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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

LUIZ EDUARDO MOREIRA DE JESUS

DESENVOLVIMENTO DE UM SOFTWARE EM
LABVIEW PARA O DIMENSIONAMENTO DE
SISTEMAS FOTOVOLTAICOS DE BOMBEAMENTO
DE ÁGUA

Macapá - AP

2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

LUIZ EDUARDO MOREIRA DE JESUS

DESENVOLVIMENTO DE UM SOFTWARE EM LABVIEW PARA O


DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS DE BOMBEAMENTO
DE ÁGUA

Trabalho de conclusão de curso apresentado


ao curso de bacharelado em Engenharia
Elétrica da Universidade Federal do Amapá,
como requisito para obtenção do grau de
bacharel em engenharia elétrica.

Orientador: Prof. Dr. Alaan Ubaiara Brito

Macapá-AP

2014
Universidade Federal do Amapá

Título do Trabalho: DESENVOLVIMENTO DE UM SOFTWARE EM LABVIEW


PARA O DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS DE
BOMBEAMENTO DE ÁGUA

AUTOR: LUIZ EDUARDO MOREIRA DE JESUS

Banca Examinadora

______________________________
Prof. Dr. Alaan Ubaiara Brito

____________________________
Prof. Msc. Michele Nazaré Novaes Santos

____________________________
Prof. Msc. José Henrique Dias de Souza
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por toda a paciência e cuidado.


A minha família, em especial aos meus pais, por todo o suporte e aprendizado.
A minha namorada, Amanda, por toda a paciência e companheirismo.
Aos meus amigos, Alberto e Rubens, por todos os momentos de lazer.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Alaan Ubaiara Brito, pelo apoio e contribuição em todos os
momentos.
RESUMO

Os sistemas fotovoltaicos de bombeamento de água são muito utilizados em regiões


desprovidas do fornecimento de água e energia elétrica. Estes sistemas, em geral, têm em sua
estrutura as motobombas, os painéis fotovoltaicos e os dispositivos de condicionamento de
potência, sendo esta configuração denominada de conexão direta, já que não utiliza
acumuladores de energia. A metodologia mais precisa para o dimensionamento de sistemas
fotovoltaicos de bombeamento de água utiliza as curvas de capacidade instantânea da
motobomba, sendo que estas curvas são do tipo potência versus vazão que possibilitam
calcular o volume bombeado ao longo de um dia. Uma das metodologias para o levantamento
destas curvas é a utilização de uma bancada de ensaios, sendo que esta bancada utiliza alguns
transdutores (tensão, corrente, vazão, pressão e irradiância) para caracterizar um sistema
fotovoltaico de bombeamento de água. Atualmente, esta bancada não possui um sistema de
aquisição de dados automatizado e por conta disto o resultado só pode ser obtido através da
análise dos dados recolhidos em planilhas eletrônicas. Por conta desta problemática, este
trabalho teve por objetivo desenvolver um software (cujo nome é DIMAS) capaz de
automatizar o dimensionamento de sistemas fotovoltaicos de bombeamento através da
bancada de ensaios mencionada, sendo que o software DIMAS é conectado aos transdutores
da bancada de ensaios através de um dispositivo de aquisição de dados (AGILENTE
34970A). O software DIMAS foi desenvolvido na linguagem gráfica do LabVIEW e foi
dividido em três etapas: caracterização da motobomba por meio da bancada de ensaios,
confecção do ábaco de dimensionamento e validação da qualidade do ábaco por meio de um
ensaio a sol real. É importante ressaltar que com este programa é possível dimensionar um
sistema fotovoltaico de bombeamento de água e ainda pode-se, através da etapa de ensaio a
sol real, validar o funcionamento em campo do sistema dimensionado.

Palavras-Chave: Sistema fotovoltaico. Bombeamento de água. LabVIEW. Aquisição de


dados.
ABSTRACT

Water pumping photovoltaic systems are highly utilized in water and electricity free
regions. These systems, in general, have pumps, photovoltaic panels and power conditioning
devices in their structure, this setup being called direct connection as it does not utilize energy
accumulators. The most precise methodology for measuring of water pumping photovoltaic
systems makes use of instantaneous capacity curves (power versus flux) of the pump, which
in turn help calculate the volume of water pumped throughout the day. One of the methods for
the acquisition of these curves is by means of a testing bench, that utilizes some transducers
(voltage, current, flux, pressure and irradiance) to characterize a photovoltaic pumping
system. Currently, this testing bench does not possess an automatic data acquisition system
and because of that the result can only be obtained from worksheets. Because of such
problem, this paper focus on the development of a software (namely DIMAS) capable of
making automatic the process of measuring photovoltaic pumping systems through the testing
bench. This software is connected to the transducers via a data acquisition device
(AGILENTE 34970A). The software DIMAS was developed in the graphic language of
LABVIEW and was split into three steps: Characterization of the pump via the testing bench,
development of the abacus for measuring and validation of the quality of said abacus through
the direct irradiance test. It’s important to emphasize that with this software it is not only
possible to measure a photovoltaic water pumping system but to also validate, through the
direct radiance step, the field operation of the measured system.

Keywords: photovoltaic system. pumping systems. LabVIEW. Data Acquisition


LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Exemplo de motobomba. .................................................................................... 9
Figura 2 - Tipos de motobombas. ...................................................................................... 10
Figura 3 - Sistemas fotovoltaicos de bombeamento de água com conexão direta. ........... 11
Figura 4 - Exemplo de curvas de capacidade instantânea. ................................................ 12
Figura 5 - Bancada de ensaio............................................................................................. 13
Figura 6 - Ábaco de dimensionamento. ............................................................................. 16
Figura 7 - Comparação das curvas da motobomba Grundfos SQF 0.6-2 N. ..................... 17
Figura 8 - Curvas obtidas pelo software RETScreen. ........................................................ 18
Figura 9 - Curvas obtidas pelo software PVSYST. ............................................................ 18
Figura 10 - Exemplo de sistema de supervisão e aquisição de dados. .............................. 20
Figura 11 - Réplica da bancada de ensaios. ....................................................................... 25
Figura 12 - Datalogger. ..................................................................................................... 26
Figura 13 - Sistema completo. ........................................................................................... 26
Figura 14 - Estrutura do software DIMAS. ....................................................................... 27
Figura 15 - Exemplo de ábaco. .......................................................................................... 28
Figura 16 - Metodologia para a confecção de ábacos. ...................................................... 29
Figura 17 - Irradiancia versus tempo. ................................................................................ 29
Figura 18 - Modelagem da irradiância. ............................................................................. 30
Figura 19 - Temperatura ao longo de um ano (Macapá). .................................................. 31
Figura 20 - Temperatura média em um dia (Macapá). ...................................................... 32
Figura 21 - Software DIMAS. ........................................................................................... 34
Figura 22 - Levantamento da curva de capacidade instantânea. ....................................... 35
Figura 23 - Placa de aquisição de dados. ........................................................................... 36
Figura 24 - Faixa de corte. ................................................................................................. 36
Figura 25 - Ajuste para o ensaio. ....................................................................................... 37
Figura 26 - Execução do sub painel. ................................................................................. 38
Figura 27 - Visualização da curva interpolada .................................................................. 38
Figura 28 - Curvas interpoladas. ....................................................................................... 39
Figura 29 - Interface de dimensionamento. ....................................................................... 40
Figura 30 - Curvas calculadas. .......................................................................................... 41
Figura 31 - Interface de ensaio a sol real. .......................................................................... 42
Figura 32 - Valores instantâneos. ...................................................................................... 43
Figura 33 - Valores finais. ................................................................................................. 43
Figura 34 - Painel principal. .............................................................................................. 44
Figura 35 - Primeira Interface sub-VI de curva de capacidade instantânea. ..................... 45
Figura 36 - Janela iterativa. ............................................................................................... 46
Figura 37 - Tela de ajuste da bancada. .............................................................................. 47
Figura 38 - Seleção de curvas. ........................................................................................... 48
Figura 39 - Analise do gráfico. .......................................................................................... 49
Figura 40 - Ajuste da bancada. .......................................................................................... 50
Figura 41 - Curvas salvas. ................................................................................................. 51
Figura 42 - Tela inicial sub-VI de dimensionamento. ....................................................... 52
Figura 43 - Curvas geradas. ............................................................................................... 53
Figura 44 - Ábaco gerado (página 1). ................................................................................ 54
Figura 45 - Ábaco gerado (página 2). ................................................................................ 55
Figura 46 - Tela inicial sub-VI de ensaio a sol real. .......................................................... 55
Figura 47 - Criação de arquivo. ......................................................................................... 56
Figura 48 - Tela de leitura em tempo real sub-VI de ensaio a sol real. ............................. 57
Figura 49 - Ciclo completo sub-VI de ensaio a sol real. .................................................... 57
8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 9

CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................ 15

1.1 Dimensionamento de sistemas fotovoltaicos de bombeamento de água ................. 15

1.2 Sistemas de supervisão e aquisição de dados .......................................................... 20

1.3 LabVIEW ................................................................................................................. 21

CAPÍTULO II - DESENVOLVIMENTO DO SOFTWARE ........................................... 25

2.1 Materiais utilizados .................................................................................................. 25

