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Estava chovendo e com um clima pesado no ar, olho para meu irmão e com tristeza nos abraçamos.

Pego uma rosa amarela na mão, a que nossa mãe mais gostava, e Juntos jogamos em cima do caixão
antes de ser coberto para sempre. A um dia atrás aconteceu o que viraria nossas vidas de cabeça pra
baixo, era de noite e estavamos indo comemorar

nosso aniversario de 14 anos, que seria em uma pizzaria. Tudo estava indo bem, quando de repente
um carro que andava na contra mão bateu contra nós, tudo que me lembro foi um barulho
estrondoso e uma dor forte na cabeça até tudo escurecer. Por sorte, eu e meu irmão

escapamos apenas com alguns machucados, porém nossa mãe não resistiu. E o que seria um dia
feliz, virou o pior de nossas vidas. Fomos avisados que ficaríamos na casa do nosso avô Yolak, que
não conhecíamos nada sobre, apenas que morava em uma cidade longe daqui. Ele chega perto de
nós e diz que já estava na hora de ir, então entramos no carro e partimos em uma viagem de quase
uma hora.

Ao descer nosso avô pega nossas 2 malas e vai em direção á entrada. Eu e

Tyller paramos em frente ao portão analizando a casa. Era um casarão vintage que poderia ter sido
lindo, mas que naquele momento, tinha aparência de abandonado.

Atravessamos o enorme quintal, chegando na porta principal. A casa tinha uma iluminação fraca e
mobilias antigas, porem em bom estado. Fomos andando pelos corredores,

era estranho ver uma casa tão enorme ser tão vazia, tendo uma aura de tristeza e solidão no ar.
Nosso avô nos conduziu ao nosso novo quarto, no segundo andar da casa. Ele era simples, tinha 2
camas separadas por um criado-mudo e um armário do outro lado. Fomos desfazendo nossas malas,
a minha tinha algumas mudas de roupas, um porta retrato e alguns livros. Pego o porta retrato e o
encaro por um momento, nele havia eu, Tyller e nossos pais em um pique-nique, fazia 3 anos desde
aquela foto. A tristeza veio à tona e decido colocar o porta retrato em cima do criado-mudo. Volto a
atenção ao resto da roupa na mala como uma forma de afastar as memórias. Pensar no passado era
doloroso, então queria me distânciar ao máximo.

Guardo o resto das roupas e deito na cama pra ler meu livro. O que eu mais gosto de fazer é ler, era
algo que minha mãe sempre me incentivava quando pequena, por ela ser escritora. Desde bem
jovem eu lia os livros que ela escrevia, e agora é uma forma de se conectar com ela, com seus
pensamentos e sentimentos. O tempo passou e nosso avô nos chamou para ir jantar, descemos e
comemos em silêncio, com aquele clima constrangedor no ar. Me pergunto até onde isso iria, seria
dias? semanas? Depois de comer Li mais um pouco e fui dormir. Minha cabeça estava tão cheia que
peguei no sono facilmente

Acordo 08:00 da manhã sem vontade nenhuma de levantar da cama, infelizmente aquilo tudo não
foi um sonho, e sim a realidade. Me levanto e troco de roupa, Tyller ainda estava dormindo então
desço para tomar café da manhã. Chegando na cozinha a mesa estava toda posta, cheia de coisas
pra comer. Como uma fatia de pão com geleia de amora e café, que já estava morno. Um tempo
depois Tyller chega todo descabelado e com cara de sono, não havia nem tirado o pijama.
-kkk meu deus, um urso te atacou foi? Você tá um bagaço - digo rindo

- ha ha muito engraçado.

Depois de comermos fomos até o jardim da casa, era grande sem nenhuma árvore ou flor, porém a
grama havia sido aparada a pouco tempo. Caminhamos pelos arredores da casa conversando e
explorando mais o local.

- Mary, você viu o Yolak? não vi ele a manhã toda. - pergunta meu irmão

- Eu também não, quando desci ele já tinha sumido. Deve ter ido à algum lugar.

O tempo passou rápido e já fazia uma semana desde o acidente. Nosso avô costumava sumir em
alguns momentos pela casa, ele nos deu alguns jogos de tabuleiro empoeirados para jogarmos.

-xeque! -digo com confiança para meu irmão.

-O que você acha de seguirmos o yolak? -diz ele movendo o rei para outra direção no tabuleiro

- Por quê? - movo outra peça

-Pra saber aonde ele vai quando some!

- E porque isso importa?

Começo a prestar atenção na conversa deixando o jogo de lado.

- E tem coisa melhor pra fazer?

- É, você tem razão, amanhã bem cedo veremos para onde ele vai.
No dia seguinte acordamos bem cedo e fomos atrás do nosso avô, depois de tomar café e ler as
notícias do dia ele anda pelos corredores. Seguimos ele com cuidado se escondendo entre os
corredores. Em um canto isolado da casa que nunca haviamos ido, Yolak para em frente á uma
lâmpada e move ela com cuidado para a esquerda, revelando uma entrada secreta. Eu e Tyller nos
entreolhamos incréditos e Yolak passa pela passagem. Esperamos um tempo até ele se afastar para
analisar a passagem. Era uma escada profunda e estreita, não muito iluminada. Descemos com
muito cuidado para Yolak não perceber a gente ali. Chegando lá era uma biblioteca com estantes
cheias de livros e antiguidades. Avistamos Yolak, que vai até uma escrivaninha, puxa um diário da
gaveta e começa a escrever. Eu e meu irmão voltamos com cuidado incrédulos com a descoberta.

No dia seguinte Yolak nos avisou que iria sair para fazer compras, aproveitamos para ir até o lugar
misterioso. Fomos até o local, movemos a lampada pro lado e descemos as imensas escadarias até
chegar no local. Fiquei encantada com a quantidade de livros e antiguidades. Pelo caminho e nas
prateleiras haviam caixas cheias de coisas velhas e empoeiradas.

-Mary! vem cá ver uma coisa! - fala Tyller do outro lado da biblioteca

- Já vou - digo indo em direção á ele

atrás de uma das estantes cheia de tralhas havia uma enorme armadura prateada. limpo a superfície
da armadura, que revela ser brilhante com alguns arranhões leves

-caraca que maneiro olha quanta coisa tem aqui

Volto minha atenção aos livros da estante e um me chama a atenção. Ele tinha uma capa de couro
vermelha com detalhes em dourado, tiro a poeira de cima e vejo o título, " Hiren & Ivern ". Abro o
livro e começo a ler um trecho e somos transportados a para este lugar peculiar, semelhante a um
pântano, o céu está nublado e há uma grande mesa de jantar com uma pintura branca e adornos em
azul e dourado. Escutamos um ruído vindo da ponta da mesa. Com cautela, me aproximo e percebo
uma entidade peculiar que se apresenta como "Kakosegine". Ele usa um terno amarelo, tem a pele
com um tom de bordô e seus olhos são amarelos, como se tivesse saído diretamente de um
desenho. Ele se vira em espanto e nos diz:

K - Finalmente vocês chegaram. Sabem como é difícil criar uma história sem heróis?

M - Espera, como assim, onde estamos?

T - AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHH
K - Olha, Tyler, você não tem mais idade para ficar gritando assim. Tenha modos.

T - IRMÃO, EU ESTAVA... AAAAAAAAAAAAH

K - QUIETO! Deixa eu falar, peste barulhenta.

Me aproximo de Tyler com rapidez e tapo sua boca com as minhas mãos, fazendo um sinal para
Kakosegine continuar.

M - Pode continuar, senhor Kakosegine?

K - Kakosegine, mas me chame de Kako.

M - Ok, senhor Kako.

