roçando contra a toalha macia, mas também louca para sentir suas mãos.
Ele tocou seus seios uma vez, antes que soubesse que ela nunca tinha tido
relações sexuais antes e, de repente, seu corpo precisava de seu toque mais do
que precisava respirar.
Ela sentiu a toalha afrouxar tão pouco, embora ele não incentivasse de
forma alguma, mas simplesmente segurou suas mãos longe de seu corpo,
deixando a gravidade fazer a mágica. Quando a toalha escorregou, seus olhos
se ergueram para ele e ela foi pega, seu corpo em chamas. Ela era
autoconsciente da necessidade de seu olhar e não importava o quanto lutou
para obter os dedos livres, suas mãos não estavam liberando as dela de seu
aperto suave, mas firme.
Baixando a cabeça, ele a beijou, um lento beijo, sensual que derreteu a
resistência do seu corpo ainda mais. Sua língua tocou seus lábios e ela
engasgou, permitindo-lhe entrada para sua boca e ela gemeu quando ele
aprofundou o beijo.
Este já foi muito mais exigente e ela fechou os dedos em torno dos dele
aumentando a necessidade dentro dela. Ela não podia acreditar quão rápida e
furiosa surgiu a necessidade deste homem em tocar seu corpo, precisando
experimentar algo mais do que o beijo aquecido que ele tinha permitido antes
do casamento.
Ela o queria todo esse tempo! As noites que passara sozinha, perguntando
como ela poderia ter perdido o lado violento dele, e ainda, tão logo sua mente
relaxada, essa necessidade, essa sensação de dor invadindo sua mente. Muitas
noites desde que eles tinham chegado tão perto, ela ansiava por seu toque
assim.
A toalha começou a deslizar ainda mais e ela empurrou para trás,
instintivamente tentando segurá-la, mas ele já estava segurando suas mãos e
apertou ainda mais. Quando ele levantou a cabeça, sua respiração era áspera e
irregular quando olhou para ele. Mas ele não estava olhando para os olhos. Ele
estava completamente focado na toalha e na forma como sua respiração estava
ajudando a toalha descer.
Quando finalmente a toalha caiu ao redor de seus pés, ele estava pronto e
os dedos apertados, mais uma vez, não permitindo-lhe qualquer pausa do seu
olhar vestida apenas com a calcinha de renda preta.
Tudo o que podia fazer era ficar lá na frente de Stefan enquanto ele olhava
para ela e o calor que acumulava entre as pernas era diferente de tudo que já
tinha sentido antes.
Ela deveria sentir-se zangada com ele por fazer isso, mas tudo o que sentia
era o calor. Essa sensação quente e pesada que a fez querer se aproximar dele,
de sentir os dedos mágicos em seu corpo e experimentar todas essas sensações
deliciosas que havia sentido há muito tempo.
— Por favor, Stefan — ela implorou, movendo-se tão perto quanto suas
mãos permitiriam.
Quando seus olhos olharam para os dela, ela respirou fundo enquanto sua
mente absorveu o fogo em seus olhos. Ele a queria e não era apenas um desejo
suave e gentil. Nem poderia ser porque este homem não era suave e gentil. Ele
estava duro e poderoso e era o tipo de desejo que viu naquelas profundezas de
prata. Era tudo para ela!
— Você é minha, Lívia — ele rosnou um momento antes dele levantá-la em
seus braços.
Ela colocou os braços ao redor de seu pescoço, seus dedos tocando a
ponta de seu cabelo, o calor da pele do pescoço. Ela amava essa sensação,
amava sentir os fortes braços deste homem ao seu redor. Quando ele baixou
seu corpo sobre a cama enorme, ela não conseguia se lembrar por que fugiu
dele.
Stefan olhou para a mulher incrivelmente bela em sua cama e não podia
acreditar que ela estava finalmente aqui, finalmente, sua. Esta mulher tinha
controlado seu desejo por tanto tempo e depois de sua saída abrupta, ele se
ressentia do poder que ela tinha sobre ele. Mas agora ele estava no controle. E
hoje, esta noite, ela se tornaria sua em todos os sentidos da palavra.
Ele olhou para baixo e sua ereção voltou dolorosamente quando ele
percebeu que ela ainda estava usando seu anel de casamento.
Ele não entendia o poder desse símbolo, nem se importava neste
momento. Seu anel estava lá em seu dedo e ele o manteria lá! Ele a queria.
Tudo dela. Mostrar-lhe o que ela tinha perdido e entender porque ela tinha
fugido.
Ele deveria agir lentamente. Levá-la para jantar e exigir respostas do por
que ela fugiu, sem qualquer explicação. Mas sua mente não funcionava.
Especialmente quando ele viu os dedos enrolarem contra o edredom e seus
quadris se moveram. Seu corpo estava implorando para que ele a tocasse
mesmo que ela não soubesse.
Stefan aproximou-se, curvando-se e tomou duro um mamilo em sua boca,
chupando e mordendo-o antes lambê-lo novamente com a língua. Ele ouviu os
suspiros de prazer e trabalhou mais, querendo mais desses sons. Não a
deixaria afastar-se dele. Este foi o seu tempo e ele daria e receberia prazer da
forma mais selvagem. Mostraria a Lívia o que ela estava perdendo.
Quando ela tentou se afastar novamente, ele sorriu e puxou para mais
perto, apenas para mover a boca para o outro seio. Levando seu tempo e
movendo os dedos ao longo da curva suave de sua barriga, ele gostava de suas
reações intensas.
— Toque-me — ele disse e puxou as mãos, puxando-a para seu abdômen
quando ela hesitou. — Eu saberei tudo de você esta noite — ele prometeu
quando ela só olhou para ele em silêncio confusa.
Quando ela estava em seu abdômen, ele olhou para baixo, observando a
forma como o preto do laço de sua calcinha realmente não escondia nada. Ele
gostava disso. Esta era a sua mulher. Ela havia se casado com ele, feito seus
votos e ele a queria. Empurrando seu cabelo longe, começou em seu pescoço e
beijou ao longo de toda sua espinha, explorando as costas e apreciando seus
gemidos suaves quando ele encontrou ponto após ponto que dava prazer a ela.
Ela certamente era uma mulher sensível, pensou com prazer quando se mudou
para suas costas.
Stefan riu quando ela virou a cabeça para vê-lo, mas suas mãos estavam
segurando-a no lugar.
— Stefan, o que você ...
— Qualquer coisa que eu quiser — disse ele com uma misteriosa risada
profunda.
Sua boca beijou seu traseiro e se moveu mais para baixo. Quando ela se
moveu na cama, ele apenas riu novamente e mudou-se para a cintura.
— Não pense que você sairá dessa. Eu voltarei nela — prometeu. Quando
ela tentou se mover, ele a segurou para baixo e voltou em cima dela,
pressionando seu peito contra suas costas.
— Ah, Lívia. Eu não acho que você entende quem está no comando aqui,
não é?
Ela olhou por cima do ombro para ele, mas estava tão excitada que nem
conseguia nem falar. Ela abriu a boca, mas as palavras não saíam. Quando ele
a beijou, ela tentou mais uma vez rolar, mas ele ainda a tinha presa por seu
enorme corpo, másculo, para que ela não fosse a lugar nenhum.
Quando ele deixou sua boca, ela estava pressionando seu traseiro contra
sua virilha, sem saber do movimento. Tudo que ela sabia era que estava em
chamas para ele, precisando dele para terminar, ela estava quase chorando
com o desejo, a ânsia desesperada para ter o orgasmo que lera muitas vezes,
mas nunca experimentou. A liberação que ela sabia que ele podia lhe dar.
Quando seus dedos deslizaram pelas costas, ambos fazendo cócegas e
provocando sua pele em chamas com seu toque, ela balançou a cabeça,
tentando controlar o que ele estava fazendo, porque era muito intenso, muito
para seu corpo inexperiente.
— Stefan, por favor... — ela implorou novamente, desejando que ele fosse
fazer algo para aliviar essa dor.
Em resposta, ele mudou-se para baixo de seu corpo e delicadamente
beijou as costas de joelhos e mordiscando a pele sensível. Ele já tinha
antecipado sua resposta, então prendeu seu tornozelo para que fosse capaz de
mordiscar a pele sensível, até ficar satisfeito.
Quando chegou a seus pés, após descobrir que ela era extremamente
sensível, sentira prazer em atormentá-la. Mas no final, ele não poderia demorar
muito mais e ele rolou para trás por cima puxando a renda preta e jogando-a
para trás. Só então ele se levantou e retirou suas roupas.
Lívia observou fascinada quando ele tirou sua camisa, sua boca se abrindo
enquanto observava os músculos que estavam por todo o corpo do homem. Ela
estava tremendo por ele, chocada como alguém podia ter tanto debaixo de uma
fina camada de tecido.
— Você é lindo — ela sussurrou, inclinando-se para trás contra o colchão
e deixando seu corpo esfriar um pouco depois de seu martírio. Mas vendo-o
retirar a roupa não estava dando certo. Ela deveria virar a cabeça para longe,
disse a si mesma com firmeza. Parar de assistir. Especialmente quando suas
mãos se moviam para a fivela de sua calça.
Lívia sabia que Stefan estava observando suas reações, mas não pôde
evitar o espanto quando ele tirou sua calça.
Ela sentiu a ereção do homem contra seu ventre várias vezes, mas vê-lo
ali, em toda a sua incrível glória foi uma experiência completamente chocante.
Seu olhar se moveu rapidamente até os olhos, em seguida, de volta para aquela
parte dele e seu batimento cardíaco aumentou dramaticamente. Quando ele
veio para perto dela mais uma vez, ela balançou a cabeça.
— Stefan — ela disse seu nome, mas desta vez havia um tom nervoso.
Ele parou instantaneamente, percebendo que ela estava genuinamente
nervosa agora. Não era apenas nervosismo e ele abrandou, querendo a
necessidade de volta em seus olhos.
— Está tudo bem — ele prometeu, pairava sobre ela quando ele
lentamente baixou seu peso contra sua nudez.
Lívia estava distraída de sua ereção por causa daquele primeiro contato de
pele contra pele. Com um suspiro de choque, ela levantou as mãos para tocar
os ombros nus enquanto se movia sobre ela, seu corpo aquecendo-a mais do
que ela tinha pensado ser possível.
Lívia fechou os olhos, saboreando as diferentes sensações de seu corpo
contra o dela, de dureza contra suavidade, de cabelo áspero contra sua pele
mais macia, esfregando sempre tão sutil e esperando que ele não percebesse o
movimento, mas foi o suficiente para fazê-la excessivamente sensível e seus
mamilos quase tremeram com a necessidade de ele fazer alguma coisa, para
corrigir essa dor dentro dela.
Se ela gritou? Ela não tinha certeza de mais nada. Rangendo os dentes, ela
saboreou a sensação enquanto esfregava o cabelo no peito escuro contra seus
mamilos, quase gemendo em voz alta. Certamente ela não tinha feito aquele
som desesperado, tinha? Ela não tinha certeza sobre qualquer coisa, exceto a
necessidade de ter este homem para aliviar a dor dentro dela. Ela precisava
dele de uma maneira louca que levou sua razão.
— Dobre os joelhos, amor — ele ordenou, então alisou a mão para baixo de
sua cintura e quadris para o joelho dela para fazê-la seguir seu comando mais
rapidamente. — Sim, assim mesmo — e ele esperou, equilibrando em sua
abertura e olhou para ela.
— Você é minha, Lívia — ele disse a ela e um momento depois, ele
pressionou em seu calor, fechando os olhos quando ele sentiu o molhado, a
envoltura apertada dar lugar a sua dureza. Ele se mudou de volta para fora e a
ouviu respirar profundamente enquanto pressionava mais profundamente.
Para frente e para trás, movendo-se um pouco mais profundo de cada vez
vendo a expressão no rosto dela.
Tão irritado como ele estava com seu desaparecimento repentino e
inexplicável, ele ainda não poderia machucá-la. Não queria, mas quando ele
pressionou mais profundo, ele pode sentir a barreira.
