A Última Carta Selada

by Tinezinha

Taehyung é historiador e obcecado pela história de seus ancestrais, o que mais lhe
agrada é a história de amor de seus tataravós, um amor tão forte e obstinado a ponto
de colocar em jogo dois reinos apenas para que este se torne real, a história faz o
coração de Taehyung disparar em anseio de que algo parecido aconteça consigo.

Do outro lado da cidade, Jungkook não acredita em vidas passadas, não acredita em
amores verdadeiros e não curte a ideia de passar a vida preso a alguém, isso até
Taehyung aparecer e quando Taehyung chega, apenas com um olhar consegue
colocar sua vida de cabeça para baixo e deixar em dúvida todas as certezas que ele
pensava ter.

Ao primeiro contato eles acabam voltando no tempo, vivendo e assistindo tudo o que
seus antepassados viveram, tentando entender e sobreviver ao que aconteceu nessa
história trágica de luta por uma coroa, cheia de mistérios, mentiras e traições, eles
descobrem que a história realmente não foi fácil, muito menos simples e que
infelizmente ela ainda não teve um fim.

• Taekook
• ABO
• Capa foi presente da @Tokyobusy, obg meu anjo !
O sonho do Príncipe

Estava eu ali debruçado sobre minha mesa a mais ou menos três horas lendo um dos
primeiros diários da Rainha Kim Yeri.

- Há quanto tempo você está aí ? - Jimin entrou em meu escritório já indagando.

- Que susto Park, quer me matar do coração ? - Jimin ri do meu drama.

Park Jimin é um alfa, meu melhor amigo e um professor de literatura brilhante, nunca
tivemos interesse um no outro mesmo eu sendo ômega, nossa relação é
completamente diferente é como se ele fosse uma espécie de guardião meu, é eu sei
é engraçado meu pensamento, mas é o que sinto em relação ao meu amigo.

- Você tem uma coisa chamada olfato e é muito apurado por sinal, se usasse me
sentiria chegando - ele odeia o fato de eu ser desligado a ponto de não notar os
perigos que me rodeiam, talvez por isso ele seja essa espécie de guardião para mim,
por que se não fosse ele eu estaria sempre em apuros.

- Tudo bem Sr. Park, vou tentar usar mais vezes meu instinto animal se te deixa mais
tranquilo - me levantei da minha mesa me espreguiçando.

- Engraçado você, o que te fez passar horas aí preso a esse diário ? - ele me
perguntou curioso.

- Descobri que nesse baú está a história de meus antepassados, são diversos diários
e cartas, Jimin a história já começa incrível, você tem que ouvir - voltei até a mesa
para levar o diário e contar o início da história para ele.

- Oh, hoje não poderei te escutar Taehy, tenho compromissos, pedi para um primo
meu vir te ajudar hoje aqui, o Jeon chega daqui a uma hora, por favor não desligue
mais uma vez, ele não terá a paciência que eu tenho em ficar esperando você abrir a
porta - ele disse como se fosse mais uma ordem.

- Sim Sr. - o respondo simples. - Ele gosta de histórias ?

- Não sei, é bom você perguntar para ele e quando o expediente acabar por favor vá
para a sua casa Taehyung. - são raras as vezes que deixo esse escritório para falar a
verdade, por isso a preocupação do Park.
- Você está parecendo um pai Park - ele ama quando é comparado com figuras
cuidadosas é algo da sua essência, seus olhinhos brilharam e ele sorriu para mim.

- Se comporte Kim, tchau, até mais - então saiu da minha sala e eu fiquei ali
aguardando o primo do meu melhor amigo.

Algum tempo depois que Jimin saiu escuto alguém a porta e vou atender quando abro
a porta me deparo com um rapaz de olhos em um azul lindo e diferente de qualquer
outro, fico preso aquele olhar, como se já o conhecesse tão bem.

Sinto meu lobo se agitar dentro de mim, coisa que é muito raro acontecer, meu lobo
é tranquilo, calmo, raramente da sinal e quando se mostra nunca acontecem coisas
boas, não deixo ele tomar a frente da situação, esse lobo às vezes só me mete em
enrascada.

- Olá, sou Jeon Jungkook, Jimin me pediu para vir te fazer companhia por hoje - ele
parecia tímido ao falar.

- Olá, sou Kim Taehyung, prazer Jeon, pode entrar, desculpe o transtorno, o Ji
exagera as vezes, não havia necessidade disso - eu já estava sem graça com a
situação, agora de frente para o Jeon me sinto pior e meu lobo parece perturbado.

- Se você quiser que eu vá embora eu vou, posso sentir o quanto está desconfortável
- ele não deu mais nenhum passo para dentro do escritório, ainda se mantém na
porta.

- Tudo bem Jeon, se eu te mandar embora amanhã o Ji me mata, mas me diga você
gosta de ouvir histórias ? Eu estou com uma incrível em mãos - já corri até minha
mesa para pegar todos os diários e cartas.

- Sim, gosto sim, você pode contar fico feliz em ouvir - agora ele entrou e se sentou
no sofá que está no canto da sala, perto da minha estante de livros.

- Essa é a história de meus antepassados - falei enquanto me dirigia até seu lado no
sofá, então num ato impulsivo ergui minha mão para limpar algo que estava no rosto
do Jeon.

Assim que toquei a ponta de seu nariz seus olhos brilharam num tom de verde
esmeralda perfeito e pela surpresa estampada em seu rosto os meus olhos amarelos
também brilharam no mesmo tom que o dele esta agora.

Meeting.

É o que acontece quando os lobos parceiros, as almas gêmeas se encontram, os olhos

do casal se tornam a mistura das duas cores, não mais dois, agora um só.

Jungkook se desesperou, foi nítido, mas antes mesmo dele levantar e correr daqui,
como num passe de mágica, tudo mudou.

1554 Reino de Wisdom

Clã dos Kim's

Abri meus olhos assustado, estava em meu quarto, em segurança, mas um

sentimento terrível tomou conta de meu corpo e coração, meu lobo permanecia
quieto, mas a sensação que tive, aquele sonho estranho, foi tão real, parecia
realmente ser eu ali vivendo tudo aquilo, parecia até ser um dia normal, do cotidiano.

Saio dos meus devaneios quando batem a porta de meu quarto e pelo cheiro cítrico
que começa a me acalmar mesmo do outro lado da porta sei que é meu irmão
Namjoon.

- Entre Nam - eu apenas me espreguiço na cama mas permaneço nela, Namjoon tem
vinte e dois anos é apenas um ano mais novo que eu, mas qualquer um percebe que
ele agradece a todos os seres místicos pela diferença, se não fosse ela quem tomaria
a coroa por direito é ele, ainda mais sendo um alfa, mas uma coisa que meu
irmãozinho odeia é ter que liderar qualquer situação, imagine como ele se sentiria se
fosse obrigado a liderar uma corte inteira.

- Príncipe, levantasse para o desjejum, o Rei e a Rainha estão no reino vizinho e eu

gostaria de tomar café em vossa companhia - ele fala tudo com uma carinha sapeca
porque sabe que odeio quando as pessoas mais íntimas me tratam dessa forma.

- Vossa alteza irá tomar o desjejum sozinho se continuar assim, bobo da corte - atirei
o travesseiro nele mas ele apenas o agarrou e se deitou ao meu lado. - O que será
que papai e mamãe foram fazer no reino vizinho Nam ?

- Não faço ideia Taezinho, mas eles têm parecido bem ansiosos com algo - meu irmão
também parecia preocupado.

- Vamos levantar para tomar o seu desjejum, não quero que você reclame para a
rainha que seu futuro rei tentou o matar de fome como da última vez - lancei um
olhar acusador a meu irmão.

- Mas foi exatamente o que vossa alteza tentou fazer - ele me respondeu indignado.

- Pirralho, deveria lhe enviar a forca, mas tenho outro castigo a lhe dar. - agarro meu
irmão e começo a fazer cócegas nele, ele reclama mas se rende aos risos e
gargalhadas.

Assim que descemos nos dirigimos até a sala de jantar, é uma sala enorme, com uma
mesa que possui mais de trinta cadeiras, somos em quatro, não entendo essa mania
de grandeza de mamãe mas sempre a usamos porque apesar de exagerada é linda, a
mesa está sempre adornada de maneira maravilhosa, um lustre enorme e
esplendoroso está acima dela, as janelas abertas do chão ao teto tem a vista de
nosso jardim, jardim esse que meu irmão ama, mamãe planejou todo o castelo com
coisas que amamos sempre a vista, para nos sentirmos felizes aqui e ela conseguiu, o
que mais gosto nessa sala sem dúvidas são os quadros, todos eles passam as
sensação de calma, paz e tranquilidade um deles fui eu quem pintou.

- Vossa alteza estava com aquela carinha que eu odeio quando entrei no quarto -
meu irmão comentou levando sua xícara de chá a boca.

- Tive outro sonho daqueles - contei a ele, meu irmão sempre foi extremamente
observador e nota qualquer mínima diferença em meu comportamento.

- Como foi o desta noite ? - ele me perguntou curioso.

- Esta noite, eu encontrei meu alfa - meu irmão cuspiu o chá na mesa eu riria se não
estivesse incomodado com o fato de não lembrar o nome ou o rosto do homem que
supostamente é meu alfa.

- Você acha que esses sonhos são algum tipo de presságio Taezinho ? - por ser
observador meu irmão sempre analisa as situações e eu o acompanho pois amo o seu
raciocínio lógico e inteligente.

- Presságio ? - a palavra me fez parar para pensar.

- Sim, dois meses atrás você sonhou que estava, qual foi a forma que usou ? - ele
tentou lembrar.

- Me formando na faculdade , era um tipo de passagem para a vida adulta, como se

eu tivesse recebendo um título - foi assim que entendi pelo menos.
- Claro, então logo depois papai disse que você irá começar a tomar algumas decisões
por ele no reino, você mudou de função entende ? Não está apenas o assistindo,
agora deve tomar as rédeas das coisas. - ele me explicava seu raciocínio.

- Nam, se seu raciocínio estiver certo - eu não quis terminar a frase, meu irmão
compreendeu e apenas assentiu.

- Como foi que aconteceu ? - ele me perguntou agora um pouco preocupado,

encontar meu alfa significa muitas coisas e uma delas é estar completamente pronto
para tomar o trono de papai que já está cansado desta vida e o alfa errado pode
colocar tudo a perder.

- Eu não entendi muito bem, acho que eu estava com um alfa amigo e ele não queria
me deixar sozinho, então enviou esse outro alfa, mas foi rápido, assim que o conheci
acordei - lembro-me vagamente do sonho.

- Entendo, tudo bem Taezinho, também não vamos ficar apegados a ideia, talvez não
seja nada disso - meu irmão tentou me acalmar.

Mas lá no fundo, eu sinto.

Realmente sinto algo diferente, sinto meu lobo se agitar, meu lobo calmo e sereno,
não se agita por qualquer coisa, muito menos por qualquer sonho.
Olhos Verde Esmeralda

Entrei no escritório de papai após ser chamado pelo mesmo, papai é alto, imponente,
olhos castanhos claros quase amarelos, seus traços são marcantes e belos, graças a
todos os seres místicos herdei seus traços mas meus olhos são amarelos assim como
os de Nam, papai é aquele tipo de homem que todos querem se espelhar, é amoroso,
compreensivo, dedicado em tudo que faz, tem momentos que perde a paciência mas
isso todos nós temos, papai sempre ouve as pessoas e sempre está disposto a ajudar,
amparar, compreender e aconselhar, é um Rei perfeito, é difícil imaginar que um dia
eu serei metade do homem que papai é, e um por cento do rei que ele se tornou, mas
caminho para isso e a passos largos demais para o meu gosto.
- Vossa Majestade precisa de meus serviços ? - me curvei em sua frente como forma
de respeito, papai assim como eu odeia o tratamento formal quando a pessoa é
íntima, mas como bom apreciador de chacotas e aprendiz de meu irmão mais novo
faço só para irritá-lo.
- Vossa alteza, tire seu bumbum real daqui se vier de brincadeirinhas, estou um poço
de nervos hoje Taezinho - ele disse enquanto massageava as têmporas, fingindo
estar chateado apenas fiz um bico em sua direção.
- Me perdoe filhotinho, mas não estamos para brincadeiras hoje, devemos organizar
um baile e todos os reinos devem ser convidados, o reino Peacemaker juntamente
conosco claro, faremos um anúncio, seus amigos irão ficar conosco para ajudar a
organizar tudo - ele sorriu de canto por que sabe o quanto amo quando aqueles dois
estão por aqui.
- Não diga papai, está até perdoado da patada que me deu depois dessa notícia - falei
enquanto sentava a frente de papai na sua mesa.
- Só preciso que você vá buscar os meninos em meu nome, posso contar com você ?
- ele me indagou analítico.
- Claro que sim papai, quando o senhor quer que eu faça isso ? - papai pareceu
pensar um pouco.
- Pode ir a partir de amanhã filhotinho, escolha o melhor dia para você - papai tem
feito muito isso ultimamente, deixado as decisões em minhas mãos, sei que para ele
essas decisões que tomo agora, por mais que pequenas, irão me treinar para tomar
decisões maiores um dia.
|
Decido ir já no dia seguinte, quero aproveitar o máximo dos meus amigos, há anos
que eles não vêem para nosso Reino, eu estou com tamanha saudade que não posso
a medir.
- Você quer que eu lhe acompanhe ? - meu irmão entra em meu quarto enquanto
estou arrumando as coisas para minha partida.
- Não precisa irmãozinho, é uma viagem cansativa, mas sem risco algum - garanti a
ele.
- Certo, nossas carruagens já estão postas, apenas aguardando você, faça uma boa
viagem e tome cuidado irmão - meu irmão me abraçou e se retirou de meu quarto.
Pouco tempo depois eu já estava em frente a nosso palácio prestes a sair, mamãe,
papai e Nam estavam na porta do castelo para se despedir, mamãe parecia estar se
despedindo de um filho a caminho da guerra, olhos cheios de lágrimas e não parava
de fungar.
Mamãe é linda, uma feminilidade inigualável, seu rosto é delicado e lindamente
arredondado, olhos castanhos claros quase amarelos assim como os de papai, por
pura sorte, ou o destino trabalhando de forma incrível, papai e mamãe são
destinados, o que foi uma auspresa já que eles já haviam sido prometidos antes
mesmo de se conhecerem.
- Taezinho tenha cuidado filhotinho - ela diz passando as mãos por meus cabelos.
- Vossa Magestade está falando com o futuro rei, sei me cuidar muito bem, pode ter
certeza que tudo dará certo sob meu comando. - falei dessa forma só para a distrair.

- Ora, menino insolente, eu ainda sou a rainha - ele disse já enxugando as lágrimas e
eu ri com a rapidez da mudança de humor.
- Mamãe, vou rápido e volto mais rápido ainda, lhe prometo - beijei sua testa,
cumprimentei papai e Nam e entrei na carruagem.
A tarefa é extremamente simples, nossa comitiva deve ir até o reino de Peacemaker,
o que leva cerca de 23 horas, no caminho há duas paradas previstas para nosso
descanso uma das paradas é uma cabana abandonada que amo visitar quando passo
por esses caminhos, a cabana fica exatamente na divisão entre o Reino Peacemaker e
o Reino Fighter.
A paisagem não muda em nada, mato e mais mato, se não amasse tanto aqueles dois
com toda certeza abriria mão dessa missão, mas aqueles dois são tão importantes
para mim que eu faria de tudo por eles, assim como sinto que fariam comigo.
Feitas todas as paradas conforme o planejado chegamos ao Reino Peacemaker, mas
não consegui fazer uma visita a cabana na viagem de ida, a farei quando votarmos.
Ao contrário de Wisdom que é toda adornado com o tom de dourado, das casas, aos
castelos e até às relvas são de tom amarelo, o reino Peacemaker é todo em branco,
uma paz inunda esse lugar e inunda quem o olha, em quem o sente, aqui tudo parece
perfeito e estranhamente pacífico, como o nome.
Estou em frente ao castelo, mal coloco meus pés no chão ao descer da carruagem e
recebo um abraço apertado do amega mais alegre que já vi na vida toda, meu
pequeno Hoseok.
- Hobi, meu loirinho, estava com tanta saudades - Hobi é um platinado lindo, seus
olhos seguem a cor de seus cabelos, seu cheiro é de flores silvestres, delicado mas ao
mesmo tempo forte, que contrasta totalmente do seu irmão Seokjin que é meio
amadeirado, talvez isso siga algum tipo de regra entre os irmão, porque o cheiro de
Nam é cítrico o meu é de baunilha que contrasta perfeitamente ao dele, Jin e eu
temos a mesma idade e Hobi é três anos mais novo que nós.
- Também estava Taezinho, morrendo de saudades - ele me apertou ainda mais em
seus braços.
- Já chega loirinho, me deixe dar um abraço no nosso amigo também - Jin veio até
nós e me aperto em seus braços também.
- Oi, Jinie que saudades eu estava de vocês, amanhã mesmo vou levar vocês para
Wisdom, nós precisamos aproveitar, passear e conversar muito. - os avisei assim que
cheguei, quanto antes saíssemos dali mais rápido para aproveitarmos. - Nam não vê
a hora de conhecer vocês.
Meu irmão estudava em outra província e sempre que meus amigos estavam no
castelo Nam não estava presente, o que causou um grande incômodo em meu irmão,
pois ele sempre quis muito conhecer os meninos.
- Namjoon estará lá desta vez ? - Hobi perguntou assustado, o loirinho não gosta de
estar na presença de alfas que não sejam seu irmão, ele sempre se incomoda muito
com os cheiros dos alfas, nós achamos que o seu alfa está sempre por perto para ele
se sentir dessa forma em relação aos outros, mas eles ainda não se tocaram para
descobrir de fato.
- Sim pequeno, o Nam estará lá, mas fique tranquilo, ele é um bom alfa, nunca o vi
chegando perto de nenhum omega que não seja eu - confortei o omega assustado.
- Tudo bem Taezinho - ele sorriu e saiu saltitando para dentro do castelo.
- Ele tem estado ainda pior em relação aos alfas - Jin comentou preocupado.
- Acha que o alfa dele está próximo Jinie ? - perguntei sorrindo de lado para meu
amigo que fazia cara feia com o pensamento.
- Acho que sim - ele comentou desgostoso.- Ele nem tem idade para isso, Taezinho.
- Ora Jin, na idade dele você já estava por aí se enroscando com a sua ômega -
seguimos conversando enquanto entrávamos no castelo.
Ao adentrar recebi boas vindas do Rei Jung Hyoun e da Rainha Jung Hwaa, eles são
pessoas tão calmas que chega a me arrepiar a forma que nos transmitem isso apenas
no olhar, os reverenciei, conversamos por algum tempo e então Seokjin me levou até
meus aposentos.

- Onde está nosso loirinho ? - perguntei a Jin.

- Deve estar no pomar, ultimamente ele tem ficado muito por la, tem uma laranjeira
que ele passa horas embaixo lendo ou apenas pensando na vida, também está
sempre cuidando das plantas, você tem que ver que fofo é ele falando com as flores -
Jin me contou com um brilho no olhar de um irmão orgulhoso.
- Fofo é você falando dessa forma dele - afaguei os cabelos do meu amigo que agora
está sentado na cadeira ao lado da cama que estou ele apenas riu e balançou a
cabeça em negação.

- E você Taezinho, como está ? - sei que Jin se refere ao meus sentimentos em
relação a coroa que logo estará sobre minha cabeça por livre e espontânea pressão.

- Infelizmente eu preciso do meu alfa Jinie, você sabe e não tenho me sentido bem
em relação a ele. - Jin apenas assentiu triste com minha constatação. - Partiremos
amanhã pela manhã, tudo bem para vocês ?

- Claro Taezinho, já está tudo arrumado, amanhã partiremos, descanse amigo, venho
te chamar para o jantar - assim que terminou de falar me deixou sozinho em meu
aposento para descansar e logo adormeci.

Acordei com batidinhas na porta e um cheiro de flores exalando pelo lugar, Hoseok
quem estava batendo e avisando que iríamos jantar, me levantei rapidamente me
arrumei de forma adequada para um futuro rei, farda clássica num tom de marrom,
com alguns detalhes em dourado, um contraste gigantesco com o lugar
completamente branco que estou, mas gosto disso, de alguma forma ser diferente,
em meu peito o brasão de meu reino e em meu ombro uma insignea pendurada, que
significa que sou eu o futuro rei de Wisdom, olho para aquela jóia e tudo o que ela
representa, meu coração se aperta de forma incomum, faço uma prece para que
qualquer se místico me ajude a manter meu reino feliz como está agora.

Desço na companhia de um Hoseok saltitante como sempre e um Seokjin sorridente

babando no irmãozinho como sempre também, nós sentamos à mesa junto aos reis.

- Taezinho, vocês precisam sair tão cedo? - foi a rainha quem me perguntou.

- Perdão não ficar por mais tempo majestade, mas precisamos mesmo voltar para
planejar a festa e temos pouco tempo - me expliquei para os reis que mantinham o
olhos em mim por toda a nossa conversa que aconteceu no jantar, tentava não
transparecer meu nervosismo, pois tenho certeza que eles passarão aos meus pais
como foi meu comportamento aqui, não por maldade, mas para deixar meus pais a
par de meu comportamento diante de outras cortes, eles apenas assentiram e
sorriram para mim, como confirmação, então respirei aliviado.

Amanheceu rápido para nós, cedo estávamos de saída e com a benção dos reis, já
estávamos na carruagem rumo a Wisdom, Hobi se aconchegou em meu colo e voltou
a dormir, eu e Seokjin permanecemos acordados admirando o crepúsculo.
Nossa primeira parada foi tranquila, descemos um pouco, esticamos o corpo e logo
voltamos a viagem. Em nossa segunda parada, decidi caminhar um pouco até a
cabana, avisei os meninos que apenas me pediram para tomar cuidado e me
deixaram espairecer por um momento sozinho, a cabana que há aqui não tem um
dono definido, ela está numa área neutra dos reinos e são poucas as pessoas que
sabem sobre sua existência, é um refúgio perfeito, uma casinha pequena de madeira,
velha mas tem seu charme, o que é de fato perfeito é o jardim que rodeia a pequena
residência, tão perfeito que imagino que há alguém que cuide dele para estar assim.

Quando chego mais perto da cabana escuto passos em minha direção

automaticamente paro onde estou, ao olhar para o lado me deparo com um homem,
aparentemente com minha idade, seus olhos são de um azul surreal, lindo, e seus
cabelos tão pretos quanto a noite, não há nada em suas roupas que identifique seu
título ou reino, assim como eu não estou mais trajando minha farda com a jóia e o
brasão de meu reino, ele pareceu me analisar assim como estou fazendo com ele.

Então como se houvesse imãs em nossos corpos magnetizando nossos seres,

andamos um em direção ao outro, mais de perto pude sentir seu cheiro de café
amargo, ele levantou sua mão esquerda para tocar minha bochecha, meu instinto
humano grita que esse homem pode ser perigoso, mas meu lobo se mantém
estranhamente calmo e sereno na presença do desconhecido. Ele toca minha
bochecha.

Meeting.

Seus olhos se tornaram um verde Esmeralda ainda mais bonito e hipnotizante que o
azul e pelo suspiro incrédulo que ele soltou concluí que os meus olhos estavam no
mesmo tom.

Escutei Jin me chamar ao longe e me assustei quando notei sua voz estar perto, pude
escutar o alfa rosnar baixinho e se mover rapidamente, desaparecendo de meu
campo de visão.

- Kim Taehyung, eu vou matar a vossa alteza, estou chamando faz tempo e você - ele
parou no lugar e me olhava em choque - Taehyung seus olhos.

- E-eu acho que acabei de encontrar meu alfa Jinie - falei atônito.

- E onde ele está ? - Jin perguntou sem acreditar no que estava acontecendo.

- Ele sumiu - encarei Jin que só me encarava de volta totalmente incrédulo, se não
fosse pela cor dos meus olhos talvez ele nem acreditasse que havia alguém ali comigo
e me chamasse de louco.

- Como você consegue encontrar e perder seu alfa em menos de cinco minutos
Taehyung ? - ele não estava brincando era uma pergunta totalmente válida, como eu
pude encontrar meu alfa e o perder, pior, não sei ao menos seu nome ou título.

- Jinie - comecei a falar mas ele me interrompeu.

- O Rei vai matar seu alfa se ele não se apresentar Taehyung, torça para que ele
tenha um pouco de juízo e vá atrás de você o mais rápido possível. - Jin me avisou o
que eu já sabia.

Agora me resta chegar no castelo e ver papai surtar em saber que tenho um alfa
perdido por aí.
A coroa está mais pesada

O Rei realmente surtou quando viu o que aconteceu comigo, surtou e colocou guardas
e mais guardas atrás do alfa que supostamente rejeitou o filhotinho dele, não que os
lobos que são destinados sejam obrigados a ficar juntos, mas os riscos para ambos
são muitas vezes irremediável, há histórias de pessoas que enlouqueceram com a
rejeição de seus predestinados, outras acabaram com sua próprias vidas ou apenas
definharam até a morte, minha ligação com meu destinado é muito rasa para que
algo assim aconteça, mas papai simplesmente não aceita o fato e está atrás do alfa
afinco, o que me irrita grandemente, se esse alfa não me quer eu também não o
quero e ponto final.
Semanas se passaram e nada do alfa desaparecido ser encontrado, não fosse a cor de
meus olhos aposto que diriam que foi invenção de minha parte.
Cor essa que me lembra todos os dias que fui rejeitado, ao me olhar no espelho e ver
ali os olhos dele, não mais os meus, deve ser por isso que algumas pessoas
enlouquecem, é difícil olhar para o mesmo olhar da pessoa que te rejeitou dia após
dia em seu próprio reflexo e ficar bem.
|
Estamos os quatro sentados no chão do salão de festas pensando nos últimos
preparativos para o baile, se há uma coisa que descobri ser incrivelmente
insuportável é o planejamento de bailes, nunca imaginei que pensar em que cor usar
para a decoração ou até em como são distribuídos os lugares a mesa fosse tão chato,
agradeço fervorosamente aos seres místicos por não nascer numa família que obriga
os ômegas a fazer essas tarefas, não fui feito para elas como os outros ômegas.
Em contrapartida, ver os alfas tão empolgados com o planejamento chega a ser
engraçado, Seokjin e Namjoon estão se envolvendo em extremamente tudo que diz
respeito ao planejamento do baile.
Hoseok ajuda sempre que pode, ele não tem passado muito bem esses dias e acaba
ficando mais tempo em seu quarto, por sorte hoje estamos todos envolvidos
arrumando os lugares em que cada um de cada reino ficará disposto a mesa.
- Vocês acham que devíamos colocar o Reino Fighter perto de nós? Entre todos os
reinos este é o que temos menos comunicação, seria bom tê-los como aliados -
comentei com os meninos que me lançaram olhares orgulhosos. - Por que estão me
olhando assim ?
- Está falando como um Rei - Hobi comentou orgulhoso. Então se levantou rápido
demais para vir até mim e teve uma pequena tontura, nos assustamos e levantamos
rapidamente para o amparar, mas meu irmão quem estava mais perto dele e o
segurou pelo tronco.
E ali, no meio do salão de festas do palácio vimos mais um Meeting da família Kim
acontecer, quando Nam encostou em Hobi instantaneamente seus olhos se tornaram
um amarelo claro magnífico, o tom parece brilhar nos dois, parece ser o sol em pleno
meio dia tão grande é o brilho visto nos dois olhares.
- Ual - foi a única coisa que consegui pronunciar e os dois olhares brilhantes se
voltaram a mim, assustados mas emocionados, conheço bem meus dois meninos para
ver o quanto eles amaram descobrir que seu destinado é alguém tão próximo e que
será bom para si.- Acho que papai irá surtar mais um pouco.
- Irá - Nam sorriu e o mais engraçado é que ele sequer notou que desde o momento
do Meeting Hoseok permanece em seus braços.
Parece que é o natural, quando a ligação acontece os corpos reagem como se fossem
apenas um, como se sempre estivessem naquele lugar, naquele abraço, naquele
toque, eu só queria poder sentir essa ligação completamente, o que pelo visto nunca
acontecerá comigo.
Papai realmente surtou mais uma vez, mas dessa vez foi de uma forma boa, escreveu
uma carta para os Reis de Peacemaker avisando que seus mais novos são destinados
e que ele os aguardava ansioso para o baile, pois agora teriam mais um
pronunciamento a fazer, Hoseok e Namjoon estão cada vez mais grudados, não que
já tenham começado um relacionamento, mas conseguimos notar a amizade
crescendo ali e principalmente o crescimento da confiança do omega no alfa, é lindo
assistir de fora todo o processo, ver um Hoseok corar toda vez que meu irmãozinho
fala algo relacionado a sua aparência ou seu jeito, flagrar os dois no jardim cuidando
das plantas e vez ou outra babando em seu destinado.

|
O dia tão aguardado do baile chegou, aguardado não por mim, sim pelos alfas que
estavam um pilha de nervos a espera de que tudo saia perfeito, Hoseok ajudou na
decoração distribuindo flores pelo salão, estava perfeito, flores e mais flores amarelas
e brancas que combinava com as toalhas brancas e as cadeiras douradas onde tudo
remete aos reinos que estão oferecendo o baile, pessoas de todos os reinos estão
aqui prestigiando nosso esforço, um certo orgulho toma conta de mim por ver que
meus amigos e meu irmão são tão caprichosos e dedicados em tudo que fazem.
Nossas roupas fazem jus ao momento eu e Nam estamos com fardas totalmente
brancas com detalhes em dourado, e todas as jóias em seus devidos lugares,
inclusive a insígnia que carrego no ombro parece ter um peso especial está noite, Jin
e Hobi estão igualmente de branco, mas os detalhes dourados foram trocados por um
tipo de linha branco brilhantes, estão lindos, mas o que me chamou a atenção na
farda de Jin foi o fato da jóia que deveria estar presa ao seu ombro não estar ali.
- Por que não está com sua insígnia ? - perguntei assim que cheguei ao seu lado
perto da entrada principal.
- É uma longa história Taezinho, logo você entenderá - ele tentou me acalmar mas
não surtiu efeito, meu pressentimento começou a aflorar e algo me dizia que este
baile me trará muitas e muitas emoções.
Mal terminei de pensar em relação a isso e a porta se abriu, trombetas soaram
anunciando a chegada de um Rei, todos pararam no salão e se viraram na direção da
porta para assistir a entrada do Rei de Fighter e seus príncipes, o Rei Jeon Ji-Hoon
adentrou o salão olhar altivo, presença marcante, mas não do tipo que te faz sentir
inveja e querer ser igual, não, ali naquele olhar havia algo que não era de se invejar,
pelo contrário há algo a se temer, logo atrás o herdeiro do trono Jeon Jimin e por
último Jeon Jungkook o filho mais novo.
Meus joelhos quase cederam ao chão quando percebi quem era o Príncipe Jeon
Jungkook, o príncipe de Fighter é o alfa que encontrei na cabana aquele dia, porém
assim que ele levantou seu olhar e cruzou com os meus uma angústia enorme tomou
conta de mim, meu lobo choramingou e eu pude de senti-lo triste, mas minha cabeça
permanecia levantada em frente ao homem que ainda tinha seus olhos azuis, o
maldito azul celeste, não o verde esmeralda como os meus.
- Você está bem ? Seu cheiro mudou um pouco - Jin comentou comigo, e pude
perceber Nam se aproximando de mim trazendo Hobi junto.
- Taezinho - foi a única coisa que meu irmão disse e depois liberou seu cheiro para
me acalmar o que surtiu efeito instantâneo.
- Estou bem, depois explico a vocês - os três apenas assentiram e permanecemos no
baile, tentando socializar e conhecer as pessoas dos reinos vizinhos.
Em determinado momento vi o Príncipe Jeon se afastar das pessoas do seu reino e fui
atrás dele, uma coisa que papai sempre falou é que eu não sou o típico omega que
quando é atingido apenas sofre a dor, não, se me fizer algo, se me fizer sentir dor,
me fizer mal, eu o farei sentir mil vezes pior e nesse momento quem está na minha
mira é meu próprio alfa.
O peguei pelo braço e o levei até o escritório que papai usa para reuniões, vi o
momento em que Jin nos flagrou caminhando até lá e veio até mim com um
semblante preocupado, afinal eu estava simplesmente carregando o Príncipe de um
reino rival, assim que entramos tranquei a porta, Jungkook se mantém indiferente, o
que me fazia querer arrancar seus olhos com minha próprias garras e Jin me olhava
incrédulo, tentando entender o que se passava comigo naquele momento.
- O que você fez para mudar seus olhos ? - era a única pergunta que eu tinha para
esse alfa que não é meu, não quero seu amor, não quero sua atenção, quero apenas
me livrar dele, como fez comigo.
- O que ? - escutei Jin quase gritar ainda perto da porta.
- Esse é aquele alfa Jinie - disse simples a Jin que agora mantém um olhar raivoso na
direção de Jungkook.
- Me conte o que fez Príncipe, preciso fazer o mesmo, não quero ter a cor em meus
olhos que me lembre um covarde como você - falei tudo encarando de perto seus
olhos azuis, nunca pensei que uma cor me machucaria tanto.
- Talvez tenha sido um presente dos seres místicos por ter te rejeitado - um
sorrisinho irônico brincou em seus lábios.
- Impossível, nenhuma rejeição tem esse efeito, diga-me o que fez, não quero nem
por um segundo a mais pensar que fui ligado a você ou a sua família - quase cuspi as
palavras em seu rosto.
- Todo esse ódio está aí dentro porque te rejeitei ômega ? - meu lobo choramingava
dentro de mim, o que estava realmente me mantendo são era o cheiro amadeirado
de Jin me acalmando.
- Não me incomoda ser rejeitado por alguém como você Jeon, prefiro assim, aliás, se
for um aprendiz de seu pai, um bom Rei não se tornará - seus olhos azuis não
demonstram emoção alguma, chego a duvidar que o Jeon tem algum tipo de
sentimento.
- Já deu o seu show Príncipe ? Não irei falar nada, lide com a nossa cor apenas em
seus olhos, para o resto da vida, boa sorte mimadinho - ele passou por mim e me deu
dois tapinhas no ombro.
Jin teve que me segurar para que eu não avançasse no Príncipe de Gelo assim que
passou por mim com um sorrisinho maléfico adornando seu lindo rosto.
- Como é possível Taehyung ? - Jin perguntou ainda me segurando firme em seus
braços.
- Não faço ideia Jinie, imagine o meu espanto quando notei que os olhos dele estão
da mesma cor de antes de nos conhecermos, Jinie temos que encontrar a solução, se
ele pode fazer isso eu também posso - meu amigo concordava e alisava meus cabelos
tentando me acalmar e acalmar meu lobo inquieto.
- Vamos voltar para o baile Taezinho, seu pai deve estar achando estranho o sumiço e
temos um anúncio a ouvir - assenti e saímos do escritório em silêncio.
Assim que entramos de volta no salão, papai estava começando a falar no altar onde
está seu trono.
- Esta noite é de celebração - ele começou o discurso - Há anos eu e minha Rainha
Kim Yeri estamos em acordo com nossos amigos do Clã Jung o Rei Jung Joon-won e
sua Rainha Jung Eun-ji, nosso acordo é de que após este reinado findar, as duas
cortes terão um único Rei, este será meu primogênito e ômega Kim Taehyung, o
reino será chamado Wisdom Peacemaker, as cortes podem se manter da mesma
forma ou se misturar, analisaremos o que será melhor para nosso povo, no demais,
este era nosso anúncio principal, o segundo anúncio, que lhes passo com grande
felicidade é o fato de meu segundo filho ser o escolhido do filho mais novo de meu
amigo, são lobos destinados.
Papai soltou a segunda notícia como se a primeira não fosse capaz de causar uma
guerra a qualquer instante.
E agora tudo faz sentido em minha mente, por isso Jin não tem usado a insígnia, ele
abdicou de sua coroa, ele me olha com um certo remorso no olhar, ele sabe quão
pesada é a coroa para mim, agora tenho duas para carregar.
Agora temos apenas um futuro Rei e este sou eu.
Meu escolhido

2036 Unic, Pais de Wisdom.

Voltamos exatamente onde estávamos, ao nosso primeiro toque, Jungkook estava
pálido me olhando como se eu fosse um fantasma, em pânico assim como eu, mas eu
também estou triste em saber que no passado ele me rejeitou, como teria feito hoje
caso tivesse dado tempo de correr do meu escritório, olhei no relógio e vi que se
passaram exatamente uma hora nessa estranha viagem.
- O que foi isso Kim? - ouvi a voz de Jungkook baixa e rouca.
- Eu não sei ao certo, acho que acabamos de voltar no tempo ? Para o momento que
você me rejeitou, mas por que motivos voltamos para lá ? Você se lembra de algo ? -
minha cabeça estava a mil me lembrando de apenas flashes do que vivemos e meu
coração se partindo aos poucos com algumas lembranças.
- Não, por algum motivo eu parecia estar apenas o assistindo Kim, mas eu devia ter
um motivo - ele se justificou a decisão dele no passado e eu apenas o encarei - Ah
Kim não me olhe assim, você não era um ômega fácil, devo ter motivos para o que
fiz.
- Claro, você teve vários e vários motivos Jeon mas não importa, nós precisamos
continuar, eu quero saber por que motivos nós voltamos até lá, por favor Jeon, eu
sinto que nós deveríamos ajudar a mudar algo que irá transformar completamente
nossos destinos - eu sentia isso de fato.
- Não podemos mudar o passado Kim Taehyung - ele falou duro.
Meus olhos encheram de lágrimas, meu lobo estava uivando, como se toda a minha
vida agora dependesse do que vai acontecer naquele reino, naquela época.
- Nós realmente não fomos feitos um para o outro, não é ? - perguntei a ele - Você
nunca escolheu ficar comigo.
- Nós não sabemos o que acontece Kim - ele soava tão frio quanto o príncipe e isso só
me entristecia mais e mais.
- Eu imagino - respondi baixo.
- Eu não sou ele - encarei seus olhos verdes, os olhos que mudaram naquele tempo,
mas não hoje, os olhos que significa o nós, que significa que ainda estamos
conectados, nós ainda somos um, mesmo ele tendo aparentemente me rejeitado.
- Você pode fazer algo por mim ? - o perguntei e ele apenas me esperou falar -
Termina de ver a história comigo ? Depois você pode ir embora e nunca mais voltar
eu te juro.
- Isso é uma completa loucura Kim, mas você tem certeza disso ? A história não
parece um romance Kim, muito pelo contrário - ele me alertou.
- Eu só quero entender o porquê voltamos até lá, não estou a procura do meu
príncipe encantado Jeon, até porque já vimos que ele não existe - ele me olhou
sarcástico, o mesmo olhar do príncipe, a mesma dor gerada em mim mais uma vez.
- Certo, fazemos o que ? Nos encostamos de novo ? - ele me perguntou.
- S-sim, acho que sim.
Então segurei sua mão.

1554 Clã Kim, Reino Wisdom

Minha cabeça dói de uma forma terrível, desta vez não lembro de nada que houve no
sonho, mas aquela sensação que sempre me atinge após um desses sonhos
estranhos acontecerem está presente, então concluo ter sonhado, mas não algo
importante o suficiente para ser lembrado.
Alguns dos Reis permaneceram no castelo para uma reunião com papai, o que já era
esperado após o comunicado, o que significa que terei que participar de reuniões e
mais reuniões sobre como a tal unificação afetará os outros reinos, com esta
unificação nosso reino se tornou o maior de todos e o medo de que essa seja uma
tentativa de papai tomar reino a reino aos poucos com toda certeza aparecerá, só nos
resta os convencer de que a unificação não foi algo pensado para o mal, muito menos
para ter mais poder no Clã Kim, foi apenas um Rei cansado de obrigar os seus a fazer
de tudo pela coroa.
Seokjin se apaixonou por uma omega sem título algum e como o herdeiro direto ele
teria que abdicar da coroa para ficar com ela, foi o que ele fez, no entanto a coroa
automaticamente passou para Hoseok que chorou por semanas ao saber que se
tornaria Rei, seu pai não quis obrigá-los assim como foi obrigado quando mais novo
então decidiu fazer esse tratado com papai, que é seu amigo mais próximo e
confidente.
Não foi uma posse de terras e poder, é apenas uma família querendo viver seus
próprios caminhos sem levar o peso da coroa consigo, eu os admiro por isso, por que
sei o quão pesada ela está em minha cabeça agora.