K - Ótimo. Continuando, bem, isso vai ser bem complexo, então acho melhor colocar seu irmão
sentado.

M - Ok.

Coloco Tyler sentado ao meu lado da mesa, perto da ponta onde o senhor Kako estava sentado.

K - Ok, crianças, vamos lá. Eu sei que isso é bem assustador, mas vocês são Yolanda Vermillion e
Yosef Vermillion, dois irmãos da renomada e quase extinta Casa Vermillion. Vocês vivem em Hirem,
uma cidade-capital localizada no norte do país de Hirem. Vocês dois moram no casarão antigo da
família na zona norte de Hirem, onde os mais ricos e velhos vivem. Vocês dois trabalham na caça das
criaturas de gelo, onde sempre vão a campos de batalhas e áreas urbanas para combater os seres de
gelo.

M - Por que matamos os seres de gelo? Eles fizeram algo contra nós?

K - Sim, eles mataram inúmeras pessoas por territórios e pela vontade da rainha.
M - Rainha? O que seria essa rainha?

K - Não se sabe quase nada dela, apenas que comanda todas as criaturas de gelo, como se fossem
rainhas de uma colmeia de abelhas. Elas sempre sabem onde cada uma de suas crias está. Isso é
usado para ataques a Hirem, pois, como as criaturas têm a mente em colmeia, elas podem se
infiltrar pelos míseros detalhes, até pelo sangue nas armas.

T - OK, ISSO FOI MUITA COISA PARA DIGERIR, ME DÁ UM SEGUNDO... OU DOIS.

Tyler estava ofegante, como se tivesse corrido uma maratona, com seus característicos olhos
arregalados logo após descobrir algo chocante, mas dessa vez era bem diferente.

T - Então, nós somos esses tais de Yolanda e Yo...

K - Yolanda e Yosef, sim.

T - Poderia saber o motivo? Até onde me lembro, há alguns minutos estávamos na sala secreta do
nosso avô.

K - Bem, poderia explicar mais, mas meu tempo é curto. Então, o motivo de vocês estarem aqui é
simples: vocês abriram o livro.

Logo após, Kako se levanta com elegância, limpando a boca com um dos panos que estavam na
mesa, e se dirige para a porta vermelha que magicamente apareceu atrás dele, como num passe de
mágica.

K - Bem, crianças, adorei a conversa, mas sou um homem de negócios, então terei que me retirar. E
lembrem-se, NÃO MORRAM E SALVEM HIREM.

Enquanto Kako passa pela porta, percebemos que a paisagem ao nosso redor parece estar
derretendo. Sinto meu pé sendo puxado por essa substância gosmenta que tomou todo o pântano.
Tento me levantar da cadeira, mas isso só faz com que eu seja mais puxada para essa gosma. Tyler
não estava diferente, fazendo um grande escândalo ao meu lado, mas sua situação era pior, pois
Tyler já estava com mais de metade do torso para baixo da gosma, que tomava uma consistência
mais aguada. Me apoio na mesa, tento subir nela, mas a gosma já consumia grande parte do meu
corpo. Então, só sinto um grande puxão e...

Então acordo em um quarto completamente estranho. Olhando ao redor, percebo a luz do sol
passando pela cortina de linho vermelha, criando uma luz vermelha fraca com adornos em preto. Ao
olhar um pouco melhor, me deparo com uma escrivaninha com um espelho, uma estante lotada de
livros e uma grande porta. Ao olhar para cima de onde estou deitada, vejo um grande véu de linho
vermelho com adornos em preto. Levanto-me de minha confortável cama e vou andando por esse
grande quarto até a chamativa porta localizada no canto do quarto.

Abro a porta e vejo um corredor com algumas lâmpadas e porta-retratos. Vou seguindo esse
corredor e percebo um leve feixe de luz que sai de uma janela virada para a rua, onde vejo carroças,
cavalos e pessoas trafegando em uma cidade bem vitoriana. Percebo os tetos pontiagudos,
chaminés de latão deformadas apontando para o nublado céu. Escuto alguns gritos e barulhos
vindos da rua, também as fábricas que podem ser vistas na distância com suas colossais chaminés
expelindo toneladas de fumaça.

M - Acho que esses caras não estão seguindo as leis de emissões.

Seguindo meu caminho pelo corredor, encontro um grande hall. Ao olhar para cima, é quase
impossível não perceber os dois grandes vitrais formando a imagem de uma espiral. E nesse hall,
também vejo uma escada para o

mezanino da casa. Nesse hall existem quatro portas, mas uma me atrai mais a atenção, pois exalava
um cheiro de comida deliciosa. Vou me aproximando com cuidado, percebo que dessa porta é
possível escutar barulhos metálicos e algumas pessoas conversando. Aproximo-me da porta e a abro
delicadamente. Ao abrir, deparo-me com três cozinheiros terminando o que parecia ser um grande
café da manhã. Logo um deles me percebe e se aproxima da porta.

C1 - Senhorita Yolanda! Bom dia! Veio roubar algumas amoras do waffle do senhorito Yosef?

M - Quem é Yolanda?

C1 - Perdão, senhorita? O que disse?

Nesse momento, lembro do senhor Kako dizendo que seríamos Yolanda e Yosef e percebo que talvez
meu irmão não o tenha percebido da mesma maneira, então devo me apressar para achá-lo antes
que ele faça algo idiota.
M - Perdão, ainda estou meio sonolenta. Onde estava com a cabeça perguntando quem era Yolanda,
não é?

Forço uma risada para amenizar a situação, os cozinheiros se olham com um olhar de estranheza.

C1 - Tá bom. Bem, poderemos ser úteis para alguma coisa, senhorita?

M - Não, apenas gostaria de ver o que terá no café da manhã.

C1 - Teremos waffles, panquecas, geleia de frutas vermelhas, bolo quatro leites, croissant, chá,
macarons e mais algumas comidas.

M - Ótimo, me parece tudo delicioso!

C2 - Ok, nos dê mais dez minutos e já iremos colocar na mesa. Fizemos seus pratos favoritos, já que
os senhorios irão partir em viagem.

Viagem? Vamos viajar para onde? Por que Kako não ficou mais tempo?

M - Sim, iremos partir no final da tarde.

C3 - Escutei falar que sua divisão irá partir ao anoitecer.

M - É verdade. Perdão, nós iremos ao anoitecer. Não sei o que deu em mim. Bem, agora irei procurar
meu irmão. Até.

Os cozinheiros se voltam para os fornos para finalizar o café da manhã, e eu me preparo para
procurar meu irmão nesse lugar. Me pergunto por onde devo começar a procurar, então decido
verificar o segundo andar. Ao subir as escadas, sigo por esse mezanino, onde me deparo com um
grande corredor. Escuto passos em minha direção, vou me aproximando e me deparo com meu
irmão, um pouco mais alto.

T - Mary, ainda bem que te encontrei, você...


M - Digo o mesmo.

T - Tá, você sabe o que está acontecendo? Onde está o vovô e a casa velha e assustadora dele?

M - Eu não sei, mas o que eu sei é que aquele sujeitinho de terno amarelo tem algo a ver com isso,
mas o que...

T - Tá, mas onde estamos?

M - No livro.

T - O QUÊ!

M - Não grita, animal. Sim, estamos.

Olho para trás enquanto tapo a boca do meu irmão para verificar se ninguém escutou.

T - Tá, mas como você sabe que estamos no livro?

M - Diferente de você, eu prestei atenção no Kako e ele disse que estamos no livro.

T-Então você vai confiar em uma criatura completamente estranha?

M-Bem, você tem alguma ideia melhor?

T-Tá, então como saímos do livro?

