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LEGISLAÇÃO

II - documento: unidade de registro de informações, qual-


quer que seja o suporte ou formato;
LEI FEDERAL Nº 12.527/2011 (LEI DE ACESSO À IN- III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamen-
FORMAÇÃO) E DECRETO ESTADUAL Nº 58.052 DE te à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibili-
16.05.2012 dade para a segurança da sociedade e do Estado;
IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natu-
LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011. ral identificada ou identificável;
V - tratamento da informação: conjunto de ações referen-
Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do tes à produção, recepção, classificação, utilização, acesso, re-
art. 5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da produção, transporte, transmissão, distribuição, arquivamento,
Constituição Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro armazenamento, eliminação, avaliação, destinação ou controle
de 1990; revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dis- da informação;
positivos da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser
providências conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas
autorizados;
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado
indivíduo, equipamento ou sistema;
CAPÍTULO I VIII - integridade: qualidade da informação não modificada,
DISPOSIÇÕES GERAIS inclusive quanto à origem, trânsito e destino;
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem ob- IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fon-
servados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com te, com o máximo de detalhamento possível, sem modificações.
o fim de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à in-
do art. 5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da formação, que será franqueada, mediante procedimentos obje-
Constituição Federal. tivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: fácil compreensão.
I - os órgãos públicos integrantes da administração direta
dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Con- CAPÍTULO II
tas, e Judiciário e do Ministério Público; DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO
II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públi- Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder público, ob-
cas, as sociedades de economia mista e demais entidades con- servadas as normas e procedimentos específicos aplicáveis, as-
troladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito segurar a:
Federal e Municípios. I - gestão transparente da informação, propiciando amplo
Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, acesso a ela e sua divulgação;
às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para re- II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilida-
alização de ações de interesse público, recursos públicos direta- de, autenticidade e integridade; e
mente do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato III - proteção da informação sigilosa e da informação pesso-
de gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou ou- al, observada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e
tros instrumentos congêneres. eventual restrição de acesso.
Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compre-
entidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos pú- ende, entre outros, os direitos de obter:
blicos recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de
de contas a que estejam legalmente obrigadas. acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou
Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a obtida a informação almejada;
assegurar o direito fundamental de acesso à informação e de- II - informação contida em registros ou documentos, produ-
vem ser executados em conformidade com os princípios básicos zidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos
da administração pública e com as seguintes diretrizes: ou não a arquivos públicos;
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigi- III - informação produzida ou custodiada por pessoa física
lo como exceção; ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus
II - divulgação de informações de interesse público, inde- órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;
pendentemente de solicitações; IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;
III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e
tecnologia da informação; entidades, inclusive as relativas à sua política, organização e ser-
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparên- viços;
cia na administração pública; VI - informação pertinente à administração do patrimônio
V - desenvolvimento do controle social da administração público, utilização de recursos públicos, licitação, contratos ad-
pública. ministrativos; e
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se: VII - informação relativa:
I - informação: dados, processados ou não, que podem ser a) à implementação, acompanhamento e resultados dos
utilizados para produção e transmissão de conhecimento, conti- programas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas,
dos em qualquer meio, suporte ou formato; bem como metas e indicadores propostos;

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b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e to- V - garantir a autenticidade e a integridade das informações
madas de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e disponíveis para acesso;
externo, incluindo prestações de contas relativas a exercícios VI - manter atualizadas as informações disponíveis para
anteriores. acesso;
§ 1º O acesso à informação previsto no caput não compre- VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado
ende as informações referentes a projetos de pesquisa e desen- comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou
volvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescin- entidade detentora do sítio; e
dível à segurança da sociedade e do Estado. VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibi-
§ 2º Quando não for autorizado acesso integral à informa- lidade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do
ção por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à art. 17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art.
parte não sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com 9º da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência,
ocultação da parte sob sigilo. aprovada pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008.
§ 3º O direito de acesso aos documentos ou às informações § 4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil)
neles contidas utilizados como fundamento da tomada de deci- habitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na in-
são e do ato administrativo será assegurado com a edição do ato ternet a que se refere o § 2º , mantida a obrigatoriedade de
decisório respectivo. divulgação, em tempo real, de informações relativas à execução
§ 4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos no
formulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1º , quando art. 73-B da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei
não fundamentada, sujeitará o responsável a medidas discipli- de Responsabilidade Fiscal).
nares, nos termos do art. 32 desta Lei. Art. 9º O acesso a informações públicas será assegurado
§ 5º Informado do extravio da informação solicitada, pode- mediante:
rá o interessado requerer à autoridade competente a imediata I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos
abertura de sindicância para apurar o desaparecimento da res- e entidades do poder público, em local com condições apropria-
pectiva documentação. das para:
§ 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º deste artigo, o a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informa-
responsável pela guarda da informação extraviada deverá, no ções;
prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas res-
que comprovem sua alegação. pectivas unidades;
Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a in-
independentemente de requerimentos, a divulgação em local de formações; e
fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo
interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. à participação popular ou a outras formas de divulgação.
§ 1º Na divulgação das informações a que se refere o caput,
deverão constar, no mínimo: CAPÍTULO III
I - registro das competências e estrutura organizacional, DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO
endereços e telefones das respectivas unidades e horários de Seção I
atendimento ao público; Do Pedido de Acesso
II - registros de quaisquer repasses ou transferências de re- Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de
cursos financeiros; acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1º
III - registros das despesas; desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter
IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, a identificação do requerente e a especificação da informação
inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos requerida.
os contratos celebrados; § 1º Para o acesso a informações de interesse público, a
V - dados gerais para o acompanhamento de programas, identificação do requerente não pode conter exigências que in-
ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e viabilizem a solicitação.
VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. § 2º Os órgãos e entidades do poder público devem viabi-
§ 2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e lizar alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por
entidades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumen- meio de seus sítios oficiais na internet.
tos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação § 3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos moti-
em sítios oficiais da rede mundial de computadores (internet). vos determinantes da solicitação de informações de interesse
§ 3º Os sítios de que trata o § 2º deverão, na forma de regu- público.
lamento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos: Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou
I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita conceder o acesso imediato à informação disponível.
o acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e § 1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na for-
em linguagem de fácil compreensão; ma disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido
II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos forma- deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias:
tos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consul-
planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações; ta, efetuar a reprodução ou obter a certidão;
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas exter- II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou
nos em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; parcial, do acesso pretendido; ou
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estru-
turação da informação;

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III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou
do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, parcialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade
ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cienti- classificadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser
ficando o interessado da remessa de seu pedido de informação. dirigido pedido de acesso ou desclassificação;
§ 2º O prazo referido no § 1º poderá ser prorrogado por III - os procedimentos de classificação de informação sigilo-
mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será sa estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e
cientificado o requerente. IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros proce-
§ 3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das infor- dimentos previstos nesta Lei.
mações e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou § 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser
entidade poderá oferecer meios para que o próprio requerente dirigido à Controladoria-Geral da União depois de submetido à
possa pesquisar a informação de que necessitar. apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente su-
§ 4º Quando não for autorizado o acesso por se tratar de perior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará
informação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá no prazo de 5 (cinco) dias.
ser informado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condi- § 2º Verificada a procedência das razões do recurso, a Con-
ções para sua interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a troladoria-Geral da União determinará ao órgão ou entidade
autoridade competente para sua apreciação. que adote as providências necessárias para dar cumprimento ao
§ 5º A informação armazenada em formato digital será for- disposto nesta Lei.
necida nesse formato, caso haja anuência do requerente. § 3º Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral
§ 6º Caso a informação solicitada esteja disponível ao pú- da União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de
blico em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35.
meio de acesso universal, serão informados ao requerente, por Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassi-
escrito, o lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ficação de informação protocolado em órgão da administração
ou reproduzir a referida informação, procedimento esse que de- pública federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro de Es-
sonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de seu for- tado da área, sem prejuízo das competências da Comissão Mista
necimento direto, salvo se o requerente declarar não dispor de de Reavaliação de Informações, previstas no art. 35, e do dispos-
meios para realizar por si mesmo tais procedimentos. to no art. 16.
Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação § 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser di-
é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos rigido às autoridades mencionadas depois de submetido à apre-
pelo órgão ou entidade pública consultada, situação em que po- ciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente supe-
derá ser cobrado exclusivamente o valor necessário ao ressarci- rior à autoridade que exarou a decisão impugnada e, no caso das
mento do custo dos serviços e dos materiais utilizados. Forças Armadas, ao respectivo Comando.
Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos pre- § 2º Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como
vistos no caput todo aquele cuja situação econômica não lhe objeto a desclassificação de informação secreta ou ultrassecre-
permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, ta, caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informa-
declarada nos termos da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983. ções prevista no art. 35.
Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denega-
em documento cuja manipulação possa prejudicar sua integri- tórias proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de
dade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação classificação de documentos sigilosos serão objeto de regula-
de que esta confere com o original. mentação própria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Mi-
Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, nistério Público, em seus respectivos âmbitos, assegurado ao
o interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob super- solicitante, em qualquer caso, o direito de ser informado sobre
visão de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio o andamento de seu pedido.
que não ponha em risco a conservação do documento original. Art. 19. (VETADO).
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de deci- § 1º (VETADO).
são de negativa de acesso, por certidão ou cópia. § 2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público
informarão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Na-
cional do Ministério Público, respectivamente, as decisões que,
Seção II em grau de recurso, negarem acesso a informações de interesse
Dos Recursos público.
Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei nº
ou às razões da negativa do acesso, poderá o interessado inter- 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata
por recurso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar este Capítulo.
da sua ciência.
Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hie- CAPÍTULO IV
rarquicamente superior à que exarou a decisão impugnada, que DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO
deverá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias. Seção I
Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou enti- Disposições Gerais
dades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação neces-
à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 sária à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamen-
(cinco) dias se: tais.
I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for
negado;

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Parágrafo único. As informações ou documentos que ver- I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e
sem sobre condutas que impliquem violação dos direitos huma- do Estado; e
nos praticada por agentes públicos ou a mando de autoridades II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que
públicas não poderão ser objeto de restrição de acesso. defina seu termo final.
Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses
legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de se- Seção III
gredo industrial decorrentes da exploração direta de atividade Da Proteção E Do Controle De Informações Sigilosas
econômica pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação
que tenha qualquer vínculo com o poder público. de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entida-
des, assegurando a sua proteção. (Regulamento)
Seção II § 1º O acesso, a divulgação e o tratamento de informação
Da Classificação Da Informação Quanto classificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham
Ao Grau E Prazos De Sigilo necessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credencia-
Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da das na forma do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos
sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as agentes públicos autorizados por lei.
informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: § 2º O acesso à informação classificada como sigilosa cria a
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integri- obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo.
dade do território nacional; § 3º Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações a serem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de
ou as relações internacionais do País, ou as que tenham sido modo a protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso,
fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos transmissão e divulgação não autorizados.
internacionais; Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da popula- necessárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquica-
ção; mente conheça as normas e observe as medidas e procedimen-
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econô- tos de segurança para tratamento de informações sigilosas.
mica ou monetária do País; Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que,
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estraté- em razão de qualquer vínculo com o poder público, executar
gicos das Forças Armadas; atividades de tratamento de informações sigilosas adotará as
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e de- providências necessárias para que seus empregados, prepostos
senvolvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, ou representantes observem as medidas e procedimentos de
bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional; segurança das informações resultantes da aplicação desta Lei.
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas au-
toridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou Seção IV
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de Dos Procedimentos de Classificação
investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a Reclassificação e Desclassificação
prevenção ou repressão de infrações. Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito
Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades pú- da administração pública federal é de competência: (Regula-
blicas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibili- mento)
dade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classi- I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:
ficada como ultrassecreta, secreta ou reservada. a) Presidente da República;
§ 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informa- b) Vice-Presidente da República;
ção, conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prer-
da data de sua produção e são os seguintes: rogativas;
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica;
II - secreta: 15 (quinze) anos; e e
III - reservada: 5 (cinco) anos. e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanen-
§ 2º As informações que puderem colocar em risco a segu- tes no exterior;
rança do Presidente e Vice-Presidente da República e respecti- II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso
vos cônjuges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e I, dos titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e
ficarão sob sigilo até o término do mandato em exercício ou do sociedades de economia mista; e
último mandato, em caso de reeleição. III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos in-
§ 3º Alternativamente aos prazos previstos no § 1º , poderá cisos I e II e das que exerçam funções de direção, comando ou
ser estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocor- chefia, nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Asses-
rência de determinado evento, desde que este ocorra antes do soramento Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo
transcurso do prazo máximo de classificação. com regulamentação específica de cada órgão ou entidade, ob-
§ 4º Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o servado o disposto nesta Lei.
evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, § 1º A competência prevista nos incisos I e II, no que se refe-
automaticamente, de acesso público. re à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser dele-
§ 5º Para a classificação da informação em determinado gada pela autoridade responsável a agente público, inclusive em
grau de sigilo, deverá ser observado o interesse público da in- missão no exterior, vedada a subdelegação.
formação e utilizado o critério menos restritivo possível, consi-
derados:

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§ 2º A classificação de informação no grau de sigilo ultrasse- I - terão seu acesso restrito, independentemente de classifi-
creto pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso cação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar
I deverá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no da sua data de produção, a agentes públicos legalmente autori-
prazo previsto em regulamento. zados e à pessoa a que elas se referirem; e
§ 3º A autoridade ou outro agente público que classificar II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por ter-
informação como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de ceiros diante de previsão legal ou consentimento expresso da
que trata o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de Infor- pessoa a que elas se referirem.
mações, a que se refere o art. 35, no prazo previsto em regula- § 2º Aquele que obtiver acesso às informações de que trata
mento. este artigo será responsabilizado por seu uso indevido.
Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de § 3º O consentimento referido no inciso II do § 1º não será
sigilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, no míni- exigido quando as informações forem necessárias:
mo, os seguintes elementos: I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa esti-
I - assunto sobre o qual versa a informação; ver física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclu-
II - fundamento da classificação, observados os critérios es- sivamente para o tratamento médico;
tabelecidos no art. 24; II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evi-
III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses dente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada
ou dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme a identificação da pessoa a que as informações se referirem;
limites previstos no art. 24; e III - ao cumprimento de ordem judicial;
IV - identificação da autoridade que a classificou. IV - à defesa de direitos humanos; ou
Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida V - à proteção do interesse público e geral preponderante.
no mesmo grau de sigilo da informação classificada. § 4º A restrição de acesso à informação relativa à vida pri-
Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela vada, honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com
autoridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente o intuito de prejudicar processo de apuração de irregularidades
superior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos em que o titular das informações estiver envolvido, bem como
previstos em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou em ações voltadas para a recuperação de fatos históricos de
à redução do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24. maior relevância.
(Regulamento) § 5º Regulamento disporá sobre os procedimentos para tra-
§ 1º O regulamento a que se refere o caput deverá consi- tamento de informação pessoal.
derar as peculiaridades das informações produzidas no exterior
por autoridades ou agentes públicos. CAPÍTULO V
§ 2º Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser exa- DAS RESPONSABILIDADES
minadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsa-
de danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informa- bilidade do agente público ou militar:
ção. I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos
§ 3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informa- desta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou for-
ção, o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a necê-la intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou im-
data da sua produção. precisa;
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inu-
publicará, anualmente, em sítio à disposição na internet e desti- tilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, in-
nado à veiculação de dados e informações administrativas, nos formação que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso
termos de regulamento: ou conhecimento em razão do exercício das atribuições de car-
I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos go, emprego ou função pública;
últimos 12 (doze) meses; III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de
II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, acesso à informação;
com identificação para referência futura; IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir
III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal;
de informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como in- V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou
formações genéricas sobre os solicitantes. de terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por
§ 1º Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da pu- si ou por outrem;
blicação prevista no caput para consulta pública em suas sedes. VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente
§ 2º Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de informação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em pre-
informações classificadas, acompanhadas da data, do grau de juízo de terceiros; e
sigilo e dos fundamentos da classificação. VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos
concernentes a possíveis violações de direitos humanos por par-
Seção V te de agentes do Estado.
Das Informações Pessoais § 1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa
Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser e do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão
feito de forma transparente e com respeito à intimidade, vida consideradas:
privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Arma-
e garantias individuais. das, transgressões militares médias ou graves, segundo os crité-
§ 1º As informações pessoais, a que se refere este artigo, rios neles estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como
relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem: crime ou contravenção penal; ou

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II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezem- soberania nacional ou à integridade do território nacional ou
bro de 1990, e suas alterações, infrações administrativas, que grave risco às relações internacionais do País, observado o prazo
deverão ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os previsto no § 1º do art. 24.
critérios nela estabelecidos. § 2º O prazo referido no inciso III é limitado a uma única
§ 2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou renovação.
agente público responder, também, por improbidade adminis- § 3º A revisão de ofício a que se refere o inciso II do § 1º
trativa, conforme o disposto nas Leis nºs 1.079, de 10 de abril de deverá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a re-
1950, e 8.429, de 2 de junho de 1992. avaliação prevista no art. 39, quando se tratar de documentos
Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver in- ultrassecretos ou secretos.
formações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o § 4º A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista
poder público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará de Reavaliação de Informações nos prazos previstos no § 3º im-
sujeita às seguintes sanções: plicará a desclassificação automática das informações.
I - advertência; § 5º Regulamento disporá sobre a composição, organização
II - multa; e funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação de Informa-
III - rescisão do vínculo com o poder público; ções, observado o mandato de 2 (dois) anos para seus integran-
IV - suspensão temporária de participar em licitação e im- tes e demais disposições desta Lei. (Regulamento)
pedimento de contratar com a administração pública por prazo Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de
não superior a 2 (dois) anos; e tratados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com recomendações constantes desses instrumentos.
a administração pública, até que seja promovida a reabilitação Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança
perante a própria autoridade que aplicou a penalidade. Institucional da Presidência da República, o Núcleo de Segurança
§ 1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser e Credenciamento (NSC), que tem por objetivos: (Regulamento)
aplicadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de I - promover e propor a regulamentação do credenciamento
defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades
(dez) dias. para tratamento de informações sigilosas; e
§ 2º A reabilitação referida no inciso V será autorizada so- II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive
mente quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão aquelas provenientes de países ou organizações internacionais
ou entidade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo com os quais a República Federativa do Brasil tenha firmado tra-
da sanção aplicada com base no inciso IV. tado, acordo, contrato ou qualquer outro ato internacional, sem
§ 3º A aplicação da sanção prevista no inciso V é de compe- prejuízo das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e
tência exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pú- dos demais órgãos competentes.
blica, facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição,
no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista. organização e funcionamento do NSC.
Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem direta- Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei nº 9.507, de 12 de
mente pelos danos causados em decorrência da divulgação não novembro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou
autorizada ou utilização indevida de informações sigilosas ou jurídica, constante de registro ou banco de dados de entidades
informações pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade governamentais ou de caráter público.
funcional nos casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à
direito de regresso. reavaliação das informações classificadas como ultrassecretas e
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa secretas no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo
física ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qual- inicial de vigência desta Lei.
quer natureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a infor- § 1º A restrição de acesso a informações, em razão da reava-
mação sigilosa ou pessoal e a submeta a tratamento indevido. liação prevista no caput, deverá observar os prazos e condições
previstos nesta Lei.
CAPÍTULO VI § 2º No âmbito da administração pública federal, a reavalia-
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS ção prevista no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela
Art. 35. (VETADO). Comissão Mista de Reavaliação de Informações, observados os
§ 1º É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Infor- termos desta Lei.
mações, que decidirá, no âmbito da administração pública fede- § 3º Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação pre-
ral, sobre o tratamento e a classificação de informações sigilosas visto no caput, será mantida a classificação da informação nos
e terá competência para: termos da legislação precedente.
I - requisitar da autoridade que classificar informação como § 4º As informações classificadas como secretas e ultrasse-
ultrassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou cretas não reavaliadas no prazo previsto no caput serão conside-
integral da informação; radas, automaticamente, de acesso público.
II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigên-
secretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa interessa- cia desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da
da, observado o disposto no art. 7º e demais dispositivos desta administração pública federal direta e indireta designará autori-
Lei; e dade que lhe seja diretamente subordinada para, no âmbito do
III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada respectivo órgão ou entidade, exercer as seguintes atribuições:
como ultrassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso
o seu acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à a informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta
Lei;