Olhando para baixo em seus olhos suaves, verdes, ele empurrou,
agarrando suas mãos quando ele sentiu a membrana e na esperança de que
ela estivesse bem.
Quando ela olhou em seus olhos e sorriu, levantando as pernas ao redor
de sua cintura, ele quase jogou a cabeça para trás e riu com alívio. Mas a
necessidade de se mover dentro dela era muito grande, muito poderosa e não
conseguia segurar por mais tempo. Por muito tempo, ele quis essa mulher e
agora estava totalmente incorporado em seu calor.
Movendo-se ligeiramente, ele sentiu seus músculos internos em torno dele
e ele gemeu. Uma e outra vez, ele pressionou para dentro dela, sentindo-a
apertar-lhe com mais força. Movendo, mudando e deslizando para dentro dela,
ele não conseguiu se segurar. Mais e mais rápido ele se movia contra ela,
sentindo seu corpo tremer. De repente, ele entendeu que ela não sabia o que
fazer. Seus olhos estavam confusos e ansiosos quando as reações do seu corpo
assumiram e uma gentileza invadiu-o, uma ternura por essa mulher que ele
não queria sentir. Mas ele não podia ignorar esse sentimento. Stefan entendeu
o que ela estava fazendo e balançou a cabeça.
— Não esconda nada, amor. Apenas confie em mim.
Ela olhou para o marido e ele a observou fascinado enquanto ela mordia o
lábio, e se moveu um pouco. Assim ele sabia o que fazer. Levantando seus
quadris, ele pressionou mais uma vez em seu calor e ela não podia controlá-lo
por mais tempo. Seu corpo estilhaçado em pedaços, com as pernas apertando
contra a sua cintura, enquanto seu corpo pulsava em torno dele.
Stefan a penetrou uma e outra vez, tentando segurar o seu próprio prazer,
tentando torná-lo melhor, mais longo e mais intenso, mas quando seu corpo
começou a vibrar, ele não conseguia se segurar por mais tempo. O orgasmo
dela trouxe para ele o mais intenso orgasmo que ele já tinha experimentado.
Quando ele foi capaz de abrir os olhos novamente, ele olhou para baixo e
percebeu que estava deitado em cima dela, provavelmente esmagando-a.
Rapidamente rolou, a puxou contra seu lado, sentindo seu corpo enrolar-se
contra o seu, pois ambos lutaram para voltar a respirar normalmente.
Levou um longo tempo, as repercussões desses orgasmos foram perfeitas e
fortes demais. Mas, eventualmente, ele foi capaz de ver suas encantadoras
características.
— Você está bem? — ele perguntou suavemente, seus dedos em
enroscando-se em seus cabelos que estavam quase completamente secos
agora.
Esquecendo-se de todos os seus medos sobre este homem, Lívia riu e
beijou seu peito.
— Não tenho certeza. — Ela se sentiu tonta e viva, todo o seu corpo
parecia um formigueiro depois dessa experiência incrível. Nenhuma palavra
poderia descrever as sensações arrebatadoras dentro dela neste momento.
Ele riu e rolou para o lado, pressionando sua perna entre as dela.
— Você é linda — ele gemeu e deixou suas mãos deslizarem para baixo de
seu corpo.
O sorriso bobo preso a suas feições quando ela olhou para ele, sentindo-se
especial nos braços deste homem. Ela tinha esquecido todo o terror desde
aquele telefonema, toda a raiva em sua traição com as palavras que ouvira.
Tudo o que sabia neste exato momento era a felicidade gloriosa como nada que
já tivesse sentido antes.
— Eu pensei que você precisava ir a algum evento esta noite. O que
aconteceu com esse plano?
Ele começou a mordiscar seu pescoço.
— Eu vi você entrar no closet.
Ela esperou por mais de uma explicação, mas quando ele apenas
continuou a mordiscar seu pescoço, ela se afastou e olhou para ele.
— E? — ela perguntou.
Ele deu de ombros e, porque seus ombros eram tão grandes, que bloqueou
a luz do teto por um momento.
— E nada. Segui você lá dentro. O resto eu tenho certeza que você pode
descobrir. — Ele deslizou sua mão até a cintura dela, colocando seu peito para
que pudesse provocar seu mamilo.
Lívia gemeu e arqueou as costas enquanto ainda tentava puxar a mão.
— Eu não acho que posso...
Ele sorriu com confiança e se abaixou para acariciar seu ouvido.
— Você não precisa fazer nada — disse ele. — Só esteja lá e deixe-me fazer
todo o trabalho.
Então ela fez.
E ele fez!
Capítulo 8
Lívia estava sentada no parque, esmigalhando o pão do seu sanduíche
enquanto ela jogava para as aves que estavam cutucando umas às outras,
tentando obter o próximo pedaço de pão.
O que ela tinha feito na noite passada? Por que ela tinha se dado tão
livremente, tão completamente, a um homem que usava a violência para
controlar as pessoas?
Ela acordara com um sorriso bobo no rosto, pensando que queria
experimentar fazer amor com Stefan novamente. Foi a luz do sol entrando
pelas janelas que a havia trazido de volta à realidade. Voltar para o fato de que
ela tinha acabado de fazer amor com um homem que ela deveria ter resistido
com tudo dentro dela.
Crescendo ouvindo gritos e os tapas de seu pai, enquanto se escondia
debaixo de sua cama, ela jurou que nunca se colocaria neste tipo de posição.
Um homem poderoso que pensava que era bom para bater em alguém? Como é
que qualquer mulher poderia ficar em um relacionamento assim?
Mas depois de apenas uma noite, ela entendeu. Talvez um pouco. O prazer
que ela tinha recebido do enorme corpo de Stefan foi... maravilhoso, mesmo
agora, seus olhos rolaram só de pensar nisso. O prazer foi incrível! Se ela
mesma não tivesse experimentado, não acreditaria.
Como poderia conciliar o homem de ontem à noite com o homem que
poderia... ferir uma mulher? E a bondade que Stefan estava mostrando à sua
mãe? Ele simplesmente não fazia sentido!
Ela deveria falar com ele, disse a si mesma. Ela deve simplesmente
confrontá-lo, tentar entender a conversa que tinha ouvido.
Lívia estremeceu com as possíveis consequências, lembrando as poucas
vezes que sua mãe tinha confrontado o pai.
Talvez se ela fizesse em um lugar público? Isso lhe daria uma sensação de
segurança? Ou será que ele simplesmente esconderia suas reações até que eles
estivessem sozinhos?
Ela inclinou a cabeça quando o peso da sua situação ameaçou sufocá-la.
— Você está pronta, Sra. Kozlov?
Lívia olhou para cima e percebeu que motorista de Stefan estava de pé na
frente dela, olhando solícito e ansioso para agradar.
— Sim, claro — respondeu ela e se levantou. Ela visitaria a mãe
novamente hoje.
O que ela faria sobre sua mãe? Ruth estava tão ferida e Lívia só sabia que
não fora uma invasão de domicílio. De alguma forma, ela tinha que convencer a
mãe para contar à polícia o que realmente aconteceu.
O que sua mãe diria se soubesse que Lívia estava na mesma posição? Ela
ficaria furiosa, Lívia sabia. E ela lutava para sair da cama de hospital, que
estava exatamente onde ela precisava estar no momento.
Portanto, não falaria com a mãe sobre a situação, disse a si mesma com
firmeza.
— Obrigada — disse ela quando o motorista fechou a porta da limusine.
Um momento depois, ficou novamente perdida em pensamentos conforme
a cidade passava pela janela. Mas Lívia não via nada disso. Sua mente estava
alternando entre memórias da noite anterior, para saber como um homem
podia ser tão incrivelmente suave e ainda assim, achar que era bom bater
numa mulher.
E mais uma vez, ela se perguntou que pista ela perdeu, o indício de que
teria dito a ela para fugir de Stefan antes que ela chegasse nesta profundidade.
Lívia suspirou quando o motorista estacionou fora do hospital privado.
Talvez não houvesse qualquer pista. Provavelmente os homens que usavam a
violência como resposta sabiam que era errado e escondiam suas verdadeiras
personalidades do mundo.
Ela sabia que seu pai era muito cuidadoso para esconder seu
temperamento dos outros. Ele mostrava-se somente quando sabia que estava
sozinho.
Ela riu cinicamente, assustando a recepcionista que estava vendo-a
entrar. Lívia limpou o sorriso de seu rosto, mas tinha lhe ocorrido que seu pai
comprara uma casa com uma quantidade significativa de terra em torno dela.
Era para que nenhum dos vizinhos ouvisse os gritos? Sua gritaria, na verdade.
A mãe de Lívia era relativamente tranquila. Ela raramente teve a chance de
gritar antes dos tapas ou socos começarem.
Mas este último abuso... ele foi muito além do que já acontecera antes.
Talvez isso, realmente, tivesse sido uma invasão de casa?
— Obrigada — disse ela quando a recepcionista abriu a porta de
segurança.
Andando pelos longos corredores silenciosos, ela sorriu para a equipe
sempre eficiente em uniformes que se movimentavam, fazendo o que quer que
eles estivessem que fazer. Todos pareciam tão ocupados, pensou.
Ela teria que arranjar outro emprego uma vez que estivesse tudo acabado.
Lívia sabia que seria difícil desde que ela estava fora do trabalho por várias
semanas antes de seu casamento. E ela provavelmente precisaria procurar até
que finalmente conseguisse um emprego em qualquer empresa. Mas faria isso.
Colocaria lentamente sua vida de volta nos trilhos. E faria tudo em seu alcance
para garantir que sua mãe estivesse em segurança. Que seu pai não pudesse
ferir sua mãe novamente.
Um policial estava de pé ao lado da cabine da enfermeira.
Lívia fez uma pausa, pensando se deveria dizer ao policial sobre suas
suspeitas.
O homem a viu no mesmo instante e interrompeu a conversa com a
enfermeira. Caminhando em direção a ela, o homem sorriu calorosamente e
Lívia relaxou um pouco.
— Você é Sra. Kozlov? — perguntou ele, estendendo a mão.
Lívia apertou a mão do homem, ainda não tinha certeza do que deveria
dizer ao homem.
— Sim. Como está, oficial? — ela perguntou.
O homem sorriu novamente. — Você tem alguns minutos para falar
comigo?
Lívia assentiu e eles se mudaram para a sala de espera. Quando estavam
sentados, o coração de Lívia acelerou. Ela sabia que no momento que este
homem abriu a boca ele faria uma pergunta que ela temia.
— Você sabe por que sua mãe é tão hesitante em me dar qualquer
informação sobre a invasão da casa?
Lívia olhou para suas mãos, apreciando a paciência do homem. Em sua
mente, ela tinha debatido o que diria se alguma vez fosse confrontada com esta
situação. Mas agora que a questão estava bem na frente dela, sabia que teria
que levantar-se pela mãe, mesmo que sua mãe não fosse fazer isso por ela.
— Duvido que tenha ocorrido realmente uma invasão de domicílio, Oficial
— ela finalmente disse.
Olhando para cima, ela percebeu que o oficial já sabia disso. O olhar em
seus olhos lhe disse que sua primeira pergunta fora apenas um teste.
— Alguma ideia de onde eu poderia olhar para encontrar o autor do
ataque?
Lívia inclinou a cabeça ligeiramente.
— Você já sabe a resposta para isso, não é? — Ela viu a confirmação nos
olhos do homem. — Então você também sabe que não há nada que alguém
possa fazer até que... — Lívia deixou sua frustração óbvia.
O oficial balançou a cabeça com resignação. — Você está certa.
Infelizmente.
Ele levantou-se naquele ponto. Tirando seu cartão, entregou a ela.
— Se você puder convencê-la a dar queixa, me avise. Caso contrário, o
caso será deixado em aberto, mas não trabalharemos nisso. Nós não temos
nenhuma outra informação para seguir em frente, nesse caso.
Os lábios de Lívia apertaram quando ela balançou a cabeça.
— Compreendo. Verei o que posso fazer.
— Isso seria bom. Se... — ele parou o que ele diria. — Bem, me ligue se
você ouvir mais alguma coisa.