M-Matando a rainha.

T-E como fazemos isso?


Dou de ombros e viro-me em direção à escada para descer do mezanino.

M-Bem, acho que vamos descobrir como matar essa rainha ainda hoje.

T-Como?

M-Aparentemente, temos uma viagem marcada para hoje à noite, então se prepare e tente manter
a postura na frente de todos. Eles não podem suspeitar que não somos os heróis deles.

T-Por que? Na verdade, falar que não somos os heróis que eles imaginam não seria melhor?

M-Claro que não. Provavelmente, essas pessoas tentariam nos matar. Parece que você nunca viu um
filme, meu Deus.

T-Ignorante.

Enquanto conversávamos, descíamos as escadas e nos encontrávamos no hall principal, pensando


onde seria a sala de refeições.

M-Tá, sinto o cheiro.

T-Senti o cheiro de quê, sua doida?

M-Da comida, idiota.

Fungo o ar à procura de uma pista de onde a sala de refeições poderia ser, mas logicamente não
encontro nada.

M-Eu segui o cheiro bom que vinha da cozinha e vi alguns cozinheiros preparando o café da manhã.
Eles comentaram sobre a viagem.

T-Agora temos até cozinheiros? Legal.


M-Tá, mas o foco é achar a maldita sala de refeições.

Procuro nas portas localizadas um pouco mais à frente. Uma delas é feita em metal pesado, com
rebites expostos e com aparência pesada. Paramos em frente da porta para analisarmos melhor.

T-Será que é aqui?

M-Provavelmente não, a menos que você esteja alimentando um dragão.

Logo após isso, escutamos uma porta se abrir atrás de nós e alguns passos. Então, surgem três
cozinheiros levando um carrinho de comida cada um. Eles nos olham quando vão fechar a porta.

C1-Senhorita Yolanda? Senhorito Yosef? Por que vocês estão mexendo aí?

M-Nada, apenas analisando a... engenharia da porta. Sua disposição de painéis de ferro e sequência
de rebites é fascinante.

T-Verdade, é bem... curioso.

C1-Bem, acho melhor os dois irem para a sala de refeições logo. Aparentemente, a General Yndrica
está esperando os senhorios.

M-Verdade, iremos para lá agora.

Me afasto da porta e faço um gesto discreto para Tyller me seguir e vou em direção a outra porta
que está do outro lado do hall.

Susurro para Tyller.

M-Cara, ferrou, uma general. O que vamos fazer?

T-Ótima pergunta. E se tentarmos... dizer que perdemos uma pequena parte da memória? Assim, ela
terá que explicar tudo que precisamos sem suspeitar.
M-Olha, perder a memória é algo suspeito demais, então acho melhor improvisarmos.

T-Tá, mas você improvisa e eu finjo demência.

M-Competição amigável entre irmãos?

T-Claro.

Enquanto chegamos perto da mesa, podemos ver essa vislumbrante sala, com cortinas de linho
vermelho com pequenos feixes de luz passando, com quatro grandes lustres iluminando todo o
imenso cômodo. Na ponta da mesa, é possível ver uma mulher alta, com mais ou menos 30 anos,
vestindo uma mescla de armadura com peças de couro, e uma grande lança encostada em sua
cadeira.

Y-Sentem-se, os dois, não temos muito tempo.

M-Ok.

T-Ok.

Nos sentamos perto da general e ela começa a falar.

Y-Bem, como os dois estão cientes, iremos partir para as montanhas em uma investida contra a
rainha e seus filhos. Partiremos hoje à noite e pela manhã já devemos estar na área de sua primeira
cria, Aretí. Ele não aparenta ser o oponente mais difícil, mas devemos tomar cuidado. Bem, logo
depois, iremos em direção à floresta densa, onde há mais neve, e Kynígi se esconde um porteiro,
para logo após termos a entrada do castelo da rainha, localizado dentro da montanha mais alta no
subsolo, onde teremos a biblioteca e lá estará Diánoia, o guarda da biblioteca da rainha, um de seus
bens mais preciosos, onde encontraremos o livro de Katharízo, que usaremos juntos com as relíquias
dos filhos dela para derrotá-la.

M-E como vamos fazer essas "relíquias" dos filhos dela?

Y-Simples, os matando e pegando seus crânios.


Ela falando isso em um tom de calma e serenidade me assustou muito, e imagino que meu irmão
também, pois quando olhei para ele, estava com a mesma expressão clássica dele: olhos
esbugalhados e respirando como se tivesse corrido uma maratona.

Y-Bem.

Ela olha para seu relógio de pulso e diz.

Y-Nos encontramos ao pôr do sol na frente da academia. Aproveitem o dia na cidade...

A general é abruptamente interrompida com as portas se abrindo e um jovem entra em desespero


pela porta.

-GENERAL, ESTAMOS SOB ATAQUE!!!!

A general se levanta rapidamente, agarra sua lança e vai em direção à porta.

Y-Os dois se vistam, peguem as suas armas e me encontrem na academia AGORA!

M-ENTENDIDO!

T-ENTENDIDO!

Nos levantamos em desespero para os nossos respectivos quartos. Corro ao meu quarto, abro o
armário na procura de algum tipo de roupa que lembrasse uma armadura e vejo: botas de cano alto
com reforços em metal, um sobretudo com uma camisa social dentro e um par de luvas.

M-Acho que era isso que ela estava se referindo ao dizer para nos vestirmos.

Logo após vestir a camisa, calça e botas, percebo que até agora ainda não achei uma arma. Procuro
ligeiramente dentro do armário enquanto coloco o sobretudo. Vejo acima do armário, numa
pequena área acima das roupas, uma bainha de sabre com o sabre dentro. Ao pegá-lo, percebo
alguns detalhes em vermelho, dourado e preto, sendo seu guarda-mão e cabo em dourado com
detalhes em vermelho. Ao retirar o sabre de sua bainha, é possível ver uma lâmina branca reluzente,
como se fosse nova. Eu analiso um pouco mais e logo guardo o sabre em sua bainha, colocando-a
em meu cinto.

Saio às pressas do quarto, correndo pelo caminho todo, e ao passar pela janela do corredor, posso
ver alguns seres azuis que lembram soldados medievais.

M - O que está acontecendo?

Sigo meu caminho até o hall, onde me deparo com Tyller e um grande livro. Nossas vestes não têm
muitas diferenças, mas o que mais me chamou a atenção foi o seu grande livro e faca.

T - Por que eu tenho que ficar com isso?

M - Talvez para ver se o seu cérebro funciona.

T - Mas eu não quero ver se ele realmente funciona, só quero ir pra casa.

M - Eu também, mas parece que só iremos ir para casa depois de derrotar esses bichos.

Falo isso apontando para fora, onde é possível ver uma histeria de todos na rua. Com urgência, me
dirijo à porta para tentar achar onde seria a tal academia. Na verdade, foi bem fácil, pois ela era uma
grande construção com inspiração gótica e vitoriana visível do horizonte. Então, chamo Tyller e
juntos vamos em direção a essa grande construção, nos desviando de seres de gelo e dos destroços.
É possível escutar o som das espadas se brandindo nos ossos de gelo dessas criaturas. Ao chegar
mais perto da academia, é possível perceber um pequeno grupo de pessoas lutando contra os
monstros. Um deles nos olha e diz:

"Ei, a general está lá dentro, vão lá RAPIDO!"

Nos dirigimos à porta de entrada da academia. Quando entramos, vemos a general e mais algumas
pessoas em volta de uma mesa improvisada, pois a academia estava sendo arrumada para alojar as
pessoas. A general percebe a nossa presença e diz:

Y - Ainda bem que vocês chegaram, bem, estamos suspeitando que um dos filhos da rainha está no
ataque. A missão dos dois é verificar essa informação, entendido?
M - Sim!

