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Feira de Santana – BA
2020
MARIA EDUARDA DE SOUZA CUNHA MENEZES
MARLLISE ARAÚJO DE SENA
VICTÓRIA ESTHER DE SÁ SANTOS
Feira de Santana – BA
2020
O artigo Desconsideração da Personalidade Jurídica: um Estudo Doutrinário,
Normativo e Jurisprudencial Atualizado (Incluindo o Novo Código de Processo Civil),
elaborado por Carlos da Fonseca Nadais versa sobre a desconsideração da personalidade
jurídica, abarcando o posicionamento mais moderno das normas, da doutrina e da
jurisprudência acerca do tema.
Inicialmente, o autor trata sobre a distinção entre o patrimônio dos sócios e da
sociedade, trazendo como um dos mecanismos de proteção ao empreender a
possibilidade de criação de uma personalidade própria, que é utilizada no
desenvolvimento do seu empreendimento, a fim de evitar que o patrimônio do
empresário/empreendedor seja responsabilizado pelas dívidas decorrentes da atividade
empresarial.
O Código Civil de 2002 normatizou a conduta que já vinha sendo adotada pela
jurisprudência, de desconsiderar a personalidade jurídica, a fim de imputar aos sócios ou
administradores a responsabilidade pelo ato ilícito praticado pela empresa. De tal sorte,
os bens particulares dos sócios que concorreram para a prática do ato respondem pela
reparação dos danos provocados pela sociedade.
É importante ressaltar que o Estado, por meio do Poder Judiciário, é que tem a
prerrogativa de desconsiderar a personalidade jurídica, através do devido processo legal.
Além disto, esta desconsideração é incidental e unicamente no processo em que foi
requerido, isto significa de dizer que fora do processo, a personalidade jurídica continua
intacta para todos os seus efeitos. Neste sentido, a teoria da desconsideração da
personalidade jurídica não tem como finalidade acabar com a pessoa jurídica, mas
apenas suspender seus efeitos.
Explica ainda as posições dos adeptos a teoria objetiva ou teoria maior que
segundo o mesmo, consideram abusivo o direito exercido contrariamente aos seus fins
sociais e econômicos, independentemente do interesse do agente. E entende que os
adeptos da teoria subjetiva ou teoria menor consideram abusivo o direito quando
identificada a intenção do agente em causar prejuízo ou, pelo menos, a consciência da
inexistência de interesse pelo titular do direito, irregularmente exercido. Essas duas
teorias levam ao cabimento da Disregad of legal entity (Desconsideração da
Personalidade Jurídica), mas, a regra geral está na Teoria Maior, entretanto, na prática, é
a teoria Menor que tem ganhado mais relevância nos Poderes Legislativo e Judiciário.
Além disto, no que tange a legislação societária que está amparada pela Lei De
Sociedades Anônimas, administradores e acionistas terão algumas responsabilidades se
causarem danos; ou por culpa, dolo ou violação ao estatuto da lei, ou por abuso de
poder. Dessa maneira, ocorre a imputação de responsabilidade direta e pessoal dos
sócios e administradores e não efetivamente a desconsideração da personalidade
jurídica. Outro caso em que os condutores da empresa serão atingidos diretamente
ocorre na fase de liquidação extrajudicial decretada, onde os bens destes ficarão
indisponíveis até que se cumpra a fase.
Também, nos casos em que se referem a licitações, disposto no art. 37 da CF/88
não será considerado a desconsideração da personalidade jurídica se forem amparados
pelo princípio da legalidade. Entretanto, como não há posicionamento normativo, os
casos serão tratados pelo princípio da moralidade, ocorrendo à desconsideração da
personalidade jurídica e por fim, os efeitos das sanções administrativas recairão sobre o
grupo econômico, que possui os sócios, corpo diretivo e endereço. Outra situação onde
também ocorre a desconsideração da personalidade jurídica das sociedades são os dos
atos de improbidade administrativa, que se configuram como uma espécie de corrupção
na esfera pública, de acordo com a Lei n° 12.846/1913.