— Telefonarei — ela disse, e levantou-se com ele. Lívia observou o oficial
sair do hospital, desejando que pudesse fazer algo para ajudar sua mãe. Esta
era uma situação desesperadora que ninguém deveria ter que viver assim.
Ela entrou no quarto de sua mãe, mas ela estava dormindo. A enfermeira
entrou para verificar seu pulso.
— Ela teve uma noite agitada, Sra. Kozlov — a enfermeira explicou. — Nós
lhe demos analgésicos adicionais, mas seu estômago não poderia lidar com
eles. O médico estará aqui em breve para falar com você.
Lívia se sentou ao lado da cama de sua mãe, segurando a mão dela até
que o médico chegou. Depois de ouvir sobre a condição médica de sua mãe, ela
só assentiu com a cabeça, sem entender todos os termos médicos, mas depois
voltou a segurar a mão de sua mãe.
Por um breve período da tarde, a mãe acordou. Lívia falou sobre o clima do
outono, as cores das árvores e o sentimento mais otimistas no ar agora que o
calor e a umidade se dissiparam um pouco. Ela falou sobre tudo o que podia
pensar até que a mãe voltou a dormir no final da tarde.
Mas ela não achava que era o momento certo para trazer o ataque. Não
quando sua mãe mal conseguia manter os olhos abertos.
Naquela noite, ela entrou no apartamento e olhou em volta. Tudo parecia...
em silêncio, ela pensou.
A empregada saiu da cozinha.
— O Sr. Kozlov lhe deixou um recado, senhora. Ele disse que tinha que
voar para Boston para uma reunião. Ele estará de volta em poucos dias. — Ela
fez uma pausa e Lívia sentiu seu coração. Certamente que não poderia ser
desapontamento, poderia? — O jantar estará pronto em uma hora.
Lívia balançou a cabeça.
— Obrigada, mas eu não estou com fome — falou à mulher. — Apenas
subirei e tomarei um banho. — Tentou sorrir para a governanta, mas estava
muito triste... de repente.
Quando Lívia subiu as escadas, entrando no banheiro bonito de Stefan
com todo o luxo possível, disse a si mesma que necessitava ter suas emoções
sob controle. No mínimo, ela precisava descobrir se estava com medo de seu
marido, ou se sentia falta dele, já que só teve conhecimento há quinze minutos
que ele não estaria aqui esta noite. As duas emoções não faziam sentido juntas.
Isso era ridículo, ela pensou quando tirou a roupa e ligou a água. Não
queria se sentir assim! Queria se sentir aliviada por Stefan ter ido embora!
Deveria ter se deleitado com a sua paz agora. Então, por que se sentia como se
estivesse indo se debulhar em lágrimas?
Era só porque estava confusa, disse a si mesma. Não estava chateada com
sua saída, ela estava confusa com as mudanças dramáticas na sua vida
durante as últimas quarenta e oito horas.
Quando afundou seu corpo cansado na água morna, perfumada, fechou os
olhos, ignorando as lágrimas escorrendo pelo rosto.
Capítulo 9
Lívia entrou no apartamento, perguntando onde no mundo Stefan poderia
estar. Ela podia estar com medo do que ele poderia fazer com ela, mas ela
ainda... estava com saudades dele.
Sim, ela podia admitir isso. Ele saiu há quatro dias. E depois de apenas
uma noite em seus braços, ela queria estar com ele novamente. Esqueceu a
possibilidade de qualquer outra coisa, ela queria este homem.
Olhando através da correspondência que a governanta deixou sobre a
mesa, ela se perguntou o que tinha acontecido com o e-mail que ela deveria ter
recebido nas últimas semanas. Ela costumava receber toneladas de e-mails,
mas depois de seu casamento, ela trocou todas as suas contas para entrega
on-line e cancelou todas as suas assinaturas.
Sentia-se solitária, ela percebeu. Ela tentou se esconder de Stefan após o
casamento, mas agora que ele tinha ido embora há quatro dias ela sentia falta
dele dolorosamente!
Seus sentimentos não faziam sentido, mas estava muito cansada e
sentindo-se vulnerável para tentar entendê-los. Ela até começou a dormir em
seu lado da cama e vestindo uma de suas camisas de noite, apenas para se
sentir mais perto dele.
Ele pode tê-la chantageado a voltar para ele, mas seu corpo não se
importava. E ela estava começando a aceitar que seu coração não se importava
tanto.
Ela andou até as janelas de vidro enorme que dava para as árvores e
horizonte de Londres. Sua mente passando através de seus sentimentos,
tentando identificar o que estava acontecendo e como ela conseguiria conciliar
todas as suas questões.
E quando ela olhou para as aves competindo uma após a outra, ela
percebeu que ainda estava apaixonada por Stefan. Quão patético era isso?
Estava tão confusa! Seus sentimentos não faziam qualquer sentido, mas,
novamente, as emoções raramente faziam sentido. Ela o amava tanto e uma
noite em seus braços não foi suficiente. Mas o que seria suficiente? O que faria
com que ela fosse capaz de ter um relacionamento com Stefan e ainda se sentir
segura?
Ela não tinha certeza. Nem ideia de como falar com este homem silencioso.
Bem, um homem ausente, ela percebeu, olhando por trás dela para a enorme
cobertura que continha apenas ela.
Foi assim que Stefan se sentiu depois que ela foi embora? Será que ele
sentiu esta solidão desolada?
Seu coração doía em pensar que ele se sentiu... abandonado. Ela estava
com tanto medo dele, não teve energia para pensar sobre o que ele poderia
estar sentindo.
Mas agora, olhando ao redor, se perguntava se ele sentiu um pouco dessa
solidão. Ela o deixou sem qualquer tipo de explicação. Agora ela percebeu que
estava errada. Muito errada. Deveria ter tido a coragem de enfrentá-lo, para lhe
dizer que nunca o deixaria machucá-la em nenhuma hipótese! Ela pensou que
era tão forte, tão no controle de seu destino. Mas estava muito, muito errada!
Fora uma covarde, apenas fugindo assim! Deveria ter encontrado um lugar
seguro para confrontá-lo e dizer-lhe exatamente isso, em seguida afastar-se
dele!
Lívia sentou em uma das cadeiras de couro, não vendo nada exceto sua
covardia. Tinha vergonha agora quando percebeu como suas ações foram
infantis. Deveria ter se desafiado para si mesma. Ou melhor, ela deveria tomar
aulas de autodefesa! Ela deve aprender a defender-se e mostrar-lhe que ela
nunca permitirá ser ferida como sua mãe foi.
Mas havia muito mais desse tipo de relacionamento deformado. Além dos
tapas e socos, seu pai também tinha abusado verbalmente de sua mãe há
anos, derrubando sua autoestima.
Algo torceu dentro dela quando ela percebeu que Stefan nunca fizera nada
parecido com ela. Completamente o oposto, na verdade.
Sua cabeça caiu contra a almofada de couro, enquanto ela vacilava entre a
raiva, o ressentimento, a excitação sobre o prazer que ele poderia dar a seu
corpo e... amor?
Uma coisa era certa, apesar de todas as suas emoções loucas, ela
precisava falar com ele. Dizer-lhe o que estava acontecendo e porque o tinha
deixado tão abruptamente. Essa era a única coisa justa a fazer. Ele merecia
entender suas preocupações.
Também precisava pedir desculpas por simplesmente deixá-lo assim. Ela
se sentiu justificada na época, apenas correndo com medo por causa de todas
as vezes que ela ouviu falar ou visto seu pai bater em sua mãe.
Sua mãe tinha ficado com seu marido durante anos, vivendo com o abuso,
porque ele tinha manipulado suas emoções, dizendo-lhe que ela era a culpada.
Então, tentou tudo para agradá-lo, para manter o seu mundo em paz para que
ele não batesse nela novamente. E houve momentos em que Lívia, quando era
mais jovem, tinha ouvido sua mãe rir. Seu pai poderia ser encantador quando
queria.
Infelizmente, aqueles momentos eram raros. Bem, não existiram
realmente.
Lívia só esperava que seu pai não voltasse para a vida dela.
Tudo isso era para outro momento, ela disse a si mesma e se levantou.
Hoje, ela descobriria onde Stefan estava e ela explicaria o problema, o porque
ela fugiu e exigiria que ele procurasse ajuda para controle de raiva. Ou ela teria
que deixá-lo novamente. Ela ficaria através da recuperação de sua mãe, mas
diria a ele claramente que não podiam ficarem juntos, se ele achava que ferir
uma mulher, ou qualquer pessoa, estivesse certo. A violência não era correto,
pensou enquanto subia as escadas com firme determinação.
Chamando seu escritório, ela chegou à sua assistente administrativa.
— Olá, Mary? — ela disse. — Sou Lívia, esposa de Stefan — ela disse essas
palavras com uma sensação de mal-estar no estômago.
E se Stefan não tivesse contado a ninguém que ele era casado? O
casamento fora pequeno e privado, sem muitos presentes. Mas as palavras
seguintes da mulher a tranquilizou.
— Olá, Sra. Kozlov. Como posso ajudá-la?
Lívia suspirou de alívio. — Eu estava pensado se você poderia localizar
meu marido para mim. Eu estou tentando... — ela não tinha ideia do que ela
estava tentando fazer, mas a outra mulher com eficiência entendeu.
— Ele está em uma reunião agora, sra. Kozlov. Mas ele deve terminar em
cerca de meia hora. Eu posso mandar uma mensagem para ele, se há um
problema.
Lívia parou no meio do corredor, atordoado pelas palavras da assistente.
— Ele está aqui? Em Londres?
Stefan tinha dito a ela que ficaria fora por alguns dias. Bem, ele disse à
sua governanta, a qual lhe havia dito. Então, por que ele estava aqui na
cidade? Ele não deveria estar em alguma outra cidade fabulosa?
— Sim, senhora. Ele tem reuniões até cerca de seis horas, mas eu não
acho que elas passem desse horário.
Os olhos de Lívia estreitaram ainda que não houvesse ninguém em volta
para ver sua raiva.
— Obrigada por essa informação — Lívia respondeu. — Se você pudesse
avisar que ele tem outra reunião. Mas faça-me um favor e não deixe que ele
saiba quem está se reunindo com ele. Você pode?
A mulher riu suavemente. — Seria um prazer.
Lívia tinha a impressão de que havia mais na afirmação do que ela estava
disposta a explicar.
Uma hora depois, ela estava em seu closet, olhando para sua imagem no
espelho de corpo inteiro. O vestido preto que ela tinha escolhido se agarrou ao
seu corpo, fazendo-a sentir-se forte e confiante. Não foi o mais caro dos
vestidos e ela sabia que Stefan estava acostumado a ver mulheres vestidas com
os mais recentes modelos com acessórios combinando e sapatos, mas ele
nunca se queixou sobre sua roupa antes de seu casamento. Então ela
suspeitava que ele não fosse reclamar muito sobre isso agora.
Pelo menos, ela esperava que fosse esse o caso.
Quando ela saiu do elevador quinze minutos antes das seis horas, a
coragem de repente começou a minguar. Todos os seus medos, sua raiva e sua
ansiedade vieram à tona e ela tremia enquanto ela caminhava em direção ao
escritório de Stefan.
Quantas vezes ela tinha andado pelo corredor antes de seu casamento?
Ela estava tão ansiosa para vê-lo, tão animada sobre ele levá-la em seus braços
e beijá-la. Ela fora tão ingênua naquela época.
— Ele é todo seu — sua assistente disse quando ela arrumou a bolsa e
empurrou a cadeira debaixo de sua mesa. — Quando o ver, pode lembrá-lo do
jogo do meu neto? — Ela riu quando ela balançou a cabeça. — Ele tem estado
uma fera nos últimos dias.
E então ela se foi. Lívia estava na área da recepção, não completamente
certa do que ela deveria fazer.
Espreitar em seu escritório, ela se sentia como uma mulher em um filme
de terror, olhando para uma sala para se certificar de que o psicopata não
estava lá, pouco antes desse psicopata saltar e arrastar seu corpo através da
porta.
Racionalmente, sabia que não aconteceria, mas Lívia não era realmente
racional no momento. Ela estava nervosa em ver Stefan, porque ele não ligou
ou mandou uma mensagem para deixá-la saber que ele estava de volta em
Londres.