Entrei no escritório de papai e ele já estava com alguns de seus conselheiros, me

sentei em uma poltrona em frente a janela e perto do sofá e encarei a vista, o
escritório de papai fica de frente para uma fonte antiga belíssima, pude ver o exato
momento que os Príncipes Jimin e Jungkook se sentam perto dela e parecem discutir
algo calorosamente, esses dois parecem se odiar e pelo visto não tentam mudar essa
percepção dos que os vêem de fora, sempre estão assim em relação um ao outro,
carrancudos, frios ou como agora discutindo.
Jungkook bufa e sai andando a passos largos então Jimin olha em direção a janela e
me encara, Jimin pode ter a cara fechada olhando em minha direção, mas algo me diz
que essa não é sua verdadeira personalidade.
Alguns reis entraram na sala me levantei e fui à destra de papai, quando o Rei de
Fighter entrou me olhava com um sorrisinho presunçoso demais para meu gosto,
Jimin não estava presente, apenas Jungkook, conclui esse ser o motivo da discussão
mais cedo, sobre quem estaria aqui agora.
- Tenho um acordo a fazer, já que Vossa Majestade está tão aberto a eles - o Rei de
Fighter começou.
- Posso ouvi-lo com toda a certeza - papai o respondeu indiferente.
- Gostaria que Vossa Majestade concedesse a mão de seu filho ômega a um de meus
alfas - ele disse sem rodeios, papai apenas me encarou.
Olhei para Jungkook que não demonstrava qualquer sentimento, como sempre, não
sei por que espero alguma atitude desse alfa, voltei a avaliar papai, ele estava
pensando na hipótese, conheço papai e ele não dará resposta alguma sem me
consultar, mas ele precisa dizer algo ao Rei de Fighter e falar que vai consultar um
omega com certeza não está sob a compreensão deste alfa retrógrado que o Rei de
Fighter é.
- Preciso ponderar e avaliar sua proposta Majestade, mas antes do anoitecer eu a
terei, fique conosco por mais uma noite - papai convidou e meu corpo todo enrijeceu
com a ideia de ter de passar mais uma noite com Jungkook sob o mesmo teto que o
meu.
- Certo, ficaremos mais uma noite - o rei prestou uma curta reverência e saiu da sala,
Jungkook não parecia muito feliz com a ideia do pai.
Papai pediu para que todos os conselheiros se retirassem e nos deixassem a sós para
conversarmos.
- Príncipe - ele não me chamou pelo apelido, quer que eu esteja ciente que nesse
momento é o príncipe quem deve tomar a decisão. - Há em nossas mãos a
oportunidade de fazer uma aliança, não vou lhe obrigar a nada, você me conhece e
sabe disso, mas preciso que pondere, você pode encontrar um jeito de conhecê-los,
nós podemos pedir para eles passarem um tempo conosco.
Um tempo com Jungkook, o meu alfa destinado, o alfa que me rejeitou e me rejeita a
cada olhar frio que lança a mim, um tempo que pode me custar muita coisa, muita
dor, muitas lágrimas, então penso, Jimin parece um bom rapaz e é o primogênito
também, nada mais justo que aceitar a mão dele, Jimin viria para meu reino e daqui
poderíamos governar os dois juntos.
- Certo, o senhor pode pedir para que eles permaneçam aqui, mas eu já tenho a
minha escolha - os olhos de meu pai brilharam em orgulho.
- Taezinho, você tem certeza disso meu príncipe ? - não era mais o rei falando era um
pai preocupado.
- A coroa pesa ainda mais se for carregada sozinho papai, eu preciso de alguém para
me ajudar nessa missão, avise-os que eles ficarão conosco e que um deles será meu
alfa, mas papai, meu escolhido é Jimin. - meu pai deveria saber desde o início quem
eu escolheria e que em hipótese alguma eu passaria a vida ao lado de Jungkook.
Oscilação

Os príncipes foram avisados sobre o acordo dos nossos pais e Jungkook pareceu
possesso com a ideia, ouvi alguns criados comentarem que ele havia destruído o
aposento que estava na hora da fúria, com toda certeza este não é o alfa que almejo.
- Alteza, Qual é o problema do Jeon mais novo ? - perguntei a Jimin quando o flagrei
mais uma vez sentado na fonte enquanto caminhava pelo jardim.
- Eu não sei ao certo Alteza, não temos uma relação muito amistosa - Jimin parecia
nervoso com algo.
- Você me parece inquieto - assim que terminei de falar um dos príncipes de outro
Reino apareceu com a cara fechada, me olhando de cima a baixo, Min Yoongi, omega,
talvez eu realmente tenha atrapalhado algo.
- Desculpe, Vossas Altezas estava apenas de passagem - ele estava prestes a se
retirar, o olhar de Jimin ficou notoriamente triste vendo o omega sair.
- Min - o chamei antes dele sair - Você poderia nos acompanhar na caminhada para
apreciar nossos jardins, eu ficaria feliz.
Jimin pareceu se iluminar instantaneamente, e o Min corou forte, tive vontade de
perguntar se já se conheciam, se já haviam se tocado, por que era nítido o
sentimento ali e lindo, seguimos caminhando pelos jardins, a cada piada sem graça
que Jimin contava Yoongi quase morria de rir eu acompanhava apenas para fazer a
corte pois não estavam tão engraçadas assim quanto parece, eles conversam sem
olhar nos olhos, como se tivessem vergonha da presença um do outro, mas a
quisessem com todas as suas forças, eu estava me deliciando com todas as reações
desses dois bobos apaixonados, então minha ficha caiu, Jimin já tem um omega.
- Não posso acreditar - parei abruptamente nossa caminhada assustando os outros
dois que me olhavam sem entender nada.
- Vossa alteza ? - Jimin me tocou e Yoongi assistiu suas mãos sobre meu braço com
cara triste, não queria ser motivo do sofrimento de outro omega, não queria ser
motivo da infelicidade de Jimin.
- Estou bem, Jeon - o sobrenome embrulhou meu estômago, como eu não havia
pensado nisso, como eu não havia pensado que Jimin poderia ter alguém.
- Certo, desculpe tocá-lo - ele disse sem graça, mas não era esse o problema.
Meu maior problema agora é saber que não tenho escolha, é o Jeon mais novo, ou o
Jeon mais novo, uma lágrima escapou de meus olhos e um soluço baixo demais saiu
por meu pulmões assustando os dois príncipes.
- Taehyung, o que há com você príncipe ? - a pergunta veio de Yoongi, seguido por
um abraço caloroso.
- E-eu - não conseguia falar, não conseguia pensar, papai já havia dado a resposta ao
Rei Jeon, essa foi minha primeira decisão como futuro Rei, não poderia voltar atrás
assim, teria que escolher um dos dois e agora descubro que não tenho escolha,
desabei a chorar no colo de Yoongi, com o irmão do meu futuro alfa me encarando
pesaroso, como se já soubesse de tudo e talvez ele saiba.
Quando parei de chorar consegui sair dos braços do Min e entrar de volta no castelo
os deixando ele e Jimin sozinhos para aproveitar seu passeio, cheguei ao corredor
onde fica a biblioteca e decidi pegar algo lá para ocupar minha mente, assim que
entrei o cheiro de café tomou meu olfato, tive que me segurar para não sair correndo
dali, se sou obrigado a conviver com ele que assim seja, ele me olhou dos pés a
cabeça, hoje não estou fardado, estou com roupas formais, mas nada que
demonstrasse que sou o futuro Rei aqui, me avaliou como sempre faz e parou em
meu rosto, mais precisamente nas manchas das lágrimas que deviam ter marcado
meu rosto.
- Estava chorando mimadinho ? - ele perguntou apreensivo.
- Não é da sua conta, e para você é Vossa Alteza - levantei a cabeça ao falar, ele
deve ter ciência de que não abaixaria a cabeça para ele.

- O que houve ? Erraram o tipo de suas jóias hoje ? Você queria rubis ao invés de
diamantes ? - fútil, era como ele me via.

- Queria um Virgin Rainbow Opal mas tive que engolir esmeraldas. - ele entendeu
bem o recado pois seu sorriso presunçoso morreu um pouco, mas nada considerável,
talvez apenas um ego ferido.

- Entendo, só tenha cuidado Vossa Alteza, ouvi dizer que esmeraldas são fáceis de
quebrar - foi um aviso, mas me pareceu uma ameaça e ele permaneceu me
encarando.

- Você ainda não me contou como conseguiu a façanha com seus olhos - disse
enquanto ia atrás de algo para ler e por um segundo estranho o notei inspirar o ar
para sentir meu cheiro. - Já pode parar de apreciar meu cheiro dessa forma, está me
constrangendo.

- Seu cheiro me enjoa - ele falou rápido e assustado, como se tivesse sido pego no
flagra.

- Eu notei - cheguei mais perto dele e deixei meu cheiro mais forte, ele inspirou agora
disfarçando um pouco, então vi seus olhos oscilarem entre o azul e o verde, nosso
verde esmeralda, dei mais um passo ainda o encarando e seus olhos percorreram
meu rosto, parando um tempo em minha boca. - Seja lá o que tenha feito, deve estar
falhando, acabei de ver o verde em seus olhos.
Então o pavor estampou seu rosto, ele virou o rosto fechou os olhos com força peguei
seu rosto obrigando ele a olhar em meus olhos mais uma vez.

- É tão ruim assim para você ser meu? - eu já sentia as lágrimas voltarem, mas não
me atreveria a chorar na frente dele, nunca.

Ele avaliou todo meu rosto por um tempo, como se tentasse guardar minhas feições
na memória, encarou minha boca e soltou o ar devagar.

- Sim, é a pior coisa que aconteceu na minha vida Príncipe, a pior - ele se afastou,
mas permaneceu ali na biblioteca, eu peguei um livro que já estava aos pedaços de
tanto que eu o li.

Mas percebi que aos pedaços mesmo está meu coração, mas não serei eu o único a
ficar abalado.

- De início, tive um sentimento bom em relação a você, meu lobo fica calmo em
companhia do seu, mas talvez o lobo não faça jus ao homem, um homem que não é
capaz de lutar pelo que é seu, um homem que não tem força, eu definitivamente não
merecia um parceiro como você, você também é a pior coisa que aconteceu em
minha vida Jeon - sai da biblioteca batendo a porta.

Como passarei a vida toda desta forma ? Eu não posso escolher esse homem como
companheiro, fui ao encontro de papai, precisava saber se posso voltar atrás, saber
se há alguma chance para mim.

- Papai - o encontrei em seu aposento, num sofá perto de sua cama.

- Diga Taezinho - ele parou o que estava fazendo para me ouvir.

- Papai, se por um acaso se eu não escolher um dos Jeon quão grave seria minha
decisão ? - nem sentei a sua frente para o perguntar tamanha minha ansiedade.

- O que houve Taezinho ? Você se arrependeu meu filho ? Já disse que não é obrigado
a nada - ele me acalmou, mas por que eu não sinto ser simples assim ? Agora me
sentei ao seu lado buscando sua mão.

- Papai, o senhor já ouviu algo sobre rejeições de lobos, por exemplo, os olhos podem
voltar às cores naturais ? - perguntei a papai que parou para pensar por um instante.

- Nunca ouvi nada assim Taezinho, quando há a rejeição seu lobo sente tanto a ponto
de sofrer ela, por isso me desesperei quando disse que seu destinado havia sumido,
mas ele não foi encontrado e você está bem, nós não temos explicações nenhuma
para isso - ele passava as mãos por meus cabelos para me acalmar e eu voltei a
chorar no colo dele.

- Certo, papai, eu falei que escolheria Jimin, mas descobri algo sobre ele e já não o
considero mais - papai prestava toda a atenção em mim - Mas papai, não sei se
quero passar a vida ao lado de Jeon mais novo.
- Por que filhotinho ? Ele te fez algo ? - papai estava agora preocupado.
- Ele me acha fútil, mesquinho, ele é egoísta, frio, calculista, não se comporta como
um verdadeiro alfa, muito menos como um futuro rei - comentei com papai.
- Quão grave é o que descobriu sobre Jimin filhotinho ? Por que ao que notei o pai
deles tem um favorito para sua escolha e este é Jimin, ele é todo elogios ao mais
velho, acho que está tentando me convencer para que eu o diga escolher Jimin. -
papai me avisou.
- Nada tão grave papai, pode ficar tranquilo, O Jeon mais novo sabe ? - perguntei,
pois meu coração por algum motivo se apertou ao saber disso.
- Sabe sim filhotinho, o pai já demonstrou o favoritismo em sua frente mesmo. -
papai me contou.
- Isso quer dizer que Jimin quem tem o apoio do rei ? - perguntei confuso, deixando
papai confuso também.
Sai do aposento de papai planejando conversar com Jimin sobre o que acabei de
descobrir.
|
- Você está sempre aqui ? - no dia seguinte encontrei Jimin no mesmo lugar, na
fonte.
- Sim Alteza, é o lugar onde encontro Yoonie, não é sempre que temos essa
oportunidade - a forma carinhosa que chama Yoongi me mostra quanto amor há
nesse alfa.
- Preciso lhe fazer uma pergunta Jimin - ele assentiu aguardando a pergunta. - Seu
pai sabe dos seus encontros com o príncipe Min.
A alegria que havia nos olhos de Jimin se foi e aquele olhar, aquele frio igual do irmão
tomou conta dele, ele olhou em volta então me respondeu.
- Papai não aceita.
- Por que não ? Vocês poderiam juntar os reinos ? Uma nova aliança seria formada. -
comentei com ele.
- O Reino dos Min já está nas mãos de papai, ele não ganharia nada com a aliança
Alteza, então ele não aceita, acha o Reino inferior ao nosso, o único que ele aceitaria
que me casasse é você - ele abaixou a cabeça como se tivesse vergonha do que dizia.
- E assim farei caso você me escolha.
Ouvimos um soluço romper o silêncio que se formou depois da sentença de Jimin,
Yoongi tinha ouvido e chorava ali perto, fui até ele para afagar seus cabelos e o
abraçar, Jimin permaneceu longe olhando triste quase chorando junto, notei que
Jimin não encostava nele, por que sabia, sabia que assim que encostasse no seu
amado teria ainda mais certeza que era com ele que precisa viver.
- Jimin, você sabe que ele é seu omega não sabe ? - perguntei a ele quase chorando
junto com os dois.
- S-sim - ele deixou sair tão baixo que se eu não estivesse prestando atenção nele
não teria ouvido.
- J-jimin, você precisa fazer algo - eu estava quase desesperado por Yoongi, sei como
dói a rejeição do seu próprio alfa.
- Não posso Taehyung, você não conhece minha família, eles transformariam a vida
do meu omega num inferno, eu não quero isso para ele, não posso o deixar passar
por isso - Jimin falou entre os soluços também.
Levei o casal até meu quarto, deitei Yoongi em minha cama e ele adormeceu após
tanto chorar e Jimin permaneceu sentado no sofá perto da janela apreciando o sono
do amado.
- Espero que algum dia alguém me olhe como você o olha - comentei fazendo Jimin
despertar do transe que estava.
- Ele irá olhar para você assim, acredite em mim - não acho que Jungkook tenha
contado sobre nós para o irmão, então tenho consciência de que não é dele que ele
está falando agora.
- Quem sabe. - eu o respondi sabendo que isso nunca acontecerá.
Acompanhei Jimin até a porta e assim que abri ele saiu encontramos Jungkook
passando pelo corredor, olhou confuso para o irmão, depois para mim, então sorriu
abertamente.
- Você não podia esperar até o casamento omegazinho ? Se entrega ao primeiro alfa
que lhe aparece - ele me encarava como se tivesse descoberto os meus piores
segredos.
- Jungkook - Jimin o repreendeu e saiu o puxando dali.
Entrei de volta em meu quarto e encontrei um Yoongi acordado me encarando, ele
levantou um pouco as cobertas num convite para que me juntasse a ele e assim eu
fiz, tentando descansar minimamente ao lado de meu mais novo amigo.
- Os alfas dessa família são difíceis Taehyung, você sente algo pelo Jungkook não
sente ? - ele tentava me alertar de algo que não entendi.
- Jimin parece fácil, você tem sorte, agora Jungkook ? - perguntei para ele.
- Isso quer dizer que você já descartou Jimin ? - ele me perguntou.
- Descartei assim que notei que há sentimentos entre vocês Guinho - ele já segurava
o choro ao meu lado.
- Obrigado Tetê, mas nada que você faça irá nos ajudar, se não for você, será outro,
nunca eu - ele encostou sua cabeça em meu ombro e ficamos ali, dois ômegas
sofrendo pelos alfas da família Jeon.
Há sempre dois lados

Algum tempo depois os Min retornaram para o reino de Understanding e Jimin veio
chorar em meu quarto a ausência do seu omega, todos viam nossa aproximação
como um futuro romance, mal sabiam que eu apenas encobria o casal verdadeiro,
eles ficaram horas conversando em meu quarto numa felicidade tão grande que
alegrava qualquer um em volta, menos a Jungkook, que volta e meia flagrava o irmão
saindo do meu quarto e nos olhava com olhar questionador.
- Papai quer que eu passe um tempo em seu reino para os conhecer melhor -
comentei com Jimin que estava mais calmo cheirando uma almofada que segundo ele
tinha o cheiro de morangos de Yoongi.
- O que ? - ele levantou rápido do sofá.
- Quando vocês partirem, talvez eu vá com vocês - Jimin pareceu digerir a notícia não
muito feliz.
- Você escolheria o Jungkook ? - era minha única escolha, ele sabia que eu já não o
considerava mais.
- Não sei Jimin, acho que escolha é algo que não tenho - falei triste.
- Você pode negar Tae, dizer que não nos quer, simples - ele estava quase em
desespero.
- Não é simples assim mimi, foi minha primeira decisão sozinho sabe, sinto que
estarei dando um passo atrás se não escolher, como se minha palavra não valesse,
dei minha palavra a papai, não queria voltar atrás. - e era fato.
- Mas Tae, o Jungkook... - não o deixei terminar.
- Eu sei mimi, sei que ele não sente nada por mim a não ser repulsa, mas posso fazer
algum tipo de acordo com ele, ele sairia ganhando também, não é como se fosse de
todo mal, nós não precisamos ser um casal, pode ser algo apenas contratual - Jimin
me olhava com tanta tristeza nos olhos que cheguei a pensar que ele choraria ali por
mim.
- Tae, você não pode fazer isso, recuse, não se sacrifique dessa maneira - ele estava
praticamente implorando, mas ele não entendia que meu destinado já havia me
rejeitado, não há alguém que eu deva esperar, minha vida não mudaria em nada.
- Eu ainda estou decidindo Jimin, ainda estou decidindo - apenas se Jungkook fizesse
algo extremamente grave eu não aceitaria me casar com ele.
|
Passados alguns dias da minha conversa com Jimin estou na carruagem a caminho do
Reino de Fighter com dois príncipes carrancudos de companhia, um por simplesmente
me odiar e o outro por eu aceitar ter vindo junto deles em vez de recusar a mão de
seu irmão.
- Vossa alteza ficará assim comigo para sempre ? - perguntei baixinho para Jimin que
estava ao meu lado.
- Sim - ele mal me olhou para responder.
- Tiveram uma briguinha de casal ? - Jungkook perguntou.
- Sim - respondi simples e vi seu sorriso cínico morrer, ele encarou Jimin por alguns
segundos e Jimin o encarou de volta.
- Chega - virei o rosto de Jimin em minha direção para continuar falando com ele -
Você não pode fazer isso, eu vou morrer se não tiver alguém para conversar naquele
reino mimi.
- Mimi ? Vocês estão nesse nível ? - Jungkook perguntou ao irmão.
- Jungkook - foi um aviso da parte de Jimin e Jungkook pareceu entender, rosnou e
virou para a janela para apreciar a paisagem, podia jurar ter visto tristeza ali, fiquei
em transe assistindo Jungkook olhar a paisagem então Jimin me cutucou me trazendo
a realidade.
- Ele não me parece o mesmo hoje - falei para Jimin que apenas negou com a cabeça
e também virou para apreciar a paisagem.
Continuei encarando Jungkook por toda a viagem, ele não me olhava de volta, mas
com certeza sentia meu olhar sobre ele e isso estava o incomodando, era nítido, por
isso continuei o encarando.

O Reino De Fighter tem um aspecto sombrio, tudo é muito preto e cinza, faz jus ao
rei e seus príncipes, por que até Jimin sendo o mais sensato e carinhoso é meio
sombrio, aqueles olhos azuis escondem muita coisa ainda, sei disso.
Em meu aposento foi colocado um pouco de cor, está todo em bege e dourado, talvez
para que me sinta mais em casa, anoto mentalmente para agradecer Jimin pelo bom
gosto e o acolhimento, desfaço minhas malas tomei um banho e decidi descansar um
pouco para depois participar do jantar com o Rei, de praxe.
Na semana seguinte ao andar pelo castelo para conhecê-lo ouço alguém treinando em
uma das salas, vejo pelo vão da porta que quem está ali é Jungkook antes mesmo
que eu entrasse ele já havia me sentido, parou o treino e largou a espada e alguns
outros armamentos de lado, sempre se mantendo de costas para a porta onde eu
estou, chega ser perturbador o ódio que ele sente por mim, eu nunca o fiz nada e
mesmo assim há um desprezo tão grande em seu olhar.
- Você... - comecei a falar assim que abri um pouco mais a porta.
- Saia daqui - ele me interrompeu ainda de costas.
- Jungkook você tem que aprender a ao menos conversar, como uma pessoa normal
faz. - andei mais alguns passos para dentro.
- Taehyung saia daqui - fiquei surpreso, foi a primeira vez que ouvi meu nome sair de
sua boca, nenhum mimadinho ou omegazinho, ele não deve estar se sentindo bem
hoje.
- Você está bem ? Está me chamando pelo nome - então ele rosnou como um alfa
descontente, o que me fez encolher por alguns segundos e ferver de ódio por meu
lobo abaixar a guarda assim a ele, meu lobo sempre foi manso, mas quando algum
alfa tentava bater de frente com ele, ele batia de volta, mas não com Jungkook.
- Estupido - o xinguei e sai da sala esbarrando em Jimin.
- Minha nossa, seus olhos estão ainda mais verdes - ele comentou com os olhos
presos aos meus.
- O que ? - corri até um espelho com Jimin atrás de mim. - Por que motivos isso
aconteceu?
Meus olhos brilhavam ainda mais naquele tom de verde eu não conseguia entender o
que acontece, meu fardo em ser o único a carregar nossa cor só aumenta.
- Não faço ideia - Jimin disse triste ao meu lado.
|
Semanas se passaram nesse lugar e não houve avanço nenhum em relação a
Jungkook, já planejei como nosso acordo irá funcionar, Jimin me ajudou a montar o
contrato e irei conversar com o príncipe de gelo e discutir sobre ele mais tarde, assim
que tudo estiver certo passaremos todo o contrato para nossos conselheiros
avaliarem.
Ouço passos apressados pelo corredor e soldados falando mais alto que o normal,
imagino que algo grave deve ter acontecido.
Escuto bateram em minha porta e vou abrir, mal a abro e o Rei me empurra com
tanta força que caio no chão, então ele me levanta e me joga na cama, não posso
sequer revidar há diversos soldados em volta, eu não teria chance alguma, olho em
súplica para Jungkook que me ignora, meu alfa, meu inútil alfa, estou tão assustado
que mal consigo respirar, ele levanta sua mão e me desfere um tapa na bochecha
esquerda, então pega um adaga puxa com certa brusquidão meu braço e marca o
dorso da minha mão com a letra J, minha pele arde, dói como um inferno ser cortado
assim, mas minha cabeça se manterá levantada, pois seja lá o que eles estão
pensando que fiz, não sou culpado de nada.
- Você está expulso deste castelo Príncipe, fique grato de não o enviar a forca, avise
seu pai que o que você fez não ficará impune, você acabou de começar uma guerra
principezinho, esse aqui - ele falou erguendo minha mão marcada - é apenas o
começo do que farei com vocês Kim's.
Minhas dor me impedia de ver com clareza as coisas assim que eles saíram de meu
quarto, minha mão e minha bochecha ardiam mas por dentro eu queimava em ódio,
com certeza eu estarei a frente desta guerra e a cabeça do rei será minha, olhei para
Jungkook que ainda permanecia no quarto.
- Jimin foi morto está noite, envenenado, encontramos o corpo inerte em seu
aposento, tudo indica que foi você, pois foi o último a ser visto com ele ontem a noite
- ele sorriu, aquele sorriso de vitória, de quem conseguiu exatamente o que queria.
- Você matou Jimin ? - aterrorizado, assim que me sinto no momento, mimi está
morto e tudo por ganância, um menino tão gentil, um amigo tão prestativo, meu
peito doi, meu ar falha e meu coração está dilacerado.
- Uni o útil ao agradável, quero a coroa, precisava de alguém para ser culpado pela
morte de meu irmão e me livrar de você, no fim você foi útil para algo não é mesmo
mimadinho ? - então sorriu em minha direção.
- Em algum momento na sua vida você amou alguém ? - perguntei enquanto sentia o
sangue escorrer por meus lábios.
- Muito cedo - ele se aproximou, limpou o sangue do canto da minha boca e
continuou me encarando - eu aprendi que amor não vale nada, Alteza - palavras
amargas demais, para alguém tão novo.
- Você é um monstro, eu odeio você, odeio você com todas as minhas forças. -
levantei sem me importar dele estar me assistindo arrumar minhas coisas para ir
embora, embora daquele castelo e de uma vez por todas embora da sua vida.
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2036 Unic, Wisdom.
Jungkook
Senti Taehyung puxar a mão que estava junto a minha com força então olhei nos
seus olhos, aterrorizado, era assim que ele estava, ele se afastou de mim em busca
de água, seu corpo todo está rígido, sua respiração está ofegante, ele deve estar
prestes a chorar, mas não quer fazer em minha frente assim com o Taehyung
Príncipe.
Mas há algo errado nessa história, sei que há, por que não me sinto capaz de fazer
uma barbaridade dessas, sequer me sinto culpado pelo que aconteceu na época, há
apenas um vazio dentro do meu peito que ainda não tem explicação.
- Taehyung - comecei a falar e pela cara que ele fez ao me olhar parece que até
minha voz o está machucando. - Taehyung eu não sou ele.
- Eu acho que não quero mais saber sobre a história Jungkook, o passado deve ficar
no passado, não é mesmo ? - seus olhos acumularam lágrimas e ódio direcionado a
mim.
- Não me olhe dessa forma, eu já falei que não sou ele - quase gritei a frase e
Taehyung mal se mexia no lugar.
- Você acabou de matar alguém - ele disse e abaixou a cabeça, tentando ao máximo
não chorar.
- Taehyung, não fui eu, eu não sou ele, vamos continuar a história, precisamos saber
o que aconteceu - estendi minha mão para ele.
- Eu não quero mais Jungkook, não quero mais, tá doendo como se eu estivesse
passando por tudo aquilo, não quero mais - ele abraçou o próprio corpo enquanto
falava e meu coração apertou em vê-lo dessa forma.
- Vem cá docinho - ele me olhou com certa raiva pelo apelido e se sentou ao meu
lado.
- Agora que quero entender o que aconteceu, quero saber o meu lado da história,
toda a história tem dois lados, quero saber se eu realmente fui um filho da puta - ele
afirmava com a cabeça, mas não parecia totalmente a fim de voltar naqueles tempos
o que era muito compreensível depois do que acaba de acontecer.
Ele olhou sua mão, a mesma que naquele tempo acaba de ser feita a marca do J
então olha para mim.
- Certo, vamos ver o seu lado da história.
E mais uma vez ele segurou minha mão.
Nem tudo é o que parece

1554 Divisa dos reinos, Cabana.

Jungkook
Há um lugar entre os reinos onde eu consigo ser eu mesmo, é uma cabana que não
há dono, a terra lá é fértil e todas as flores que plantei naquele lugar floresceram
lindamente, poucas pessoas passam por aqui, e as que passam por perto não sabem
que a cabana existe, mas há um omega, que raras vezes passa por aqui e deixa seu
incrível cheiro de baunilha no ar, é tão doce e chamativo que tenho vontade de
rastrear o cheiro, persegui-lo e fazê-lo meu, mas não faria isso com o pobre omega,
ninguém seria feliz ao meu lado.
Em mais um dia dessas minhas aventuras sendo um simples camponês encontro o
doce omega, ele me encarou nos olhos, aqueles olhos amarelos lindos e quentes
como o sol, sem medo algum, mesmo estando ali sozinho com um alfa, omega de
fibra, forte, um Kim, eu tinha certeza absoluta que era um Kim, meu lobo uivou
dentro de mim como um aviso, meu escolhido, minha cabeço rodou e doeu, me
trazendo a triste realidade de que é um Kim, ele não pode ser meu destinado, não um
Kim.
E como se eu não tivesse controle sobre meu próprio corpo fui em sua direção,
quando encostei em seu rosto tudo aconteceu, definitivamente meu escolhido, mas
eu não poderia estar mais desesperado com a descoberta, meu omega corre risco se
apenas desconfiarem que ele é meu.
Saí às pressas dali e voltei para Fighter ao encontro de meu irmão, preciso fazer algo
rápido.
- Minie, Minie eu preciso de ajuda - entrei no castelo tampando os olhos e procurando
meu irmão como desesperado, o encontrei em seu quarto.
- O que foi irmãozinho ? - Jimin me perguntou assustado então tirei a mão dos meus
olhos, Jimin se espantou, mas ficou ali admirando a nova cor de meus olhos, quase
chorando comigo.
- São tão lindos - ele acariciou minha bochecha - Quem é ?
Um soluço escapou por meu pulmão, comecei a chorar no colo de meu irmão ele me
abraçou forte enquanto fazia carinho em meu cabelo.
- É um Kim irmão, um Kim - Jimin nada disse por um tempo.
- Tudo bem, nós vamos dar um jeito - ele me levantou e começou a limpar as
lágrimas de meu rosto.
- Eu preciso arranjar um jeito de mudar a cor de meus olhos, você precisa encontrar
uma bruxa para mim Jimin, para ela fazer algum feitiço que esconda isso, ninguém
pode descobrir o que aconteceu - Jimin confirmava com a cabeça já pensando como
irá agir.
- Certo, vou agora mesmo atrás de alguém, fique aqui - ele me pediu e saiu de seu
quarto às pressas.
Algum tempo depois Jimin voltou com um colar, disse que ali continha um feitiço,
mas que eu não podia estar muito em contato com o omega escolhido pois ele
falharia, nenhuma magia é suficiente para encobrir almas destinadas, acharia lindo se
essa não fosse a sentença de morte de meu omega, coloquei em meu pescoço, e a
cor natural de meus olhos voltou, me olhei no espelho mas não me reconheci, ele já
fazia parte de mim por mais que eu tentasse o esconder, olhei para meu irmão que
tinha o rosto preocupado, totalmente compreensível devida a situação.
- Você não pode de jeito nenhum ficar muito tempo perto dele - me advertiu e eu
assenti.
- Nós iremos para o castelo dos Kim essa semana, quem é ele ? Você acha que pode
evitar de encontrá-lo ? - meu irmão me perguntou.
- Impossível, é o herdeiro da coroa, irmão - Jimin inspirou forte.
- Você tinha que ser o destinado logo do herdeiro dos Kim irmãozinho ? Não podia ser
alguém menos impossível ? - Jimin encarava uma parede qualquer como se estivesse
pensando numa solução.

- Ele é perfeito para mim, Minie, tão perfeito, corajoso, lindo, um olhar aguçado, um
verdadeiro Rei - meu irmão sorriu para mim.
- Aposto que é - Jimin é o único a conhecer esse meu lado romântico, sempre sonhei
com o momento em que encontraria meu omega, imaginei que seria difícil, mas não o
inferno que passou a ser ama-lo.
O dia do baile chegou, colocamos além das nossas roupas de gala pretas cheias de
jóias também pretas a máscara de que somos odiosos, e odiamos a todos, inclusive a
nós mesmos.
Se tem uma coisa que tenho certeza que eu e Jimin nascemos para ser é atores, mais
até do que príncipes.
Entrei naquele salão indiferente, o primeiro cheiro que tentei rastrear foi o do meu
omega, não queria ser pego desprevenido, mas não foi o que aconteceu por que ele
estava logo na entrada, ao lado de outro alfa, o que irritou profundamente meu lobo,
o insuportável lado do lobo territorial, ele me encarou assustado, não fazia ideia de
quem eu era, até agora.
Todo o seu semblante mudou ao me encontrar ali, outro alfa chegou mais perto dele
e o acalmou com seu cheiro, imaginei ser o irmão mais novo devido o carinho que
havia ali, então seus olhos Verde esmeralda se entristeceram ao encontrar os meus
azuis, queria ir até ele, explicar e dizer que tudo não passa de um teatro, um plano
para que todos saiam felizes no final, mas não posso fazer isso e tenho que assistir
meu omega se entristecer aos poucos, perder o brilho no olhar, mas meu omega não
é qualquer omega porque mesmo triste em momento algum abaixou a cabeça, esse
omega é um orgulho para meu ego de alfa.
Tentei evitar meu omega a todo custo, o que era uma tarefa quase impossível de ser
feita, ele estava em todo lugar, o seguia com o olhar e farejava seu cheiro de longe
sempre que podia, seu cheiro me acalma de uma maneira surreal, e combina tão
perfeitamente ao meu, em determinado momento o senti mais intenso, então pouca
foi a minha surpresa quando o senti me puxando pelo braço e me levando para uma
sala mais privada, graças a todos os seres místicos ou não, o alfa que estava com ele
na entrada veio conosco, não responderia por mim ou por meu lobo estando sozinho
com meu omega ele fechou a porta com ira nos olhos e assim como eu o feri ele
tentou me ferir também.
Não o julgo, eu teria feito pior mas ver o quanto ele estava se esforçando para que eu
sentisse algo me mostrou o quanto esta doendo nele e não foram as palavras que
doeram em mim, dói saber que está doendo tanto nele a ponto dele querer que eu
sinta algo nem que seja ódio dele.
Mas ódio é algo que com toda certeza nunca sentirei desse omega, ele é tudo o que
sempre sonhei em alguém, o jeito de lidar com as mínimas coisas, a força que tem no
olhar e nas atitudes, até o sorriso meigo, que me mata nunca ter sido direcionado a
mim, meu omega, meu doce omega, que no momento me odeia com todas as suas
forças.
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- Eu não estou acreditando nisso Jimin, você tem certeza ? - estamos na fonte do
castelo dos Kim, lugar que Jimin usa para encontrar o omega dele, a noite foi um
inferno, depois do pronunciamento do Rei papai levou Jimin para o quarto para o
comunicar que pretende o casar com o Kim herdeiro.
- Sim Jungkook, se acalme, vamos dar um jeito do príncipe nos recusar, conheço
pouco o Rei Kim, mas noto o quanto dá importância a vontade do filho, ele não irá
simplesmente obrigar o menino a casar com um de nós - encarei Jimin.
- O problema Jimin, é que se eu estiver certo, aquele omega vai entrar nessa pelos
reinos, ele tem fibra demais para fugir de uma batalha que aparenta ser simples
como essa - falei gesticulando entre nós e Jimin me encarava sério.
- Então façamos ele desistir de lutar - Jimin parecia realmente achar simples. Ri com
escárnio.
- Depois que vocês se tornarem amigos, venha e me diga se meu omega é do tipo
que desiste. - sai a passos pesados dali, se ha algo que estou odiando no momento, é
deixar meu omega sempre correndo perigo.
Ele estava a destra do Rei, olhar altivo e prepotente, nem para o Rei de Fighter ele
abaixou a cabeça, o que tenho certeza que incomodou demais o Rei, nos encarou
como igual, afinal ele é, então o Rei fez a proposta e ele esperou que eu fizesse algo,
tomasse alguma atitude, ou demonstrasse qualquer interesse nele, ao sentir aqueles
olhos cravados em mim meu lobo se debateu, mas eu não podia fazer nada não
agora.
- Está feito, Ele terá que escolher um de nós - entrei no quarto de Jimin para o avisar.
- O que faremos para que ele desista ? - Jimin me perguntou.
- Eu não preciso fazer nada, ele me odeio - meu irmão me direcionou um olhar
empático. - Você pode mostrar a ele casualmente que já tem alguém, ele não é do
tipo que gosta de ver os outros sofrer, por mais que ele sofra.
- Certo, darei um jeito, é bom você conhecer tão bem assim seu omega irmãozinho,
nos ajudará muito - Jimin disse já saindo do quarto para fazer algo.
Fiquei ali na calmaria do quarto de meu irmão, pensando no quanto já fiz meu omega
sofrer em tão pouco tempo, espero que no futuro ele compreenda meus motivos.
Decido ir até a biblioteca, descobri que lá o cheiro de Taehyung reina, talvez ele
passe grande parte do tempo dedilhando aqueles livros e soltando seu cheiro por lá,
pouco tempo depois de ter entrado escuto alguém entrar pela porta, não notei quem
era pois seu cheiro está por todo o lugar, quando me virei me deparei com aqueles
olhos verdes lindos e a bochecha com marcas de lágrimas.
Não consegui me conter, acabei perguntando se ele estava chorando e para disfarçar
a falha perguntei se haviam errado alguma escolha fútil do seu dia, meu omega tem a
língua afiada, respondeu a altura, me deixando quase sem reação.
Ele continuou falando e andou pela sala, seu cheiro que já estava no lugar está mais
forte, meu lobo agitado e meu coração disparado, tudo contribuindo para uma
catástrofe.
Então meus olhos oscilam nas cores em sua presença, como era previsto e ele me fez
a pergunta mais difícil que eu já respondi na vida.
- É tão ruim assim para você ser meu ? - me encarando de perto, meus olhos
percorreram todo seu lindo rosto, queria o beijar ali mesmo, sem me importar com
mais nada, sem pensar em mais nada, sem medir quaisquer consequência, mas não
posso fazer isso com ele.
- É a pior coisa que aconteceu na minha vida - quão grande foi a mentira que acabei
de falar, esse omega, sem sombra de dúvidas é um presente que não mereço
receber.
Sentimentos atordoantes

Se há uma amizade que funciona muito bem é minha com meu irmão Jimin, meu
irmão me conhece como a palma da mão, sabe quais serão minhas reações para
qualquer situação e as impede sempre que preciso.

Foi o que acabou de acontecer agora mesmo, ele está me carregando pelo braço até
meu quarto depois de eu ter o flagrado saindo do quarto do meu omega.

- Não pense besteiras irmãozinho, Yoongi está lá naquele quarto, ele nos pegou
conversando e ficou triste com algo que falei, estava chorando e Taehyung estava o
amparando, você sabe que não posso fazer nada por meu omega, já não basta você
escondendo seus olhos aqui - ele falou tudo de forma impaciente, como se eu não
tivesse motivos para estar irritado.

- Vocês pareciam bem juntos - abaixei a cabeça enquanto falei, não quero encarar
aqueles olhos azuis cheios de pena direcionado a mim.

- Não fique imaginando coisas Jungkook, ele é seu omega, não teria chance alguma
de algo acontecer entre eu e ele - sei que meu irmão fala a verdade, mas nada
impede do meu coração apertar.

Vou até o espelho e me encaro retiro o colar que contém uma pedra sem cor alguma,
mas quando o coloco a pedra filtra a cor de meus olhos, e ali naquele reflexo, meu
verdadeiro reflexo, eu encontro um pouco de conforto, ali vejo os olhos do meu
omega, ali vejo o seu primeiro olhar em minha direção que é bem diferente do que
recebo agora, ali vejo a cor que realmente me representa, um alfa completo que
encontrou sua metade, seu destinado.

Só me entristece e me entristece profundamente saber que da outra parte, na mente

do omega, quando ele se olha no espelho o que ele sente é raiva, ódio, rancor e a
certeza de que eu não sinto absolutamente nada, ele pensa que ele carrega o fardo
de ter nossa cor sozinho, mas eu, mesmo não carregando a cor, carrego o amor por
nós dois.

- Me sinto tão mal Minie, ele me odeia tanto, meu coração pesa a cada olhar dele em
minha direção, eu queria tanto contemplar aquele sorriso perfeito que ele tem e sorrir
junto dele, sentir seu cheiro em mim, sentir o seu abraço, ouvir aquela voz rouca de
perto, aquela risada gostosa, Minie está doendo mais do que imaginei que doeria,
faça parar Jimin, por favor faça parar essa dor - fui até Jimin e me aconcheguei nos
braços do meu irmão.

- Calma irmãozinho, tudo ficará bem, as coisas vão se ajeitar eu te prometo. - E por
mais uma noite eu adormeci sem meu omega em meus braços.

- O Taehyung irá para o nosso reino conosco - Jimin entrou no meu quarto falando e
conseguiu parar meu mundo inteiro com essa pequena frase.

- Será que vossa alteza pode me explicar em que momento nosso plano de fazer o
Taehyung não querer nada com você falhou ? - perguntei a ele que me encarou
descontente.

- O Taehyung já me descartou, ele deve estar considerando você, Príncipe de Gelo. -

Jimin se sentou na cadeira próxima a cama onde estou.

- Principe de Gelo Jimin ? - o perguntei incrédulo.

- É assim que o Taehy te chama - o sorrisinho malicioso estava ali adornando seu
rosto.

- Aquele ... - não consegui imaginar um adjetivo para o quão atrevido o Kim é, eu
amo cada nova descoberta sobre ele, por mais que elas não sejam feitas por mim e
sim por meu irmão.

- Deixe disso, estou vendo que você amou o apelido - eu sorria involuntariamente.

- Isso não deveria ter acontecido Minie, por que motivos esse mimadinho vai conosco
? - meu irmão já se mantém pensativo.

- Ele ainda quer te dar uma chance, você tinha razão quando disse que seu omega
não corre de responsabilidades e que ele encararia essa tarefa e casar com um de
nós, mas eu acho que inconscientemente ele quer dar uma chance a você irmãozinho
- encarei Jimin de volta.

- Não me iluda dessa forma Jimin, você sabe que isso não pode acontecer, temos que
arranjar um jeito dele voltar o quanto antes. - Jimin soprou um riso triste.
- Tudo bem, você estar certo, só estava comentando, nós partiremos amanhã - ele
me avisou.

- Certo, já está tudo arrumado, você terá que manter Taehyung longe de mim, você
consegue fazer isso ? - pedi em súplica para meu irmão.

- Consigo, já até sei como, Taehyung odeia ser ignorado, vou fazer ele ficar grudado
em mim pode ficar tranquilo - Assenti sem imaginar o que Jimin irá aprontar.

Nos primeiros instantes de nossa viagem entendo o Jimin planejou fazer, ele está
com um bico enorme, uma cara fechada e nunca olha para Taehyung, o que deixa
meu omega muito incomodado, ele não para um segundo sequer de chamar Jimin e
tentar ter sua atenção, assistir isso está sendo sufocante, quero rir das carinhas que
ele faz, quero chamar ele para o meu lado, quero abraçá-lo ao ver quão triste ele está
por não ter atenção alguma.

Então aquela insegurança começa a tomar conta de mim mais uma vez, ver ele assim
tão bem ao lado de Jimin, perceber quanto carinho já há ali naquela relação, me faz
colocar em dúvida se ele realmente pensa em mim como uma possibilidade ou um
castigo, os dois se dão bem juntos, são parecidos no jeito de ser, são carinhosos e
amáveis um com o outro, ele fica tão calmo perto de Jimin que mal posso sentir seu
cheiro, uma certa inveja tomou conta de mim, então ouvi ele chamar Jimin por um
apelido fofo, foi o estopim para mim, acertou em cheio meu coração e o quebrou, eu
não posso fazer nada, não posso reagir, não posso demonstrar descontentamento
mas sem querer demonstro, Jimin me encarou daquela forma que me diz que estou
exagerando, meu irmão me conhece, se duvidar sabe exatamente o que está
passando por minha mente agora, mas não consigo evitar de pensar que comigo meu
omega não será feliz.

Assim que chegamos nosso castelo fui verificar o quarto de Taehyung, estava tudo
como pedi para deixarem, o mais parecido possível com seu reino, não queria que ele
se sentisse mal até mesmo em seu aposento e Taehyung está acostumado com coisas
claras e vivas, diferentes das cores que o castelo possui, saí de seu quarto rápido
para que não me vissem, quando entro em meu quarto me deparo com Jimin de
braços cruzados e cara fechada em minha direção.

- Por que está me olhando assim ? - perguntei para ele sem o encarar, tenho odiado
encarar os olhos azuis de meu irmão, me lembram que os meus são da mesma cor e
eu não a quero mais.
- Quero saber o que passou por essa sua cabecinha lá na carruagem, o que aquela
encarada que você me deu quis dizer Jungkook ? Espero não ser o que estou
pensando. - engoli em seco meu nome é raramente falado por meu irmão e
ultimamente tem sido muito citado.

- Não foi nada Jimin - não quero dar explicações para ele.

- O que está havendo com você ? Você sempre me conta tudo Jungkook e está aí
todo estranho agora - meu irmão se colocou em minha frente.

- Já disse não ser nada Jimin - não sustentei encarar o olhar curioso de meu irmão.

- Eu te dou mais uma chance de falar e essa será a última, nunca houve isso entre
nós, você sempre deixou tudo às claras, não faça isso conosco logo agora, num
momento tão crítico, o que há com você? - agora encarei meu irmão, para ver se o
que diz é verdade e sei que é.