T - Sim!

Então saímos para as ruas novamente e pensamos em como encontrar esse filho, caso ele esteja
envolvido.

M - Tá, vamos lá, temos que achar algum lugar alto para podermos ver a cidade de uma maneira
melhor.

Analisamos os prédios e percebemos um prédio um pouco mais alto com uma escada para o teto.
Corremos na direção do prédio e quando íamos chegar perto da escada, uma das criaturas de gelo
aparece. Com medo, recuo e saco meu sabre.

M - Pra trás, coisa estranha!

A criatura, logicamente, não entende nada e me ataca de maneira desleixada, se jogando para cima
de mim sem muita técnica. No susto, empurro meu sabre para frente e faço um corte superficial. A
criatura se prepara para um ataque um pouco mais ativo. No susto, vou para trás dando um leve
tropeço, fazendo com que a criatura também tropece levemente. Então, olho para Tyller e digo.

M - VAI FICAR AÍ OLHANDO OU VAI FAZER ALGO?

Ele estava folheando seu livro com uma pequena adaga em suas mãos.

T - PERA, EU... EU, AQUI ACHEI!

Tyller corta levemente sua mão e passa sobre a página do livro, assim fazendo com que a mesma
crie um símbolo no ar que toma a forma de uma névoa densa, vai em direção à criatura e começa a
consumi-la de uma maneira como se a derretesse. Então, Tyler grita.

T - AGORA, MARY!

M - TÁ!
Me levanto rapidamente, com o sabre na mão, corro em direção à criatura e a ataco com um corte
horizontal mirado no peito. Ele acerta a criatura, fazendo-a cambalear e grunhir.

Criatura: - GRRARRAR -

Tento em seguida atacar novamente, mas dessa vez a criatura desvia e me contra-ataca com uma
arranhada, que pega superficialmente no sobretudo, apenas o arranhando. Me recupero e grito para
Tyller, que estava folheando seu livro rapidamente.

M - CARA, LANÇA OUTRA COISA AÍ DO TEU LIVRO!

T - PERA, CARA!

Tyller para em uma das folhas de seu livro e corta mais um pouco de sua mão, assim fazendo com
que dessa vez o que sai do seu livro seja algo que aparece apenas na criatura, manchas vermelhas
que derretem a criatura, corroendo os ossos gelados e fazendo com que a criatura sucumbisse em
uma poça de água gelatinosa.

Me levanto em um movimento, guardo minha espada e vou ver a mão do Tyller.

M - Cara, o que foi aquilo? Magia?

T - Eu não sei, tipo, só veio na mente pra eu usar o livro daquela maneira, parecia que ele tava me
guiando pras páginas certas.

M - Ok, isso é impressionante, mas temos que...

A fala é interrompida por um estrondoso barulho de vidros se quebrando e quando olhamos


procurando de onde esse barulho veio, vemos que os vitrais imensos da academia acabaram de ser
quebrados e alguns segundos depois escutamos outro barulho alto, mas dessa vez foi de uma porta
sendo quebrada. Começamos a ir na direção da academia e nos encontramos em um pequeno beco,
que dá acesso à rua principal. E em uma ponta está a academia e a general com uma grande
quantidade de caçadores, e na outra uma criatura com uma estatura de 2 metros, musculosa, mas
com o rosto estranho com apenas a parte dos olhos de um crânio à mostra, sem a arcada dentária,
sem boca, sem nariz, orelhas ou cabelo.
Ele se levanta do chão onde é visto com vários cacos de vidro do vitral que ele foi arremessado, ele
se prepara e corre na nossa direção, que já estávamos nos aproximando da general.

M - General, ele tá vindo, o que vamos fazer?

Y - Matar ele.

Após dizer isso, ela toma a frente e se prepara para o combate direto.

Y - Divisão 1 a 5 fique aqui, da 5 a 10 defendam os civis. E vocês dois fiquem aqui.

Olhamos para ela com um olhar visivelmente assustado, ela sorri de canto de boca e volta a esperar
a criatura, que não está correndo e sim desfilando de forma formosa pela rua principal.

Y - Esse idiota quer um palco - disse a general, indo em direção à criatura caminhando.

Y - Vocês dois, eu vou entrar em combate direto, Yolanda venha comigo, enquanto seu irmão o
ataca a distância.

M - Ok, general.

Saco a minha espada e me preparo para o combate enquanto Tyller abre seu livro.

Y - Yolanda, lembra o básico?

M - Acho que sim.

Y - Apenas ataque e desvie.

Logo após isso, a general faz uma investida agressiva, pois já estávamos perto da criatura. Também a
acompanho, me preparando para atacar por baixo.
A general saca a sua lança, a arrasta no chão gerando faíscas e a empunha na direção da criatura,
tentando a levantar, mas a criatura foi mais rápida e agarrou a lança da general. Em um contra-
ataque, a general faz uma manobra por cima da lança usando as facas escondidas em suas botas
para cortar os olhos da criatura. Dessa vez a criatura não esperava, o corte é superficial, mas foi o
suficiente para fazer a criatura largar a lança e verificar o corte na face. Enquanto ela estava distraída
mexendo em seu novo machucado, eu tento um ataque profundo na costela, mas algo acontece, o
tempo fica lento e eu vejo que a criatura na verdade estava preparando o contra-ataque a mim e
não mais verificando o seu machucado. Então tento desviar

do ataque, e por pouco não consigo, e aproveitando a chance, a general ataca a criatura
certeiramente no peito, fazendo com que sua lança fique alojada no peito da criatura. E quando a
criatura tenta puxar a lança, a general puxa uma cordinha fazendo com que a lança dispare um
explosivo na sua ponta, que na hora estava alojada no peito da criatura, mas a criatura absorve
grande parte da explosão, mas fica atordoada por alguns segundos, tempo suficiente para eu a
atacar na nuca com um corte horizontal bem profundo e Tyller lançar o seu ritual, onde consistia em
uma lança de sangue. Eu me afasto junto à general, me preparando para outro ataque, e da névoa a
criatura surge com um raio e me ataca com um soco no estômago, que me arremessa longe, bem
perto de Tyller, e a criatura ataca também a general, que a acerta e a manda para uma parede de
uma casa próxima, a criatura ataca novamente a general na parede mas dessa vez ela não acerta,
pois a general esquivou-se e contra-atacou usando a ponta contrária da lança perfurando o trapézio
da criatura, a criatura furiosa tenta agarrar a general, mas ela desvia indo para as costas da criatura
se segurando na lança, ela retira a lança e pula para o chão e desvia do outro ataque da criatura, a
deixando de costas para mim, e eu percebendo a chance, me levanto e correndo preparo o ataque, e
de lá de longe o Tyller grita.

T - PULA AGORA!

Então eu pulo e ao olhar para o lado vejo um ser de sangue se juntando à minha espada, que
quando corto as costas da criatura cria um rastro de sangue congelado, que passa as costas inteiras
e um pouco das costelas, e novamente o tempo para e vejo o braço da criatura vindo em minha
direção, e novamente não consigo desviar, mas uso minha espada para me proteger, sou
arremessada para trás e caio de costas, e a criatura se prepara para me atacar no chão, onde Tyller
usa mais um de seus rituais, e dessa vez é uma criatura semelhante a uma águia que ataca a criatura
com uma grande velocidade, cortando fora o braço que estava preparado para me atacar. Logo após
isso, vejo a oportunidade de atacar a garganta dessa criatura, então enfio minha espada no meio da
garganta da criatura, e a finalizando a general a ataca diretamente na cabeça com sua lança, a lança
perfura a cabeça e sai em um dos buracos dos olhos, assim fazendo com que jorre um tipo de
sangue azul e a criatura desliza pela lança e cai em cima de mim.