Com raiva que ela suspeitava que ele não pudesse ter dito a todos, e seu
corpo também estava intensamente em formigueiro ciente que o homem estava
indo para passar por aquelas portas e possivelmente, varrê-la em seus braços!
E no fundo, ela sabia que todos os outros sentimentos foram apenas
mascarando seu entusiasmo com a ideia de vê-lo novamente depois de uma
noite. Ela estava nervosa sobre isso! Tensa em ver seu marido! Bom Deus, que
ridículo!
Um pensamento horrível lhe ocorreu. Ele não tinha lhe dito que ele estava
de volta a Londres, porque foi somente uma noite juntos e talvez não fora tão
mágico para ele como fora para ela?
Ela entrou em seu escritório, apenas querendo estar cercada por suas
coisas, por sua aura. O homem era poderoso, forte e incrivelmente bonito.
Talvez as outras mulheres em seu passado fossem mais... aventureiras na
cama. Quem sabe elas fossem mais bem informadas ou criativas! Oh Deus, ela
acabara de ir com ele para cama, deixando-o fazer todas essas... coisas
maravilhosas ao seu corpo, mas ...
Stefan passou pela recepção, irritado que estava vazia. Ele tinha um
monte de trabalho para ser realizado esta noite. Mas então ele se lembrou de
um jogo do neto de sua assistente e esfregou a ponta do nariz. Jogou uma
pilha de documentos em sua mesa, sabendo que ela entenderia o que fazer com
eles pela manhã. Andando pelo seu escritório, se perguntou o que Lívia estaria
fazendo agora mesmo. Ela estava no banho? Sua pele macia estaria rosada do
calor da água?
Droga, seu corpo estava reagindo a apenas o pensamento de ela lá,
sozinha, sem ele.
Esfregando o pescoço, ele percebeu que realmente odiava isso! Ele queria
sua esposa, mas não entendia por que ela o tinha deixado. Ele estava furioso
consigo mesmo por criar uma situação onde ela tinha que estar com ele.
Razão pela qual ele tinha dormido no sofá de seu escritório nos últimos
dois dias depois de voltar de Boston. Inferno, era só ir para um quarto de hotel,
se não estava disposto a passar a noite em sua casa. Ou melhor, devia deixá-la
ir. Ele pagaria pelos cuidados da mãe de Lívia, mas ele precisava começar a
esquecê-la.
Encontrá-la em seu closet várias noites atrás não ajudou. Ele pensou que
tinha tudo planejado. Que poderia esquecê-la e parar de pensar nela.
Infelizmente, fazendo amor uma só noite a tinha incorporado mais
plenamente em seu cérebro. Ele não conseguia parar de pensar nela,
desejando-a, querendo apenas falar com ela, vê-la sorrir ou rir.
Ele entrou em seu escritório e parou em seu caminho. Lívia estava aqui! E
porra, estava linda! O tecido elástico do vestido marcando contra sua cintura
fina e bunda redonda, fazendo suas mãos desejarem sentir seu corpo, puxá-la
contra ele para que ele pudesse desfrutar de todas as suas curvas exuberantes.
Bom Deus, nenhuma outra mulher jamais o fez reagir tão rapidamente.
Apenas Lívia.
Então ela olhou para ele. Ele viu a forma em que seus olhos se moviam
sobre o corpo dele, pegou o olhar faminto. Todos os seus pensamentos sobre
deixá-la ir, de ser o homem correto e deixá-la seguir em frente com sua vida
desapareceu de sua mente. De jeito nenhum ele poderia deixar Lívia ir.
Fechando a porta atrás dele, ele segurou seus olhos quando ele atravessou
a seu escritório. Sua bolsa caiu no chão, sem ser notado, enquanto seus olhos
se chocaram e ele sabia! Ela poderia tentar negá-lo, mas ele sabia que Lívia
queria ele tanto quanto ele a queria! E ele era muito bom para atiçar o fogo!
Talvez se ele lhe mostrasse quão bom eles eram juntos, mostrar que ele estava
indo para dar-lhe mais prazer alucinante...
Ele não terminou esse pensamento. Ele nunca pediu uma mulher antes e
ele não começaria agora. Mas ele a mostraria todas as diferentes maneiras que
poderiam estar juntos.
Começando agora.
Puxando o nó da gravata, ele deixou cair sobre uma das cadeiras em frente
de sua mesa. Quando ele desabotoou a camisa, ele observou com crescente
desejo enquanto ela se inclinou contra sua mesa, seus olhos observando seus
dedos atentamente. Quando sua boca se abriu, ele já não podia resistir à
tentação de tocá-la.
Curvando-se, seus lábios capturaram os dela, enquanto suas mãos
estenderam e a puxaram. Absorvendo seu gemido em sua boca, ele aprofundou
o beijo.
Não houve palavras faladas. Só toques e suspiros, suspiros de surpresa.
Seus dedos assumiram, puxando os botões de sua camisa enquanto suas
mãos se moviam até a cintura, de forma eficiente puxando o cinto de seu
vestido. Como proteção, a sua escolha de vestidos era patética, mas talvez isso
fosse o que ela pretendia o tempo todo.
Ele gemeu quando sentiu as mãos em seu peito. Quando ela puxou as
mãos para trás, ele sacudiu a cabeça e as colocou de volta onde elas estavam
antes.
— Toque-me — ele rosnou em seu ouvido enquanto suas mãos a
levantaram sobre a mesa. Ele empurrou os papéis para o lado, abrindo espaço
para ela enquanto seus quadris se moviam entre os joelhos, abrindo as pernas
mais amplas.
Ele quase se perdeu quando Lívia inclinou-se para ele e colocou os lábios
em seu peito. Ele estava tão perto, de machucar-se apenas por sua presença
aqui e agora, porque ela era sua vontade, ansiosamente, tocando-lhe que ele
tinha dificuldade de se afastar, de fechar-se em seu calor suave. Mas esta era
Lívia e ele faria perfeito para ela. Melhor do que a última vez em que estiveram
juntos, o que parecia eras atrás. Merda, ele a queria.
Não importa o quanto ele tentasse, não poderia retardar assim a única
solução que podia pensar era fazê-la encontrar o prazer dela mais rápido. E
apenas o pensamento de que poderia fazer para que isso acontecesse fez sua
ereção pulsar. Rasgando sua delicada calcinha, ele pressionou as costas dela
contra a mesa. Quando ela estava lá, espalhou-se diante dele, ele pensou que
tinha morrido e ido para o céu. Ela era tão perfeita, tão bonita!
Ele beijou o seu caminho até sua barriga, parando para beliscar sempre
que ele encontrava um ponto sensível, como o lugar certo do seu osso do
quadril ou sua coxa... ah sim, era bom, pensou. Mas não tão bom como
quando ele cobriu o calor com a boca, saboreando sua essência. Ela engasgou,
mas não podia se afastar. Suas mãos nos quadris a seguraram no lugar e ele
quase riu com prazer quando seus belos quadris levantaram, provando que ela
estava tão excitada quanto ele. Bem, não é bem assim. Ainda não, pensou.
Deslizando um dedo em seu calor, ele continuou a lamber e mordiscar,
ouvindo aqueles sons sensuais que ela fazia enquanto ele pressionava seus
dedos para o topo de seu calor, aumentando a pressão enquanto sua boca
trabalhava fora.
Na primeira impressão, ele ouviu ofegar mais uma vez, depois o silêncio e
Stefan sabia de sua primeira noite juntos o que o silêncio significava. E ele deu
a ela. Levando-a bem por cima, ele ouviu os gemidos um pouco mole quando
seu corpo se apertou contra seus dedos. Provando seu orgasmo na boca,
ajudando-a prolongar o prazer, foi possivelmente o melhor momento de sua
vida.
Quando sentiu todo seu corpo aliviar, ele se levantou e abriu o zíper de
suas calças. Sem esperar, ele a puxou contra ele, observando-a de boca aberta
quando ele a encheu. Sim, aquelas pernas sexys enroladas na cintura e seus
olhos se abriram.
— Eu gosto quando você me olha assim — ele rosnou, movendo-se dentro
e fora de seu calor. Toda vez que ele puxava para fora, ele podia sentir seu
corpo tentando trazê-lo de volta e ele estava mais do que disposto a acomodar
os comandos silenciosos do seu corpo.
Lívia sentiu os dedos emaranhados em seus cabelos, puxando sua cabeça
para trás. Quando sentiu os dentes no pescoço dela, ela perdeu. O atrito contra
ela, seu corpo já sensível, acrescentando estimulação foi demais e ela gozou
mais uma vez. Ela sentiu seu próprio corpo enrijecer e tentou mostrar-lhe quão
maravilhoso foi, mas tudo o que podia fazer era passear junto com ele, sentir o
aperto de seu corpo contra o dela.
Muito tempo depois, os braços ainda em volta do seu pescoço e seu corpo
intimamente ligado ao dela, Lívia teve vontade de rir com alívio. Este homem e
a maneira como ele a tocou foi incrível. Ela teria que aparecer em seu escritório
mais vezes!
— Droga! — Ouviu-o fazendo com que a felicidade se dissipasse.
Levantando a cabeça, ela olhou para ele, tentando descobrir o que tinha feito
de errado.
— Eu te ataquei na minha mesa de escritório! — ele resmungou,
levantando-a para a posição sentada e ajustando suas roupas. — Sinto muito,
Lívia. Eu não queria fazer isso.
Ela ajustou sua própria roupa também. — Eu sou... uh ...
— Você não merecia isso — disse ele, levantando-a de sua mesa e
cuidadosamente colocando-a para baixo em seus pés. — Venha, eu te levarei
para casa assim você pode tomar banho.
Ela olhou ao redor, frenética agora, porque ela pensou que seu tempo
juntos fora incrível. Ele estava olhando como se estivesse se despedindo!
— Existe um banheiro? Eu posso apenas ...
— Lá. Atrás dessa porta — ele disse a ela, apontando para uma porta com
painéis de madeira, assim como o resto de seu escritório.
— Obrigada — ela sussurrou e atravessou o tapete grosso com cuidado.
Dentro do banheiro, ela olhou para seu reflexo no espelho, chocada ao
encontrar seus lábios inchados e seu cabelo uma bagunça. Houve também um
olhar estranho em seus olhos, algo que a fez parar antes de pegar uma toalha.
Quem era esta mulher? Ela olhou... devassa!
Lívia sorriu, pensando em quão incrível ela sentiu momentos atrás,
quando ele tinha estado dentro dela, movendo-se de forma especial que,
mesmo agora, fez seu corpo querer mais. Ele pode estar com raiva por ter
acabado de fazer amor com ela em sua mesa de escritório, mas Lívia tinha
adorado e além do mais, ela não se sentiu mal sobre isso! Se o homem queria
ter vergonha, deixe-o! Ela iria para... bem, ela não tinha absolutamente
nenhuma ideia do que faria, mas isso não importava. Ela tinha desfrutado o
momento e já pensando em tentar em outro lugar.
Ela encontrou uma toalha e abriu a torneira, molhou um pouco o pano
para que ela pudesse limpar-se por cima. Ela ficou chocada ao descobrir que
ela ainda estava excitada. Apenas pensando sobre fazer amor com o homem de
novo? Louca, disse a si mesma, mas ela ainda tinha problemas limpando o
sorriso bobo fora de seu rosto.
Quando ela parecia um pouco mais apresentável, ela saiu do banheiro ao
descobrir que Stefan tinha abotoado sua camisa mais uma vez e vestido o
casaco. O homem alto, bonito parecia exatamente como quando ela entrou
mais cedo. Olhando para o relógio, ela ficou chocada ao descobrir que mais de
uma hora tinha passado desde que ela chegou. Bom Deus! O homem estava
completo.
— Vamos — ele ordenou, olhando como se ele estivesse com raiva por
algum motivo. Bem, talvez fazendo sexo na mesa violasse seu código de honra.