- Eu estou cansado Jimin, faz tão pouco tempo que o conheci e ele consegue me
deixar exausto, cansado de ser o ruim, o vilão da história, estou cansado de receber
olhares nada amistoso, cansado de ser aquele que só recebe patadas, cansado de ver
o sorriso dele morrer ao poucos por estar por perto, ou ele parar de falar algo que
estava empolgado por que estou junto, cansado Jimin, eu só estou cansado de
receber tanto ódio, eu preciso dele longe Jimin, tê-lo assim tão perto está me
matando. - minhas lágrimas já banhavam meu rosto.

- Irmãozinho, eu amo você, nunca se esqueça disso, sei que não é do meu amor que
você precisa agora mas você tem que ser forte, logo ele não estará mais aqui e
vamos conseguir colocar tudo no lugar. - Jimin mais uma vez me abraçou e me
deixou ali por um tempo chorando.

- Vamos resolver isso - tentei acreditar com todo o meu ser no que Jimin diz.

Dias e dias se passaram, percebo Taehyung tentando se aproximar, mesmo que no

final termine com nós dois discutindo, certo dia ele entrou em minha sala de treino,
meu coração falhou.

Cometi um erro, um erro tão bobo que poderia colocar tudo a perder.

Uma falha boba que seria irremediável, eu estava sem o colar, meus olhos estavam
verdes e eu totalmente desprevenido, não lembrei que Taehyung tem passeado pelo
castelo, assim que o vi na porta pedi para que ele saísse, mas teimoso do jeito que é
não fez o que foi pedido, Taehyung é incrivelmente forte, tem raça, batalha pelo que
quer e no momento quer se dar bem comigo, coisa que sob hipótese alguma deixarei
acontecer.

Esta tudo caminhando mais rápido do que planejamos de início, torço para que tudo
de certo.

- Você está pronto Minie ? - perguntei a meu irmão que tinha um olhar preocupado.

- Essa pergunta deve ser feita a você, você quem vai ficar aqui irmãozinho, você está
pronto ? - engoli em seco, não, nunca estaria.

- Sim, estou pronto - Jimin balançou a cabeça em concordância e tomou a poção.

Era crepúsculo, a noite ia embora e o sol nascia lindamente no horizonte aquecendo o

clima frio aos poucos e o corpo de meu irmão esfriava estendido na cama, já sem
vida.

Foi encontrado por uma das serviçais que gritou espantada com a palidez da pele que
sempre fora dourada.

A primeira pessoa que foi julgado como culpado foi meu omega, completamente
previsível, o Rei enfurecido mal o deixou falar e ali eu presenciei a pior cena da minha
vida toda.

Algumas lendas antigas dizem que quando há uma forte ligação entre alfa e omega
um sente o que o outro sente e eu senti, senti como se fosse em mim, cada dor
física, cada reação psicológica, não consigo compreender de onde tirei tamanha força
para assistir toda a cena, o Rei marcando meu omega como já fez um dia comigo e
com meu irmão para nos punir, era uma terrível mania dele, sentindo exatamente
que ele sentiu ao olhar para mim e ver seu próprio alfa não fazendo nada para ajudá-
lo, senti o ódio e a vontade de se vingar crescendo ardentemente, senti o orgulho
entrar em ação ao manter a cabeça levantada sabendo ser acusado injustamente,
sem direito algum a defesa, senti tudo o que meu omega sentiu.

Então o Rei se retirou, ficamos só eu e ele e agora, todo o dom que eu acho tenho de
atuar precisa ser usado apenas nesse momento, por que ver meu omega dessa
maneira está me enlouquecendo por completo e mais uma vez é com ele que estou
vivendo mais um dos piores momentos da minha vida, mas foi sua pergunta que me
quebrou por inteiro.

- Você algum dia amou alguém ? - Ah se ele soubesse, se ele soubesse que o amo
tanto a ponto de abrir mão de mim mesmo para que ele seja feliz.

- Muito cedo - limpei o sangue que escorreu por seu lábio após o tapa que o Rei lhe
deu - eu aprendi que amor não vale nada, Alteza - e mais uma vez estou eu aqui,
mentindo para meu omega, causando dor e tristeza nesse ser que brilha de tão
perfeito que é, como um anjo, mas eu não sou um anjo, e estaria apenas o
arrastando para o inferno que minha vida é.

E como se não tivesse como piorar ele lança aquelas três palavrinhas que é capaz de
acabar com qualquer coração de gelo, eu te odeio.

Como posso amar tanto uma pessoa que me diz em minha face o quanto me odeia?
Mas eu amo e amo ainda mais depois disso, vou amar até o meus últimos dias,
mesmo ele não me amando de volta.

Eu só espero que em outra vida, nossa história tenha sido mais doce, meu omega.
Sufocante

Desço do cavalo assim que chego na cabana, meu irmão já está na porta a minha
espera, não sei como consegui chegar até aqui e quando Jimin chega perto a última
coisa que vejo é a cor dos seus olhos violeta.
Quando abro os olhos já deitado em uma cama aconchegante me deparo com o
mesmo par de olhos violeta, mas não é meu irmão ali.
- Olá, Yoongi, onde está Jimin ? - perguntei ao omega do meu irmão.
- Foi buscar alguns remédios para você Jungkookie - assim que me respondeu, Jimin
entrou pela porta da cabana preocupado.
- Ei, o que houve irmãozinho ? Como está se sentindo ? - não consigo falar assim que
escuto a voz serena de Jimin minhas lágrimas decidem escapar por meus olhos e meu
pulmão apenas expulsa todo o ar em soluços e mais soluços.
- Shhhhh, tudo bem irmãozinho, vai ficar tudo bem, chore Jungkook, chore para que
essa dor saia um pouco de seu peito. - Jimin me diz com aquela voz serena e calma.
- Não é irônico Minie ? Eu vou morrer com meu omega me odiando, eu que sonhei
tanto com ele. - falei entre um soluço e outro.
- Você não morrerá - Jimin disse irritado.
- O rei declarou guerra contra Wisdom, e Taehyung estará à frente desta guerra para
se defender Jimin, talvez ele mesmo acabe com a minha vida. - era fato, Taehyung
me odeia, não poupará esforços.
O rei planejou tudo para que trouxéssemos Taehyung para nosso Reino, estava
fissurado em trazer o omega dos Kim para nosso castelo para tentar contra a vida
dele e nós nem sabemos ao certo a motivação dele, há um grande ódio da parte do
Rei em relação a toda a corte de Wisdom, desde que me conheço por gente ouço o rei
declarar ódio por aquela família.
Eu já não concordava com essa atitude do rei em relação a família, também não
concordava com essa sede de vingança sem motivação justificável.
Então quando descobri que o mesmo que tem o ódio do meu pai para si é meu
omega, me desesperei, meu pai com toda certeza se aproveitaria disso e o traria para
cá e não seria nada feliz a estadia de meu omega conosco, eu não sabia sequer se ele
sairia com vida de nosso castelo, não quis arriscar, queria manter ele longe, o mais
longe possível do Rei.
O Rei se manteve tão concentrado em sua vingança que esqueceu de cuidar de suas
tropas e do seu reino, nesse meio tempo conseguimos convencer o maior número de
soldados a abandonarem a guerra iminente, que ela não valia a pena e sequer tinha
um motivo, a não ser uma vingança infantil da parte do rei por um amor que não
aconteceu na adolescência com a rainha Kim, o que não justificava nada, o exército
estava reduzido a setenta por cento, se o exército de Wisdom se levantar, com toda a
certeza perderemos, seremos massacrados e eu obrigado a estar a frente dele, contra
meu próprio omega.
- Não seja doido Jungkook, Taehyung não ... - ele não terminou a frase, sabe que
Taehyung é capaz.
- Ele está com sede de vingança Jimin, o Rei o marcou, eu não o ajudei, ele acabará
comigo e com o Rei se tiver oportunidade, agora me diga, não é mais irônico ainda
irmão ? Morrer pelas mãos do meu amado ? - agora Jimin chorava e soluçava comigo.

2036 Unic, Wisdom.

Voltamos a realidade, Taehyung me olha com um certo remorso e abaixa o olhar.

- Desculpe pensar que você tinha matado Jimin - ele disse envergonhado.
- Ei, tudo bem, até eu fiquei com medo de ter feito algo contra o Jimin - afaguei suas
costas e me levantei para pegar um pouco de água.- então deve ser por isso que
estamos vivendo tudo de novo ? Temos que dar um jeito de avisar o Príncipe Kim que
o Príncipe Jeon não é o cara mal ?
- Eu não sei, como faríamos isso ? Como avisaremos e se formos tentar fazer isso, o
que falaremos ? O Príncipe Kim está odiando o Jeon, odiando de verdade - ele falou
as últimas palavras tão baixo que quase não as escutei.
- Temos que pensar docinho - ele me olhou mais uma vez irritado por conta do
apelido. - O que foi ? Seu cheiro é doce, você parece um docinho.
- Eu não sou um docinho Jungkookie, eu preferia buscar em alguma carta ou diário
que está no baú as respostas para minha pergunta, não sei se quero viver isso, não
sei se suportaria saber que fiz algo a alguém que ... - ele não terminou de falar
apenas me encarou então prosseguiu com outra frase - e também talvez encontremos
alguma solução.
Ele foi até o baú que está ao lado da sua mesa e pegou diversas cartas, todas da
Rainha Kim para o Rei Kim e vice e versa, lemos algumas e eles estavam apenas
contando sobre o cotidiano do castelo quando o Rei estava fora, ou o Rei contando
sobre suas aventuras, nada que dissesse o que ocorreu ao príncipe na determinada
guerra.
Taehyung se entristeceu, era nítida a vontade de saber mais, mas o medo de algo
realmente ruim acontecer estava o impedindo.
- Docinho, você sabe que é algo passado, não sabe ? Não está acontecendo de fato,
se você quiser continuar nós podemos e nada acontecerá conosco aqui e agora - falei
para ele que me encarou com pesar.
- Você não entende Jungkookie, naquela época eu estou odiando você, nunca em
toda minha vida senti isso, mas eu agora realmente senti um ódio latente por você,
eu estou com muito medo do que pode acontecer conosco, muito - isso eu já sabia,
era nítido o medo em seus olhos.
- Mas talvez isso esteja acontecendo apenas para que saibamos algo, não é para
necessariamente mudar o passado, apenas entede-lo - ele balançou a cabeça em
negativa
- Não, Jungkook, é mais do que isso, eu sinto - eu também senti, assim que vi o
quanto o Príncipe estava abalado, ele será capaz se entregar, de participar de uma
guerra, para que seu omega não sofra nas mãos do Rei de Fighter e sabe se lá o que
ele planeja fazer para que nessa guerra seu omega não seja atingido.
- Já se passaram das quatro da tarde, você quer comer algo ? Vou buscar para você -
ele confirmou quietinho, Taehyung esta realmente triste com o andar da história,
agora segura um diário como se esperasse que todas suas respostas saíssem dali.
Saio para comprar algo e logo volto, assim que entro no escritório Taehyung fala.
- Encontrei uma carta que foi do Rei de Fighter para a rainha, ele está perguntando
se o mais velho dos Kim pode ser seu filho, talvez a resposta negativa tenha o
desapontado, por isso o ódio todo do Kim mais velho - ele ainda analisava a carta.
- Sim, talvez isso tenha sido um gatilho para ele - o entreguei o café e alguns
bolinhos para ele se alimentar e sentei ao seu lado no sofá, tudo o tocando sem ao
menos perceber.
- Sabe o que não entendo - ele começou a divagar consigo mesmo - Se voltamos ao
passado quando nos tocamos, por que agora ao nos tocarmos não estamos voltando
?
- Talvez porque você não queira voltar docinho, quando voltamos a primeira vez
quem queria isso era você, na segunda vez eu queria voltar - pensei na única
explicação plausível para o que acontece.
- Você também não quer voltar ? - apenas neguei com a cabeça levando o café
quente e reconfortante a boca.
- Por que não ? - ele perguntou confuso, eu encarei aqueles olhos Verde esmeralda
tão lindos, olhos que o Príncipe não pode apreciar tão de perto como estou
apreciando.
- Assim como você sentiu todo o ódio do Príncipe Kim, eu senti todo o amor sufocante
do Príncipe Jeon, assim como você está com medo do que o Príncipe faça por conta
do ódio que está sentindo, eu tenho medo do que o Príncipe faça por conta de todo
esse amor que está dentro dele sufocado.- assisti Taehyung engolir em seco e seus
olhos verdes brilharem ainda mais.
Nasce um guerreiro

- Docinho - chamei Taehyung que estava pensativo no canto do sofá.

- Pare de me chamar assim, você está me deixando confuso. - ele disse com um bico
nos lábios.

- Confuso porque ? Você tem um cheiro doce, você é um docinho Taehyung - ele me
encarou sínico e eu ri da sua feição.

- Você não pode me tratar assim como se eu fosse especial Jeon.

- Mas você é Taehyung, sabe docinho eu nunca acreditei em extremamente nada

disso que está acontecendo nesse cubículo que é seu escritório, nunca Taehyung, não
queria alguém para viver a vida junto, não acreditava que havia alguém feito para
mim e não acreditava que teríamos outras vidas, tudo mudou Taehyung,
extremamente tudo, bastou um toque seu e tudo mudou - seus olhos brilhavam ainda
mais forte.

- Jungkookie, não fale assim, eu sou um bobo e vou me apaixonar por esse seu jeito
meloso - ele sorria tão lindamente que meu coração vacilou nas batidas.

- Por favor Taehyung, por favor se permita se apaixonar por mim, sei que eu não
mereço, nunca quis me apaixonar e olhe eu aqui agora, perdido no seu cheiro, no seu
jeito - ele fechou os olhos e balançou a cabeça em negativa.

- Não faça isso Jungkookie, você pode estar confundindo os sentimentos do passado
com os de agora - ele falou meio triste.

- Taehyung você esqueceu que é meu destinado ? - ele sorriu sem graça.

- Esqueci, por um momento esqueci. - ele disse envergonhado.

- Eu sou apaixonado por você desde sempre, antes mesmo antes de te conhecer,
você notou que quem sempre se apaixonada primeiro sou eu ? - Taehyung me olhou
incrédulo.

- Ei não é culpa minha se no passado você fingia que era um tirano e agora um
insensível - ele cruzou os braços e se afastou de mim.
- Me desculpa por ser assim docinho, juro que vou mudar - o puxei de volta e ele
ficou grudado ao meu corpo ainda com os braços cruzados.

- Sabe Kookie eu quero muito saber o restante da história, mas - ele parou para
pensar - você estará aqui segurando minha mão se tudo der errado ? - ele me
perguntou com tanta expectativa no olhar que não pude me conter, ergui minha mão
e acariciei da sua bochecha até seu queixo.

- Prometo que eu estarei aqui, ainda estarei aqui segurando sua mão. - ele assentiu,
segurou minha mão e fechou os olhos, mais uma vez tudo mudou.

1554, Reino de Wisdom

Acordei na carruagem que já estava preparada para mim, não entendi ao certo, me
parece que os soldados que estavam me levando tinham se afastado dos serviços,
talvez Jimin já tivesse imaginado que algo assim pudesse acontecer e já havia
preparado alguém para que me ajudasse, Mimi meu amigo, não posso acreditar em
tudo o que fizeram com você meu amigo o quanto deve ter sofrido vivendo com
aqueles dois monstros.

Lágrimas e mais lágrimas molham meu rosto lembrando de todo o amor de Jimin pelo
seu omega, do quão meigo ele sempre foi, do quão amoroso, Yonie sofrerá tanto,
preciso dar um jeito de avisar meu amigo.

Assim que entro no castelo me deparo logo com mamãe, a última pessoa que queria
encontrar nessa situação, ainda estou com a mesma roupa desde ontem estão sujas e
ensanguentadas, meu rosto está machucado e minha mão enfaixada com um pedaço
de pano qualquer.

- Mamãe - falei baixinho, já assistindo seu rosto ficar em pavor.

- Filhotinho, o que houve com você ? - mamãe perguntou em choque.

- Jimin foi morto, colocaram a culpa em mim - Minha mãe deu passos para trás com o
susto da notícia, que logo passou e ela veio rápido até mim.

- Venha filhotinho, vou te preparar um banho - ele me segurou de lado com cuidado.
- Mamãe, preciso falar com o papai, onde ele está ?
- Primeiro vamos ver seus machucados Taehyung, depois você fala com ele - mamãe
olhava minha mão enfaixada preocupada.
Mamãe me ajudou, limpou meus machucados e me trouxe algo leve para comer, para
me recuperar seria rápido, nosso lado lobo contribui muito para isso, os machucados
cicatrizam rápido mas a marca em minha mão, ficará ali, me lembrando a todo o
momento o que preciso fazer contra o Rei e seu filho.
Papai vem até mim em meu quarto assim que termino de comer e o cinto tudo o que
aconteceu.
- Eu não posso acreditar em tudo o que está me contando filhotinho, como pode uma
família se tratar dessa maneira ? - papai ouviu todo o meu relato sobre o que
aconteceu no Reino de Fighter, mamãe permanecia quieta sentada no sofá.
- Pois acredite papai, nunca imaginei que uma família poderia ser tão degradante
entre si, o único que se salva ali era Jimin - só lembrar do meu amigo já me faz ter
vontade de chorar.
- Você está bem filhotinho ? Vocês estavam bem próximos - mamãe perguntou.
- Não mamãe, não estou bem, quero me vingar, por mim, por ser acusado
injustamente, mas principalmente por ele - encarei papai que pareceu analisar o peso
de minhas palavras, papai me conhece, se não fosse com nosso exército eu irei
sozinho me vingar, a minha forma.
- Filhotinho - encarei meu pai que havia começado a falar vacilante.
- O Rei de Fighter declarou guerra contra nós Majestade - escutei mamãe praguejar
baixinho - Eu estarei junto ao nosso exército para nos defender, mas principalmente
para matar aqueles dois.
- Taehyung - papai tentou começar mais uma vez. - Você é meu herdeiro direto, não
posso permitir isso.
- Perdão Majestade, mas não foi um pedido, eu irei, e será pior se eu for infiltrado
sem os soldados saber que o herdeiro estará junto deles, quem decide é o senhor -
papai sabe que falo sério é nítida a tristeza em sua face por ser obrigado a concordar
com meu pedido.
- Certo - papai disse simples rendido.
- O que, você não pode... - olhei para minha mãe que tinha furia em seu olhar. - Você
não fará isso Taehyung, não fará.
- Mamãe, por favor - ela nos olhou mais uma vez com raiva e saiu de meu quarto.
- Ela nunca entenderá filhotinho, mas eu te entendo, sua honra foi manchada, mas
pior que isso, seu coração foi golpeado, faça o que tiver que fazer meu filhote, só
volte para nós e volte bem, eu suplico - papai beijou minha testa e saiu do meu
quarto também.
Na manhã seguinte o Capitão Gong Ji-chul estava me aguardando para uma avaliação
de forma física, eles não me deixariam ir se fosse apenas para atrapalhar, como
nunca fui um omega que gosta dos afazeres domésticos papai fez questão de me
treinar, nunca imaginou que eu estaria na linha de frente de uma guerra, mas me
treinou para absolutamente tudo, inclusive isso, além da avaliação de minha força
tive também que tomar algumas poções para diminuir meu cheiro e meu olfato não
se incomodar com tantos cheiros diferentes juntos, para retardar os cios também,
todos os soldados tomam essas poções para que não aconteça nenhuma situação
desagradável em plena guerra, depois de todas as avaliações, de todas as medidas
necessárias e da aceitação do capitão no exército colocamos em andamento todas as
estratégias necessárias, sairíamos do Reino em direção a Fighter para que a batalha
aconteça longe daqui e longe dos nossos.
Na semana seguinte todo nosso exército estava se transferindo para o local onde
armamos nossa defesa e esperamos no acampamento, esperamos até que o Rei
cumprisse a promessa de guerra que fez.
Uma semana depois recebemos uma carta do Reino de Peacemaker nos avisando que
se juntariam a nós nesta batalha e assim fizeram alguma dias depois.
- Por que fez isso, Jinie? Sei que isso foi ideia sua. - abracei meu amigo quando
chegou perto.
- Não deixaria você sozinho num momento desse meu amigo - ele me aperta forte em
seu abraço.
- Fico grato Jinie, preciso de alguém ao meu lado mesmo, estava me sentindo só - ele
sorriu para mim e assentiu.
- Acha que irá demorar para o exército de Fighter chegar até aqui ? - ele me
perguntou com um certo anseio.
- Alguns espiões nossos foram enviados há alguns dias, na volta eles nos informaram
que o exército já está a caminho - informei meu amigo.
- E seu alfa ? - a pergunta veio quase como um sussurro, talvez por temer minha
atitude em relação a ela.
- Não tenho um alfa Seokjin, nunca tive - algo ardeu em meu peito ao proferir essas
palavras, mas não deii importância alguma ao sentimento.
- Certo, mas provavelmente, ele estará na linha de frente assim como você - meu
amigo me alertou.
- Ótimo, será o primeiro a morrer - meu amigo me olhou apreensivo.
- Nunca te ouvi falar assim Taehyung, o que houve nesse meio tempo que estivemos
afastados ? - meu amigo ainda não sabia da história então sentamos num tronco que
havia ali meio afastado do acampamento e o contei tudo, Seokjin deixou uma lágrima
escapar ao ver a marca que ainda está avermelhada em minha mão e jurou, assim
como eu, que se tiver oportunidade matara o Rei e seu filho.
- Agora você me entende Seokjin ? - ele assentiu.
- Compreendo Taehyung, mas permaneça sempre comigo, em momento algum saia
de perto de mim - apesar de tudo, meu amigo tenta me proteger, eu apenas
concordei com o pedido.
Ficamos ali por um tempo então o chão começou a tremer levemente, indicando que
a cavalaria de Fighter se aproximava, entramos todos no modo de defesa, cada um
em seus postos, eu e Seokjin estávamos no meio do batalhão, na linha de frente,
após a defesa com escudos, espadas em mãos escudos nos protegendo.
Prontos para a batalha.
A Batalha Mais Difícil

Ao olhar o horizonte podemos enxergar o exército inimigo e todos os seus aparatos.

O batalhão de Fighter se aproximava rápido, mas ao analisar o exército percebi ser
muito menor do que imaginávamos, o que me fez temer por alguns instantes ser
apenas uma armadilha ou uma estratégia para nos cansar, devemos estar atento a
possíveis ataques por todos os lados, então informei o Capitão que concordou com
meu pensamento e pediu para que seus guerreiros se mantenham ainda mais atentos
a quaisquer possibilidade de ataques surpresas.
Minha mente está um turbilhão, pela primeira vez estarei a frente de uma batalha,
nunca me imaginei nessa situação, mas quando se é herdeiro direto do Reino essas
circunstâncias são normais, um futuro Rei deve estar preparado para tudo e para
qualquer batalha.
E minha batalha é ainda mais difícil, não é apenas uma batalha física, é uma batalha
psicológica, quero justiça, quero vingança e quero tudo isso contra meu próprio alfa.
Não.
Meu alfa não, contra aquela pessoa que o destino brincou comigo me enviando como
destinado, como se eu merecesse alguém tão sem escrúpulos como ele.
Então como se fossem imãs nossos olhos se conectam, mesmo estando a toda aquele
distância, Jungkook também se encontra na linha de frente do batalhão, seu pai não
está ali, apenas ele, o que é compreensível pois sem Jimin para tomar a coroa se os
dois estivessem ali e morressem não haveria ninguém para Reinar, seus olhos estão
totalmente conectados aos meus, como se ele me pedisse para ir diretamente nele,
como se me pedisse para ir em confronto direto apenas com ele, então mantenho a
conexão, se é o que ele quer, ele terá, meu único alvo é ele e que se dane o restante
da batalha, pouco me importa se depois da luta eu for atingido.
Olho para Seokjin depois para ele de volta, Jin me compreende e fala que estará em
minha cobertura.
Então é chegada a hora.
Os batalhões se enfrentam, os sons das espadas nos escudos estão cada vez mais
alto, os rugidos e gritos dos homens mais forte, o cheiro de sangue começa a inundar
o local, minha espada já está banhada dele, meu rosto já está marcado pela espada
de outros, mas o que me move é maior que qualquer medo ou dor, o que me move é
minha vingança e o ódio de ter que me vingar apenas do filho quando eu queria
matar o pai também.
Então chegamos um de frente para o outro, seu rosto também já estava cheio de
sangue, o suor escorria por sua têmpora mas não havia nada naquele olhar, como se
a rendição já estivesse chegado ao seu entendimento, o que me causou ainda mais
furor, por que motivos ele já estaria rendido ?
Levantei minha espada em sua direção, ele não demonstrou que lutaria, senti quando
alguém me empurrou e ao olhar para o lado vi a espada vir em minha direção mas
ele impediu, atacou o homem, seu próprio homem e o matou, para que eu não fosse
atingido, não me importei, aproveitei que ele estava em combate e o ataquei, no
reflexo ele se defendeu, uma, duas, três vezes então deu um passo para trás e quase
caiu.
- Por que não está atacando Príncipe ? - falei enquanto erguia mais uma vez a espada
em sua direção.
- Não tenho essa intenção - foi apenas o que Jungkook respondeu me provocando
ainda mais ira, abaixei a espada para o encarar de perto, mas prestando atenção em
nossa volta e toda e qualquer movimentação em nossa direção.
- Me acha um omega tão fraco assim Jungkook ? - ele me encarou de volta e sorriu
de canto.
- Sei da sua força Taehyung, ou não estaria aqui, não seria aceito qualquer um em
batalha - se ele sabe por que não reage.
- Então reaja seu inútil, nem para seu reino fará alguma coisa ? - nada,
absolutamente nenhuma ação.
- O quer que eu faça Taehyung? - ele ergueu a espada e deu o primeiro golpe
acertando sem jeito minha espada, o que causou um certo desconforto em meu
pulso. - É isso o que você quer ? Quer que eu atinja você ?
Mas ele já me atingiu, da pior forma possível, me atingiu de forma certeira em meu
coração quando me negou não uma vez, mas várias, me atingiu a cada olhar me
menosprezando, me atingiu a cada palavra torta, me atingiu quando não fez
absolutamente nada por quando eu precisei, levantei minha espada junto a meu
escudo com ainda mais ódio e o atingi, hoje Jungkook morrerá e será eu o
responsável.
Levantei de volta minha espada e o ataquei agora com ainda mais força, com toda
minha força, pegou em seu braço e o arranhou um pouco o escutei arfar de dor, me
aproveitei da breve distração e ataquei mais uma vez, ele caiu no chão e sua espada
foi para longe, apontei minha espada em seu pescoço, ele me encarou, olho no olho,
como numa aprovação para o que eu estava prestes a fazer mas algo me chamou
atenção, um colar verde esmeralda que estava saindo debaixo de sua armadura,
peguei a adaga para me aproximar dele a coloquei em seu pescoço, peguei aquela
pedra e a analisei, com a adaga cortei o cordão que a mantinha pendurada no
pescoço de Jungkook, ele fechou seus olhos, olhei para a pedra mais uma vez que
agora não tinha cor.
- Olhe para mim Jungkook - coloquei a adaga em seu rosto e a forcei um pouco,
fazendo o sangue escorrer por sua bochecha, então ele abriu os olhos, os olhos Verde
esmeralda. - Então foi assim que você manteve sua cor, como se sente sabendo que
irá morrer pelas mãos de um omega?
Não um omega qualquer, meu omega - mas essas palavras não foram proferidas por
seus lábios, eu as ouvi altas e nítidas em minha mente.
Então como num passe de mágica tudo escureceu, senti alguém me pegar pela
cintura e me colocar atrás de uma grande rocha, luzes serpenteavam pela escuridão,
como se estivesse a procura de alguém, quando uma dessas luzes chegou perto pude
ver um pouco da silhueta da pessoa que me segurava com força escondido, era
Jungkook, então a luz brilhou fortemente em nossa frente quase nos consumindo,
senti algo queimar em meu braço mas Jungkook o golpeou e a ardência parou, a luz
mais uma vez tentou nos engolir, quando estava prestes a fechar nos consumindo,
Jungkook me empurrou para longe e eu cai há alguns metros de distância mas a
tempo de ver aquele luz sumir levando Jungkook junto a ela.
A escuridão continuou a se fazer presente para só depois de um tempo tudo voltar ao
normal.
Então me dei conta de que Jungkook foi levado por aquela escuridão, era para que eu
fosse levado, aquilo me atacava, me segurava e tentava me consumir, mas ele se
colocou em meu lugar e foi levado, mas por que e para onde ?
A última carta selada

A batalha foi vencida por nosso reino, estávamos montando o acampamento no local
pois ainda teríamos que aguardar um tempo para voltar para o Reino, para evitar um
possível ataque surpresa enquanto estivéssemos a caminho de casa.
A batalha está vencida, mas ainda não sabemos se a guerra está.
Mas o fato de não compreender o que houve naquele clarão me deixa atordoado, o
que seria aquilo, parecia algum tipo de feitiço, minha consciência grita para que eu
faça algo, mas era o que eu desejava não era ? Jungkook sumiu, nunca mais o verei.
Nunca mais.
Um mensageiro chega perto de mim com uma carta em mãos.
- Alteza, chegou a pouco tempo está carta do Reino de Fighter, o senhor quer abri-la
? - olhei aquela carta selada e decido não me incomodar com isso agora, quem sabe
mais tarde, quem sabe nunca.
Ja estou cansado desse reino, cansado de todos que habitam nele.
2036 Unic, Wisdom.
- O que ? Por que voltamos agora ? - escutei Jungkook perguntar apreensivo.
- Ele não abriu a carta Jungkook, ele não abriu a carta - meu coração pesava
toneladas, o Taehyung da época pouco se importou com o que estava escrito naquela
carta mas sei que ali há algo muito importante.
- Temos que encontrar essa carta Taehyung - eu já ia em direção ao baú aberto.
Vasculhamos todas as cartas, nenhuma estava selada, todas com os selos rompidos,
todos os diários foram abertos não havia ali nenhum vestígio da tal carta.
- Está carta deve estar em outro lugar, não deve estar aqui - Jungkook parecia
concentrado pensando em algo.
Então comecei a olhar no fundo do baú, ali havia um segundo revestimento, o puxei
com força e lá estava ela a última carta selada, deve ter entrado sem que ninguém a
notasse e permaneceu ali escondida por todos esses anos.
- Achei.
- Você é um gênio Taehyung - ele segurou em minhas bochechas e me deu um
selinho. - Desculpa docinho.
- Não, foi nada Jungkookie, está tudo bem - senti minhas bochechas queimarem.
- Vamos ler o que está na carta docinho - Assenti também com pressa para saber o
que já ali.
A carta.
Majestade.
Escrevo não sabendo ao certo qual será o meu fim mas vou lhe contar uma história
através desta carta.
Me apaixonei por uma omega que não era minha, Sua amada Rainha, nós tivemos
algo no passado, mas a conhecendo sei que vossa Majestade sabe de toda a história
e que não passou de um namoro de adolescente, ela teve de seguir a vida dela e eu a
minha, nossos caminhos não foram traçados juntos e eu compreendi isso muito bem
esse ponto.
Porém quem não compreendeu foi minha omega destinada, ela sempre soube de toda
história e colocou na cabeça que eu não tinha esquecido da história com Yeri, ela
deixou crescer tanto ciúmes dentro dela que a cegou por completo, ao nascer nosso
segundo filho ela entrou numa depressão tão profunda que resolveu nos deixar,
alegando que teria certeza que seu primeiro filho era meu, talvez tenha sido apenas
um jeito que ela encontrou de justificar seus atos.
Todo aquele ciúmes se transformou em ódio, um ódio tão grande que a fez se juntar
com um bruxo muito poderoso que já mantém um grande ódio por nossa família, ela
se aproveitou disso e colocou um feitiço em mim para se vingar sabe se lá do que
mais ela inventou na cabeça doente dela, ela consegue me manter como uma
marionete, são raras as vezes que estou são sem ela estar no comando de minha
mente, não sei como ela faz isso, mas dormiu ao meu lado por muitos anos, pode ter
feito qualquer coisa para que seu plano desse certo, mas sempre que estou bem
tento fazer algo para mudar esse fardo, até hoje não encontrei maneira de me
desfazer desse feitiço, há anos me tranco em meu escritório tentando arranjar uma
solução, há anos saio por cortes e mais cortes atrás de algo que possa me libertar
disso em uma dessas viagens encontrei um pequeno feiticeiro, Felix seu nome, ele se
compadeceu de minha história e me deu uma adaga para proteger aqueles que amo,
mas a adaga apenas funcionaria se a pessoa atingida por mim me odiar, foi aí que
comecei a missão de fazer meus meninos me odiarem a todo o custo dizia os odiar,
odiar que eles se dessem bem, odiar o amor, odiar qualquer relacionamento entre
pessoas seja elas quem fosse, por isso o medo dos meus meninos em trazer seus
ômegas para nosso castelo, medo que eu faça algo para me livrar de seus ômegas,
assim como eles acham que me livrei da mãe deles, para eles Majestade eu sou um
monstro.

Mas eles são tudo o que tenho majestade, ela poderia me dizer qualquer coisa, dizer
que tomaria minha coroa, meu reino, minha vida, que eu não moveria um dedo para
fazer algo que a impedisse, mas não mexer com meus meninos e foi exatamente o
que ela fez, ela me conhece bem majestade, sabe que não colocaria um reino na
frente de quem amo e usou isso contra mim, transformou minha vida num inferno,
me chantageou dizendo que mataria meus dois tesouros mais importantes e sei que
mataria.
Quando meu mais velho era pequeno ela o levou de mim durante um dia inteiro e não
faço ideia do que foi feito com ele, mas meu menino ficou meses sem dormir direito,
quando dormia tinha pesadelos horríveis e quase não comia, foi aí que vi que ela
realmente seria capaz de tudo, afinal se deixou um trauma tão grande numa criança
inocente, ela faria muito pior.
Foram pequenas amostras durante todos esses anos que me confirmaram o quanto
ela pode ser perversa e eu majestade, tive que assistir meus meninos me odiando
para poder os proteger e protegi, nenhum feitiço pode ser feito contra eles todos
esses anos, mas descobrimos que eles são alfas, ah majestade, imagine só o meu
orgulho em descobrir que meus meninos eram alfas, valentes e destemidos alfas,
mas com a descoberta um novo problema, eles teriam ômegas e mais pessoas para
serem atingidas pela maldade daquela cobra que se dizia minha esposa.
Eu conheço muito bem meus meninos Majestade, meu mais velho se apaixonou pelo
omega de Understanding um omega lindo, gentil, forte e ao mesmo tempo delicado.
O mais novo, bom, a história com seu omega ela se tornou muito mais complicada,
ele é o alfa destinado de seu filho ômega, e não cabe a mim se não a eles
conversarem com o senhor sobre isso, mas o omega é perfeito para meu mais novo,
do jeito que ele sempre sonhou, lindo, destemido, feroz e inteligente, os olhares de
meus filhos brilham ao falarem de seus ômegas.
Foi aí que tive que marcar também seu filho majestade, me perdoe pelo momento
difícil que teve que passar, mas era para o bem dele, sempre foi, eu o fiz sem ter
certeza se daria certo, mas eu estava tão mal de ter permitido que eles tivessem que
passar por tudo isso, que não suportaria ver meu mais novo sofrer sem seu omega,
ou sofrer o vendo morrer, o senhor pode não me entender, mas mesmo assim peço
lhe perdão, foi a minha maneira de tentar fazer algo.
O senhor deve se perguntar como sei disso tudo, durante esses anos todos assisti de
longe a relação dos meus filhos, sempre os ouvia conversando trancados no quarto
que era onde eles eram eles mesmos, era onde eles podiam ter a relação de irmãos
verdadeira, onde eles se permitiam ser irmãos, eu ouvia escondido suas risadas, suas
histórias e seus planos para o futuro.
Um desses planos majestade, é acabar com a minha vida, não, não pense que fiquei
mal ao descobrir, talvez eu não tenha mais jeito, talvez eu morra sendo uma simples
marionete de alguém mal, então que meus bravos filhotes conquistem a tão sonhada
felicidade, mesmo que para isso eu tenha que morrer.
Agora o medo me assola ainda mais, essa guerra que sem querer eu mesmo levantei
pode se tornar uma oportunidade para que aquele bruxo chegue perto de meus
meninos e de seus ômegas, Jimin não está morto, está vivendo em uma cabana com
seu omega, está feliz, pela primeiro vez na vida, tudo foi parte de um plano dos dois,
o próximo a ir para lá seria Jungkook, eles não teriam sangue frio para me matar e
viver com esse fardo, mas Jungkook estava disposto a viver o resto da vida sozinho,
para manter aqueles que ele ama felizes, isso inclui seu filho, estar em segurança em
seu Reino, ao lado da família, não ao lado dele.
Estou lhe contando isso pois posso não estar mais aqui, irei atrás daquela víbora,
tentarei mata-la eu mesmo, mas se caso eu não conseguir, se caso eu não estiver
mais nesse mundo, o senhor cuide de meus meninos, conte a eles que eu os amei
tanto a ponto de deixá-los nessa vida me odiando, mas amei por nós três, amei a
ponto de abrir mão de minha vida, para que eles pudessem ser eles mesmo.
Majestade, cuide dos meus meninos, mostre lhe o que é família, sempre admirei a
sua, mostre lhes a felicidade, e por favor se essa carta for os deixar tristes, apenas a
guarde consigo, e proteja os assim como fez com os seus.
Pai acima de tudo Jeon Ji-Hoon.
- Minha nossa - Jungkook arfou desacreditado - O que faremos ? Ele não leu, ele não
está se importando com essa carta Taehyung.
- Temos que dar um jeito de faze-lo ler isso, mas como ?
- É uma ótima questão docinho - Jungkook se encostou no sofá ainda atordoado com
o conteúdo da carta.
A solução é desistir

Estou a ponto de queimar todos os meus neurônios pensando em alguma forma de

ajudar os príncipes, nada vem a minha mente.
- Docinho, nós precisamos mesmo ficar aqui quebrando a cabeça para mudar algo do
passado ? - Jungkook que estava mais uma vez analisando todas as cartas me
perguntou exausto.
- Eu sinto Jungkookie, sinto que precisamos fazer isso, não sei te explicar o por que,
mas eu sinto. - É mais forte que eu, meu coração grita que preciso dar um jeito nessa
situação e nem sei o motivo.
- Estou morrendo de dor de cabeça docinho - Jungkook massageou a têmpora e se
deitou no encosto do sofá.
- Descanse Jungkookie, não precisa se desgastar por mim - ele manteve os olhos
fechados então quando abriu e me olhou seus olhos oscilarem para o azul natural.
Meu mundo parou por alguns segundos, aí está o motivo do meu coração se apertar
por ver o amor dos dois príncipes não dar certo, talvez essa seja a resposta, por isso
que meu coração sente que algo precisa ser feito, por isso que dói lembrar de todo o
ódio que o Príncipe guardou para si, por que esse ódio, deve ter quebrado nossa
ligação e agora se não acharmos uma solução, não seremos um.
- Jungkookie, o que você está sentindo ? - minha voz já está embargada enquanto
falo.
- Só uma dor de cabeça docinho, calma - ele fez carinho em meu rosto, apenas
fechei os olhos apreciando o momento.
- Jungkook e se não encontrarmos uma solução para tudo isso e a consequência for
nosso amor não acontecer, nunca mais - ele me olhou assustado.
- O-o que ? O que te fez pensar isso Taehyung ? - ele ainda me encara, seus olhos
ainda oscilam nas cores e meu coração aperta cada vez mais, meu lobo se contorce
dentro de mim, como se sua vida dependesse de seu alfa, que está ali desaparecendo
em nossa frente.
- E-eu não sei, talvez seja esse o ciclo, um ciclo que estamos aqui para quebrar -
encarei aqueles olhos agora verdes - Nós nos encontramos, mas o amor não acontece
como deveria acontecer, naquela época só você ama e tenho quase certeza que você
morrerá com esse amor, enquanto eu o odeio, isso deve ter quebrado nossa ligação
Jungkookie, seus olhos estão oscilando, se tudo continuar como está naquela época,
creio que nós não seremos um.
- Docinho - os olhos dele se encheram de lágrimas - Nós precisamos pensar em algo,
eu acabei de te encontrar.
É quase inacreditável ver um alfa dessa forma, tão vulnerável, mas parando para
analisar tudo o que vimos até agora, Jungkook permanece o mesmo daquela época, a
diferença é que naquela época ele tinha que colocar a máscara de vilão e não
mostrava esse lado para ninguém a não ser para Jimin, agora ele parece mais livre,
muito mais ele, um alfa livre para amar um omega por inteiro, mas e se esse amor
não for para mim ? Se esse omega não for mais eu ? E se eu não merecer esse amor,
naquela época ele praticamente se entregou por mim, me amou e me protegeu desde
o momento que me encontrou, talvez quem não mereça esse amor sou eu, talvez
esse ciclo aconteça para que eu o liberte, para ele amar alguém que realmente
importa, que o ame na mesma intensidade e para libertar seu lobo desse fardo de
estar sempre ligado ao meu.
- Docinho, não estou gostando da maneira que está me olhando - ele me tirou de
meus pensamentos.
- Talvez tudo tenha que ficar como está Jungkook - ele me encarou e mais uma vez
os olhos mudaram.
- O que você quer dizer ? - a pergunta foi vacilante enquanto ele se levantava e
caminhava pelo meu escritório.
- Talvez nossa ligação não seja uma benção e sim uma maldição - seus olhos
transbordam tristeza.

- Você está desistindo mais uma vez Taehyung - ele disse tão baixo que mal pude
ouvir.

- Não estou desistindo Jungkook, estou te dando uma oportunidade de ser feliz,
talvez eu tenha sido culpado de tudo, talvez você esteja morrendo e eu estou pouco
me importando, será que você não vê ? Você me amou enquanto eu o odiava - meus
olhos já estavam nublados, quem sabe por conta das lágrimas.

- Você não pode estar falando sério Taehyung, você não assistiu tudo o que eu
assisti? Você não se entristeceu com aquele amor que não pode acontecer naquela
época ? Você não tem vontade de vivê-lo ? - ele me perguntou incrédulo.

- Vivê-lo ? Você sequer queria ter alguém Jungkook, nunca acreditou em nada disso,
você mesmo me disse, como pode agora dar uma de romântico e querer viver um
amor de vidas passadas ? - agora quem caminha impaciente pelo escritório sou eu.

- Isso até conhecer você - ele praticamente grita comigo e começa a

rir desacreditado. - Esse é o ciclo Taehyung, você sempre o repete, você sempre
desiste de mim, está fazendo exatamente a mesma coisa que fez naquela época, está
abrindo mão de mim, abrindo mão do nosso amor, abrindo mão do nosso futuro, você
nunca dá oportunidade desse futuro acontecer Taehyung, nunca.

- E-eu - ele não me deixou falar.

- Naquela época eu até entendo Taehyung, mas agora ? O que eu fiz agora ? Você
está tirando suas conclusões sem ao menos me conhecer, acha que me conhece só
por uma coisa que te contei aleatoriamente. - ele parou em minha frente e me
encarou sério. - No fim, o covarde aqui sempre é você, você que foge, escapa, finge
que não sente, finge que não se importa.