2.2 Metodologia para o desenvolvimento do software DIMAS .................................... 27

2.2.1 Levantamento da curva de capacidade instantânea .......................................... 27

2.2.2 Confecção do ábaco de dimensionamento ....................................................... 28

2.2.3 Ensaio a sol real ................................................................................................ 33

CAPÍTULO III - SOFTWARE DIMAS............................................................................ 34

3.1 Sub-VI de levantamento de curva de capacidade instantânea ................................. 34

3.2 Sub-VI de confecção do ábaco de dimensionamento .............................................. 40

3.3 Sub-VI de ensaio a sol real ...................................................................................... 41

CAPÍTULO IV - MANUAL DE OPERAÇÃO DO SOFTWARE ................................... 44

4.1 Sub-VI de levantamento de curvas de capacidade instantânea................................ 44

4.2 Sub-VI de confecção do ábaco de dimensionamento .............................................. 52

4.3 Sub-VI de ensaio a sol real ...................................................................................... 55

CONCLUSÕES ................................................................................................................. 58

Bibliografia ........................................................................................................................ 59

Apêndice A – Código do Programa ............................................................................... 62

Anexo A – Artigo publicado .......................................................................................... 66


9

INTRODUÇÃO

O homem depende do fornecimento de água para sobreviver, desta maneira, observa-se


que qualquer comunidade, por mais pobre e primitiva que seja, necessita de alguma
infraestrutura tecnológica para se abastecer de água (LORENZO et al., 2005). Neste contexto,
as motobombas aparecem como uma solução viável, pois permitem um bombeamento de água
simples e eficiente. O termo motobomba é proveniente do fato destes equipamentos
possuírem em sua estrutura um motor responsável por converter energia elétrica em mecânica
e uma bomba responsável por transferir energia cinética do motor para o líquido de transporte.
Motobombas, em geral, são compostas por um motor de indução (ou motores de corrente
contínua sem escovas) e uma bomba centrífuga multiestágios (em alguns casos, os fabricantes
empregam bombas helicoidais ou de deslocamento positivo), formando um conjunto único
(MELÉNDEZ, 2009), como mostra a Fig.1.

Figura 1 - Exemplo de motobomba.

Fonte - Modificado de MELÉNDEZ, 2009.

As motobombas centrífugas multiestágios são as mais comuns no mercado convencional,


principalmente por possuírem uma configuração padronizada (MELÉNDEZ, 2009), mas
possuem outras configurações, sendo estas apresentadas na Fig.2.
10

Figura 2 - Tipos de motobombas.

Fonte - MELÉNDEZ, 2009.

Em Fedrizzi (1997) a autora cita que as bombas de deslocamento positivo, em geral, são
aplicadas em pequenas potências (até 400 W) ou em grandes alturas manométricas, e as
motobombas centrífugas são aplicadas, em geral, para grande potência ou elevadas vazões.
Por se tratarem de máquinas elétricas, as motobombas dependem de um fornecimento de
energia primária para produzir trabalho. Dito isto, as mais utilizadas são as conectadas à rede
elétrica, pois possuem alta eficiência e baixo custo de implantação e manutenção, que fazem
com que tenha seu uso indicado sempre e quando houver rede elétrica a pequenas distâncias
de sua utilização (FEDRIZZI, 1997). Contudo, existem situações em que a rede elétrica está
distante ou inexistente, cuja solução é a escolha de outra fonte de energia primária que, neste
trabalho, será a fotovoltaica.
Os sistemas fotovoltaicos de bombeamento de água são assim denominados por conta da
geração fotovoltaica para o fornecimento de energia ao conjunto motriz. Estes sistemas
possuem em sua estrutura os painéis fotovoltaicos, responsáveis pela geração de energia
elétrica que, neste caso, tem o papel de energia primária; as motobombas, responsáveis pelo
11

bombeamento de água em um reservatório, e; um equipamento de condicionamento de


potência, cuja função é converter a energia gerada pelos módulos a valores compatíveis com o
grupo motobomba. Sendo que esta configuração não utiliza acumuladores de energia
eletrolíticos. Esta escolha deve-se ao curto tempo de vida útil dos acumuladores, que é cerca
de quatro anos (MELÉNDEZ, 2009). Vale ressaltar que esta configuração é denominada
como conexão direta, pois não possui acumuladores de energia, como mostra a Fig.3.

Figura 3 - Sistemas fotovoltaicos de bombeamento de água com conexão direta.

Fonte - MELÉNDEZ, 2009.

Um ponto importante sobre os sistemas fotovoltaicos de bombeamento de água é a


necessidade de um bom dimensionamento, pois quando este é realizado de uma maneira
incorreta acaba ocasionando sobredimensionamentos ou subdimensionamentos. Nestes casos
ocorre um aumento no tempo de amortização financeira e ainda, estes projetos podem frustrar
as expectativas a respeito do uso de sistemas de bombeamento fotovoltaico (ZANIRATO et
al., 2011).
A metodologia mais precisa para dimensionar sistemas fotovoltaicos de bombeamento de
água utiliza as curvas de capacidade instantânea (curva de carga) do sistema de bombeamento
12

(VILELA e FRAIDENRAICH, 2001; FEDRIZZI et al., 2004). Estas são curvas do tipo
potência versus vazão em diferentes alturas manométricas, como mostra a Fig.4. Estas curvas
em adição com os valores de energia gerada pelos módulos fotovoltaicos possibilitam estimar
o volume de água bombeado pelo sistema. Em geral, estas curvas não são fornecidas por
fabricantes de motobombas e quando o são geralmente apresentam divergências com os
resultados obtidos em campo (MCLEAN, 2009).

Figura 4 - Exemplo de curvas de capacidade instantânea.

Fonte - Do Autor.

Em Brito et al. (2006) o autor utiliza uma bancada de ensaios para obter as curvas de
capacidade instantânea de uma motobomba, para através destas construir um ábaco de
dimensionamento. Esta bancada também pode ser utilizada para avaliar a operação nominal
de um sistema fotovoltaico de bombeamento de água (MELÉNDEZ, 2009). Por exemplo, em
Meléndez (2009) o autor utiliza uma réplica da bancada proposta por Brito et al. (2006) e cita
que os transdutores são ligados a um dispositivo de aquisição de dados (AGILENT-34970A)
e que a análise dos valores recolhidos é feita de maneira off-line em planilhas eletrônicas com
o software Microsoft Excel. A bancada de ensaios pode ser observada na Fig.5.
13

Figura 5 - Bancada de ensaio.

Fonte - BRITO et al., 2006.

Este trabalho tem o objetivo de desenvolver um software (cujo nome é DIMAS), capaz de
automatizar o processo de ensaio da bancada proposta por Brito et al. (2006). A construção de
um software é justificada por conta da existência e aplicação de diversos programas existentes
na área de sistemas fotovoltaicos. Cita-se que no trabalho desenvolvido por Lalwani et al.
(2010) os autores apresentam o atual cenário dos softwares existentes da área de sistemas
fotovoltaicos. Menciona-se que nenhum dos softwares citados no trabalho supracitado atende
as necessitadas descritas ao longo deste trabalho.
O programa DIMAS permite dimensionar sistemas fotovoltaicos de bombeamento de
água1 através de um ábaco de dimensionamento, além de permitir avaliar estes sistemas em
condições de trabalho nominais. Vale ressaltar que o programa foi desenvolvido na linguagem
do software LabVIEW, que é um software oriundo da empresa National Instruments. A
escolha da linguagem do LabVIEW se dá por conta de sua utilização em outros projetos de
softwares da área de geração fotovoltaica. Por exemplo, em Dunea et al. (2010) os autores o

1
Do tipo de conexão direta
14

utilizam para desenvolver um software para dimensionar sistemas Híbridos e em Mclean


(2009), o autor utiliza o LabVIEW para analisar sistemas fotovoltaicos de bombeamento de
água.
Esta monografia está organizada da seguinte maneira: O capítulo 1 abordará a revisão
bibliográfica deste trabalho, onde a primeira parte é focada no dimensionamento de sistemas
fotovoltaicos de bombeamento de água e em suas dificuldades. Esta primeira parte também
apresentará as soluções encontradas por outros autores para dimensionar sistemas
fotovoltaicos de bombeamento de água. Em seguida, o capítulo 1 introduzirá os sistemas de
supervisão e aquisição de dados e depois mostrará as funcionalidades do LabVIEW. O
capítulo 2 apresentará como o programa DIMAS foi desenvolvido, mostrando os materiais
utilizados neste trabalho e a metodologia utilizada para o desenvolvimento do software. Os
capítulos 3 e 4, por sua vez, apresentam o software DIMAS e seu respectivo manual de
operação. E, por último, a conclusão do trabalho e as perspectivas futuras para o mesmo.
15

CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1 Dimensionamento de sistemas fotovoltaicos de bombeamento de água

O processo de dimensionamento e seleção de um sistema fotovoltaico de bombeamento


consiste em duas etapas distintas. Na primeira etapa (dimensionamento), cabe ao projetista
calcular a energia necessária para efetuar o bombeamento de um volume diário (m³/dia). Em
Fedrizzi (1997) a autora utiliza a Eq. (1) para calcular a energia necessária ( EH ) onde,  é a
densidade da água (1000 Kg/m³), g é a gravidade (9,81 m/s²), Hm é a altura manométrica (m) e
Qd o volume diário (m³).

  g  H m  Qd
EH  [Wh / dia] (1)
3600

Posteriormente, determina-se a energia elétrica diária necessária conforme a Eq. (2)

(MELÉNDEZ, 2009) sendo


DCP e MB PV , respectivamente, a eficiência do dispositivo de
condicionamento de potência e a eficiência média da motobomba em um ciclo completo de
bombeamento. Para se estabelecerem parâmetros, a eficiência de uma motobomba
submersível oscila entre os 0,25 a 0,6 (25 a 60%) para corrente contínua e 0,25 a 0,4 (25 a
40%) para corrente alternada.