6
LEGISLAÇÃO

II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apre- Considerando que é dever do Poder Público promover a ges-
sentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento; tão dos documentos públicos para assegurar o acesso às infor-
III - recomendar as medidas indispensáveis à implementa- mações neles contidas, de acordo com o § 2º do artigo 216 da
ção e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos necessá- Constituição Federal e com o artigo 1º da Lei federal nº 8.159,
rios ao correto cumprimento do disposto nesta Lei; e de 8 de janeiro de 1991;
IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao Considerando que cabe ao Estado definir, em legislação pró-
cumprimento do disposto nesta Lei e seus regulamentos. pria, regras específicas para o cumprimento das determinações
Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da admi- previstas na Lei federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011,
nistração pública federal responsável: que regula o acesso a informações;
I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de Considerando as disposições das Leis estaduais nº 10.177,
fomento à cultura da transparência na administração pública e de 30 de dezembro de 1998, que regula o processo administra-
conscientização do direito fundamental de acesso à informação; tivo e nº 10.294, de 20 de abril de 1999, que dispõe sobre pro-
II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere teção e defesa do usuário de serviços públicos, e dos Decretos
ao desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na estaduais nº 22.789, de 19 de outubro de 1984, que institui o
administração pública; Sistema de Arquivos do Estado de São Paulo - SAESP, nº 44.074,
III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da de 1º de julho de 1999, que regulamenta a composição e esta-
administração pública federal, concentrando e consolidando a belece a competência das Ouvidorias, nº 54.276, de 27 de abril
publicação de informações estatísticas relacionadas no art. 30; de 2009, que reorganiza a Unidade do Arquivo Público do Es-
IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relató- tado, da Casa Civil, nº 55.479, de 25 de fevereiro de 2010, que
rio anual com informações atinentes à implementação desta Lei. institui na Casa Civil o Comitê Gestor do Sistema Informatizado
Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Unificado de Gestão Arquivística de Documentos e Informações
Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de - SPdoc, alterado pelo de nº 56.260, de 6 de outubro de 2010,
sua publicação. nº 55.559, de 12 de março de 2010, que institui o Portal do Go-
Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de de- verno Aberto SP e nº 57.500, de 8 de novembro de 2011, que
zembro de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação: reorganiza a Corregedoria Geral da Administração e institui o
“Art. 116. ................................................................... Sistema Estadual de Controladoria; e
............................................................................................ Considerando, finalmente, a proposta apresentada pelo
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do Grupo Técnico instituído pela Resolução CC-3, de 9 de janeiro de
cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando hou- 2012, junto ao Comitê de Qualidade da Gestão Pública,
ver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra Decreta:
autoridade competente para apuração;
.................................................................................” (NR) CAPÍTULO I
Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei nº 8.112, de 1990, DISPOSIÇÕES GERAIS
passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A: Artigo 1º - Este decreto define procedimentos a serem ob-
“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado servados pelos órgãos e entidades da Administração Pública Es-
civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autorida- tadual, e pelas entidades privadas sem fins lucrativos que rece-
de superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, bam recursos públicos estaduais para a realização de atividades
a outra autoridade competente para apuração de informação de interesse público, à vista das normas gerais estabelecidas na
concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha Lei federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.
conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, Artigo 2º - O direito fundamental de acesso a documentos,
emprego ou função pública.” dados e informações será assegurado mediante:
Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Muni- I - observância da publicidade como preceito geral e do sigi-
cípios, em legislação própria, obedecidas as normas gerais es- lo como exceção;
tabelecidas nesta Lei, definir regras específicas, especialmente II - implementação da política estadual de arquivos e gestão
quanto ao disposto no art. 9º e na Seção II do Capítulo III. de documentos;
Art. 46. Revogam-se: III - divulgação de informações de interesse público, inde-
I - a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005 ; e pendentemente de solicitações;
II - os arts. 22 a 24 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991. IV - utilização de meios de comunicação viabilizados pela
Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias tecnologia da informação;
após a data de sua publicação. V - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparên-
Brasília, 18 de novembro de 2011; 190º da Independência e cia na administração pública;
123º da República. VI - desenvolvimento do controle social da administração
pública.
DECRETO Nº 58.052, DE 16 DE MAIO DE 2012 Artigo 3º - Para os efeitos deste decreto, consideram-se as
Regulamenta a Lei federal n° 12.527, de 18 de novembro seguintes definições:
de 2011, que regula o acesso a informações, e dá providências I - arquivos públicos: conjuntos de documentos produzidos,
correlatas recebidos e acumulados por órgãos públicos, autarquias, funda-
ções instituídas ou mantidas pelo Poder Público, empresas pú-
GERALDO ALCKMIN, Governador do Estado de São Paulo, no blicas, sociedades de economia mista, entidades privadas encar-
uso de suas atribuições legais, regadas da gestão de serviços públicos e organizações sociais,
no exercício de suas funções e atividades;

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LEGISLAÇÃO

II - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido c) contexto tecnológico (formato de arquivo, tamanho de
produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado arquivo, dependências de hardware e software, tipos de mídias,
indivíduo, equipamento ou sistema; algoritmos de compressão) e localização física do documento;
III - classificação de sigilo: atribuição, pela autoridade com- XIX - primariedade: qualidade da informação coletada na
petente, de grau de sigilo a documentos, dados e informações; fonte, com o máximo de detalhamento possível, sem modifica-
IV - credencial de segurança: autorização por escrito conce- ções;
dida por autoridade competente, que habilita o agente público XX - reclassificação: alteração, pela autoridade competente,
estadual no efetivo exercício de cargo, função, emprego ou ati- da classificação de sigilo de documentos, dados e informações;
vidade pública a ter acesso a documentos, dados e informações XXI - rol de documentos, dados e informações sigilosas e
sigilosas; pessoais: relação anual, a ser publicada pelas autoridades má-
V - criptografia: processo de escrita à base de métodos ló- ximas de órgãos e entidades, de documentos, dados e informa-
gicos e controlados por chaves, cifras ou códigos, de forma que ções classificadas, no período, como sigilosas ou pessoais, com
somente os usuários autorizados possam reestabelecer sua for- identificação para referência futura;
ma original; XXII - serviço ou atendimento presencial: aquele prestado a
VI - custódia: responsabilidade pela guarda de documentos, presença física do cidadão, principal beneficiário ou interessado
dados e informações; no serviço;
VII - dado público: sequência de símbolos ou valores, repre- XXIII - serviço ou atendimento eletrônico: aquele prestado
sentado em algum meio, produzido ou sob a guarda governa- remotamente ou à distância, utilizando meios eletrônicos de co-
mental, em decorrência de um processo natural ou artificial, que municação;
não tenha seu acesso restrito por legislação específica; XXIV - tabela de documentos, dados e informações sigilosas
VIII - desclassificação: supressão da classificação de sigilo e pessoais: relação exaustiva de documentos, dados e informa-
por ato da autoridade competente ou decurso de prazo, tor- ções com quaisquer restrição de acesso, com a indicação do grau
nando irrestrito o acesso a documentos, dados e informações de sigilo, decorrente de estudos e pesquisas promovidos pelas
sigilosas; Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso - CADA, e pu-
IX - documentos de arquivo: todos os registros de infor- blicada pelas autoridades máximas dos órgãos e entidades;
mação, em qualquer suporte, inclusive o magnético ou óptico, XXV - tratamento da informação: conjunto de ações referen-
produzidos, recebidos ou acumulados por órgãos e entidades da tes à produção, recepção, classificação, utilização, acesso, re-
Administração Pública Estadual, no exercício de suas funções e produção, transporte, transmissão, distribuição, arquivamento,
atividades; armazenamento, eliminação, avaliação, destinação ou controle
X - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser da informação.
conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas
autorizados; CAPÍTULO II
XI - documento: unidade de registro de informações, qual- DO ACESSO A DOCUMENTOS, DADOS E INFORMAÇÕES
quer que seja o suporte ou formato; SEÇÃO I
XII - gestão de documentos: conjunto de procedimentoso- DISPOSIÇÕES GERAIS
perações técnicas referentes à sua produção, classificação, ava- Artigo 4º - É dever dos órgãos e entidades da Administração
liação, tramitação, uso, arquivamento e reprodução, que asse- Pública Estadual:
gura a racionalização e a eficiência dos arquivos; I - promover a gestão transparente de documentos, dados e
XIII - informação: dados, processados ou não, que podem informações, assegurando sua disponibilidade, autenticidade e
ser utilizados para produção e transmissão de conhecimento, integridade, para garantir o pleno direito de acesso;
contidos em qualquer meio, suporte ou formato; II - divulgar documentos, dados e informações de interesse
XIV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natu- coletivo ou geral, sob sua custódia, independentemente de so-
ral identificada ou identificável; licitações;
XV - informação sigilosa: aquela submetida temporariamen- III - proteger os documentos, dados e informações sigilosas
te à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibili- e pessoais, por meio de critérios técnicos e objetivos, o menos
dade para a segurança da sociedade e do Estado; restritivo possível.
XVI - integridade: qualidade da informação não modificada,
inclusive quanto à origem, trânsito e destino; SEÇÃO II
XVII - marcação: aposição de marca assinalando o grau de DA GESTÃO DE DOCUMENTOS, DADOS E INFORMAÇÕES
sigilo de documentos, dados ou informações, ou sua condição
de acesso irrestrito, após sua desclassificação; Artigo 5º - A Unidade do Arquivo Público do Estado, na con-
XVIII - metadados: são informações estruturadas e codifi- dição de órgão central do Sistema de Arquivos do Estado de São
cadas que descrevem e permitem gerenciar, compreender, pre- Paulo - SAESP, é a responsável pela formulação e implementa-
servar e acessar os documentos digitais ao longo do tempo e ção da política estadual de arquivos e gestão de documentos, a
referem-se a: que se refere o artigo 2º, inciso II deste decreto, e deverá propor
a) identificação e contexto documental (identificador único, normas, procedimentos e requisitos técnicos complementares,
instituição produtora, nomes, assunto, datas, local, código de visando o tratamento da informação.
classificação, tipologia documental, temporalidade, destinação, Parágrafo único - Integram a política estadual de arquivos e
versão, documentos relacionados, idioma e indexação); gestão de documentos:
b) segurança (grau de sigilo, informações sobre criptografia, 1. os serviços de protocolo e arquivo dos órgãos e entida-
assinatura digital e outras marcas digitais); des;

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LEGISLAÇÃO

2. as Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso - Artigo 8º - A Casa Civil deverá providenciar a contratação de
CADA, a que se refere o artigo 11 deste decreto; serviços para o desenvolvimento de “Sistema Integrado de In-
3. o Sistema Informatizado Unificado de Gestão Arquivística formações ao Cidadão”, capaz de interoperar com o SPdoc, a ser
de Documentos e Informações - SPdoc; utilizado por todos os órgãos e entidades nos seus respectivos
4. os Serviços de Informações ao Cidadão - SIC. Serviços de Informações ao Cidadão - SIC.
Artigo 6º - Para garantir efetividade à política de arquivos e Artigo 9º - A Unidade do Arquivo Público do Estado, da Casa
gestão de documentos, os órgãos e entidades da Administração Civil, deverá adotar as providências necessárias para a organiza-
Pública Estadual deverão: ção dos serviços da Central de Atendimento ao Cidadão - CAC,
I - providenciar a elaboração de planos de classificação e instituída pelo Decreto nº 54.276, de 27 de abril de 2009, com
tabelas de temporalidade de documentos de suas atividadesfim, a finalidade de:
a que se referem, respectivamente, os artigos 10 a 18 e 19 a 23, I - coordenar a integração sistêmica dos Serviços de Infor-
do Decreto nº 48.897, de 27 de agosto de 2004; mações ao Cidadão - SIC, instituídos nos órgãos e entidades;
II - cadastrar todos os seus documentos no Sistema Informa- II - realizar a consolidação e sistematização de dados a que
tizado Unificado de Gestão Arquivística de Documentos e Infor- se refere o artigo 26 deste decreto, bem como a elaboração de
mações - SPdoc. estatísticas sobre as demandas de consulta e os perfis de usuá-
Parágrafo único - As propostas de planos de classificação e rios, visando o aprimoramento dos serviços.
de tabelas de temporalidade de documentos deverão ser apre- Parágrafo único - Os Serviços de Informações ao Cidadão
ciadas pelos órgãos jurídicos dos órgãos e entidades e encami- - SIC deverão fornecer, periodicamente, à Central de Atendi-
nhadas à Unidade do Arquivo Público do Estado para aprovação, mento ao Cidadão - CAC, dados atualizados dos atendimentos
antes de sua oficialização. prestados.
Artigo 7º - Ficam criados, em todos os órgãos e entidades Artigo 10 - O acesso aos documentos, dados e informações
da Administração Pública Estadual, os Serviços de Informações compreende, entre outros, os direitos de obter:
ao Cidadão - SIC, a que se refere o artigo 5º, inciso IV, deste I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de
decreto, diretamente subordinados aos seus titulares, em local acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrado ou
com condições apropriadas, infraestrutura tecnológica e equipe obtido o documento, dado ou informação almejada;
capacitada para: II - dado ou informação contida em registros ou documen-
I - realizar atendimento presencial e/ou eletrônico na sede tos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades,
e nas unidades subordinadas, prestando orientação ao público recolhidos ou não a arquivos públicos;
sobre os direitos do requerente, o funcionamento do Serviço de III - documento, dado ou informação produzida ou custodia-
Informações ao Cidadão - SIC, a tramitação de documentos, bem da por pessoa física ou entidade privada decorrente de qualquer
como sobre os serviços prestados pelas respectivas unidades do vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo
órgão ou entidade; já tenha cessado;
II - protocolar documentos e requerimentos de acesso a IV - dado ou informação primária, íntegra, autêntica e atu-
informações, bem como encaminhar os pedidos de informação alizada;
aos setores produtores ou detentores de documentos, dados e V - documento, dado ou informação sobre atividades exerci-
informações; das pelos órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua política,
III - controlar o cumprimento de prazos por parte dos seto- organização e serviços;
res produtores ou detentores de documentos, dados e informa- VI - documento, dado ou informação pertinente à adminis-
ções, previstos no artigo 15 deste decreto; tração o patrimônio público, utilização de recursos públicos, lici-
IV - realizar o serviço de busca e fornecimento de documen- tação, contratos administrativos;
tos, dados e informações sob custódia do respectivo órgão ou VII - documento, dado ou informação relativa:
entidade, ou fornecer ao requerente orientação sobre o local a) à implementação, acompanhamento e resultados dos
onde encontrá-los. programas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas,
§ 1º - As autoridades máximas dos órgãos e entidades da bem como metas e indicadores propostos;
Administração Pública Estadual deverão designar, no prazo de b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e to-
30 (trinta) dias, os responsáveis pelos Serviços de Informações madas de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e
ao Cidadão - SIC. externo, incluindo prestações de contas relativas a exercícios
§ 2º - Para o pleno desempenho de suas atribuições, os Ser- anteriores.
viços de Informações ao Cidadão - SIC deverão: § 1º - O acesso aos documentos, dados e informações pre-
1. manter intercâmbio permanente com os serviços de pro- visto no “caput” deste artigo não compreende as informações
tocolo e arquivo; referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos
2. buscar informações junto aos gestores de sistemas infor- ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
matizados e bases de dados, inclusive de portais e sítios institu- sociedade e do Estado.
cionais; § 2º - Quando não for autorizado acesso integral ao docu-
3. atuar de forma integrada com as Ouvidorias, instituídas mento, dado ou informação por ser ela parcialmente sigilosa, é
pela Lei estadual nº 10.294, de 20 de abril de 1999, e organiza- assegurado o acesso à parte não sigilosa por meio de certidão,
das pelo Decreto nº 44.074, de 1º de julho de 1999. extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo.
§ 3º - Os Serviços de Informações ao Cidadão - SIC, indepen- § 3º - O direito de acesso aos documentos, aos dados ou
dentemente do meio utilizado, deverão ser identificados com às informações neles contidas utilizados como fundamento da
ampla visibilidade. tomada de decisão e do ato administrativo será assegurado com
a edição do ato decisório respectivo.

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LEGISLAÇÃO

§ 4º - A negativa de acesso aos documentos, dados e infor- VI - propor à autoridade máxima do órgão ou entidade a re-
mações objeto de pedido formulado aos órgãos e entidades re- novação, alteração de prazos, reclassificação ou desclassificação
feridas no artigo 1º deste decreto, quando não fundamentada, de documentos, dados e informações sigilosas;
sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos termos do VII - manifestar-se sobre os prazos mínimos de restrição de
artigo 32 da Lei federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. acesso aos documentos, dados ou informações pessoais;
§ 5º - Informado do extravio da informação solicitada, pode- VIII - atuar como instância consultiva da autoridade máxima
rá o interessado requerer à autoridade competente a imediata do órgão ou entidade, sempre que provocada, sobre os recursos
instauração de apuração preliminar para investigar o desapare- interpostos relativos às solicitações de acesso a documentos,
cimento da respectiva documentação. dados e informações não atendidas ou indeferidas, nos termos
§ 6º - Verificada a hipótese prevista no § 5º deste artigo, o do parágrafo único do artigo 19 deste decreto;
responsável pela guarda da informação extraviada deverá, no IX - informar à autoridade máxima do órgão ou entidade a
prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas previsão de necessidades orçamentárias, bem como encaminhar
que comprovem sua alegação. relatórios periódicos sobre o andamento dos trabalhos.
Parágrafo único - Para o perfeito cumprimento de suas atri-
SEÇÃO III buições as Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso -
DAS COMISSÕES DE AVALIAÇÃO CADA poderão convocar servidores que possam contribuir com
DE DOCUMENTOS E ACESSO seus conhecimentos e experiências, bem como constituir subco-
Artigo 11 - As Comissões de Avaliação de Documentos de missões e grupos de trabalho.
Arquivo, a que se referem os Decretos nº 29.838, de 18 de abril Artigo 13 - À Unidade do Arquivo Público do Estado, órgão
de 1989, e nº 48.897, de 27 de agosto de 2004, instituídas nos central do Sistema de Arquivos do Estado de São Paulo - SAESP,
órgãos e entidades da Administração Pública Estadual, passarão responsável por propor a política de acesso aos documentos pú-
a ser denominadas Comissões de Avaliação de Documentos e blicos, nos termos do artigo 6º, inciso XII, do Decreto nº 22.789,
Acesso - CADA. de 19 de outubro de 1984, caberá o reexame, a qualquer tempo,
§ 1º - As Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso - das tabelas de documentos, dados e informações sigilosas e pes-
CADA deverão ser vinculadas ao Gabinete da autoridade máxima soais dos órgãos e entidades da Administração Pública Estadual.
do órgão ou entidade.
§ 2º - As Comissões de Avaliação de Documentos e Aces- SEÇÃO IV
so - CADA serão integradas por servidores de nível superior das DO PEDIDO
Artigo 14 - O pedido de informações deverá ser apresentado
áreas jurídica, de administração geral, de administração finan-
ao Serviço de Informações ao Cidadão - SIC do órgão ou enti-
ceira, de arquivo e protocolo, de tecnologia da informação e por
dade, por qualquer meio legítimo que contenha a identificação
representantes das áreas específicas da documentação a ser
do interessado (nome, número de documento e endereço) e a
analisada.
especificação da informação requerida.
§ 3º - As Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso Artigo 15 - O Serviço de Informações ao Cidadão - SIC do
- CADA serão compostas por 5 (cinco), 7 (sete) ou 9 (nove) mem- órgão ou entidade responsável pelas informações solicitadas de-
bros, designados pela autoridade máxima do órgão ou entidade. verá conceder o acesso imediato àquelas disponíveis.
Artigo 12 - São atribuições das Comissões de Avaliação de § 1º - Na impossibilidade de conceder o acesso imediato, o
Documentos e Acesso - CADA, além daquelas previstas para as Serviço de Informações ao Cidadão - SIC do órgão ou entidade,
Comissões de Avaliação de Documentos de Arquivo nos Decre- em prazo não superior a 20 (vinte) dias, deverá:
tos nº 29.838, de 18 de abril de 1989, e nº 48.897, de 27 de 1. comunicar a data, local e modo para se realizar a consul-
agosto de 2004: ta, efetuar a reprodução ou obter a certidão;
I - orientar a gestão transparente dos documentos, dados e 2. indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou
informações do órgão ou entidade, visando assegurar o amplo parcial, do acesso pretendido;
acesso e divulgação; 3. comunicar que não possui a informação, indicar, se for
II - realizar estudos, sob a orientação técnica da Unidade do do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou,
Arquivo Público do Estado, órgão central do Sistema de Arquivos ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cienti-
do Estado de São Paulo - SAESP, visando à identificação e elabo- ficando o interessado da remessa de seu pedido de informação.
ração de tabela de documentos, dados e informações sigilosas e § 2º - O prazo referido no § 1º deste artigo poderá ser pror-
pessoais, de seu órgão ou entidade; rogado por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa,
III - encaminhar à autoridade máxima do órgão ou entidade da qual será cientificado o interessado.
a tabela mencionada no inciso II deste artigo, bem como as nor- § 3º - Sem prejuízo da segurança e da proteção das infor-
mas e procedimentos visando à proteção de documentos, dados mações e do cumprimento da legislação aplicável, o Serviço de
e informações sigilosas e pessoais, para oitiva do órgão jurídico Informações ao Cidadão - SIC do órgão ou entidade poderá ofe-
e posterior publicação; recer meios para que o próprio interessado possa pesquisar a
IV - orientar o órgão ou entidade sobre a correta aplicação informação de que necessitar.
dos critérios de restrição de acesso constantes das tabelas de § 4º - Quando não for autorizado o acesso por se tratar de
documentos, dados e informações sigilosas e pessoais; informação total ou parcialmente sigilosa, o interessado deverá
ser informado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condi-
V - comunicar à Unidade do Arquivo Público do Estado a
ções para sua interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a
publicação de tabela de documentos, dados e informações si-
autoridade competente para sua apreciação.
gilosas e pessoais, e suas eventuais alterações, para consolida-
§ 5º - A informação armazenada em formato digital será for-
ção de dados, padronização de critérios e realização de estudos
necida nesse formato, caso haja anuência do interessado.
técnicos na área;