M - QUE NOJO, ESSA COISA TÁ EM CIMA DE MIM, TIRAAA, TIRAAAA!


Y - Caramba... arf... arf, não lutava assim a tempos.

T - TÃO TODOS BEM?

M - MAIS OU MENOS.

Y - Sim, mas acho que Yolanda está machucada.

M - VOU FICAR SEM NENHUM DOS DOIS ME AJUDAR A TIRAR ESSA COISA DE CIMA DE MIM.

A general se levanta e vem em minha direção para ajudar a tirar a criatura que já estava se
dissolvendo em cima de mim, quando o corpo da criatura é levantado a sua máscara cai em meu
colo, pego aquilo e mostro para a general, ela fala.

Y - Guarde isso, usaremos mais tarde.

Nos levantamos e vamos em direção de Tyller que estava com o restante dos caçadores, nos
agrupamos e partimos para a academia onde estão alojados grande parte dos cidadãos e caçadores,
um caçador se aproxima e fala para a general.

-General Aparentemente, esse ataque vai durar um bom tempo.

A General responde:

General: Não temos esse tempo. Preparem um grupo de 30 caçadores. Vamos partir para as
montanhas. Temos que acabar com isso o mais rápido possível. Yolanda e Yosef, se preparem.
Iremos partir em 1 hora.

Somos guiados por uma das professoras a um lugar onde podemos pegar comida, armas, armaduras
e tomar banho. Eu tomo um belo banho, troco minhas roupas, coloco meu sabre no cinto, pego uma
mochila e coloco bastante ração, suprimentos médicos e um cantil de água. Desço a escada em
direção ao simples hall com seu vitral quebrado, para me encontrar com a general e meu irmão,
prontos para partirmos.

Entramos nas carroças e avançamos em direção às montanhas. Obviamente, no meio do caminho


ainda existem alguns seres com os quais temos que lutar, mas os eliminamos rapidamente.
Passamos um tempo andando dentro da cidade, com pequenos combates ocasionais. Quanto mais
nos aproximamos da saída da cidade, mais estranhos os seres se tornam, com alguns fundidos nas
árvores ou com galhos e partes de pinheiro fundidos a seus corpos. A paisagem da floresta também
não é a mais hospitaleira, com pinheiros colossais rasgando o céu cinza. O caminho por onde
estamos passando não ajuda; é um lugar escuro e úmido, o ar pesa mais mesmo em uma altitude
relativamente baixa. A sensação de estar sendo observado continua; os rangidos das carroças, os
galhos quebrando e o ar pesado dessa floresta fazem-me perguntar o que aconteceu nesse lugar. É
possível ver que existia civilização com casas e construções humanas, mas algo aconteceu para que
todos os seres humanos dessa região tenham desaparecido. Logo após passarmos o que deveria ser
uma ponte coberta, onde apenas existem restos da cobertura, resolvemos parar para descansar,
pois já estávamos há mais de quatro horas na estrada. Paramos em uma clareira para podermos nos
abrigar por aquela noite. Desço da carroça com meus equipamentos e já procuro um local para
armar a minha barraca.

Mary: Tyller... Quer dizer, Yosef, vem cá.

Tyller: Tá, já tô indo.

Mary: Me ajuda a montar a barraca, por favor?

Tyller: Tá, vamos lá.

Após longos minutos, eu e Tyller conseguimos armar a nossa barraca e colocar nossos equipamentos
dentro dela. Logo após terminarmos tudo, a general nos chama para comermos. Ao nos
aproximarmos da fogueira, é possível ver todos os 30 caçadores que vieram junto conosco. Achamos
um local perto o suficiente da fogueira para nos aquecermos e pegar os espetinhos que estavam
sendo assados. Então, a general aproveita o momento onde todos estão juntos para dar os planos
para o próximo dia.

General: Primeiramente, gostaria de avisá-los que estamos em território inimigo. Mantenham suas
armas sempre próximas a vocês, e também nunca, em hipótese nenhuma, baixem a guarda. Só Deus
sabe o que há nessas florestas, mas referente ao dia de amanhã, vamos partir pela manhã para
estarmos no planalto das estrelas até a noite e então acamparemos lá. E no próximo dia, já
estaremos nos portões do reino. Então, se preparem desde já. Descansem enquanto podem,
mandem cartas aos seus entes queridos, pois não digo que isso é uma missão suicida, mas está bem
próximo. Mas vocês são a elite do reino, então se nos esforçarmos ao máximo, sairemos apenas com
o braço.

Uma risada toma a roda com um clima de descontração, mesmo eles sabendo que há uma chance
não muito pequena de amanhã de manhã eles acordarem mortos, mas bem, não vale a pena pensar
nisso. Isso não vai matar a rainha nem nenhum de seus filhos. Bem, termino de comer meu
espetinho de carne e vou dormir.

Mary: Boa noite, Tyller - digo, levantando-me e indo em direção à nossa barraca.

Tyller: Boa noite, Mary.

Vou para minha barraca e agarro com força meu sabre, e recito um poema que a nossa mãe nos
contava quando estávamos ansiosos para algo e não conseguíamos dormir.

Mary: Uma rosa amarela,

Tão calma e bela,

Que acalma a doce donzela,

Com seu aroma de bela.

Agora durma doce donzela,

Que amanhã o sol te espera.

Demoro mais alguns poucos minutos e adormeço. Acordo no outro dia com a luz do sol passando o
tecido da tenda. Levanto-me e saio da tenda, deparando-me com uma bela manhã de inverno. O sol
raja a paisagem com seus raios de sol levemente dourados. Vejo Tyller trazendo em suas mãos duas
xícaras de café e alguns biscoitos em sua outra mão.

Tyller: Mary... Yolanda, café e biscoito - diz ele, aproximando-se de mim com os alimentos.

Mary: Valeu.

Nos sentamos em um toco de tronco próximo à nossa tenda. Enquanto comíamos, a general se
aproxima.

General: Yolanda, Yosef, preciso falar com vocês sobre o nosso próximo destino.

Ela se agacha de um modo que ficasse levemente abaixo da altura dos nossos olhos, e começa a falar
baixo, apenas para nos escutarmos.
General: Bem, como vocês devem saber, iremos partir em 1 hora e vamos em direção ao planalto da
lua. Mas algo que eu preferir dizer apenas para vocês é que provavelmente irá ter um inimigo lá,
alguém com quem eu já lutei há bastante tempo atrás. Então, não se arrisquem demais para tentar
entrar nessa luta. Ataquem quando tiverem chance e ajudem os outros caçadores com os

seres de gelo. E se algo acontecer comigo ou tivermos muitas baixas, recuem sem pensar, pois não
podemos nos dar ao luxo de perder muitos caçadores, já que não temos muitos...

Logo após ela nos dizer isso, ela se levanta e manda todos se aprontarem para partirmos. Olho para
Tyller e o medo e a ansiedade são visíveis em sua face. Levantamo-nos e nos preparamos para partir.
Dentro da tenda, eu e Tyller estávamos em silêncio até.

Tyller: Ela disse... Se ela morrer.

Mary: Sim, eu sei que é assustador imaginar a general morrer.

Tyller: Esse não é o problema. É que ela reconhece que talvez ela não sobreviva.

Mary: Ohh...

Isso me deixou pensativa. Se a própria general reconhece que talvez ela não volte dessa missão, o
que será de nós?