EH
Eel  [Wh / dia] (2)
MBPV DCP

Finalmente, deve-se calcular a potência do gerador fotovoltaico conforme a Eq. (3) onde
2
(HSP) corresponde a hora de sol pico de projeto no plano do gerador fotovoltaico
(MELÉNDEZ, 2009).

2,725  H m  Qd
PFV  1,25  [Wp] (3)
(MB PV  DCP )  ( HSP) 

2
HSP - horas de sol pico - Definida como o número de horas necessárias, para que, supondo uma
irradiância de 1.000W/m², consiga-se coletar uma quantidade de energia equivalente à realmente incidente ao
longo de um determinado dia sobre a superfície do módulo fotovoltaico.
16

A segunda etapa consiste em selecionar um sistema fotovoltaico de bombeamento dentre


os vários disponíveis no mercado. Nesta etapa, os ábacos, a exemplo da Fig. 6, são
ferramentas muito úteis, pois auxiliam o projetista na seleção do sistema mais adequado. Ou
seja, seleciona-se um sistema com as características semelhantes ao que foi projetado. O risco
é confiar no que é apresentado pelo fabricante, porém, com base nas informações do ábaco é
possível calcular a eficiência média da motobomba por meio da Eq.(2) e verificar se está
dentro da faixa de valores conhecidos da literatura, dando um indicativo se o ábaco
apresentado é confiável ou não.

Figura 6 - Ábaco de dimensionamento.

Fonte - ANAUGER SOLAR, 2013.

A elaboração de ábacos não é simples, pois se necessita do modelo experimental da curva


de capacidade instantânea da motobomba em diferentes alturas manométricas, perfis diários
de radiação solar, perfis diários de temperatura ambiente e das características técnicas dos
módulos fotovoltaicos (ALONSO-ABELLA et al.,2003). A maior parte destas informações,
no entanto, pode ser obtida por modelos matemáticos aproximados, a exceção se dá por conta
das curvas de capacidade instantânea que dependem das características das motobombas. Por
conta desta situação, não é incomum a existência de softwares que permitam estimar ou
interpolar estas curvas de capacidade instantânea.
17

No entanto, em Mclean (2009) o autor utiliza três softwares (PVSYST, WinCAPS,


RETScreen) para efetuar três dimensionamentos de um único sistema fotovoltaico de
bombeamento de água e utiliza também um sistema de supervisão para avaliar cada
dimensionamento. Esta verificação ocorre através de uma comparação com os dados obtidos
em campo com os três dimensionamentos efetuados. Os resultados destas comparações
constataram que as curvas obtidas por estes softwares divergem das curvas medidas em
campo, principalmente nos pontos de baixa vazão bombeada (MCLEAN, 2009). Menciona-se
que o software WinCAPS é fornecido pela Grundfos, fabricante de motobombas
(GRUNDFOS MANAGEMENT, 2004), sendo que a Fig.7 mostra a comparação entre as
curvas obtidas no software WinCAPS e as curvas medidas de uma motobomba Grundfos SQF
0.6-2 N.

Figura 7 - Comparação das curvas da motobomba Grundfos SQF 0.6-2 N.

Fonte – Modificado de MCLEAN, 2009.

Em Mclean (2009) o autor também demonstra que as curvas obtidas pelos softwares
PVSYST (MERMOUD e BONVIN, 2009) e RETScreen (NATURAL RESOURCES
CANADA, 2004) apresentam uma simetria em relação as curvas obtidas pelo software
WinCAPS, como apresentam as Fig.8 e Fig.9. Com isto o autor concluiu que os três softwares
(PVSYST, WinCAPS, RETScreen) possuem divergências de cálculo em certas faixas de
valores de vazão bombeada e que estes softwares podem ser utilizados desde que seja
considerada esta divergência (MCLEAN, 2009). Menciona-se que para analisar os resultados
18

o autor utilizou uma bancada semelhante à proposta por Brito et al. (2006). Vale ressaltar que
esta bancada está conectada a um microcomputador com um código produzido no LabVIEW,
contudo o autor precisa utilizar outro programa para verificar alguns dados recolhidos em
campo, por isto a análise não é totalmente on-line (MCLEAN, 2009).

Figura 8 - Curvas obtidas pelo software RETScreen.

Fonte – Modificado de MCLEAN, 2009.

Figura 9 - Curvas obtidas pelo software PVSYST.

Fonte – Modificado de MCLEAN, 2009.


19

Outro exemplo de obtenção de curvas de capacidade instantânea pode ser observado em


Bakelli et al. (2011), onde os autores utilizam uma interpolação polinomial para estimar estas
curvas. Contudo o trabalho menciona que a aquisição de dados é feita de maneira off-line.
Este tipo de aquisição de dados dificulta a análise dos resultados obtidos por este trabalho,
principalmente por conta de que sua metodologia utiliza um conjunto de quatro equações
polinomiais (de terceiro grau) para construir uma equação resultante (Eq.4). Além disso, a
Eq.4 fornece a potência em função da vazão quando na prática o melhor é obter a vazão em
função da potência.

(4)

Q é a vazão em m³/h
P é a potência de entrada em W.
a(h), b(h), c(h), d(h) são constantes que dependem da altura manométrica.

Neste trabalho o software DIMAS automatiza o processo de obtenção da curva de


capacidade instantânea e ainda, utilizará um modelo matemático simplificado porém preciso
de interpolação da curva de capacidade instantânea, conforme mostra a Eq.5. Menciona-se
que este modelo matemático foi comprovado por ensaios realizados em motobombas reais
(JESUS et al., 2012). Menciona-se ainda que o programa DIMAS permite avaliar o
dimensionamento e a curva de capacidade instantânea interpolada. Esta avaliação é realizada
através de um ensaio a sol real que consiste em um ensaio em campo com o sistema
dimensionado.

(5)

Onde:
Q é a vazão em m³/h
P é a potência de entrada em W.
A e b são constantes que dependem da altura manométrica.
20

1.2 Sistemas de supervisão e aquisição de dados

As inovações tecnológicas na área de instrumentação digital têm apresentado avanços


significativos nos últimos anos. Os sistemas digitais de supervisão e aquisição de dados
proporcionaram avanços significativos em inúmeras aplicações. Estes sistemas são
comumente utilizados em diversas áreas de atuação, desde indústrias às pesquisas científicas,
cujo papel é permitir a visualização das variáveis ou parâmetros medidos em um determinado
processo (SMAR, 2013).
Os sistemas de supervisão, em geral, são compostos por transdutores e hardwares de
aquisição. Os transdutores são responsáveis por relacionar uma grandeza física em uma
grandeza elétrica de resposta (tensão ou corrente), já o hardware de aquisição é responsável
por recolher os sinais elétricos de saída dos transdutores e apresenta-los em uma interface
homem-máquina. Entretanto, em alguns casos os valores medidos são incompatíveis com o
hardware de aquisição, sendo necessária a utilização de condicionadores de sinais que filtram
as respostas provenientes dos transdutores para níveis devidamente apropriados (SMAR,
2013). Um exemplo de sistema de supervisão pode ser visualizado na Fig.10.

Figura 10 - Exemplo de sistema de supervisão e aquisição de dados.

Fonte - Do Autor.

Antes do início da utilização de computadores nos sistemas de aquisição de dados, a


coleta das informações era efetuada através de sistemas de armazenamento específicos ou
controladores lógicos programáveis de modo off-line, ou seja, era necessário primeiramente
coletar os dados e no final do processo resgatá-los da memória física do equipamento.
Atualmente, diversos instrumentos analógicos podem ser visualizados virtualmente em um
computador de modo on-line, que se dá através da conexão de um instrumento digital
(hardware de aquisição).
21

A visualização dos dados coletados necessita da implantação de um software para a


comunicação entre o hardware de aquisição e o computador. Sua função é criar uma interface
homem-máquina (IHM) que permita a correta e eficiente comunicação entre o sistema de
supervisão com o usuário. Estes tipos de softwares também permitem ampliar a
funcionalidade de um instrumento, acrescentando novas funções executadas pelo computador
com as medidas fornecidas pelo instrumento. Menciona-se a utilização de um osciloscópio
digital que não tem a função de análise espectral conectado a um computador com um
algoritmo de FFT (Fast Fourrier Transform) e que através da IHM realiza-se a análise
espectral do sinal (BORGES, 2012; SOUSA, 2005). Sendo que o software utilizado para
desenvolver o programa DIMAS é o LabVIEW.