10
LEGISLAÇÃO

§ 6º - Caso a informação solicitada esteja disponível ao pú- § 1º - O recurso previsto neste artigo somente poderá ser
blico em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro dirigido à Corregedoria Geral da Administração depois de sub-
meio de acesso universal, serão informados ao interessado, por metido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarqui-
escrito, o lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter camente superior àquela que exarou a decisão impugnada, nos
ou reproduzir a referida informação, procedimento esse que de- termos do parágrafo único do artigo 19 deste decreto.
sonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de seu for- § 2º - Verificada a procedência das razões do recurso, a Cor-
necimento direto, salvo se o interessado declarar não dispor de regedoria Geral da Administração determinará ao órgão ou en-
meios para realizar por si mesmo tais procedimentos. tidade que adote as providências necessárias para dar cumpri-
Artigo 16 - O serviço de busca e fornecimento da informação mento ao disposto na Lei federal nº 12.527, de 18 de novembro
é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos de 2011, e neste decreto.
pelo órgão ou entidade pública consultada, situação em que po- Artigo 21 - Negado o acesso ao documento, dado ou infor-
derá ser cobrado exclusivamente o valor necessário ao ressar- mação pela Corregedoria Geral da Administração, o requerente
cimento do custo dos serviços e dos materiais utilizados, a ser poderá, no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência, inter-
fixado em ato normativo pelo Chefe do Executivo. por recurso à Comissão Estadual de Acesso à Informação, de que
Parágrafo único - Estará isento de ressarcir os custos previs- trata o artigo 76 deste decreto.
tos no “caput” deste artigo todo aquele cuja situação econômica Artigo 22 - Aplica-se, no que couber, a Lei estadual nº
não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da 10.177, de 30 de dezembro de 1998, ao procedimento de que
família, declarada nos termos da Lei federal nº 7.115, de 29 de trata este Capítulo.
agosto de 1983.
Artigo 17 - Quando se tratar de acesso à informação contida CAPÍTULO III
em documento cuja manipulação possa prejudicar sua integrida- DA DIVULGAÇÃO DE DOCUMENTOS, DADOS E INFORMA-
de, deverá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de ÇÕES
que esta confere com o original. Artigo 23 - É dever dos órgãos e entidades da Administra-
Parágrafo único - Na impossibilidade de obtenção de cópias, ção Pública Estadual promover, independentemente de requeri-
o interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob Grupo mentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas
Técnico supervisão de servidor público, a reprodução seja feita competências, de documentos, dados e informações de interes-
por outro meio que não ponha em risco a conservação do docu- se coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas.
mento original. § 1º - Na divulgação das informações a que se refere o
Artigo 18 - É direito do interessado obter o inteiro teor de “caput” deste artigo, deverão constar, no mínimo:
decisão de negativa de acesso, por certidão ou cópia. 1. registro das competências e estrutura organizacional,
endereços e telefones das respectivas unidades e horários de
SEÇÃO V atendimento ao público;
DOS RECURSOS 2. registros de quaisquer repasses ou transferências de re-
Artigo 19 - No caso de indeferimento de acesso aos docu- cursos financeiros;
mentos, dados e informações ou às razões da negativa do aces- 3. registros de receitas e despesas;
so, bem como o não atendimento do pedido, poderá o interes- 4. informações concernentes a procedimentos licitatórios,
sado interpor recurso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos
a contar de sua ciência. os contratos celebrados;
Parágrafo único - O recurso será dirigido à apreciação de 5. relatórios, estudos e pesquisas;
pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à que 6. dados gerais para o acompanhamento da execução or-
exarou a decisão impugnada, que deverá se manifestar, após çamentária, de programas, ações, projetos e obras de órgãos e
eventual consulta à Comissão de Avaliação de Documentos e entidades;
Acesso - CADA, a que se referem os artigos 11 e 12 deste decre- 7. respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.
to, e ao órgão jurídico, no prazo de 5 (cinco) dias. § 2º - Para o cumprimento do disposto no “caput” deste
Artigo 20 - Negado o acesso ao documento, dado e infor- artigo, os órgãos e entidades estaduais deverão utilizar todos
mação pelos órgãos ou entidades da Administração Pública Es- os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo
tadual, o interessado poderá recorrer à Corregedoria Geral da obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial de
Administração, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: computadores (internet).
I - o acesso ao documento, dado ou informação não classifi- § 3º - Os sítios de que trata o § 2º deste artigo deverão aten-
cada como sigilosa for negado; der, entre outros, aos seguintes requisitos:
II - a decisão de negativa de acesso ao documento, dado 1. conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita
ou informação, total ou parcialmente classificada como sigilosa, o acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e
não indicar a autoridade classificadora ou a hierarquicamente em linguagem de fácil compreensão;
superior a quem possa ser dirigido o pedido de acesso ou des- 2. possibilitar a gravação de relatórios em diversos forma-
classificação; tos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como
III - os procedimentos de classificação de sigilo estabeleci- planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações;
dos na Lei federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, não 3. possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos
tiverem sido observados; em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;
IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros proce- 4. divulgar em detalhes os formatos utilizados para estrutu-
dimentos revistos na Lei federal nº 12.527, de 18 de novembro ração da informação;
de 2011. 5. garantir a autenticidade e a integridade das informações
disponíveis para acesso;

11
LEGISLAÇÃO

6. manter atualizadas as informações disponíveis para aces- de 2011, e nº 55.559, de 12 de março de 2010, com todos os ele-
so; mentos necessários para permitir sua utilização por terceiros,
7. indicar local e instruções que permitam ao interessado como a arquitetura da base e o dicionário de dados.
comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou
entidade detentora do sítio; CAPÍTULO IV
8. adotar as medidas necessárias para garantir a acessibili- DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO A DOCUMENTOS, DADOS E
dade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do INFORMAÇÕES
artigo 17 da Lei federal nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, SEÇÃO I
artigo 9° da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Defici- DISPOSIÇÕES GERAIS
ência, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de Artigo 27 - São consideradas passíveis de restrição de aces-
2008, e da Lei estadual n° 12.907, de 15 de abril de 2008. so, no âmbito da Administração Pública Estadual, duas catego-
Artigo 24 - Os documentos que contenham informações que rias de documentos, dados e informações:
se enquadrem nos casos referidos no artigo anterior deverão es- I - Sigilosos: aqueles submetidos temporariamente à restri-
tar cadastrados no Sistema Informatizado Unificado de Gestão ção de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para
Arquivística de Documentos e Informações - SPdoc. a segurança da sociedade e do Estado;
Artigo 25 - A autoridade máxima de cada órgão ou entidade II - Pessoais: aqueles relacionados à pessoa natural identifi-
estadual publicará, anualmente, em sítio próprio, bem como no cada ou identificável, relativas à intimidade, vida privada, honra
Portal da Transparência e do Governo Aberto: e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias in-
I - rol de documentos, dados e informações que tenham sido dividuais.
desclassificadas nos últimos 12 (doze) meses; Parágrafo único - Cabe aos órgãos e entidades da Adminis-
II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, tração Pública Estadual, por meio de suas respectivas Comissões
com identificação para referência futura; de Avaliação de Documentos e Acesso - CADA, a que se referem
III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos os artigos 11 e 12 deste decreto, promover os estudos necessá-
de informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como in- rios à elaboração de tabela com a identificação de documentos,
formações genéricas sobre os solicitantes. dados e informações sigilosas e pessoais, visando assegurar a
Parágrafo único - Os órgãos e entidades da Administração sua proteção.
Pública Estadual deverão manter exemplar da publicação previs- Artigo 28 - Não poderá ser negado acesso à informação
ta no “caput” deste artigo para consulta pública em suas sedes, necessária à tutela judicial ou administrativa de direitos funda-
bem como o extrato com o rol de documentos, dados e infor- mentais.
mações classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo e Parágrafo único - Os documentos, dados e informações que
dos fundamentos da classificação. versem sobre condutas que impliquem violação dos direitos hu-
Artigo 26 - Os órgãos e entidades da Administração Pública manos praticada por agentes públicos ou a mando de autorida-
Estadual deverão prestar no prazo de 60 (sessenta) dias, para des públicas não poderão ser objeto de restrição de acesso.
compor o “Catálogo de Sistemas e Bases de Dados da Adminis- Artigo 29 - O disposto neste decreto não exclui as demais hi-
tração Pública do Estado de São Paulo - CSBD”, as seguintes in- póteses legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses
formações: de segredo industrial decorrentes da exploração direta de ati-
I - tamanho e descrição do conteúdo das bases de dados; vidade econômica pelo Estado ou por pessoa física ou entidade
II - metadados; privada que tenha qualquer vínculo com o poder público.
III - dicionário de dados com detalhamento de conteúdo;
IV - arquitetura da base de dados;
V - periodicidade de atualização;
VI - software da base de dados;
VII - existência ou não de sistema de consulta à base de da-
dos e sua linguagem de programação; SEÇÃO II
VIII - formas de consulta, acesso e obtenção à base de da- DA CLASSIFICAÇÃO, RECLASSIFICAÇÃO E DESCLASSIFICA-
dos. ÇÃO DE DOCUMENTOS, DADOS E INFORMAÇÕES SIGILO-
§ 1º - Os órgãos e entidades da Administração Pública Es- SAS
tadual deverão indicar o setor responsável pelo fornecimento e Artigo 30 - São considerados imprescindíveis à segurança da
atualização permanente de dados e informações que compõem sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação de
o “Catálogo de Sistemas e Bases de Dados da Administração Pú- sigilo, os documentos, dados e informações cuja divulgação ou
blica do Estado de São Paulo - CSBD”. acesso irrestrito possam:
§ 2º - O desenvolvimento do “Catálogo de Sistemas e Ba- I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integri-
ses de Dados da Administração Pública do Estado de São Paulo dade do território nacional;
- CSBD”, coleta de informações, manutenção e atualização per- II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações
manente ficará a cargo da Fundação Sistema Estadual de Análise ou as relações internacionais do País, ou as que tenham sido
de Dados - SEADE. fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos
§ 3º - O “Catálogo de Sistemas e Bases de Dados da Admi- internacionais;
nistração Pública do Estado de São Paulo - CSBD”, bem como as III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da popula-
bases de dados da Administração Pública Estadual deverão estar ção;
disponíveis no Portal do Governo Aberto e no Portal da Trans- IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econô-
parência, nos termos dos Decretos nº 57.500, de 8 de novembro mica ou monetária do País;

12
LEGISLAÇÃO

V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estraté- b) fundamento da classificação, reclassificação ou desclassi-
gicos das Forças Armadas; ficação de sigilo, observados os critérios estabelecidos no artigo
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e de- 31 deste decreto, bem como da restrição de acesso à informa-
senvolvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, ção pessoal;
bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional; c) indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme limi-
autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; tes previstos no artigo 31 deste decreto, bem como a indicação
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de do prazo mínimo de restrição de acesso à informação pessoal;
investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a d) identificação da autoridade que a classificou, reclassifi-
prevenção ou repressão de infrações. cou ou desclassificou.
Artigo 31 - Os documentos, dados e informações sigilosas Parágrafo único - O prazo de restrição de acesso contarse-á
em poder de órgãos e entidades da Administração Pública Esta- da data da produção do documento, dado ou informação.
dual, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilida- Artigo 33 - A classificação de sigilo de documentos, dados
de à segurança da sociedade ou do Estado, poderão ser classifi- e informações no âmbito da Administração Pública Estadual, a
cados nos seguintes graus: que se refere o inciso II do artigo 32 deste decreto, é de com-
I - ultrassecreto; petência:
II - secreto; I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:
III - reservado. a) Governador do Estado;
§ 1º - Os prazos máximos de restrição de acesso aos docu- b) Vice-Governador do Estado;
mentos, dados e informações, conforme a classificação prevista c) Secretários de Estado e Procurador Geral do Estado;
no “caput” e incisos deste artigo, vigoram a partir da data de sua d) Delegado Geral de Polícia e Comandante Geral da olícia
produção e são os seguintes: Militar;
1. ultrassecreto: até 25 (vinte e cinco) anos; II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I
2. secreto: até 15 (quinze) anos; deste artigo, das autoridades máximas de autarquias, fundações
3. reservado: até 5 (cinco) anos. ou empresas públicas e sociedades de economia mista;
§ 2º - Os documentos, dados e informações que puderem III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos inci-
colocar em risco a segurança do Governador e Vice-Governador sos I e II deste artigo e das que exerçam funções de direção, co-
do Estado e respectivos cônjuges e filhos (as) serão classificados mando ou chefia, ou de hierarquia equivalente, de acordo com
como reservados e ficarão sob sigilo até o término do mandato regulamentação específica de cada órgão ou entidade, observa-
em exercício ou do último mandato, em caso de reeleição. do o disposto neste decreto.
§ 3º - Alternativamente aos prazos previstos no § 1º deste § 1º - A competência prevista nos incisos I e II deste artigo,
artigo, poderá ser estabelecida como termo final de restrição no que se refere à classificação como ultrassecreta e secreta,
de acesso a ocorrência de determinado evento, desde que este poderá ser delegada pela autoridade responsável a agente pú-
ocorra antes do transcurso do prazo máximo de classificação. blico, vedada a subdelegação.
§ 4º - Transcorrido o prazo de classificação ou consumado § 2º - A classificação de documentos, dados e informações
o evento que defina o seu termo final, o documento, dado ou no grau de sigilo ultrassecreto pelas autoridades previstas na
informação tornar-se-á, automaticamente, de acesso público. alínea “d” do inciso I deste artigo deverá ser ratificada pelo Se-
§ 5º - Para a classificação do documento, dado ou informa- cretário da Segurança Pública, no prazo de 10 (dez) dias.
ção em determinado grau de sigilo, deverá ser observado o inte- § 3º - A autoridade ou outro agente público que classificar
resse público da informação, e utilizado o critério menos restri- documento, dado e informação como ultrassecreto deverá en-
tivo possível, considerados: caminhar a decisão de que trata o inciso II do artigo 32 deste
1. a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e decreto, à Comissão Estadual de Acesso à Informação, a que se
do Estado; refere o artigo 76 deste diploma legal, no prazo previsto em re-
2. o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que gulamento.
defina seu termo final. Artigo 34 - A classificação de documentos, dados e informa-
Artigo 32 - A classificação de sigilo de documentos, dados e ções será reavaliada pela autoridade classificadora ou por au-
informações no âmbito da Administração Pública Estadual deve- toridade hierarquicamente superior, mediante provocação ou
rá ser realizada mediante: de ofício, nos termos e prazos previstos em regulamento, com
I - publicação oficial, pela autoridade máxima do órgão ou vistas à sua desclassificação ou à redução do prazo de sigilo, ob-
entidade, de tabela de documentos, dados e informações sigi- servado o disposto no artigo 31 deste decreto.
losas e pessoais, que em razão de seu teor e de sua imprescin- § 1º - O regulamento a que se refere o “caput” deste artigo
dibilidade à segurança da sociedade e do Estado ou à proteção deverá considerar as peculiaridades das informações produzidas
da intimidade, da vida privada, da honra e imagem das pessoas, no exterior por autoridades ou agentes públicos.
sejam passíveis de restrição de acesso, a partir do momento de § 2º - Na reavaliação a que se refere o “caput” deste artigo
sua produção, deverão ser examinadas a permanência dos motivos do sigilo e a
II - análise do caso concreto pela autoridade responsável ou possibilidade de danos decorrentes do acesso ou da divulgação
agente público competente, e formalização da decisão de classi- da informação.
ficação, reclassificação ou desclassificação de sigilo, bem como § 3º - Na hipótese de redução do prazo de sigilo da infor-
de restrição de acesso à informação pessoal, que conterá, no mação, o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a
mínimo, os seguintes elementos: data da sua produção.
a) assunto sobre o qual versa a informação;
SEÇÃO III

13
LEGISLAÇÃO

DA PROTEÇÃO DE DOCUMENTOS, DADOS E INFORMAÇÕES Artigo 37 - As autoridades públicas adotarão as providências


PESSOAIS necessárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquica-
Artigo 35 - O tratamento de documentos, dados e informa- mente conheça as normas e observe as medidas e procedimen-
ções pessoais deve ser feito de forma transparente e com res- tos de segurança para tratamento de documentos, dados e in-
peito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, formações sigilosos e pessoais.
bem como às liberdades e garantias individuais. Parágrafo único - A pessoa física ou entidade privada que,
§ 1º - Os documentos, dados e informações pessoais, a que em razão de qualquer vínculo com o poder público executar ati-
se refere este artigo, relativas à intimidade, vida privada, honra vidades de tratamento de documentos, dados e informações si-
e imagem: gilosos e pessoais adotará as providências necessárias para que
1. terão seu acesso restrito, independentemente de classifi- seus empregados, prepostos ou representantes observem as
cação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar medidas e procedimentos de segurança das informações resul-
da sua data de produção, a agentes públicos legalmente autori- tantes da aplicação deste decreto.
zados e à pessoa a que elas se referirem; Artigo 38 - O acesso a documentos, dados e informações
2. poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por ter- sigilosos, originários de outros órgãos ou instituições privadas,
ceiros diante de previsão legal ou consentimento expresso da custodiados para fins de instrução de procedimento, processo
pessoa a que elas se referirem. administrativo ou judicial, somente poderá ser realizado para
§ 2º - Aquele que obtiver acesso às informações de que trata outra finalidade se autorizado pelo agente credenciado do res-
este artigo será responsabilizado por seu uso indevido. pectivo órgão, entidade ou instituição de origem.
§ 3º - O consentimento referido no item 2 do § 1º deste ar-
tigo não será exigido quando as informações forem necessárias: SUBSEÇÃO I
1. à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa esti- DA PRODUÇÃO, DO REGISTRO, EXPEDIÇÃO, TRAMITAÇÃO
ver física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclu- E GUARDA
sivamente para o tratamento médico; Artigo 39 - A produção, manuseio, consulta, transmissão,
2. à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evi- manutenção e guarda de documentos, dados e informações sigi-
dente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada losos observarão medidas especiais de segurança.
a identificação da pessoa a que as informações se referirem; Artigo 40 - Os documentos sigilosos em sua expedição e tra-
3. ao cumprimento de ordem judicial; mitação obedecerão às seguintes prescrições:
4. à defesa de direitos humanos; I - deverão ser registrados no momento de sua produção,
5. à proteção do interesse público e geral preponderante. prioritariamente em sistema informatizado de gestão arquivís-
§ 4º - A restrição de acesso aos documentos, dados e in- tica de documentos;
formações relativos à vida privada, honra e imagem de pessoa II - serão acondicionados em envelopes duplos;
não poderá ser invocada com o intuito de prejudicar processo III - no envelope externo não constará qualquer indicação
de apuração de irregularidades em que o titular das informações do grau de sigilo ou do teor do documento;
estiver envolvido, bem como em ações voltadas para a recupe- IV - o envelope interno será fechado, lacrado e expedido
ração de fatos históricos de maior relevância. mediante relação de remessa, que indicará, necessariamente,
§ 5º - Os documentos, dados e informações identificados remetente, destinatário, número de registro e o grau de sigilo
como pessoais somente poderão ser fornecidos pessoalmente, do documento;
com a identificação do interessado. V - para os documentos sigilosos digitais deverão ser obser-
vadas as prescrições referentes à criptografia.
Artigo 41 - A expedição, tramitação e entrega de documento
ultrassecreto e secreto, deverá ser efetuadas pessoalmente, por
agente público credenciado, sendo vedada a sua postagem.
Parágrafo único - A comunicação de informação de natureza
ultrassecreta e secreta, de outra forma que não a prescrita no
SEÇÃO IV “caput” deste artigo, só será permitida excepcionalmente e em
DA PROTEÇÃO E DO CONTROLE DE DOCUMENTOS, DADOS casos extremos, que requeiram tramitação e solução imediatas,
E INFORMAÇÕES SIGILOSOS em atendimento ao princípio da oportunidade e considerados os
Artigo 36 - É dever da Administração Pública Estadual con- interesses da segurança da sociedade e do Estado, utilizando-se
trolar o acesso e a divulgação de documentos, dados e informa- o adequado meio de criptografia.
ções sigilosos sob a custódia de seus órgãos e entidades, assegu- Artigo 42 - A expedição de documento reservado poderá ser
rando a sua proteção contra perda, alteração indevida, acesso, feita mediante serviço postal, com opção de registro, mensagei-
transmissão e divulgação não autorizados. ro oficialmente designado, sistema de encomendas ou, quando
§ 1º - O acesso, a divulgação e o tratamento de documentos, for o caso, mala diplomática.
dados e informações classificados como sigilosos ficarão res- Parágrafo único - A comunicação dos documentos de que
tritos a pessoas que tenham necessidade de conhecê-la e que trata este artigo poderá ser feita por outros meios, desde que
sejam devidamente credenciadas na forma dos artigos 62 a 65 sejam usados recursos de criptografia compatíveis com o grau
deste decreto, sem prejuízo das atribuições dos agentes públi- de sigilo do documento, conforme previsto nos artigos 51 a 56
cos autorizados por lei. deste decreto.
§ 2º - O acesso aos documentos, dados e informações clas- Artigo 43 - Cabe aos agentes públicos credenciados respon-
sificados como sigilosos ou identificados como pessoais, cria a sáveis pelo recebimento de documentos sigilosos:
obrigação para aquele que as obteve de resguardar restrição de
acesso.

14
LEGISLAÇÃO

I - verificar a integridade na correspondência recebida e re- Parágrafo único - Havendo mais de uma marcação, prevale-
gistrar indícios de violação ou de qualquer irregularidade, dando cerá a mais recente.
ciência do fato ao seu superior hierárquico e ao destinatário, o
qual informará imediatamente ao remetente; SUBSEÇÃO III
II - proceder ao registro do documento e ao controle de sua DA CRIPTOGRAFIA
tramitação. Artigo 51 - Fica autorizado o uso de código, cifra ou sistema
Artigo 44 - O envelope interno só será aberto pelo destina- de criptografia no âmbito da Administração Pública Estadual e
tário, seu representante autorizado ou autoridade competente das instituições de caráter público para assegurar o sigilo de do-
hierarquicamente superior, observados os requisitos do artigo cumentos, dados e informações.
62 deste decreto. Artigo 52 - Para circularem fora de área ou instalação sigi-
Artigo 45 - O destinatário de documento sigiloso comunica- losa, os documentos, dados e informações sigilosos, produzidos
rá imediatamente ao remetente qualquer indício de violação ou em suporte magnético ou óptico, deverão necessariamente es-
adulteração do documento. tar criptografados.
Artigo 46 - Os documentos, dados e informações sigilosos Artigo 53 - A aquisição e uso de aplicativos de criptografia
serão mantidos em condições especiais de segurança, na forma no âmbito da Administração Pública Estadual sujeitar-se-ão às
do regulamento interno de cada órgão ou entidade. normas gerais baixadas pelo Comitê de Qualidade da Gestão Pú-
Parágrafo único - Para a guarda de documentos secretos e blica - CQGP.
ultrassecretos deverá ser utilizado cofre forte ou estrutura que Parágrafo único - Os programas, aplicativos, sistemas e
ofereça segurança equivalente ou superior. equipamentos de criptografia são considerados sigilosos e de-
Artigo 47 - Os agentes públicos responsáveis pela guarda ou verão, antecipadamente, ser submetidos à certificação de con-
custódia de documentos sigilosos os transmitirão a seus substi- formidade.
tutos, devidamente conferidos, quando da passagem ou transfe- Artigo 54 - Aplicam-se aos programas, aplicativos, sistemas
rência de responsabilidade. e equipamentos de criptografia todas as medidas de segurança
previstas neste decreto para os documentos, dados e informa-
SUBSEÇÃO II ções sigilosos e também os seguintes procedimentos:
DA MARCAÇÃO I - realização de vistorias periódicas, com a finalidade de
Artigo 48 - O grau de sigilo será indicado em todas as pá- assegurar uma perfeita execução das operações criptográficas;
ginas do documento, nas capas e nas cópias, se houver, pelo II - elaboração de inventários completos e atualizados do
produtor do documento, dado ou informação, após classifica- material de criptografia existente;
ção, ou pelo agente classificador que juntar a ele documento ou III - escolha de sistemas criptográficos adequados a cada
informação com alguma restrição de acesso. destinatário, quando necessário;
§ 1º - Os documentos, dados ou informações cujas partes IV - comunicação, ao superior hierárquico ou à autoridade
contenham diferentes níveis de restrição de acesso devem re- competente, de qualquer anormalidade relativa ao sigilo, à in-
ceber diferentes marcações, mas no seu todo, será tratado nos violabilidade, à integridade, à autenticidade, à legitimidade e à
termos de seu grau de sigilo mais elevado. disponibilidade de documentos, dados e informações sigilosos
§ 2º - A marcação será feita em local que não comprometa criptografados;
a leitura e compreensão do conteúdo do documento e em local V - identificação e registro de indícios de violação ou inter-
que possibilite sua reprodução em eventuais cópias. ceptação ou de irregularidades na transmissão ou recebimento
§ 3º - As páginas serão numeradas seguidamente, devendo de documentos, dados e informações criptografados.
a juntada ser precedida de termo próprio consignando o número § 1º - A autoridade máxima do órgão ou entidade da Ad-
total de folhas acrescidas ao documento. ministração Pública Estadual responsável pela custódia de do-
§ 4º - A marcação deverá ser necessariamente datada. cumentos, dados e informações sigilosos e detentor de mate-
Artigo 49 - A marcação em extratos de documentos, esbo- rial criptográfico designará um agente público responsável pela
ços, desenhos, fotografias, imagens digitais, multimídia, negati- segurança criptográfica, devidamente credenciado, que deverá
vos, diapositivos, mapas, cartas e fotocartas obedecerá ao pres- observar os procedimentos previstos no “caput” deste artigo.
crito no artigo 48 deste decreto. § 2º - O agente público referido no § 1º deste artigo deverá
§ 1º - Em fotografias e reproduções de negativos sem legen- providenciar as condições de segurança necessárias ao resguar-
da, a indicação do grau de sigilo será no verso e nas respectivas do do sigilo de documentos, dados e informações durante sua
embalagens. produção, tramitação e guarda, em suporte magnético ou óp-
§ 2º - Em filmes cinematográficos, negativos em rolos contí- tico, bem como a segurança dos equipamentos e sistemas uti-
nuos e microfilmes, a categoria e o grau de sigilo serão indicados lizados.
nas imagens de abertura e de encerramento de cada rolo, cuja § 3º - As cópias de segurança de documentos, dados e in-
embalagem será tecnicamente segura e exibirá a classificação formações sigilosos deverão ser criptografados, observadas as
do conteúdo. disposições dos §§ 1º e 2º deste artigo.
§ 3º - Os esboços, desenhos, fotografias, imagens digitais, Artigo 55 - Os equipamentos e sistemas utilizados para a
multimídia, negativos, diapositivos, mapas, cartas e fotocartas
produção e guarda de documentos, dados e informações sigilo-
de que trata esta seção, que não apresentem condições para a
sos poderão estar ligados a redes de comunicação de dados des-
indicação do grau de sigilo, serão guardados em embalagens que
de que possuam sistemas de proteção e segurança adequados,
exibam a classificação correspondente à classificação do conte-
nos termos das normas gerais baixadas pelo Comitê de Qualida-
údo.
de da Gestão Pública - CQGP.
Artigo 50 - A marcação da reclassificação e da desclassifica-
ção de documentos, dados ou informações sigilosos obedecerá
às mesmas regras da marcação da classificação.