Carregamos as carroças e partimos em direção à alta montanha com um único objetivo: chegar ao
planalto vivos. Ao continuar por essa estrada de barro, percebo que agora as árvores estão com
muito mais neve em seus galhos do que tinha lá no início. Agora a neblina é apenas uma leve
penumbra, mas o ar continua denso e pesado por causa da altitude elevada. Ao passarmos por uma
área sem muitas árvores, consigo ver claramente a cidade e sua colossal catedral. No horizonte, vejo
uma grande planície que aparentemente conecta a cidade a outras partes desse país. Passamos por
algumas árvores que estavam mais baixas na estrada, ficamos sem quase nenhuma visão e, nesse
meio tempo, sinto algo gélido passar na minha nuca. Em reflexo, olho para trás e não vejo nada,
então penso que foi só um galho. Passam-se mais algumas horas e finalmente chegamos ao planalto
da lua, um local plano com um chão de pedra ornamentada, feito quase sob medida em formato de
círculo colocado no chão. Desço da carroça e me dirijo para a ponta do planalto, onde é possível ver
uma grande porta logo abaixo. A general vem me acompanhando em silêncio e me dá um leve susto,
me sacudindo perto da ponta.
Mary: AAAAAAAAHH!

A general me puxa da ponta e cai na gargalhada imediatamente.

Mary: Nunca mais faça isso, senão eu te mato!

General: Fique tranquila, jovem Yolanda. Eu nunca te deixaria cair disso. Agora venha, vamos montar
o acampamento.

Mary: Tá, estou indo.

Me aproximo dos outros caçadores e começo a arrumar a área para fazer a fogueira. Enquanto isso,
Tyller procura alguns gravetos e lenha ao redor para acendermos o fogo. Passam-se alguns minutos
e Tyller traz as lenhas, e assim conseguimos acender a fogueira. Todos os caçadores se reúnem em
volta da fogueira, esperando as comidas que estavam sendo preparadas no centro da roda.
Enquanto alguns cantam, outros afiam suas espadas e arrumam coletes, se preparando para o dia de
amanhã, onde finalmente iremos acabar com a rainha. Sigo comendo e conversando com Tyller, mas
algo me chama a atenção: uma movimentação estranha nos arbustos me fez ficar alerta. Mas não fui
só eu; a general também percebeu e, com prontidão, ela ordena que todos ali se armem, pois
entraríamos em combate.

General: TODOS SE ARMEM! INIMIGOS À FRENTE!

E com prontidão, todos os caçadores se armam e se preparam para o combate. Alguns seres
realmente saem dos arbustos como se fossem pragas. Rapidamente os matamos, e quando um dos
nossos caçadores se aproxima de uma criatura que estava apenas pendurada, tem uma flecha
perfurando seu crânio. Não vimos de onde ela veio, mas sabíamos que foi de algum lugar da floresta.

Então, um caçador grita:

Caçador: UMA BAIX...

Antes que ele pudesse terminar a sua fala, uma flecha perfura sua garganta. Dessa vez, consigo ver
de onde veio: do topo de uma árvore perto da entrada da planície.M-General está vindo da entrada.

Y-Entendido.
A general se prepara para ir em direção à árvore, e quando iríamos ajudá-la, uma criatura diferente
surge das árvores, um ser de forma esquelética, com cerca de 4 metros de altura, com um crânio de
cervo em sua cabeça, olhos brancos como a neve e pelagem azul clara. Essa criatura vem em nossa
direção de forma grotesca, arrastando suas finas mas grandes mãos na pedra que era o chão do
planalto. Os dois caçadores que estavam mais à frente dela tentam uma investida para atacá-la, um
o braço e outro a perna. Infelizmente, a criatura mata os dois, o que atacou o braço com um tapa,
arremessando-o contra a parede de pedras, e esmagando o que atacou seu pé.

M- Recuem, recuem, vamos nos agrupar para podermos atacar com mais eficiência.

Grito isso enquanto ando para trás, pensando em como derrotar essa criatura. Olho para Tyler e vejo
ele procurando em seu livro algum ritual que pudesse nos ajudar. Então, quando todos os caçadores
estão agrupados um pouco mais atrás da fogueira, a criatura, que estava andando lentamente em
nossa direção, faz uma investida. Quando ela se aproxima do nosso pequeno grupo, saco a minha
espada e vou ao ataque, arrastando a espada no chão, gerando algumas faíscas. A criatura
prontamente prepara o seu contra-ataque, com seu braço esquerdo tentando me agarrar, mas dessa
vez desvio e a ataco no braço com um grande corte. Ao cortar seu braço, a criatura sangra o mesmo
líquido que a criatura que nos atacou na cidade. A criatura não perde tempo e já se vira para outro
ataque, mas dessa vez fui mais rápido, desviando por pouco de um movimento de corte feito com a
mão, e consigo me afastar um pouco mais dela. Ela já prepara seu outro ataque, que é interrompido
por um disparo direto em sua cara, seguido de vários outros, com mais 4 caçadores a atacando
corporalmente bem rápido. Enquanto ela está distraída com os tiros e ataques leves, faço um gesto
para Tyler; ele entende e já começa a invocar o ritual. Me preparo e me concentro na cabeça da
criatura, especificamente no meio do crânio dela, criando assim uma linha entre a ponta da minha
espada e seu crânio. Escuto Tyler gritar.

T- Agora!

Quebro momentaneamente a linha, aponto a minha espada para Tyler, e o ritual estava feito. Agora,
minha espada tinha uma lâmina feita de sangue, que pingava e tornava a linha para o crânio da
criatura vermelha e mais fácil de se acertar. Me movo para frente da criatura, que estava lutando
com um dos caçadores, e me preparo para o ataque. Ela imediatamente, ao me ver, tenta me atacar
com sua mão em formato de lâmina. Desvio e uso ela como caminho para o crânio. Ela tenta usar o
outro braço para defender, o que me faz usar o corte mais forte em seu segundo braço, que é
partido em dois. Caio logo abaixo de suas costelas e preparo outro ataque, horizontal nas costelas
dela, e mais uma vez o sangue que sai de minha espada congela e gera respingos. Agora, a criatura
me ataca com seu outro braço, acertando-me e arremessando-me para longe, onde caio sem a
minha espada, que caiu um pouco mais à frente. Tyler ainda está preparando o seu ritual, com
inúmeras luzes vermelhas saindo de seu livro e braço.

M- Tyler, ataca logo!


T- Cinco minutos.

A criatura analisa seu braço partido em dois e brutalmente o arranca. Os caçadores a atacam
novamente com tiros e ataques leves, mas dessa vez parece que ele nem sente, indo em direção a
eles em fúria. E poucos segundos de chegar, a criatura é recebida com um feixe de luz vermelha
vindo de cima de sua cabeça, a jogando contra o chão e a desintegrando, restando apenas alguns
ossos e tripas.

M- Boa, Tyler!

T- Vale...

Tyler imediatamente desmaia, e eu corro em sua direção preocupado, pegando-o em meus braços.

M- Tyler, ei, Tyler cara, abre o olho, Tyler!

T- Ta, ta chata, deixa eu dormir pelo menos um pouco.

M- Faz isso de novo que eu te mato.

Me levanto, deixando-o cair, mas ele se apoia no chão.

M- Todos bem???

Um grito coletivo de "sim" toma a pequena planície.

M- Todos se juntem no meio.

Ao nos agruparmos na área central da planície, percebo que a general não estava. Olho por um
breve momento para a entrada da planície e lá está ela com sua lança apontada para alguém que
está deitado, e estão conversando sobre alguma coisa que não consigo escutar bem. Me dirijo à
localidade onde a general estava, mas antes de chegar a ela, ela finaliza a pessoa que estava deitada.
Ao chegar perto, percebo que a general está relativamente machucada.
M- General? A senhora está bem?