O LabVIEW é muito utilizado em aplicações fotovoltaicas, principalmente por conta de


sua facilidade para a construção de interfaces e sua flexibilidade de conexão com dispositivos
e outros softwares. Por exemplo, em Dunea et al. (2010) os autores utilizam o LabVIEW para
desenvolver um programa (EnergOPTIMIZER) capaz de projetar sistemas Híbridos e analisa-
los em campo através de um sistema de supervisão que utiliza protocolos de comunicação
multimídia (GSM/GPRS). Em outro trabalho (MCLEAN, 2009) o autor utiliza o LabVIEW
para automatizar o tratamento dos dados provenientes de sistemas fotovoltaicos de
bombeamento de água, conforme citado neste capítulo.

1.3 LabVIEW

O LabVIEW (acrônimo para Laboratory Virtual Instrument Engineering Workbench) é


um software para o desenvolvimento de sistemas de supervisão e automação, proveniente da
empresa National Instruments. Suas principais vantagens são a facilidade de construção de
interfaces e a comunicação com dispositivos e softwares. O LabVIEW utiliza uma linguagem
de programação gráfica denominada de “G”, onde suas funções são dispostas em blocos
organizados em fluxogramas ligados através de linhas. Os códigos produzidos nesta
linguagem são denominados de VI’s (Virtual Instruments), e quando são utilizados como
funções são denominados de sub-VI’s. As VI’s são organizadas em duas interfaces: o
diagrama de blocos e o painel frontal (NATIONAL INSTRUMENTS, 2003).

O diagrama de blocos é responsável pela construção do código, onde são conectados os


blocos funcionais do software com a finalidade de criar uma rotina. Também é onde se
22

encontram as principais funções do LABVIEW, organizadas em grupos de acordo com a sua


finalidade. Os principais grupos de funções do LabVIEW podem ser visualizadas na Tab.1.

Tabela 1 - Grupos de funções do diagrama de blocos.

Grupo de Funções Descrição

Timing Controle de tempo no programa

Numeric Aritmética Básica

Comparison Lógica Booleana

File I/O Trabalhar com arquivos externos

Array Trabalhar com arranjo de elementos

Structures Trabalhar com estruturas de controle

String Trabalhar com caracteres

Fonte - Do autor.

Já no painel frontal, as saídas ou respostas das rotinas criadas no diagrama de blocos são
visualizadas e as variáveis iniciais são inseridas. De maneira semelhante ao diagrama de
blocos, suas principais funções são organizadas de acordo com a sua finalidade. Podem-se
citar os diversos tipos de gráficos e tabelas para a visualização dos dados gerados. Suas
principais funções podem ser observadas na Tab.2.

Tabela 2 - Grupos de funções do painel frontal.

Grupo de Funções Descrição

XY Graph Gráficos do Tipo X Versus Y

3D Graph Gráficos tridimensionais


23

Waveform Chart Gráficos de variação temporal

Num Ctrls Controles numéricos

Buttons Botões de entrada Booleana

Fonte - Do autor.

Com a rotina criada no diagrama de blocos e a interface de visualização criada no painel


frontal, executa-se o software pressionando o botão “Executar” na barra de ferramentas. Desta
maneira, os cálculos ou importações são executados no diagrama de blocos e visualizados no
painel frontal. Vale ressaltar que os dados são inseridos no diagrama de blocos através do
painel frontal por blocos denominados de control, cuja denominação é apenas referente ao
sentido do fluxo do código, pois o fluxograma “sai” deste bloco. Já para a visualização de
dados do diagrama de blocos no painel frontal, utiliza-se blocos do tipo indicator, onde o
fluxo do código “chega” nestes blocos.

Outro detalhe sobre o LabVIEW é a biblioteca VISA (Virtual Instrument Software


Architecture): esta biblioteca possui rotinas de alto nível que possibilitam o controle de
equipamentos, escrita, leitura e configuração, de modo a permitir estas funcionalidades de um
determinado equipamento sem que haja a necessidade de se conhecer os detalhes de controle
do dispositivo (SOUSA, 2005).

Um ponto importante sobre a linguagem "G" são suas vantagens em relação à


programação escrita. Entre estas estão a facilidade na visualização do funcionamento de seus
algorítmos, a revisão, a reutilização e a atualização dos mesmos. Além disto, o LabVIEW
permite a execução de VI’s em paralelo, aumentando a velocidade de execução e
possibilitando aumentar a abrangência do software em tempo real.

Uma outra funcionalidade do Labview denominada TDMS (technical data management


solution) permite criar arquivos de extensão TDMS. Eles permitem uma leitura e escrita de
dados em arquivos pré-organizados, facilitando o seu armazenamento e ainda a utilização em
programas, pois a análise torna-se mais fácil com os mesmos, tanto na programação quanto na
revisão ou teste do programa. Vale ressaltar que estes arquivos podem ser lidos em diversos
aplicativos, como por exemplo o Matlab3.

3
Software de alto desempenho oriundo da empresa MathWorks.
24

Outro detalhe do LabVIEW é a possibilidade de criação de executáveis com o mesmo


painel frontal e sem a possibilidade de modificações nos códigos para usuários comuns. Vale
ressaltar que o LabVIEW “cria” um instalador comum para sistemas operacionais da
plataforma Windows.
25

CAPÍTULO II - DESENVOLVIMENTO DO SOFTWARE

2.1 Materiais utilizados

Este trabalho utiliza uma réplica da bancada de ensaios proposta por Brito et al. (2006)
(Fig.11). Esta réplica está situada no laboratório do IEPA (Instituto de Pesquisas Científicas e
Tecnológicas do Estado do Amapá), na cidade de Macapá-AP.

Figura 11 - Réplica da bancada de ensaios.

Fonte - Do autor.

Esta réplica possui os transdutores de irradiância, vazão bombeada, pressão, tensão e


corrente4. Além destes transdutores a bancada possui um inversor de frequência que funciona
como dispositivo de condicionamento de potência.

O armazenamento dos valores medidos nos transdutores da bancada de ensaio é realizado


através da conexão de um datalogger da empresa Agilent (Fig.12) aos transdutores da
bancada de ensaio. As configurações deste equipamento podem ser consultadas em Agilent
Technologies (200). Este equipamento possui uma memória interna que armazena a leitura
dos transdutores e permite que estes dados sejam analisados de modo off-line.

4
Na saída do gerador fotovoltaico
26

Figura 12 - Datalogger.

Fonte - Do Autor.

Esta situação é contornada quando o equipamento é conectado a um microcomputador,


em que este possui o software DIMAS para analisar os dados recolhidos e possibilitar a
análise on-line da bancada de ensaios. A Fig.13 apresenta a disposição completa do sistema
utilizado no âmbito deste trabalho.

Figura 13 - Sistema completo.

Fonte - Do Autor.
27

2.2 Metodologia para o desenvolvimento do software DIMAS

O software DIMAS foi desenvolvido em três módulos sequenciais integrados (ou três
sub-VI’s), com a finalidade de facilitar sua programação e execução. A primeira sub-VI é
responsável por levantar as curvas de capacidade instantânea da motobomba. A segunda é
responsável por confeccionar o ábaco de dimensionamento de um sistema fotovoltaico de
bombeamento; e a terceira é responsável por realizar o ensaio a Sol real. Menciona-se que
estas sub-VI’s farão parte de um único programa, apenas estão separados para facilitar a sua
construção e execução. A Fig.14 mostra a estrutura de organização do software DIMAS.

Figura 14 - Estrutura do software DIMAS.

Fonte - Do autor.

2.2.1 Levantamento da curva de capacidade instantânea

A sub-VI de levantamento de curvas de capacidade instantânea de motobombas é


construída para possibilitar a análise on-line dos transdutores da bancada de ensaio. Esta
funcionalidade é útil para a realização do ensaio, pois mitiga a possibilidade de erros durante
o mesmo. A principal função deste módulo, no entanto, é interpolar os dados de potência e
vazão medidos no ensaio em uma curva logarítmica, como mostra a Eq.5.

(5)
28

Um ponto importante sobre esta interpolação é a existência uma curva para cada altura
manométrica, pois o valor da vazão bombeada por uma motobomba depende da pressão ou
altura manométrica de trabalho da mesma. Ao término do ensaio o módulo permite salvar as
curvas interpoladas em um arquivo (TDMS) que será analisado no módulo de
dimensionamento.

2.2.2 Confecção do ábaco de dimensionamento

Esta sub-VI tem a função de dimensionar um sistema fotovoltaico de bombeamento e


apresentar o resultado em forma de ábaco de dimensionamento, idealizado conforme a Fig.15.
Onde o gráfico superior é o volume bombeado no dia para cada altura manométrica versus
energia produzida, e o gráfico inferior é a potência nominal do gerador fotovoltaico versus
energia produzida para cada HSP. Tais gráficos estão alinhados aos seus respectivos eixos de
energia gerada e este alinhamento será utilizado para possibilitar um dimensionamento de um
sistema fotovoltaico de bombeamento, utilizando a potência nominal do gerador fotovoltaico.

Figura 15 - Exemplo de ábaco.

Fonte - Modificado de BRITO, 2006.

O ábaco apresentado na Fig.15 permite estimar o volume de água bombeada em função


da potência nominal do gerador fotovoltaico e as características de trabalho da localidade do
29

sistema de bombeamento (HSP e altura manométrica). A metodologia para a construção deste


ábaco, no entanto, pode ser observada na Fig.16, onde a união dos valores de temperatura e
irradiância com os dados do gerador fotovoltaico permitem estimar a potência entregue pelo
mesmo, e com estes valores torna-se possível estimar o volume bombeado pelo sistema
fotovoltaico de bombeamento ao longo do dia.