15
LEGISLAÇÃO

Artigo 56 - Cabe ao órgão responsável pela criptografia de Artigo 62 - O credenciamento e a necessidade de conhecer
documentos, dados e informações sigilosos providenciar a sua são condições indispensáveis para que o agente público estadu-
descriptação após a sua desclassificação. al no efetivo exercício de cargo, função, emprego ou atividade
tenha acesso a documentos, dados e informações sigilosos equi-
SUBSEÇÃO IV valentes ou inferiores ao de sua credencial de segurança.
DA PRESERVAÇÃO E ELIMINAÇÃO Artigo 63 - As credenciais de segurança referentes aos graus
Artigo 57 - Aplicam-se aos documentos, dados e informa- de sigilo previstos no artigo 31 deste decreto, serão classificadas
ções sigilosos os prazos de guarda estabelecidos na Tabela de nos graus de sigilo ultrassecreta, secreta ou reservada.
Temporalidade de Documentos das Atividades-Meio, oficiali- Artigo 64 - A credencial de segurança referente à informa-
zada pelo Decreto nº 48.898, de 27 de agosto de 2004, e nas ção pessoal, prevista no artigo 35 deste decreto, será identifica-
Tabelas de Temporalidade de Documentos das Atividades-Fim, da como personalíssima.
oficializadas pelos órgãos e entidades da Administração Pública Artigo 65 - A emissão da credencial de segurança compete
Estadual, ressalvado o disposto no artigo 59 deste decreto. às autoridades máximas de órgãos e entidades da Administração
Artigo 58 - Os documentos, dados e informações sigilosos Pública Estadual, podendo ser objeto de delegação.
considerados de guarda permanente, nos termos dos Decretos § 1º - A credencial de segurança será concedida mediante
nº 48.897 e nº 48.898, ambos de 27 de agosto de 2004, somente termo de compromisso de preservação de sigilo, pelo qual os
poderão ser recolhidos à Unidade do Arquivo Público do Estado agentes públicos responsabilizam-se por não revelarem ou di-
após a sua desclassificação. vulgarem documentos, dados ou informações sigilosos dos quais
Parágrafo único - Excetuam-se do disposto no “caput” deste tiverem conhecimento direta ou indiretamente no exercício de
artigo, os documentos de guarda permanente de órgãos ou en- cargo, função ou emprego público.
tidades extintos ou que cessaram suas atividades, em conformi- § 2º - Para a concessão de credencial de segurança serão
dade com o artigo 7, § 2º, da Lei federal nº 8.159, de 8 de janeiro avaliados, por meio de investigação, os requisitos profissionais,
de 1991, e com o artigo 1º, § 2º, do Decreto nº 48.897, de 27 de funcionais e pessoais dos propostos.
agosto de 2004. § 3º - A validade da credencial de segurança poderá ser limi-
Artigo 59 - Decorridos os prazos previstos nas tabelas de tada no tempo e no espaço.
temporalidade de documentos, os documentos, dados e infor- § 4º - O compromisso referido no “caput” deste artigo per-
mações sigilosos de guarda temporária somente poderão ser sistirá enquanto durar o sigilo dos documentos a que tiveram
eliminados após 1 (um) ano, a contar da data de sua desclassi- acesso.
ficação, a fim de garantir o pleno acesso às informações neles
contidas. SUBSEÇÃO VII
Artigo 60 - A eliminação de documentos dados ou informa- DA REPRODUÇÃO E AUTENTICAÇÃO
ções sigilosos em suporte magnético ou ótico que não possuam Artigo 66 - Os Serviços de Informações ao Cidadão - SIC dos
valor permanente deve ser feita, por método que sobrescreva as órgãos e entidades da Administração Pública Estadual fornece-
informações armazenadas, após sua desclassificação. rão, desde que haja autorização expressa das autoridades clas-
Parágrafo único - Se não estiver ao alcance do órgão a eli- sificadoras ou das autoridades hierarquicamente superiores, re-
minação que se refere o “caput” deste artigo, deverá ser provi- produção total ou parcial de documentos, dados e informações
denciada a destruição física dos dispositivos de armazenamento. sigilosos.
§ 1º - A reprodução do todo ou de parte de documentos,
dados e informações sigilosos terá o mesmo grau de sigilo dos
documentos, dados e informações originais.
§ 2º - A reprodução e autenticação de cópias de documen-
SUBSEÇÃO V tos, dados e informações sigilosos serão realizadas por agentes
DA PUBLICIDADE DE ATOS ADMINISTRATIVOS públicos credenciados.
Artigo 61 - A publicação de atos administrativos referentes a § 3º - Serão fornecidas certidões de documentos sigilosos
documentos, dados e informações sigilosos poderá ser efetuada que não puderem ser reproduzidos integralmente, em razão das
mediante extratos, com autorização da autoridade classificado- restrições legais ou do seu estado de conservação.
§ 4º - A reprodução de documentos, dados e informações
ra ou hierarquicamente superior.
pessoais que possam comprometer a intimidade, a vida priva-
§ 1º - Os extratos referidos no “caput” deste artigo limi-
da, a honra ou a imagem de terceiros poderá ocorrer desde que
tar-se-ão ao seu respectivo número, ao ano de edição e à sua
haja autorização nos termos item 2 do § 1º do artigo 35 deste
ementa, redigidos por agente público credenciado, de modo a
decreto.
não comprometer o sigilo.
Artigo 67 - O responsável pela preparação ou reprodução de
§ 2º - A publicação de atos administrativos que trate de do-
documentos sigilosos deverá providenciar a eliminação de pro-
cumentos, dados e informações sigilosos para sua divulgação ou
vas ou qualquer outro recurso, que possam dar origem à cópia
execução dependerá de autorização da autoridade classificado-
não autorizada do todo ou parte.
ra ou autoridade competente hierarquicamente superior.
Artigo 68 - Sempre que a preparação, impressão ou, se for o
caso, reprodução de documentos, dados e informações sigilosos
SUBSEÇÃO VI forem efetuadas em tipografias, impressoras, oficinas gráficas,
DA CREDENCIAL DE SEGURANÇA ou similares, essa operação deverá ser acompanhada por agente
público credenciado, que será responsável pela garantia do sigi-
lo durante a confecção do documento.

16
LEGISLAÇÃO

SUBSEÇÃO VIII Artigo 73 - Os agentes responsáveis pela custódia de docu-


DA GESTÃO DE CONTRATOS mentos e informações sigilosos sujeitam-se às normas referen-
Artigo 69 - O contrato cuja execução implique o acesso por tes ao sigilo profissional, em razão do ofício, e ao seu código de
parte da contratada a documentos, dados ou informações sigilo- ética específico, sem prejuízo das sanções legais.
sos, obedecerá aos seguintes requisitos: Artigo 74 - A pessoa física ou entidade privada que detiver
I - assinatura de termo de compromisso de manutenção de documentos, dados e informações em virtude de vínculo de
sigilo; qualquer natureza com o poder público e deixar de observar o
II - o contrato conterá cláusulas prevendo: disposto na Lei federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, e
a) obrigação de o contratado manter o sigilo relativo ao ob- neste decreto estará sujeita às seguintes sanções:
jeto contratado, bem como à sua execução; I - advertência;
b) obrigação de o contratado adotar as medidas de seguran- II - multa;
ça adequadas, no âmbito de suas atividades, para a manutenção III - rescisão do vínculo com o poder público;
do sigilo de documentos, dados e informações aos quais teve IV - suspensão temporária de participar em licitação e impe-
acesso; dimento de contratar com a Administração Pública Estadual por
c) identificação, para fins de concessão de credencial de se- prazo não superior a 2 (dois) anos;
gurança, das pessoas que, em nome da contratada, terão acesso V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com
a documentos, dados e informações sigilosos. a Administração Pública Estadual, até que seja promovida a rea-
Artigo 70 - Os órgãos contratantes da Administração Pública bilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade.
Estadual fiscalizarão o cumprimento das medidas necessárias à § 1º - As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo
proteção dos documentos, dados e informações de natureza si- poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, assegurado
gilosa transferidos aos contratados ou decorrentes da execução o direito de defesa do interessado, no respectivo processo, no
do contrato. prazo de 10 (dez) dias.
CAPÍTULO V § 2º - A reabilitação referida no inciso V deste artigo será au-
DAS RESPONSABILIDADES torizada somente quando o interessado efetivar o ressarcimen-
Artigo 71 - Constituem condutas ilícitas que ensejam res- to ao órgão ou entidade dos prejuízos resultantes e decorrido o
ponsabilidade do agente público: prazo da sanção aplicada com base no inciso IV.
I - recusar-se a fornecer documentos, dados e informações § 3º - A aplicação da sanção prevista no inciso V deste artigo
requeridas nos termos deste decreto, retardar deliberadamente é de competência exclusiva da autoridade máxima do órgão ou
o seu fornecimento ou fornecê-la intencionalmente de forma in- entidade pública, facultada a defesa do interessado, no respec-
correta, incompleta ou imprecisa; tivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista.
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inu- Artigo 75 - Os órgãos e entidades estaduais respondem di-
tilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, do- retamente pelos danos causados em decorrência da divulgação
cumento, dado ou informação que se encontre sob sua guarda não autorizada ou utilização indevida de documentos, dados e
ou a que tenha acesso ou conhecimento em razão do exercício informações sigilosos ou pessoais, cabendo a apuração de res-
das atribuições de cargo, emprego ou função pública; ponsabilidade funcional nos casos de dolo ou culpa, assegurado
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de o respectivo direito de regresso.
acesso a documento, dado e informação; Parágrafo único - O disposto neste artigo aplica-se à pessoa
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir física ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qual-
acesso indevido ao documento, dado e informação sigilosos ou quer natureza com órgãos ou entidades estaduais, tenha acesso
pessoal; a documento, dado ou informação sigilosos ou pessoal e a sub-
V - impor sigilo a documento, dado e informação para obter meta a tratamento indevido.
proveito pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato
ilegal cometido por si ou por outrem;
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente CAPÍTULO VI
documento, dado ou informação sigilosos para beneficiar a si ou DISPOSIÇÕES FINAIS
a outrem, ou em prejuízo de terceiros; Artigo 76 - O tratamento de documento, dado ou informa-
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos ção sigilosos resultante de tratados, acordos ou atos internacio-
concernentes a possíveis violações de direitos humanos por par- nais atenderá às normas e recomendações constantes desses
te de agentes do Estado. instrumentos.
§ 1º - Atendido o princípio do contraditório, da ampla defe- Artigo 77 - Aplica-se, no que couber, a Lei federal nº 9.507,
sa e do devido processo legal, as condutas descritas no “caput” de 12 de novembro de 1997, em relação à informação de pes-
deste artigo serão apuradas e punidas na forma da legislação soa, física ou jurídica, constante de registro ou banco de dados
em vigor. de entidades governamentais ou de caráter público.
§ 2º - Pelas condutas descritas no “caput” deste artigo, po- Artigo 78 - Cabe à Secretaria de Gestão Pública:
derá o agente público responder, também, por improbidade ad- I - realizar campanha de abrangência estadual de fomento
ministrativa, conforme o disposto na Lei federal nº 8.429, de 2 à cultura da transparência na Administração Pública Estadual e
de junho de 1992. conscientização do direito fundamental de acesso à informação;
Artigo 72 - O agente público que tiver acesso a documen-
II - promover treinamento de agentes públicos no que se
tos, dados ou informações sigilosos, nos termos deste decreto,
refere ao desenvolvimento de práticas relacionadas à transpa-
é responsável pela preservação de seu sigilo, ficando sujeito às
rência na Administração Pública Estadual;
sanções administrativas, civis e penais previstas na legislação,
em caso de eventual divulgação não autorizada.

17
LEGISLAÇÃO

III - formular e implementar política de segurança da infor- IV - recomendar as medidas indispensáveis à implementa-
mação, em consonância com as diretrizes da política estadual de ção e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos necessá-
arquivos e gestão de documentos; rios ao correto cumprimento do disposto neste decreto;
IV - propor e promover a regulamentação do credenciamen- V - promover a capacitação, o aperfeiçoamento e a atuali-
to de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entida- zação de pessoal que desempenhe atividades inerentes à salva-
des da Administração Pública Estadual para tratamento de infor- guarda de documentos, dados e informações sigilosos e pesso-
mações sigilosas e pessoais. ais.
Artigo 79 - A Corregedoria Geral da Administração será res- Artigo 4º - As Comissões de Avaliação de Documentos e
ponsável pela fiscalização da aplicação da Lei federal nº 12.527, Acesso - CADA deverão apresentar à autoridade máxima do ór-
de 18 de novembro de 2011, e deste decreto no âmbito da Ad- gão ou entidade, plano e cronograma de trabalho, no prazo de
ministração Pública Estadual, sem prejuízo da atuação dos ór- 30 (trinta) dias, para o cumprimento das atribuições previstas no
gãos de controle interno. artigo 6º, incisos I e II, e artigo 32, inciso I, deste decreto. Palácio
Artigo 80 - Este decreto e suas disposições transitórias en- dos Bandeirantes, 16 de maio de 2012
tram em vigor na data de sua publicação.

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS LEI Nº 13.431/2017 (ESCUTA ESPECIALIZADA E DEPOI-


Artigo 1º - Fica instituído Grupo Técnico, junto ao Comitê MENTO ESPECIAL)
de Qualidade da Gestão Pública - CQGP, visando a promover os
estudos necessários à criação, composição, organização e fun-
cionamento da Comissão Estadual de Acesso à Informação. LEI Nº 13.431, DE 4 DE ABRIL DE 2017.
Parágrafo único - O Presidente do Comitê de Qualidade da
Gestão Pública designará, no prazo de 30 (trinta) dias, os mem- Estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e
bros integrantes do Grupo Técnico. do adolescente vítima ou testemunha de violência e altera a
Artigo 2º - Os órgãos e entidades da Administração Pública Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Estadual deverão proceder à reavaliação dos documentos, da- Adolescente).
dos e informações classificados como ultrassecretos e secretos
no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
vigência da Lei federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
§ 1º - A restrição de acesso a documentos, dados e informa-
ções, em razão da reavaliação prevista no “caput” deste artigo, TÍTULO I
deverá observar os prazos e condições previstos na Lei federal DISPOSIÇÕES GERAIS
nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.
§ 2º - No âmbito da administração pública estadual, a rea- Art. 1º Esta Lei normatiza e organiza o sistema de garantia
valiação prevista no “caput” deste artigo poderá ser revista, a de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de
qualquer tempo, pela Comissão Estadual de Acesso à Informa- violência, cria mecanismos para prevenir e coibir a violência, nos
ção, observados os termos da Lei federal nº 12.527, de 18 de termos do art. 227 da Constituição Federal , da Convenção sobre
novembro de 2011, e deste decreto. os Direitos da Criança e seus protocolos adicionais, da Resolução
§ 3º - Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação nº 20/2005 do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas
previsto no “caput” deste artigo, será mantida a classificação e de outros diplomas internacionais, e estabelece medidas de
dos documentos, dados e informações nos termos da legislação assistência e proteção à criança e ao adolescente em situação
precedente. de violência.
§ 4º - Os documentos, dados e informações classificados Art. 2º A criança e o adolescente gozam dos direitos fun-
como secretos e ultrassecretos não reavaliados no prazo previs- damentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhes asseguradas
to no “caput” deste artigo serão considerados, automaticamen- a proteção integral e as oportunidades e facilidades para viver
te, de acesso público. sem violência e preservar sua saúde física e mental e seu de-
Artigo 3º - No prazo de 30 (trinta) dias, a contar da vigência senvolvimento moral, intelectual e social, e gozam de direitos
deste decreto, a autoridade máxima de cada órgão ou entidade específicos à sua condição de vítima ou testemunha.
da Administração Pública Estadual designará subordinado para, Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Federal e
no âmbito do respectivo órgão ou entidade, exercer as seguintes os Municípios desenvolverão políticas integradas e coordenadas
atribuições: que visem a garantir os direitos humanos da criança e do ado-
I - planejar e propor, no prazo de 90 (noventa) dias, os recur- lescente no âmbito das relações domésticas, familiares e sociais,
sos organizacionais, materiais e humanos, bem como as demais para resguardá-los de toda forma de negligência, discriminação,
providências necessárias à instalação e funcionamento dos Ser- exploração, violência, abuso, crueldade e opressão.
viços de Informações ao Cidadão - SIC, a que se refere o artigo Art. 3º Na aplicação e interpretação desta Lei, serão consi-
7º deste decreto; derados os fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as
II - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso condições peculiares da criança e do adolescente como pessoas
a documentos, dados ou informações, de forma eficiente e ade- em desenvolvimento, às quais o Estado, a família e a sociedade
quada aos objetivos da Lei federal nº 12.527, de 18 de novembro devem assegurar a fruição dos direitos fundamentais com abso-
de 2011, e deste decreto; luta prioridade.
III - orientar e monitorar a implementação do disposto na Lei
federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, e neste decreto,
e apresentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento;

18
LEGISLAÇÃO

Parágrafo único. A aplicação desta Lei é facultativa para as § 3º Na hipótese de revelação espontânea da violência, a
vítimas e testemunhas de violência entre 18 (dezoito) e 21 (vinte criança e o adolescente serão chamados a confirmar os fatos na
e um) anos, conforme disposto no parágrafo único do art. 2º da forma especificada no § 1º deste artigo, salvo em caso de inter-
Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do venções de saúde.
Adolescente) . § 4º O não cumprimento do disposto nesta Lei implicará a
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, sem prejuízo da tipificação aplicação das sanções previstas na Lei nº 8.069, de 13 de julho
das condutas criminosas, são formas de violência: de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) .
I - violência física, entendida como a ação infligida à criança
ou ao adolescente que ofenda sua integridade ou saúde corporal TÍTULO II
ou que lhe cause sofrimento físico; DOS DIREITOS E GARANTIAS
II - violência psicológica: Art. 5º A aplicação desta Lei, sem prejuízo dos princípios
a) qualquer conduta de discriminação, depreciação ou des- estabelecidos nas demais normas nacionais e internacionais de
respeito em relação à criança ou ao adolescente mediante ame- proteção dos direitos da criança e do adolescente, terá como
aça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, base, entre outros, os direitos e garantias fundamentais da
agressão verbal e xingamento, ridicularização, indiferença, ex- criança e do adolescente a:
ploração ou intimidação sistemática ( bullying ) que possa com- I - receber prioridade absoluta e ter considerada a condição
prometer seu desenvolvimento psíquico ou emocional; peculiar de pessoa em desenvolvimento;
b) o ato de alienação parental, assim entendido como a in- II - receber tratamento digno e abrangente;
terferência na formação psicológica da criança ou do adolescen- III - ter a intimidade e as condições pessoais protegidas
te, promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou quando vítima ou testemunha de violência;
por quem os tenha sob sua autoridade, guarda ou vigilância, que IV - ser protegido contra qualquer tipo de discriminação, in-
leve ao repúdio de genitor ou que cause prejuízo ao estabeleci- dependentemente de classe, sexo, raça, etnia, renda, cultura,
mento ou à manutenção de vínculo com este; nível educacional, idade, religião, nacionalidade, procedência
c) qualquer conduta que exponha a criança ou o adolescen- regional, regularidade migratória, deficiência ou qualquer outra
te, direta ou indiretamente, a crime violento contra membro de condição sua, de seus pais ou de seus representantes legais;
sua família ou de sua rede de apoio, independentemente do am- V - receber informação adequada à sua etapa de desenvolvi-
biente em que cometido, particularmente quando isto a torna mento sobre direitos, inclusive sociais, serviços disponíveis, re-
testemunha; presentação jurídica, medidas de proteção, reparação de danos
III - violência sexual, entendida como qualquer conduta que e qualquer procedimento a que seja submetido;
constranja a criança ou o adolescente a praticar ou presenciar VI - ser ouvido e expressar seus desejos e opiniões, assim
conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso, inclusive ex- como permanecer em silêncio;
posição do corpo em foto ou vídeo por meio eletrônico ou não, VII - receber assistência qualificada jurídica e psicossocial
que compreenda: especializada, que facilite a sua participação e o resguarde con-
a) abuso sexual, entendido como toda ação que se utiliza tra comportamento inadequado adotado pelos demais órgãos
da criança ou do adolescente para fins sexuais, seja conjunção atuantes no processo;
carnal ou outro ato libidinoso, realizado de modo presencial ou VIII - ser resguardado e protegido de sofrimento, com di-
por meio eletrônico, para estimulação sexual do agente ou de reito a apoio, planejamento de sua participação, prioridade na
terceiro; tramitação do processo, celeridade processual, idoneidade do
b) exploração sexual comercial, entendida como o uso da atendimento e limitação das intervenções;
criança ou do adolescente em atividade sexual em troca de re- IX - ser ouvido em horário que lhe for mais adequado e con-
muneração ou qualquer outra forma de compensação, de forma veniente, sempre que possível;
independente ou sob patrocínio, apoio ou incentivo de terceiro, X - ter segurança, com avaliação contínua sobre possibilida-
seja de modo presencial ou por meio eletrônico; des de intimidação, ameaça e outras formas de violência;
c) tráfico de pessoas, entendido como o recrutamento, XI - ser assistido por profissional capacitado e conhecer os
o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento profissionais que participam dos procedimentos de escuta espe-
da criança ou do adolescente, dentro do território nacional ou cializada e depoimento especial;
para o estrangeiro, com o fim de exploração sexual, mediante XII - ser reparado quando seus direitos forem violados;
ameaça, uso de força ou outra forma de coação, rapto, fraude, XIII - conviver em família e em comunidade;
engano, abuso de autoridade, aproveitamento de situação de XIV - ter as informações prestadas tratadas confidencial-
vulnerabilidade ou entrega ou aceitação de pagamento, entre os mente, sendo vedada a utilização ou o repasse a terceiro das
casos previstos na legislação; declarações feitas pela criança e pelo adolescente vítima, salvo
IV - violência institucional, entendida como a praticada por para os fins de assistência à saúde e de persecução penal;
instituição pública ou conveniada, inclusive quando gerar revi- XV - prestar declarações em formato adaptado à criança e
timização. ao adolescente com deficiência ou em idioma diverso do portu-
§ 1º Para os efeitos desta Lei, a criança e o adolescente se- guês.
rão ouvidos sobre a situação de violência por meio de escuta Parágrafo único. O planejamento referido no inciso VIII, no
especializada e depoimento especial. caso de depoimento especial, será realizado entre os profissio-
§ 2º Os órgãos de saúde, assistência social, educação, segu- nais especializados e o juízo.
rança pública e justiça adotarão os procedimentos necessários Art. 6º A criança e o adolescente vítima ou testemunha de
por ocasião da revelação espontânea da violência. violência têm direito a pleitear, por meio de seu representante
legal, medidas protetivas contra o autor da violência.