Y- Sim, só alguns arranhões.

M- Quem era?

Pergunto apontando para o corpo no chão.

Y- Era só mais uma das filhas da rainha.

M- Mas eu vi vocês conversando? Era sobre o que?

Y- Nada importante.

A general falava isso com um semblante de culpa.

M- Bem, acho melhor voltarmos e nos prepararmos para irmos direto para o portão.

Y- Sim, avise-os para se arrumarem, iremos entrar no castelo agora.

M- Tá bom, mas iremos pelo portão da frente? Porque acho que não é uma boa ideia.

Y- Não iremos pela porta da frente, e sim por cima.

A encaro com confusão, olho para a alta montanha, ela percebe e aponta para o círculo de pedra no
meio da planíceOlho para ela com ainda mais confusão.

M: Espera, o castelo não era na montanha?

Y: Não exatamente. A entrada dele é na montanha, mas as partes importantes estão espalhadas
abaixo de nossos pés. O castelo foi construído dentro de uma galeria de montanhas por motivos
desconhecidos. Acho que essa entrada nos levará ao observatório. Depois disso, vamos conversar
com Dianoia para ver se ele vai nos impedir ou ajudar.

M: Espera, conversar? Tipo, ele não vai tentar nos matar logo depois de nos ver?

Y: Não, Dianoia é muito mais inteligente que seus irmãos. Pelo que me falaram, ele já tentou se
revoltar contra a rainha algumas vezes, mas nunca deu certo.

M: Mas a rainha o deixou vivo? Isso não é idiotice?

Y: Não exatamente. Quando seu filho rebelde é um dos seres mais inteligentes do mundo, você não
o mata, e sim tenta convencê-lo a ficar do seu lado na luta.

M: Entendi.

Nos dirigimos ao grupo de pessoas restantes localizadas no centro do planalto. Eles já estavam
organizados. A general apenas pega a lança que a filha da rainha deixou cair e a enfia no buraco do
círculo, fazendo-o girar e abaixar. Por um breve momento, ficamos em um túnel até podermos ver a
grandiosidade do castelo, com portas gigantes e estantes de livros que vão do chão ao teto. O lugar
era iluminado por grandes lustres que emitiam uma luz azul. Mesmo com seu chão refletindo as
luzes dos lustres, parecia antigo, dando a impressão de que o chão tinha o reflexo de um lago.
Chegamos ao chão desse lugar excêntrico e, ao pisar no chão polido, escuto uma voz.

?: Cuidado. Caso ela saiba que estão sujando seu precioso chão com o sangue de suas criaturas, ela
vai odiar vocês mais do que me odeia. E saiba que isso é difícil.

M: Quem seria?

D: Nossa, que rude da minha parte. Não me apresentei. Me chamo Dianoia, sou um dos filhos da
rainha, mais especificamente, o mais velho.

M: Bem, e nós...

Y: Dianoia, viemos aqui para matar a rainha. Nos dirá se nos ajudará ou nos impedirá?
D: Olhem só, se finalmente as noias loucas da minha mãe não estavam certas. Então, vocês
realmente querem matá-la? Bem, digamos que compartilhamos o mesmo ódio, mas a maneira de
derrotá-la não será fácil. Vocês terão que pegar a minha relíquia, os óculos e o livro, para entrarem
no sonho de minha mãe e derrotá-la lá.

T: Espera, vamos lutar contra a rainha? No mano a mano?

D: Se vocês quiserem matá-la, sim.

Y: Está bem. Onde estão os óculos e o livro?

D: Aqui.

Uma mão fina e estranha se materializa diante de nós, segurando um livro de capa bordô e um par
de óculos de leitura. Ela se abre perto de mim, e tenho um leve receio de pegar.

D: Podem pegar sem medo. Não há motivos para eu tentar algo contra vocês.

M: Tá bom.

Pego os itens com uma leve pressa, e a mão se dissolve no ar.

D: Agora vocês devem ir até a sala central, onde minha adorável mãe está dormindo. Cheguem lá,
abram o livro e realizem o ritual oneiro. É um ritual que transporta o conjurador e mais dois
acompanhantes para o sonho de alguém. Ao chegar no sonho, terão uma paisagem reconfortante
para minha mãe. Lá no meio, ela deve estar fazendo alguma coisa. Bem, esse ritual tem apenas uma
regra: o que acontece no sonho, acontece aqui. Então, não morram. A sala onde minha mãe está
dormindo está saindo no hall principal e indo para a porta mais ao fundo do corredor. Vocês vão
identificar rapidamente. Bem, é isso por hoje. E por favor, matem aquela velha.

Y: Muito obrigado, Dianoia.

Nos dirigimos para o hall principal e, quando olhamos para a nossa esquerda, vemos uma grande
porta completamente adornada com uma coloração azulada e feita de pedra, com dois grandes
puxadores. Novamente, a mão se materializa e abre a porta para nós.
D: Boa sorte. Vão precisar.

Ao entrarmos naquele cômodo, vemos um grande trono, onde é possível ver uma mulher de idade
usando uma coroa e dormindo apoiada em seu braço. Nos aproximamos e começamos os
preparativos para entrarmos no sonho dela.

T: Bem, o ritual pede as relíquias dos filhos. Coloquem-nas nessa ordem no chão: primeiro a
máscara, logo depois os óculos e, por último, a lança.

Posicionamos as relíquias, e Tyller começa a fazer o ritual. Eu fico próximo a Tyller enquanto a
general vai falar com os restantes dos caçadores. Após alguns minutos, ela volta e nos explica o
plano.

Y: Bem, teremos uma chance. Vamos tentar apenas conversar com ela e não entrar em combate
direto. Então, o que faremos? Yolanda ficará com sua espada na bainha enquanto Tyller prepara
algum ritual BEM forte. Essa mulher provavelmente vai conseguir nos matar em alguns segundos se
não nos mantivermos atentos.

M: Ok.

T: Ok, e o ritual está pronto. Vamos?

Dou uma última olhada para os caçadores e me preparo para irmos em direção ao embate final.
Tyller nos pega pela mão, e como num passe de mágica, não estamos mais no castelo, e sim em um
lugar estranho, que eu nunca tinha visto. A vista é de um campo de flores azuis, altas, chegando até
a cintura. O céu está escuro, recheado de estrelas, com a lua se posicionando à frente de uma
cadeira onde é possível ver uma dama sentada. Ao nos aproximarmos dela, vemos que é a rainha,
com um semblante sério,

contemplando o céu.

R: Sabe, às vezes me dá vontade de voltar para lá, para o céu, onde eu podia ver tudo, a criação e a
destruição em segundos. Que saudade de poder subjugar raças inteiras. Bem, acho que não sinto
tanta saudade, porque se ao invés de eu ter a brilhante ideia de ter um planeta só para mim, eu
deveria ter apenas observado, aquele maldito lugar, com aqueles malditos humanos, que de uma
maneira estranha me encantaram com a sua individualidade. Mas como vocês devem imaginar, as
coisas não foram como combinado. Eu fui atacada injustamente, fazendo-me usar o resto do meu
poder celestial para "proteger" meu reino. Que idiota você era. Por que você só não ficou
observando? As coisas seriam mais simples... Bem, eu já imagino o motivo de vocês estarem aqui,
me matar. Bem, não direi que irei facilitar, mas irei deixar vocês começarem.

Então a rainha se levanta de seu trono e se prepara para se defender, eu saco a minha espada e o
Tyler abre o livro, mas a general faz um sinal com a mão para não atacarmos.