Ela apenas sorriu um pouco e mudou-se para o seu lado. Ela queria
inclinar-se contra ele, estender a mão e beijar sua boca, mas o olhar duro em
suas belas feições a deteve. Então, em vez disso, ela se mudou a seu lado,
mantendo de espaço entre eles quando a levou para os elevadores. Ocorreu-lhe
que Stefan não estava agindo como seu pai seria neste momento. Ele foi...
gentil. Talvez até mesmo... cuidadoso?
Isso foi uma revelação tão estranha, ela não tinha certeza de como
interpretar as ações e o comportamento de Stefan contra o que ela cresceu
testemunhando. Foi uma surpreendente revelação de que ela tinha que
ponderar o pensamento em torno de sua mente, não tinha certeza como lidar
com a estranha forma de como ele a fazia se sentir.
O escritório estava quieto agora desde que era tão tarde e, quando o
elevador chegou, eles eram os únicos. Ela queria falar e dizer algo a ele, mas
ela não tinha certeza de como romper sua atitude com raiva.
Mas não tinha toda a sua razão para vir aqui hoje falar com ele? Para
exigir uma explicação? Ela fora tão corajosa inicialmente, mas confrontada com
o homem real, sua coragem desapareceu.
Além disso, era bom andar apenas ao lado dele. Ele era tão alto e bonito e,
apesar de seus medos sobre seu temperamento, ela realmente se sentia
protegida quando ela estava perto dele.
Isso não deveria ser um sinal de que a sua percepção de que a conversa
fora errada? Esse pensamento fez seus olhos olharem para cima em direção ao
seu. E ela o encontrou olhando de volta para ela.
— Você está bem? — ele perguntou suavemente.
Ela sorriu, e novamente, não havia essa sensação idiota que fez seu
coração ter medo.
— Eu estou bem — ela respondeu, enfatizando a palavra. — E você? —
brincou.
Ele riu e revirou os olhos. — Melhor — ele respondeu.
Lívia perguntou:
— Melhor? — Porque não teve relação sexual em sua mesa de escritório ou
ele estava melhor porque tiveram?
Saindo do elevador, ela tremeu quando sua mão forte se mudou para as
suas costas. Enquanto caminhavam, ela moveu-se ligeiramente para mais
perto dele, quase do jeito que costumava andar antes de seu casamento e...
Suspirando, ela empurrou sua mente. Ela não queria lidar com isso agora.
Essa conversa seria muito longa.
— Lívia! — disse uma voz feminina à sua direita.
Lívia olhou em volta, sua boca caiu aberta quando viu sua amiga de
corrida vindo em sua direção.
— Donala! O que você está fazendo aqui? — ela perguntou quando as duas
mulheres se abraçaram.
— Eu tenho tentado entrar em contato com você! Onde você estava? —
Donala, uma mulher bonita com pele escura e cabelo preto sacudiu a cabeça.
— Não importa. Não vejo você tem um tempo. O que você está fazendo hoje à
noite? — Ela riu e pegou a mão de Lívia. — Na verdade, não me diga. Não me
importo. Você vem à minha festa de noivado.
Ela olhou para o homem alto de pé atrás Lívia.
— E este deve ser o seu marido! — Ela riu e mudou-se em torno de sua
amiga, pegando sua mão e a sacudiu. — Eu ouvi que você tinha se casado
Lívia, mas este homem é quente! — exclamou, sorrindo enquanto ela
continuava a apertar a mão de Stefan.
Stefan riu levemente, apreciando a forma como os olhos de Lívia brilharam
com ciúme instantaneamente. E foi ainda melhor quando Lívia puxou a mão da
amiga da dele e se aproximou, inclinando sua suavidade contra seu lado. Ele
colocou seu braço em volta da cintura, puxando-a ainda mais perto.
— Sim, este é Stefan Kozlov, meu marido — disse Lívia.
— Uau! — Donala exclamou, enquanto observava os dois interagirem. Ela
suspirou e balançou a cabeça como ela se arrependesse de algo.
— Bem, você encontrou-o primeiro, então eu acho que você fica com ele. —
Seu sorriso brilhante iluminou-se novamente quando ela olhou para Lívia. —
E, além disso, eu casarei com o homem mais maravilhoso do mundo inteiro!
Então você tem que vir a nossa festa de noivado hoje à noite! Você sempre
disse que queria experimentar um casamento real estilo indiano, bem, agora é
a sua chance!
Lívia riu, o entusiasmo de sua amiga contagioso.
— Estou animada por você, mas não há nenhuma maneira que eu vá na
sua festa de noivado no último minuto.
— Absurdo! Você não acreditará a quantidade de comida que já tinha
encomendado. E você conhece a minha família.
Ela se virou para Stefan. — Minha mãe e meu pai estão casados há mais
de 60 anos — explicou ela. — Eu sou a última dos doze filhos para se casar.
Toda a minha família estará lá, todas as senhoras estão fazendo henna
enquanto os homens sentam-se em um canto bebendo.
Voltando-se para Lívia, ela avisou:
— Minha mãe ficará furiosa com você, se ela descobrir que eu te encontrei
e você não veio para a festa. Especialmente quando estamos a apenas um
quarteirão de distância.
Lívia olhou em volta.
— Uma quadra de onde? Não existem lugares para ter uma festa desse
tamanho!
Ela riu.
— Não há algo que caiba quarenta netos agora?
— Quarenta e três — Donala corrigiu. — O último nasceu há apenas dois
meses. E você sabe o quanto minha mãe te ama, então isso é o fim da conversa
— sorrindo a mulher disse com determinação. — Você e esse lindo pedaço de
homem irão. E você está indo para uma verdadeira festa indiana com todas as
tradições.
Com isso, ela os levou dois quarteirões da rua, conversando todo o
caminho sobre os últimos acontecimentos com sua família.
Lívia olhou para Stefan, preocupada que ele poderia não querer vir para
algo como isto. Ela levou um pouco de tempo para se acostumar com a família
de Donala. Eles usavam adornos barulhentos e adotavam todos que entravam
em sua casa, crianças perdidas. Lívia adorava ir para a casa de sua amiga na
escola porque era tão diferente do seu próprio sentimento sinistro de silêncio e
de sua casa.
Quando chegaram ao estacionamento, Lívia olhou para trás e viu seu
motorista e guarda-costas seguindo a uma distância discreta.
— Stefan, se você não quiser, eu inventarei uma desculpa para não ir hoje
à noite.
Ele olhou para suas características encantadoras, ainda liberados do seu
encontro de escritório e balançou a cabeça.
— Esta é a primeira amiga sua que eu conheci. Eu não perderia esta noite
por nada. — E a empurrou-a para dentro.
Donala já estava sendo cercada por seus parentes, muitos dos quais
estavam falando, e longas mesas que pareciam que desabariam com a
quantidade de alimento que estava sendo colocada sobre elas.
Quando a mãe de Donala viu Lívia, ela rompeu com as pessoas que ela
estava conversando e se aproximou, envolvendo Lívia em um enorme abraço.
— Tem muito tempo! Não posso acreditar que Donala finalmente te
encontrou! É bom que você esteja aqui. — Ela olhou diretamente nos olhos de
Lívia. — Como está sua mãe? — perguntou ela solenemente.
— Essa última vez foi a pior — disse ela e sacudiu a cabeça.
— Seu pai deveria ser preso pelo que ele fez com aquela mulher!
O coração de Lívia quebrou. Sua mãe tinha tentado tanto esconder a
realidade de sua vida dos vizinhos, mas seus esforços, obviamente, não tinham
dado bom resultado.
— Sim. Ela está indo bem — ela respondeu, lutando contra as lágrimas.
A mãe de Donala sacudiu a cabeça. — Ela não está bem. Eu posso ver isso
em seus olhos. Ligarei amanhã e discutiremos isso. Mas esta noite, você
precisa de uma bebida e de comida.
O resto da noite foi tão divertido e barulhento como ela se lembrava. A
comida era deliciosa, com especiarias e curry permeando cada mordida. O
vinho e destilados fluíram fortemente e, quando a música começou a tocar, a
pista de dança estava cheia de pessoas dançando e rindo.
— Vem! — Donala ordenou, tomando a mão de Lívia e puxando-a para um
grupo de mulheres sentadas no canto. — Você ficará com os braços pintados —
ela anunciou e cutucou Lívia em uma cadeira. A mulher que faz os desenhos
sorriu para Lívia. — Qual a mensagem que você quer? — perguntou ela.
Lívia tinha acabado de abrir a boca para responder quando Donala
sacudiu a cabeça. — Eu tenho — ela disse e se inclinou, sussurrando para a
artista. A mulher sorriu e acenou com a cabeça. — Ambos os braços? — ela
perguntou e Donala concordou imediatamente.
— O que você falou? — perguntou Lívia, olhando para a amiga com
cautela. Ela viu Stefan no canto, rodeado por outros homens. Todos eles
pareciam estar discutindo sobre algo, mas o barulho tornava impossível ouvir
qualquer um que estivesse um pouco longe.
Foi quando Stefan fez algo escandaloso. Erguendo a taça, ele piscou para
ela. A boca de Lívia caiu aberta e ela não podia acreditar que o sempre sério,
rígido e formal Stefan Kozlov, tinha apenas piscado para ela! Quão
escandaloso! Sem precedentes!
Ela sentiu o calor subindo em suas bochechas, e as outras senhoras ao
seu redor notaram isso também. A artista de henna sorriu, olhou para onde
Lívia estava olhando, em seguida, voltou a concentrar nas mãos de Lívia.
— Você está certa, Donala! — declarou rindo e foi trabalhar.
Trinta minutos e outra bebida doce e muito letalmente intoxicante mais
tarde, a artista levantou a cabeça com um sorriso enorme.
— Tudo feito — disse ela.
Stefan caminhou naquele momento e levantou as mãos de Lívia.
Lívia não tinha ideia do que estava escrito em sua pele, mas ela amava os
intrincados detalhes. Donala estava próxima e, como a noiva, ela estava
recebendo seus braços e pernas feitas. Então ela estaria lá por um tempo.
Stefan levantou-a para fora da cadeira, seus olhos se movendo através dos
desenhos.
— Você gosta disso? — ela perguntou.
Stefan continuou a examinar o desenho de uma lua em forma de um
crescente com uma estrela disparando em direção a ela. A artista tinha
desenhado a lua em suas palmas que Lívia pensava que era estranho. Ela
normalmente viu a henna feito na parte de trás da mão de uma mulher, mas o
que ela sabia?
— O que significa isso? — ela perguntou.
Stefan olhou para ela com aquela diversão sutil que ela adorava em suas
belas feições. Mas estava desaparecido desde que ela voltou. Compreensível.
— Não importa — ele respondeu. — Dança comigo — ele ordenou e puxou-
a para mais perto, fazendo o seu caminho para a pista de dança.
Lívia pensou que era uma bela ideia. Ela tinha comido muito da deliciosa
comida picante e tinha bebido vários copos de qualquer que seja a bebida
potente que Donala ou outro membro de sua família havia pressionado em
suas mãos. Dançar era uma boa ideia, pensou.
No entanto, dançar com Stefan era uma atividade completamente diferente
do que qualquer tipo de dança normal. Em seus braços, ela se lembrou de seu
casamento. Não dançaram e ela estava muito nervosa e animada para
realmente pensar muito, mas agora, sabendo o que ela fez sobre ele, sobre
todos os lados dele, ela ainda se moveu facilmente em seus braços.
Era bom, pensou. Ela queria descansar a cabeça contra seu peito duro,
mas resistiu, não sabia como ele tomaria esse movimento. Houve tanta
confusão entre eles, tantas perguntas sem respostas. Ela precisava se explicar,
perguntar-lhe sobre a conversa telefônica para jogar tudo a limpo.
Mas agora, neste momento, tudo parecia perfeito demais. Ela amava estar
em seus braços, a música fluía ao redor deles quando eles balançavam
suavemente ao ritmo. Era um momento no tempo que ela saborearia, mesmo
se as explicações mais tarde não viessem bem. Então, o momento era ainda
mais precioso por causa da insegurança entre eles.
— Você me dirá o que o desenho significa? — perguntou ela, inclinando-se
contra ele quando ela inclinou a cabeça para trás para olhar para ele.
— Não.
Ela não gostava dessa resposta. — Por que não?