- Você não pode falar assim comigo, quem você pensa que é ? - o empurrei uma vez
- Você acabou de chegar na minha vida, não me conhece também, não sabe nada
sobre mim, até pouco tempo estava pouco se importando se havia alguém destinado
a você, agora diz que a culpa é minha de desistir e desistir de alguém como você. - o
empurrei com toda a minha força e ele deu alguns passos para trás e mais uma vez o
empurrei e mais uma, então ele se desequilibrou e caiu de costas, eu fui ao chão
junto a ele e ficamos ali os dois corpo a corpo.

Sentindo seu calor, seu cheiro de café que fica tão perfeito junto ao meu, olhando
para seus olhos cheios de carinho mesmo que enfurecido, eu consigo entender porque
desde vidas passadas somos destinados, o corpo de Jungkook parece ter um encaixe
perfeito ao meu, a sua temperatura me aquece como nenhuma outra conseguiu me
aquecer na vida inteira, ele é meu, inteiramente meu, desde o homem ao lobo.

- Me perdoa Jungkookie, por favor me desculpa, eu estou em pânico, seus olhos estão
oscilando, você está perdendo nossa cor e pode ser tudo culpa minha Jungkookie,
tudo culpa minha, você não vê ? Que se há alguém errado nessa história, sou eu. -
ele me apertou em seus braços e beijou minha cabeça.

- Shhhh, tudo bem, nós precisamos pensar em algo Taehyung e - o interrompi.

- Docinho, eu sou seu docinho - falei choroso.

- Claro docinho - ele soprou uma risada e começou a se levantar só chão - só vamos
pensar em alguma solução, não vamos nos desesperar a toa e por favor, não faça
mais papel de mártir você viu que não deu muito certo quando isso foi feito pelo
Jungkook de antigamente. - balancei a cabeça em concordância e deitamos agora no
sofá, ele me puxou mais uma vez para seu corpo e permaneci ali sob o corpo de
Jungkook, relaxado, aconchegado, de alguma forma interligado a ele.

- Seus olhos estão oscilando, acho que estou te perdendo naquela época e se eu não
fizer nada, vou te perder agora e para sempre - falei baixo, esperando que aquelas
palavras não fossem de fato reais.

- Nada disso vai acontecer docinho, vamos arranjar uma saída - ele realmente parecia
decidido a dar um jeito na situação.

- Mas como Jungkookie, como ? - esperança já não faz parte de mim.

- Você lembra que o Taehyung daquela época lembra de algumas partes dos sonhos,
que no caso é nossa realidade agora ? - ele faz carinho em meus cabelos enquanto
fala. - E se você tentar se comunicar com ele através desses sonhos.

- Como eu faria isso ? - perguntei já sonolento com o carinho.

- Durma, tente pensar em você daquela época, na nossa história, talvez em algum
lugar do seu subconsciente você consiga se encontrar.

- Poético, mas definitivamente trágico se não der certo, porque aí eu só terei dormido
em vez de encontrar uma solução - ele riu baixinho.

- Você é um humano precisa descansar, não é perda de tempo isso Taehyung - de

fato, em algum momento precisarei dormir.

- Certo - concordei com ele.

Ele continuou o carinho em meus cabelos, aos poucos senti meu corpo se entregar ao
sono, então dormi profundamente.
Em meus sonhos

Meus sonhos sempre foram regados de informações, mas agora algo estranho
aconteceu, estou num lugar completamente escuro, o único local iluminado e um
espelho que tem quase meu tamanho quando chego perto me deparo com meu
próprio reflexo, um pouco mais pálido, rosto cansado, leves olheiras e roupas
refinadas, mas antiga.
Ótimo, é o príncipe, era o que eu precisava.
Ele me analisa com certo receio, como se soubesse antes mesmo de eu falar que não
sou seu próprio reflexo ali.
- Oi - eu falo e ele volta dois passos para trás olhando assutado ao redor. - Seria bem
educado da sua parte responder Príncipe.
- Alteza - ele me corrigiu.
- Claro, Alteza, nós precisamos muito conversar. - ele negou com a cabeça.
- Eu não preciso conversar com você, seja lá quem você seja - argh cabeca dura.
- Príncipe, oh desculpe, Alteza há poucos dias você recebeu uma carta, você precisa a
ler - o espanto tomou forma em seu rosto, seus lábios formaram um ó perfeito.
- Como você sabe da carta ? - ele me perguntou ainda atordoado.
- É uma história longa demais Alteza, quem sabe um dia, quando tivermos tempo e
meu alfa não estiver se perdendo de mim eu lhe conte.
- Seu Alfa ? - ele me pergunta curioso.
- Sim, nosso alfa, isso, aquele alfa mesmo o Jungkook. - seus olhos ficaram nublados,
o ódio ainda reina nesse coração.
- Ele não é meu alfa, nunca será - segurei a vontade de brigar com esse ser teimoso
e respirei fundo.
- Que seja, eu só preciso que você leia a carta, você pode tentar se lembrar disso ? -
o perguntei um pouco esperançoso.
- Não. - simples assim, como se essa palavrinha pequena não pudesse destruir meu
mundo por completo.
- Não? - o perguntei querendo uma explicação do porque não.
- Não. - mais uma vez respirei fundo
- Por que não Alteza ? - quero socar a cara dese príncipe, que infelizmente a minha
própria.
- Eu simplesmente não quero Taehyung do futuro, deixe as coisas como estão, tudo
dará certo no final, o Jungkook não é uma boa pessoa para nós - a convicção que
havia nele me entristece.
- Jungkook tem toda razão em te chamar de mimadinho, o que custa ler maldita carta
? - seus olhos chegaram se enfurecer em minha direção.
- Por que nesse pouco tempo de conversa você fala tanto nesse alfa insuportável ? - a
pergunta foi mais uma acusação do que uma questão.
- Por que esse alfa não é o que você imagina, por favor leia a carta - estou quase o
implorando.
- Se fosse tão importante o que tem lá você estaria me contando, não perdendo seu
tempo.
- Não posso te contar, você esquece da maior parte dos seus sonhos, você só precisa
acordar decidido a ler a maldita carta - sinto meus olhos lacrimejar - Por favor.
- Ele importa tanto assim para você ? - ele me perguntou atônito.
- Eu o conheci há algumas horas, nós descobrimos que somos destinados, então
quando nos tocamos mais uma vez voltamos no tempo, para a fase que você também
conheceu Jungkook - me sentei no chão e ele me acompanhou - não entendemos
muito bem de início, mas continuamos assistindo vocês, todo o amor e todo o ódio
também, sinto que ele me entende, sinto que ele me completa, mas parece que se
sairmos de onde estamos nosso amor morrerá ali também, só queríamos entender o
por que de estar voltando mas agora sei o por que, precisamos mudar algumas coisas
se não, não viveremos o que temos para viver, não continuaremos juntos.
- Vocês não podem fazer isso sem mim ? Ou sem o insuportável do Jungkook de
agora ? Eu gostaria muito de estar livre dele. - ele disse como se realmente não
sentisse nada, minha lágrima rolou por meu rosto.
- Eu senti e sinto tudo o que você sente, você não pode mentir para mim - seus olhos
abaixaram e se perderam olhando o nada.
- Eu não quero mais me machucar coisinha - mais um apelido que me causa ainda
mais estranheza.
- Docinho, você pode me chamar de Docinho, mimadinho. - ele olhou fundo em meus
olhos.
- Ele quem te chama assim ? - Assenti.
- Sim, ele me chama assim - eu sorri para ele e ele negou com a cabeça.
- Ele não tem muita criatividade, seu cheiro é doce então... - ele suspirou. - Você já
está apaixonado por ele não é ?
- Estou, E-eu só queria viver com meu destinado mimadinho, imagine que prazeroso
deve ser viver com a pessoa que foi pensada, criada e milimetricamente planejada
para você, ele é todo carinhoso, seus olhos brilham de uma forma que surreal quando
me olha, parece contemplar o mundo dele inteiro ali em sua frente, ele não é
perfeito, longe disso, mas é meu, todinho meu, eu quero muito ter uma história com
ele, se você não nos ajudar, essa história não vai acontecer mimadinho, não vai
acontecer onde estou e nem nunca mais - minhas lágrimas já rolam mais e mais por
meu rosto. - Você vai ler a carta ?
Não tive a resposta, tudo escureceu e aos poucos voltou a clarear, eu estou voltando
para a realidade, estou de volta aos braços quantos e confortáveis de um Jungkook
dormindo, minha lágrimas molham meu rosto, chorei de verdade mesmo estando
dormindo e um sentimento ruim toma conta do meu peito, ele não me respondeu,
talvez nem lembre do sonho, talvez esteja tudo perdido.
Memórias Confusas

1554, Fronteiras dos Reinos, Acampamento de Wisdom.

Acordo mais uma vez com aquela dor de cabeça horrível, olho para o lado e encontro
Seokjin ainda dormindo em seu colchão, por alguns segundos flashes de um sonho
estranho inundam minha mente, mas está tudo tão confuso que não consigo
compreender nada, é como se tivesse dois de mim num mesmo lugar mas não sei ao
certo, só sei que minha cabeça dói por conta dele e hoje a dor está quase
insuportável, preciso do Nam para conversar, aposto que ate o motivo da dor de
cabeça estar pior ele tentaria descobrir.

Me levanto, me arrumo e vou até o capitão para descobrir quais serão nossos
próximos passos, até agora estamos acampado no local que aconteceu a batalha,
alguns espiões foram enviados para o reino vizinho para verificar se não há mais
exércitos inimigos se levantando e tudo indica que não há, se tudo continuar dessa
forma logo estaremos de volta a nosso reino, um tempo depois retorno a tenda,
encontro Jin já acordado.

- Bom dia Jinie. - me joguei em meu colchão mais uma vez e fechei os olhos, a dor
não me deixa por um segundo.

- Bom dia, você está bem ? - Jin me perguntou preocupado, provavelmente por conta
de meu semblante, que não é um dos melhores.

- Mais ou menos, minha cabeça dói um pouco - me sento novamente no colchão.

- Seu irmão que sabe lidar com suas dores de cabeça, eu não sei muito o que fazer,
desculpe. - ele disse sem graça.

E é fato que sempre fora meu irmão que me ajudou com essas dores assim que
acordo, seu cheiro cítrico me acalma, seus carinhos me tranquilizam e seus conselhos
me ajudam, tudo perfeitamente planejado para que minhas dores melhorem e agora
não tenho ele aqui comigo, meu irmão faz falta agora.

- Bobo, não faz mal algum, devo me acostumar a lidar com ela sozinho agora que
Nam já tem o Hobi para cuidar - Jin assentiu.

- Você acha que eles levarão quanto tempo para casar ? - Jin perguntou um pouco
descontente.
- Acho que irá demorar um pouco, eles são muito novos, por mais que sejam
destinados os dois sabem disso, nota se que planejaram cultivar uma amizade antes
de tudo - Seokjin concordou comigo.

- Verdade, em relação a isso eles estão sendo muito maduros, eu não tinha essa
maturidade toda na idade deles e em você também não tem quando o assunto é
relacionamento - ele pareceu pensar em algo então prosseguiu - Você não está
preocupado com seu alfa ? Afinal ele foi simplesmente levado.

- Nem um pouco, eu o mataria Jin, ele sumir foi sorte para ele - meu amigo me
encarou sério.

- Seus olhos volta e meia mudam de cor, talvez você esteja conseguindo o que tanto
deseja. - meu lobo choramingou dentro de mim.

- Talvez essa ligação ridícula esteja chegando ao final - suspirei um pouco aliviado
mas também preocupado, meu lobo não para quieto hoje, acho até que se eu o
deixar tomar a frente ele fará besteiras sem tamanho, tão grande a sua inquietação.

- Você não tem medo Taezinho, de não ser nada do que você pensa ? - Jin parece
pensativo demais hoje.

- O que há com você ? Está com pena do alfa ? - minha paciência já estava se
esvaindo.

- Não estou com pena de ninguém Taezinho, só escutei você falando algo enquanto
dormia, achei que você estivesse sentindo falta dele, você falou algo estranho que
vocês não podiam sair de onde estão ou o amor de vocês morreria, foi algo assim,
sua voz também estava um pouco diferente como se estivesse chorando, você não se
lembra de ter sonhado algo ? - parei para tentar lembrar de algo, mas nada vinha à
mente.

- Não me lembro Jinie, não me lembro. - suspirei atordoado, queria lembrar mas não
consigo de modo algum.

Meu interior vibra de uma forma assustadora, é como se eu precisasse me recordar

de algo que não faço ideia do que seja, sei que tem a ver com o sonho, mas não
consigo lembrar, tento puxar na memória mas só vem meu próprio rosto em minha
mente nada mais.

Antes que eu conseguisse continuar a conversa com meu amigo ouvimos uma
bagunça generalizada do lado de fora e saímos da nossa tenda.

Meu coração parou no segundo seguinte.

Jimin é jogado de joelhos em minha frente por um dos soldados que informa que ele
havia furado nossas barreiras pedindo para falar comigo, Jimin mantém os olhos que
agora estão num tom violeta presos nos meus, e meu peito simplesmente dói e dói,
meu sangue gela ou não deve estar circulando como deveria por meu corpo, minha
respiração é falha e em minha cabeça escuto um zunido, quase como se fosse
desmaiar.

Jimin está vivo em minha frente, me ajoelho junto a ele e seguro seu rosto o
encarando para acreditar realmente que é ele que está aqui em minha frente, aperto
suas bochechas em minhas mãos e encostou minha testa na sua, ele parece tão
aliviado quanto eu em vê-lo.

- Está tudo certo, soltem ele - o puxei até mim para o levar até nossa tenda.

- Jiminie, você está bem ? como aconteceu isso amigo ? E-e como ? Você encontrou
seu destinado ? - o abracei forte para sentir meu amigo ali comigo.

- É uma longa história Taezinho, uma longa história, mas eu vim mesmo pelo meu
irmão, estou preocupado com ele, ele não voltou com os soldados de Fighter Tae,
você o prendeu ? Por favor Tae, diga que você apenas o está mantendo aprisionado. -
os olhos de Jimin transbordavam preocupação e desespero.

Tanta preocupação que cheguei a me perguntar se eu havia deixado passar alguma

parte importante nessa relação, que até então é vdd puro ódio.

Olhei para Jin que me encarou apreensivo.

- E-ele desapareceu - vi o exato momento em que a notícia atingiu em cheio o

coração de Jimin, seus olhos estáticos encheram de lágrimas, sua respiração se
mantém irregular e seu rosto pálido. - Jiminie, Jiminie, sente-se, você está ficando
pálido demais.

- Desapareceu como exatamente Taehyung ? - seu rosto ainda não tinha cor.

Expliquei a ele exatamente como tudo aconteceu, a escuridão, então os clarões e

raios para logo depois Jungkook sumir junto aquilo.

- Era um feitiço, conhecemos feitiços, por algum motivo papai gosta de livros desse
assunto, nossa biblioteca tem milhares de exemplares sobre feitiços e nós
conhecemos uma diversidade deles, esse feitiço é de rapto, é feito exclusivamente
por bruxos muito poderosos, mas Jungkook conhece o feitiço Taehyung, não faz
sentido ele se deixar levar assim, ele saberia o que fazer para impedir de o levarem -
Jimin estava verdadeiramente desesperado pelo sumiço do irmão.

- E-ele se lançou naquilo para que eu não fosse levado Jimin - Jimin me encarou
sério.

- O que ? - sua pergunta foi sussurrada.

- Aquilo vinha a todo momento para cima de mim, ele não deixou que aquilo me
consumisse, era para eu ter sido levado. - Jimin apenas balançava a cabeça
positivamente.

- É claro, era o omega dele correndo perigo - como se fosse uma constatação lógica.

- Eu não sou o omega dele - então Jimin que estava me encarando começou a ficar
apavorado. - Calma Jiminie, desculpe, eu não queria ser rude, mas eu realmente não
sou...

- Não Tae, não foi o que você falou - Jimin já chorava enquanto tentava falar. - Seus
olhos oscilarem Taehyung.

- Estão assim desde mais cedo - eu mal terminei de falar e Jimin chorou ainda mais.

- Jiminie o que há com você ? - seu rosto está completamente vermelho e seu choro
mais forte.

- Quando algo extremamente forte é capaz de romper a ligação dos destinados a cor
natural volta aos olhos, mas são poucas, quase nulas essas interrupções que fazem
essa mudança acontecer, a que acontece normalmente é quando há morte de uma
das partes sem esse amor de fato acontecer, seus olhos estão oscilando entre as
cores, isso significa que meu irmão está morrendo aos poucos - senti dentro de mim
meu lobo surtar com a informação.
Uma carta ainda selada

• As narrações entre aspas são as lembranças dos sonhos.

Encaro há horas a marca J no dorso da minha mão, o sentimento que achei que teria
de satisfação após ter me vingado não veio depois que Jungkook desapareceu, muito
pelo contrário, há apenas um vazio dentro de mim e um lobo desconsolado.
Entendo meu lobo, ele está perdendo o destinado dele, mas eu também não sou
obrigado a viver com um homem como Jungkook só para o satisfazer, mas não
entendo o por que de Jimin parecer sofrer tanto a possível perda do irmão.
Jimin adormeceu em meu colchão depois de chorar e chorar por horas, o ver sofrer
dessa forma me consome em dúvidas ainda maiores, porque ninguém sofre assim
quando perde alguém que não gosta, eles podem ser irmãos mas não pareciam ter
um relacionamento bom.
Há algo que não se encaixa nessa história, as pontas definitivamente não estão se
encaixando e meu coração esta inquieto demais com o rumo disso tudo, minha razão
grita algo, mas todo esse eco que faz em minha mente me impede de ouvir.
- No que tanto pensa olhando essa marca ? - ouvi a voz rouca de Jimin.
- Não é nada Mimi, você está melhor ? - ele me encarou por um tempo insatisfeito
com minha resposta.
- Você é igualzinho o Jungkook, não se abre quando algo o incomoda, teimoso como
ele - definitivamente não é algo que alguém que não tem uma relação íntima com a
outra pessoa fala.
- Você e ele se davam bem então ? - minha voz saiu com mais rancor do que previ.
- Sim - apenas balancei a cabeça em confirmação, havia um certo receio nos olhos de
Jimin.
- Você vai atrás dele ? - meu lobo clama para que Jimin diga que sim.
- Não - encaro ele questionador - Não que eu não queira, queria muito ir atrás
do meu irmãozinho - o apelido me pegou de surpresa e os olhos cheios de lágrimas
mais uma vez me causaram pena e confusão.
- Mas ? - o incentivei a continuar.
- M-meu omega espera um filhote, não posso o deixar assim - as lágrimas rolaram,
tão dolorosamente devagar por seu rosto que tive vontade de derramá-las também.
- O Guinho está esperando um filhotinho ? - meu coração saltou numa emoção sem
igual.
- Sim, ele está Tae - ele da um sorriso soprado - Você diz com tanta certeza que é
Yoongi meu destinado - ele disse sem graça e eu nem percebi o que havia feito, se
seu destinado não fosse Guinho ele estaria sem jeito.
- Desculpe Jiminie, não tive a intenção, mas sei que é - ele assentiu rápido.
- É sim, mas é irônico, você reconheceu tão bem nosso amor, mas quando o amor é
direcionado a você, você não vê - não entendi onde Jimin quer chegar, não entendi o
porquê dessa quase acusação num momento desses.
Não quero falar sobre meu destinado com o irmão dele, não quero ver o pesar nos
olhos de Jimin ao saber que meu destinado que deveria ter todo o amor voltado a
mim, me detesta.
Ele pareceu notar que não queria mais falar de relacionamentos e mudou de assunto.
- Eu daria tudo para poder ir atrás dele Taehyung, tudo - ele baixou o olhar
pensativo.
Sinto pontadas fortes em minha cabeça e um diálogo vem à minha mente.
"- Não posso te contar, você esquece da maior parte dos seus sonhos, você só precisa
acordar decidido a ler a maldita carta, Por favor.
- Ele importa tanto assim para você ?"
Era uma voz tão quebrada e triste que me entristeceu também, uma dor que podia
ser medida até nas palavras proferidas.

Por que motivos eu estou pensando num diálogo comigo mesmo ? Minha cabeça dói
mais e mais.
- Está com muita dor ? - Jin que estava conosco em silêncio até agora questiona.
- Sim, está dando algumas pontadas mais fortes - massageio a têmpora um pouco.
- O que você tem ? - Jimin perguntou preocupado.
- Tenho fortes dores de cabeça quando tenho alguns sonhos estranhos - Jimin parecia
confuso.
- É difícil explicar Jiminie - ele pareceu não dar muita importância, estava preocupado
demais com o irmão, era nítido.
- Você ainda não conseguiu se lembrar de nada ? - Jin me questionou.
- Há algo relacionado a uma carta, ainda não entendi muito bem - Jin se levantou
assustado.
- Carta ? Taehyung mais cedo você comentou que você tem uma carta do Reino de
Fighter em mãos que se nega a ler, o que há com você ? Por que ainda não a leu ? -
eu havia esquecido completamente essa carta.
- Uma carta ? - Jimin me perguntou com certa esperança no olhar.
- Não é dele Jiminie, ele já havia desaparecido - seus olhos entristeceram mais uma
vez.
- É de quem ?
- Não li e não pretendo - falei convicto.
- E-eu posso ler? - Jimin quis saber um pouco nervoso.
- Claro - me levantei para pegala no baú que ali estava e entreguei aquela carta ainda
selada a Jimin.
Não existe explicação plausível para a reação de Jimin ao ler aquela carta, Jimin
treme enquanto a le, esta tão impactado com o conteúdo da carta que suas lágrimas
não param de descer por seu rosto, chegando a molhar o papel, sua boca se mantém
um pouco aberta e o olhar incrédulo se mantém durante toda a leitura.
Jimin balança a cabeça negativamente como se o conteúdo não fosse verídico, como
se não fosse possível tudo o que ele acabará de ler.
- Meu irmão morrerá - mais rápido que uma flecha as palavras de Jimin acertaram
meu coração.
- Por que diz isso ? - ele estendeu a carta para mim.- Não quero a ler - eu já estava
decidido a não ler a tal carta.
- É tudo por ódio e vingança, ele morrerá Tae - o olhar completamente quebrado de
meu amigo não me deixava dúvidas do que falava.
- Eu vou atrás dele Jiminie - Jimin me olhou assutado e Jin suspirou em surpresa.
- O-o que ? - Jimin parecia não acreditar no que acabei de falar.
- Eu vou atrás dele, eu só preciso da sua ajuda pois não faço ideia de por onde
começar - ele assentiu em certo desespero.
- Nós precisamos encontrar um bruxo para rastrear de onde veio o feitiço, talvez
assim você consiga o encontrar - concordei com a ideia de Jimin nem acreditando no
que acabei de fazer.
Olhei para Jin que tinha um olhar com certo orgulho direcionado a mim, como se me
dissesse que agora sim finalmente estou tomando a decisão certa.
Por mais que minha razão diga o contrário e meu coração, esse se encontra tão
agitado que chego a duvidar ser possível ele pulsar tão forte assim.
- Quando partiremos ? - eu perguntei a Jimin.
- Agora, vamos até a cabana buscar Yoongi e depois vamos para o castelo de Fighter,
antes de tudo, preciso cuidar do trono que está vazio - não compreendi totalmente o
que Jimin quis dizer, mas assenti.
- Certo então vamos - saímos em direção ao estábulo provisório, pegamos dois
cavalos e começamos nossa viagem.
No meio do caminho outra dor extremamente forte.
"- Eu senti e sinto tudo o que você sente, você não pode mentir para mim.
- Eu não quero mais me machucar coisinha.
- Docinho, você pode me chamar de Docinho, mimadinho.
- Ele quem te chama assim ?
- Sim, ele me chama assim"
- Confuso - acabei falando em voz alta.
- O que é confuso ? - Jimin que estava ao meu lado cavalgando perguntou.
- A lembrança que tive agora, parece que eu estava conversando comigo mesmo.
- Às vezes é bom encontrar consigo mesmo - Jimin me encara e pelo seu olhar triste
em minha direção conclui que meus olhos oscilam mais uma vez.
- Eu chegarei a tempo Jimin, prometo a você que lhe trarei ele de volta - garanti a
ele.
- Prometa isso a si mesmo Taehyung, nós sabemos que você faz isso tanto por você
quanto por mim - me assustei com suas palavras, porém mais ainda por notar meu
lobo dentro de mim concordando com o que Jimin diz.
A ajuda de Félix

Jimin é um ótimo acompanhante para viagens em que se quer pensar sobre a vida,
ele é extremamente calado e isso colabora para que você reflita sobre sua própria
existência.
Foi exatamente o que comecei a fazer.
Sempre fui um omega muito diferente do que é descrito "normal" aos ômegas, nunca
me interessei por apenas cuidar do palácio, nunca quis ser alguém que recebe ordens
e gosto mesmo de ordenar, fato que deixa muitos alfas incomodados, gosto de coisas
relativamente violentas como lutas e armas que papai me apresentou desde cedo e
nunca me subestimou por ser um omega, acho que na realidade preciso encontrar um
alfa que seja igual papai, que não me menospreze por ser um omega, alguém que
saiba que eu ser um omega não me torna um fraco e frágil ser.
É dificil perceber que preciso fazer planos para um futuro sem meu alfa destinado, um
futuro sem o amor que deveria me preencher e compreender por completo, é
estranho saber que a pessoa que foi praticamente planejada para mim não é
compatível, não me compreende, não me preenche e não me ama como deveria.
- No que tanto pensa ? - Jimin atrapalhou meus devaneios, talvez ele não seja tão
bom assim em se manter quieto para minhas reflexões.
- Estava pensando que você era uma boa companhia para uma viagem reflexiva, mas
estava enganado, você acabou de atrapalhar uma reflexão profunda - ele sorriu, mas
o sorriso não chegou aos olhos.
- Me perdoe é que me incomoda um pouco ver a cor dos seus olhos oscilando dessa
forma, e quando você parece estar refletindo seus olhos se mantém mais tempo da
sua cor - ele abaixou o olhar triste.
- Tudo dará certo Jiminie, se acalme - tentei o manter tranquilo, por mais que eu
mesmo não estivesse.
- Eu acredito que você o trará de volta para nós Taehyung, mas eu sinceramente não
acredito se com vida - as palavras me pegaram de surpresa.
Jimin está rendido, mas eu não, não aceitarei trazer de volta meu alfa morto, e caso
aconteça, a pessoa que o fez pagará caro.
Assim que chegamos a cabana e desci do cavalo pude admirar o jardim ainda mais
florido, as flores ainda estão ali, vivas, lindas, algumas muito raras e únicas, me
abaixei para tocar uma delas, a flor tem um cheiro doce muito bom e uma cor
magnífica, é um verde tão claro e fofo que tenho vontade de guardar a flor de alguma
forma que a matenha daquela forma para sempre.
- Ele estava tentando deixar a cor parecida com seus olhos - Jimin começou a falar ao
meu lado.
- Ele faz umas junções meio esquisitas e consegue fazer o que quer com cada uma
delas, aquela rosa - ele apontou para uma flor perto da entrada da cabana - Tem o
cheiro de Yoongi, ele nos presenteou pelo nosso casamento.
- Ele gosta de mexer com flores então ? - perguntei desacreditado ainda tocando com
leveza a flor verde.
- Ele ama mexer com isso Taehyung, na verdade ele ama coisas delicadas e
perfumadas, acho que se não fosse a coroa meu irmãozinho seria botânico - Jimin
sorria orgulhoso olhando o jardim.
- Deve ser por isso que ele não me suporta, não é ? Delicado e fofo tudo o que não
sou - encarei Jimin que em encarou confuso.
- Você não acreditará em nada do que falemos não é ? Nunca nos deu a oportunidade
de explicar o que aconteceu Taehyung, você tem que ouvi-lo pelo menos uma vez -
Jimin praticamente me suplicava com aquele olhar.
- Não sei se quero explicações Jimin, vou apenas trazê-lo de volta para você depois
voltar para minha vida - Jimin pareceu ponderar se continuava a falar ou não.
- Só quero que você o ouça quando ele se explicar, depois tire suas conclusões, a
carta está em sua bolsa no cavalo, caso você queira ler, vai entender muita coisa por
ela - concordei com o que ele falava só para não ouvir mais sobre o assunto. - E-eu
não quero falar muito Taehyung, essa é uma conversa que vocês devem ter cara a
cara, mas eu peço que você tente o compreender.

- Certo Jimin, eu tentarei - disse apenas para confortar meu amigo.

- Yoonie, me ajude a arrumar nossas coisas, iremos para o castelo - Jimin disse assim
que encontramos Yoongi saindo da cabana, ele apenas acenou para mim e entrou de
volta para buscar seus pertences.

Estar aqui nesse jardim, nessa cabana me traz recordações um tanto quanto
inquietante, meu lobo não para um segundo dentro de mim e sei que estar aqui no
meio dessas flores o fazem recordar do mesmo momento, o momento em que
conhecemos Jungkook, o momento em que nos tornamos um, o momento que
deveria ser lindo, mas não foi, acabou se tornando o exato momento em que algo se
quebrou dentro de mim e consertar o que foi quebrado é mais difícil do que se
imagina.

As flores são o exemplo perfeito de quando algo é machucado não volta a ser como
era, se você pisar em uma flor ela perderá todo o encanto, o brilho, o viço, a vida.

Jimin e Yoongi retornam com suas coisinhas em mãos, vejo uma pequena
protuberância no abdômen de Yoon e tenho vontade de chorar de emoção ao
perceber que um de nós está bem, feliz e vivendo o amor pleno com seu destinado,
ele vem até mim de braços abertos e o recebo em meus braços.
- Como está ? - pergunto acariciando a pequena barriguinha.

- Estamos bem, sentindo alguma sintomas normais do início, mas estamos indo bem
Taezinho - assenti e ajudei Jimin a colocar Yoon em seu cavalo.

Nossa viagem foi rápida, tranquila e sem conturbações, chegamos até o reino de
Fighter ao entardecer e descansamos um pouco, ao anoitecer Jimin e eu procuramos
uma taberna onde por algumas vezes foram encontradas bruxas, ficamos lá sentados
bebendo por quase uma hora inteira e não havia chegado uma se quer.

- Jiminie, você está bem ? Parece preocupado e exausto, sei que é um momento
difícil mas você precisa se manter saudável - tentei o entreter conversando pois ele
realmente parecia demasiadamente preocupado.

- Estou bem Taezinho, queria estar no castelo com meu omega, cuidando dele e do
filhotinho, mas também queria que meu irmãozinho estivesse aqui, ele ficaria tão feliz
em saber que será titio - Jimin sorriu triste.

- Ele saberá Jiminie, já prometi a você que o trarei de volta, ele estará aqui para
babar em seu filhotinho, eu lhe prometo amigo - apertei a mão de Jimin que estava
sobre a mesa.

- Eu sou grato a você Taehyung, estou num momento que não posso fazer nada,
obrigado por estar se arriscando assim por ele - por seu alfa, era o final da frase que
Jimin queria dizer mas não disse, mas seus olhos brilharam em minha direção como
se dissessem exatamente isso.

- Ele me salvou Jimin, tenho uma dívida com ele é apenas isso - Jimin assentiu e
sorriu pequeno.

Mal terminamos a conversa e um rapaz que aparentava ter nossa idade se

aproximou, cabelos claros, olhos azuis e aguçados, mas acolhedores.

- Ouvi dizer que estão à procura de uma bruxa - não houve comprimentos, a
conversa já se iniciou dessa forma.

- Estamos, você conhece alguma ? - Jimin perguntou o analisando por completo.

- Sou Félix, pode ser um bruxo ? - um sorriso um tanto quanto perverso brincou em
seus lábios.

- Qual de vocês precisa de ajuda ? - Félix nós perguntou.

- Eu - me apressei a falar antes de Jimin.

Sei que nada será feito sem que seja pedido algo em troca e Jimin não está em
condições de abrir mão de nada em sua vida para negociar com um bruxo.

- Certo, venha comigo - olhei para Jimin que assentiu um pouco receoso, mas
também sabe como funciona essas negociações.

Chegamos a um beco perto da taberna onde não havia muitas pessoas.

- Qual o seu nome ? - ele me pergunta se encostando em uma parede e me

encarando.

- Taehyung, Kim Taehyung - seus olhos se iluminaram em compreensão por saber

quem estava em sua frente.

- O futuro Rei - eu concordei - Não acha arriscado estar aqui negociando com um
bruxo Príncipe ?

- Você sempre faz rodeios assim ou sou tão especial que você quer me manter aqui
por mais tempo que o normal ? - ele sorriu de lado.

- Sabe, Príncipe, eu sou um bruxo não o gênio da lâmpada, você terá que me dar
algo em troca das resposta que quer - o riso permanecia em seu rosto quase
angelical.

- Estou ciente, prossiga Félix - gesticulei impaciente.

- Você deverá me entregar o que possui de mais precioso. - me encarou durante

segundos e seus olhos brilharam em branco.

- Mais precioso ? Certo, como farei para lhe entregar ? - respondi pensando em um
dos meus tesouros que há no castelo.

- Você não me entendeu Taehyung, quero o que há de mais precioso dentro de seu
coração e Taehyung, não se esqueça que sou um bruxo, sei exatamente o que de
mais precioso aí dentro. - sempre sorrindo.
- Você rouba a felicidade das pessoas então - tentei desconversar, meu coração está
descompassado e em pânico com a ideia de perder algo importante.

- Não me entenda mal, é um fardo que carrego. Trata-se de uma troca, algo
desejado, por algo amado. - ele suspirou alto. - Gostaria muito de ajudá-lo sem que
pagasse o preço príncipe, mas não é assim que funciona e pode ser que outro bruxo
te peça coisa ainda pior.

Ponderei a ideia de Félix, sei que é verdade o que ele diz, pode ser que outro bruxo
me peça coisa muito pior, como a coroa por exemplo, bruxos são capazes de tudo.

- Eu aceitarei Félix, mas não faço ideia do que quer - ele veio caminhando devagar
até mim e tocou meu coração.

- O sentimento direcionado a seu destinado será meu - mais uma vez o brilho branco
reluziu em seus olhos.

- M-mas - ele me interrompeu.

- Eu sei Príncipe, sei exatamente o sentimento que esconde aqui dentro por ele - ele
me encara de perto e sorri ladino.

Não mudará coisa alguma em minha vida perder esse sentimento, será uma ajuda na
verdade, será que ele não vê isso? Que estará tirando de mim algo que eu realmente
já queria que fosse tirado.

- Certo, eu aceito, tome o que acha necessário - então aquela luz branca brilhou em
meu peito e um vazio tomou conta de mim.

O amor que foi o fardo que pensei carregar durante todo esse tempo sozinho foi
retirado de mim, tão rapidamente como raio reluz.

Meu destinado já não me pertence mais.

Todos sentimentos arruinados

- Você o que ? - Jimin gritou a pergunta em total desespero.

- Eu entreguei o que sinto por seu irmão Jimin, que parte da história você não
entendeu ? - Jimin mantém o olhar fixo ao chão como se este fosse ruir aos seus pés.

- Por que você fez isso Taehyung ? Como pode ser tão inconsequente ? - Jimin agora
grita comigo.

- Não me fará falta alguma esse sentimento - fúria, Jimin estava em fúria e se
segurava para não me atacar enquanto conversávamos no antigo escritório de seu
pai.

- Qual o seu problema Taehyung ? Você ajuda tanto as outras pessoas, é tão sensível
aos sentimentos delas, tão compreensivo, por que quando o assunto é meu irmão
você age dessa forma Taehyung? Por que fez isso? - Jimin me encara com tanta
raiva, e eu sequer o compreendia.

- Jimin por que você está agindo dessa forma ? - me exaltei também, não ouviria um
alfa gritando comigo calado, mesmo sendo Jimin.

- Agindo como Taehyung? Como um irmão mais velho que sabe o quanto essa notícia
irá machucar o irmão mais novo ? Estou apenas pensando nele Taehyung, sei que
isso o destruirá - Jimin já derramava lágrimas enquanto falava.

- Jimin - ele levantou a mão para me impedir de falar.

- Chega Taehyung, chega, será que você não percebeu todos os sinais, Taehyung ele
se entregou por você, para você não sofrer seja lá o que ele está sofrendo agora, ele
fez uma flor para você Taehyung, eu disse que as flores são as coisas que ele mais
ama na vida e ele te fez uma, o que há com você ? Como não enxergou os sinais?
Como você consegue fechar os olhos quando o assunto é ele ? Como não viu que as
atitudes dele gritavam o que sente por você? - suas lágrimas ainda rolam por seu
rosto.

- Jimin - mais uma vez não sou permitido falar.

- Não Taehyung, eu não consigo compreender, você é realmente um mimado como

ele o chama, não pensou nele quando tomou essa decisão, pensou apenas em você e
agora se meu irmão sair dessa vivo, sofrerá pelo resto da vida - Jimin sentou de volta
na poltrona, exausto.

Meu coração está apertado, tão triste que chego a sentir batendo fraco, fraco demais,
como se toda a vida existente nele não fizesse sentido algum e agora parando para
pensar, não há.

2036 Unic, Wisdom.

Olhando diretamente nos olhos azuis de Jungkook cheios de lágrimas, sinto o mesmo
que o Príncipe naquela época, meu coração bate fraco e absurdamente triste.

- Meus olhos também ... - ele assentiu. - Me perdoe.

- A culpa não é sua, talvez tenha que acontecer assim docinho - ele acariciou minha
bochecha.

- Eu já te falei que sempre sonhei em viver um amor como os meus antepassados ? -

ele negou com a cabeça.

- Uma vez mamãe me contou que nossos antepassados se amaram tanto que
colocaram os reinos praticamente em ruínas para viver esse amor, acho que não foi
em nossa geração que a história ocorreu - sorri com a ironia, logo na minha vez, logo
comigo que sempre sonhei viver um amor assim, não acontece.
- Você acha que tudo dará errado no final ? - Jungkook pergunta, ele ainda me
mantém em seus braços, me apertando forte.

- Está tudo caminhando para uma catástrofe Jungkookie, o príncipe faz jus ao
apelido, é um teimoso e mimado estou com tanta raiva dele, vontade de apertar
aquele pescocinho. - Ele puxou meu rosto para mais próximo ao dele, nossas
respirações quase uma só.

- Eu não sei ao certo o que está acontecendo docinho, mas entendo caso você não
queira continuar a história.. - concordei ainda respirando próximo a ele.

- Eu sei Jungkookie, só queria respirar um pouquinho aqui ao seu lado, tá doendo

tanto Kookie, dói tanto saber que algo tão lindo está sendo desfeito dessa maneira -
ele me apertou mais um pouco em seus braços.

- Quer ficar aqui, e não voltar para lá ? - Ele parecia preocupado agora.

- Estou bem, só senti sua falta - ele sorriu e continuou os carinhos.

- Eu já disse, estarei aqui segurando sua mão, não esqueça disso docinho,
independente da cor se nossos olhos, eu vou lutar como não fiz naquela época para
merecer seu amor. - olhei em seus olhos que me transmitem a verdade das palavras.

- Obrigado Jungkookie, obrigado por não desistir - me aconcheguei mais uma vez ali
em seu corpo e adormeci.

Não voltamos de novo, talvez estejamos tão cansados que pegamos no sono, sonhei
o mesmo sonho estranhamente escuro da outra vez, mas agora quem estava
trancado no espelho era o Príncipe me olhando triste.

- V-você também está bravo comigo Docinho ? - o mimadinho me perguntou sem

graça.
- Eu te pedi tanto para ler a carta, lá tem tanta coisa que esclarecerá suas dúvidas -
ele abaixou o olhar. - Você tem que aprender a ser menos teimoso, não é porque o
príncipe gosta desse seu jeito que é certo.

- Ele gosta ? - o mimadinho me olhava com certa esperança.

- Gosta, ele gosta desse seu jeito Mimadinho - garanti a ele.

- Eu estraguei nossas vidas, não é ? Eu me desesperei fiquei pensando que ele deve
estar em perigo, eu precisava fazer algo, agora sei onde ele está e vou buscá-lo, mas
não parece tudo resolvido. - seu olhar tinha uma certa esperança e melancolia.

- Não posso lhe afirmar nada, só estou aqui para te fazer um pedido, faça algo para
mudar essa situação ? Se você precisar de mim eu ajudarei, mas tente fazer algo, por
nós. - era o pedido mais sincero que eu tinha para ele nesse momento.

- Me perdoe se eu fiz a coisa errada nesse momento docinho, às vezes precisamos

fazer sacrifícios para conseguir algo, esse foi meu sacrifício - ele ergueu sua mão na
base só espelho para que eu a tocasse e foi o que fiz, senti algo diferente ali naquele
toque como se nossas energias estivessem sendo trocadas, uma espécie de ligação,
então ele desapareceu no reflexo me deixando ali sozinho.

Ele não fará nada para mudar isso, ele viverá dessa forma sem sentir nada por
Jungkook, assistindo seu alfa o amar sozinho.

Mas e quanto a mim, qual o sentido de estar assistindo essa tragédia.

Peguei mais uma vez aquela carta que abrimos o selo e a li e reli, como se a resposta
fosse pular em minha frente, então meu coração se apertou ao ler um nome.

O único nome mencionado na carta fora o dos meninos, Félix.

1554, Reino de Fighter.

- Estou partindo - avisei a Jimin assim que terminamos o café da manhã.

- Certo, vou enviar alguns de nossos guardas contigo - Jimin avisou.

- Não, preciso fazer isso sozinho Jimin - ele ainda tinha aquele olhar para mim,
aquele olhar que diz que ele ainda me ama, mas não aceita minhas atitudes, nesses
momentos que notamos os sentimentos reais das pessoas em relação a nós, ele pode
estar chateado comigo, mas não deixa de me amar como um irmão.

- Tudo bem, apenas tenha cuidado Tae, por favor tenha cuidado - ele me abraçou
para se despedir e eu saí de seu reino.

Prossegui meu caminho.

Um caminho traçado para uma batalha única e exclusivamente minha.