Figura 16 - Metodologia para a confecção de ábacos.

Fonte - Do Autor.

A irradiância pode ser modelada de acordo a norma da IEC 61725 de 1997, como mostra
a Fig.17. Onde G significa a irradiância em W/m² e o valor Gmáx varia de acordo com as horas
de sol pico.

Figura 17 - Irradiancia versus tempo.

Fonte - Modificado de IEC 61725,1997.


30

Observa-se que este modelo aproxima-se de uma função cosseno, em que sua estimativa
é realizada por meio das equações 6, 7 e 8. Onde Hd é a energia solar ao longo do dia e h é o
tempo entre o nascer e o pôr do sol.

(6)

(7)

(8)

Estas equações têm seus parâmetros variados de acordo com as horas de sol pico que, em
geral, são variações discretas de 3h às 7h, como mostra a Fig.18. Onde as curvas calculadas
estão integradas internamente no módulo de dimensionamento.

Figura 18 - Modelagem da irradiância.

Fonte - Do Autor.
31

A modelagem da temperatura, no entanto, é mais complexa, pois depende das


características físicas da localidade bem como do dia Juliano. Desta maneira, torna-se mais
prático utilizar a temperatura média da localidade onde o sistema fotovoltaico de
bombeamento for instalado. Este trabalho utilizou os dados do software METEONORM.25
para estimar uma curva de temperatura média para cada capital brasileira. Esta média é feita
sobre os dados de temperatura ao longo de um ano para cada cidade. Como exemplo, a Fig.19
apresenta os dados de temperatura ao longo do ano para a cidade de Macapá-AP.

Figura 19 - Temperatura ao longo de um ano (Macapá).

Fonte - Do Autor.

As curvas apresentadas na Fig.19 são utilizadas para determinar uma curva média que
permitirá estimar a temperatura ao longo de um dia. Vale ressaltar que este trabalho utiliza um
arquivo do tipo TDMS para representar a curva de temperatura média de cada capital

5
Software que possui os dados da condição climática de inúmeras cidades.
32

brasileira e que é utilizado como um dado de entrada no módulo de dimensionamento. Como


exemplo, a curva que representa a temperatura média ao longo de um dia para a cidade de
Macapá é apresentada na Fig.20.

Figura 20 - Temperatura média em um dia (Macapá).

Fonte - Do Autor.

Após a confecção da curva de temperatura média e da modelagem de irradiância, o


próximo passo é o cálculo da potência entregue pelo gerador fotovoltaico ao longo do dia.
Este cálculo é efetuado de acordo com as Eq.10 e Eq.11, simplificadas de Bakelli et al.
(2011).

PSTC.G
Pcor  .[1   .(TC  25)] (10)
G0

G
TC  Ta  (TNOC  20). (11)
800

Onde:
Pcor é a potência corrigida ou entregue pelo módulo fotovoltaico;
Ta é a temperatura ambiente;
Tc é a temperatura da célula fotovoltaica;
33

TNOC e γ são constantes do módulo fotovoltaico;


PSTC é a potência nominal do gerador fotovoltaico;
Go é igual a 1.000 W/m².

Menciona-se o fato das constantes do módulo fotovoltaico serem inseridas como um dado
de entrada na tela inicial da sub-VI de dimensionamento. Esta escolha se deve ao fato destes
valores variarem para cada tipo de fabricante.
As curvas geradas pelas Eq.10 e Eq.11 são do tipo Potência Versus tempo para cada hora
de Sol pico. Elas permitem estimar a energia gerada Versus a potência nominal do gerador
fotovoltaico, e por conta disto formam o gráfico inferior do ábaco.
As Eq.10 e Eq.11 também permitem, em adição com as curvas de capacidade instantânea
(Eq.5), estimar o volume bombeado diário Versus a energia gerada, sendo que este gráfico
pertence à parte superior do ábaco. Menciona-se o fato de que as curvas de capacidade
instantânea são importadas do arquivo gerado pela sub-VI de levantamento da curva de
capacidade instantânea.
Após os cálculos efetuados, a interface do módulo de dimensionamento permite
visualizá-los juntamente com os resultados em gráficos, e posteriormente salvar estes em um
arquivo de formato PDF.

2.2.3 Ensaio a sol real

A sub-VI de Ensaio a sol real é executada no final do software DIMAS. Isto ocorre pelo
fato de sua execução ser opcional, pois o mesmo não tem influência no dimensionamento. Sua
finalidade é atestar a qualidade do ábaco, calcular a eficiência média do sistema fotovoltaico
de bombeamento e monitorar a operação do sistema. Ou seja, ele monitora o comportamento
do sistema em condições normais de trabalho.

A estrutura da sub-VI de ensaio a Sol real é idealizada para a visualização de gráficos da


variação instantânea dos transdutores da bancada de ensaio (tensão e corrente na saída do
gerador fotovoltaico, vazão, pressão e irradiância). Esta visualização é feita para um ciclo
completo de bombeamento e no final dele a sub-VI de ensaio a Sol real apresenta os valores
recolhidos em gráficos do tipo variável versus tempo, assim como também permite salvar
estes resultados em um arquivo do tipo TDMS.
34

CAPÍTULO III - SOFTWARE DIMAS

O software DIMAS foi desenvolvido segundo as especificações do capítulo 2 e sua


interface principal pode ser observada na Fig.21.

Figura 21 - Software DIMAS.

Fonte - Do Autor.

Esta interface permite acessar cada uma das sub-VI’s descritas no capítulo 2. Este acesso
se dá ao pressionar um dos três botões apresentados na Fig.21 (Curva de Capacidade
Instantânea, Ábaco e Ensaio a Sol Real) que após serem pressionados, automaticamente
abrem uma nova janela no sistema operacional.

3.1 Sub-VI de levantamento de curva de capacidade instantânea

A sub-VI de levantamento da curva de capacidade instantânea de motobombas foi


dividida em quatro interfaces (ou telas), sendo que a primeira (Fig.22) permite ajustar os
ganhos dos transdutores para a conversão ao SI (Sistema Internacional de Unidades),
configurar o modo de comunicação do datalogger ao computador (Protocolo, Barramento e
Porta) e configurar o canal de conexão do transdutor. Este canal é a posição física de conexão
do transdutor à placa de aquisição de dados do datalogger que possui três placas de aquisição,
que por sua vez são um meio de conexão entre o equipamento e os transdutores (Fig.23).
35

Como exemplo o canal do transdutor de corrente (canal 111) informa que o transdutor de
corrente está conectado a 1º placa na posição 11.

Figura 22 - Levantamento da curva de capacidade instantânea.

Fonte - Do Autor.
36

Figura 23 - Placa de aquisição de dados.

Fonte - Do Autor.

A segunda interface permite ajustar os valores de corte para a interpolação da curva de


capacidade instantânea. Estes valores de corte da vazão e da potência (Fig.24) funcionam
como filtros (JESUS et al.,2012), pois todos os dados recolhidos da bancada de ensaio que
estiverem fora desta faixa são excluídos. Esta funcionalidade aumenta a fidelidade da curva
interpolada, pois a não exclusão dos valores fora da faixa ajustada ocasiona um erro de
interpolação. A segunda interface é apresentada na Fig.25.

Figura 24 - Faixa de corte.

Fonte - Do Autor.
37

Figura 25 - Ajuste para o ensaio.

Fonte - Do Autor.

Na terceira interface há a montagem da curva interpolada a partir da coleta dos valores de


vazão e potência, sendo feita em três passos em um sub painel (Fig.26). O primeiro passo
apresenta o botão “interpolar” que após ser pressionado gera a curva e a equação resultante,
acende a opção “análise do gráfico” e automaticamente aparece a aba passo dois. O segundo
passo apresenta a opção de deletar ou salvar a curva gerada e o terceiro passo consiste nos
ajustes da bancada, caso seja necessário. A terceira interface é apresentada na Fig.27.
38

Observa-se que este sub-painel é controlado por um grupo de blocos de comando, como pode-
se observar no código em anexo (Pág.63).

Figura 26 - Execução do sub painel.

Fonte - Do Autor.

Figura 27 - Visualização da curva interpolada

Fonte - Do Autor.
39

Na quarta interface há a visualização das curvas e o endereço onde foram salvas (Fig.28),
cuja explicação será no capítulo 4. Esta interface apresenta também o botão “reiniciar” que
após ser pressionado volta automaticamente a interface para a primeira tela. Esta
funcionalidade é possível porque o código da sub-VI utiliza um grupo de loop’s do tipo while
(Pág.63).

Figura 28 - Curvas interpoladas.

Fonte - Do Autor.
40

3.2 Sub-VI de confecção do ábaco de dimensionamento

Na primeira interface há a seleção dos arquivos com os dados da temperatura ambiente


(explicada no capítulo 2) e com as curvas da motobomba (explicada no capítulo anterior). Há
também dois espaços para a inserção das especificações da motobomba e da localidade,
conforme a Fig.29. Menciona-se que estas especificações aparecerão no arquivo final desta
interface.

Figura 29 - Interface de dimensionamento.

Fonte - Do Autor.