Ele riu e puxou-a para mais perto. — Porque...
Ela esperou por ele para explicar, mas seu silêncio lhe disse que ele estava
mantendo a informação para si mesmo.
— Poderia explicar por que você não me dará a informação?
— Não.
Na sua frustração contínua, ele riu.
— É um desenho de henna, Lívia. Não uma profecia.
— Então, se não é importante, diga-me o que isso significa.
— Por que não pergunta para sua amiga?
Lívia olhou para Donala, que acenou alegremente de volta, ousada por sua
brincadeira maliciosa.
— Porque Donala é uma encrenqueira. Doce e muito divertida, mas ainda
uma encrenqueira.
Ele riu suavemente em sua resposta. — Vocês duas se parecem.
Lívia suspirou, sabendo que ele não daria qualquer informação até que
estivesse bem e pronto.
— Nós somos. Fomos pelo menos. Ela era a pessoa que trazia problemas
na maioria das vezes. Ela gostava de quebrar as regras na escola.
Uma sobrancelha escura subiu com essa declaração.
— Mas eu estou supondo que você fosse uma participante voluntária,
certo?
Lívia riu. — Acho que eu poderia ter sido uma boa companheira de armas.
— Você está pronta para sair? — ele perguntou.
Pensando que ele queria fazer amor com ela, mais uma vez, mas desta vez
com ela vestindo apenas os desenhos de henna.
O olhar em seus olhos a fez recuperar o fôlego.
Oh meu Deus, pensou enquanto sua mente absorveu a promessa nessas
profundidades de prata.
— Acho que sim — respondeu ela. Saindo de seus braços, ela caminhou
até Donala.
— Estamos indo embora — explicou ela à amiga.
Donala pulou e abraçou Lívia, em seguida, foi até Stefan, beijando-o em
ambas as faces.
— Cuide dela. Lívia merece uma pausa de... — acenou com a mão no ar.
— Bem, você sabe.
Um momento depois, uma série de gritos felizes rompeu a conversa e os
olhos de Donala oscilaram para o outro grupo.
— Tenho que ir! — ela disse e abraçou Lívia novamente. — Falo com você
em breve!
Stefan levou Lívia para fora no frio ar da noite. Sua limusine estava parada
em frente, pronta para eles apenas entrarem na parte de trás. Lívia notou o
olhar confuso nos olhos de Stefan e se encolheu, pensando que ele perguntaria
a ela sobre o comentário de Donala. Depois de uma noite agradável com amigos
e muita risada, ela não queria se aprofundar no lado vergonhoso de sua
família.
— Lívia — ele começou a dizer assim que o veículo começou a rolar pela
rua.
Ela sabia exatamente o que pediria e ela não queria estragar sua noite com
essa pergunta. Então ela fez a única coisa que sabia que o distrairia de
perguntas. Ela estendeu a mão e o beijou, com a mão correndo pelo lado
áspero de sua bochecha. Ela adorava a maneira como seu rosto estava esta
hora da noite, todo barbado e eriçado, assim como o homem.
Quando ela se afastou, ela viu o brilho de calor e sabia que tinha
conseguido. Ele começou a dizer alguma coisa, mas ela simplesmente repetiu o
processo, sabendo que ele se distraiu uma vez, se distrairia novamente.
Desta vez, ele realizou seu objetivo mais profundamente do que ela poderia
ter sonhado possível. Assim quando ela estava prestes a puxar para trás, para
avaliar sua reação, ele simplesmente arrancou-a do assento ao lado dele e
levantou para o seu colo, os dedos mergulhando em seu cabelo para beijá-la
mais profundamente. Lívia se emocionou com a sensação, exigindo sua boca,
beijando-a como se ele precisasse dela mais do que o ar. E ela adorou.
A limusine parou na garagem subterrânea do prédio e ele saiu, levando-a
com ele e então a puxou atrás dele no elevador privado. Ele mal teve tempo
para pressionar em seu código antes que ele se voltasse para ela, começando a
beijá-la mais uma vez.
Quando chegaram ao apartamento, ele não podia esperar mais.
Levantando-a em seus braços, ele a levou até as escadas para o seu quarto e a
intensidade só cresceu a partir desse momento.
Lívia teria rido com sua distração, mas quando ele a despiu e a pressionou
na cama, enchendo-a com seu calor, ela não podia dizer as palavras ou poupar
a atenção das sensações que ele estava lhe dando para formar um pensamento
lúcido.
Capítulo 10
Ao longo das semanas seguintes, Lívia estava vivendo no limbo. Durante o
dia, visitava sua mãe, ajudando em sua recuperação. Enquanto o corpo de
Ruth curava, Lívia incentivava a mãe a falar com a polícia, mas até agora, ela
resistiu.
O fisioterapeuta ajudou sua mãe com seus músculos e ossos, enquanto
um psicólogo vinha diariamente para conversar com ela sobre o ataque. Não
era permitida sua presença na sala durante esse tempo, mas ela estava feliz
que sua mãe estava falando com alguém. Finalmente!
E depois as noites. Oh, Deus, as noites! Ela chegava de volta do hospital
pelo início da noite, mas não tinha muito a fazer até que Stefan voltasse para
casa no final da noite. Ela comia a maioria de suas refeições sozinha,
desejando que tivesse a coragem de mudar as coisas, para falar com ele e exigir
uma explicação, para dar-lhe uma razão do porque ela o tinha deixado.
Mas todas as noites, assim que ele entrava pela porta, ele dava a ela um
olhar e seu corpo derretia. Sua mente se voltava em marshmallow e ficava
muito animada para estar em seus braços. Toda noite, ela prometia a si mesma
que resistiria à atração magnética de seu corpo e o calor, o prazer incrível que
só parecia intensificar entre eles aprendendo sobre os corpos um e do outro. E
todas as noites, ela falhava. Então, na parte da manhã, acordava e jurava que
teria a conversa naquele dia, apenas para ser varrida no calor de seu toque
mais uma vez.
Até o final de duas semanas, ela estava em sua cobertura, não é melhor do
que estava no início desta... aventura? Relação? Caso?
Lívia não tinha ideia de como definir o que ela dividia com Stefan. Eles
eram casados, mas não compartilham qualquer coisa diferente de intimidade
física. Eles viviam juntos, mas só se viam à noite na cama. Pela manhã, ele ia
embora e ela ficava sozinha na enorme cobertura.
A única vantagem para esta situação era que ela perdeu peso e agora ela
sentia magra e esbelta, embora ela não tivesse dinheiro para obter novas
roupas, as que ela possuía serviam.
Ela estava usando um vestido preto que era cerca de dois tamanhos a
mais agora, mas ela não tinha mais nada. Alisando o tecido para baixo sobre
seus quadris, ela sabia que teria que fazer algo sobre sua situação financeira. E
não havia nenhuma maneira que ela pediria dinheiro para Stefan. Estava fora
de questão. Ela se contentaria com o que tinha ou descobriria outra maneira.
Com isso determinado, ela forçou sua mente a pensar sobre seu
relacionamento com Stefan. Sua mãe estava com previsão de ser liberada do
hospital, possivelmente já na próxima semana.
No fundo, ela não queria deixar Stefan. Ele disse que ela tinha que ficar
com ele até que não houvesse mais contas do hospital, mas ela queria mais.
Mas e se incluir a violência?
Ela tinha que falar com ele! Deveria interrogá-lo e descobrir o que ele quis
dizer naquele dia! As palavras pareciam bastante claras, mas talvez ela tivesse
escutado errado? Talvez ele tivesse apenas brincando?
Oh, ela não sabia! Stefan era um homem tão complicado e seu rosto
raramente revelava o que estava pensando. Ela pensava que tinha começado a
entender seus humores antes, mas agora não tinha ideia! Ele era muito mais
intenso, mas era principalmente porque estavam na cama e ele estava sempre
fazendo amor com ela.
Ela entrou no elevador, como era sua rotina normal, para ir visitar sua
mãe no hospital. Mas um momento antes que ela entrasse na limusine, ela
olhou para o motorista.
— Tim, você se importaria de me levar para o escritório do meu marido em
primeiro lugar? — perguntou ela.
O homem tirou o chapéu. — Claro, Sra. Kozlov — ele concordou.
Lívia entrou na parte de trás e Tim fechou a porta. Um momento depois,
eles estavam saindo da garagem e os músculos do estômago de Lívia apertaram
com medo.
E se a falar com Stefan fizesse tudo piorar? E se ele ouvisse e, em seguida,
batesse nela?
Ou se ele já sabia que sua mãe estava se recuperando e estava planejando
um divórcio?
Oh Deus, ela não gostava dessa ideia. Sua mão escorregou para seu
estômago e ela sentiu um pouco enjoada com a ideia de perder mesmo sua
ligação tênue com Stefan. Durante os dias que ela se escondeu dele, apenas
uma vez ela considerou um divórcio. Mas ela fora incapaz de seguir adiante.
Quando Tim parou em frente à sede de Stefan, ela olhou para o arranha-
céu, construindo sua coragem. Apenas do lado de fora deste enorme edifício fez
seus joelhos um pouco fracos. Tudo sobre o edifício a lembrava do poder e
força de Stefan. Mesmo o prédio era cinza como a prata de seus olhos. Deus,
ela estava sendo fantasiosa!
Ele era apenas um homem, disse com firmeza. Humano. Tinha
sentimentos assim como todo o resto do mundo, mesmo que ele pudesse ser
melhor em escondê-los do que a maioria da população.
Entrando no elevador, ela nervosamente fechou e abriu sua bolsa,
desejando que ela soubesse as palavras certas para dizer, algo que romperia o
que tinham vivido nas últimas semanas.
Quando ela saiu dos elevadores, ela imediatamente percebeu que havia
um tipo diferente de energia no piso executivo. Havia sempre um senso de
urgência, mas foi intensificado hoje, por algum motivo. Um homem saiu
realmente correndo pelo corredor com papéis na mão, outro estava chicoteando
ao virar da esquina, uma mulher estava lutando por uma porta que ela
conhecia de visitas anteriores que era uma grande sala de conferências. Na
verdade, todos pareciam estar caminhando para essa área.
Lívia se moveu lentamente em direção às portas, preocupada que ela
estivesse interrompendo alguma coisa, mas muito curiosa para se conter.
Quando chegou à porta, ela encontrou a sala cheia de pessoas, todas elas
freneticamente chamando uns aos outros, empurrando papéis sobre a mesa
que já estava cheia de papéis, as telas na parte de trás da sala foram
preenchidos com números que não faziam sentido para os olhos inexperientes.
— Quem é você? — Um homem gritou do outro lado da sala. — Segurança!
— ele rapidamente chamou.
Os olhos de todos cortaram para ela e Lívia sentiu um ajuste doloroso de
lavagem vergonhosa sobre ela. Seus olhos se moveram pela sala, tentando
determinar o que estava acontecendo, mas com a exclamação do homem, ela
olhou para aquele homem que não parecia frenético. Stefan!
— Não há necessidade de chamar a segurança — disse ele calmamente ao
homem que estava correndo em direção ao fundo da sala. Dois guardas
entraram na sala de conferências mesmo quando Stefan caminhou em sua
direção. Ele levantou a mão para acenar os guardas de distância.
— Continuem. Nós só temos hoje para finalizar. — Ele pegou a mão de
Lívia e começou a levá-la para fora da sala de conferências.
— Estarei de volta em um momento.
Com isso, o resto das pessoas na sala curvou a cabeça e continuou
trabalhando.
— Tudo bem.
— Sinto muito interromper — ela engasgou, erguendo mão para seu braço,
mesmo quando ela olhou para trás para a sala de conferência. — Eu só…
— O que houve? — Ele insistiu quando ela parou de falar.
Os olhos de Lívia voltaram para os seus e, quase instantaneamente, o
ruído e a urgência da sala de conferências desapareceram. — Sinto muito
Stefan. Eu realmente não queria interromper o que está acontecendo hoje.
— Está tudo bem. Por que você está aqui?
Lívia inclinou a cabeça. — Eu queria falar com você sobre... uma coisa. —
Ela estava juntando as mãos, não sabia como explicar. — Eu só estava... — ela
suspirou e esfregou a testa. — Você nunca está em casa para o jantar
recentemente. Você só volta a tempo para ...