A doce voz

• Nos próximos capítulos quando o docinho estiver falando com o mimadinho o

diálogo estará entre aspas, ok ;)
Foi um dia inteiro de cavalgada até conseguir encontrar a caverna de onde veio o
feitiço que levou Jungkook, a encontrei através de um mapa enfeitiçado que Félix me
deu, já estava anoitecendo quando cheguei ao local e minha visibilidade não seria
nada boa a essa hora, decidi me abrigar por perto e dormir para de manhã cedo
procurar Jungkook.
Não consegui descansar muito, assim que o sol começou a raiar no horizonte fui em
direção a caverna e entrei, de início havia três corredores a seguir na caverna e o
mapa indicava para seguir pelo terceiro, foi ali que foi feito o feitiço, então prossegui.
Ruídos eram ouvidos por todo o lugar, alguns bichos devem usar como moradia, mas
nada mais, tudo incrivelmente calmo, porém minha espada se mantém firme em
minha mão para caso seja necessário usá-la, após uma longa caminhada por um
tempo encontro uma porta algo que parece um quarto totalmente fechado.
A abro e encontro ele.
Jungkook está no fundo daquele local que parece um quarto escuro, seu rosto está
ensanguentado e todo machucado, suas mãos estão amarradas e ele se encontra
desacordado, encarei aquela imagem com tristeza, Jungkook parece tão fraco, mal
deve ter comido todos esses dias, ele abre lentamente os olhos e me encara.
- Me diga que você é uma alucinação, por conta de minha fraqueza. - Jungkook
perguntou fraco.
- Você está bem? Parece fraco, quase morrendo tamanha a fraqueza que aparenta. -
fui até ele chequei sua temperatura e vi que ele está febril
- Seu sonho está prestes a se realizar, é isso que quer não é? Você quer mesmo que
eu parta. - seus olhos verdes estão presos aos meus amarelos e a dor que se instalou
ali naquele olhar eu conhecia bem, a dor de ver as cores naturais na orbes de seu
amado, dói como uma punhalada certeira no coração.
- Quem fez isso a você ? - perguntei atordoado.
- Não importa agora, apenas saia daqui - ele fala quase sem forças.
- Quem fez isso com você Jungkook? Eu juro que vou acabar com a pessoa -
perguntei agora com ira na voz.
- Não importa quem fez, você vai embora, você não vai fazer nada, me entendeu ?
Nada - agora ele usou toda força que tinha para gritar comigo.
- Eu estou fazendo isso por você - estava mesmo, quanta ingratidão da parte desse
menino.
- Então faça outra coisa por mim ! Não isso, qualquer coisa, menos ir atrás da
pessoa. - ele gritou mais uma vez.
- Fazer o que Jungkook, o que você quer que eu faça então ? - o respondi no mesmo
tom.
- Vá embora, apenas salve sua vida, tudo o que fiz até agora foi para proteger você,
te deixar em segurança e olhe onde você está agora, terá sido tudo em vão, todo
meu sofrimento, tudo o que passei para que você seja feliz, por favor mimadinho,
apenas vá e me deixe aqui morrer em paz. - é um pedido, é um clamor, não uma
ordem.
- Por que eu faria isso Jungkook ? Por que acha que eu viria até aqui para não o levar
de volta? - eu não estava o entendendo.
- Eu não conseguirei sair daqui Taehyung, estou muito fraco para isso, apenas saia,
por favor mimadinho, por favor - súplicas e mais súplicas.
- Vou dar um jeito, venha aqui - puxei ele para ficar em pé, desamarrei suas mãos e
coloquei o braço por cima de meu ombro, ele nada disse, estava quieto quase
rendido. - Não há ninguém aqui com você ?
- Não, a pessoa vem de vez em quando aqui me dar um punhado de comida e vai
embora - ele falou fraco.
- Ótimo, espero que a pessoa apareça, gostaria de ter uma conversa com ela - ele me
encarou.

- Ele é um bruxo, o que você faria ? - ele me perguntou, talvez irritado com minha
teimosia.

- Está me subestimando Jungkook ? - o encarei de volta.

- Nunca fiz isso, sei exatamente do que é capaz, mas ele é um bruxo e você apenas
um homem - não um omega, não um príncipe, apenas um homem.

- Vamos continuar - assim que voltamos a andar, uma luz branca brilhou no lugar,
olhei assustado, era Félix.

- Querem ajuda ? - ele sorriu enquanto saia daquela luz estranha, a mesma luz que
levou Jungkook aquele dia no campo de batalha.

" - Não, não, não aceite a ajuda - ouvi minha própria voz em minha cabeça e por um
instante breve lembrei de alguém, docinho.

- Docinho ? - pensei incrédulo.

- Oi, oi mimadinho, você está me escutando ? - sua voz animada se fez presente. -
Não acredite no Félix, acho que ele ajudou a levar o Jungkook até aí, não confie nele.

- Certo.- concordei com o docinho."

- Nós estamos bem Félix, pode nos deixar por aqui eu levarei o Jungkook em
segurança. - tentei passar por ele.

- Parece que Jungkook não vai aguentar muito - ele tentou pegar no braço de
Jungkook que puxou de volta.

- Vai aguentar sim, Jungkook é forte - tentei voltar a andar.

- Você já contou para ele ? - Félix me perguntou.- Já contou o que deu a mim para
que eu te ajudasse ?

Olhei para Félix que sorria em minha direção.

- O que você quer Félix ? - perguntei já irritado com sua presença.

- Quero ver a reação dele quando você contar, conte Príncipe, conte o que você me
deu - ele se encostou na parede.

- Taehyung - ouvi Jungkook me chamar baixinho.

" - Não conte, por favor não conte agora, Jungkook está muito fraco, para essa
conversa agora - o docinho falou em minha mente.

- O que eu faço docinho ? - olhei para Jungkook que esperava minha resposta.

- Diga que não foi o combinado e saia, apenas saia daí."

- Não foi o que combinamos Félix, eu não devo nada a você, já está pago o que eu
devia - os olhos de Félix brilharam em branco e um raio veio em nossa direção
jogando a mim e Jungkook longe.

- Você não sente mais nada por ele, o que é isso, pena ? Era para você ser alguém
completamente diferente, príncipe, era para você o odiar - mais uma vez a luz brilhou
e me atingiu queimando minha pele e me jogando mais longe, de fato eu não
entendia, o mesmo sentimento parecia estar voltando para dentro de meu peito.

" - A marca em sua mão, a marca impede de feitiços serem feitos contra você -
escutei o docinho falar em minha mente - Vocês ainda são um. "

O alívio tomou conta de mim, eu ainda o tenho, ainda somos um, ainda tenho por que
lutar.
" - Como vou lutar contra um bruxo docinho ? - Félix caminhava até mim, jogando
raios cada vez mais fortes e Jungkook estava caído em outro canto longe de mim,
sem força alguma para ajudar.

- O Jungkook sabe um pouco do que fazer, peça ajuda mimadinho, peça ajuda - olhei
para Jungkook que tentava se manter em pé,corri até ele."

Corri até Jungkook mesmo recebendo aqueles raios em minha direção, meu corpo já
está todo dolorido e com algumas queimaduras.

- Me ajude, me ajude a pará-lo, ou derrotá-lo, precisamos nos livrar dele - Jungkook

me olhou assutado.

- Não temos nada aqui que possa nos livrar dele Taehyung - Jungkook olhava em
volta a procura de algo que pudesse nos ajudar.

"- Docinho - o chamei com medo de perdê-lo de meus pensamentos."

- Estou aqui mimadinho, estou pensando, estou pensando - ele também parecia
assustado."

Então Jungkook me puxou para fora da caverna, mesmo com Félix ainda lançando em
nós aqueles raios, corremos até a saída e Jungkook mal conseguia respirar, estava
ficando pálido, prestes a desmaiar com o esforço.

" - Isso, isso, vá até a cachoeira, há uma cachoeira ali perto, lá está o portal que o
Félix usou para chegar até aí, corra até lá - o docinho me avisou em meus
pensamentos."

- Venha Jungkook, temos uma passagem aqui perto, podemos usá-la - puxei
Jungkook para se segurar em meu corpo.

Corremos até a cachoeira ainda recebendo as investidas de Félix, quando notou a

nossa intenção lançou cada vez mais fortes os raios que não chegavam a fazer
nenhum dano a nós, mas ardiam e queimavam em nossa pele, Jungkook que já
estava fraco começou a desfalecer ainda mais rápido com as investidas.

- Jungkook, aguente mais um pouco, só mais um pouquinho, por favor - pedi a ele
que apenas acenou com a cabeça.

Então entramos por aquele portal que nos levou direto para o jardim da cabana.
Desabei a chorar de alívio quando notei onde estavamos.

" - Tudo bem mimadinho, vocês estão bem, vocês estão bem, respire fundo, cuide do
Jungkookie, por favor, ele está prestes a desmaiar de exaustão - o docinho falou em
minha mente então levantei o olhar para Jungkook que ainda se mantém de joelhos e
mãos no chão, sem forças."
Em seu abraço

Jungkook já estava há algumas horas dormindo na cama aconchegante, parece

descansar tranquilamente e eu fiquei aqui ao seu lado, velando seu sono e fazendo
curativos por seu corpo, Jungkook está bem mais magro, machucado por todo o
corpo, algumas feridas e queimaduras.
Decido tentar preparar algo para que ele coma, como a cabana estava sendo ocupada
por Jimin e Yoon há muita coisa para usar aqui, eles levaram somente o básico com
eles, tento preparar uma sopa com alguns legumes, imagino ser fácil, coloco tudo
numa panela grande e espero que eles façam o resto, jogo algumas ervas e temperos
e torço para que fique comível, após alguns minutos a sopa está pronta e eu aguardo
Jungkook descansar um pouco mais para acordá-lo.
Lembro da carta que agora está no bolso de minha farda, vou até ela e a pego, a
maldita carta que eu já deveria ter lido, fico por um tempo a encarando decidindo se
a leio agora ou não, então Jungkook acorda e toda a minha atenção se volta a ele.
- O-oi, você precisa comer, fiz uma sopa, mas não sei se está boa, não sou de
cozinhar muito - me justifiquei, Jungkook se mantém quieto.
- Obrigado - foi apenas o que ele disse e se sentou na cama, levei até ele um prato
com um pouco de sopa e um copo com água.
- Precisa se hidratar também - ele assentiu.
" - Estou achando lindo você cuidando dele assim - ouvi o docinho em minha mente.
- Oh, você ainda está aqui ? - o perguntei e o ouvi rindo.
- Desculpe, queria saber como estão - ele se justificou.
- Acho que bem, não sei, ele está tão calado não acha ?- meu coração está apertado
com a situação.
- Tudo ficará bem mimadinho, tenha paciência."
- Está boa, obrigada Taehyung - por que o apelido idiota de mimadinho me faz tanta
falta?
- Que bom, coma o máximo que conseguir você está tão fraco - ele assentiu.
Fiquei ali o olhando consumir a sopa, parecia boa o suficiente para engolir então
fiquei feliz em vê-lo comer bem dessa forma.
- Onde está Jimin ? - ele perguntou olhando ao redor na cabana.
- Ele voltou para o palácio, ao que parece seu pai sumiu também, não entendi muito
bem - ele concordou em compreensão.
- Você quer me levar até lá ? Não quero lhe dar trabalho, lá meus serviçais poderão
cuidar de mim - ele mal olhava em meus olhos.
Meus olhos, claro por isso ele está assim.
- Você está tão fraco, gostaria que estivesse mais forte para aguentar a viagem - ele
não aguentaria caminhar até lá e será assim que precisaríamos fazer a viagem.
- Eu só não queria lhe dar trabalho, vou tentar fazer as coisas por mim mesmo, você
não precisa se preocupar - o encarei chateado.
- Por que está fazendo isso ? Em momento algum reclamei de estar aqui cuidando de
você. - agora ele me encarou e aquele olhar quebrado mais uma vez se fez presente.
- Eu só quero meu irmão Taehyung, quero alguém comigo, preciso de alguém para
poder desabar nos braços, sabe como me sinto ? Você não faz ideia do que passei
naquele lugar - seus olhos estavam cheios de lágrimas.
"- Diga que está com ele - o docinho sussurrou em minha mente - Diga que será o
que ele precisa.
- E se ele não quiser que seja eu ? - perguntei a ele e escutei uma risada gostosa
dele.

- Ele quer mimadinho, é o que ele mais quer no mundo, vai por mim - e se calou."

- Eu estou aqui - ele me olhou por segundos demais para alguém que queria que eu
falasse isso, tanto que quase desisti.

- Não por muito tempo - ele respondeu e desviou o olhar de mim.

- O que quer dizer ? - falei indignado e um pouco mais alto que o normal.

"- Seu temperamento é um saco, será que você pode se conter ? Ele está precisando
de cuidado e amparo - o docinho reclamou em minha mente.

- Queria que fosse você aqui, você parece ter mais jeito com isso - falei para ele já
triste comigo mesmo.

- Você sou eu, você se lembra não é ? - foi uma pergunta retórica mas eu respondi.

- Então por que somos tão diferentes ? - ele suspirou.

- Não somos diferentes, se o Jungkookie tivesse me ferido eu não estaria tratando ele
como trato agora, faria como você, faz parte de nós entende ? - ele me explicou.

- Você está com ele agora ? - queria saber como é a relação deles.

- Sim, estou deitado no conforto do seu peito, no calor do seu abraço, porque eu
estava com medo, medo do que aconteceria com vocês, com nós, então ele me
colocou no lugar que me traz paz, vá até o Jungkook o coloque grudado a você e o
abrace forte, ele precisa disso - então se calou mais uma vez."
Olhei para Jungkook que me encarava confuso, talvez pela minha demora em voltar a
prestar atenção nele, me sentei ao seu lado na cama, então me deitei devagar e ele
me olhou assustado, passei meu braço por baixo de seu pescoço e o puxei para perto
de mim, seu corpo ficou totalmente grudado ao meu, seu cheiro de café ficou mais
forte o que foi ótimo pois me acalmou instantaneamente, deixei meu cheiro se
intensificar também, Jungkook suspirou como se estivesse aliviado, então encostou o
nariz em meu pescoço, no lugar onde é feita a marca dos casais que decidem selar a
ligação para todo sempre, minha pele se arrepiou por completo, o ouvi ronronar e
senti meu lobo tão feliz que mal pude conter um sorriso abrir em meu rosto, quase
soltei um ronronar também ao notar que seu corpo se encaixa perfeitamente ao meu,
seu calor parece aquecer minha alma, sinto que aqui, nesse lugar, nessa abraço é
definitivamente meu lar.

- Você pode chorar se quiser - falei baixinho.

- Não vou chorar mais uma vez na frente do meu... - ele parou a frase, seu omega
Jungkook, fale, seu omega, o encarei e ele abaixou o olhar sem graça.

- Do seu inimigo ? - ele assentiu triste.

- Seu inimigo estaria com você nos braços assim ? - o apertei um pouco mais.

- Talvez ele planeje me matar estrangulado enquanto durmo - ele ainda mantém o
nariz em meu pescoço.

- Obrigado pela ideia. - ele praguejou baixinho.

- Ei finja que não ouviu - eu sorri da sua reação.

- Tarde demais, durma logo, como vou te matar se continuar aí acordado ? - ele
soprou um riso.

- Você quer conversar sobre o que aconteceu naquele lugar ? - eu estava preocupado
sobre seu psicológico e não sei quanto tempo levaremos para chegar até Jimin para
que ele se abra com alguém

- E-eu - ele apareceu exitar.

- Por favor, me conte, quero tanto que você se abra e tire um pouco esse sentimento
ruim de você - praticamente o supliquei.

- Desculpe, eu não consigo Taehyung, não com você - ele suspirou triste em meu
pescoço.

Segurei o choro, sei que eu mereço não ter a confiança dele ainda.

" - Shhhh mantenha a calma mimadinho, tudo vai dar certo, só mantenha a calma -
escutei o docinho falar.

- Ele precisa de alguém docinho, alguém que não sou eu - minha garganta dói
segurando o choro.

- Ele está bem e em seus braços agora, apenas o segure firme enquanto ele dorme
mimadinho, ele sabe que você está aí - uma lágrima solitária escorreu por meu rosto
e apenas torci para que Jungkook não a note. - Não chore mimadinho, por favor não
chore, descanse um pouquinho, você também precisa descansar.

Ouvindo aquela voz de um Taehyung muito mais doce que eu, comecei a me acalmar,
de início achei que o Jungkook daquela época não tivesse criatividade em colocar o
apelido de docinho naquele Taehyung, mas ele é doce de tantas formas, até sua voz
soa doce para mim, um apelido nunca combinou tanto com uma pessoa quanto esse.

- Eu ouvi isso e achei lindo mimadinho - o docinho falou ao ler meus pensamentos
sobre ele.

- Será que posso ter privacidade ?- perguntei a ele com falsa indignação.

- Oh, me desculpe, você começou a divagar e eu fiquei aqui sem querer, juro - que
grande cara de pau.

- Saia da minha mente docinho - falei com falsa raiva.

- Ok, ok, tchau, descanse por favor.- tudo ficou quieto e eu ri com a situação, é bom
ter um docinho assim grudado em minha mente."
Vulnerável

Meus dia tem sido bem menos trabalhosos do que imaginei que seriam, pensei que
Jungkook ficaria quietinho para descansar e se recuperar bem, não foi exatamente
isso o que aconteceu, ele está sempre em movimento, sempre encontra algo para
fazer, nem que esse algo seja única e exclusivamente para se manter longe de mim.
Entro na cabana após pegar algumas lenhas para aquecer seu interior e encontro
Jungkook com a carta em mãos me encarando.
- Por que motivos você tem uma carta que vem de minha corte guardada ? - ele me
encarava com um olhar analítico, fui até perto da lareira para deixar as lenhas ali,
então respiro fundo.
- Eu a recebi assim que a batalha de findou - encarei seus olhos verdes, que me
encaravam de volta.
Algo que Jungkook não tem feito muito ao longo desses três dias que estamos aqui é
me encarar, ele se mantém o mais quieto possível, quando estou no interior da
cabana ele está lá fora, quando estou lá fora ele vem para dentro, me evita de todas
as formas possíveis, o único contato que temos é na hora de dormir, temos apenas
uma cama aqui e por mais que tentemos manter distância ao dormir, sempre
acordamos entrelaçados um no outro.
Ontem quando acordei o encontrei me encarando enquanto dormia, eu estava deitado
sobre seu peito e pude sentir seu coração acelerar quando o encarei, não consegui
evitar o sorriso que se formou em meus lábios e ele não conseguiu evitar seu rosto
avermelhado instantaneamente, mas assim que levantamos ele fingiu que nada
aconteceu.
Então estamos assim esse tempo todo, Jungkook evitando ter qualquer contato
comigo, ou até mesmo me olhar nos olhos.
Mas eu sei, sei que meus olhos são o motivo desse distanciamento, sei que são eles
que causam dor nele, assim como os dele já me causaram essa mesma dor, eu só
não compreendo o motivo deles estarem assim, se o que sinto por ele foi mantido por
conta da marca em minha mão.
- Sobre o que esta carta fala ? - ele a colocou na mesa e se sentou na cadeira.
- Não sei, até hoje não a li. - Ele me olhou confuso.
- Por que não ? - sua pergunta é totalmente válida, mas como a responderia ?
Como vou explicar para ele que não quis ler por que não queria mais nenhuma
ligação com seu reino ou até mesmo com ele, como vou explicar que enquanto ele
havia se entregado por mim a algo desconhecido eu apenas o ignorei mesmo não
sendo ele quem enviou a carta, mas poderia ser algo sobre ele, o conteúdo da carta
que poderia ser algo muito importante e é, como vou explicar isso tudo, mas o pior é
imaginar como será a sua reação ao descobrir tudo isso.
- Eu não sei - foi apenas o que consegui responder.
- Você não sabe ? - ele encarou a carta.- Eu posso a ler ?
- Não - ele continuou me encarando e isso me incomoda, para quem não me olha
direito há dias, hoje está encarando até demais.
- Por que não ? - seu olhar era quase acusatório em minha direção, como se eu
estivesse mentindo sobre ter lido a tal carta.
- Jimin não teve uma reação muito boa quando leu, não sei se seu psicológico está
bom o suficiente para o que tem aí - ele assentiu.
- Então leia para mim - pegou a carta e a estendeu em minha direção.
- Eu não sei se quero a ler - minha voz estava mais baixa que o normal.
- Você está sem saber muitas coisas Taehyung, o que há com você ? - realmente,
talvez eu apenas não saiba de nada, talvez eu esteja perdido, abaixei meu olhar e
respirei fundo.
Vulnerável.
Nunca me senti tão vulnerável quanto agora, nem sei o motivo mas meu coração
parece doer a cada palavra que Jungkook fala e a cada reação dele em me evitar me
tira um pedacinho da razão que ainda tenho, talvez eu esteja carente, talvez precise
alguém que me ame junto a mim, nunca fiquei tanto tempo longe da minha família,
faz semanas que não falo com nenhum deles, há semanas não tenho nenhum contato
com as pessoas que me amam, deve ser exatamente isso, falta de afeto, falta de
amor, cuidado e amparo, a falta dessas coisas podem nos deixar vulneráveis e
perdidos, completamente perdido.
- Taehyung, olhe para mim - ouvi Jungkook pedir, o que chega a ser uma ironia, logo
ele que evita me olhar a todo custo, respirei fundo e olhei em seus olhos por um
breve momento. - O que há com você mimadinho ? - Apenas neguei com a cabeça.
- Certo, você não sabe, tudo bem Mimadinho, ninguém é obrigado a ser forte o tempo
todo, você tem sido muito forte, muito mesmo mimadinho, olhe em meus olhos. - Ele
ergueu meu queixo com a ponta dos dedos.
- Se você não quer ler a carta tudo bem, mas eu quero a ler tudo bem para você ? -
neguei novamente.
- Eu vou ler - ele afirmou e sorriu pequeno ainda segurando meu rosto.
"- Docinho, estou precisando de você comigo agora. - clamei para que o docinho
aparecesse mais uma vez.
- Estou aqui mimadinho, sempre estou aqui para você, seja forte - ele me respondeu
como se já esperasse o meu clamor por ele.
- Obrigado docinho."
Sentei na beirada da cama e peguei a carta em minhas mãos, meu coração dispara
cada vez mais, medo de ler o que há nessa carta, medo de ter sido tão teimoso a
ponto de perder partes importantes dos acontecimentos apenas por minha teimosia,
medo de ler o conteúdo e descobrir que muita coisa poderia ser evitada caso eu a
tivesse lido mais cedo, Jungkook me olha apreensivo mas calmo, o que me deixa
ainda mais em pânico, então a abro.
Mal terminei o segundo parágrafo e meu coração já está despedaçado, então outro
parágrafo que contém a explicação do por que o rei de Figther age daquela forma, o
motivo da adaga ser usada, o fato de que se fez monstro para proteger quem ama,
então toda a demonstração de amor, toda a explicação de ter se tornando quem era e
ter feito seus filhos fingirem ser quem não são, tudo para que fossem protegidos,
tudo para que em algum momento conseguissem ser feliz todo seu ato de altruísmo e
amor por seus filhotes, e o altruísmo de Jungkook ali estampado, como um tapa em
minha face, a descrição perfeita de um pai orgulhoso de seu filho alfa dar tudo de si
para salvar quem ama, para salvar seu omega, inclusive abdicar de sua própria
felicidade para que ele fosse feliz.
Meu coração está em pedaços, não quebrados, mas totalmente estilhaços, sem ter
como se recuperar dessa vez.
Como uma flor, que morreu em seu tempo findo.
Sinto, apenas sinto que nada é capaz de fazê-la reviver, nem a mais florida
primavera.
A culpa é minha

"- Mimadinho, respire, estou sentindo seu desespero - não consegui, o ar

simplesmente não atingia meu pulmão.

- Não se desespere assim, converse com o Jungkook, você está me ouvindo?

Mimadinho, por favor volte a sua realidade - o docinho suplicava em minha mente.

- Eu acho que ele não me perdoará docinho, eu não perdoaria - falei tão devagar que
a frase deve ter levado minutos para ser terminada.

- Não se desespere, vocês devem conversar, vá em frente, esse é o momento

mimadinho, arrume toda essa situação de uma vez, eu estou aqui, estou aqui
torcendo por vocês mimadinho - ele tem razão, mas por que é tão difícil.

- Docinho e se ele simplesmente me odiar por tudo. - minha respiração ainda é falha.

- Mimadinho, por favor, pare de pensar no pior - sua voz estava tão abafada que
quase não o ouvi.

- Estou te ouvindo com certa dificuldade - avisei a ele.

- Isso por que você está se desesperando, só isso, volte a sua razão, não entre em
pânico - ele me pediu com a voz embargada.

- Achei que você estivesse me deixando - minha respiração volta a se acalmar.

- Nunca te deixaria mimadinho - então silêncio, respiração normal e um Jungkook me

encarando preocupado."

- É tão ruim assim ? Me de a carta, vou ler. - ouvi Jungkook perguntar assutado e
tentar ler a carta, puxei ela para meu peito.

- Jungkook, só me deixe digerir o que acabei de ler - E pensar uma forma de você
não me odiar ao te contar tudo o que aconteceu.

- Se você não me contar agora eu vou ler a carta, fale logo Taehyung, o que está
escrito aí ? - ele insistiu, então olhei diretamente em seus olhos verdes que
combinam tão perfeitamente com ele, contemplei aquele olhar direcionado a mim,
quem sabe uma última vez e o entreguei a carta.
Ele teve a mesma reação de Jimin, como se tudo o que foi escrito ali fosse uma
mentira, o olhar incrédulo, a fúria, o rancor, mas principalmente a tristeza, tristeza
que começou a transbordar por seus olhos instantaneamente ele se debruçou na
mesa e chorou, chorou e chorou, soluçava várias e várias vezes.

Vulnerável.

Mais uma pessoa completamente vulnerável nessa cabana, um alfa forte, destemido,
orgulhoso, e totalmente vulnerável, chega a doer em mim ouvir seu choro e seus
soluços.

Ele levantou da mesa e eu me encolhi, ele percebeu minha reação e olhou

questionador.

- Porque está acuado assim ? - ele secava suas lágrimas enquanto se virava para
mim.

- Eu fui teimoso, muita coisa poderia ter sido evitada se eu tivesse lido essa maldita
carta - comecei a chorar também - eu não teria feito a troca com Félix, não teria
arruinado nossa predestinação, não teria o odiado por esse tempo todo, eu o odiei do
fundo do meu coração, enquanto você fazia tudo por mim, enquanto você doava a sí
mesmo, nós não estaríamos nessa situação agora, era uma simples carta Jungkook,
eu só precisava ler, só isso, foi tudo culpa minha o que ocorreu depois dessa carta,
tudo culpa minha os sentimentos que cultivei enquanto tinha a resposta em mãos.

- Mimadinho olhe para mim - ele se sentou ao meu lado e eu abaixei minha cabeça,
mas ele pegou meu rosto entre as mãos e o levantou até a altura do seu - Eu nunca o
culparia por não ler uma carta Taehyung, como nós iríamos imaginar que num pedaço
de papel estaria respostas tão importantes ? Por favor mimadinho, não se culpe
assim, não faça isso com seu coraçãozinho, você não tem culpa alguma, acredite em
mim, eu entendo todo o seu sentimento, eu mesmo me odiava ao fazer tudo aquilo
com você. - meus soluços se tornaram ainda mais constante, eu não conseguia parar
meu choro.

- Me desculpe Jungkookie, desculpe por ser tão teimoso. - falei entre os soluços.

- Se não fosse sua teimosia você não seria meu mimadinho - o docinho tinha razão,
esse doido gosta da minha teimosia.

- Você tem um gosto peculiar Jungkookie, quem gosta de alguém teimoso - seus
olhos se iluminaram de uma forma sem igual e mais uma vez Jungkook começou a
chorar - O que foi ? Eu disse algo errado ?

- Seus olhos estão verdes mimadinho, estão num lindo tom de verde esmeralda - ele
apertava ainda mais meu rosto em suas mãos.- Acho que você estava bloqueando
seus sentimentos por conta da culpa, culpa que você nem tinha meu amor.

- Eu estava com medo de você não me perdoar por eu não ter lido a carta - ele
encostou a testa na minha.

- Você pode tentar me matar Taehyung, que eu vou te perdoar - o olhei confuso
enquanto ele enxugava meu rosto.

- Mas eu já fiz isso - ele riu alto.

- É fez. - ele sorria tão lindamente que eu não podia acreditar no quão maravilhoso é
contemplar esse sorriso.

Então seu sorriso foi diminuindo aos poucos, seus olhos passeavam por meu rosto,
mais especificamente entre meus olhos e minha boca, sua respiração começou a ficar
mais pesada, meu coração dispara mais e mais e ele se aproxima, nossas respirações
já estam misturadas de tão próximas então ele leva uma das mãos que estava em
minha bochecha até minha nuca e me puxou contra ele levemente, nossas bocas se
encontraram num breve selar e ele soltou um riso com o gemidinho involuntário que
soltei, ele acaricia tão levemente minha nuca que causa arrepios gostosos, abro a
boca instintivamente e ele aprofunda nosso beijo, carinho, um beijo de puro carinho,
nossas línguas se tocam tão delicadamente que parecem aveludadas, sua mão
passeia do meu pescoço para minha cintura ali ele aperta suavemente, todo meu
corpo reage aos carinhos de Jungkook e meu coração parece querer saltar de meu
peito, então findamos o beijo calmo com selares.

- Você tem o gosto doce como imaginei - Jungkook mantém sua testa encostada na
minha e sorrimos bobos.

- Eu nunca havia beijado - ele me olhou admirado.

- Sou seu primeiro ? - neguei e ele me encarou confuso.

- Você é o único Jungkookie - seus olhos brilharam ainda mais com minha resposta.

- Você também é o único para mim mimadinho. - então Jungkook sorriu tão
lindamente para mim, aquele sorriso que o faz parecer um coelhinho fofo e que com
toda certeza me fez me apaixonar ainda mais.
Pertenço a você

Estamos sentados no jardim encostados numa árvore de frente para a cabana, estou
entre as pernas de Jungkook com minhas costas em seu peito, contemplando todas
as flores criadas por ele.

- Preciso voltar para Figther e ajudar Jimin, mas eu queria ficar aqui para sempre ou
posso te levar comigo - Jungkook disse enquanto cheira meu cabelo, mania que ele já
adquiriu, me cheirar sempre que possível.

- Tenho apenas dois Reinos para comandar, acho que consigo adiar esse
compromisso um pouco e ir com você alteza - Jungkook soltou um riso.

- O que meu futuro rei pretende fazer então ? - ele perguntou curioso.

Obrigações, tantas e tantas obrigações, é disso que nossa vida é feita, obrigações
com a coroa, nunca com nós mesmos, nunca com nosso coração, apenas a coroa e o
Reino.

- Agora, seu Futuro Rei pretende aproveitar o alfa dele e não pensar em mais nada -
Jungkook abriu um sorriso radiante enquanto eu me virei e sentei em seu colo de
frente para ele.

- Aposto que ele quer que você se aproveite dele - Jungkook sorriu ladino e começou
a beijar meu pescoço levemente.

- Jungkookie - ronronei baixinho, o que só causou mais furor nele.

- Fale mimadinho estou ouvindo você - ele não parou os carinhos enquanto eu
tentava falar.

- Jungkookie, eu quero ser seu - então ele parou e me encarou - Completamente seu.

- Mimadinho tem certeza ? Nós temos todo o tempo do mundo meu amor, não precisa
apressar as coisas. - o encarei triste.

- Não faça essa carinha, você é mesmo um mimado não é? - ele faz carinho na ponta
do meu nariz enquanto reclama da minha carinha de pidão.

- Eu quero que você me marque Kookie, quero voltar para meu reino com a sua
marca, o seu cheiro e nossa cor, pertencendo completamente a você. - Jungkook
manteve seus olhos presos aos meus por alguns segundos, então assentiu, seus olhos
pareciam estar mais líquidos que o normal.

- Assim como eu já pertenço a você - sorri com sua resposta.- Venha, vamos entrar.

Jungkook me puxou pela mão de volta a cabana, assim que entramos ele virou para
mim.

- Eu queria pensar em algo mais romântico para nós mimadinho, você tem certeza
que não quer esperar ? - ele olhava em volta como se aqui não fosse suficiente.

- Que lugar é mais romântico do que onde nos conhecemos Kookie, onde nos
descobrimos ser destinados, onde nos descobrimos ser um, onde nos reconciliamos e
agora onde seremos completos, apenas um, de todas as formas possíveis - Jungkook
sorriu e me puxou para um beijo.

Não quero voltar para o Wisdom sem ter a ligação completa com Jungkook, assim
poderemos nos manter conectados, quando a marca é selada o casal consegue se
comunicar mesmo estando longe, quero me manter ligado a ele, mesmo que cada um
em seu reino.

Ele me encarou e analisou cada pedacinho meu, Jungkook me olha como se eu fosse
a criatura mais preciosa da face da terra e isso me comove de forma inigualável,
então se aproxima mais um pouco e me dá um beijo na testa, outro na bochecha
esquerda, leva minha mão até seus lábios e beija em cima da cicatriz em J que tenho
ali, beija meu pulso e deposita um selar demorado em meu peito bem no local onde
fica meu coração, então entendo o que ele faz, ele está beijando cada lugar que foi
machucado por ele ou por sua permissão enquanto fingia não ser meu alfa, enquanto
fingia não sentir nada por mim, minha garganta se fechou e a vontade de chorar me
atingiu em cheio ao notar sua intenção.

- Jungkook - minha voz saiu fraca e chorosa.

- Eu amo você, sempre amei mimadinho, lembro de cada momento que te fiz mal, te
deixei triste ou machucado e eu prometo nunca mais permitir que isso aconteça,
prometo de proteger e te amar, hoje, em outras vidas e para todo sempre. - não
consegui segurar mais o choro e minha lágrimas rolaram por meu rosto.

- Eu amo você Kookie, desde do nosso primeiro contato eu amei você, até quando
disse te odiar eu te amei, sempre amei e sempre irei te amar, hoje, em outras vida e
para todo sempre - ele sorriu mas suas lágrimas também teimam em rolar por seu
rosto.

Minha blusa começa a ser desabotoada com delicadeza, botão a botão, de maneira
tão calma que me traz paz e um frio na barriga incomum, ele deslizou a blusa por
meus braços e o frio na barriga se tornou mais forte, copiei seu gesto levando a mão
até a barra da sua blusa a puxando para cima e tirando de seu corpo, todo meu corpo
está tenso, mas o sentimento é de pura paz, como se essa fosse a coisa mais certa
que já fiz na minha vida inteira, ele passa os dedos devagar por meu abdômen me
causando arrepios intensos, então ele chega a minha calça e eu solto um alto suspiro
que o faz sorrir e vir mais perto de mim, enquanto a desabotoa ele me distrai
depositando beijos molhados em meu pescoço.

- Você está tenso mimadinho, tem que ficar mais relaxado - ele falou rouco em meu
ouvido o que só piorava minha situação.

- Kookie - eu apenas o chamei, mas soou como um gemido também, não tenho mais
controle sobre meu corpo ou meus atos.

Ele retirou minha calça junto das peças íntimas e logo após retirou as dele também,
meu corpo todo queimou em vergonha, mas ele não tirava seus olhos dos meus.

- Posso olhar você ? - ele me perguntou apreensivo. - Posso tocar você ?

- Eu sou seu Kookie, você pode fazer tudo o que quiser - seus olhos brilham de uma
forma diferente em minha direção.

Ele me deitou na cama com delicadeza, e começou a beijar meu ombro, desceu até
meu peito e passou a língua devagar por meu abdômen, soltei um gemido rouco
quando ele chegou perto de meu membro, então ele me encarou, como um pedido
mudo de autorização, eu assenti, ele pegou meu membro e começou a massagear
devagar, o que me levou ao delírio em segundos e quando ele enfiou meu membro
em sua boca o delírio se transformou em êxtase, eu gemi seu nome e em resposta
ele apertou forte minha cintura, tudo contribuindo mais e mais para o formigamento
em meu ventre que só crescia, estou prestes a me desfazer em sua boca.

- Kookie, e-eu vou - ele se levantou rápido e veio até minha boca depositar um beijo,
beijava e mordia meu pescoço com cuidado e o mais puro desejo.

- Se doer muito me avise que eu paro - ele já se encaixava em minha entrada eu

apenas assenti.

O senti empurrar aos poucos seu membro para dentro de mim, dói, mas é uma dor
suportável, fui completamente preenchido, ele me encara analisando o que estou
sentindo e fica parado por um tempo, esperando que me acostume.

- Jungkookie, se mecha, por favor amor - supliquei a ele que sorriu com a manha.

- Não está doendo ? - ele me perguntou preocupado mas ofegante, apenas neguei
com a cabeça. - Certo.

Então ele começou a se mexer lentamente, entrava e saia de mim tortuosamente

devagar sempre me olhando diretamente nos olhos.

Me entrego por completo e ele me ama na mesma intensidade.

Chegamos ao nosso ápice os dois juntos, nossas presas sairam e nossos olhos
brilharam ainda mais, viro um pouco a cabeça dando mais espaço para Jungkook
marcar ali, a marca é feita no lado esquerdo de nossos pescoços uma ligação direta
ao coração, sinto um êxtase tomar conta de todo meu corpo, então Jungkook vira o
rosto para que eu o marque também, ele solta um gemido alto, como se fosse um
segundo orgasmo, e é exatamente esse sentimento, puro prazer, a ligação foi selada
por completo, sinto seu êxtase como se fosse meu, sinto seu furor como se fosse o
meu, todo sentimento que ele tem, agora pertence a mim também, assim como os
meus pertencem a ele.

Agora somos definitivamente um só, corpo, alma, mente e coração.

Nós somos um

• Leia as considerações finais!!!!!

O dia foi uma delícia, tomamos banho de cachoeira que fica logo atrás da cabana, a
água é tão cristalina que conseguimos ver a pedras no fundo do rio, brincamos,
mergulhamos e corremos muito em volta da casa pelo jardim florido, mesmo estando
molhados e com frio, todo nosso sentimento nos aquece, o aroma aqui é tão gostoso
que tenho vontade de ficar aqui para sempre e minha companhia me faz querer isso
ainda mais.
- Nós precisamos mesmo voltar amanhã ? - já é noite, estamos quase pegando no
sono e Jungkook me perguntou sonolento enquanto me aconchega em seus braços.
- Precisamos Kookie, estou a semanas longe do castelo, se o batalhão já voltou para
o Reino papai e mamãe devem estar em desespero. - o que espero que não tenha
acontecido.
- Ficarei sem você por quanto tempo mimadinho ? - ele perguntou com certa manha,
meu alfa sabe ser mais manhoso que eu quando quer.
- Pouco tempo Kookie, pouco tempo, prometo - eu estava quase fechando meus olhos
para dormir quando ouvimos um barulho do lado de fora.
- Você ouviu isso amor ? - Jungkook se sentou na cama para prestar atenção nos
barulhos.
- Sim, parecem passos Jungkook - ele me olhou preocupado.
- Eu vou lá fora, você fica aqui, caso aconteça algo se esconda - ele levantou já
colocando suas roupas.
- Eu vou com você - ele me encarou e senti medo, mas o medo não vinha de mim,
partia dele.
- Você, fica aqui Taehyung, uma vez, uma vez na vida faça o que peço por favor -
esse é o medo que senti, é o medo dele, medo de me perder.
Mas e se eu o perder, não posso deixar isso acontecer, também não posso o deixar
preocupado comigo enquanto verifica se há algum risco, então permaneço quietinho
na cama esperando Jungkook voltar.
E então quem eu não imaginava, não esperava e não queria que aparecesse, aparece.
- Sabe o que eu descobri ? - Félix entrou pela porta da cabana trazendo um Jungkook
irado a tiracolo.
- Que a adaga que dei a um certo Rei há alguns anos atrás foi usada em vocês, por
isso meus feitiços não estavam fazendo efeito nos pombinhos - Jungkook me encara
sério.
Silêncio.
Um silêncio ensurdecedor está em minha mente, estou em desespero, por isso não
ouço o docinho do outro lado, muito menos o que Jungkook tenta me dizer algo
através da marca agora mesmo enquanto me encara.
Respire Taehyung, respire, não é hora para seu desespero tomar conta da sua mente,
se acalme, eu dizia para mim mesmo.
Então ouvi a voz de Jungkook em minha mente alta e clara.
- Quando eu mandar você corre, quando eu mandar você corre me entendeu
Mimadinho? - Jungkook praticamente ordenava a mim.
- Não - olhei em desespero para ele.
- Por favor, mimadinho, por favor, eu vou tentar fazer algo, mas me preocupar com
você pode me atrapalhar. - ele estava pouco à frente de Félix que fala algo que não
escuto.
- Tudo bem - me rendi, eu não poderia fazer nada contra um bruxo, Jungkook pode
tentar alguma coisa, então ele olhou em volta, focou numa faca que havia deixado
perto da lareira há alguns dias, ele a banhou com um tipo de veneno capaz de
paralisar qualquer ser vivente, até os místicos então entendi o que ele faria e me
preparei para correr dali.
- Corra - assim que proferiu a palavra ele correu em direção a lareira e eu a porta de
saída dos fundos.
Senti arder em minha pele aquela luz branca que Félix atira contra mim mas não
paro, ouço quando Jungkook grita também, ele esta sendo atingido assim como eu,
estou quase chegando a porta de saída, então tudo parou.
O tempo parou.
Félix caminhava vagarosamente em minha direção enquanto não consigo me mexer,
algo me impede, como se meu corpo todo estivesse paralisado, vejo que Jungkook
está da mesma forma quando Felix me vira de frente para os dois.
- Vocês acham mesmo que dois garotos podem fazer algo contra um bruxo de
quinhentos anos ? - uma gargalhada insuportável saiu de sua garganta.
- Por que motivos você não nos deixa em paz ? - Jungkook perguntou com ódio na
voz.
- Sabe quem foi o primeiro amor dele Jungkook ? - ele me encarava de perto
enquanto respondia Jungkook. - Vou te contar nossa história, nós iríamos nos casar,
eu o tornaria imortal assim como eu, mas então você apareceu exatamente no dia de
nosso casamento, você estendeu a mão para ajuda-lo a descer da carruagem então
se encontraram, aquele foi o primeiro encontro de suas almas, eu os assisti se
apaixonarem em minha frente, enquanto o aguardava no altar e ali naquele altar eu
jurei a mim mesmo, passar minha eternidade impedindo vocês de se encontrarem,
vocês nunca formam família, acaba sempre nessa etapa, sempre aqui, sempre o
mesmo fim, sempre da mesma forma, uma noite, é a única coisa que concedo a
vocês, sou até bonzinho não sou ? Permito que vocês tenham algo. Mas dessa vez
tentei fazer algo mais elaborado, aproveitei que sua mãe Jungkook, simplesmente
odeia seu pai e a convenci a fazer feitiços contra ele e ela me ajudou muito nisso, até
que seu pai começou a demonstrar uma certa resistência a meus feitiços, sabe como
é né Jungkook o amor é capaz de tudo e blá blá blá até encontrar brechas em feitiços
ao que me parece, algumas vezes ele conseguia ser ele mesmo, até uma carta
conseguiu enviar a vocês, sabe Kim, se fosse como na primeira vez que você recebeu
a carta você simplesmente teria a ignorada e jogada no fundo de um baú qualquer,
tudo seria mais simples, você ignoraria a carta e tudo se encaixaria perfeitamente,
mas não foi o que aconteceu dessa vez e eu queria saber o que o fez mudar assim,
você parece ser outra pessoa, eu acompanhei todas as suas vidas, mas essa é a que
você mais mudou - ele me encara como se fosse ler a resposta em meus olhos.
" - Nessa vida eu tive você docinho - torci para que ele escute apenas isso, nada
mais."
- Enfim eu cansei, cansei dessa caçada. - Félix acariciou minha bochecha e Jungkook
soltou um rosnado alto.
- A brincadeira acaba aqui - seus olhos brilharam em branco mais uma vez.
" - Não, não - escutei docinho com a voz embargada em minha mente - Não ! Por
favor, não.
- Shhhhh, docinho, saia da minha mente, saia daqui, não quero que sinta nada disso,
apenas saia - escutei todo seu choro e seu murmúrio.
- Mimadinho, por favor mimadinho, faça algo, faça algo - eu ouvi seu choro.
- Docinho, preste atenção docinho, se o que Félix acaba de dizer é verdade, você e
Jungkook estão em perigo, Docinho, vocês precisam encontrar um jeito de acabar
com a vida de Félix, ou vocês também não serão felizes e terão o mesmo fim, docinho
você está me escutando ? - ele apenas chorava e soluçava em minha mente.
- M-mimadinho, por favor - ele soluçava.
- Shhhhh, docinho, eu sou você, eu sou você docinho, estarei sempre com você
sempre, nós somos um, você apenas se assistiu vivendo em outra época por que
precisa dar um jeito em Félix, não sofra assim meu docinho, por favor não sofra - eu
já chorava junto a ele.
- M-mas mimadinho - ele mal conseguia falar.
- Nós somos um Docinho, eu estarei sempre com você e então."
Silêncio.
|
• Antes de amaldiçoar até a minha vigésima geração eu gostaria de lhe lembrar que,
essa história é de almas gêmeas, de outras vidas, vidas passadas, quando
começamos a estória já estávamos lendo sobre um casal que não existia mais, eu sei,
eu sei que você se apegou ao mimadinho, eu também, juro para você, mas a história
que está acontecendo agora é do docinho ela tem que continuar e esse é o percurso
dela, então vamos focar nele agora e tente não me matar em sua imaginação depois
desse capítulo, Figthing.
Por que me sinto incompleto ?