19
LEGISLAÇÃO

Parágrafo único. Os casos omissos nesta Lei serão interpre- § 2º O juiz tomará todas as medidas apropriadas para a pre-
tados à luz do disposto na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 servação da intimidade e da privacidade da vítima ou testemu-
(Estatuto da Criança e do Adolescente) , na Lei nº 11.340, de 7 nha.
de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha) , e em normas conexas. § 3º O profissional especializado comunicará ao juiz se veri-
ficar que a presença, na sala de audiência, do autor da violência
TÍTULO III pode prejudicar o depoimento especial ou colocar o depoente
DA ESCUTA ESPECIALIZADA E DO DEPOIMENTO ESPECIAL em situação de risco, caso em que, fazendo constar em termo,
Art. 7º Escuta especializada é o procedimento de entrevista será autorizado o afastamento do imputado.
sobre situação de violência com criança ou adolescente perante § 4º Nas hipóteses em que houver risco à vida ou à integri-
órgão da rede de proteção, limitado o relato estritamente ao dade física da vítima ou testemunha, o juiz tomará as medidas
necessário para o cumprimento de sua finalidade. de proteção cabíveis, inclusive a restrição do disposto nos inci-
Art. 8º Depoimento especial é o procedimento de oitiva de sos III e VI deste artigo.
criança ou adolescente vítima ou testemunha de violência pe- § 5º As condições de preservação e de segurança da mídia
rante autoridade policial ou judiciária. relativa ao depoimento da criança ou do adolescente serão ob-
Art. 9º A criança ou o adolescente será resguardado de qual- jeto de regulamentação, de forma a garantir o direito à intimida-
quer contato, ainda que visual, com o suposto autor ou acusado, de e à privacidade da vítima ou testemunha.
ou com outra pessoa que represente ameaça, coação ou cons- § 6º O depoimento especial tramitará em segredo de justiça.
trangimento.
Art. 10. A escuta especializada e o depoimento especial se-
rão realizados em local apropriado e acolhedor, com infraestru-
tura e espaço físico que garantam a privacidade da criança ou do
adolescente vítima ou testemunha de violência. TÍTULO IV
Art. 11. O depoimento especial reger-se-á por protocolos e, DA INTEGRAÇÃO DAS POLÍTICAS DE ATENDIMENTO
sempre que possível, será realizado uma única vez, em sede de CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
produção antecipada de prova judicial, garantida a ampla defesa
Art. 13. Qualquer pessoa que tenha conhecimento ou pre-
do investigado.
sencie ação ou omissão, praticada em local público ou privado,
§ 1º O depoimento especial seguirá o rito cautelar de ante-
que constitua violência contra criança ou adolescente tem o de-
cipação de prova:
ver de comunicar o fato imediatamente ao serviço de recebi-
I - quando a criança ou o adolescente tiver menos de 7 (sete)
mento e monitoramento de denúncias, ao conselho tutelar ou à
anos;
autoridade policial, os quais, por sua vez, cientificarão imediata-
II - em caso de violência sexual.
mente o Ministério Público.
§ 2º Não será admitida a tomada de novo depoimento es-
Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
pecial, salvo quando justificada a sua imprescindibilidade pela
Municípios poderão promover, periodicamente, campanhas de
autoridade competente e houver a concordância da vítima ou da conscientização da sociedade, promovendo a identificação das
testemunha, ou de seu representante legal. violações de direitos e garantias de crianças e adolescentes e a
Art. 12. O depoimento especial será colhido conforme o se- divulgação dos serviços de proteção e dos fluxos de atendimen-
guinte procedimento: to, como forma de evitar a violência institucional.
I - os profissionais especializados esclarecerão a criança ou o Art. 14. As políticas implementadas nos sistemas de justiça,
adolescente sobre a tomada do depoimento especial, informan- segurança pública, assistência social, educação e saúde deverão
do-lhe os seus direitos e os procedimentos a serem adotados e
adotar ações articuladas, coordenadas e efetivas voltadas ao
planejando sua participação, sendo vedada a leitura da denúncia
acolhimento e ao atendimento integral às vítimas de violência.
ou de outras peças processuais;
§ 1º As ações de que trata o caput observarão as seguintes
II - é assegurada à criança ou ao adolescente a livre narra-
diretrizes:
tiva sobre a situação de violência, podendo o profissional es-
I - abrangência e integralidade, devendo comportar avalia-
pecializado intervir quando necessário, utilizando técnicas que
ção e atenção de todas as necessidades da vítima decorrentes
permitam a elucidação dos fatos;
da ofensa sofrida;
III - no curso do processo judicial, o depoimento especial
II - capacitação interdisciplinar continuada, preferencial-
será transmitido em tempo real para a sala de audiência, pre-
mente conjunta, dos profissionais;
servado o sigilo;
IV - findo o procedimento previsto no inciso II deste artigo, III - estabelecimento de mecanismos de informação, refe-
o juiz, após consultar o Ministério Público, o defensor e os as- rência, contrarreferência e monitoramento;
sistentes técnicos, avaliará a pertinência de perguntas comple- IV - planejamento coordenado do atendimento e do acom-
mentares, organizadas em bloco; panhamento, respeitadas as especificidades da vítima ou teste-
V - o profissional especializado poderá adaptar as perguntas munha e de suas famílias;
à linguagem de melhor compreensão da criança ou do adoles- V - celeridade do atendimento, que deve ser realizado ime-
cente; diatamente - ou tão logo quanto possível - após a revelação da
VI - o depoimento especial será gravado em áudio e vídeo. violência;
§ 1º À vítima ou testemunha de violência é garantido o di- VI - priorização do atendimento em razão da idade ou de
reito de prestar depoimento diretamente ao juiz, se assim o en- eventual prejuízo ao desenvolvimento psicossocial, garantida a
tender. intervenção preventiva;
VII - mínima intervenção dos profissionais envolvidos; e

20
LEGISLAÇÃO

VIII - monitoramento e avaliação periódica das políticas de IV - representação ao Ministério Público, nos casos de falta
atendimento. de responsável legal com capacidade protetiva em razão da situ-
§ 2º Nos casos de violência sexual, cabe ao responsável da ação de violência, para colocação da criança ou do adolescente
rede de proteção garantir a urgência e a celeridade necessárias sob os cuidados da família extensa, de família substituta ou de
ao atendimento de saúde e à produção probatória, preservada serviço de acolhimento familiar ou, em sua falta, institucional.
a confidencialidade.
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí- CAPÍTULO IV
pios poderão criar serviços de atendimento, de ouvidoria ou de DA SEGURANÇA PÚBLICA
resposta, pelos meios de comunicação disponíveis, integrados Art. 20. O poder público poderá criar delegacias especia-
às redes de proteção, para receber denúncias de violações de lizadas no atendimento de crianças e adolescentes vítimas de
direitos de crianças e adolescentes. violência.
Parágrafo único. As denúncias recebidas serão encaminha- § 1º Na elaboração de suas propostas orçamentárias, as
das: unidades da Federação alocarão recursos para manutenção de
I - à autoridade policial do local dos fatos, para apuração; equipes multidisciplinares destinadas a assessorar as delegacias
II - ao conselho tutelar, para aplicação de medidas de pro- especializadas.
teção; e § 2º Até a criação do órgão previsto no caput deste artigo, a
III - ao Ministério Público, nos casos que forem de sua atri- vítima será encaminhada prioritariamente a delegacia especiali-
buição específica. zada em temas de direitos humanos.
Art. 16. O poder público poderá criar programas, serviços § 3º A tomada de depoimento especial da criança ou do
ou equipamentos que proporcionem atenção e atendimento in- adolescente vítima ou testemunha de violência observará o dis-
tegral e interinstitucional às crianças e adolescentes vítimas ou posto no art. 14 desta Lei.
testemunhas de violência, compostos por equipes multidiscipli- Art. 21. Constatado que a criança ou o adolescente está em
nares especializadas. risco, a autoridade policial requisitará à autoridade judicial res-
Parágrafo único. Os programas, serviços ou equipamentos ponsável, em qualquer momento dos procedimentos de investi-
gação e responsabilização dos suspeitos, as medidas de proteção
públicos poderão contar com delegacias especializadas, serviços
pertinentes, entre as quais:
de saúde, perícia médico-legal, serviços socioassistenciais, varas
I - evitar o contato direto da criança ou do adolescente vítima
especializadas, Ministério Público e Defensoria Pública, entre
ou testemunha de violência com o suposto autor da violência;
outros possíveis de integração, e deverão estabelecer parcerias
II - solicitar o afastamento cautelar do investigado da resi-
em caso de indisponibilidade de serviços de atendimento.
dência ou local de convivência, em se tratando de pessoa que
tenha contato com a criança ou o adolescente;
CAPÍTULO II
III - requerer a prisão preventiva do investigado, quando
DA SAÚDE
houver suficientes indícios de ameaça à criança ou adolescente
Art. 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
vítima ou testemunha de violência;
pios poderão criar, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), IV - solicitar aos órgãos socioassistenciais a inclusão da víti-
serviços para atenção integral à criança e ao adolescente em ma e de sua família nos atendimentos a que têm direito;
situação de violência, de forma a garantir o atendimento aco- V - requerer a inclusão da criança ou do adolescente em pro-
lhedor. grama de proteção a vítimas ou testemunhas ameaçadas; e
Art. 18. A coleta, guarda provisória e preservação de ma- VI - representar ao Ministério Público para que proponha
terial com vestígios de violência serão realizadas pelo Instituto ação cautelar de antecipação de prova, resguardados os pressu-
Médico Legal (IML) ou por serviço credenciado do sistema de postos legais e as garantias previstas no art. 5º desta Lei, sem-
saúde mais próximo, que entregará o material para perícia ime- pre que a demora possa causar prejuízo ao desenvolvimento da
diata, observado o disposto no art. 5º desta Lei. criança ou do adolescente.
Art. 22. Os órgãos policiais envolvidos envidarão esforços
CAPÍTULO III investigativos para que o depoimento especial não seja o único
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL meio de prova para o julgamento do réu.
Art. 19. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
pios poderão estabelecer, no âmbito do Sistema Único de Assis- CAPÍTULO V
tência Social (Suas), os seguintes procedimentos: DA JUSTIÇA
I - elaboração de plano individual e familiar de atendimento,
Art. 23. Os órgãos responsáveis pela organização judiciária
valorizando a participação da criança e do adolescente e, sem-
poderão criar juizados ou varas especializadas em crimes contra
pre que possível, a preservação dos vínculos familiares;
a criança e o adolescente.
II - atenção à vulnerabilidade indireta dos demais membros
Parágrafo único. Até a implementação do disposto no caput
da família decorrente da situação de violência, e solicitação,
deste artigo, o julgamento e a execução das causas decorrentes
quando necessário, aos órgãos competentes, de inclusão da ví-
das práticas de violência ficarão, preferencialmente, a cargo dos
tima ou testemunha e de suas famílias nas políticas, programas
juizados ou varas especializadas em violência doméstica e temas
e serviços existentes;
afins.
III - avaliação e atenção às situações de intimidação, ame-
aça, constrangimento ou discriminação decorrentes da vitimi-
zação, inclusive durante o trâmite do processo judicial, as quais TÍTULO V
deverão ser comunicadas imediatamente à autoridade judicial DOS CRIMES
para tomada de providências; e

21
LEGISLAÇÃO

Art. 24. Violar sigilo processual, permitindo que depoimento Artigo 2.º - São órgãos policiais, subordinados hierárquica,
de criança ou adolescente seja assistido por pessoa estranha ao administrativa e funcionalmente ao Secretário da Segurança Pú-
processo, sem autorização judicial e sem o consentimento do blica:
depoente ou de seu representante legal. I - Polícia Civil;
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. II - Polícia Militar.
§ 1.º - Integrarão também a Secretaria da Segurança Pública
TÍTULO VI os órgãos de assessoramento do Secretário da Segurança, que
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS constituem a administração superior da Pasta.
Art. 25. O art. 208 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 § 2.º - A organização, estrutura, atribuições e competência
(Estatuto da Criança e do Adolescente) , passa a vigorar acresci- pormenorizada dos órgãos de que trata este artigo serão esta-
do do seguinte inciso XI: belecidos por decreto, nos termos desta lei e da legislação fed-
“Art. 208. ........................................................... eral pertinente.
................................................................................... Artigo 3.º - São atribuições básicas:
XI - de políticas e programas integrados de atendimento à I - Da Polícia Civil - o exercício da Polícia Judiciária, adminis-
criança e ao adolescente vítima ou testemunha de violência. trativa e preventiva especializada;
.........................................................................” (NR) II - Da Polícia Militar - o planejamento, a coordenação e a
Art. 26. Cabe ao poder público, no prazo máximo de 60 (ses- execução do policiamento ostensivo, fardado e a prevenção e
senta) dias contado da entrada em vigor desta Lei, emanar atos extinção de incêndios.
normativos necessários à sua efetividade. Artigo 4.º - Para efeito de entrosamento dos órgãos policiais
Art. 27. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí- contará a administração superior com mecanismos de planeja-
pios, no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias contado da mento, coordenação e controle, pelos quais se assegurem, tan-
entrada em vigor desta Lei, estabelecer normas sobre o sistema to a eficiência, quanto a complementaridade das ações, quando
de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou necessárias a consecução dos objetivos policiais.
testemunha de violência, no âmbito das respectivas competên- Artigo 5.º - Os direitos, deveres, vantagens e regime de tra-
cias. balho dos policiais civis e militares, bem como as condições de
Art. 28. Revoga-se o art. 248 da Lei nº 8.069, de 13 de julho ingresso as classes, séries de classes, carreiras ou quadros são
de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) . estabelecidos em estatutos.
Art. 29. Esta Lei entra em vigor após decorrido 1 (um) ano de Artigo 6.º - É vedada, salvo com autorização expressa do
sua publicação oficial. Governador em cada caso, a utilização de integrantes dos órgãos
policiais em funções estranhas ao serviço policial, sob pena de
responsabilidade da autoridade que o permitir.
Parágrafo único - É considerado serviço policial, para to-
dos os efeitos inclusive arregimentação, o exercido em cargo,
ou funções de natureza policial, inclusive os de ensino a esta
LEI ORGÂNICA DA POLÍCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO legados.
(LEI COMPLEMENTAR Nº 207/1979, LEI COMPLEMEN- Artigo 7.º - As funções administrativas e outras de natureza
TAR Nº 922/02 E LEI COMPLEMENTAR Nº 1.151/11)
não policial serão exercidas por funcionário ou por servidor,
admitido nos termos da legislação vigente não pertencente às
classes, séries de classes, carreiras e quadros policiais.
LEI COMPLEMENTAR Nº 207, DE 05 DE JANEIRO DE 1979 Parágrafo único - Vetado.
(Atualizada até a Lei Complementar n° 1.282, de 18 de janeiro Artigo 8.º - As guardas municipais, guardas noturnas e os
de 2016) serviços de segurança e vigilância, autorizados por lei, ficam su-
jeitos à orientação, condução e fiscalização da Secretaria da Se-
Lei Orgânica da Polícia do Estado de São Paulo gurança Pública, na forma de regulamentada específica.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: TÍTULO II


Da Polícia Civil
Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu prom- CAPÍTULO I
ulgo a seguinte lei complementar: Das Disposições Preliminares
Artigo 9.º - Esta lei complementar estabelece as normas, os
TÍTULO I direitos, os deveres e as vantagens dos titulares de cargos poli-
Da Polícia do Estado de São Paulo ciais civis do Estado.
Artigo 10. - Consideram-se para os fins desta lei comple-
Artigo 1.º - A Secretaria de Estado dos Negócios da Segu- mentar:
rança Pública responsável pela manutenção, em todo o Estado, I - classe: conjunto de cargos públicos de natureza policial
da ordem e da segurança pública internas, executará o serviço da mesma denominação e amplitude de vencimentos;
policial por intermédio dos órgãos policiais que a integram. II - série de classes: conjunto de classes da mesma natureza
Parágrafo único - Abrange o serviço policial a prevenção e de trabalho policial, hierarquicamente escalonadas de acor-
investigação criminais, o policiamento ostensivo, o trânsito e a do com o grau de complexidade das atribuições e nível de re-
proteção em casos de calamidade pública, incêndio e salvamen- sponsabilidade;
to. III - carreira policial: conjunto de cargos de natureza policial
civil, de provimento efetivo.

22
LEGISLAÇÃO

Artigo 11 - São classes policiais civis aquelas constantes do Artigo 13 - Vetado.


anexo que faz parte integrante desta lei complementar. Artigo 14 - Vetado:
Artigo 12 - As classes e as séries de classes policiais civis in- I - vetado;
tegram o Quadro da Secretaria da Segurança Pública na seguinte II - vetado;
conformidade: III - vetado;
I - na Tabela I (SQC-I): IV - vetado;
a) Delegado Geral de Polícia; V - vetado.
b) Diretor Geral de Polícia (Departamento Policial); § 1.º - vetado.
c) Assistente Técnico de Polícia; § 2.º - vetado.
d) Delegado Regional de Polícia; § 3.º - Vetado.
e) Diretor de Divisão Policial;
f) Vetado; CAPÍTULO III
g) Vetado; Do Provimento de Cargos
h) Assistente de Planejamento e Controle Policial; SEÇÃO I
i) Vetado; Das Exigências para Provimento
j) Delegado de Polícia Substituto; Artigo 15 - No provimento dos cargos policiais civis, serão
l) Escrivão de Polícia Chefe II; exigidos os seguintes requisitos:
m) Investigador de Polícia Chefe II; I - Para o de Delegado Geral de Polícia, ser ocupante do car-
n) Escrivão de Polícia Chefe I; go de Delegado de Polícia de Classe Especial (vetado);
o) Investigador de Polícia Chefe I; II - Para os de Diretor Geral de Polícia, Assistente Técnico de
II - na Tabela II (SQC-II): Polícia e Delegado Regional de Polícia, ser ocupante do cargo de
a) Chefe de Seção (Telecomunicação Policial); Delegado de Polícia de Classe Especial;
b) Encarregado de Setor (Telecomunicação Policial); III - vetado;
c) Chefe de Seção (Pesquisador Dactiloscópico Policial); IV - vetado;
d) Encarregado de Setor (Pesquisador Dactiloscópico Poli- V - para os de Diretor de Divisão Policial: ser ocupante, no
cial) mínimo. do cargo de Delegado de Polícia de 1.ª Classe;
e) Encarregado de Setor (Carceragem); VI - para os de Assistente de Planejamento e Controle Poli-
f) Chefe de Seção (Dactiloscopista Policial); cial: ser ocupante, no mínimo, de cargo de Delegado de Polícia
g) Encarregado de Setor (Dactiloscopista Policial); de 2.ª Classe;
VII - para os de Escrivão de Polícia Chefe II: ser ocupante do
h) Perito Criminal Chefe; (NR) cargo de Escrivão de Polícia III;
i) Perito Criminal Encarregado. (NR) VIII - para os de Investigador de Polícia Chefe II: ser ocu-
- Alíneas “h” e “i” acrescentadas pela Lei Complementar n° pante do cargo de Investigador de Polícia III;
247, de 06/04/1981. IX - para os de Escrivão de Polícia Chefe I: ser ocupante do
III - na Tabela III (SQC-III) cargo de Escrivão de Polícia III ou II;
a) os das séries de classe de: X - para os de Investigador de Polícia Chefe I: ser ocupante
1. Delegado de Polícia; do cargo de Investigador de Polícia III ou II;
2. Escrivão de Polícia; XI - para os de Delegado de Polícia de 5.ª Classe; ser porta-
3. Investigador de Polícia; dor de Diploma de Bacharel em Direito;
b) os das seguintes classes: XII - para os de Delegado de Polícia de Classe Especial e de
1. Perito Criminal; 2.ª Classe: ser portador de certificado de curso específico minis-
2. Técnico em Telecomunicações Policial; trado pela Academia de Polícia de São Paulo;
3. Operador de Telecomunicações Policial; XII - Revogado.
4. Fotógrafo (Técnica Policial); - Inciso XII revogado pela Lei Complementar n° 238, de
5. Inspetor de Diversões Públicas; 27/06/1980.
6. Auxiliar de Necrópsia; XIII - para os de Escrivão de Polícia e Investigador dc Policia:
7. Pesquisador Dactiloscópico Policial; ser portador de certificado de conclusão de curso de segundo
8. Carcereiro; grau.
9. Dactiloscopista Policial; XIV - para os de Agente Policial: ser portador de certificado
10. Agente Policial; (NR) de conclusão de curso de segundo grau. (NR)
- Item 10 com redação dada pela Lei Complementar n.º 456, - Inciso XIV com redação dada pela Lei Complementar n°
de 12/5/1986. 858, de 02/09/1999.
11. Atendente de Necrotério Policial. - Parágrafo único acrescentado pela Lei Complementar n°
§ 1.º - Vetado. 238, de 27/06/1980.
§ 2.º - O provimento dos cargos de que trata o inciso II deste Parágrafo único - Revogado.
artigo far-se-á por transposição, na forma prevista no artigo 27 - Parágrafo único revogado pela Lei Complementar n° 503,
da Lei Complementar n.º 180, de 12 de maio de 1978. de 06/01/1987.
§ 3.º - Vetado.