Após a coleta dos dados e arquivos, o botão “ok” deve ser pressionado para que a
segunda interface se abra. Na segunda interface (Fig.30) há a visualização das curvas
calculadas, bem como as opções de “Salvar em PDF”, “Deletar” e “Reiniciar” o cálculo das
curvas, voltando para a primeira interface. Esta iteração com o usuário é possível porque o
41

código desta sub-VI utiliza um conjunto de loop’s do tipo while e structure, vide código em
anexo (Pág.64).
Figura 30 - Curvas calculadas.

Fonte - Do Autor.

3.3 Sub-VI de ensaio a sol real

Pressionado o botão “Ensaio a Sol Real”, a interface “Dados Iniciais” se abrirá (Fig.31).
A partir dessa primeira interface é possível ajustar o modo de comunicação do datalogger
com o computador , configurar o tempo de início e término da coleta de dados, assim como o
seu intervalo durante o período selecionado, e também configurar o ajuste de ganho dos
transdutores que estão conectados à placa de aquisição do datalogger. Após a inserção dos
dados, ao pressionar o botão “Criar Arquivo” todos os dados serão salvos no arquivo criado,
cuja explicação será no capítulo 4.
42

Figura 31 - Interface de ensaio a sol real.

Fonte - Do Autor.

Após a criação do arquivo, o software DIMAS abrirá a segunda interface (Fig.32)


automaticamente conforme o tempo de início configurado na interface anterior, assim como o
término configurado irá abrir a terceira interface. Nela há a visualização dos gráficos das
grandezas lidas pelos transdutores em um curto período, o tempo inicial (Primeira Leitura), o
tempo final (Leitura Final) e a cronometragem para o fim da coleta (Tempo Atual). Vale
ressaltar que o processo de controle das telas desta sub-vi se dá através de um controle de
loop’s do tipo while. Sendo que as variáveis de controle destes loop’s são funções booleanas
que utilizam o tempo remoto do computador como entrada, como pode-se observar no código
em anexo (Pág.65).
43

Figura 32 - Valores instantâneos.

Fonte - Do Autor.

A terceira interface mostra a coleta final com a visualização dos gráficos no período
completo configurado na primeira interface. Há também a opção de “Reiniciar” a coleta de
dados, voltando para a interface inicial (Fig.33).

Figura 33 - Valores finais.

Fonte - Do Autor.
44

CAPÍTULO IV - MANUAL DE OPERAÇÃO DO SOFTWARE

O software DIMAS foi construído conforme a Fig.14 apresentada no capítulo 2 deste


trabalho. A interface principal do software apresenta um botão de atalho para cada uma das
três Sub-VI’s (Curva de Capacidade Instantânea, Ábaco e Ensaio a Sol Real), como mostra a
Fig.34.

Figura 34 - Painel principal.

Fonte - Do Autor.

4.1 Sub-VI de levantamento de curvas de capacidade instantânea

Ao pressionar o botão “Curva de Capacidade Instantânea”, o software DIMAS abre uma


janela no Sistema Operacional que contém a tela inicial (interface) da sub-VI de levantamento
de curva de capacidade instantânea. Esta sub-VI foi dividida em quatro interfaces (telas),
sendo a primeira interface a etapa de configurações iniciais. Esta interface permite inserir as
configurações de comunicação do datalogger, como mostra a Fig.35. Menciona-se que antes
do início do ensaio ajusta-se a altura manométrica pretendida para o mesmo.
45

Figura 35 - Primeira Interface sub-VI de curva de capacidade instantânea.

Fonte - Do Autor.

Após as configurações iniciais de comunicação e pressionado o botão “OK”, a sub-VI


abre uma janela no Sistema Operacional do computador (Fig.36) para escolher o local onde
será salvo o arquivo TDMS que terá os resultados do ensaio a ser realizado.
46

Figura 36 - Janela iterativa.

Fonte - Do Autor.

Após a escolha do endereço do arquivo TDMS, a sub-VI troca a interface exibida e


apresenta a tela de ajuste de interpolação, como mostra a Fig.37. Esta segunda interface da
Sub-VI permite escolher o intervalo que a mesma utilizará para interpolar a curva de
capacidade instantânea.
47

Figura 37 - Tela de ajuste da bancada.

Fonte - Do Autor.

Após ajustar os valores de potência e vazão de corte e pressionar o botão “Ajuste


Finalizado”, a sub-VI aciona a terceira interface que é a de coleta de dados. Esta interface é
uilizada para a aquisição de dados durante o ensaio e permite que os mesmos sejam analisados
imediatamente, como mostra a Fig.38. Vale ressaltar que nesta etapa torna-se possivel ajustar
a altura manométrica da bancada para um novo ensaio.
48

Figura 38 - Seleção de curvas.

Fonte - Do Autor.

Ao pressionar o botão “interpolar” e após a partida da motobomba até sua potência


nominal6, o led “Analise do gráfico” acende e a aba “Passo Dois” é exibida (Fig.39). Sendo
que esta permite excluir ou salvar a curva interpolada.

6
Isto é feito para se verificar cada ponto de funcionamento da motobomba
49

Figura 39 - Analise do gráfico.

Fonte - Do Autor.

Após a escolha, a interface passa a executar a aba “Passo Três” que possui a opção de
ajustar a bancada (Fig.40). Menciona-se que nesta etapa a altura manométrica da bancada
pode ser ajustada.
50

Figura 40 - Ajuste da bancada.

Fonte - Do Autor.

Concluído o ajuste da bancada, a interface retorna à aba “Passo Um” (Fig.38). Este
processo continua até que o botão “terminar” seja pressionado. Com esta ação a sub-VI muda
sua interface para a final, em que esta apresenta todas as curvas salvas durante o ensaio, bem
como o endereço em que se encontra o arquivo TDMS que as contém (Fig.41).
51

Figura 41 - Curvas salvas.

Fonte - Do Autor.
52

4.2 Sub-VI de confecção do ábaco de dimensionamento

Ao executar o software DIMAS (Fig.34) e pressionar o botão “Ábaco”, abre-se uma


janela no Sistema operacional com a interface da sub-VI de confecção do ábaco de
dimensionamento. Sua primeira tela permite selecionar o arquivo de temperatura média da
localidade pretendida e o arquivo das curvas de capacidade instantânea de uma motobomba,
sendo este ultimo arquivo o resultado do ensaio com a sub-VI de levantamento de curva de
capacidade instantânea. Esta tela também permite inserir os dados do gerador fotovoltaico
(mencionados no capitulo 2) e ainda permite configurar a escala do eixo da potência nominal
do gerador fotovoltaico. Além destas configurações, a interface permite também inserir o
cabeçalho do ábaco que a mesma irá produzir, como mostra a Fig.42.

Figura 42 - Tela inicial sub-VI de dimensionamento.

Fonte - Do Autor.

Pressionado o botão “OK”, a sub-VI troca a interface e apresenta outra contendo os


resultados dos cálculos efetuados em gráficos que formarão o ábaco, como mostra a Fig.43.
53

Figura 43 - Curvas geradas.

Fonte - Do Autor.

O primeiro gráfico mostra o volume diário bombeado em cada altura manométrica em


função da energia gerada pelo gerador fotovoltaico. O segundo gráfico mostra a energia
gerada pelos módulos em função da potência nominal do gerador fotovoltaico, cuja escala
teve seus valores ajustados na primeira tela. O terceiro gráfico mostra as curvas de capacidade
instantânea da motobomba.
Esta sub-VI permite apagar os cálculos efetuados (botão “deletar”) ou salvar os valores
(botão “salvar”) em um arquivo de formato pdf, como mostram as Fig.44 e 45. Menciona-se o
fato de que ao pressionar o botão “reiniciar” com seu respectivo led aceso, a sub-VI retorna à
tela inicial.
54

Figura 44 - Ábaco gerado (página 1).

Fonte - Do Autor.
55

Figura 45 - Ábaco gerado (página 2).

Fonte - Do Autor.

4.3 Sub-VI de ensaio a sol real

Conforme as outras duas sub-VI’s, esta é executada pressionando o seu respectivo botão
“Ensaio a Sol Real” na interface principal do software DIMAS. A sua primeira interface
permite configurar o modo de comunicação do datalogger e programar o tempo de início da
coleta (Fig. 46). Este tempo de início da coleta (tempo inicial) é o que a sub-VI começa a ler
os dados da bancada e o tempo final da coleta é o tempo (do computador) que a sub-VI
termina sua coleta.

Figura 46 - Tela inicial sub-VI de ensaio a sol real.

Fonte - Do Autor.
56

Pressionado o botão “Criar arquivo”, a sub-VI abre uma janela iterativa no Windows.
Sendo que esta janela, assim como na sub-VI de levantamento de curva de capacidade
instantânea, permite escolher o endereço do arquivo TDMS que terá os dados que serão
recolhidos, como mostra a Fig.47.

Figura 47 - Criação de arquivo.

Fonte - Do Autor.

Após a criação do arquivo TDMS, o led “Arquivo Gerado” acende e a sub-VI fica em
espera até que o tempo do sistema (Windows) alcance o tempo inicial previamente ajustado.
Com a chegada deste tempo, a sub-VI troca de interface e começa a coletar os dados da
bancada, como mostra a Fig.48.
57

Figura 48 - Tela de leitura em tempo real sub-VI de ensaio a sol real.

Fonte - Do Autor.