Stefan viu sua esposa, ignorando a necessidade latejante que o atingiu
cada vez que estava perto dessa mulher. Ele tinha pensado que tê-la em sua
cama toda noite aliviaria a dor, mas só intensificou. Ele a queria mais agora do
que quando ele a viu pela primeira vez.
Ele estendeu a mão, colocando em seu rosto suavemente.
— Você me quer em casa para jantar? — ele perguntou, sem perceber que
estava segurando a respiração enquanto esperava pela sua resposta.
Como os olhos verdes de Lívia olhou nos seus, ela não conseguiu segurar.
— Sim — em resposta ofegante. — Eu gostaria muito disso.
Seus olhos sorriram, embora seus lábios mal se moviam.
Deus, ela tinha esquecido o quanto ela amava esse lado dele, olhando em
seus olhos para tentar descobrir o que ele estava pensando ou sentindo.
— Como está sua mãe? — ele perguntou, sabendo que Lívia a visitava
todos os dias.
A boca de Lívia abriu pronta para lhe dizer a verdade, que sua mãe estava
melhor e ela poderia receber alta em breve. Mas em vez disso, ela balançou a
cabeça.
— Não muito bem — disse a ele. — Pode ser um pouco cedo para ela estar
bem o suficiente para viver por conta própria.
Algo dentro de Stefan relaxou com as suas palavras. Ele recebia
atualizações diárias do hospital, ele sabia que a mãe de Lívia poderia estar indo
para casa na próxima semana.
Na verdade, ele tinha arranjado um apartamento para ela, completo com
uma enfermeira apenas no caso de ela não estar completamente pronta para
ficar sozinha.
— Isso é ruim. Deixe-me saber se ela precisa de mais alguma coisa, está
bem? — perguntou delicadamente, aliviado que Lívia não estava dizendo a ele
que ela estava saindo.
Lívia assentiu, sem sentir-se culpada sobre estar mentindo para ele sobre
a condição de sua mãe. Ela não tinha certeza do que estava fazendo, mas sabia
que queria esse homem em sua vida de alguma forma. Ela o amava. Ela teve
que fazer este trabalho! Ela tinha que descobrir isso!
— Bem, eu deixarei você voltar ao trabalho. Eu só…
— Me quer em casa para o jantar — ele terminou quando ela lutava para
terminar a frase.
Lívia olhou em seus olhos pratas nervosamente. — Sim. Isso seria legal.
Stefan não hesitou. — Estarei lá — disse ele, tão calmamente. — Esta
noite.
Ela olhou de volta para a sala de aparência caótica cheia de pessoas.
— Parece que algo importante está acontecendo lá. Se você não puder vir
para o jantar hoje à noite, tudo bem.
Seus lábios se curvaram em um leve sorriso e sua barriga capotou com
entusiasmo.
— Estarei lá.
Ela suspirou, sua cabeça foi um pouco para baixo.
— E nós podemos conversar? — perguntou ela, com a voz um pouco
ofegante.
Ele riu enquanto a ponta do polegar esfregou contra sua mandíbula.
— Sim. Falaremos sobre qualquer coisa que você queira discutir.
Seu rosto se iluminou e os ombros relaxados. — Isso seria bom.
— Você tem algo específico que você gostaria de discutir? — perguntou.
Ela considerou contar a ele sobre o assunto, mas, em seguida, sacudiu a
cabeça.
— Quero apenas falar com você — ela terminou, então amaldiçoou por ser
uma covarde. Ela falaria tudo hoje à noite, ela prometeu. Passos de bebê. Ela
disse a ele que o queria em casa para o jantar, e ele estava disposto a estar lá,
apesar de tudo o que estava acontecendo aqui no escritório que parecia muito
importante.
Ela olhou para ele, ignorando a onda de sentimento nas proximidades de
seu coração.
— Sua equipe precisa de você. Sinto muito por interromper.
Ele riu novamente. — Pode me interromper a qualquer momento, Lívia.
Com essas palavras, ele inclinou a cabeça e beijou-a muito suavemente
nos lábios antes que ele voltasse para a reunião. Era o beijo mais doce que ele
já tinha concedido a ela e seu coração disparou. Certamente um homem que
fez esta proposta não era um monstro, certo?
Ela olhou mais uma vez para a sala de conferência, pegando seu olhar e
sentiu suas bochechas virarem rosa. Ela virou a esquina e respirou fundo.
Bastava estar em torno do homem que já era uma experiência intensa.
Quando ela estava mais uma vez sentada na limusine, uma vez que viajou
para fora da cidade para o hospital particular, ela ficou pensando o que queria
dizer a ele. As palavras tinham que estar certas, e tinha que ser exatamente
direta, sobre o modo que sentia agora, e que saiu errado.
Ela estava distraída durante todo o dia, tentando prestar atenção à sua
mãe, que era na verdade uma tagarela, uma mudança, enquanto ainda em sua
mente ela pensava no que precisava dizer a Stefan.
Mas quando ela estava de pé na sala de jantar mais tarde naquela noite,
as mãos mais uma vez, alisando nervosamente para baixo suas coxas
enquanto ela esperava por Stefan, todos os discursos ensaiados por ela e
desenvolvidos em sua mente simplesmente desapareceram no momento em
que o viu caminhar através da porta.
Ele era tão bonito, ela pensou. Apenas a ligeira barba aparecendo em seu
rosto indicou que era noite em vez de manhã. Ele parecia tão fresco da mesma
maneira que ele tinha saído hoje.
Quando ele se aproximou de onde ela estava, ele não parou. Ele
simplesmente caminhou até ela e tomou-a nos braços, beijando-a até que ela
estava agarrada a ele, sua necessidade engolindo todas as suas boas intenções.
Quando ele mordiscou o lado de sua boca, ele perguntou:
— O que tem para o jantar? — Quando os lábios atingiram seu ouvido, ela
suspirou e tocou contra ele, incapaz de lutar contra a atração inevitável. ―
Você? — ele perguntou quando ela ainda não tinha respondido ele.
Ela tinha acabado de abrir a boca para responder quando seu celular
tocou.
Stefan levantou a cabeça e olhou para a mulher em seus braços. Seus
lábios estavam abertos e os olhos vidrados, provando que ela estava sentindo a
mesma coisa que ele. Mas havia uma aquisição importante que ele se afastou,
a fim de jantar com ela. Ele prometeu que estaria disponível para perguntas,
embora a maioria das questões tivesse sido fechada mais cedo hoje.
— Eu tenho que resolver isso — ele disse com resignação e um profundo
suspiro.
Soltando-a, ele apertou o botão de resposta em seu telefone quando ele
sorriu ligeiramente, observando Lívia em pé no sofá de couro e inclinou-se
contra ela. Ele até gostava que sua respiração fosse difícil. Ele fazia isso com
ela, pensou com orgulho e aumentou a confiança que tinha de alguma forma
ser capaz de manter essa mulher em sua vida.
Lívia ouviu com apenas metade de uma orelha, enquanto Stefan discutia
algo com a pessoa no telefone. Ele jogou fora alguns grandes números, bem
como questões que não podia sequer começar a entender. Quanto mais ela
ouvia, mais intrigada ela estava com tudo o que ele fazia.
Mas, então, o olhar em seus olhos mudou. Antes, tudo o que podia
detectar era a paciência enquanto ele dava ordens sobre como lidar com o que
estava acontecendo. À medida que a conversa continuou, porém, a paciência se
dissipou e uma nova e assustadora emoção surgiu.
Ele estava com raiva! Oh Deus, quantas vezes teve seu pai recebido um
telefonema na noite e ficou irritado com o que estava sendo retransmitido?
Lívia lembrou, seu corpo, inconscientemente, encolhido quando ela tentou
se proteger. Sua mente imediatamente voltou para as muitas... muitas... noites
que ela rastejou para debaixo da cama, ouvindo a ira de seu pai e de sua mãe...
silêncio.
Ela olhou ao redor da sala, tentando encontrar o melhor lugar para se
esconder, mas ele terminou a chamada antes que ela pudesse vir com um
plano.
Quando Stefan guardou o telefone e olhou para cima, ele soube
imediatamente que algo estava errado. Lívia não foi encostada no sofá. Ela
estava do outro lado. Suas mãos estavam apertadas em punhos e seus olhos
pareciam que ela estava pronta para fugir.
— O que há de errado? — ele perguntou, suas próprias mãos em seus
quadris quando ele notou sua expressão aterrorizada.
Lívia abriu a boca para falar, mas as palavras não saíram, sufocada por
seu medo. Ela estava muito apavorada. Já não era Stefan em pé em frente a
ela, era seu pai, uma reação irracional que ela sabia, mas não conseguia parar
o ataque de pânico que estava sufocando a possibilidade de que Stefan poderia
levar suas frustrações sobre ela. Tudo o que ela queria fazer era se esconder,
correr para fora da cobertura e encontrar algum lugar para isso até que sua
raiva estivesse sob controle.
Stefan estava furioso.
— Ok, explique-me Lívia! Porque eu não entendi! Por que você se irrita
quando eu fico com raiva? O que eu fiz ou disse que te faz tão assustada que
você vive com medo da minha raiva?
Lívia tremia enquanto ela se movia ao redor para o outro lado do sofá mais
distante, precisando de mais barreiras entre os dois. Ou mais especificamente,
uma barreira para os punhos.
— Eu ouvi você! — ela respondeu, mantendo sua voz tão calma e até
mesmo possível, mas que ainda era provavelmente muito dura. Quando ela
olhou para ele, para seu rosto bonito e as memórias do caminho suas mãos
poderia fazê-la sentir, o temperamento de Lívia quebrou. — Como você pôde
dizer aquelas palavras? Como você pode me abraçar e ser tão gentil, suave e
ainda...
Stefan esperou, alívio inundando-lhe que ele finalmente descobriria o que
a aterrorizava por tanto tempo. Mas quando ela não continuou, ele sacudiu a
cabeça.
— Lívia, se você não começar a falar... — ele ameaçou.
— Eu não deixarei você me bater! — ela gritou.
Ela agarrou a parte de trás do sofá, furiosa que ela se colocou nesta
posição. Depois de sair da casa de seu pai, ela desembarcou de volta para o
mesmo tipo de papel e ela estava com raiva. Furiosa! Consigo mesma, bem
como com Stefan porque ele sempre pareceu como um dos mocinhos.
— Eu não deixarei você fazer isso, Stefan. Eu não serei uma daquelas
mulheres humildes e subservientes. Você é mais forte do que eu e muito mais
poderoso, mas não o levarei quieta. Apenas continuarei a subir e você terá que
me matar antes que eu deixe você fazer comigo o que meu pai fez a minha mãe!
No momento em que ela terminou, ela estava gritando porque estava tão
apaixonada pelo lado bom dele. Ela precisava superar isso, mas ele ainda
estava escondendo o lado mal dele.
Stefan olhou para ela, atordoado com o que ela estava dizendo.
Certamente ele foi mal interpretado.
— Lívia, você tem medo de mim porque você acha que eu perderei o meu
controle e baterei em você? — ele perguntou em voz baixa.
Seu rosto estava pálido e com os olhos arregalados, mas ela foi capaz de
acenar com a cabeça com um empurrão para confirmar sua pergunta.
As peças do quebra-cabeça de Lívia finalmente se encaixaram.
Ele entendeu e havia tanto alívio, bem como fúria. A fúria era sobre o que
ela tinha passado quando criança, bem como a raiva que ela poderia pensar
que ele poderia fazer isso com ela.
— Nunca bati em uma mulher na minha vida, Lívia. E nunca bateria em
você.
Sua voz era suave e calmante, porque de repente ele percebeu que seu pai
não era apenas um valentão, ele era um batedor de esposa também.
Ela continuou a olhar para ele e ele estava em uma perda sobre o que
fazer para ajudá-la.
— Lívia, o que te fez pensar que eu bateria em você?
— Eu ouvi você! — Ela soluçou, tentando ficar de pé, mas suas palavras
suaves foram de tal traição.