2036 Únic, Wisdom.

Jungkook
- Taehyung, volte, volte para mim - eu dava leves batidas no rosto de um Taehyung
desacordado em meus braços, mas entre lágrimas e soluços.- Docinho, por favor,
acorde.
- Não - foi a única coisa que saiu de sua boca.
- Docinho por favor, por favor volte, volte para nossa realidade, não fique preso onde
quer que você esteja, apenas volte - o desespero toma conta de mim enquanto o
seguro em meus braços chorando.
- Ele se foi Jungkookie, ele se foi - foram suas primeiras palavras quando acordou e
se agarrou ainda mais ao meu corpo.
- Shhhhh, ele se foi há muito tempo docinho, ele é você agora, vocês são um - tentei
acalma-lo.
- E por que me sinto assim ? Por que me sinto vazio Jungkook? Por que me sinto
incompleto ? Parece que falta um pedaço de mim - ele disse choroso.
- Por que talvez eles sejam o pedaço que falta em nós docinho, por isso nossa
predestinação não aconteceu completamente, por isso nossos olhos não tem mais a
cor da nossa predestinação, Félix fez algo para que não acontecesse nosso encontro
desta vez, devemos fazer o que o mimadinho pediu, ir atrás do Félix, temos que
investigar isso e fazer alguma coisa para impedir que ele continue essa barbaridade
que faz há décadas - ele me encarava questionador.
- Eu sabia que havia algo errado, por isso eu sempre senti que nós não podíamos sair
daqui, eu falei Jungkookie, que era algo muito importante que precisávamos
descobrir, era isso devemos estar preparados para encontrar com esse bruxo, por que
mais cedo ou mais tarde ele vira até nós - ele comentou comigo, mas seu olhar
estava tão distante que nem parecia estar ali comigo.
- Você sempre esteve certo, precisamos fazer algo mas não agora, nós praticamente
vivemos uma vida inteira em algumas horas docinho, vou te levar para a sua casa
para descansar - puxei ele para se levantar.
- Eu não quero ir para minha casa Jungkookie, não quero - ele se aninhou mais uma
vez no sofá.
- Você não vai ficar aqui sozinho docinho, você pode ficar comigo, vamos para a
minha casa então, preciso arranjar um jeito de encontrarmos o Félix - ele me olhou
assustado.
- Como fará isso ? - seus olhinhos estavam arregalados em minha direção.
- Venha, venha comigo - o puxei pela mão para que me acompanhasse.
Paramos em frente a minha casa, meu apartamento é o antigo apartamento de papai
e fica acima da nossa loja que é negócio antigo de família, nossa loja trata de poções,
artefatos místicos e feitiços.
Mas nosso negócio andava de mal a pior, o motivo? Minha total descrença em seres
místicos ou seus feitiços, para mim tudo isso não passava de loucura da parte de
papai, essa visita ao passado me fez abrir a mente em relação a isso.
O Príncipe de gelo foi um aprendizado e tanto, aquele menino usou a coisa que mais
amo para tentar proteger aqueles que amava, a botânica, ele foi incrivelmente
perspicaz quando fez a rosa para Jimin e Yoongi e a colocou na porta de sua casa,
aquele rosa continha misturas para que o casal fosse bem guardado e protegido ali,
ninguém a não ser eles podiam entrar na cabana, por isso o cheiro de Yoongi estava
nela, havia também o cheiro de Jimin que não foi notado pelo mesmo, mas estava lá,
a rosa se tornou o talismã do casal e funcionou enquanto eles estavam na cabana,
apenas quem eles convidaram conseguia passar pela porta da dela, fiquei
incrivelmente admirado quando notei o que o Príncipe fez e dentro de mim acendeu
uma vontade imensa de usar todo meu conhecimento em poções para ajudar os
meus, assim como ele fazia.

- Como você mexe com essas coisas se você não acreditava em nada disso ? -
Taehyung me encarava incrédulo depois de analisar a fachada do prédio.

- Eu não mexo, quer dizer não mexia, acho que depois de tudo o que vivemos tenho
que começar a fazer algo - procurei a chave em meu bolso e abri a loja para
entrarmos.

Taehyung se mantém quieto olhando todas as prateleiras contendo diversos livros,

talismãs e artefatos, dedilhando cada coisinha que via em sua frente, como uma
criança curiosa.

- Então você lida com feitiços e poções - aqueles olhos amarelos me encaravam
curiosos.

- Basicamente estudo poções, não acreditava ser real nada disso, só estudei por que
meu pai praticamente me obrigou, então nunca coloquei nada em pratica - falei meio
envergonhado, já que Taehyung sempre acreditou em tudo isso.

- Então quando você começar a colocar em prática você vai virar meio que um bruxo
? - ele sorria pequeno em minha direção.

- O que ? Não, claro que não Taehyung bruxos tem poderes próprios, eu uso
combinações de ervas, como se eu fizesse um chá, mas sei qual erva tem
determinados poderes para fazer determinadas coisas, a erva de Quaerereing por
exemplo, é a que tenho que usar para rastrear se há algum feiticeiro por perto. - ele
ainda me encara com o sorrisinho nos lábios.

- Quem mexe com feitiços e poções é o que Jungkook ? - agora ele colocou seus
cotovelos no balcão onde estou atrás e me encarou mais de perto.

- Eu não sou um bruxo Taehyung, pare com isso - ele abriu o sorriso quadrado mais
lindo que já vi na minha vida inteira.

- Tudo bem então... - ele mal terminou de falar, seu celular começou a tocar em seu
bolso.

- Ji, oi amigo - enquanto cumprimentava Jimin ele coloca no viva voz para que eu
também o ouvisse.

- Taehy, onde você está ? Liguei para sua casa para ver se estava lá e não me
atendeu nem no escritório. - ele parecia emburrado com Taehyung.

- Estou na casa do Jeon - esperei Jimin surtar ou falar algo mas não aconteceu.

- Ok,estou indo aí então - Jimin estava prestes a desligar quando Taehyung o chamou
de volta.

- Ji, você pode nos trazer algo para comermos, nossa última refeição foi o café da
tarde ontem - Taehyung disse sem se dar conta do quanto estava expondo a Jimin.

- Certo, querem um lanche ou comida ? - Jimin não parece estar pensando direito,
por que meu primo já deveria ter surtado com a ideia se eu estar com seu amigo
sozinho a tanto tempo.

- Comida Ji, comida mesmo - Jimin concordou e desligou.

- Ele não notou que passamos praticamente vinte e quatro horas juntos - comentei
com Taehyung.

- Não mesmo - Taehyung concordou rindo da situação que acontecerá quando Jimin
notar.

Poucos minutos depois Jimin entrou pela porta da loja com várias caixas de pizza em
mãos.

- Cheguei minhas crianças - ele levantou as caixas sorrindo.

- Oi, ji - Taehyung o abraçou forte. - Pizza no almoço Jimin, eu disse comida.

- E pizza é o que Taehyung ? - ele perguntou como se sentisse atingido.

- Vem ca, vocês passaram a noite juntos ? - ele perguntou com um sorriso brincalhão
no rosto.

- Sim - respondi simples e ele intercalou o olhar chocado entre mim e Taehyung.

- O que? TAEHY ? Você dormiu com o Jungkook? - ele perguntou ao amigo mas não
deixei que Taehyung respondesse.

- Várias vezes - ele me encarou incrédulo.

- Você não fez isso com meu bebezinho Jeon, ele é apenas uma criança - apenas sorri
para ele que já havia largado a pizza no balcão e estava se preparando para me
bater.

- Parem vocês, Ji você também mexe com essas poções e feitiços ? - Taehyung
tentou mudar de assunto com o Jimin feroz me encarando.

- O que ? Não ? Quem faz isso é o Jungkook eu não entendo nada disso, o único
bruxo aqui é ele - ele explicou para Taehyung.

- Jimin também acha que quem mexe com essas coisas é um bruxo, ouviu bruxinho ?
- o encarei sério.

- Chega disso, vamos comer, a noite foi bem agitada - Jimin me encarou com fúria e
eu ri levando a pizza para a parte de trás do balcão onde ficamos ali os três um ao
lado do outro.

Assim que terminamos de comer ouvimos o tintilar do sino da porta, que indica que
há alguém entrando no local, um rapaz fofo, branquinho, cabelos escuros, cara de
gatinho, olhos vermelhos e um cheiro de morango inconfundível adentrou a loja, eu e
Taehyung mal acreditamos no que estávamos vendo, ele segurou forte minha mão e
eu encarei Jimin para ver sua reação, Jimin suspirou forte como se sentisse o melhor
cheiro de sua vida.

- Olá, estou procurando um livro que seja meio de terror, gostaria de fazer uma
brincadeira com um amigo e estava passando aqui em frente então achei que poderia
encontrar algo assim aqui.- ele sorriu em nossa direção e ouvi Jimin suspirar alto.
- Oi gatinho - Jimin mal proferiu as palavras e o rapaz o encarou com certo desgosto.

- Oi estranho, não me chame assim - ele reclamou.

- Então você pode me dizer seu nome, só para saber como te chamar - Jimin tinha
um sorriso encantador nos lábios.

- Yoongi, Min Yoongi - ele encarou Jimin nos olhos e pude jurar que vi a cor violeta já
brilhar ali, mas talvez fosse apenas minha mente pregando peças em mim.

- Park Jimin - ele estendeu a mão para o Min que a apertou.

Meeting.

Os dois se encaravam surpresos em nossa frente, pares de olhos violetas, olhos tão
lindos, olhos que em outra época nem tivemos tempo de apreciar de perto como
agora que estamos apreciando desde seu início, se eu que não sou tão sentimental
quero chorar ao presenciar a cena, não consigo imaginar como está o interior de
Taehyung vendo o que está acontecendo mais uma vez com essas pessoas que são
tão importante para nós e nem fazem ideia.
Alguém me chamava

Estamos há quase meia hora encarando o mais novo casal se encarar na sala do meu
apartamento, está cada um num canto da sala sentados em poltronas de frente para
o outro.
Meu apartamento é pequeno, todo minimalista paredes claras e móveis em madeira,
alguns detalhes são em verde, todos os tons da cor estão presentes aqui dentro, hoje
entendo a minha fixação por ela, eles estão nas poltronas que são da cor mais
próxima ao esmeralda, mas já cansei de olhar para elas, por mais que as ame, cansei
do casal estranho se encarando sentado na minha sala.
- Por que eles não conversam ? - Taehyung me perguntou com um tom triste sentado
no balcão da cozinha que é conjugada a sala.
- Eles acabaram de encontrar seus destinados docinho, precisam pensar - falei baixo
para Taehyung, mas não foi baixo o suficiente pois Jimin ouviu.
- Docinho ? - Jimin perguntou com certo desgosto.
- Ele é seu namorado ? - o Min perguntou ao notar a reação de Jimin.
- Não - Jimin respondeu rápido e assustado. - É um amigo, quase um irmão para
mim.
- Quase não é irmão - ele disse encarando Jimin que sorria de canto de lábios para o
Min.
- O gatinho é ciumento - Jimin gosta de brincar com o perigo, então Taehyung riu e
comentou sem pensar.
- Sempre foi - logo lembrei do encontro deles na fonte, era disso que Taehyung se
referia, os dois o olharam confusos, eu não sabia o que fazer e Taehyung os olhava
quase entrando em pânico.
- Do que você esta falando ? - foi Jimin quem perguntou e tudo o que eu não queria
era que Jimin ficasse curioso sobre o assunto, ele sempre acreditou piamente em
vidas passadas se eu o contasse tudo o que aconteceu ele acreditaria sem sombra de
dúvidas, mas aí fica a preocupação do que nosso novo amigo iria pensar de nós ao
ouvir a história.
- Do que você esta falando ? Vocês estão estranhos, primeiro passam a noite inteira
juntos sem fazer nada do que pessoas normais fazem juntas durante a noite, conheço
muito bem os dois para notar isso de longe - Jimin soltou todas as acusações na
nossa cara, sem dar importância o quanto ficaríamos constrangidos.
- Ji - Taehyung falou baixinho.
- Oh, me desculpe, e-eu não queria dizer isso me desculpem - Jimin arregalou os
olhos culpados em nossa direção.- Mas vocês estão muito estranhos, eu conheço os
dois como a palma da minha mão e vejo que há algo de errado, vocês estão se
tratando como um casal, mas não são um e agora o Taehyung está falando coisas
estranhas eu não estou entendendo vocês, vocês podem se explicar por favor ? -
Jimin deitou a cabeça na poltrona como se estivesse exausto e o Min nos encarava
aflito.
- Pra que o surto Jimin? Deixa de ser curioso - Taehyung ralhou com o amigo.-
Depois te conto tudo com riqueza de detalhes, juro.
- Se for por minha causa vocês podem começar, estou indo embora - o Min falou se
levantando.
- Mas nós nem conversamos - Jimin disse triste.
- Você me encarou por exatos - ele levantou o pulso para checar o relógio. - trinta e
sete minutos e não fez nada a não ser me encarar, eu não sou obrigado a ficar aqui
esperando você sabe Park, você é o alfa aqui, faça alguma coisa - o Min disse tudo se
dirigindo a porta.
- Ele está me assustando, igualzinho o Yoonie - assim que terminei de falar o Min me
olhou assustado.
- Onde ouviu esse apelido ? - ele voltou para a sala e me encarou.
- Que ? - eu nem sabia o que falar.
- Onde ouviu esse apelido Jeon? - agora ele parecia assustado, olhei para Taehyung
que também não sabia como reagir.
- E por que está chamando ele por um apelido se acabou de o conhecer Jeon ? - Jimin
perguntou irritado.
- Chega, sentem os dois - Taehyung disse autoritário e assim eles fizeram.
- Seria bom ter uma ajuda - Taehyung disse para mim e eu concordei rendido.
- Taehy ajuda para que ? - Jimin perguntou apreensivo.
Sentei de frente para eles e puxei Taehyung para meu colo, parte de mim foi por que
queria Taehyung colado a mim, ele é um tipo de força para mim, um tipo de apoio, a
outra parte para atentar Jimin, o que funcionou muito bem pois ele nos olhou furioso
e eu ri por dentro.
- Certo - Taehyung começou meio receoso - Eu tenho uma história meio louca para
contar para vocês.
Então ele contou toda a história para os dois, que por incrível que pareça estavam
ouvindo tudo como se fosse a coisa mais normal do mundo.
- Nossa - Jimin soltou suspiros.
- E-eu sonhei com alguém me chamava por aquele apelido, foi essa noite mesmo, nós
estávamos numa casinha pequena agora sei que deve se tratar da cabana e a voz
gritava por mim no jardim do lado de fora, quando eu saí a única coisa que vi foi o
jardim lindo e florido e a rosa que você mencionou me chamou muito a atenção - ele
puxou um pedaço de papel do bolso e nos mostrou o desenho que fez da flor, era
idêntico a flor que era sua naquela vida.
- Quem te chamava ? - Jimin perguntou meio preocupado, alfa e seus instintos.
- Você - o Min respondeu corando um pouco, Jimin abaixou a cabeça e sorriu.
- Isso quer dizer que vocês são destinados? Mas e agora, como encontrarão esse
bruxo ? - o Min tentou mudar a atenção dele na conversa.
- O Jungkook é um bruxinho - Taehyung respondeu o Min que apenas assentiu em
compreensão.
- Taehyung, eu - Ele apenas levantou a mão para me impedir de falar e eu
instintivamente me calei.
- Cara, você está o mimando demais, ele está mandando em você, não deveria deixar
ele ficar assim mimadinho - Taehyung encarou o chão e eu o apertei em meus
braços.
- O que foi ? - Jimin perguntou confuso.
- Era o apelido dele na época, mimadinho - o abracei mais forte e ele se aninhou em
meu colo.
- Acho que vocês deveriam descansar um pouco eu e o Park ficaremos na loja, vocês
descansem que a noite trazemos algo para vocês comerem - Yoongi disse como se já
fosse acostumado a lidar conosco.
- Certo, venha docinho, vamos descansar - levantei com ele em meu colo.
Jimin veio até nós e deixou um beijo em nossas testas, por alguns segundos lembrei
dele como meu irmão naquela época e me segurei para não chorar por conta de um
simples beijo na testa, mas Taehyung pareceu ler meus pensamentos pois apenas
concordou com a cabeça e seus olhos encheram de lágrimas assim como os meus.
- Descansem pequenos, mais tarde voltamos - Jimin disse e saiu pela porta com o
Min.
- Acha que eles vão se acertar ? - perguntei a Taehyung.
- Você não viu o jeito que Jimin olha Yoongi? Não mudou nada bruxinho, nada - o
encarei sério depois dele usar o apelido e ele riu.
Dei uma muda de roupa para Taehyung colocar depois do banho e me deitei em
minha cama, ouvi batidinhas na porta e o avisei que podia entrar, ele entrou sem
graça, vestia um moletom branco maior que ele, mas ficava fofo.
- Posso me deitar com você? - ele perguntou com as bochechas coradas.
- Claro que pode - abri espaço para ele ao meu lado.
Ele se deitou e virou para mim, ficamos um de frente para o outro nos encarando.
- Você acha que vamos conseguir ? Que tudo irá se acertar ? - seus olhos amarelos
transbordaram de tristeza, ou talvez falta de esperança.
- Prometo lutar para que tudo dê certo no final docinho, eu prometi te proteger, te
amar, hoje, em outras vidas e para todo sempre não prometi ? - ele assentiu já com
lágrimas nos olhos.

E eu cumprirei.
Aqui e agora

2036 Unic, Wisdom.

Jimin
Encaro Yoongi debruçado no balcão da loja há algum tempo, ele se mantém
pensativo, pensativo demais para meu gosto, seu cheiro me deixa inebriado, tão
incomumente tranquilo que chega a me deixar assustado, nunca fui do tipo que
quisesse encontrar meu destinado, na verdade não acreditava nisso tudo, não que
fosse totalmente descrente do assunto, mas não imaginava que aconteceria comigo, é
aquela história, acreditar acredito mas creio que não aconteça comigo.
E olha eu aqui, na frente do omega que foi criado perfeitamente para mim, de fato só
de o olhar parece que ele foi planejado para mim, sempre gostei de pessoas com a
aparência mais delicada, cativante, mas o olhar, o olhar demonstra o quanto é
independente e livre de qualquer amarra.
Assim que enxergo Yoongi, um omega que sabe exatamente como usar seu charme,
tanto quanto precisa usar a delicadeza quanto a autoridade.
E autoritário já notei que é, não sei como pode um pessoinha conseguir ter uma
medida certa de autoritarismo e delicadeza, até na forma de falar.
- Você vai passar sua vida me encarando ? - ele perguntou irritado o que só me deu
vontade de rir ao confirmar meu pensamento.
- É o plano ! - respondi rindo da sua cara de descontente.- Não te conheço bem mas
noto o quanto está incomodado com algo, quer falar o que ?
- E-eu realmente sonhei com você me chamando, mas - ele pareceu ponderar se fala
ou não.
- Mas ? - o incentivei.
- Nós estávamos procurando os dois na cabana, você me chamou para avisar que não
havia os encontrado no lado de fora e havia encontrado a insígnia de Taehyung
jogada no chão, onde você estava havia um caminho como se estivesse queimadas
todas as flores ali e você chorava, chorava muito por que nós já tínhamos visto a
situação de dentro da cabana, que parecia ter acontecido uma luta dentro, você
entrou em desespero ali ajoelhado naquele jardim ao notar que havia perdido os dois.
- Yoongi contava como se doesse a lembrança.
- Por que não quis os contar ? - perguntei a Yoongi que ainda está cabisbaixo.
- Não queria deixá-los tristes, a única coisa que lembro é do momento que os
perdemos, uma memória triste demais para ser compartilhada - ele encarava o chão
pensativo.
- Nós teremos que os ajudar não é ? - perguntei a ele que assentiu.
- Eu acabei de conhecer vocês três, mas sinto que já são meus há muito tempo - sorri
com seu jeito de falar.
- Bom, você sabe que realmente somos então ... - deixei a frase morrer quando ele
abriu um lindo sorriso em minha direção.
- Só vamos pensar em algo para ajudá-los - ele comentou com as bochechas coradas.
- Sim vamos sim, mas e nós ? - ele em encarou triste.
- Eu sou casado Jimin, desculpe - me afastei um pouco dele.
- Oh, d-desculpe e eu o chamando por um apelido, tentando ter intimidade, me
desculpe eu não imaginei mesmo - ele já estava chorando de rir e gargalhando.
- Foi uma brincadeira Jimin, nossa desculpa não sabia que iria te desestabilizar assim
- ele ri tanto que está todo vermelho.
- Não teve graça nenhuma Min Yoongi - falei sério e ele me encarou ainda
gargalhando.
- Foi apenas uma brincadeira Ji fique calmo - ele foi parando de sorrir - Mas você está
bem com isso ? Digo eu ser o seu destinado, por que você parece gostar bastante do
Taehyung.
- O Taehyung é como se fosse um irmão para mim, agora eu entendo o por que desse
meu sentimento de cuidado em relação a ele, eu estava cuidando dele para o
Jungkook, não é louco? Jungkook foi meu irmãozinho - e meu sentimento permanece
esse por ele, sempre o amei e cuidei dele como se fosse meu irmão mais novo, agora
ainda mais. - E você continua desconfiado, como na outra vida que Taehyung contou.
- Não é isso, você poderia gostar dele sei lá, é complicado esse negócio de destinado,
acho que ninguém é obrigado a ficar com ninguém - ele disse cabisbaixo.
- Você foi feito para mim, porque eu não iria querer ficar com você - ele me encarou e
soprou uma risada.
- Acho que além de sermos destinados nós quatro temos algum tipo de ligação para
voltarmos assim todos juntos nessa vida - ele começou a divagar pela ideia.
- Você acha ? - ele pode ter razão.
- Sim, não vejo uma explicação para meu sonho além dessa, sonhei enquanto os dois
estavam voltando no passado é muita coincidência - ele deu de ombros.
- Eu só queria saber mais, uma pena que eles não conviveram muito conosco naquela
vida - afinal eu gostaria de saber mais sobre o que vivi.
- Não sei se eu iria querer saber mais, parece que foi bem difícil, vocês dois tiveram
que planejar sua morte para que nós nos casássemos, Jungkook sofreu demais
sozinho e aposto que mesmo estando comigo na cabana você também sofreu -
concordei com sua constatação.
- É realmente não foi fácil, mas quero saber um pouco mais, vou pedir para Taehyung
me mostrar tudo o que há no baú - Yoongi pareceu pensar. - Na verdade eu queria
poder voltar assim como eles voltaram, o que eles fizeram para voltar ?
- Eles se tocaram e por que o Taehyung queria voltar, acabaram voltando foi o que
entendi - encarei Yoongi.
- Você não iria querer não é ? - ele suspirou.
- Não é isso, só tenho medo, pareceu tudo bem conturbado - falou enquanto
encarava o chão.
- Tudo bem, nós podemos fazer algo aqui e agora, não precisamos viver o passado -
ele me encarou por um tempo.
Então segurou minha mão.
|
• Sim os Yoonmin vão voltar no tempo também, mas vai ser mais curto prometo, só
para entendermos a importância deles na vida dos Taekook.
Foge comigo

1554, Reino de Wisdom.

Jimin.
- Você está me convidando para fugir ? - O Min me perguntou confuso.
- Sim - mas o arrependimento me atingiu logo em seguida - Me perdoe, e-eu não
deveria ter te pedido isso a você, você é um príncipe, está acostumado com as
melhores coisas, não aceitaria algo assim - dei alguns passos para trás para ir
embora dali.
Depois da minha morte forjada por mim e Jungkook fui até o Reino de Understanding
buscar Yoonie.
O fato é que eu e Jungkook não pensamos muito nessa parte, no que nossos ômegas
iriam pensar, se eles aceitariam viver praticamente isolados conosco depois que
abdicamos de tudo, e as coisas pioraram ainda mais quando descobrimos que os dois
são príncipes.
Como eles largariam toda uma vida de luxo e conforto para fugir com dois alfas sem
nada.
- Não, não pense assim Jimin, você só me pegou de surpresa - ele deu passos à
frente para me alcançar de novo.
- Não, Príncipe acho melhor eu ir embora, não pensei ao lhe fazer essa proposta, me
desculpe alteza - me curvei e estava prestes a sair quando Yoongi me virou para ele e
tocou meu rosto delicadamente.
Olhei para Yoongi que já tem os olhos violetas marejados.
- Por que fez isso Yoonie ? - o perguntei quase chorando também.
- Eu queria que tivesse certeza que sou seu - ele mantém o olhar pregado ao meu.
- Eu sempre soube Yoongi, sempre soube - ele sorriu.
- Eu vou com você - ele me respondeu decidido.
Meu príncipe corajoso.
- Mas Yoonie - eu suspirei em receio.
- Eu sei, sei que não será fácil Jimin, mas é minha escolha, quero viver minha vida
com você - seu olhar não deixava dúvidas de que ele já estava decidido do que fazer
e nada tiraria a ideia de sua cabeça. - Para onde vamos ?
- Para o nosso lar - ele sorriu abertamente ao ouvir minha palavras e assentiu.
Nunca me senti tão livre minha vida toda.
Segurando em uma das mãos de Yoongi e correndo entre as árvores, ambos com
sorrisos enormes nos rostos, ambos vivendo o que sempre sonhou.
Assim que chegamos a cabana Yoongi abriu um sorriso tão lindo que não me contive
parei em sua frente levei minhas mãos ao seu rosto, é tão bom poder tocar meu
omega assim, livre, sem medo ou receio, me aproximei devagar de seu rosto ele
ainda sorria, a felicidade tão transbordante que mal consegue parar de sorrir, meu
coração aquece só de ver seu sorriso, sua real felicidade, a felicidade do meu omega,
logo eu que nunca imaginei que seria capaz de faze-lo feliz.
- Posso beijar você ? - o perguntei já perto de seu rosto, com respirações já se
mesclando.
- Você deve - então fechou os olhinhos em ansiedade pelo beijo.
Encostei de leve em seus lábios, o cheiro de morango ficou mais forte me deixando
com a vontade ainda maior de aprofundar o beijo e assim o fiz, puxei Yoongi pela
cintura para seu corpo ficar colado ao meu, ele soltou um suspiro com o susto do
contato inicial seus lábios se abriram devagar como um convite para que nossas
línguas se encontrem, doce, extremamente doce é o gosto de Yoongi, tão doce que
minha vontade é permanecer nesse beijo para sempre, nossas bocas se conectam
perfeitamente, nosso beijo é quente mas tão carinhoso quanto, ele é inteiramente
perfeito para mim, ao findar o beijo dei leves mordidas em seus lábios, o que o fez rir
tímido e suspirar para o meu total delírio, quando voltei a minha razão e o encarei
percebi que ele está mais corado e ofegante que o normal.

- Você está bem Yoonie ? - acariciei sua bochecha quente e corada.

- Sim, estou bem sim Jiminie - ele disse envergonhado e ofegante.
- Você aceita ser meu Yoonie ? Aceita casar comigo assim? - Coloquei o anel da nossa
família em seu dedo - Meio sem jeito, às pressas, eu sei que não é o que você
merece, não posso lhe dar muito, mas tudo o que tenho para lhe dar é seu, meu
amor e todo o meu ser pertence a você, você aceita ser meu também ? - o perguntei
com certa expectativa e medo dele estar arrependido.
- Eu sou seu Jiminie, inteira e completamente seu, sequer acredito que estamos aqui
assim, eu aceito você para todo sempre Jiminie, não é sem jeito, é na nossa casa, no
nosso lar, você é meu alfa, meu tudo, é o que preciso nessa vida meu amor. - ele
encostou seu narizinho ao meu e meu coração se encheu de ternura.
Meu sonho realizado, meu omega, meu destinado, o amor da minha vida.
- É muito cedo pra dizer que te amo ? - ele sorriu fofo.
- Não Jiminie, por que sei que te amei desde a primeira vez que te vi - meu coração
se acelerou com a declaração.
- Eu amo você Yoonie, desde a primeira vez que te vi, eu te amei - ele sorriu ainda
mais. - Venha, vou te mostrar como ficou a cabana.
Eu e meu irmão já havíamos arrumado a cabana para ser habitável, tudo modesto
mas lindo, em seu interior há uma cozinha pequena com uma mesa e quatro
cadeiras, há uma pequena sala com lareira e uma suíte, ela é confortável, uma
casinha pequena para poucas pessoas morar, e planejamos dar um jeito quando
Jungkook vier morar conosco aqui.
Escuto Yoongi reclamar de dor e me preocupo, então ele me encara ofegante mais
uma vez.
- A-acho que é meu cio Jiminie, aconteceria daqui a um mês, mas com nosso
encontro ... - ele não terminou a frase, se abaixou um pouco ao sentir a dor em seu
ventre.
- Yoonie, não temos medicações aqui ainda para que não aconteça uma gravidez, não
podemos passar seu cio juntos - ele me olhou sorrindo, o que não entendi.
- Eu quero Jimin, quero você, quero a marca e se tudo der certo, um filhotinho - meu
coração se encheu de tanto amor que não imaginei ser possível, um filhotinho, meu e
de Yoongi.
Um filhotinho.
- Tem certeza Yoongi ? - ele assentiu.
- Nossa família estaria completa e meu sonho totalmente realizado - abracei e ele o
beijei, ele sorria em meu braços.
O levei até o quarto antes que os efeitos do cio ficassem mais dolorosos para ele,
assim que entramos no quarto o puxei para perto de mim e o beijei mais uma vez, os
beijos de Yoongi são viciantes, puxei sua blusa e ele copiou meu movimento retirando
a minha, o deitei na cama e retirei a sua calça meu omega ria de animação com
situação, quando retirei minha calça junto com minhas peças íntimas o escutei arfar,
o encarei mas ele olhava sedento meu membro.
- Seu levadinho - ele riu envergonhado ao ser pego no flagra encarando meu membro
rígido.
- Você quem tirou sua roupa na minha frente, não há como evitar - ele disse se
ajoelhando na cama. - Posso pegar ? - a pergunta soou tão inocente que quase
engasguei com o ar.
- Pode fazer o que quiser - ele sorriu de forma sugestiva.
- Posso o chupar então ? - definitivamente minha razão se foi.
- Você quer me matar com essas perguntas levadinho ? - ele sorriu inocentemente.
- Claro que não Jiminie só quero saber o que posso fazer - cheguei mais perto dele e
levantei seu rosto ele mordeu levemente o lábio inferior me causando um furor ainda
maior dentro de mim.
- Você pode fazer o que quiser meu amor - ele sorriu.
Ele logo levou a mão até meu membro ainda me encarando e começou a massageá-lo
devagar enquanto me olhava com a maior cara de inocente, como se nada fisesse.
- Yoonie, meu levadinho, não me torture assim - ele sorriu em resposta abriu a boca
e então engoliu meu membro todo de uma vez, fazendo movimento de vai e vem
várias e várias vezes, meus gemidos parecem que o incentivaram ainda mais ele mal
parava para respirar, o que me preocupou um pouco.
- Chega, você vai acabar com a brincadeira antes dela começar assim meu levadinho.
- ele se deitou e me encarou.
- Jiminie, me faça seu, por favor - me deitei por cima de seu corpo.
- Que pressa lobinho levado, me deixe aproveitar um pouco também - comecei a
beijar seu pescoço, mas ele me impediu me jogando de costas na cama e ficando em
cima de mim.
- Meu lobinho levado não quer esperar ? Hum ? - ele ajeitou meu membro em sua
entrada e começou a descer devagar.
- Devagar levadinho, assim pode doer - segurei firme sua cintura para que ele não
sentasse de uma vez.
- Eu quero mais Jiminie, não me segure assim - ele choramingou.
Então o larguei e deixei que ele fizesse tudo exatamente como queria, de início ele
rebolou devagar mas isso durou pouco, seu lobo já estava insaciável decorrente ao
cio e a única coisa que ele queria é me sentir dentro dele por completo, sem medir
esforços algum Yoonie rebolava cada vez mais rápido em mim sempre me encarando
direto nos olhos, minhas presas já começavam a dar sinal, o que mostrava que eu já
estava quase em meu limite então o puxei para que ele colasse em meu corpo e eu
pudesse ter acesso a seu pescoço, ele entendeu bem o que eu queria fazer pois
facilitou me dando espaço e levantando o queixo, quando eu estava em pleno ápice
minhas presas sairam completamente, então a marca foi feita, uma mistura incrível
de tesão, prazer e satisfação tomou conta de mim, pela carinha que Yoonie faz em
meus braços ele também sente o mesmo, ficamos um tempo ali, os dois ainda
conectados, ainda sentindo todo o prazer, fazendo carícias um no outro e
aproveitando as batidas do coração assim, tão unidas, tão iguais, tão perfeitamente
ligadas.
- Eu te amo, Meu alfa - ele se declarou, o deitei em meu lado e ele se aconchegou
comigo e assim entrelaçados ele fica quietinho aceitando os carinhos.
Meu maior sonho agora se encontra aconchegado em meus braços.
Um momento importante para mim

2036 Únic, Wisdom.

Jimin

Yoongi puxou sua mão da minha com força e me encarou irado, eu tive vontade de rir
de sua cara enfezada que fica a coisa mais fofa do mundo, mas algo que diz que não
é a hora de rir.

- Park Jimin, por que você escolheu voltar logo nessa parte da história ? - suas
bochechas estão tão vermelhas que se assemelha ao morango.

- E-eu não escolhi isso Yoonie - falei em desespero.

- Não me chame assim - ele está verdadeiramente irado.

- Eu queria saber como foi nosso encontro, não imaginei que as coisas foram tão
rápidas assim conosco naquela época - eu realmente não fazia ideia.

- Não foram Jimin, pelo que o Taehyung contou nós estávamos assim há um tempo,
não foi de uma hora para a outra que nós nos apaixonamos - ele disse ainda
emburrado.

- Não fique assim levadinho, foi gostoso assistir você daquele jeito. - se tem uma
coisa que gosto de fazer na vida é brincar com o perigo e estou fazendo exatamente
isso agora.

- Que bom que gostou de assistir, porque isso nunca acontecerá Park, não sei se te
contei mas eu nem gosto de homens para começo de conversa, nós nunca daríamos
certo, nunca - ele disse sério.

- O que ? - eu nem tenho palavras para expressar meu desespero, Yoongi joga isso
em cima de mim depois de assistir o que rolou entre nós antigamente.

Sabe aquela expressão tirando doce da mão de criança, então.

Yoongi começou a rir descontroladamente mais uma vez e eu não podia acreditar no
que ele estava fazendo, como ele consegue brincar com o coração das pessoas dessa
forma, Yoongi tem um senso de humor esquisito.
- Porra, não me diga que está brincando - ele assentiu sorrindo mais uma vez.

- Onde que aperta pra desligar esse seu humor estranho ? - ele gargalhava ainda
mais da minha cara.

- É muito bom assistir sua cara de desespero Jiminie, você não tem noção, você
arregala os olhinhos e deixa a boca entreaberta é uma carinha tão perfeita eu não
aguento - ele falava entre os risos e a única coisa que consegui focar foi no apelido
que saiu sem que ele sequer notasse.

- Muito engraçado Min, eu tô rindo tanto, continua, tô adorando - ele parou de rir e
enxugou as lágrimas imaginárias dos olhos.

- Mas agora é sério Park - poxa onde foi parar o apelido ? - Temos que voltar em
momentos importantes, para que possamos entender por que voltamos com eles.

- Esse era um momento importante para mim - saiu seco demais, mas é realmente
um momento importante para mim, é o momento em que o encontrei, então vi o
arrependimento estampado nos olhos de Yoongi depois de proferir a frase.

- N-não, não foi isso que eu quis dizer Jiminie - ele encostou em meu ombro e eu o
encarei. - Desculpe, desculpe mesmo, sei que foi muito importante nosso encontro,
tanto naquela época quanto agora, eu só fiquei meio sem graça, me desculpe.

- Hoje você também o considera importante ? - minhas expectativas não eram muitas
em relação a nosso encontro, mas depois de ver o amor dos príncipes, meu maior
desejo é viver algo assim e não consigo imaginar quanto quebrará meu coração se
Yoongi não quiser o mesmo, ele assentiu meio envergonhado.

- Que bom, se eu imaginasse que iria acontecer assim não teria desejado voltar
naquele momento, juro para você, não queria que você ficasse envergonhado nem
nada disso, não foi um bom momento. - ele continuou a me encarar com bico lindo
nos lábios.

- Não fale assim Jiminie, foi um momento ... - suas bochechas coraram mais uma vez
e ele nem falou o que pensou.

- Fale, você me deve depois de insinuar não ser importante - ele me encarou
incrédulo - Qual é levadinho, fale.

- Foi perfeito Jimine, foi perfeito. - acreditei na sua fala, porque seus olhos, seus
olhos brilham de uma maneira surreal enquanto me encara.

- Você quer repetir a brincadeira Yoonie ? - ele tirou rápido a mão de meu ombro.

- Você força Park, tá vendo, você força - ele disse emburrado.

- Fala sério tô brincando, só você pode fazer brincadeiras sem graça é ? - ele me
olhou incrédulo.

- Minhas brincadeiras são hilárias Jimin, hilárias.- eu o encarei segurando a risada.

- Hilárias pra quem Yoongi, em pouco tempo você quase me matou do coração duas
vezes - ele me olhou com certo desgosto.

- Você não tem senso de humor Jimin, não vou mais falar com você - ele cruzou os
braços indignado.

- Certo, vamos continuar ou você quer ficar aqui discutindo comigo para sempre ? -
ele ponderou a pergunta.

- Vamos voltar, prefiro você na outra época - eu ri com sua falsa cara de desgosto.

Então segurei sua mão mais uma vez.

Uma boa notícia

1554, Reino de Figther.

Jimin.

Quando abri a porta da cabana pude ver ao longe Jungkook se aproximando, mas me
assustei quando vi sua aparência ao chegar perto.
Jungkook sempre foi muito diferente quando estava sozinho comigo comigo do que é
na frente dos outros, quando estávamos sozinhos ele se iluminava de uma forma sem
igual e a juventude e animação sempre o acompanhavam, mas agora parece estar
sem vida dentro dele, ele mal desce do cavalo e percebo empalidecer ainda mais,
estava prestes a desmaiar então corri para o socorrer e o levar para dentro.
Frágil, um ser completamente frágil eu presenciei meu irmão se tornar pouco a
pouco, enquanto seu próprio omega se preparava para acabar com ele, sei o quanto
está doendo dentro do coração do meu irmão essa situação mas não posso fazer
absolutamente nada, ele já escolheu se manter afastado de Taehyung pois acha que
é o melhor que pode fazer por seu omega, ele não se vê o fazendo feliz.
Em contrapartida conheci Taehyung e sei que quando confrontado ele é capaz de
muito e quando seu ódio é atiçado ele é capaz de tudo e é exatamente o que estamos
esperando dele, tudo, meu irmão tem quase certeza que pode morrer pelas mãos
dele e eu só peço a todos os seres místicos que isso não aconteça de fato.
Ao perceber que depois da batalha meu irmãozinho não retornou meu coração se
apertou e eu não poderia simplesmente esperar para ver o que aconteceu, decidi ir
atrás de Taehyung para que ele me dissesse algo, implorando internamente para que
esse algo não fosse a informação de que meu irmão foi morto, alguns dias depois tive
que deixar Yoonie sozinho na cabana para ir em busca de Jungkook, quando cheguei
no acampamento que Taehyung havia feito com seu exército fui recebido pelo
mesmo, Taehyung podia guardar um certo rancor por meu irmão, mas nunca foi mal,
sempre foi um rapaz gentil, carinhoso e amoroso, mas todo esse lado dele vai embora
quando encara meu irmão, a ira e o rancor tomam conta de seu coração e ele não
pensa em absolutamente nada, apenas em sua vingança, compreendo sua reação,
meu irmão o rejeitou, o negou e não o ajudou quando ele precisou, não consigo
imaginar o que eu sentiria de fosse Yoongi a fazer o mesmo comigo, mas creio que
não lidaria tão diferente de Taehyung.
Mas olhar no fundo de seus olhos e perceber que meu irmão significa algo para ele e
mesmo assim o rancor o faz tomar atitudes impensadas e por muitas vezes
inconsequentes me deixa extremamente triste, são duas pessoas que se amam de
uma forma tão forte, mas que não conseguem seguir o caminho em direção uma a
outra.
Quando li a carta de meu pai contando tudo que que havia feito por nós, compreendi
todo o altruísmo que há tanto em minha personalidade quanto a de Jungkook, meu
pai através de uma carta, se tornou o exemplo de homem forte e amável que quero
ser para minha família, capaz de tudo pelos seus, capaz de abrir mão da própria
felicidade e vida por quem ama, posso não saber onde ele e meu irmão estão agora,
mas farei o possível para honrá los enquanto uso a coroa, mesmo que esperando
ansiosamente para que ele volte e tome seu lugar.
Quando chegamos ao reino a bagunça era generalizada, todo nosso conselho se
encontrava em desordem e desespero, tive que tomar medidas rápidas para uma
situação um tanto quanto incomum, um Rei abdicando de seu poder e um filho morto
que retorna das cinzas não é uma coisa que acontece todo dia e fazer com que os
conselheiros confiassem em mim e no que digo foi uma árdua tarefa, por isso eles me
deram um tempo para provar tudo o que falo e a única coisa que posso fazer
enquanto isso, é esperar que Taehyung traga Jungkook de volta.
Depois de mais alguma semanas pedi para que um serviçal fosse até a cabana
verificar como estavam as coisas por lá, há um apego nosso em relação aquela
cabana, lá foi o lugar que aconteceram as melhores coisas de minha vida e do meu
irmão, ao voltar o homem me avisa que há pessoas morando no local e pelo que ele
havia visto era Jungkook e um omega, meu coração se alegrou de tal forma que não
pude evitar de correr até meu omega para dar a notícia.
Yoongi está de quinze semanas de gravidez e sente tanto sono que fica mais tempo
em nosso quarto do que em qualquer outro lugar do castelo, ainda não sabemos se é
menino ou menina, mas se for um menino se chamara Junghyung, apenas decidimos
juntar o início de nome de Jungkook e o final de Taehyung e nosso filho que aprenda
a lidar com seu nome diferente, nós admiramos demais o a vida deles, as batalhas
vencidas, mas principalmente o amor desses dois, que tão jovens, sofreram tanto por
amor.