Após a chegada do tempo final, a sub-VI executa sua tela final que contém todas as
leituras efetuadas, assim como o endereço do arquivo salvo com estes valores, como mostra a
Fig.49. O botão “reiniciar” também permite, quando seu respectivo led esteja aceso, retornar à
interface inicial.

Figura 49 - Ciclo completo sub-VI de ensaio a sol real.

Fonte - Do Autor.
58

CONCLUSÕES

O dimensionamento de sistemas fotovoltaicos de bombeamento de água foi facilitado


com o desenvolvimento do software DIMAS, pois este permite gerar um ábaco de
dimensionamento de uma maneira automatizada e ainda permite validar a qualidade do ábaco
gerado através de um ensaio a sol real. Esta automação foi realizada através da conexão de
uma réplica da bancada de ensaios proposta por Brito et al. (2006).
O ábaco gerado pelo software DIMAS foi validado tanto por sua função de ensaio a sol
real quanto por outros dimensionamentos já realizados e disponíveis na literatura, no qual
foram utilizados os mesmos sistemas fotovoltaicos de bombeamento. Os resultados do
software DIMAS substituem os resultados de ábacos de fabricantes de motobombas, visto que
alguns não apresentam uma precisão satisfatória e o software DIMAS é capaz de validar seu
ábaco gerado.
A escolha do LabVIEW permite que o software DIMAS seja expandido através do uso de
sub-VI’s ou da conexão de outros softwares, visto que o LabVIEW permite a comunicação
horizontal com diferentes tipos de softwares, como por exemplo o MATLAB. Esta
funcionalidade é útil, pois permitirá que o programa seja expandido. Por exemplo, o programa
pode ser expandido e dimensione sistemas de bombeamento abastecidos por outras fontes de
energia primaria, por exemplo, a solar-eólica. Menciona-se que para trabalhos futuros também
seria interessante aumentar o número de idiomas que o software DIMAS possui. Esta
ampliação visa aumentar a aplicação do software DIMAS em diferentes regiões.
59

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implantação de sistemas fotovoltaicos de bombeamento de água. Universidade de Madri,
Espanha, Madri, 2005.
61

17. MCLEAN, K. C. G. Laboratory testing and modelling of high head photovoltaic powered
water pumping systems. Master of engineering, University of NEW SOUTH WALES,
setember 2009.

18. MELÉNDEZ, T. A. F. Avaliação de sistemas fotovoltaicos de bombeamento. Dissertação


(Mestre em Energia), UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP, São Paulo, 2009.

19. MERMOUD, R. C, and Bonvin, J., "PVSYST Version 4.35," 4.35 ed Geneva: University
Center for the Study of Energy Problems, University of Geneva, 2009.

20. NATURAL RESOURCES CANADA, "Clean Energy Project Analysis: RETScreen


Engineering & Cases Textbook." vol. Photovoltaic Analysis Chapter: Minister of Natural
Resources Canada, 2004.

21. NATIONAL INSTRUMENTS, LabVIEW User Manual, 2003.

22. SMAR. Disponível em:<http://www.smar.com/brasil/artigostecnicos/artigo .asp?id=17>.


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23. SOUSA, W. S. Desenvolvimento de um sistema aplicativo em LabVIEW para o


monitoramento de máquinas rotativas com um módulo de balanceamento de rotores.
Dissertação (Graduação) Universidade Federal do Pará - UFPA, Pará, 2005.

24. VILELA, O. C.; FRAIDENRAICH, N., 2001. A Methodology for the Design of Photovoltaic
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25. ZANIRATO, L. D., MOURA, L. C., CORDEIRO. T. R. N. Técnicas de Bombeamento de


Fluídos Aplicando Energia Solar Fotovoltaica. Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
Curitiba, 2011.
62

Apêndice A – Código do Programa


Programa Principal
63

Sub-VI de Levantamento de Curva de Capacidade Instantanea


64

Sub-VI Confecção do Ábaco de Dimensionamento


65

Sub-VI de Ensaio a Sol Real


66

Anexo A – Artigo publicado


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DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE SUPERVISÃO E AQUISIÇÃO


DE DADOS PARA BANCADA DE ENSAIOS DE MOTOBOMBAS
UTILIZANDO LABVIEW
Luiz Eduardo Moreira de Jesus – luiz_engenheiro@hotmail.com
Alaan Ubaiara Brito – aubrito@unifap.br
Universidade Federal do Amapá, Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas, Curso de Engenharia Elétrica
Instituto de Pesquisa Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá - IEPA
Maria Cristina Fedrizzi – fedrizzi@iee.usp.br
Aimé Pinto – afpinto@iee.usp.br
Roberto Zilles – zilles@iee.usp.br
Universidade de São Paulo, Instituto de Eletrotécnica e Energia, Laboratório de Sistemas Fotovoltaicos - LSF

Resumo. A metodologia mais criteriosa de dimensionamento de sistemas de bombeamento fotovoltaico utiliza a curva
de capacidade instantânea da motobomba (W versus m³/h), obtida experimentalmente, na altura manométrica de
projeto. Obter essa curva não é simples, pois exige a utilização de instrumentação capaz de simular poços para
diferentes profundidades. Neste trabalho utiliza-se uma réplica da bancada de ensaios de motobombas propostas por
Brito (2006). Atualmente os ensaios são realizados e as variáveis de interesse (potência, vazão e altura manométrica)
são armazenadas em um datalogger para posterior coleta e análise em planilhas eletrônicas, onde a curva de
capacidade instantânea da motobomba ensaiada é obtida. Tendo em vista dar maior agilidade à realização do ensaio,
este trabalho objetiva o desenvolvimento de um sistema de supervisão e aquisição de dados para a bancada de ensaios
de motobombas. O sistema foi desenvolvido em linguagem LabVIEW e permite a visualização dos resultados em tempo
real. Esta funcionalidade proporciona maior agilidade na realização dos ensaios, pois permite ao usuário descartar,
imediatamente, ensaios mal sucedidos assim como ajustar os equipamentos da bancada de ensaios de forma mais
eficaz.

Palavras-chave: Bombeamento Fotovoltaico, LabVIEW, Aquisição de Dados.

1. INTRODUÇÃO

Dentre as metodologias existentes para dimensionamento de sistemas de bombeamento fotovoltaico, a mais


criteriosa utiliza a curva de capacidade instantânea da motobomba (W versus m³/h), obtida experimentalmente, na altura
manométrica de projeto (Vilela e Fraidenraich, 2001; Fedrizzi et al., 2004). No entanto, raramente os fabricantes
disponibilizam essa informação, principalmente quando se trata de motobombas convencionais (3φ c.a.) que podem ser
utilizadas em um sistema de bombeamento fotovoltaico, quando da utilização de um inversor de frequência como
dispositivo de condicionamento de potência (Alonso-Abella et al., 1998; Brito e Zilles, 2006).
Uma forma para determinar a curva de capacidade instantânea de motobombas é por meio de uma bancada de
ensaios que simula poços de diferentes profundidades (Brito, 2006). Durante o ensaio, a motobomba a ser caracterizada
tem sua potência de entrada controlada por meio de um inversor de frequência que é programado para variar a potência
de entrada, lentamente, de zero até o valor nominal (W). Durante a caracterização da motobomba, a bancada de ensaios
matem a altura manométrica constante, enquanto os parâmetros de interesse (corrente, tensão, vazão e irradiância) são
armazenadas em um datalogger.
Os ensaios podem ser realizados utilizando uma fonte c.c. ou um gerador fotovoltaico. Finalizado o ensaio com
fonte c.c., são coletados os dados de vazão instantânea e analisados em planilhas eletrônicas onde é obtida a equação
matemática por meio de regressão logarítmica. Quando o ensaio é realizado com gerador fotovoltaico, são geradas
diversas curvas de desempenho ao longo de um dia de bombeamento com os dados coletados (Fedrizzi et al., 2007).
Como se pode observar, o procedimento de realização do ensaio não permite que o técnico visualize as
informações em tempo real e possa realizar uma análise imediata, tendo em vista descartar ensaios mal sucedidos,
evitando assim o trabalho de analisar dados inválidos. Uma forma de solucionar este problema é integrando à bancada
de ensaios um sistema de supervisão e aquisição de dados. Todavia, dificilmente se encontra no mercado um sistema
que atenda a esta aplicação específica.
Dado o exposto, o trabalho teve por objetivo o desenvolvimento de um sistema de supervisão e aquisição de dados
para as bancadas de ensaios de motobombas desenvolvidas por Brito (2006). Uma das bancadas encontra-se em
funcionamento desde 2002 no Laboratório de Sistemas Fotovoltaicos, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da
Universidade de São Paulo e a outra no Laboratório de Hidrometeorologia e Energias Renováveis do Instituto de
Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá – NHMET/IEPA. O sistema foi desenvolvido em linguagem
LabVIEW (Laboratory Virtual Instrumentation Engineering Workbench).
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2. AMBIENTE LABVIEW

O LabVIEW é uma linguagem de programação gráfica originária da National Instruments. Os principais campos
de aplicação são a realização de medições e a automação. A programação é feita de acordo com o modelo de fluxo de
dados, o que oferece a esta linguagem vantagens para a supervisão e aquisição de dados, e para a sua manipulação. Os
programas em LabVIEW são chamados de instrumentos virtuais ou, simplesmente, VIs, e são compostos pelo painel
frontal, que contém a interface, e pelo diagrama de blocos, que contém o código gráfico do programa.
O LabVIEW permite o desenvolvimento de aplicações personalizadas de forma rápida, fácil e com excelente
interface gráfica, além de incluir diversas VIs de análises (processamento de sinal para filtragem, transformadas,
detecção de pico, análise de harmônicas, análise de espectro, etc). O LabVIEW pode adquirir dados utilizando os mais
diversos dispositivos (GPIB, interface serial/USB, PCM/CA, etc.). Nesta aplicação o LabVIEW adquire os dados da
bancada de ensaios assumindo o controle do datalogger (Agillent HP34970A) via interface serial RS 232. No
datalogger são armazenados os sinais dos transdutores de tensão, corrente, vazão e pressão, conforme a Tab. 1.