Qualquer momento, ele mudaria. Ela tinha visto tantas vezes. Ela sabia o
que aconteceria.
— No dia do nosso casamento, você estava no telefone. Você pensou que
eu não estava lá em cima, mas você estava demorando muito. Eu queria estar
com você e então fui te olhar. — Ela furiosamente limpou as lágrimas que
fluíam sobre suas bochechas. — Eu ouvi você ao telefone. Eu não sei o que
você estava falando, mas você disse que se eu não ficasse em linha e fizesse o
que me foi dito, você me bateria.
Stefan voltou a pensar naquele dia. Ele tinha estado em uma névoa de
desejo por tanto tempo, ele não estava pensando em linha reta. Mesmo a
cerimônia de casamento era um borrão porque Lívia tinha usado um vestido
que lhe tinha atormentando-o com suas suaves curvas e ele sabia que seria
capaz de fazer amor com ela. Finalmente.
— Quando eu fiz... — ele parou, lembrando-se de repente quando ele foi
para o seu escritório e Grayson o tinha chamado. — Eu estava ao telefone —
disse ele em voz baixa, tentando lembrar o que ele tinha dito. — Mas... — em
seguida, lembrou. Ele tinha falado com Grayson, mas fora sobre Scarlett!
Ele olhou para ela, não tinha certeza se ele queria explodir de raiva ou
alívio. Ou mesmo riso.
— Você entendeu mal a conversa, Lívia! Eu não estava falando sobre te
bater.
Ela tapou os ouvidos.
— Eu não quero saber que você está abusando de outras mulheres!
Stefan riu, alívio passando através dele. Finalmente! Ele finalmente
entendeu todos os seus medos estavam presos!
— Eu não estou abusando de ninguém, mas eu só poderia bater em sua
bunda adorável, se você não parar de fazer suposições. Me escute Lívia. A
conversa foi sobre Grayson e Scarlett. Primeiro de tudo, eu não bateria em
Scarlett porque ela é como minha irmã. E mesmo se eu tivesse alguma forma
começar a ideia ridícula de prejudicar qualquer fio de cabelo dela, Grayson me
encontraria e me mataria. Aqueles dois são o amor um do outro durante anos e
o idiota não fará nada sobre isso. Nem ela – nenhum deles percebe que são
loucos um pelo outro.
Lívia abriu os olhos e ouviu, atordoada.
— Por que você disse algo assim, então?
Stefan suspirou e moveu-se rapidamente ao redor do sofá. Ele ignorou as
tentativas de manter o espaço entre eles. Ele não teria que esperar por mais
tempo.
— Lívia, você tem que entender que você tem uma perspectiva diferente
sobre o mundo que eu não entendia até agora. Eu não tinha ideia de que seu
pai era fisicamente abusivo ou nunca teria usado palavras como essas.
Ele fez uma pausa, em seguida, considerando todas as implicações de sua
nova compreensão. — Mas agora que eu sei disso, eu o destruirei.
Lívia ficou rígida em seus braços.
— Não! Deixe-o em paz! Não o toque, porque ele não joga limpo.
Stefan bloqueou olhos com ela, o rosto sério.
— Você realmente não tem ideia sobre o poder que eu exerço, não é? — Ele
não esperou por uma resposta, porque era óbvio.
E mesmo que a fizesse se sentir bem. Amava-o por si só. Não por causa de
sua riqueza ou poder. Uma e outra vez, ela tinha provado que ele a amava
ainda mais por isso.
— Lívia, seu pai é um peixe pequeno. Eu sou a baleia neste oceano. Seu
pai está terminado em negócios. Ele já nem sequer terá uma casa quando eu
terminar com ele. Na verdade, eu provavelmente tenho provas suficientes para
lançá-lo na prisão para o resto de sua vida.
Ela já estava balançando a cabeça, mas ele colocou uma das mãos em
cada lado da cabeça dela e a beijou. Ele não desistiu até que ela parou de
resistir a ele e derreteu nele novamente.
— Bom. Agora que está tudo claro na sua mente, aqui está o que
acontecerá. Você passará os próximos dias, meses, anos, décadas — disse ele,
mordiscando seu pescoço — aprendendo a confiar em mim. — Ele pegou sua
mão e mudou-se em torno de seu pescoço. — E você se apaixonará por mim —
ele prometeu a ela também.
— Eu acho que eu já sou apaixonada por você.
Ele balançou a cabeça, mesmo quando ele estava se movendo a boca ainda
mais para baixo o peito.
— Não. Se você me amasse, você confiaria em mim. Os dois andam de
mãos dadas, minha bela. Mas você me amará. E você confiará em mim tão
completamente que se eu começar vindo em sua direção com um taco de
beisebol, você só assumirá que jogaremos beisebol e se jogará em meus braços.
Ela riu com a imagem que ele tinha acabado de colocar em sua cabeça,
não pensando que ela nunca seria capaz de confiar nele tanto assim, mas ela
gostou do que ele estava dizendo.
— Você nunca machucaria Scarlett, não é? Eu realmente gosto dela.
Suas mãos tinham habilmente desabotoou a blusa.
— Ela realmente gosta de você também.
— Por que você a ameaçaria de espancá-la? — Ela quase esqueceu sua
pergunta quando sua mão se moveu até seu seio, esfregando o polegar contra o
mamilo sensibilizado.
— Porque ela é uma intrometida irritante — disse ele com um sorriso.
Lívia riu, agarrando seu pulso para puxar a mão.
— Não consigo me concentrar quando você está fazendo isso comigo — ela
gemeu.
— Bom. Eu não quero que você se concentre. Temos meses de façanhas
sexuais para compensar. E eu começarei a fechar a lacuna agora.
Ele se levantou e ergueu em seus braços, levando até o quarto. Ela
observou em um borrão como os quartos passaram zunindo de perto.
— Quando é que testaremos as outras partes da casa? — perguntou ela,
em seguida, fechou os olhos em constrangimento.
Stefan parou, quase soltando-a com aquelas palavras.
— Ah, amor, você me matará. Mas eu adoraria — disse ele enquanto ele
continuava a subir as escadas para o quarto. — Mas agora, os funcionários
estão aqui. E eu quero privacidade quando você gritar meu nome.
Lívia riu nervosamente, mas ela seguiu suas instruções muito bem.
Epílogo
— Stefan! — Lívia gritou, batendo a porta da frente com um movimento
furioso de seu pulso. — Onde você está, homem horrível?!
Stefan saiu de seu escritório e Lívia teve que trabalhar duro para
continuar seu olhar e lembrar por que ela estava tão furiosa.
— Você fez isso!
Um riso soou pela direita e Stefan sacudiu o menino naquele braço.
— O que eu fiz, amor? — perguntou ele com cuidado. Ele tinha feito um
monte de coisas e não tinha certeza de qual fora pego.
Houve uma risadinha no outro lado dele para o qual ele sacudiu o braço.
— Papai está em apuros. — Mia, sua filha de quatro anos sussurrou. Ela
estava conversando com Oliver, o menino de dois anos que também estava
segurando seu macaco de pelúcia da mesma maneira que seu pai estava
segurando-o. E ambos estavam rindo o suficiente para precisar de outra
brincadeira. Infelizmente, seus filhos não tinham respeito pela posição em que
se encontravam.
— Será que você pode colocar as crianças no chão? — ela perguntou,
impaciente, tentando não rir de seu filho e filha agindo como animais
selvagens.
Era um jogo que jogavam uma e outra vez, com Stefan como o leão, que os
seguia em toda a casa. Quem teria sabido que o poderoso, magnata dos
negócios assustador tinha uma tarefa simples quando se tratava de seus
filhos? Se apenas os outros empresários pudessem ver seu marido aterrorizado
agora, eles relaxariam.
Então, certamente, eles provavelmente não iriam. Stefan só tinha um
fraquinho em seu coração para a sua família. O resto do mundo realmente
devia prestar atenção.
— Eu acho que os soltarei — ele disse a ela, e ambos Mia e Oliver bateram
palmas e riram um pouco mais. — Eles provavelmente terão que me proteger.
Lívia balançou a cabeça, estreitando os olhos quando ela olhou para ele.
— Você submeteu meu nome! — exclamou ela. — Nada o protegerá agora.
Stefan olhou para o papel em sua mão e se encolheu.
— Você não deveria ver ainda.
Ela colocou as mãos nos quadris, distraída quando Stefan mudou tanto as
crianças de modo que elas estavam em seus quadris, os braços rechonchudos
em torno de seu pescoço. Portanto, agora os três estavam olhando para ela.
Era difícil manter a raiva quando os olhos verdes de Mia e Oliver estava
fazendo sons de macaco para não mencionar o calor secreto no olhar de Stefan
enquanto seus olhos percorriam seu corpo. Ela tinha esquecido sobre o vestido
que usava hoje, o material agarrado ao seu corpo. Livia tinha a intenção de
encontrá-lo para o almoço de hoje com uma surpresa, assim a roupa era
sedução. Ela tinha acabado de encontrar o artigo antes que a hora do almoço
chegasse.
— Não! — Ela virou-se para ele.
Seu sorriso se alargou e ele piscou para ela. — Eu vou.
— Não! — Ela disse, mas o calor já estava construindo em seu estômago e
irradiando para fora.
— Já estou, meu amor.
— As crianças ...
Oliver torceu o nariz quando ele se inclinou para Mia.
— Eles se beijarão, não é?
Mia suspirou. — Eles estão sempre beijando, Oliver.
Stefan riu quando ele se inclinou, beijando Lívia suavemente, mas ela
podia sentir o desejo naquele beijo. E seu corpo, como sempre, reagiu a ele.
— Você merece o reconhecimento — ele disse a ela. — Você e sua mãe
fizeram grandes coisas com abrigo das mulheres. Além disso, o prêmio
destacará todo o bom trabalho que vocês duas têm feito.
— Nós não precisamos de publicidade — argumentou ela de volta. — O
abrigo de mulheres está prosperando. Minha mãe está prosperando agora que
ela não está sob as mãos abusivas de meu pai.
Mudou-se para outro beijo.
— Eu quero que o mundo saiba que é uma grande coisa que você criou.
Então, eu submeti o seu nome.
Ela olhou para a direita e para a esquerda, rindo, finalmente, para seus
filhos adoráveis.
— Você não está protegido — alertou a ele.
Mia e Oliver aconchegaram mais perto de seu pai.
— Você não pode ficar com ele — disse Mia. — Ele é nosso para a manhã.
Ele prometeu.
Lívia riu.
— Então papai está vadiando no trabalho e vocês estão jogando selva.
Novamente.
Oliver acenou com a cabeça.
— Eu acho que ele está seguro por agora, então.
Mia e Oliver lançaram os seus braços para cima no ar, torcendo. Uma
fração de segundo depois, Mia estendeu a mão e atirou-se nos braços de Lívia,
deu a sua mãe um grande, beijo molhado.
— Isso significa que você tem que ser o tigre, mamãe.
Lívia olhou para o marido, amando tudo sobre ele.
— O Tigre? Eu pensei que papai preferia quando eu era a gazela.
Mia e Oliver riram e balançaram a cabeça.
— Não. Quando você finge ser a gazela, o leão se esquece de perseguir o
macaco e o pavão.
Lívia riu, mas o que disse era verdade. Ela corou, pensando na última vez
que brincou. Não tinha percebido o que aconteceria quando Stefan disse que
ela seria a gazela. Pensou que ele ainda perseguiria as crianças. Mas Mia e
Oliver tinham se chateado com seus pais naquele dia, desgostosos porque o
leão tinha perseguido a gazela atrás do sofá e foi beijá-la. Novamente. O leão
tinha esquecido de perseguir o macaco e pavão. A partir desse momento, as
crianças se recusaram a deixar sua mãe ser outra coisa senão um predador
também.
— Bem, eu acho que ser um tigre é melhor do que uma gazela.
Stefan balançou a cabeça enquanto Oliver e Mia assentiram.
— Gazela se divertiu mais com o leão — ele disse a ela.
Lívia corou um tom ainda mais profundo de vermelho, mas ela também se
inclinou mais perto e beijou o marido.
— Sim. Eles se divertiram!
Fim!

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