CAPÍTULO II SEÇÃO II
Vetado Dos Concursos Públicos

23
LEGISLAÇÃO

Artigo 16 - O provimento mediante nomeação para cargos Artigo 21 - O candidato terá sua matricula cancelada e será
policiais civis, de caráter efetivo, será precedido de concurso pú- dispensado do curso de formação, nas hipóteses em que:
blico, realizado em 3 (três) fases eliminatórias e sucessivas: (NR) I - não atinja o minimo de frequência estabelecida para o
I - a de prova escrita ou, quando se tratar de provimento de curso;
cargos em relação aos quais a lei exija formação de nível univer- II - não revele aproveitamento no curso;
sitário, de prova escrita e títulos; (NR) III - não tenha conduta irrepreensível na vida pública ou
II - a de prova oral; (NR) privada.
III - a de freqüência e aproveitamento em curso de formação Parágrafo único - Os critérios para a apuração das condições
técnico-profissional na Academia de Polícia. (NR) constantes dos incisos II e III serão fixados em regulamento.
- Artigo 16 com redação dada pela Lei Complementar n° Artigo 22 - Homologado o concurso pelo Secretário da Segu-
268, de 25/11/1981. rança Pública, serão nomeados os candidatos aprovados, expe-
Artigo 17 - Os concursos públicos terão validade máxima de dindo-se lhes certificados dos quais constará a média final.
2 (dois) anos e reger-se-ão por instruções especiais que estabe- Artigo 23 - A nomeação obedecerá a ordem de classificação
lecerão, em função da natureza do cargo: no concurso.
I - tipo e conteúdo das provas e as categorias dos títulos;
II - a forma de julgamento das provas e dos títulos; SEÇÃO III
III - cursos de formação a que ficam sujeitos os candidatos Da Posse
classificados; Artigo 24 - Posse é o ato que investe o cidadão em cargo
IV - os critérios de habilitação e classificação final para fins público polícia civil.
de nomeação; Artigo 25 - São competentes para dar posse:
V - as condições para provimento do cargo, referentes a: I - O Secretário da Segurança Pública, ao Delegado Geral de
a) capacidade, física e mental; Polícia;
b) conduta na vida pública e privada e a forma de sua apu- II - O Delegado Geral de Polícia, aos Delegados de Polícia;
ração; III - O Diretor do Departamento de Administração da Polícia
c) diplomas e certificados. Civil, nos demais casos.
Artigo 18 - São requisitos para a inscrição nos concursos: Artigo 26 - A autoridade que der posse deverá verificar, sob
I - ser brasileiro; pena de responsabilidade, se foram satisfeitas as condições es-
II - ter no mínimo 18 (dezoito) anos, e no máximo 45 tabelecidas em lei ou regulamento para a investidura no cargo
(quarenta e cinco) anos incompletos, à data do encerramento policial civil.
das inscrições; Artigo 27 - A posse verificar-se-á mediante assinatura de
III - não registrar antecedentes criminais; termo em livro próprio, assinado pelo empossado e pela autor-
IV - estar em gozo dos direitos políticos; idade competente, após o policial civil prestar solenemente o
V - estar quite com o serviço militar; respectivo compromisso, cujo teor será definido pelo Secretário
VI - Revogado. da Segurança Pública.
- Inciso VI revogado pela Lei Complementar n° 538, de Artigo 28 - A posse deverá verificar-se no prazo de 15 (quinze)
26/05/1988. dias, contados da publicação do ato de provimento, no órgão oficial.
Parágrafo único - Para efeito de inscrição, ficam dispensa- § 1.º - O prazo fixado neste artigo poderá ser prorrogado
dos do limite de idade, a que se refere o inciso II, os ocupantes por mais 15 (quinze) dias, a requerimento do interessado.
de cargos policiais civis. (NR) § 2.º - Se a posse não se der dentro do prazo será tornado
- Parágrafo único com redação dada pela Lei Complementar sem efeito o ato de provimento.
n° 350, de 25/06/1984. Artigo 29 - A contagem do prazo a que se refere o artigo
Artigo 19 - Observada a ordem de classificação pela média anterior poderá ser suspensa até o máximo de 120 (cento e
aritmética das notas obtidas nas provas escrita e oral (incisos I vinte) dias, a critério do órgão médico encarregado da inspeção
e II do artigo 16), os candidatos, em número equivalente ao de respectiva, sempre que este estabelecer exigência para a expe-
cargos vagos, serão matriculados no curso de formação técni- dição de certificado de sanidade.
co-profissional específico. (NR) Parágrafo único - O prazo a que se refere este artigo
- Artigo 19 com redação dada pela Lei Complementar n° recomeçara a fluir sempre que o candidato, sem motivo justifi-
268, de 25/11/1981. cado, deixar de cumprir as exigências do órgão médico.
Artigo 20 - Os candidatos a que se refere o artigo anteri-
or serão admitidos, pelo Secretário da Segurança Pública, em SEÇÃO IV
caráter experimental e transitório para a formação técni- Do Exercício
co-profissional. Artigo 30 - O exercício terá início dentro de 15 (quinze) dias,
§ 1.º - A admissão de que trata este artigo far-se-á com contados
retribuição equivalente a do vencimento e demais vantagens do I - da data da posse,
cargo vago a que se candidatar o concursando. II - da data da publicação do ato no caso de remoção.
§ 2.º - Sendo funcionário ou servidor, o candidato matric- Parágrafo 1.º - Quando o acesso, remoção ou transposição
ulado ficara afastado do seu cargo ou função-atividade, até o não importar mudança de município, deverá o policial civil en-
término do concurso junto à Academia de Polícia de São Pau- trar em exercício no prazo de 5 (cinco) dias.
lo, sem prejuízo do vencimento ou salário e demais vantagens, Parágrafo 2.º - No interesse do serviço policial o Delegado
contando-se-lhe o tempo de serviço para todos os efeitos legais. Geral de Polícia poderá determinar que os policiais civis assum-
§ 3.º - É facultado ao funcionário ou servidor, afastado nos am imediatamente o exercício do cargo.
termos do parágrafo anterior, optar pela retribuição prevista no
§ 1.º.

24
LEGISLAÇÃO

Artigo 31 - Nenhum policial civil poderá ter exercício em Artigo 41 - Aos cargos policiais civis aplicam-se os valores
serviçou ou unidade diversa daquela para o qual foi designado, dos grau das referências numéricas fixados na Tabela I da escala
salvo autorização do Delegado Geral de Polícia. de vencimentos do funcionalismo público civil do Estado.
Artigo 32 - O Delegado de Polícia só poderá chefiar unidade - Vide Lei Complementar n° 219, de 10/07/1979.
ou serviço de categoria correspondente à sua classe, ou, em Artigo 42 - O enquadramento das classes na escala de venci-
caso excepcional, à classe imediatamente superior. mentos bem como a amplitude de vencimentos, e a velocidade
Artigo 33 - Quando em exercício em unidade ou serviço de evolutiva correspondente, cada classe policial, são estabeleci-
categoria superior, nos termos deste artigo, terá o Delegado de dos na conformidade do Anexo que faz parte Integrante desta
Polícia direito à percepção da diferença entre os vencimentos do lei complementar.
seu cargo e os do cargo de classe imediatamente superior. - Vide Lei Complementar n° 219, de 10/07/1979.
Parágrafo único - Na hipótese deste artigo aplicam-se as dis- - Vide Lei Complementar nº 247, de 06/04/1981.
posições do artigo 195 da Lei Complementar n. 180, de 12 de
maio de 1978. SEÇÃO II
Das Vantagens de Ordem Pecuniária
SUBSEÇÃO I
SEÇÃO V Das Disposições Gerais
Da reversão “Ex Offício” Artigo 43 - Além do valor do padrão do cargo e sem prejuízo
Artigo 34 - Reversão “ex offício” é o ato pelo qual o apo- das vantagens previstas na Lei n.º 10.261, de 28 de outubro de
sentado reingressa no serviço policial quando insubsistentes as 1978, e demais legislação pertinente, o policial civil fará jus as
razões que determinaram a aposentadoria por invalidez. seguintes vantagens pecuniárias.
Parágrafo 1.º - A reversão só poderá efetivar-se quando, I - gratificação por regime especial de trabalho policial;
em inspeção médica, ficar comprovada à capacidade para o ex- II - ajuda de custo, em caso de remoção.
ercício do cargo.
Parágrafo 2.º - Será tornada sem efeito a reversão “ex SUBSEÇÃO II
Da Gratificação pelo Regime Especial de Trabalho Policial
offício” e cassada a aposentadoria do policial civil que reverter e
não tomar posse ou não entrar em exercício injustificadamente,
Artigo 44 - O exercício dos cargos policiais civis dar-se-á,
dentro do prazo legal.
necessariamente, em Regime Especial de Trabalho Policial -
Artigo 35 - A reversão far-se-á no mesmo cargo.
RETP, o qual é caracterizado: (NR)
I - pela prestação de serviços em condições precárias de se-
gurança, cumprimento de horário irregular, sujeito a plantões
CAPÍTULO IV
noturnos e a chamadas a qualquer hora; (NR)
Da Remoção
II - pela proibição do exercício de atividade remunerada, ex-
Artigo 36 - O Delegado de Polícia só poderá ser removido, de
ceto aquelas: (NR)
um para o outro município (vetado): a) relativas ao ensino e à difusão cultural; (NR)
I - a pedido; b) decorrentes de convênio firmado entre Estado e municí-
II - por permuta; pios ou com associações e entidades privadas para gestão asso-
III - com seu assentimento, após consulta. ciada de serviços públicos, cuja execução possa ser atribuída à
IV - no interesse do serviço policial, com a aprovação de dois Polícia Civil; (NR)
terça do Conselho da Polícia Civil (vetado). III - pelo risco de o policial tornar-se vítima de crime no ex-
Artigo 37 - A remoção dos integrantes das demais séries de ercício ou em razão de suas atribuições. (NR)
classe e cargos policiais civis, de uma para outra unidade poli- § 1º - O exercício, pelo policial civil, de atividades decorrentes
cial, será processada: do convênio a que se refere a alínea “b” do inciso II deste artigo
I - a pedido; dependerá: (NR)
II - por permuta; 1 - de inscrição voluntária do interessado, revestindo-se de
III - no interesse do serviço policial. obrigatoriedade depois de publicadas as respectivas escalas; (NR)
Artigo 38 - A remoção só poderá ser feita, respeitada a 2 - de estrita observância, nas escalas, do direito ao descanso
lotação cada unidade policial. mínimo previsto na legislação em vigor. (NR)
Artigo 39 - O policial civil não poderá, ser removido no inter- § 2º - À sujeição ao regime de que trata este artigo corre-
esse serviço, para município diverso do de sua sede de exercício, sponde gratificação que se incorpora aos vencimentos para to-
no período de 6 (seis meses antes e até 3 (três) meses após a dos os efeitos legais. (NR);
data das eleições. - Artigo 44 com redação dada pela Lei Complementar n°
Parágrafo único - Esta proibição vigorará no caso de eleições 1.249, de 03/07/2014.
federal estaduais ou municipais, isolada ou simultaneamente re- Artigo 45 - Pela sujeição ao regime de que trata o artigo
alizadas. anterior, os titulares de cargos policiais civis fazem jus a grati-
Artigo 40 - É preferencial, na união de cônjuges, a sede de ficação calculada sobre o respectivo padrão de vencimento, na
exercício do policial civil, quando este for cabeça do casal. seguinte conformidade: (NR)
I - de 140% (cento e quarenta por cento), os titulares de car-
CAPÍTULO V gos da série de classes de Delegado de Polícia, bem como titular
Do Vencimento e Outras Vantagens de Ordem Pecuniária do cargo de Delegado Geral de Polícia; (NR)
SEÇÃO I II - de 200% (duzentos por cento), os titulares de cargos das
Do Vencimento demais classes policiais civis. (NR)

25
LEGISLAÇÃO

- Artigo 45 com redação dada pela Lei Complementar n° § 2º - No caso de ficar comprovado, por meio de compe-
491, de 23/12/1986. tente apuração que o óbito do policial civil decorreu de lesões
recebidas no exercício de suas funções ou doenças delas decor-
SUBSEÇÃO III rentes, o benefício será acrescido do valor correspondente a
Da Ajuda de Custo em Caso de Remoção mais 1 (um) mês da respectiva remuneração, cujo pagamento
será efetivado mediante apresentação de alvará judicial. (NR)
Artigo 46 - Ao policial civil removido no interesse do serviço § 3º - O pagamento do benefício previsto neste artigo, caso
policial de um para outro município, será concedida ajuda de as despesas tenham sido custeadas por terceiros, em virtude da
custo correspondente a um mês de vencimento. contratação de planos funerários, somente será efetivado medi-
§ 1.º - A ajuda de custo será paga à vista da publicação do ante apresentação de alvará judicial. (NR)
ato de remoção no Diário Oficial. - Artigo 51 com redação dada pela Lei Complementar n°
§ 2.º - A ajuda de custo de que trata este decreto não será 1.123, de 01/07/2010.
devida. quando a remoção se processar a pedido ou por permu- Artigo 52 - O policial civil que sofrer lesões no exercício de
ta. suas funções deverá ser encaminhado a qualquer hospital, pú-
blico ou particular às expensas do Estado.
SEÇÃO III Artigo 53 - Ao policial civil processado por ato praticado no
Das Outras Concessões desempenho de função policial, será prestada assistência ju-
diciária na forma que dispuser o regulamento.
Artigo 47 - Ao policial civil licenciado para tratamento de Artigo 54 - Vetado.
saúde, em razão de moléstia profissional ou lesão recebida em Parágrafo único - Vetado.
serviço, será concedido transporte por conta do Estado para in-
stituição onde deva ser atendido. CAPÍTULO VI
Artigo 48 - A família do policial civil que falecer fora da sede Do Direito de Petição
de exercício e dentro do território nacional no desempenho de
serviço, será concedido transporte para, no máximo, 3 (três) Artigo 55 - É assegurado a qualquer pessoa, física ou jurídi-
pessoas do local de domicílio ao do óbito (ida e volta). ca, independentemente de pagamento, o direito de petição con-
Artigo 49 - O Secretário da Segurança Pública, por proposta tra ilegalidade ou abuso de poder e para defesa de direitos. (NR)
do Delegado Geral de Polícia, ouvido o Conselho da Polícia Civil, Parágrafo único - Em nenhuma hipótese, a Administração
poderá conceder honrarias ou prêmios aos policiais autores de poderá recusar-se a protocolar, encaminhar ou apreciar a pe-
trabalhos de relevante interesse policial ou por atos de bravura, tição, sob pena de responsabilidade do agente. (NR)
na forma em que for regulamentado. - Artigo 55 com redação dada pela Lei Complementar n°
Artigo 50 - O policial civil que ficar inválido ou que vier a fa- 922, de 02/07/2002.
lecer em conseqüência de lesões recebidas ou de doenças con- Artigo 56 - Qualquer pessoa poderá reclamar sobre abuso,
traídas em razão do serviço será promovido à classe imediata- erro, omissão ou conduta incompatível no serviço policial. (NR)
mente superior. (NR) - Artigo 56 com redação dada pela Lei Complementar n°
§ 1º - Se o policial civil estiver enquadrado na última classe 922, de 02/07/2002.
da carreira, ser-lhe-á atribuída a diferença entre o valor do pa- Artigo 57 - Ao policial civil é assegurado o direito de requer-
drão de vencimento do seu cargo e o da classe imediatamente er ou representar, bem como, nos termos desta lei complemen-
inferior. (NR) tar, pedir reconsideração e recorrer de decisões. (NR)
§ 2º - A concessão do benefício será precedida da compe- - Artigo 57 com redação dada pela Lei Complementar n°
tente apuração, retroagindo seus efeitos à data da invalidez ou 922, de 02/07/2002.
da morte. (NR)
§ 3º - O policial inválido nos termos deste artigo será apo- CAPÍTULO VII
sentado com proventos decorrentes da promoção, observado o Do Elogio
disposto no parágrafo anterior. (NR)
§ 4º - Aos beneficiários do policial civil falecido nos termos Artigo 58 - Entende-se por elogio, para os fins desta lei, a
deste artigo será deferida pensão mensal correspondente aos menção nominal ou coletiva que deva constar dos assentamen-
vencimentos integrais, observado o disposto nos parágrafos an- tos funcionais do policial civil por atos meritórios que haja prat-
teriores. (NR) icado.
- Artigo 50 com redação dada Lei Complementar n° 765, de Artigo 59 - O elogio destina-se a ressaltar:
12/12/1994. I - morte, invalidez ou lesão corporal de natureza grave, no
Artigo 51 - Ao cônjuge, companheiro ou companheira ou, na cumprimento do dever;
falta destes, à pessoa que provar ter feito despesas em virtude II - ato que traduza dedicação excepcional no cumprimento
do falecimento do policial civil, ativo ou inativo, será concedido do dever, transcendendo ao que e normalmente exigível do poli-
auxílio-funeral, a título de benefício assistencial, de valor corre- cial civil por disposição legal ou regulamentar e que importe ou
spondente a 1 (um) mês da respectiva remuneração. (NR) possa importar risco da própria segurança pessoal;
§ 1º - O pagamento será efetuado pelo órgão competente, III - execução de serviços que, pela sua relevância e pelo que
mediante apresentação de atestado de óbito pelas pessoas indi- representam para a instituição ou para a coletividade, mereçam
cadas no “caput” deste artigo, ou procurador legalmente habili- ser enaltecidos como reconhecimento pela atividade desempen-
tado, feita a prova de identidade. (NR) hada.
Artigo 60 - Não constitui motivo para elogio o cumprimento
dos deveres impostos ao policial civil.