- Yoonie, meu amor, o Jungkook e Taehyung estão na cabana, vamos até eles ? -
perguntei para meu esposo assim que abri devagar a porta de nosso quarto.
- Jura amor ? Eles estão mesmo lá ? - ele estavam sentado na cama lendo algum
livro, encostado na cabeceira prata, seus olhinhos encheram de lágrimas, Yoongi tem
sentido muita falta de Taehyung por perto e de Jungkook também e infelizmente
acaba pensando sempre o pior em relação a eles.
- Lhe juro meu amor, se arrume que mais tarde iremos até eles, estou morrendo de
saudade também - ele pulou da cama empolgado.
- Até que enfim uma notícia boa. - Yoonie me abraçou forte e me beijou.
- Sim meu amor, até que enfim - devolvi o abraço ainda mais forte e ele sorria em
meus braços.
Guardiões

• Capítulo dedicado a minha soulmate BrieleMoon, obrigada por todo seu incentivo,
anjo da minha vida!
Entrei na cabana e não havia nada ali, apenas coisas reviradas indicando que houve
sim moradores no local há marcas aqui e ali como se tivesse acontecido alguma
correria ou briga, o desespero tomou conta de mim, o cheiro de meu irmão está
presente, o cheiro de Taehyung também mas não há rastro algum deles, eles
sumiram, magicamente sumiram, minha respiração já está pra lá de errada e meu
coração mais apertado que o normal, em minha boca sobe um gosto amargo com a
vontade de vomitar devido o pânico de não fazer ideia de onde estejam esses dois.
Corro para o lado de fora e deixo Yoonie ainda lá dentro, vou até o lago que há ali
atrás, nada deles nem seus rastros quando volto encontro um espaço estranho no
jardim, como se as flores ali tivessem sido queimadas e a insígnia de Taehyung, a
insígnia que ele sempre carrega com orgulho, jogada como se não fosse nada, como
se não tivesse a importância que tem e sei que Taehyung não a deixaria jogada ali
dessa forma, a pego em minha mão e aquilo parece pesar kilos e kilos, nenhum
rastro dos dois, nada que indique para onde foram, nada que indique se estão vivos,
nada que indique coisa alguma, as lágrimas insistem em rolar por meu rosto, um
soluço é abafado Yoonie vem até mim e me abraça forte, tentando me passar alguma
força ou conforto e eu choro sem fazer ideia de onde minha família está.
- Eu irei atrás deles - avisei Yoongi que me encarou e antes mesmo dele falar algo
nos chamou atenção.
Uma luz azul brilha em nossa frente, coloco Yoongi atrás de meu corpo então a luz se
apaga devagar e posso contemplar a silhueta ali.
- Papai?! - não acredito no que vejo, meu pai acaba de se materializar em nossa
frente mas de uma forma estranha que não parece ele mesmo, quando tento ir até
ele Yoonie me segura firme, em minha mente pede para eu ter cuidado e paciência
para ter certeza do que vemos em nossa frente, certeza de não ser uma armadilha,
então espero para estar certo de ser meu pai ali.
- Olá filhotinho, eu não estou de fato aqui também não tenho muito tempo para lhe
explicar, tive de fazer uma troca como sempre fazemos com algum bruxo para
conseguirmos o que precisamos, minha vida por algo que seria capaz de salvar vocês,
não foi fácil meu menino, ninguém queria me ajudar a tal ponto mas encontrei uma
bruxa que me ajudou e me fez esse favor, infelizmente não cheguei a tempo de
guardar seu irmão também e não sabemos onde ele está. - papai estava visivelmente
triste
- O-o que ? Do que está falando papai ? O senhor não voltará mais ? Papai não me
deixe aqui assim, eu estou sozinho, vocês são minha família e estou sem ninguém
além de Yoonie, por favor não nos deixe, não nos deixe. - o supliquei.
- Me perdoe meu menino, mas irei deixar este talismã que foi feito para os proteger
para a eternidade - pousou em minha mão uma pedra circular azul com os dizeres "
Uma alma destinada precisa de ti" e presa em um cordão - Ele guardará você e sua
família, cuide bem deles meu filhotinho, seja o pai que eu não consegui ser, faça sua
familia feliz como não pude fazer a minha, vocês são meus orgulhos, a tesouro mais
raro que tive em vida, eu amo vocês, e sempre amarei, então por favor cuide bem
dos seus amados meu pequeno, um dia talvez nos encontrarmos de novo - ele disse
tudo com lágrimas rolando em seus olhos.
- Esse talismã irá os proteger então podem usar seus poderes sempre que preciso,
mas em uma vida próxima esse talismã irá ajudar seu irmão também, quando a hora
chegar você entenderá, então cuide bem dele e o leve sempre com você - ele veio até
mim e tocou meu coração o talismã se juntou a meu peito como se fosse parte de
meu corpo - Eu amo você pequeno.
- Papai, eu amo você, obrigado por todo seu sacrifício, obrigado por abrir mão de sua
vida por nós, palavra alguma pode descrever a gratidão que tenho por ser seu filho,
você estará sempre e sempre em meu coração, obrigado, eu amo você, eu amo você
- ele assentiu enquanto nós dois chorávamos.
- Você - ele encostou a mão na cabeça Yoongi e em sua testa colocou o polegar -
Você se tornará aquele que verá o que vai acontecer em sonhos. Basta vocês
acreditarem no poder que sua mente tem e confiar plenamente naqueles que ama,
vocês serão os guardiões desses poderes para que num futuro tudo se acerte, para se
tornarem os guardiões daquelas almas que precisam de vocês, para que o ciclo de
infelicidade se parta e eles consigam ser feliz ao menos uma vez em suas vidas.
- Desejo que vocês tenham boas vidas meus amores, eu amo vocês infinitamente. -
então papai partiu naquela luz que havia o trazido.
2036, Unic, Wisdom.
Jimin.
Olhei assustado para Yoongi que estava mais pálido que o normal.
- Jimin, acho que vou desmaiar - mal terminou de falar e suas pernas já falharam, o
peguei em meu colo e o levei em direção ao sofá que tem num canto da loja, então
os meninos entraram na loja.
- O que houve Jiminie - Jungkook me perguntou preocupado quase em desespero e
agora parando para realmente prestar atenção nos dois, há um outro sentimento
diferente vindo deles que eu não havia percebido, eles parecem muito mais amorosos
e seus olhos demonstram isso, Jungkook não me olha mais como seu primo, quando
me olha ele vê seu irmão, assim como para Taehyung a amizade está ainda mais
forte, por que eles sabem que nós sempre nos amamos, sempre nos amaremos e
sempre estaremos juntos, me pergunto internamente se eles lêem todo meu amor
por eles em meu olhos como estou fazendo agora com eles.
- Vocês não vão acreditar no que nós acabamos de descobrir - os dois me olham
assustados.
- O que Ji? Você está me deixando preocupado - Taehyung falou com os olhinhos
arregalados.
- Ao que tudo indica, nós somos os seus guardiões - os dois me encaravam sem
entender nada.
Yoongi voltou aos poucos então encarou os dois seus olhos brilharam num tom
azulado e voltou ao violeta, o mesmo aconteceu com os olhos dos meninos, como se
agora fosse uma confirmação, os guardiões encontraram aqueles que eles protegem.
Agora você me entende

2036, Unic, Wisdom.

Taehyung

Contemplamos uma luz azul brilhar nos olhos de Jimin e Yoongi assim que Yoonie
abriu os olhos.

- Nossos guardiões ? - Jungkook perguntou atônito, assim como também estou.

- Por que nossos guardiões ? - ousei perguntar.

- Quando nós não encontramos vocês na cabana e o desespero tomou conta de mim,
d-do Príncipe - Jimin se corrigiu. - o Rei apareceu, ele contou rapidamente que fez
uma troca com uma bruxa, ele trocou a vida dele por poderes impostos a nós, eu e
Yoongi temos conosco a ajuda que vocês precisam.

Agora entendo o por que dessa proteção toda comigo vindo da parte de Jimin, mesmo
que inconscientemente ele sempre soube que precisava cuidar de mim, por isso
sempre senti essa ligação incomum com ele, meu guardião, meu guardião sempre
esteve comigo.

- Agora você me entende, não é ? - Jimin mantém um sorriso carinhoso direcionado a

mim.

- Na verdade sempre compreendi Ji, agora só parece mais forte nossa ligação - seu
sorriso aumentou.

- Parece não, é meu bebê, é mais forte - Jungkook segurava o choro do nosso lado.

- E o que mais vocês descobriram ? Sabem como nos ajudar com Félix ? - meu
desespero é real.

Odeio olhar no espelho e ver meus olhos amarelos, como se minha ligação com
Jungkook sequer tivesse existido e vejo nos olhos dele a tristeza por não ter mais
nossa cor em nossos olhos também, ele só não a verbaliza para mim, para não me
deixar pior talvez.

- E-eu tenho a solução comigo, a-acho que dentro de mim - Jimin disse com a mão
no peito.
- O seu coração ? Pelos seres, nós teremos que matar você ? - Jungkook perguntou
desesperado.

- O que ? Não, não é isso, espera vocês me matariam ? - ele nos encarou incrédulo
quando Jungkook apenas balançou o ombro e Yoongi ria da situação.

- Seu humor é inaceitável Yoonie, eles querem me matar e você está rindo - Jimin
disse para Yoongi que gargalhava ainda mais, eu e Jungkook nunca faríamos isso,
claro que daríamos um outro jeito se preciso, mas Jungkook não iria perder a
oportunidade de atentar Jimin, já percebi que incomodar Jimin é como o oxigênio
para ele, faz parte de sua existência.

- Não ji, ninguém fará nada com você - fui até ele e o abracei - Mas o que faremos
então ? Temos que arranjar uma estratégia para quando encontrarmos Félix.

- Bom, basta vocês não chegarem aos finalmentes para que tenhamos tempo, pelo
que entendi da história breve que você contou vocês tem sempre a oportunidade de
ter uma noite e como se fosse mágica o capiroto surge, digo o Félix - Yoongi falou.

- Nós não poderemos fazer nada ? - Jungkook quase gritou e o olhei surpreso.

- Jungkookie - disse baixinho.

- Docinho, nós nem sabemos quanto tempo isso vai levar - ele disse em desespero.

- Serio Jungkook ? Se vira, usa a mão - falei já irritado com o desespero sem sentido
dele.

- Ótimo conheço o amor da minha vida e minha vida não muda em nada - Jungkook
disse descontente, Jimin chorava de rir do desespero de Jungkook e eu só consegui
focar no amor da minha vida, meu coração queria sair pela boca.

- Vocês não me deixaram explicar, pelo que entendi o talismã está dentro de mim -
encarei Jimin que ainda tinha cara de choro de tanto rir para ver se ele fala sério.

- Isso é sério ? Então teremos mesmo que te matar mesmo ? - perguntei a Jimin que
me olhou descontente.

- Ué e a história que ninguém fará nada comigo Taehyung ? - ri da sua cara.

- Tô só brincando, Ji relaxa. - ele respirou fundo.

- Temos que arranjar um jeito desse talismã ser usado, papai disse algo sobre confiar
em sua mente e em quem você ama, como vamos usar isso estando dentro de mim ?
- ele me encarou assustado agora.

- Não sabemos ainda, mas podemos procurar, o que não nos falta é recursos, temos
vários livros que falam sobre o assunto tanto aqui quanto no escritório de Taehyung,
nós vamos procurar e conversamos com vocês, mas - Jungkook exitou um pouco -
vocês não precisam ficar presos a esse assunto conosco, nós daremos um jeito - eles
encaram Jungkook confusos.

- Nós acabamos de descobrir que somos seus guardiões, o que te faz pensar que
vocês farão algo sozinho ? - Yoongi que até agora escutou quieto perguntou.

- Eu só não quero que vocês parem as vidas de vocês por um assunto nosso -
Jungkook disse com um bico nos lábios.

Entendo o que ele quer dizer, se para nós que somos os mais interessados na solução
disso tudo já estamos exaustos em pensar num jeito de tudo dar certo, imagine eles
que caíram de paraquedas, do nada, numa história pra lá de complicada.

- Chega, eu estou cansado desse drama de vocês, nós vamos arranjar uma saída
para isso juntos, tudo foi planejado para que agora nós quatro juntos possamos dar
um jeito, acabei de encontrar vocês e não vou deixá-los - abracei Yoongi com toda a
força que tenho.

Meu guardião, meu amigo de tanto, tanto tempo.

Confiar em quem se ama

Nossos dias tem sido de muita análise e estudo sobre diversos feitiços e
possibilidades de usarmos os tais poderes que permanecem presos aos meninos.
Estudos também sobre tudo o que aconteceu depois do desaparecimento dos
príncipes na época, nada do que lemos nos dá dicas de como podemos usar esses
poderes agora.
Nesse momento estamos eu e Yoongi em meu escritório enquanto os dois alfas foram
para seus compromissos, Yoonie decidiu pegar uns dias de folga no escritório de
administração que trabalha para nos ajudar um pouco mais e estamos aqui os dois há
horas em meu escritório estudando, Yoonie está sentado no sofá todo largado com
diversos livros em volta, eu estou sentado no chão debruçado na mesinha de centro,
tentando manter a sanidade com esse tanto de fatos que leio.
- Qual foi a frase que o Rei disse a vocês ? - questionei Yoonie que está lendo um
livro de poções.
- Que nós devemos acreditar no poder de nossa mente e confiar plenamente em
quem amamos - Yoonie disse meio triste e tenso.
- Isso é simples não é ?! - falei tentando entender por que motivos os poderes não
estão ativos.
Entre nós há confiança e claro que há amor, se não os dois não estariam se doando
dessa forma para conseguir nos ajudar, qual o motivo que faz com que esses poderes
não estejam sob nosso alcance?
- Não entendi Yoonie, isso é definitivamente tão simples - o encarei então ele abaixou
a cabeça para não me encarar de volta.
- Não para mim Taehyung, não pra mim. - ele suspirou como se fosse algo
extremamente profundo.
- Do que você esta falando Yoonie ? - levantei e fui até seu lado no sofá.
- Eu não costumo conseguir confiar nas pessoas Taehy, e simplesmente não consigo
amar, só para você ter uma ideia eu nem sequer consegui me apaixonar pelo Jimin -
e para nosso total azar Jimin abriu a porta do escritório quando as últimas palavras
foram ditas.
Jimin encarou Yoongi por um tempo e então engoliu em seco, entrou na sala como se
nada tivesse acontecido e nos comprimentos, deixou algumas sacolas de comida na
mesa e se virou para nós, Yoongi permaneceu estático ao meu lado, respiração
descompassada encarando Jimin.
Meu amigo acaba de ter o coração partido, vejo isso em seus olhos, no jeito que
abaixa o olhar para não nos encarar e não correr o risco de cair em prantos.
Eu como ômega acima de tudo, sempre admirei esse lado emocional de Jimin, ele
nunca se mostrou um alfa sem sentimentos, sempre foi doce, gentil, calmo e protetor
na medida certa, nunca daquela forma que te sufoca e te deixa para baixo pensando
não ser suficiente nem para se cuidar, nunca dessa forma.
Mas também sempre foi orgulhoso, nunca passou por cima do orgulho por ninguém e
creio que não será agora que ira dar o gostinho de parecer afetado por Yoongi,
mesmo sendo ele seu destinado.
- Jiminie eu ... - o apelido proferido por Yoongi deve ter doido como uma facada nele
pois ele fechou os olhos com toda força e respirou alto.
- Yoongi tudo bem, não é por que somos destinados que somos obrigados a ter algo,
não somos obrigados, nós só precisamos arranjar um jeito de fazer isso funcionar -
Jimin disse encostando no peito - depois você pode viver sua vida.
Eu estava ali vendo toda a cena desenrolar da pior forma possível sem saber o que
fazer, sem saber se me envolvia na situação dos dois ou deixava que eles fizessem
algo, então como flash em minha memória veio toda a história do mimadinho com o
príncipe de gelo, o início conturbado porque um queria proteger o outro e a falta de
diálogo que fez com que eles se odiassem, toda dor, toda a tristeza.
Almas destinadas não merecem passar por isso, almas destinadas definitivamente
não devem sofrer essas coisas.
- Parem vocês dois, Yoonie você estava tentando me dizer algo quando o Jimin
entrou, termine o que iria dizer amigo, por favor - Yoongi acenou com os olhinhos
preocupados, mas então Jimin se dirigiu até a porta para sair dali.
- Não, por favor fique Jiminie - Yoongi pediu com uma voz tão terna que não parecia
o mesmo gatinho raivoso que conhecemos, Jimin pareceu ter reação positiva a voz,
pois olhou Yoongi nos olhos, aquele tom violeta parecia brilhar ainda mais.
- Tudo bem - ele voltou e se sentou na minha mesa.
- Eu nunca tive esse sentimento de pertencer a alguém - Yoongi começou a falar e
segurou minha mão, Jimin encara o ato como se quisesse ser ele ali e queria, sei que
queria. - eu fui largado em um orfanato por meu pais, lá haviam pessoas que
cuidavam de nós e sei que nos amavam, sempre fui muito bem amparado e cuidado,
mas não era a mesma coisa, nunca foi o amor de pais, esses amor nunca seria
substituído. Quando eu estava com três anos eu fui adotado por um casal, esses que
são muito importantes para mim, meus pais são tudo o que tenho, são as pessoas
mais amorosas da face da terra, tenho dois irmãos e nunca fui tratado como um
intruso, pelo contrário, fui bem aceito desde o começo, mas aos meus nove anos
meus progenitores voltaram, me encontraram e tentaram me arrancar da casa de
meus pais, conseguiram fazer isso por uma semana e nessa uma semana eu não me
lembro de nada que aconteceu, lembro apenas de voltar para casa me sentindo
completamente vazio, eu ainda amo meus pais, sei que amo, mas é a lembrança do
sentimento, não o sentimento em sí, eu não sinto nada Taehy, simplesmente não
sinto - Yoongi chorava segurando minhas mãos, como se eu fosse o soltar e ele cair
em um abismo, Jimin chorava do outro lado da sala como se sentisse na pele tudo
que Yoongi nos contava.
E eu, eu tenho todas as minhas esperanças dilaceradas, sei que não é culpa de
Yoonie, sei que se ele pudesse faria algo, mas ele não pode, o que nos resta é
enfrentar Félix com o que temos e ver o que acontece.
- Desculpe não poder o ajudar nisso Taehy, me perdoe, estou tentando encontrar a
solução para isso, juro que estou, quero muito ajudar vocês, muito - ele me dizia
entre os prantos.
- Shhhh, isso não é culpa sua meu amigo, não é culpa sua, tudo bem, tudo bem, nós
daremos outro jeito, está tudo bem. - o abracei forte e ele me abraçou de volta me
apertando em seu corpo e soluçando, como um dia me lembro de ter feito com ele no
passado.
Em que vida ?

Jungkook

Trabalhar não tem mais o mesmo sentido para mim, todo momento que estou na loja
estou tentando encontrar a solução para sairmos dessa situação, não podemos nos
apoiar apenas nos possíveis poderes que os meninos possuem, então decidi focar em
ter outras opções.

Claro que essas outras opções não são tão confiáveis quanto o talismã que está com
Jimin, mas ainda sim são opções.

Assim como assistimos na história as adagas foram usadas para proteger os meninos,
tanto usada pelo pai deles, quanto a que o Príncipe de gelo fez e não teve a chance
de usar, mas seria tão útil quanto a primeira, ele usou ervas extremamente
poderosas naquela adaga, fiz uma réplica dela e tenho ela guardada em meu quarto,
mas ainda não é suficiente, eu queria encontrar outro escape, outra opção para caso
essa não dar certo, algo que não fosse possível ser rastreado por Félix.

Estou exausto tentando resolver isso tudo, entro em meu apartamento e me deparo
com Taehyung sentado no sofá, as pernas sendo abraçadas forte e a cabeça sobre os
joelhos, quietinho e aparentemente triste.

- Docinho ? - o chamei baixinho, ele levantou o rosto vermelho por conta do choro
recente.

- Bruxinho - ele ergueu os braços como uma criança que pede colo e eu fui até ele.

Me sentei do seu lado e o puxei para meu colo, ele deixou as pernas uma de cada
lado de meu corpo e me abraçou de frente, se aconchegou na curvatura do meu
pescoço e ali ficou um tempo quietinho, eu apenas fazia carinho em suas costas
tentando o acalmar de sei lá o que, depois de um tempo que decido tentar falar com
ele.

- O que houve docinho ? - eu ainda faço carinho em suas costas levemente.

- O Yoonie não sente nada bruxinho, não sente nada - ele falou fazendo um bico
triste.

- Como assim ? - eu não estava o entendendo.

- Ele nos contou a história dele, ele sumiu durante uma semana bruxinho, não lembra
de nada do que aconteceu, mas quando voltou, não sentia mais nada, acredita
Kookie? Nós precisamos da confiança e do amor, mas ele simplesmente não sente. -
seus olhinhos tinham lágrimas acumuladas.

- Espera, ele sumiu ? Não lembra de nada ? E depois voltou assim ? - Taehyung
assentiu.

- Docinho, o mesmo aconteceu com o Jimin você se lembra ? Jimin foi levado por
nossa mãe, não sabemos até hoje o que aconteceu com ele, talvez eles já soubessem
que os dois eram peças importantes nisso tudo e tentaram fazer algo contra o Jimin,
mas falharam porque Jimin já devia ser marcado por nosso pai, então agora algo foi
feito no Yoonie - Taehyung começou a chorar mais uma vez.

- Não, Jungkookie não deve ter sido isso, o Yoonie disse que foram os pais biológicos
dele que o levaram - Taehyung não estava raciocinando direito, ainda está muito
abalado.

- Docinho, ele é um bruxo, pode ter hipnotizado todos para verem os pais biológicos
de Yoonie em vez dele - Taehyung assentiu em compreensão.

- Como vamos conseguir fazer algo contra o Félix Jungkook? Ele é muito poderoso,
nós não vamos conseguir, esse talismã era nossa salvação, agora não temos nada -
ele me abraçou forte mais uma vez.

- Nós vamos dar um jeito docinho, não se desespere assim - permanecemos ali por
um tempo.

- Levante-se, o que acha de nós passearmos em algum lugar legal, jantar, caminhar
de mãos dadas,essas coisas normais e fofas - ele sorriu pequeno.

- Tipo um encontro ? - ele perguntou enxugando o rosto.

- Tipo o encontro - temos que aproveitar o tempo que temos, por mais que ele seja
pouco.

- Vou tomar um banho bruxinho, você me empresta uma roupa? - Taehyung tem
ficado direto aqui, meu guarda roupa já é nosso, não mais meu.
- Claro que empresto docinho - ele levantou de meu colo e foi em direção ao banheiro
e eu fui ao meu quarto ver uma roupa para mim, Taehyung depois escolheria a dele.

Um encontro, como um casal normal, como se fossemos apenas duas pessoas

apaixonadas.

Olhei para a adaga que já estava preparada para ser levada junto, é, não tão normais
assim.

Em que outra vida nossa história será mais doce, meu omega ?

Em que vida ?

Taehyung saiu do banheiro com apenas uma toalha em volta da cintura e me encarou
assustado, talvez não esperasse que eu aínda estivesse ali e não estaria, iria usar o
banheiro social não o do meu quarto, mas me perdi em meus pensamentos e fiquei
ali.

- Oh, Jungkookie desculpe, não sabia que estaria aqui - ele disse já corando.

- Eu que peço desculpa docinho, vim até aqui pegar uma roupa apenas, fique a
vontade - falei já saindo do quarto para tomar um banho.

Porra, Como eu consigo me segurar quando tenho um deus grego comigo ? Foco
Jungkook, foco, você tem que entreter Taehyung que está triste com todos os
acontecimentos, não ferrar com tudo.

Decidi levar o docinho ao Jardim Hortus Ultra Vitam, é um jardim maravilhoso que
tem em nossa província, a noite ele fica tão iluminado que demonstram quanto as
flores conseguem ser vivas mesmo sem o brilho do sol, elas conseguem brilhar por si
só, um jardim, assim como nos conhecemos uma vez, num lindo jardim.

Só espero que isso não traga memórias ruins a ele, decido levar algumas coisas para
fazermos um piquenique lá, algumas frutas sanduíches e vinho tudo numa cesta
indicando exatamente o que faríamos, assim que viu a cesta em minha mão seus
olhos brilham de felicidade, fico aliviado ao notar que ao menos acertei na escolha.

- Vamos - ergui minha mão em sua direção, ele a encarou por um tempinho e então a
segurou com força.

- Como um casal de verdade ? - ele disse enquanto saímos do apartamento de mãos

dadas, assenti sorrindo.

- É, quase - ele continuou a fala, como um aviso mudo de que ainda não tínhamos
nada afirmado, o que ele não sabe é que será pedido em namoro hoje.

Enquanto analisava uma coisa aqui e outra ali nesses dias, encontrei em uma gaveta
o anel de nossa família, é um solitário lindo, com um diamante e com algumas flores
na parte do anel, e será dele, porque tudo o que é meu já pertence a esse homem
que agora segura em minha mão, principalmente meu coração.

Quando chegamos perto de uma árvores que tem a vista para todo o jardim nós
sentamos, o jardim é composto por diversas espécies de flores, ao fundo há um
castelo que agora funciona como um museu, mas só é aberto para a visitação
durante o dia, tudo está extremamente iluminado, lindo e aconchegante, coloco um
pouco de vinho na taça de Taehyung e pego alguns queijos para beliscar.

- Obrigado por tentar me tirar um pouco da nossa louca realidade - eu estava

encostado na árvore e Taehyung encostou as costas em meu peito enquanto falava.

- Eu queria fazer algo para nós, sem pensar em toda essa bagunça que nossa vida se
tornou - cheirei os cabelos do docinho, o cheiro de baunilha me tira do sério em
segundos.

- Eu sei, está tudo uma loucura, há semana procuramos algo e não encontramos nem
uma solução - ele disse triste.

- Vamos parar de falar sobre isso, na verdade eu gostaria de saber algo de você - ele
me encarou para prestar atenção no que eu iria falar.

Eu e Taehyung já até dormimos juntos, mas nada além de selinhos aconteceram, há

sempre o medo de que a gente esqueça o mundo e acabe aprofundando o beijo,
então eles simplesmente não acontecem.

Há pouco tempo estavamos sentados comendo uma torta de baunilha, e brinquei com
ele perguntando se esse seria seu gosto, Taehyung mudou o olhar, ficou muito mais
afiado e aguçado, fiquei em choque, nunca o tinha visto daquela forma, então ele se
aproximou de mim e passou a língua lentamente pela volta do meu pescoço, minha
sanidade foi para o espaço, quando segurei sua cintura ele riu e tentou se desfazer do
aperto, alegando que se eu não tinha gosto de café ele não tinha gosto de baunilha,
aquela foi a primeira de muitas noites só na vontade de experimentar Taehyung por
inteiro e aqui estou eu, prestes a pedir em namoro alguém que mal beijei.
- O que você quer saber bruxinho ? - Taehyung me tirou de meus devaneios.

- Quero saber se você aceita ser meu namorado docinho, se há algo que aprendi com
os príncipes é que nunca em hipótese alguma devemos perder oportunidades, ainda
mais se a oportunidade for algo relacionado a pessoa que amamos - ele abriu o lindo
sorriso quadrado para mim.

- É claro que eu aceito Jungkookie - ele ficou tão alegre que se colocou rapidamente
em meu colo, suas pernas foram uma para cada lado de meu corpo como ele ama
fazer e então ele me beijou, foi tudo tão rápido que mal tive tempo de reagir.

De fato o gosto de Taehyung é baunilha, levemente consigo sentir o gosto do vinho,

mas a baunilha prevalece, ele aprofunda o beijo enquanto mantém as mãos em meu
pescoço fazendo leves carinhos, levo os braços em sua cintura e o abraço para que
ele fique grudado a mim, Taehyung solta um arfar com meu aperto, o que só me
instiga a apertá lo mais, nossas línguas se encontram e dançam em nossas bocas,
nossos corações mais acelerados do que nunca, nossa respirações para lá de
ofegantes, então para meu completo delírio Taehyung começa a dar leves reboladas
em meu colo.

- Docinho - eu o alerto assim que paramos no beijo.

- Eu sei, eu sei, mas não tem como a gente se beijar em outro lugar Jungkookie, se
nos beijarmos assim no apartamento não vamos aguentar - ele disse com um
biquinho nós lábios.

- Ah docinho, não fique assim - oras, eu quem era o desesperado da história, não é ?
O que está rolando agora ?

- Eu só queria ter um relacionamento normal Kookie e não ter medo de beijar meu
namorado - meu namorado, que palavrinhas lindas saíram da sua boca.

- Vai ficar tudo bem amor, confia em mim, tudo vai se ajeitar - ele assentiu e se
aconchegou em meu peito senão fossem os remédios para retardar os cios que
sempre vejo ele tomar eu diria que ele está quase no período tamanha a carência que
meu lobinho se encontra.

- Obrigado por tudo bruxinho, por ser paciente, compreensivo e tão perfeito como
você é, Kookie eu amo você - meu coração acelerou e quase parou ao mesmo tempo
tão louca foi a reação do meu corpo ao escutar essas palavras.

- Eu também amo você meu doce, hoje em outras vidas e para todo o sempre - seus
olhos se encheram de lágrimas e ele veio mais uma vez me beijar, mas esse beijo era
diferente, quase como uma promessa, uma promessa de que dessa vez tudo daria
certo.
Pressentimentos

Hoje é mais um daqueles dias que não encontro resposta alguma, Jimin decidiu levar
Taehyung para espairecer um pouco, ele tem estado cada vez mais desanimado com
o passar dos dias e cada vez que me olha nos olhos vejo sua esperança sumir, pouco
a pouco, Jimin pediu um tempo com ele para conversarem, conheço os dois, devem
estar na casa do Park bebendo em vez de conversar, isso sim.

Pouco tempo depois de abrir a loja Yoongi entra pela porta e me parece meio
apreensivo, vem até mim no balcão da loja e se senta em uma banqueta que está
quase em minha frente, tudo isso completamente calado.

- Desembucha Yoonie - ele suspirou e me encarou.

- Preciso da sua ajuda - um pedido mais do que compreensivo, ele faz tanto por nós
eu faria qualquer coisa por ele.

- Pode pedir - larguei um dos livros que estava lendo.

- Eu queria a sua ajuda para encontrar meu pai biológico e entender tudo o que
aconteceu comigo para que eu não sinta nada dessa forma, por favor Jungkook. -
uma súplica, não um pedido.

- Mas Yoongi, você acha que precisa disso ? - ele assentiu.

- Sim, só assim conseguirei ajudar vocês e também - ele pensou no que diria. - Eu
quero me apaixonar pelo Jimin, Jungkook, ele é tudo o que eu jamais sonhei em ter,
eu preciso amá lo, como sei que ele já me ama. - seus olhinhos violeta começam a
lacrimejar.

- Certo, você tem algo do seu pai ? Eu precisaria de algo dele - ele pareceu pensar
tentando se lembrar de algo.
- Dele mesmo não, ainda tenho uma peça de roupa e o cobertor de quando voltei,
pode ser isso ? - assenti.

- Sim, talvez funcione - ele mal terminou de ouvir e já pulou da banqueta.

- Ótimo, vou buscar as coisas, você consegue fazer isso ainda hoje ?

- Posso sim - assim que terminei de falar ele se foi.

Um sentimento diferente tomou conta de meu peito, um aperto sem igual junto a
uma falta de ar como se apertasse meus pulmões, ouvi o celular tocar e o atendi, era
Taehyung perguntando se estaria tudo bem comigo, pois ele não teve um sentimento
muito bom, um aperto tomou conta de seu peito e ele queria me ligar para me ouvir,
fiquei um pouco assustado com o sentimento de Taehyung batendo com o meu,
definitivamente algo está errado.

- Você está com Jimin ? - perguntei a Taehyung do outro lado da linha.

- Estou, quer falar com ele ? - Taehyung me questionou.

- Quero, queria perguntar algo sobre o Yoonie - ouvi quando Taehyung avisou que eu
queria falar com Jimin, logo ele pegou o telefone.

- Não faça muito estardalhaço, só invente algo para Taehyung e diga que tem que
sair mas peça para ele te esperar na sua casa, quero ele em segurança e estou com o
mesmo pressentimento ruim dele Jiminie e isso casou com uma situação diferente
que acabou de acontecer, preciso de você aqui irmão - escutei Jimin suspirar alto na
linha, talvez pelo uso do "irmão" que saiu sem que eu mesmo notasse, foi puro
impulso.

- Certo, certo eu devolvo ele mais tarde Jungkook, quanto desespero, eu hein - ele
desconversou para que Taehyung não notasse e o agradeci mentalmente por isso.

Depois de alguns minutos Jimin chegou até a loja.

- O que houve Kookie ? - ele mal abriu a porta e já veio até mim me perguntando.

- O Yoonie veio pedir para eu encontrar o pai biológico dele - ele assentiu.

- E qual o problema nisso Jungkookie ? - ele me perguntou confuso.

- Eu não me senti muito bem em relação a isso Ji e o Taehyung quando estava lá com
você teve o mesmo mal estar, você acha que é coincidência ? - ele ainda me encara
confuso.

- Jungkook é o Yoongi - ele falou como se fosse óbvio.

- E o pai dele é quem Jimin ? Nem ele sabe - Jimin encarou o nada pensativo.

Antes mesmo de Jimin pensar em algo, Yoongi voltou com as coisas que tinha ido
buscar, entrou quase correndo pela porta com tudo em mãos.

- Oi Jiminie, onde está o Taehyung ? - ele procurava Taehyung pela loja.

- Está na minha casa, pedi para ele me esperar lá - Jimin o respondeu.

- Oh certo, aqui está Jungkook - ele largou as coisas em minha frente - o que será
feito ?

- Temos duas opções, fazer uma poção para ver exatamente onde esta seu pai ou
fazer um feitiço que o traria até nós, o que você prefere Yoonie ? - encarei ele que me
encarou por um tempo e depois encarou Jimin.

- Eu preciso que você o traga até aqui Jungkook, mas quero o Taehy aqui comigo - e
essa é a parte que me dá frio na espinha e um sentimento ruim na boca do
estômago, por que dessa urgência de Taehyung estar junto?

- Ele está descansando um pouco disso tudo Yoonie, você não pode ser apenas nós
dois ? - tentei o convencer mas ele está irredutível, Jimin o encara quase sem piscar.

Ouço alguém abrir a porta da loja mais uma vez e me preparo para atender, porém
quem entra por ela é Taehyung com uma cara nada agradável.

- Posso saber por que vocês estão aqui reunidos e eu sozinho na casa do Jimin ? - ele
dizia tudo com cara brava e mão na cintura, ele irritado comigo e eu tentando o
manter um pouco longe dessa bagunça.

- Pronto Yoongi ele está aqui, o que quer que eu faça ? - falei encarando Yoongi que
não tirou os olhos de Taehyung por um tempo.

Então mesmo não me sentindo muito bem em relação ao pedido de Yoongi comecei a
fazer o feitiço para que o Pai dele viesse até nós, peguei as coisas dele, todas as
ervas necessárias e um fio de cabelo de Yoongi, quero ter certeza de que quem entrar
aqui é realmente o pai dele, não alguém disfarçado, e apenas alguém com o DNA de
Yoongi passará por essa porta depois desse feitiço, pelo que ele contou pode ser que
Félix tenha se disfarçado para leva lo quando pequeno, não quero ter a infelicidade de
encontrar com ele agora.

Termino os feitiços e uma luz laranjada ricocheteia entre nós, sai pela janela e some
rua abaixo, agora é só esperar, dentro de uma hora, a única pessoa capaz de abrir
aquela porta é o pai de Yoonie e ele já deve estar a caminho.

- Está feito, agora é só aguardar - Taehyung se deita no sofá e coloca a cabeça no

colo de Jimin que começa a fazer carinho em seus cabelos, Yoongi assiste com um
certo pesar.
Só espero que eu não me arrependa do que acabei de fazer, por que nós olhar de
Yoongi há uma certa culpa.

Há pesar demais naquele olhar de Yoongi e eu não estou gostando nem um pouco
disso, olho para meu docinho no colo de Jimin, o amor da minha vida e meu irmão,
agora eles são tudo o que tenho, não posso ignorar esse sentimento ruim e deixar
eles sofrerem algo, por mais que não aconteça nada, não quero pagar para ver.

Mal terminei o pensamento e todas as lâmpadas da loja explodiram e a fumaça tomou

conta de tudo, Yoongi foi para perto da porta e Jimin o seguiu, Taehyung veio até
mim.

Então tudo escureceu, um breu total e de repente clarões riscam aquele breu como se
fossem raios , eu conheço bem esse feitiço, lembro bem de quem o fez.

Não, não, não, não pode ser, não agora.

Mais uma vez

Mais uma vez estou diante daquele olhar que brilha num tom de branco irreal, mais
uma vez estou longe da adaga que pode nos ajudar, mais uma vez, mais uma vez,
essas palavras martelam minha mente.
As adagas estão na gaveta a exatamente quatro passos de mim, quatro malditos
passos me afastam daquilo que pode salvar nossas vidas nesse momento, das quatro
adagas feitas para nós, só espero que a quarta seja usada a nosso favor e não contra
nós, porque Yoongi em nenhum momento pareceu preocupado ou com medo, pelo
contrário parecia saber exatamente o que esperar.
Olho em volta tentando ver algum dos dois, mas não os encontro, mal consigo
enxergar Taehyung que está em meus braços me apertando de volta, sinto alguém
encostar em nós e seguro seu braço forte, escuto ele falar algo não entendo bem o
que, mas consigo reconhecer a voz, é Jimin que está aqui conosco, resta saber onde
Yoongi está.
A escuridão foi se dissipando aos poucos e tudo começou a voltar ao normal, Yoongi
de mantém tranquilo ao lado de Félix, um grande desespero tomou conta de mim
enquanto ouvia os meninos gritarem para que Yoongi saia dali, mas ele não irá sair,
não irá por que aquele que acabou de se materializar em nossa frente é seu pai, eu
sei disso por conta do feitiço, mas os dois ainda não.
- Olá filhotinho - ouço Félix falar e os meninos que até agora chamavam por Yoonie
pararam assustados.
- Olá papai - ele não respondeu olhando o pai, respondeu olhando para nós, olhando
nos olhos de cada um de nós, Taehyung deixou um soluço escapar, Jimin estava
incrédulo e em choque e eu com raiva de ter sido enrolado e usado.
- Sério Yoongi ? - Jimin falou.
Aproveitei a atenção de Yoongi em Jimin e andei devagar para o lado da escrivaninha
que estão as adagas, lugar que infelizmente Yoongi também sabe que elas estão,
todos nós sabíamos para caso precisasse usar.
Jimin se coloca em nossa frente como forma de proteção, nosso guardião, nosso
guardião que está sozinho agora, meu corpo estremece em tristeza por não notar os
sinais, Yoongi nos queria juntos praticamente exigiu isso, nos olhava como se fosse
uma despedida, como se estivesse se sentindo culpado por algo, como pude deixar
todas essas coisas passarem?!
Yoongi não disse nada, apenas soltou o ar com um riso pequeno de deboche, então
virou para o pai.
- Sabe papai, eu gostaria de entender uma última coisa antes do senhor acabar com
essa história - ele apontou para mim que já estava perto dos meninos com as adagas
escondidas e gelei de susto achando que ele havia me delatado, mas então ele
apontou para Taehyung também. - Eles não são mais destinados, nem possuem uma
única cor, o que fez isso acontecer ?- Félix sorriu.
- É uma longa história pequeno, as pessoas devem entender muito bem as
entrelinhas para compreender - Yoongi não pareceu satisfeito, mas assentiu sorrindo
um pouco.
Entreguei as adagas para os meninos e fiquei com duas, só precisava pensar num
jeito de acertar Félix sem que ele use seus poderes contra nós e a conversa que
Yoongi mantém com ele está ajudando bastante.
- Sabe o que aprendi com tudo isso papai - seus olhos são nebulosos, como se
houvesse todo sentimento ruim ali dentro.
- Que existem pessoas realmente boas nesse mundo, não é patético ? - ele
caminhava vagarosamente em nossa direção.
- Quando eu disse que não sinto nada, que não posso sentir, que sou totalmente
incapaz disso, ainda assim eu fui amado - ele encarou Jimin e mais passos em nossa
direção.
- Quando eu disse que não poderia ajudar a resolver o maior problema da vida dele,
ele me abraçou - ele encarou Taehyung enquanto falava.
- Quando pedi ajuda em um plano estranho, ele lutou contra todos os instintos dele
para me ajudar - ele me encarou.