Y - Espera, como assim lá em cima? Você era um anjo?

R - Não, anjos são criaturas estranhas. Eu era uma nastélio, ser celestial que equilibra os mundos,
para que não existam criaturas muito fortes enquanto existem criaturas muito fracas.

Y - Mas por que você não faz mais isso? E por que está aqui?

R - Eu não faço mais isso porque enjoei, matar, matar, matar. Eu só queria um pouco de paz, sabe?

Y - Entendi. Mas por que você não parou? Tipo, você é um ser celestial, né?

R - Ah, criança, se fosse simples assim. Bem, mesmo eu sendo um ser celestial, existem outros seres
celestiais, mais fortes que eu, que mandavam em mim. Sempre que eu dizia que não queria mais
isso, era ameaçada de ser banida e mandada para um lugar distante sem poderes, sem nada. Às
vezes, acho que isso teria sido melhor do que o que fiz lá fora.

Y - Entendi. Bem, acho que nossa única opção é lutar, né?

R - Bem, eu gostaria de me deixar ir, mas eu sei que provavelmente não morrerei por completo.
Virarei um vagante e vagarei pelo espaço em busca de algo que não existe. Então, sim, teremos que
lutar, mesmo eu não querendo matar vocês. Mas realmente não quero ter que ficar lá, sozinha.

T - Não tem um jeito da senhorita não se tornar um desses vagantes?

R - Bem, não, apenas se os outros seres celestiais me ajudassem. E digamos que eles não gostam
muito de mim.

M - Você consegue parar as criaturas que estão lá fora? No mundo real? Porque é por isso que
estamos aqui, acabar com o caos do outro mundo.
R - Infelizmente não. Minha mente está ligada diretamente a eles, mas eu não os controlo como
costumava. Então, eles meio que só lutam com o que vem, como eu os mandei fazer há muito
tempo atrás.

M - Que droga!

T - Rainha, eu tenho esse livro que Dianoia nos entregou, não pode ter nada aqui que possa te
ajudar?

R - Bem, não teria uma maneira de me matar, mas de libertar as criaturas.

T - Como assim?

R - Bem, as criaturas são ligadas a mim, mas não sou eu. Então, se conseguirmos separar a mente
das criaturas de mim, conseguiremos matá-las.

Y - E como fazemos isso?

R - Usando o ritual de separação, a última página. Com esse ritual, é possível me separar em duas, as
criaturas e eu.

T - Está bem, o ritual é simples. Vocês querem fazer?

Nos olhamos por alguns segundos e concordamos com a cabeça.

T - Está bem, vou preparar o ritual.

Tyler se abaixa e começa a fazer o ritual. A rainha analisa sua espada, a general encara a rainha, e eu
fico abaixada junto a Tyler.

T - Pronto, vamos lá, rainha.


A rainha se centraliza no meio do círculo que Tyler desenhou no chão. Então, o círculo começa a
emitir alguns raios e do corpo da rainha aparenta sair outra criatura bem parecida com ela. O ser é
ejetado para fora com força e cai, se despedaçando levemente. Uma criatura semelhante à rainha se
levanta do meio das flores e mostra sua face selvagem pronta para atacar o que passar na sua
frente. Ela corre em nossa direção e nos preparamos para o combate. A rainha vai na frente com sua
espada, ela corta o peito da criatura que revida com uma parede de gelo saindo do chão. A rainha
desvia, a general vai para cima com sua lança na ponta explosiva e ataca a criatura, que volta com
uma grande explosão, queima a criatura que fica furiosa e segura na lança da general, a ataca com
um soco na cara, que ela não desvia a tempo. Tyler, ao ver isso, já prepara o ritual para a minha
espada que rapidamente fica pronto. Eu vou para atacar a criatura pelas costas, a linha vermelha se
forma novamente, mas dessa vez no centro de suas costas, a linha é mais clara que as outras. Assim,
ataco o ponto certeiramente, perfurando o peito da criatura. Ela ruge de dor, mas como contra-
ataque, cria uma explosão de gelo que me impulsiona para trás. Ela se vira e me ataca certeiramente
no meio do peito com um chute, e Tyler usa mais uma vez aquele raio vermelho. A criatura se
defende dele, mas não sai completamente ilesa, pois agora seus braços e pernas estão
consideravelmente machucados. Quando o raio acaba, a rainha ataca a criatura nas pernas, o ataque
dela chega até a metade da perna. A criatura levanta a perna e com a espada da rainha, num
movimento a rainha puxa a espada e termina de cortar a perna da criatura, que se desequilibra e cai.
A general usa sua lança na parte explosiva para perfurar o estômago da criatura e explodir lá dentro.
O explosivo dispara e machuca bastante a criatura, que irritada, explode e cria uma área de gelo,
arremessando todos para os lados. A criatura se levanta e prepara outro ataque desse, mas Tyler
lança um ritual e um ser corre em direção à rainha e explode, dando abertura para eu atacar a
rainha, que estava paralisada pois a explosão das criaturas a fez explodir o gelo internamente, assim
a congelando. Eu me aproximo e ataco o pescoço dela com toda a minha força, a espada entra
pouco no pescoço dela, mas a rainha a ataca pelo outro lado fazendo com que sobre apenas um
pequeno espaço entre as duas lâminas que a lança da general rapidamente ocupa. Mas isso não foi o
suficiente para matá-la, então Tyler lança sua águia que rasga o pedaço remanescente do pescoço
da criatura, fazendo com que a cabeça dela seja ejetada para cima e um suspiro geral toma conta da
arena.

T - MARYYY, CONSEGUIMOS!

Diz Tyler vindo em minha direção. A rainha apenas se senta em seu trono com um semblante de
cansaço, e a general sorri para o céu. Tyler chega até mim e me abraça, puxando a general que
estava ao meu lado.

Y - Finalmente conseguimos! Agora vamos voltar, ei rainha, um dia qualquer eu venho te visitar.

R - Adoraria.

Saímos do sonho nos despedindo da rainha, nos encontramos com os outros caçadores e partirmos
para casa.

Ao saímos do castelo e nos deparamos com um amanhecer belo as aves cantam, está tudo bem, até
que pisco e me vejo sentada na mesma mesa no pântano com o senhor kako batendo palmas para
nós

K- Muito bem minhas crianças, vocês se saíram muito bem, mas agora terão que voltar ao seu
mundo, antes que seu avo suspeite, bem ate

M- EI NAO ESPERA
Antes mesmo que eu possa o confronta-lo sobre tudo, somos mandados de volta para a nossa
realidade, como se fosse um corte seco piscamos e estávamos segurando o livro na biblioteca do
nosso avo. Levantamos do chão confusos, checo meu relógio e vejo que não se passou nenhum
minuto desde nossa aventura dentro do livro. Ouço o portão da casa abrir e saímos correndo pelas
escadas.

Yolak tinha acabado de chegar com algumas compras

- O que aconteceu? por que tão assim agitados? - ele pergunta a nós

Nós explicamos tudo à ele, do começo ao fim sobre nossa visita a biblioteca secreta. Fazendo várias
perguntas ao mesmo tempo e exigindo explicações. Ele pediu para nos acalmar, que iria contar tudo
que ele sabia sobre.

- Essa biblioteca estava aqui muito antes de eu chegar a essa casa. - começou ele

- Quando descobri sobre a magia que envolvia ela, comecei a explorar várias histórias e aventuras

Ele nos contou várias historias de aventuras que enfrentou ao longo do tempo e em como aquilo
mudou a vida dele.

Com o tempo fomos ficando mais próximos do nosso avô, decidimos limpar e organizar a livraria e
juntos explorar as diversas histórias que haviam ali.

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