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LEGISLAÇÃO

Artigo 61 - São competentes para determinar a inscrição de III - descumprir ordem superior salvo quando manifes-
elogios nos assentamentos do policial o Secretário da Segurança tamente ilegal, representando neste caso; IV - não tomar as
e o Delegado Geral de Polícia, ouvido, no caso deste, o Conselho providências necessárias ou deixar de comunicar, imediata-
da Polícia Civil. mente, à autoridade competente, faltas ou irregularidades de
Parágrafo único - Os elogios nos casos dos incisos II e III do que tenha conhecimento;
artigo 59 serão obrigatoriamente considerados para efeito de V - deixar de oficiar tempestivamente nos expedientes que
avaliação de desempenho. lhe forem encaminhados;
VI - negligenciar na execução de ordem legítima;
CAPÍTULO VIII VII - interceder maliciosamente em favor de parte;
Dos Deveres, das Transgressões Disciplinares e das Re- VIII - simular doença para esquivar-se ao cumprimento de
sponsabilidades obrigação;
SEÇÃO I IX - faltar, chegar atrasado ou abandonar escala de serviço
Dos Deveres ou plantões, ou deixar de comunicar, com antecedência, à au-
toridade a que estiver subordinado, a impossibilidade de com-
Artigo 62 - São deveres do policial civil: parecer à repartição, salvo por motivo justo;
I - ser assíduo e pontual; X - permutar horário de serviço ou execução de tarefa sem
II - ser leal as instituições; expressa permissão da autoridade competente;
III - cumprir as normas legais e regulamentares; XI - usar vestuário incompatível com o decoro da função;
IV - zelar pela economia e conservação dos bens do Estado, XII - descurar de sua aparência física ou do asseio;
especialmente daqueles cuja guarda ou utilização lhe for confi- XIII - apresentar-se ao trabalho alcoolizado ou sob efeito de
ada; substância que determine dependência física ou psíquica;
V - desempenhar com zelo e presteza as missões que lhe XIV - lançar intencionalmente, em registros oficiais, papeis
forem contidas, usando moderadamente de força ou outro meio ou quaisquer expedientes, dados errôneos, incompletos ou que
adequado de que dispõe, para esse fim; possam induzir a erro, bem como inserir neles anotações indev-
VI - informar incontinente toda e qualquer alteração de en- idas;
dereço da residência e número de telefone, se houver; XV - faltar, salvo motivo relevante a ser comunicado por
VII - prestar informações corretas ou encaminhar o solicit- escrito no primeiro dia em que comparecer à sua sede de ex-
ante a quem possa prestá-las; ercício, a ato processual, judiciário ou administrativo, do qual
VIII - comunicar o endereço onde possa ser encontrado, tenha sido previamente cientificado;
quando dos afastamentos regulamentares; XVI - utilizar, para fins particulares, qualquer que seja o pre-
IX - proceder na vida pública e particular de modo a dignific- texto, material pertencente ao Estado;
ar a função policial; XVII - interferir indevidamente em assunto de natureza poli-
X - residir na sede do município onde exerça o cargo ou cial, que não seja de sua competência;
função, ou onde autorizado; XVIII - fazer uso indevido de bens ou valores que lhe cheg-
XI - frequentar, com assiduidade, para fins de aperfeiçoa- uem as mãos, em decorrência da função, ou não entregá-los,
mento e atualização de conhecimentos profissionais, cursos in- com a brevidade possível, a quem de direito;
stituídos periodicamente pela Academia de Polícia; XIX - exibir, desnecessariamente, arma, distintivo ou alge-
XII - portar a carteira funcional; ma;
XIII - promover as comemorações do «Dia da Policia» a 21 XX - deixar de ostentar distintivo quando exigido para o
de abril, ou delas participar, exaltando o vulto de Joaquim José serviço;
da Silva Xavier, o Tiradentes, Patrono da Polícia; XXI - deixar de identificar-se, quando solicitado ou quando
XIV - ser leal para com os companheiros de trabalho e com as circunstâncias o exigirem;
eles cooperar e manter espirito de solidariedade; XXII - divulgar ou propiciar a divulgação, sem autorização da
XV - estar em dia com as normas de interesse policial; autoridade competente, através da imprensa escrita, falada ou
XVI - divulgar para conhecimento dos subordinados as nor- televisada, de fato ocorrido na repartição.
mas referidas no inciso anterior; XXIII - promover manifestações contra atos da administração
XVII - manter discrição sobre os assuntos da repartição e, ou movimentos de apreço ou desapreço a qualquer autoridade;
especialmente, sobre despachos, decisões e providências. XXIV - referir-se de modo depreciativo às autoridades e a
atos da administração pública, qualquer que seja o meio empre-
SEÇÃO II gado para esse fim;
Das Transgressões Disciplinares XXV - retirar, sem prévia autorização da autoridade compe-
tente, qualquer objeto ou documentos da repartição;
Artigo 63 - São transgressões disciplinares: XXVI - tecer comentários que possam gerar descrédito da
I - manter relações de amizade ou exibir-se em público com instituição policial;
pessoas de notórios e desabonadores antecedentes criminais, XXVII - valer-se do cargo com o fim, ostensivo ou velado, de
salvo por motivo de serviço; obter proveito de qualquer natureza para si ou para terceiros;
II - constituir-se procurador de partes ou servir de inter- XXVIII - deixar de reassumir exercício sem motivo justo, ao
mediário, perante qualquer repartição pública, salvo quando se final dos afastamentos regulares ou, ainda depois de saber que
tratar de interesse de cônjuge ou parente até segundo grau; qualquer deste foi interrompido por ordem superior;
XXIX - atribuir-se qualidade funcional diversa do cargo ou
função que exerce;

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LEGISLAÇÃO

XXX - fazer uso indevido de documento funcional, arma, al-


gema ou bens da repartição ou cedê-los a terceiro; Artigo 65 - O policial responde civil, penal e administrativa-
XXXI - maltratar ou permitir maltrato físico ou moral a preso mente pelo exercício irregular de suas atribuições, ficando sujei-
sob sua guarda; to, cumulativamente, às respectivas cominações.
XXXII - negligenciar na revista a preso;
XXXIII - desrespeitar ou procrastinar o cumprimento de de- § 1º - A responsabilidade administrativa é independente da
cisão ou ordem judicial; civil e da criminal. (NR)
XXXIV - tratar o superior hierárquico, subordinado ou colega § 2º - Será reintegrado ao serviço público, no cargo que ocu-
sem o devido respeito ou deferência; pava e com todos os direitos e vantagens devidas, o servidor ab-
XXXV - faltar à verdade no exercício de suas funções; solvido pela Justiça, mediante simples comprovação do trânsito
XXXVI - deixar de comunicar incontinente à autoridade com- em julgado de decisão que negue a existência de sua autoria ou
petente informação que tiver sobre perturbação da ordem pú- do fato que deu origem à sua demissão. (NR)
blica ou qualquer fato que exija intervenção policial; § 3º - O processo administrativo só poderá ser sobrestado
XXXVII - dificultar ou deixar de encaminhar expediente à au- para aguardar decisão judicial por despacho motivado da autor-
toridade competente, se não estiver na sua alçada resolvê-lo; idade competente para aplicar a pena. (NR)
XXXVIII - concorrer para o não cumprimento ou retardamen- - §§1º ao §3º acrescentados pela Lei Complementar n° 922,
to de ordem de autoridade competente; de 02/07/2002.
XXXIX - deixar, sem justa causa, de submeter-se a inspeção Artigo 66 - A responsabilidade civil decorre de procedimen-
médica determinada por lei ou pela autoridade competente; to doloso ou culposo, que importe prejuízo à Fazenda Pública ou
XL - deixar de concluir nos prazos legais, sem motivo justo, a terceiros.
procedimento de polícia judiciária, administrativos ou disciplin- Parágrafo único - A importância da indenização será descon-
ares; tada dos vencimentos e vantagens e o desconto não excederá à
XLI - cobrar taxas ou emolumentos não previstos em lei; décima parte do valor destes.
XLII - expedir identidade funcional ou qualquer tipo de cre-
dencial a quem não exerça cargo ou função policial civil;
XLIII - deixar de encaminhar ao órgão competente, para
tratamento ou inspeção médica, subordinado que apresentar
sintomas de intoxicação habitual por álcool, entorpecente ou
outra substância que determine dependência física ou psíquica, CAPÍTULO IX
ou de comunicar tal fato, se incompetente, à autoridade que o Das Penalidades, da Extinção da Punibilidade das
for; Providências Preliminares (NR)
XLIV - dirigir viatura policial com imprudência, imperícia, - Capítulo IX com redação dada pela Lei Complementar n°
negligência ou sem habilitação; 922, de 02/07/2002.
XLV - manter transação ou relacionamento indevido com SEÇÃO I
preso, pessoa em custódia ou respectivos familiares;
XLVI - criar animosidade, velada ou ostensivamente, entre Artigo 67 - São penas disciplinares principais:
subalternos e superiores ou entre colegas, ou indispô-los de I - advertência;
qualquer forma; II - repreensão;
XLVII - atribuir ou permitir que se atribua a pessoa estranha III - multa;
à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de IV - suspensão;
encargos policiais; V - demissão;
XLVIII - praticar a usura em qualquer de suas formas; VI - demissão a bem do serviço público;
XLIX - praticar ato definido em lei como abuso de poder; VII - cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
L - aceitar representação de Estado estrangeiro, sem autor- Artigo 68 - Constitui pena disciplinar a remoção compulsória,
ização do Presidente da República; que poderá ser aplicada cumulativamente com as penas previs-
LI - tratar de interesses particulares na repartição; tas nos incisos II, III e IV do artigo anterior quando em razão da
LII - exercer comércio entre colegas, promover ou sub- falta cometida houver conveniência nesse afastamento para o
screver listas de donativos dentro da repartição; serviço policial.
LIII - exercer comércio ou participar de sociedade comercial Parágrafo único - Quando se tratar de Delegado de Polícia,
salvo como acionista, cotista ou comanditário; para a aplicação da pena prevista neste artigo deverá ser obser-
LIV - exercer, mesmo nas horas de folga, qualquer outro em- vado o disposto no artigo 36, inciso IV.
prego ou função, exceto atividade relativa ao ensino e à difusão Artigo 69 - Na aplicação das penas disciplinares serão con-
cultural, quando compatível com a atividade policial; siderados a natureza, a gravidade, os motivos determinantes e
LV - exercer pressão ou influir junto a subordinado para a repercussão da infração, os danos causados, a personalidade
forçar determinada solução ou resultado. e os antecedentes do agente, a intensidade do dolo ou o grau
Artigo 64 - É vedado ao policial civil trabalhar sob as ordens de culpa.
imediatas de parentes, até segundo grau, salvo quando se tratar Artigo 70 - Para a aplicação das penas previstas no artigo 67
de função de confiança e livre escolha, não podendo exceder de são competentes: (NR)
2 (dois) o número de auxiliares nestas condições. I - o Governador; (NR)
II - o Secretário da Segurança Pública; (NR)
SEÇÃO III III - o Delegado Geral de Polícia, até a de suspensão; (NR)
Das responsabilidades

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LEGISLAÇÃO

IV - o Delegado de Polícia Diretor da Corregedoria, até a de IV - praticar ofensas físicas contra funcionários, servidores
suspensão limitada a 60 (sessenta) dias; (NR) ou particulares, salvo em legitíma defesa;
V - os Delegados de Polícia Corregedores Auxiliares, até a de V - causar lesão dolosa ao patrimônio ou aos cofres públicos;
repreensão. (NR) VI - exigir, receber ou solicitar vantagem indevida, diret-
§ 1º - Compete exclusivamente ao Governador do Estado, amente ou por intermédio de outrem, ainda que fora de suas
a aplicação das penas de demissão, demissão a bem do serviço funções, mas em razão destas;
público e cassação de aposentadoria ou disponibilidade a Dele- VII - provocar movimento de paralisação total ou parcial do
gado de Polícia. (NR) serviço policial ou outro qualquer serviço, ou dele participar;
§ 2º - Compete às autoridades enumeradas neste artigo, até VIII - pedir ou aceitar empréstimo de dinheiro ou valor de
o inciso III, inclusive, a aplicação de pena a Delegado de Polícia. pessoas que tratem de interesses ou os tenham na repartição,
(NR) ou estejam sujeitos à sua fiscalização;
§ 3º - Para o exercício da competência prevista nos incisos I IX - exercer advocacia administrativa.
e II será ouvido o órgão de consultoria jurídica. (NR) X - praticar ato definido como crime hediondo, tortura, tráf-
§ 4º - Para a aplicação da pena prevista no artigo 68 é com- ico ilícito de entorpecentes e drogas afins e terrorismo; (NR)
petente o Delegado Geral de Polícia. (NR) XI - praticar ato definido como crime contra o Sistema Fi-
- Artigo 70 com redação dada pela Lei Complementar n° nanceiro, ou de lavagem ou ocultação de bens, direitos ou va-
922, de 02/07/2002. lores; (NR)
Artigo 71 - A pena de advertência será aplicada verbal- XII - praticar ato definido em lei como de improbidade. (NR)
mente, no caso de falta de cumprimento dos deveres, ao infra- - Incisos X a XII acrescentados pela Lei Complementar n°
tor primário. 922, de 02/07/2002.
Parágrafo único - A pena de advertência não acarreta perda Artigo 76 - O ato que cominar pena ao policial civil mencion-
de vencimentos ou de qualquer vantagem de ordem funcional, ará, sempre, a disposição legal em que se fundamenta.
mas contará pontos negativos na avaliação de desempenho. § 1.º - Desse ato será dado conhecimento ao órgão do pes-
Artigo 72 - A pena de repreensão será aplicada por escrito, soal, para registro e publicidade, no prazo de 8 (oito) dias, desde
no caso de transgressão disciplinar, sendo o infrator primário e que não se tenha revestido de reserva.
na reincidência de falta de cumprimento dos deveres. § 2.º - As penas previstas nos incisos I a IV do artigo 67,
Parágrafo único - A pena de repreensão poderá ser transfor- quando aplicadas aos integrantes da carreira de Delegado de
mada em advertência, aplicada por escrito e sem publicidade. Polícia, revestir-se-ão sempre de reserva.
Artigo 73 - A pena de suspensão, que não excederá de 90 Artigo 77 - Será aplicada a pena de cassação de aposentado-
(noventa) dias, será aplicada nos casos de: ria ou disponibilidade, se ficar provado que o inativo:
I - descumprimento dos deveres e transgressão disciplinar, I - praticou, quando em atividade, falta para a qual é com-
ocorrendo dolo ou má fé; inada nesta lei a pena de demissão ou de demissão a bem do
II - reincidência em falta já punida com repreensão. serviço público;
Parágrafo 1.º - O policial suspenso perderá, durante o perío- II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
do da suspensão, todos os direitos e vantagens decorrentes do III - aceitou representação de Estado estrangeiro sem previa
exercício do cargo. autorização do Presidente da República.
Parágrafo 2.º - A autoridade que aplicar a pena de sus- Artigo 78 - Constitui motivo de exclusão de falta disciplinar a
pensão poderá convertê-la em multa, na base de 50% (cinquen- não exigibilidade de outra conduta do policial civil.
ta por cento), por dia, do vencimento e demais vantagens, sendo Artigo 79 - Independe do resultado de eventual ação penal a
o policial, neste caso, obrigado a permanecer em serviço. aplicação das penas disciplinares previstas neste Estatuto.
Artigo 74 - Será aplicada a pena de demissão nos casos de:
I - abandono de cargo; SEÇÃO II
II - procedimento irregular, de natureza grave; Da Extinção da Punibilidade
III - ineficiência intencional e reiterada no serviço;
IV - aplicação indevida de dinheiros públicos; Artigo 80 - Extingue-se a punibilidade pela prescrição: (NR)
V - insubordinação grave. I - da falta sujeita à pena de advertência, repreensão, multa
VI - ausência ao serviço, sem causa justificável, por mais de ou suspensão, em 2 (dois) anos; (NR)
45 (quarenta e cinco) dias, interpoladamente, durante um ano. II - da falta sujeita à pena de demissão, demissão a bem do
(NR) serviço público e de cassação da aposentadoria ou disponibili-
- Inciso VI acrescentado pela Lei Complementar n° 922, de dade, em 5 (cinco) anos; (NR)
02/07/2002. III - da falta prevista em lei como infração penal, no prazo
Artigo 75 - Será aplicada a pena de demissão a bem do de prescrição em abstrato da pena criminal, se for superior a 5
serviço público, nos casos de: (cinco) anos. (NR)
I - conduzir-se com incontinência pública e escandalosa e § 1º - A prescrição começa a correr: (NR)
praticar Jogos proibidos; 1 - do dia em que a falta for cometida; (NR)
II - praticar ato definido como crime contra a Administração 2 - do dia em que tenha cessado a continuação ou a per-
Pública, a Fé Pública e a Fazenda Pública ou previsto na Lei de manência, nas faltas continuadas ou permanentes. (NR)
Segurança Nacional; § 2º - Interrompe a prescrição a portaria que instaura
III - revelar dolosamente segredos de que tenha conheci- sindicância e a que instaura processo administrativo. (NR)
mento em razão do cargo ou função, com prejuízo para o Estado § 3º - O lapso prescricional corresponde: (NR)
ou particulares; 1 - na hipótese de desclassificação da infração, ao da pena
efetivamente aplicada; (NR)

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LEGISLAÇÃO

2 - na hipótese de mitigação ou atenuação, ao da pena em Artigo 86 - Determinada a instauração de sindicância ou


tese cabível. (NR) processo administrativo, ou no seu curso, havendo conveniên-
§ 4º - A prescrição não corre: (NR) cia para a instrução ou para o serviço policial, poderá o Dele-
1 - enquanto sobrestado o processo administrativo para gado Geral de Polícia, por despacho fundamentado, ordenar as
aguardar decisão judicial, na forma do § 3º do artigo 65; (NR) seguintes providências: (NR)
2 - enquanto insubsistente o vínculo funcional que venha a I - afastamento preventivo do policial civil, quando o
ser restabelecido. (NR) recomendar a moralidade administrativa ou a repercussão do
§ 5º - A decisão que reconhecer a existência de prescrição fato, sem prejuízo de vencimentos ou vantagens, até 180 (cento
deverá determinar, desde logo, as providências necessárias à e oitenta) dias, prorrogáveis uma única vez por igual período;
apuração da responsabilidade pela sua ocorrência. (NR) (NR)
- Artigo 80 com redação dada pela Lei Complementar n° II - designação do policial acusado para o exercício de ativi-
922, de 02/07/2002. dades exclusivamente burocráticas até decisão final do proced-
Artigo 81 - Extingue-se, ainda, a punibilidade: imento; (NR)
I - Pela morte do agente; III - recolhimento de carteira funcional, distintivo, armas e
II - Pela anistia administrativa; algemas; (NR)
III - Pela retroatividade da lei que não considere o fato como IV - proibição do porte de armas; (NR)
falta V - comparecimento obrigatório, em periodicidade a ser es-
Artigo 82 - O policial civil que, sem justa causa, deixar de at- tabelecida, para tomar ciência dos atos do procedimento. (NR)
ender a qualquer exigência para cujo cumprimento seja marca- § 1º - O Delegado de Polícia Diretor da Corregedoria, ou
do prazo certo, terá suspenso o pagamento de seu vencimento qualquer autoridade que determinar a instauração ou presidir
ou remuneração até que satisfaça essa exigência.
sindicância ou processo administrativo, poderá representar ao
Parágrafo único - Aplica-se aos aposentados ou em disponi-
Delegado Geral de Polícia para propor a aplicação das medidas
bilidade o disposto neste artigo.
previstas neste artigo, bem como sua cessação ou alteração.
Artigo 83 - Deverão constar do assentamento individual do
(NR)
policial civil as penas que lhe forem impostas.
§ 2º - O Delegado Geral de Polícia poderá, a qualquer mo-
mento, por despacho fundamentado, fazer cessar ou alterar as
medidas previstas neste artigo. (NR)
§ 3º - O período de afastamento preventivo computa- se
SEÇÃO III como de efetivo exercício, não sendo descontado da pena de
Das Providências Preliminares (NR) suspensão eventualmente aplicada. (NR)
- Seção III com redação dada pela Lei Complementar n° - Artigo 86 com redação dada pela Lei Complementar n°
922, de 02/07/2002. 922, de 02/07/2002.

Artigo 84 - A autoridade policial que, por qualquer meio, CAPÍTULO X


tiver conhecimento de irregularidade praticada por policial civ- Do Procedimento Disciplinar (NR)
il, comunicará imediatamente o fato ao órgão corregedor, sem - Capítulo X com redação dada pela Lei Complementar n°
prejuízo das medidas urgentes que o caso exigir. (NR) 922, de 02/07/2002.
Parágrafo único - Ao instaurar procedimento administrati- SEÇÃO I
vo ou de polícia judiciária contra policial civil, a autoridade que Das Disposições Gerais
o presidir comunicará o fato ao Delegado de Polícia Diretor da
Corregedoria. (NR) Artigo 87 - A apuração das infrações será feita mediante
- Artigo 84 com redação dada pela Lei Complementar n° sindicância ou processo administrativo, assegurados o contra-
922, de 02/07/2002. ditório e a ampla defesa. (NR).
Artigo 85 - A autoridade corregedora realizará apuração - Artigo 87 com redação dada pela Lei Complementar n°
preliminar, de natureza simplesmente investigativa, quando a 922, de 02/07/2002.
infração não estiver suficientemente caracterizada ou definida Artigo 88 - Será instaurada sindicância quando a falta dis-
autoria. (NR) ciplinar, por sua natureza, possa determinar as penas de ad-
§ 1º - O início da apuração será comunicado ao Delegado de vertência, repreensão, multa e suspensão. (NR)
Polícia Diretor da Corregedoria, devendo ser concluída e a este
- Artigo 88 com redação dada pela Lei Complementar n°
encaminhada no prazo de 30 (trinta) dias. (NR)
922, de 02/07/2002.
§ 2º - Não concluída no prazo a apuração, a autoridade de-
Artigo 89 - Será obrigatório o processo administrativo quan-
verá imediatamente encaminhar ao Delegado de Polícia Diretor
do a falta disciplinar, por sua natureza, possa determinar a pena
da Corregedoria relatório das diligências realizadas e definir o
tempo necessário para o término dos trabalhos. (NR) de demissão, demissão a bem do serviço público, cassação de
§ 3º - Ao concluir a apuração preliminar, a autoridade de- aposentadoria ou disponibilidade. (NR)
verá opinar fundamentadamente pelo arquivamento ou pela in- § 1º - Não será instaurado processo para apurar abandono
stauração de sindicância ou processo administrativo. (NR) de cargo, se o servidor tiver pedido exoneração. (NR)
- Artigo 85 com redação dada pela Lei Complementar n° § 2º - Extingue-se o processo instaurado exclusivamente
922, de 02/07/2002. para apurar abandono de cargo, se o indiciado pedir exoneração
até a data
designada para o interrogatório, ou por ocasião deste. (NR)
- Artigo 89 com redação dada pela Lei Complementar n°
922, de 02/07/2002.