Tabela 1. Descrição dos transdutores da bancada de ensaios de motobombas.

VARIÁVEL MONITORADA TIPO DE TRANSDUTOR FAIXA DE MEDIÇÃO


Tensão (ac) - entrada do inversor de
Transdutor de tensão 0-5 A 0-10 Vc.c.
frequência que aciona a motobomba
Corrente (ac) – entrada do inversor de
Transdutor de corrente 0-300 V 0-10 Vc.c.
frequência que aciona a motobomba
Pressão interna da bancada de ensaios Transdutor de pressão 0-10 bar 0-10 Vc.c.
Vazão da motobomba ensaiada Transdutor de vazão 0-32 m³/h 4 - 20mA

3. DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE SUPERVISÃO E AQUISIÇÃO DE DADOS COM FONTE c.c.

O sistema de supervisão e aquisição de dados foi desenvolvido conforme o diagrama de blocos apresentado na
Fig. 1. Por meio do LabVIEW é ativado o processo de aquisição de dados onde estes são amostrados com uma taxa pré-
definida pelo usuário. O processo é realizado continuamente sendo as variáveis enviadas para uma interface gráfica e
visualizadas em tempo real. Ao final do ensaio os dados são interpolados. Na Fig. 2 é apresentado o código gráfico do
sistema de supervisão e aquisição de dados desenvolvido.

Figura 1- Diagrama de blocos do sistema de supervisão e aquisição de dados com fonte c.c.
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Figura 2 - Código gráfico do sistema de supervisão e aquisição de dados desenvolvido.

4. OPERAÇÃO DO SISTEMA DE SUPERVISÃO E AQUISIÇÃO DE DADOS

Para validar o sistema de supervisão e aquisição de dados desenvolvido, foi realizado um ensaio para obter a curva
de capacidade instantânea de uma motobomba centrífuga de ½ CV trifásica. A bancada de ensaios, apresentada na
Fig. 3, foi ajustada para simular um poço de 20 m de profundidade.

Figura 3 – Bancada de ensaios de motobombas do NHMET/IEPA.

Os resultados são apresentados na Fig. 4, onde é possível visualizar simultaneamente a realização do ensaio, a
evolução dos parâmetros de interesse (potência, vazão e pressão) assim como a interpolação dos pontos e a obtenção da
curva de capacidade instantânea da motobomba ensaiada.
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Figura 4 – Ambiente virtual de supervisão e aquisição de dados.

A interface da Fig. 4 apresenta todos os gráficos, abas e subprogramas do sistema de supervisão e aquisição de
dados, o funcionamento do programa ocorre da seguinte maneira, quando o mesmo é ativado inicia a coleta de dados e
os gráficos da potência, vazão e pressão possibilitam a visualização em tempo real destes parâmetros, posteriormente,
quando a motobomba entra em regime permanente (potência nominal) os valores de potência e vazão não se alteram,
neste momento pressiona-se o botão interpolar e o LabVIEW retorna o gráfico da curva interpolada.

5. DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE SUPERVISÃO E AQUISIÇÃO DE DADOS COM GERADOR


FOTOVOLTAICO

Para a realização do ensaio de motobombas com gerador fotovoltaico são necessários vários dias de ensaio, o que
gera alguns problemas como: falta de memória suficiente no datalogger, necessidade de supervisão local, etc.
Como não há um programa de computador específico para isso, uma boa solução é a criação de um sistema de
supervisão e aquisição de dados feito sob demanda, o qual pode ser feito através da ferramenta LabVIEW.
Para a solução desses problemas foi criado um sistema de aquisição de dados e supervisão, em LabVIEW, capaz
de armazenar os dados de vários dias e que não precisa de intervenção local para a realização dessas tarefas. A Fig. 5
mostra o diagrama de blocos do sistema desenvolvido.

Figura 5 – Diagrama de blocos do sistema de supervisão e aquisição de dados com gerador fotovoltaico.
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Este sistema permite que um datalogger sem ou com pouca memória seja utilizado em um ensaio de vários dias,
além de permitir que os dados sejam visualizados instantaneamente e de forma remota (via VNC) e que os dados de um
dia inteiro de ensaio sejam enviados por email automaticamente ao término desse dia.

As Fig. 6, 7 e 8 mostram a interface do sistema de aquisição de dados e supervisão.

Figura 6 – Interface gráfica do sistema de supervisão e aquisição de dados com gerador fotovoltaico, parte de
configuração.

Figura 7 – Interface gráfica do sistema de supervisão e aquisição de dados com gerador fotovoltaico, parte de
visualização dos dados.
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Figura 8 – Interface gráfica do sistema de supervisão e aquisição de dados com gerador fotovoltaico,
parte de envio de email.

6. CONCLUSÕES

Os sistemas desenvolvidos em linguagem LabVIEW permitem a visualização de todos os parâmetros de interesse


durante a realização dos ensaios de motobombas, sendo possível a análise imediata e o descarte de ensaios mal
sucedidos. O sistema com fonte c.c. fornece como resultado a curva de capacidade instantânea da motobomba ensaiada,
além de permitir melhor ajuste da bancada de ensaios. O sistema com gerador fotovoltaico permite a geração de
diversas curvas de desempenho ao longo de um dia de bombeamento, armazenando de grande quantidade de dados,
com o acesso remoto do programa e o envio dos dados via email de forma automática.

Agradecimentos

Os autores manifestam seus agradecimentos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico


(CNPq) pela concessão de bolsa de Iniciação Científica ao primeiro autor, modalidades PIBIC/CNPq, e ao Instituto
Nacional de Ciência e Tecnologia de Energias Renováveis e Eficiência Energética da Amazônia (INCT-EREEA).

REFERÊNCIAS

Alonso-Abella, M.; Chenlo, F.; Blanco, J.; Manso, D., 1998. Use of Standard Frequency Convertes in PV Pumping
Systems. 2nd World Conference on Photovoltaic Solar Energy Conversion, Viena, Austria, pp. 3254-3257.
Brito, A. U., 2006. Otimização do acoplamento de geradores fotovoltaicos a motores de corrente alternada através de
conversores de frequência comerciais para acionar bombas centrífugas. Tese de doutorado apresentada no
Programa Interunidades de Pós-Graduação em Energia da Universidade de São Paulo, São Paulo.
Brito, A. U.; Zilles, R., 2006 . Systematized procedure for parameter charactherization of a variable-speed drive used in
photovoltaic pumping applications. Progress in Photovoltaics, Inglaterra, v. 14, pp. 249-260.
Brito, A.U., Fedrizzi, M.C., Zilles, R., 2007. PV Pumping Systems: A useful tool to check operational performance.
Progress in Photovoltaics: Research and applications. pp. 41-49.
Fedrizzi, M. C., Brito. A. U., Zilles, R., 2004. Procedimento para averiguação operacional de sistemas fotovoltaicos de
bombeamento. V Encontro de Energia no Meio Rural e Geração Distribuída AGRENER 2004, UNICAMP,
Campinas.
Fedrizzi, M. C., Brito. A. U., Zilles, R., 2007. Procedimentos para realização de ensaios com sistemas de bombeamento
fotovoltaico em bancada de teste. I Congresso Brasileiro de Energia Solar - ABENS, 2007, Fortaleza.
Vilela, O. C.; Fraidenraich, N., 2001. A Methodology for the Design of Photovoltaic Water Supply Systems. Progress in
Photovoltaics, Inglaterra, v. 9, pp. 349-361.
IV Congresso Brasileiro de Energia Solar e V Conferencia Latino-Americana da ISES – São Paulo, 18 a 21 de setembro de 2012

DEVELOPING A SUPERVISORY AND DATA ACQUISITION SYSTEM FOR PUMP


TEST BENCH USING LABVIEW

Abstract. The most careful methodology of photovoltaic pumping system sizing uses the pump instantaneous capacity
curve (W vs. m³/h), experimentally obtained, at the designed manometric height. Achieving this curve is not simple,
since it requires the use of instrumentation capable of simulating wells of different depths. This paper uses a pumping
test bench replica of the proposed by Brito (2006). Currently, the tests are performed and the variables of interest
(power, flow, manometric height and frequency) are stored in a datalogger for posterior download and analysis in
spreadsheets, where the instantaneous power curve of the tested pump is achieved. In order to speed-up the test
procedure, this paper aims to developing a supervisory and data acquisition system for the pump test bench. The system
was developed using LabVIEW and allows the real time data visualization. This feature provides more speed in
conducting the tests, because it allows the user to dispose of immediately unsuccessful trials as well as adjust test bench
equipment more effectively.

Key words: Solar Pumpig, LabVIEW, Data Acquisition.

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