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LEGISLAÇÃO

- Artigo 96 com redação dada pela Lei Complementar n°


SEÇÃO II 922, de 02/07/2002.
Da Sindicância Artigo 97 - O processo administrativo deverá ser instaurado
por portaria, no prazo improrrogável de 8 (oito) dias do recebi-
Artigo 90 - São competentes para determinar a instauração mento da determinação, e concluído no de 90 (noventa) dias da
de sindicância as autoridades enumeradas no artigo 70. (NR) citação do acusado. (NR)
Parágrafo único - Quando a determinação incluir Delegado § 1º - Da portaria deverá constar o nome e a identificação
de Polícia, a competência é das autoridades enumeradas no ar- do acusado, a infração que lhe é atribuída, com descrição sucin-
tigo 70, até o inciso IV, inclusive. (NR) ta dos fatos e indicação das normas infringidas. (NR)
- Artigo 90 com redação dada pela Lei Complementar n° § 2º - Vencido o prazo, caso não concluído o processo, a
922, de 02/07/2002. autoridade deverá imediatamente encaminhar ao Delegado de
Artigo 91 - Instaurada a sindicância, a autoridade que a pre- Polícia Diretor da Corregedoria relatório indicando as providên-
sidir comunicará o fato à Corregedoria Geral da Polícia Civil e ao cias faltantes e o tempo necessário para término dos trabalhos.
órgão setorial de pessoal. (NR) (NR)
- Artigo 91 com redação dada pela Lei Complementar n° § 3º - Caso o processo não esteja concluído no prazo de 180
922, de 02/07/2002. (cento e oitenta) dias, o Delegado de Polícia Diretor da Correge-
Artigo 92 - Aplicam-se à sindicância as regras previstas nes- doria deverá justificar o fato circunstanciadamente ao Delegado
ta lei complementar para o processo administrativo, com as Geral de Polícia e ao Secretário da Segurança Pública. (NR)
seguintes modificações: (NR) - Artigo 97 com redação dada pela Lei Complementar n°
I - a autoridade sindicante e cada acusado poderão arrolar 922, de 02/07/2002.
até 3 (três) testemunhas; (NR) Artigo 98 - Autuada a portaria e demais peças preexistentes,
II - a sindicância deverá estar concluída no prazo de 60 (ses- designará o presidente dia e hora para audiência de inter-
senta) dias; (NR) rogatório, determinando a citação do acusado e a notificação do
III - com o relatório, a sindicância será enviada à autoridade denunciante, se houver. (NR)
competente para a decisão. (NR) § 1º - O mandado de citação deverá conter: (NR)
- Artigo 92 com redação dada pela Lei Complementar n° 1 - cópia da portaria; (NR)
922, de 02/07/2002. 2 - data, hora e local do interrogatório, que poderá ser
Artigo 93 - O Delegado Geral de Polícia poderá, quando en- acompanhado pelo advogado do acusado; (NR)
tender conveniente, solicitar manifestação do Conselho da Polí- 3 - data, hora e local da oitiva do denunciante, se houver,
cia Civil, antes de opinar ou proferir decisão em sindicância. (NR) que deverá ser acompanhada pelo advogado do acusado; (NR)
- Artigo 93 com redação dada pela Lei Complementar n° 4 - esclarecimento de que o acusado será defendido por ad-
922, de 02/07/2002. vogado dativo, caso não constitua advogado próprio; (NR)
5 - informação de que o acusado poderá arrolar testemu-
SEÇÃO III nhas e requerer provas, no prazo de 3 (três) dias após a data
Do Processo Administrativo designada para seu interrogatório; (NR)
6 - advertência de que o processo será extinto se o acusado
Artigo 94 - São competentes para determinar a instauração pedir exoneração até o interrogatório, quando se tratar exclusi-
de processo administrativo as autoridades enumeradas no arti- vamente de abandono de cargo. (NR)
go 70, até o inciso IV, inclusive. (NR) § 2º - A citação do acusado será feita pessoalmente, no mín-
Parágrafo único - Quando a determinação incluir Delegado imo 2 (dois) dias antes do interrogatório, por intermédio do re-
de Polícia, a competência é das autoridades enumeradas no ar- spectivo superior hierárquico, ou diretamente, onde possa ser
tigo 70, até o inciso III, inclusive. (NR) encontrado. (NR)
- Artigo 94 com redação dada pela Lei Complementar n° § 3º - Não sendo encontrado, furtando-se o acusado à
922, de 02/07/2002. citação ou ignorando-se seu paradeiro, a citação far-se-á por ed-
Artigo 95 - O processo administrativo será presidido por Del- ital, publicado uma vez no Diário Oficial do Estado, no mínimo 10
egado de Polícia, que designará como secretário um Escrivão de (dez) dias antes do interrogatório. (NR)
Polícia. (NR) - Artigo 98 com redação dada pela Lei Complementar n°
Parágrafo único - Havendo imputação contra Delegado de 922, de 02/07/2002.
Polícia, a autoridade que presidir a apuração será de classe igual Artigo 99 - Havendo denunciante, este deverá prestar
ou superior à do acusado. (NR) declarações, no interregno entre a data da citação e a fixada
- Artigo 95 com redação dada pela Lei Complementar n° para o interrogatório do acusado, sendo notificado para tal fim.
922, de 02/07/2002. (NR)
Artigo 96 - Não poderá ser encarregado da apuração, nem § 1º - A oitiva do denunciante deverá ser acompanhada pelo
atuar como secretário, amigo íntimo ou inimigo, parente con- advogado do acusado, próprio ou dativo. (NR)
sangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro § 2º - O acusado não assistirá à inquirição do denunci-
grau inclusive, cônjuge, companheiro ou qualquer integrante do ante; antes porém de ser interrogado, poderá ter ciência das
núcleo familiar do denunciante ou do acusado, bem assim o sub- declarações que aquele houver prestado. (NR)
ordinado deste. (NR) - Artigo 99 com redação dada pela Lei Complementar n°
Parágrafo único - A autoridade ou o funcionário designado 922, de 02/07/2002.
deverão comunicar, desde logo, à autoridade competente, o im- Artigo 100 - Não comparecendo o acusado, será, por
pedimento que houver. (NR) despacho, decretada sua revelia, prosseguindo-se nos demais
atos e termos do processo. (NR)

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LEGISLAÇÃO

- Artigo 100 com redação dada pela Lei Complementar n° - Artigo 105 com redação dada pela Lei Complementar n°
922, de 02/07/2002. 922, de 02/07/2002.
Artigo 101 - Ao acusado revel será nomeado advogado da- Artigo 106 - A testemunha que morar em comarca diversa
tivo. (NR) poderá ser inquirida pela autoridade do lugar de sua residência,
- Artigo 101 com redação dada pela Lei Complementar n° expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoáv-
922, de 02/07/2002. el, intimada a defesa. (NR)
Artigo 102 - O acusado poderá constituir advogado que o § 1º - Deverá constar da precatória a síntese da imputação e
representará em todos os atos e termos do processo. (NR) os esclarecimentos pretendidos. (NR)
§ 1º - É faculdade do acusado tomar ciência ou assistir aos § 2º - A expedição da precatória não suspenderá a instrução
atos e termos do processo, não sendo obrigatória qualquer no- do procedimento. (NR)
tificação. (NR) § 3º - Findo o prazo marcado, o procedimento poderá
§ 2º - O advogado será intimado por publicação no Diário prosseguir até final decisão; a todo tempo, a precatória, uma
Oficial do Estado, de que conste seu nome e número de in- vez devolvida, será juntada aos autos. (NR)
scrição na Ordem dos Advogados do Brasil, bem como os dados - Artigo 106 com redação dada pela Lei Complementar n°
necessários à identificação do procedimento. (NR) 922, de 02/07/2002.
§ 3º - Não tendo o acusado recursos financeiros ou negan- Artigo 107 - As testemunhas arroladas pelo acusado com-
do-se a constituir advogado, o presidente nomeará advogado parecerão à audiência designada independente de notificação.
dativo. (NR) (NR)
§ 4º - O acusado poderá, a qualquer tempo, constituir ad- § 1º - Deverá ser notificada a testemunha cujo depoimento
vogado para prosseguir na sua defesa. (NR) for relevante e que não comparecer espontaneamente. (NR)
- Artigo 102 com redação dada pela Lei Complementar n° § 2º - Se a testemunha não for localizada, a defesa poderá
922, de 02/07/2002. substitui-la, se quiser, levando na mesma data designada para a
Artigo 103 - Comparecendo ou não o acusado ao inter- audiência outra testemunha, independente de notificação. (NR)
rogatório, inicia-se o prazo de 3 (três) dias para requerer a pro- - Artigo 107 com redação dada pela Lei Complementar n°
dução de provas, ou apresentálas. (NR) 922, de 02/07/2002.
§ 1º - Ao acusado é facultado arrolar até 5 (cinco) testemu- Artigo 108 - Em qualquer fase do processo, poderá o presi-
nhas. (NR) dente, de ofício ou a requerimento da defesa, ordenar diligên-
§ 2º - A prova de antecedentes do acusado será feita exclusi- cias que entenda convenientes. (NR)
vamente por documentos, até as alegações finais. (NR) § 1º - As informações necessárias à instrução do processo
§ 3º - Até a data do interrogatório, será designada a audiên- serão solicitadas diretamente, sem observância de vinculação
cia de instrução. (NR) hierárquica, mediante ofício, do qual cópia será juntada aos au-
- Artigo 103 com redação dada pela Lei Complementar n° tos. (NR)
922, de 02/07/2002. § 2º - Sendo necessário o concurso de técnicos ou peritos
Artigo 104 - Na audiência de instrução, serão ouvidas, pela oficiais, o presidente os requisitará, observados os impedimen-
ordem, as testemunhas arroladas pelo presidente, em número tos do artigo 105. (NR)
não superior a 5 (cinco), e pelo acusado. (NR) - Artigo 108 com redação dada pela Lei Complementar n°
Parágrafo único - Tratando-se de servidor público, seu com- 922, de 02/07/2002.
parecimento poderá ser solicitado ao respectivo superior imedi- Artigo 109 - Durante a instrução, os autos do procedimento
ato com as indicações necessárias. (NR) administrativo permanecerão na repartição competente. (NR)
- Artigo 104 com redação dada pela Lei Complementar n° § 1º - Será concedida vista dos autos ao acusado, mediante
922, de 02/07/2002. simples solicitação, sempre que não prejudicar o curso do pro-
Artigo 105 - A testemunha não poderá eximir-se de depor, cedimento. (NR)
salvo se for ascendente, descendente, cônjuge, ainda que le- § 2º - A concessão de vista será obrigatória, no prazo para
galmente separado, companheiro, irmão, sogro e cunhado, pai, manifestação do acusado ou para apresentação de recursos,
mãe ou filho adotivo do acusado, exceto quando não for possív- mediante publicação no Diário Oficial do Estado. (NR)
el, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de § 3º - Ao advogado é assegurado o direito de retirar os au-
suas circunstâncias. (NR) tos da repartição, mediante recibo, durante o prazo para man-
§ 1º - Se o parentesco das pessoas referidas for com o de- ifestação de seu representado, salvo na hipótese de prazo co-
nunciante, ficam elas proibidas de depor, observada a exceção mum, de processo sob regime de segredo de justiça ou quando
deste artigo. (NR) existirem nos autos documentos originais de difícil restauração
§ 2º - Ao policial civil que se recusar a depor, sem justa ou ocorrer circunstância relevante que justifique a permanên-
causa, será pela autoridade competente aplicada a sanção a que cia dos autos na repartição, reconhecida pela autoridade em
se refere o artigo 82, mediante comunicação do presidente. (NR) despacho motivado. (NR)
§ 3º - O policial civil que tiver de depor como testemunha - Artigo 109 com redação dada pela Lei Complementar n°
fora da sede de seu exercício, terá direito a transporte e diárias 922, de 02/07/2002.
na forma da legislação em vigor, podendo ainda expedir-se pre- Artigo 110 - Somente poderão ser indeferidos pelo presi-
catória para esse efeito à autoridade do domicílio do depoente. dente, mediante decisão fundamentada, os requerimentos de
(NR) nenhum interesse para o esclarecimento do fato, bem como as
§ 4º - São proibidas de depor as pessoas que, em razão de provas ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.
função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, (NR)
salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o - Artigo 110 com redação dada pela Lei Complementar n°
seu testemunho. (NR) 922, de 02/07/2002.

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LEGISLAÇÃO

Artigo 111 - Quando, no curso do procedimento, surgirem - Artigo 116 com redação dada pela Lei Complementar n°
fatos novos imputáveis ao acusado, poderá ser promovida a in- 922, de 02/07/2002.
stauração de novo procedimento para sua apuração, ou, caso Artigo 117 - É defeso fornecer à imprensa ou a outros meios
conveniente, aditada a portaria, reabrindo-se oportunidade de de divulgação notas sobre os atos processuais, salvo no inter-
defesa. (NR) esse da Administração, a juízo do Delegado Geral de Polícia. (NR)
- Artigo 111 com redação dada pela Lei Complementar n° - Artigo 117 com redação dada pela Lei Complementar n°
922, de 02/07/2002. 922, de 02/07/2002.
Artigo 112 - Encerrada a fase probatória, dar-se-á vista dos Artigo 118 - Decorridos 5 (cinco) anos de efetivo exercício,
autos à defesa, que poderá apresentar alegações finais, no prazo contados do cumprimento da sanção disciplinar, sem cometi-
de 7 (sete) dias. (NR) mento de nova infração, não mais poderá aquela ser considera-
Parágrafo único - Não apresentadas no prazo as alegações da em prejuízo do infrator, inclusive para efeito de reincidência.
finais, o presidente designará advogado dativo, assinando-lhe (NR)
novo prazo. (NR) - Artigo 118 com redação dada pela Lei Complementar n°
- Artigo 112 com redação dada pela Lei Complementar n° 922, de 02/07/2002.
922, de 02/07/2002.
Artigo 113 - O relatório deverá ser apresentado no prazo SEÇÃO IV (NR)
de 10 (dez) dias, contados da apresentação das alegações finais. Dos Recursos (NR)
(NR) - Seção inserida pela Lei Complementar n° 922, de
§ 1º - O relatório deverá descrever, em relação a cada acusa- 02/07/2002.
do, separadamente, as irregularidades imputadas, as provas col-
hidas e as razões de defesa, propondo a absolvição ou punição e Artigo 119 - Caberá recurso, por uma única vez, da decisão
indicando, nesse caso, a pena que entender cabível. (NR) que aplicar penalidade. (NR)
§ 2º - O relatório deverá conter, também, a sugestão de § 1º - O prazo para recorrer é de 30 (trinta) dias, contados
quaisquer outras providências de interesse do serviço público. da publicação da decisão impugnada no Diário Oficial do Estado.
(NR) (NR)
- Artigo 113 com redação dada pela Lei Complementar n° § 2º - Tratando-se de pena de advertência, sem publicidade,
922, de 02/07/2002. o prazo será contado da data em que o policial civil for pessoal-
Artigo 114 - Relatado, o processo será encaminhado ao Del- mente intimado da decisão. (NR)
egado Geral de Polícia, que o submeterá ao Conselho da Polícia § 3º - Do recurso deverá constar, além do nome e qualifi-
Civil, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. (NR) cação do recorrente, a exposição das razões de inconformismo.
§ 1º - O Presidente do Conselho da Polícia Civil, no prazo (NR)
de 20 (vinte) dias, poderá determinar a realização de diligência, § 4º - O recurso será apresentado à autoridade que aplicou
sempre que necessário ao esclarecimento dos fatos. (NR) a pena, que terá o prazo de 10 (dez) dias para, motivadamente,
§ 2º - Determinada a diligência, a autoridade encarregada manter sua decisão ou reformá-la. (NR)
do processo administrativo terá prazo de 15 (quinze) dias para § 5º - Mantida a decisão, ou reformada parcialmente, será
seu cumprimento, abrindo vista à defesa para manifestar-se em imediatamente encaminhada a reexame pelo superior hierárqui-
5 (cinco) dias. (NR) co. (NR)
§ 3º - Cumpridas as diligências, o Conselho da Polícia Civil § 6º - O recurso será apreciado pela autoridade competente
emitirá parecer conclusivo, no prazo de 20 (vinte) dias, encamin- ainda que incorretamente denominado ou endereçado. (NR)
hando os autos ao Delegado Geral de Polícia. (NR) - Artigo 119 com redação dada pela Lei Complementar n°
§ 4º - O Delegado Geral de Polícia, no prazo de 10 (dez) dias, 922, de 02/07/2002.
emitirá manifestação conclusiva e encaminhará o processo ad- Artigo 120 - Caberá pedido de reconsideração, que não
ministrativo à autoridade competente para decisão. (NR) poderá ser renovado, de decisão tomada pelo Governador do
§ 5º - A autoridade que proferir decisão determinará os atos Estado em única instância, no prazo de 30 (trinta) dias. (NR)
dela decorrentes e as providências necessárias a sua execução. - Artigo 120 com redação dada pela Lei Complementar n°
(NR) 922, de 02/07/2002.
- Artigo 114 com redação dada pela Lei Complementar n° Artigo 121 - Os recursos de que trata esta lei complementar
922, de 02/07/2002. não têm efeito suspensivo; os que forem providos darão lugar
Artigo 115 - Terão forma processual resumida, quando pos- às retificações necessárias, retroagindo seus efeitos à data do
sível, todos os termos lavrados pelo secretário, quais sejam: ato punitivo. (NR)
autuação, juntada, conclusão, intimação, data de recebimento, - Artigo 121 com redação dada pela Lei Complementar n°
bem como certidões e compromissos. (NR) 922, de 02/07/2002.
Parágrafo único - Toda e qualquer juntada aos autos se fará
na ordem cronológica da apresentação, rubricando o presidente CAPÍTULO XI
as folhas acrescidas. (NR) Da Revisão (NR)
- Artigo 115 com redação dada pela Lei Complementar n° - Capítulo XI com redação dada pela Lei Complementar n°
922, de 02/07/2002. 922, de 02/07/2002.
Artigo 116 - Não será declarada a nulidade de nenhum ato
processual que não houver influído na apuração da verdade sub- Artigo 122 - Admitir-se-á, a qualquer tempo, a revisão de
stancial ou diretamente na decisão do processo ou sindicância. punição disciplinar, se surgirem fatos ou circunstâncias ainda
(NR) não apreciados, ou vícios insanáveis de procedimento, que pos-
sam justificar redução ou anulação da pena aplicada. (NR)

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LEGISLAÇÃO

§ 1º - A simples alegação da injustiça da decisão não consti- Artigo 131 - Compete ao órgão Setorial de Recursos Hu-
tui fundamento do pedido. (NR) manos da Polícia Civil, o planejamento, a coordenação, a orien-
§ 2º - Não será admitida reiteração de pedido pelo mesmo tação técnica e o controle, sempre em integração com o órgão
fundamento. (NR) central, das atividades de administração do pessoal policial civil.
§ 3º - Os pedidos formulados em desacordo com este artigo Artigo 132 - O Estado fornecerá aos policiais civis carteira de
serão indeferidos. (NR) identidade funcional, distintivo, algema, armamento e munição,
§ 4º - O ônus da prova cabe ao requerente. (NR) para o efetivo exercício de suas funções. (NR)
- Artigo 122 com redação dada pela Lei Complementar n°
922, de 02/07/2002. § 1º - A carteira de identidade funcional dos policiais civis
Artigo 123 - A pena imposta não poderá ser agravada pela será elaborada com observância das diretrizes básicas previs-
revisão. (NR) tas na legislação federal para emissão da carteira de identidade
- Artigo 123 com redação dada pela Lei Complementar n° pelo órgão estadual de identificação, dará direito ao porte de
922, de 02/07/2002. arma e ao uso de distintivo, e terá fé pública e validade como
Artigo 124 - A instauração de processo revisional poderá ser documento de identificação civil. (NR)
requerida fundamentadamente pelo interessado ou, se falecido § 2º - Aplica-se, no que couber, à carteira de identidade fun-
ou incapaz, por seu curador, cônjuge, companheiro, ascenden- cional instituída para os policiais civis aposentados o disposto no
te, descendente ou irmão, sempre por intermédio de advogado. §1º deste artigo. (NR)
(NR)
Parágrafo único - O pedido será instruído com as provas que - Artigo 132 com redação dada pela Lei Complementar n°
o requerente possuir ou com indicação daquelas que pretenda 1.282, de 18/01/2016.
produzir. (NR) Artigo 133 - É proibida a acumulação de férias, salvo por
- Artigo 124 com redação dada pela Lei Complementar n° absoluta necessidade de serviço e pelo prazo máximo de 3 (três)
922, de 02/07/2002. anos consecutivos.
Artigo 125 - O exame da admissibilidade do pedido de re- Artigo 134 - O disposto nos artigos 41, 42, 44 e 45 desta lei
visão será feito pela autoridade que aplicou a penalidade, ou complementar aplica-se aos integrantes da série de classes de
que a tiver confirmado em grau de recurso. (NR) Agente de Segurança Penitenciária da Secretaria da Justiça. (NR)
- Artigo 125 com redação dada pela Lei Complementar n° - Artigo 134 com redação dada pela Lei Complementar n°
922, de 02/07/2002. 498, de 29/12/1986.
Artigo 126 - Deferido o processamento da revisão, será este Artigo 135 - Aplicam-se aos funcionários policiais civis, no
realizado por Delegado de Polícia de classe igual ou superior à que não conflitar com esta lei complementar as disposições da
do acusado, que não tenha funcionado no procedimento disci- Lei n º 199, de 1.º de dezembro de 1948, do Decreto-lei n.º 141,
plinar de que resultou a punição do requerente. (NR) de 24 de julho de 1969, da Lei n.º Lei Complementar n.º 180, de
- Artigo 126 com redação dada pela Lei Complementar n° 12 de maio de 1978, bem como o regime de mensal, instituído
922, de 02/07/2002. pela Lei n.º 4.832, de 4 de setembro de 1958, com alterações
Artigo 127 - Recebido o pedido, o presidente providenciará posteriores.
o apensamento dos autos originais e notificará o requerente Artigo 136 - Esta lei complementar aplica-se, nas mesmas
para, no prazo de 8 (oito) dias, oferecer rol de testemunhas, ou bases, termos e condições, aos inativos.
requerer outras provas que pretenda produzir. (NR) Artigo 137 - As despesas decorrentes da aplicação desta lei
Parágrafo único - No processamento da revisão serão obser- complementar, correrão à conta de créditos suplementares que
vadas as normas previstas nesta lei complementar para o pro- o Poder Executivo fica autorizado a abrir, até o limite de Cr$
cesso administrativo. (NR) 270.000.000,00 (duzentos e setenta milhões de cruzeiros).
- Artigo 127 com redação dada pela Lei Complementar n° Parágrafo único - O valor do crédito autorizado neste artigo
922, de 02/07/2002. será coberto com recursos de que trata o artigo 43 da Lei Feder-
Artigo 128 - A decisão que julgar procedente a revisão al n.º 4.320, de 17 de março de 1964.
poderá alterar a classificação da infração, absolver o punido, Artigo 138 - Esta lei complementar e suas disposições tran-
modificar a pena ou anular o processo, restabelecendo os direi- sitórias entrarão em vigor em 1.º de março de 1979 revogadas
tos atingidos pela decisão reformada. (NR) as disposições em contrário, especialmente a Lei n.º 7.626, de
- Artigo 128 com redação dada pela Lei Complementar n° 6 de dezembro de 1962, o Decreto-lei n.º 156, de 8 de outubro
922, de 02/07/2002. de 1969, bem como a alínea “a” do inciso III do artigo 64 e o
artigo 182, ambos da Lei Complementar n.º 180, de 12 de maio
CAPÍTULO XII de 1978.
Das Disposições Gerais e Finais
Das Disposições Transitórias
Artigo 129 - Vetado. Artigo 1.º - Somente se aplicará esta lei complementar às
Artigo 130 - Contar-se-ão por dias corridos os prazos previs- infrações disciplinares praticadas na vigência da lei anterior,
tos nesta lei complementar. quando:
Parágrafo único - Computam-se os prazos excluindo o dia I - o fato não for mais considerado infração disciplinar;
do começo e incluindo o do vencimento, prorrogando-se este, II - de qualquer forma, for mais branda a pena cominada.
quando incidir em sábado, domingo, feriado ou facultativo, para Artigo 2.º - Os processos em curso, quando da entrada em
o primeiro dia útil seguinte. vigor desta lei complementar, obedecerão ao rito processual es-
tabelecido pela legislação anterior.

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LEGISLAÇÃO

Artigo 3.º - Os atuais cargos de Delegado de Polícia Substitu-


to serão extintos na vacância.
Parágrafo único - Os ocupantes dos cargos a que alude este
artigo, serão inscritos nos concursos de ingresso na carreira de
Delegado de Polícia.
Artigo 4.º - Vetado.
Artigo 5.º - Vetado.
Parágrafo único - Vetado.
Artigo 6.º - Vetado.
a) vetado;
b) vetado;
c) vetado;
d) vetado.
Palácio dos Bandeirantes, 5 de janeiro de 1979.

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