Encarei Yoongi e volta, ele sabe exatamente o que está fazendo, sei que ele sabe, ele
me encara de volta e por incrível que pareça ele me transmite confiança, mesmo
parecendo estar ao lado de Félix, mesmo parecendo nosso inimigo, olho para os
meninos enquanto ele os encara também, percebo que eles tem a mesma reação,
confiança, como podemos estar confiando em alguém que está ao lado do nosso pior
inimigo nesse exato momento ?
- Eu aprendi papai - ele tocou o peito de Jimin e houve uma explosão de uma luz
azulada, ao nosso redor havia um enorme escudo azulado e nossos olhos brilhavam
naquele mesmo tom - Aprendi que o amor é definitivamente a arma mais poderosa
que existe.
Ele se virou devagar para o pai, agora o talismã paira acima de nós e Félix nós olha
assustado e incrédulo.
- Isso é medo papai? Você sabe exatamente do que sou capaz não é? Por isso não
tinha memórias, por isso nunca tive um pai presente, imagino o seu desespero em
descobrir que seu filho era um dos guardiões das almas destinadas, você tentou a
todo custo me matar naquela semana, tentou de tudo, mas mesmo eu sendo novo
era mais poderoso que você, então você simplesmente tentou apagar tudo da minha
memória, porque se me eu lembrasse que tenho poderes você estaria acabado e olhe
só papai, eu me lembrei.
Yoongi ergue uma das mãos e com um pequeno movimento ouvimos os ossos de
Félix se quebrando, Félix grita com dor e se ajoelha no chão.
Yoonie olha para nós, aquele olhar azulado queima em nossa direção como sugestão.
- Agora vocês podem fazer tudo o que quiserem fazer e vingar o sofrimento de
milênios e milênios que vem os afligindo meus protegidos.
E assim fizemos, corremos os tres em direção a Félix, o escudo nós acompanhava em
cada movimento, como se fosse uma armadura para que não fossemos atingidos por
nada, cada um com sua adaga em mãos.
Taehyung a fincou direto no coração de Félix, eu e Jimin erguemos a sua cabeça e
passamos nossas adagas juntas em seu pescoço, a cabeça foi decapitada e aos
poucos Félix virou cinzas.
Final de nossa infelicidade, o final, nossos olhos voltam a cor normal, mas o meu e de
Taehyung ainda tem a cor natural.
- Me perdoem, por favor me perdoem, eu tive que fazer isso ou ele não acreditaria
que eu estava ao lado dele, ele tinha que ver a decepção nos olhos de vocês para
acreditar que eu estava ao lado dele - ouvi Yoongi falar enquanto se ajoelhava
devagar no chão.
- Tudo bem Yoonie, me olhe nos olhos, tudo bem, eu entendo, juro que entendo - já
praticamente vivi na pele o que é fingir ser alguém desprezível para proteger quem
amo.
- E-eu não podia contar a vocês, me perdoem - ele olhou para Taehyung e Jimin, até
o momento os dois não disseram uma só palavra.
- Yoonie, se nós não tivéssemos entendido e perdoado nada do que aconteceu teria
acontecido, amor e confiança, lembra ? - Jimin disse a ele e Taehyung apenas
assentiu, os dois foram em direção a Yoongi e os abraçaram, também fui até eles
para fazer parte daquele abraço.
- Não entendo, não era para os olhos de vocês estar de volta a cor de vocês ? - Jimin
perguntou a mim.
- Por que não estava nele a predestinação dos dois, eu tentei conversar com ele para
ver se ele dizia algo, às vezes com o ego inflado e triunfante como ele estava se
sentindo, ele deixava escapar coisas extremamente importantes, mas hoje ele não fez
isso, no fim conseguimos apenas acabar com ele, sem a resposta que precisamos
sobre vocês - Yoonie disse triste nos braços de Jimin.
- Ele nos deu a resposta - Taehyung falou baixinho.
- Que resposta docinho? - não está sobre minha compreensão o que ele fala.
- Ele disse que as pessoas devem entender muito bem as entrelinhas para
compreender, nossa primeira resposta importante conseguimos encontrar na carta, lá
a única pessoa diferente citada foi a culpada de tudo, se eu estiver certo, nossa
resposta está no único lugar citado naquela carta - Taehyung expôs o que pensava
para nós.
- Na cabana, nossas respostas estão lá, não estão docinho ? - ele assentiu com
lágrimas nos olhos.
- Será que nunca teremos tranquilidade Kookie ? Será sempre isso ? Sempre uma
corrida atrás de algo. - Taehyung se agarrou a mim chorando.
Os meninos vieram até nós e nos abraçaram um de cada lado.
- Pensem pelo lado bom, agora vocês podem transar em paz - Yoongi soltou depois
de um tempo, como se fosse a coisa mais filosófica da terra, caímos na gargalhada.
- Yoonie - Taehyung gritou incrédulo, Jimin riu e foi até Yoongi o apertar em seus
braços,
- Esse seu humor - Jimin comentou, Yoonie recebeu o carinho vindo dele de bom
grado e sorriu lindamente.
- Obrigado por confiarem em mim - ele disse depois de receber um beijo na testa de
Jimin.
- Eu desconfiei para um caralho de você, não sei como consegui confiar de volta tão
rápido - ele assentiu.
- Talvez dessa vez tivessem todas forças sobrenaturais possíveis nos ajudando, por
que eu conseguia ler o olhar de cada um de vocês naqueles instantes, como se
conversas fossem traçadas por simples olhares - Jimin disse depois de ficar um tempo
pensativo e nós não poderíamos discordar, desta vez foi sobrenatural.
A cababa

Taehyung

Estamos a caminho do local que provavelmente é a cabana, todo o caminho é de

mata densa, vejo apenas mata e mata, o que me mantém no mais puro tédio, agora
entendo o mimadinho quando passou por essas estradas indo buscar os amigos em
outro reino, a paisagem aqui é tão monótona.

Após alguns dias analisando as histórias que foram assistidas por nós chegamos a
conclusão de onde pode ser o local dela.

Não sabemos o que esperar, muito menos o que procurar lá, não sabemos se ela
ainda estará de pé com todos esses anos que se passaram, não sabemos sequer se
teremos realmente alguma resposta.

Tudo isso, toda essa ideia de que la teremos nossas respostas pode ser apenas obra
de minha mente tentando achar uma solução para mais um de nossos problemas, não
que isso vá impedir de ficarmos juntos, não vai, já conversamos sobre isso e por
mais que nossa predestinação tenha sido quebrada nós sabemos que nos
apaixonamos, independente dela.

Jungkook dirige aparentemente calmo e briga comigo a cada dois minutos por eu
estar tão inquieto, não queria estar assim, mas meu coração acelera sozinho, tento
contê-lo mas parece impossível.

- Docinho, você está me deixando nervoso - ele falou pela milésima vez.

- Bruxinho, meu coração está disparado, parece até que estou prestes a te encontrar,
eu fico assim quando você está perto do horário de chegar - falei sem pensar e só
quando jungkook me olhou com uma cara de bobo apaixonado que notei o que disse,
sempre faço isso quando estou ansioso, falo sem pensar, minhas bochechas
queimaram de vergonha e ele pegou minha mão e a beijou.

- Eu também sou apaixonado por você meu docinho, porque a vergonha ? - ele
perguntou me encarando de forma tranquila.

- Sei la, foi sem querer bruxinho, não quero parecer pegajoso - ele soprou uma
risada.
- Não parece docinho, eu amo seu jeito.

- De acordo com esse mapa estamos quase chegando - desconversei e analisei o

mapa mais uma vez.

- Hm, docinho - Jungkook agora tem a voz um pouco preocupada. - Se nós não
encontrarmos nada, nenhuma resposta ou pista, nós realmente vamos continuar os
mesmos, não é ?

- Claro Jungkook, nós ja tivemos essa conversa, o que há bruxinho ? - ele negou com
a cabeça.

- Nada docinho, só estou com medo de você se decepcionar e acabar sabe... - olhei
para ele assustado.

- Mas bruxinho, nós já falamos sobre isso, nada muda entre nós, prometo, eu
prometo estar aqui segurando forte sua mão - ele sorriu, pois a mesma frase já foi
dita por ele uma vez direcionada a mim.

- Eu te amo docinho - seus olhos azuis brilharam quando ele sorriu para mim.

- Eu te amo buxinho, meu buxinho - ele negou com a cabeça mais uma vez.

Chegamos em frente ao portão da cabana, é uma cerca pequena de madeira gasta.

A tristeza tomou conta de meu peito quando tento reconhecer a casinha, ela está
completamente destruída, o que vemos nem pode ser chamado de casa é um monte
de madeiras podres e velhas, sem utilidade alguma, ela deve estar se mantendo em
pé só por conta de uma das árvores ao lado que a segura, há limo por toda parte,
não conseguimos distinguir direito o que é casa e o que é mato, olhei para Jungkook
que me encara de volta e sua expressão diz que não acharemos nada aqui, era de se
esperar que ela não estivesse muito bem conservada, mas havia esperança em mim
de alguma família ter comprado o terreno e cuidado dela.

Empurrei um pouco o portãozinho e ele se abriu completamente, segurei a mão de

Jungkook e dei um passo para dentro.

Meu primeiro passo ao adentrar o terreno fez tudo mudar, desde onde toquei meus
pés a minha frente as coisas começaram a se transformar como mágica, o jardim que
não existia começou a florir, a cabana começou a ganhar outra forma, começou a ter
vida, cor e voltou ao normal, aquele cabana fofa e simples, mas habitável, posso jurar
ouvir pássaros cantando e risadas ecoaram pelo lugar, olho para Jungkook que está
tão assustado quanto eu, caminhamos de mãos dadas pelo jardim cheio de flores
lindas com cores vibrantes e cheiros maravilhosos, tudo vivo, lindo e vivo.

Então quando chegamos na parte de trás da cabana meu lobo uivou e posso jurar ter
ouvido o uivo do lobo de Kookie junto ao meu como uma comemoração, como um
alívio, como uma felicidade sem igual, tamanha a surpresa com a cena que
presenciamos, todo meu ser está arrepiado e incrédulo, em minha barriga as
borboletas fazem todo tipo de festa, meu coração bate tão forte e descompassado
que tenho medo de ter um ataque.

Estamos aqui, frente a frente com o mimadinho e príncipe de gelo, o mimadinho está
de costas para nós e o Príncipe sentado na terra trabalhando com as flores, eu
gostaria de sentar aqui e assistir para sempre esta cena, o príncipe nos encara
assustado então sorri e começa a limpar as mãos, o mimadinho se vira confuso então
quando nos vê abre um lindo sorriso em nossa direção e acena com uma das mãos,
seu sorriso é tão grande que parece brilhar mesmo a certa distância posso
contemplar seu brilho.

Ele ergue o braço bem alto como se estivesse mais do que feliz em nos ver ali, como
se estivessem apenas nos esperando, então eles correm até nós correm diretamente
para nossos braços, consigo assistir toda a cena em câmera lenta, os cabelos de
ambos sendo balançados pela brisa leve, o sorriso estampado nos lábios, tudo em
meio a um jardim perfeitamente cuidado pelo príncipe, eles chegam até nós e nos
abraçam, um abraço tão reconfortante que sinto minha alma se encher pouco a
pouco, seu cheiro de baunilha inunda meu olfato, me inunda por completo.

Nunca senti meu próprio cheiro, sei do que se trata por que falam, mas aqui estou eu
sentindo a fragrância suave e doce.

É engraçado olhar minha própria imagem assim, mas é mais incrível ainda perceber
que ele é tão diferente de mim, o olhar, o jeito de se portar, o jeito de sorrir, tanta
coisa.

Olhando para o bruxinho e o príncipe consigo notar as mesmas diferenças, o sorriso

do Bruxinho é muito mais doce e terno, o príncipe por mais que lide com flores não
tem a delicadeza que o bruxinho tem.

Definitivamente não são as mesmas pessoas, mesmo sendo as mesmas almas.

- Eu estou feliz em te ver meu docinho, aguardei tanto tempo por você, eu sou tão
tão feliz em ver que você se tornou essa pessoa tão doce, serena e calma como você
é, mesmo passando por tantas dificuldades ano após ano, se perdendo sempre que
encontrava seu par - o mimadinho falou tudo apertando minha bochecha entre as
mãos e com a testa encostada a minha.

- M-mimadinho, eu não estou acreditando - foi o bruxinho quem disse chamando a

atenção do mimadinho para ele, que sorriu e foi o abraçar, o príncipe veio até mim e
me apertou em seu braços.

- Você tem cheiro de café e terra - falei sem pensar e ele sorriu.

- Tenho docinho ? - ele perguntou sorrindo e eu assenti sem graça.

Eles se afastaram um pouco de nós e ficaram ali nos encarando admirados, olhei para
Jungkook apreensivo ele segurou minha mão mais uma vez para me passar
confiança, os dois em nossa frente assistiram o ato emocionados, como se fossem
pais orgulhosos.

- Por que vocês olham assim para nós, como se estivessem orgulhosos ? - Jungkook
perguntou aos dois, eles apenas gesticulam com as mãos como se dissessem que é
porque se sentem orgulhosos.

Nos indicaram a cabana e nos levaram para o interior dela, tudo continuava o mesmo
como em minha memória, nós sentamos nas cadeiras próximas a mesa e eles
permaneceram em pé.

- Vocês não imaginam como foi difícil para vocês chegarem até aqui, foram vidas e
vidas interrompidas e nós éramos obrigados a assistir todas as nossas mortes - os
dois se encararam tristes depois de Taehyung falar com a voz embargada.

- Aqui nada acontece docinho, nós vivemos dia após dia da mesma forma, não
construímos família, não envelhecemos, nada acontece, nos prenderam aqui onde o
tempo não passa é sempre a mesma coisa - o príncipe continuou a falar - Nós nem
acreditamos que alguém pudesse fazer algo por nós, pensávamos que viveríamos
aqui pela eternidade, mas então há pouco tempo atrás as coisas começaram a mudar,
as flores que permaneciam sempre da mesma forma começaram a florir e crescer,
pássaros começaram a voar pelos arredores, haviam vidas diferentes crescendo e se
multiplicando e coisas diferentes acontecendo, então nós sabíamos, sabíamos que
alguém estava perto de descobrir toda a verdade, por que pouco a pouco o feitiço
aqui ia perdendo a força, havia um escudo em volta da cabana, ninguém a via como
realmente é, viam apenas convinha a Félix - apertei a mão de Jungkook sobre a
mesa.

- M-mas e agora ? E agora o que acontecerá ? - perguntei pois já estou aflito com o
desfecho dessa história.

- Nós temos que ir para a outra dimensão docinho, se nós não partirmos, não existirá
vocês - não consigo acompanhar o raciocínio do mimadinho e o encaro ainda aflito.

- E como vocês farão isso ? - eles se encaram depois da minha pergunta.

- Vocês terão que nos matar - ele disse sério, nós mal respiravamos depois da notícia
então logo depois os dois explodiram em gargalhadas.

- Isso é uma brincadeira ? - Jungkook perguntou tão assutado quanto eu ainda estou
- Porra mimadinho, você se daria muito bem com o Yoongi, que humor filho da...
Docinho acho que meu coração parou, não estou bem.

- O meu também bruxinho, o meu também - eu tentava manter o ritmo normal do

meu coração em vão.

- Oh, vocês conheceram o Guinho nessa vida que estão ? - o mimadinho falou assim
que consegui parar de chorar de rir.

- Sim, ele e Jimin são nossos guardiões, é uma longa história mimadinho - ele sorriu
e veio até mim.

- Você pode me contar docinho ? - ele encarou o príncipe e voltou a me olhar - Você
pode nos contar o que houve com nossa família depois do que aconteceu conosco ?
Eu não queria ir para a outra dimensão sem saber o que houve com eles. - ele disse
triste.

- Claro que conto mimadinho, te conto tudo.

Uma alma pura

- Conte docinho, me conte o que sabe, eu também preciso te contar algumas coisas -
o mimadinho me perguntou enquanto senta ao meu lado segurando minha mão.

Sentir ele me tocar assim, chega a ser surreal, mas o que não tem sido sureal em
minha vida ultimamente?

- Bom, depois que vocês desapareceram muita coisa mudou nos reinos,
principalmente o Reino de Figther - encarei o príncipe - Seu pai se entregou para que
nesse vida em que estamos nós tivéssemos todos os poderes necessários para
derrotar Félix - as lágrimas se acumularam em seus olhos - Logo depois do seu
desaparecimento ele veio até Jimin e Yoongi que estavam aqui na cabana procura de
vocês dois então ele os concedeu poderes suficientes para a batalha com Félix e
sumiu, nunca mais foi visto, foi dado como morto assim como vocês - eles assentiram
em compreensão - Jimin tomou a coroa, mas não reinou por muito tempo, todos os
reinos ficaram extremamente tristes quando descobriram toda a história, sua
progenitora foi caçada e descobriram que ela queria tomar a coroa de seu pai a todo
custo e tentou usar Félix para conseguir, só não sabia que era Félix quem a usava,
ela foi enforcada em praça pública a mando de todos os reinos, foi julgada por todos
não apenas por Figther.

- Após o julgamento e condenação daquela mulher - não me atrevi a dizer que ela é
mãe do príncipe, ninguém merece uma mãe daquelas, muito menos ele que sempre
foi tão altruísta - Jimin decidiu se reunir com os reinos e fazer um acordo de
unificação com Wisdom e Peacemaker, Jimin não queria reinar, não queria ter o peso
da coroa sobre sua família, muito menos uma coroa que trouxe tanta dor para quem
amava, ele abdicou do trono, os demais reinos se compadecem da história do rei e
seu herdeiro mortos e do Herdeiro do trono dos Kim também morto, todos eles, sem
exceção aceitaram a unificação solicitada por Jimin - encarei o príncipe - Seu irmão
foi o responsável por Wisdom se tornar uma só potência, uma só província, um só
povo, que sofreu o luto da perda de vocês e nunca se esqueceu das suas histórias.

- Foi a história de vocês que motivou Taehyung a estudar mais sobre - o bruxinho
disse com um brilho orgulho no olhar e eu sorri para ele - Nosso irmão teve a família
longe de toda a agitação do palácio, ele e Yoonie tiveram um filhotinho chamado
Junghyung - ele contou ao príncipe e os dois sorriram emocionados.

- Aqueles dois - o príncipe comentou quase chorando.

- Quem se tornou o primeiro líder de Wisdom em Unic a capital, foi Namjoon, ele
decidiu se eleger para honrar seu nome mimadinho, por que ele sabia que você seria
um líder exemplar e queria mostrar ao menos um por cento do que você seria, vocês
tem toda uma província em homenagem a vocês, a província Esmeralda, aquele lugar
é magnífico e foi lá que suas famílias viveram juntas até a morte, eles se tornaram
uma só família por vocês, porque o amor de vocês ultrapassou todas as barreiras e
fez todos que ficaram perceber o valor dele. - eles choravam enquanto o bruxinho
contava a história fui até eles e os abracei.

- Não houve mais guerras depois de suas partidas, eles viveram bem mimadinho,
apenas sentindo a falta de vocês, mas conseguiram ser feliz. - o bruxinho terminou.

- Obrigado por contarem o que houve com nossa família, durante todos esses anos
nós ficamos fantasiando como teria sido a vida deles. - ele sorria e chorava junto.

- Eu só não faço ideia como foi possível nós voltamos no tempo, sabe ? - o
mimadinho encarou o príncipe depois da minha questão levantada.

- Nós sabemos - foi o príncipe quem disse. - Podemos contar a vocês, ou mostrar o
que aconteceu, já que vocês estão acostumados a assistir.

- Queremos ver - eu e o bruxinho respondemos juntos.

Os dois colocaram as mãos em cima das nossas e as juntaram.

1554 Cabana

- Enfim eu cansei, cansei dessa caçada. - Félix acariciou minha bochecha e Jungkook
soltou um rosnado alto. - A brincadeira acaba aqui - seus olhos brilharam em branco
mais uma vez.

- Não - ouvi Jungkook gritar e rosnar alto enquanto Félix liberava mais aquele feitiço
sobre nós, seus olhos brilharam tão forte que eu sabia, sabia que o que viria. - Não
faça nada a ele.

- Fique tranquilo Príncipe, eu não farei nada que apenas ele sinta, você irá sentir
também - tudo em volta brilhou - Eu amaldiçoo vocês, vocês ficarão presos no tempo,
presos neste lugar, conscientes de tudo, sem poder fazer absolutamente nada, seus
atos aqui serão refletidos até a eternidade, apenas uma reencarnação sua - ele
apontou para Taehyung - totalmente pura, sem maldade e rancor poderá quebrar
essa maldição.

É claro que eu seria usado para possível quebra da maldição, toda maldição precisa
de uma maneira de ser quebrada, não pode ser lançada sem uma solução, por isso é
sempre escolhido algo impossível de acontecer para que ela seja quebrada e aí está a
solução, eu me tornar puro, doce, manso a ponto de não guardar rancor em meu
coração, logo eu.

Óbvio que ele não escolheria Jungkook, desde sempre ele foi a prova viva de alguém
que faz absolutamente tudo por quem ama, enquanto eu...

Félix sorriu, o brilho passeou por toda a cabana e se apagou, então ele sumiu nos
deixando ali atônitos e sem acreditar que em alguma vida, eu serei diferente o
bastante para conseguir quebrar essa maldição.

2036 Cabana

Jungkook

Olho para o docinho que se mantém pensativo, o mimadinho e o príncipe o encaram

esperando alguma reação dele.
- Então fui eu que consegui quebrar essa maldição ? - ele perguntou quase chorando.

- Sim docinho, foi porque você é exatamente o que precisávamos, por isso te
agradeci quando chegou aqui, nós não temos um gênio muito fácil não é mesmo?!
Foram décadas e décadas vivendo da mesma forma, o mesmo ciclo acontecendo por
que nós simplesmente não mudamos uma coisa em nós que é ruim, o amor não se
completava, a destinação não se completava, não apenas por conta da maldição,
muitas das vidas era nossa culpa, por que o rancor docinho, o rancor envenena o
amor - o mimadinho disse segurando forte a mão do docinho, os dois choram. -
Obrigada docinho, a sua alma pura nos deu chances, a vida que vocês estão agora
seria nossa última tentativa, não haveria mais outras, iríamos morrer e nos perder
para sempre, agora que você conseguiu a quebrar, nós continuaremos nos
encontrando, por vidas e mais vidas docinho.

- Mas vocês terão que nos deixar nessa vida ? Você não ficará comigo ? - o docinho
perguntou chorando ao mimadinho.

- Meu doce, eu tenho um lar e meu lar é aqui - o mimadinho tocou com calma o peito
do docinho. - Nós somos um Taehy, eu sou você, na verdade você é a melhor versão
de mim, por isso o meu orgulho meu amor, você deixou de ser alguém como eu, você
cresceu, aprendeu e amadureceu, não é mais esse mimadinho aqui docinho, agora
nós somos doce, tão doce e amável a ponto de quebrar uma maldição por amor - O
docinho abriu um lindo sorriso quadrado que fez todos nós sorrimos juntos.

- E como faremos para vocês voltarem ao lar ? - ele perguntou encarando nós três.

- O espelho que nós nos encontramos em sonhos, você se lembra dele ? - o docinho
assentiu - Você precisa quebrá-lo docinho, é lá que nossa alma está trancafiada e por
consequência nossa destinação será liberada através dele.

- É apenas quebrá-lo ? Fácil assim ? - docinho perguntou e o mimadinho ficou um

pouco tenso.

- Você terá que ser forte meu doce, pode não ser tão simples quanto parece. - o
mimadinho disse quase sufocando docinho em um abraço.

Encarei o príncipe preocupado esperando algo da parte dele, mas ele apenas veio até
mim e me abraçou forte também.
Reflexo

2036, Únic, Wisdom.

Taehyung

Estou mais uma vez em meus sonhos, esperando o encontrar, hoje não queria que o
encontro acontecesse, não assim, nesses termos, não para me livrar dele.

Me olhar no espelho nunca foi tão difícil, quando o mimadinho avisou que não seria
fácil como parece ser ele estava realmente falando a verdade.

Como poderia ser fácil você acabar com as próprias mãos com algo que tem tanta
representatividade em sua vida?

Quando eu olho nesse reflexo quem está refletindo ali é o mimadinho me encarando
de volta, aquele que eu sempre quis ser aquele olhar que sempre quis ter, aguçado,
inteligente, felino posso assim dizer, tudo o que eu quisera parecer um dia.

Sei que seu olhar é de total incentivo e até uma certa súplica para ser liberto dessa
maldição, mas mesmo assim, é alguém que eu terei que me livrar mesmo não
querendo, então permaneço ali o encarando por um tempo, ele não fala, sabe que
nesse momento se ele abrir a boca eu desisto de fazer o que devo fazer, mas mesmo
assim apenas o encarando me dói saber que ele se vai, me dói demais, mesmo
sabendo que somos a mesma pessoa, mesmo sabendo que eu sou a versão
melhorada dele, mesmo sabendo que somos um, sei que somos, diversas vezes em
minha vida eu reagi como ele reagiria, fiz coisas que ele faria, fui ousado como ele
seria, eram poucas essas vezes por que essa parte minha estava aprisionada aqui, eu
tinha apenas resquícios dela comigo, será que agora tendo ele comigo serei mais
ousado ? Será que terá muita mudança em mim ? Ele suspira e parece querer falar
algo.

Mas como um passe de mágica minha mente cria um machado ao lado do espelho
para que eu o quebrasse, um empurrão me avisando que já esta na hora.
- Por que é tão difícil eu libertar você ? - encarei o mimadinho que sorriu de maneira
fraca.

- É sempre difícil nos livrarmos de uma parte nossa, mas quando essa parte é algo
que precisamos mudar é necessário - ele encostou na base do espelho e eu fiz o
mesmo encostando em sua mão. - Cuide do seu amor com Jungkook meu doce, cuide
da nossa família que eu não pude ter, cuide daqueles que estão com você nos bons
momentos, mas principalmente daqueles que nos ajudam nos difíceis, cuide de você
mesmo docinho, você é uma preciosidade meu doce, você é puro, é tudo o que
sempre sonhei ser, obrigado por me dar essa oportunidade, obrigado por ser tão
especial a ponto de se preocupar com o desfecho de uma história que poderia não ter
importância nenhuma para você, mas você foi cuidadoso o suficiente para dar
atenção ao passado, obrigado por tudo meu doce, por simplesmente ser você, E-eu
tenho um pedido a te fazer - eu assenti o incentivando a me contar - se você tiver
uma menininha você pode chama-la de Yejin ? Eu li uma vez num livro e achei lindo,
gostaria de ter uma filhotinha e chamá-la assim, mas não tive esse oportunidade - ele
disse com semblante triste.

- Yejin? O que significa ? - perguntei por curiosidade, pois colocarei de qualquer

maneira.

- Yejin tem vários significados, precioso, valioso, raro. Real, verdadeiro, genuíno,
entre outros, sempre achei lindo esses significados, mas não tive a chance de colocar
esse nome em nossa menininha, espero que quando você tiver a nossa princesinha
você se lembra desse nome, sempre foi meu sonho chama-la assim.

- Eu a chamarei assim, prometo a você, prometo que tentarei lembrar. - ele sorria
mas com lágrimas nos olhos, ele beijou a ponta dos dedos e tocou a base do espelho
mais uma vez, não como um adeus, mas como um até logo.

Peguei aquele machado e o levantei, o mimadinho inspirou fundo e concordou com a

cabeça em incentivo, meu coração parece que se partirá com esse espelho, minha
garganta fecha e a vontade de chorar se faz presente mas bato, bato com toda minha
força naquele espelho, ele se estilhaça mas não caem os pedaços ao chão.
Tudo em minha volta se ilumina em um verde maravilhoso, me lembra a aurora
boreal as cores que dançam no ar, vários e vários pontos de luz passeavam em minha
volta e encostava em mim levemente, como se estivessem brincando comigo,
dançando para mim, então se unem acima da minha cabeça e como um bálsamo toda
aquela luz recai sobre mim, tranquilidade pura eu senti nesse momento, paz e calma,
mas principalmente me senti completo, de uma forma que nunca havia me sentido
em toda minha vida, me sinto feliz.

Um coração completo, ele está em mim, ele agora está comigo.

Abro meus olhos após aquele sonho, Jungkook me segura forte em seus braços, ainda
é madrugada, não queria acordá lo mas minha ansiedade fala mais alto, quero ver
meus olhos, quero ter a certeza que Jungkook permanece sendo meu e será em todas
as vidas que nos encontrarmos, me levanto devagar e ele se mexe um pouco na
cama, saio na ponta dos pés até o banheiro acendo a luz, vou até o espelho e me
encaro.

Esmeralda, o verde esmeralda brilha em minha íris, mal posso acreditar no que vejo,
meus olhos se enchem de lágrimas, um sorriso incrédulo teima em congelar em meu
rosto, meu coração acelera muito mais que o normal, permaneço ali, por um tempo
me encarando e chorando.

Volto para o quarto ainda atônito mas extremamente feliz, me deito ao lado de
Jungkook devagar mas ele sente que estou me aconchegando em seus braços mais
uma vez, então ele abre os olhos e me encara e a vontade de chorar me toma mais
uma vez ao me deparar com aquela olhos tão maravilhosamente iguais aos meus,
idênticos, na cor e no sentimento que transbordam dele.

- Docinho - ele diz devagar já com o queixo tremendo prestes a chorar - Meu docinho
- me puxou para cima dele e começou a me encher de beijos.

Nos beijamos enquanto as lágrimas escapavam de nossos olhos, numa bagunça

perfeita de quase soluços do choro e sorrisos entre o beijo.
- Bruxinho, você é meu, completamente meu - ele inspirou forte e me apertou em
seus braços - Amor - praticamente ronronei o apelido novo, ele me apertou mais
ainda contra seu corpo, não preciso proferir o pedido que está em minha mente, ele
pareceu ler em meus olhos e começou a me beijar com desejo, o mais puro e ardente
desejo.

Somos um só mais uma vez, seremos um só para todo sempre.

Um pedido

• Capítulo contém hot, se não quiser ler não muda nada no percurso da estória.
• Não revisado, caso tenha erros avisa?! Bjsss. Boa leitura.

Jungkook

Ouvi-lo praticamente ronronar o apelido "amor" foi o suficiente para me fazer delirar,
a voz rouca de Taehyung ao pé do ouvido é capaz de levar qualquer um a loucura,
meu lobo mal para quieto dentro de mim, apenas por sentir o cheiro fraco de
Taehyung, certeza que controle ele não terá quando esse cheiro começar a ficar mais
forte.

- E-eu quero te fazer um pedido - ele disse com os lábios vermelhos e inchados
depois da nossa sessão de beijos.

- Peça, o que quer que seja te darei - ele sorriu quadradinho em minha direção.

- Quero uma família bruxinho - é incrível como as coisas que acontecem agora nessa
vida me remetem ao que já aconteceu naquela outra vida.

Naquela vida que assistimos e sofremos tanto quanto o príncipe e o mimadinho,

agora ouvindo esse pedido, consigo me recordar do momento em que o mimadinho
pediu para o Príncipe o tomar como seu, lembrei nitidamente do momento em que o
príncipe disse para que eles não tivessem pressa por que eles teriam todo tempo do
mundo, eles não tiveram esse tempo, viveram juntos, com certeza foram felizes, mas
não completamente, a vida não prosseguiu e não evoluiu, não realizar sonhos e
desejos pode ser mais doloroso do que tentar e se frustrar, eles sequer tiveram a
chance de tentar ter uma família, mesmo sonhando tanto com isso.

- A família que em todas as outras vidas não conseguimos ser, eu quero ela e não
quero esperar, não me entenda mal ou me julgue ansioso demais é que nossas vidas
foram podadas por tantas e tantas vezes, eu quero uma família Kookie, por que agora
temos total certeza de que conseguiremos ficar juntos até a morte e nos
encontraremos depois dela. - seus lábios formam um biquinho lindo, a ponta do nariz
já está avermelhada por conta da vontade de chorar e posso já notar nos olhinhos as
lágrimas se acumularam.

- E por que você esta me pedindo isso com esse semblante meu docinho ? Tem medo
de que eu não queira ? - ele assentiu ainda com o bico. - Mas eu quero meu amor,
quero ver uma miniatura sua correndo pela casa e gritando por nós, dessa vez eu
quero tudo com você Taehyung, tudo e não quero esperar um dia sequer para ter
esse tudo amor, não julgo ser ansioso eu entendo muito bem esse seu sentimento, eu
também cansei de ver tudo dar errado na vida do Príncipe e do Mimadinho, eu quero
viver tudo o que for possível viver ao seu lado amor, tudo.

Puxei ele para mais um beijo, este que é afoito, quase em desespero, matando uma
saudade que nem é apenas nossa, uma saudade que vem de vidas e vidas.

Ele parou e me encarou sério, o olhar já não é o mesmo, é um olhar marcante,

provocante, quase cínico, aquele típico olhar de quem sabe que tem o parceiro na
palma da mão e ele tem, sabe que tem, ele se arruma em meu colo e me encara, sua
bunda está encaixada perfeitamente em meu quadril, certeira para atiçar meu
membro já desperto.

- Nós só precisamos esperar seu cio chegar para começarmos nossa família não é ? -
ele sorriu malicioso.

- Claro Kookie, mas antes do jogo sempre tem o treino não é mesmo ? Enquanto isso,
podemos treinar bruxinho? Hm? Podemos ? - como negar um pedido feito assim, com
ele já rebolando em meu colo enquanto beija devagar meu pescoço.

- Você quer treinar então amor ? - ele sorriu e assentiu eufórico.

- Quantas vezes forem preciso Kookie.

O deitei com calma na cama deixando meu corpo sobre o seu, Taehyung está apenas
com uma camisa muito maior que seu tamanho e uma boxer, quando o coloco
deitado a camisa levanta deixando um pouco de sua barriga à mostra e mostrando o
membro já marcando a boxer, encaro aquele corpo perfeito, a cintura fina que
rapidamente ganha minha atenção, me abaixo e deposito um beijo leve ali, Taehyung
respira descompassado assistindo minhas ações, decido brincar com ele, instigar ele,
atiçar até ele colocar em prática tudo aquilo que seus olhos estão me transmitindo
agora, porque o olhar que Taehyung me lança neste momento é de pura luxúria e eu
quero ver esse Taehyung entrar em ação.

- Me diga o que quer docinho - ele me encara diretamente nos olhos, tão faminto que
chego a duvidar se não é seu lobo que está tomando o lugar, mas sei que não é, é
apenas meu homem cheio de tesão e eu estou aqui amando assistir a dualidade do
meu docinho - Hm, me diga o que quer !

- Jungkook não faça assim - ele diz com as bochechas começando a corar e a voz
mais rouca que o normal.

- Não faça o que docinho ? Me diga o que quer - deposito mais um beijo agora perto
do umbigo - Não tenha vergonha, quero te ouvir.

- Me toque, quero que você me toque, em todos os lugares possíveis do meu corpo,
me faça delirar Jungkook, quero sentir com você o que nunca senti na vida, eu sou
seu, apenas seu - apenas meu, essas palavrinhas grudaram em minha mente.

- Você nunca se entregou a ninguém assim ? - mais um beijo agora perto do cós da
boxer que já parecia estar apertando demais seu membro duro.

- Nunca - ele soltou um arfar junto a resposta - Jungkook, sou somente seu, nunca
desejei ninguém a minha vida toda - sei que o que ele fala é a mais pura verdade, eu
nunca consegui manter relacionamentos por muito tempo e um dos fatores
determinantes para os términos quase sempre era o sexo, eu simplesmente não
desejava, situação muito diferente do que aconteceu com Taehyung, eu sequer
acreditava como conseguia me segurar perto dele, apenas seu cheiro é capaz de
mexer com meu corpo inteiro, passei o rosto devagar pela extensão de seu membro
ainda coberto pela cueca e ele gemeu baixinho.

- Eu também sou apenas seu Taehy, apenas seu. - ele sorriu fraco e seus olhos
brilharam ainda mais, deixando o verde esmeralda ainda mais cintilante, comecei a
distribuir beijos leves por sua coxa enquanto desço devagar a boxer, ele tem a
respiração cada vez mais ofegante, seu cheiro está ainda mais doce e está pelo
quarto todo, deixando tanto a mim quanto meu lobo desesperados para toma-lo como
nosso, termino de tirar a peça totalmente então ele me surpreende levantando um
pouco o tronco e tirando a blusa, estou aos pés dele o contemplando totalmente nu
para mim, totalmente exposto e entregue.

- Tire sua roupa para mim - ele disse rouco, eu mal tinha reparado que ainda estava
com de pijama, tirei a blusa primeiro, ele praticamente me devorou com os olhos,
analisando cada pedacinho de meu tronco, então me levantei da cama e puxei a calça
junta a cueca, ele continuou analisando, sem vergonha alguma, quando chegou até
meu membro teve a audácia de lamber os lábios e morder o lábio inferior.

- Fale - o incentivei a dizer o que pensava.

- Quero chupar você - era nítido que era isso que ele queria, mas quero ouvir
Taehyung, sempre ouvir exatamente o que ele quer, assenti para que ele viesse até
mim e ele veio, se ajoelhou na ponta da cama em minha frente, seu rosto já está
perto de meu membro e a ansiedade toma conta de mim de tal forma que meu corpo
todo estremece.

Não vou o mandar fazer nada, será tudo no tempo dele, do jeito dele e ele parece
entender perfeitamente isso, pois não espera meu aval para segurar meu membro
com firmeza e começar a massagear devagar, tão devagar que chega a me sufocar,
assistindo segurar meu membro noto que sua mão quase não fecha na circunferência
do meu pau, mas isso não o assusta ou incomoda, fecho meu olhos apenas para
apreciar a carícia, ele para um pouco então sinto sua língua passear pela glande e
não consigo conter meu gemido ele parece ter adorado minha reação porque logo
depois enfiou todo meu pau em sua boca me fazendo por instinto agarrar seu cabelo
e gemer ainda mais de tesão.

Ele engasgou em determinado momento mas não tive tempo de me preocupar, pois
ele tentava ir cada vez mais fundo e rápido me fazendo rosnar de tesão enquanto
fodia sua boca, puxo seu cabelo para faze-lo parar ele me encara malicioso e
descontente com a interrupção.

- Estava gostoso - reclamou comigo.

- Notei que gostou, mas se não parar vou gozar na sua boca. - empurrei seu ombro
de leve e ele entendeu que era para se deitar mais uma vez na cama - Minha vez -
me ajoelhei entre suas pernas e comecei a massagear seu membro assim como ele
fez comigo, mal o toquei e ele já soltou um gemido manhoso, o chupei com tanta
vontade quanto ele, sentir seu gosto assim está me fazendo ferver por dentro, me
fazendo entrar em êxtase e delirar por esse homem, pelo meu homem.

- Kookie - ele disse com manha mais uma vez.

- Goze, goze na minha boca.

- N-não, não, quero gozar com você - parei de chupa-lo e subi beijos por seu
abdome, seu pescoço e sua boca, beijos completamente afoitos e cheios de desejo.

- Acha que aguento você dentro de mim ? - ele perguntou de forma maliciosa.

- Me aguentou na sua boca, vai aguentar quando eu te foder por completo - escutei
um gemido baixo após terminar de falar - Gosta quando falo assim com você hm ? -
ele assentiu sorrindo de forma provocante.
Segurei meu membro úmido de pre gozo e comecei a desliza-lo pela entrada dele
devagar pude assisti-lo revirando os olhos enquanto gemia meu nome segurei seus
braços acima da cabeça e entrelacei seus dedos aos meus, ele está totalmente a
minha mercê, enquanto meu pau o atiça, ele geme e rebola em mim para ter mais
contato, deslizo meu membro para dentro dele, ele soltou um gemido alto tive que
me segurar para não invadi lo ainda mais, chupei seu mamilo, beijei seu pescoço,
beijei sua boca para aliviar um pouco da dor que eu sei que ele deve estar sentindo,
parei um pouco para o admirar, ele sorri fraco para mim, uma obra de arte, Taehyung
é uma obra de arte.

- Você pode dizer caso queira parar - o avisei.

- Se mova, me foda com vontade Jungkook, em nenhum momento pedi para parar -
seus olhos transbordam luxúria e tesão.

Tirei lentamente para que ele se acostume com o movimento sem tirar os olhos dos
seus, o invadi mais uma vez ele apertou meu pau dentro dele, me fazendo soltar um
gemido alto.

- Seus gemidos roucos são gostosos de ouvir Kookie, você não faz ideia - ele diz
ofegante.

- Se continuar fazendo isso eu vou acabar gozando amor - Ele sorriu com cara
sapeca, enquanto eu ainda o estocava devagar.

- Jungkook - ele gemeu meu nome e apertou com mais força minha mão - Mais
rápido.

Aumentei a velocidade, o fodendo com força, ele geme alto embaixo de mim, me
morde, me arranha, usa todas as reações possíveis para demonstrar o quanto está
gostando de se entregar totalmente a mim e quanto está delirando assim como pediu
que eu fizesse se sentir.

Meu corpo todo já avisa que estou prestes a gozar, Taehyung parece sentir também e
me encara nos olhos enquanto estamos próximos ao nosso ápice.

- Quero que me marque, me marque Jungkook - ele mal terminou o pedido e minhas
presas começaram a tomar sua forma em minha boca, ele sorriu quando notou e
levantou o queixo para me dar acesso livre ao seu pescoço, então o mordi ali.

Nosso tesão se tornou ainda mais forte, houve uma explosão de sentimentos nossos
corpos responderam a cada mínimo toque um do outro, agora, nossas almas estão
completamente entrelaçadas, encaro a marca recém feita, é uma flor com nossas
iniciais de cada lado dela, é linda e ficou perfeita na pele do docinho, depositei um
beijo ali que o fez se arrepiar e sorrir.

- Eu te amo - ele disse assim que me ajeitei para o encarar, meu corpo ainda está
sobre o dele, mas ele não se incomoda, me puxa ainda mais para ele.

- Eu também te amo meu amor. - senti uma felicidade incomum dentro de mim e sei
que essa felicidade é a minha misturada com a dele, agora somos um, agora sinto
tudo o que ele sente, agora estamos definitivamente completos.
Desmoronar

Jimin

... ruir, desabar, ceder, há diversos sinônimos que posso usar para dizer que o chão
sob os meus pés já não me sustentam como deveriam, meu mundo se partiu de uma
forma surpreendente, ver em minha frente que meu próprio destinado usou uma
máscara esse tempo todo, uma máscara tão bem polida que não vimos o óbvio em
nossa frente, me senti sozinho, por exatos cinco minutos meu coração parou, então
ele me encarou, havia algo diferente naquele olhar, algo que grita dentro de mim que
eu preciso apenas confiar e me jogar completamente nesse mar violeta que são seus
olhos e assim o farei.

Meu, ele é meu, mesmo tendo que lutar contra si próprio sei que ele quer ser meu, eu
leio isso em seus olhos e por mais que agora tudo pareça estar errado, ele quer que
eu entenda o que quer dizer seu olhar.

Confia em mim.

É praticamente o que grita esse olhar e eu como bom inconsequente apaixonado

confio, confio plenamente, confio por inteiro, por que ele é meu destinado, meu
parceiro, o outro guardião daqueles que tanto amamos, eu confio, por que sei que ele
sempre será meu, sempre e sempre.

Quando ele encostou em meu peito e tudo se iluminou lindamente num tom azul eu
sabia, sabia que ali seu coração já estava aberto para mim e com certeza eu
aproveitaria a oportunidade mais tarde.

...

Meses depois

Yoongi deu um tempo de mim, entendo bem ele, ele precisa se recompor, entender
tudo aquilo que está sentindo dentro dele.

Em um dia ele não sente absolutamente nada e no outro ele já está amando e
entregando a vida por, não uma, mas três pessoas que são tudo para ele, tudo o que
ele sente agora por nós deve estar mil vezes mais forte e para ele que não é
acostumado a simplesmente sentir deve estar sendo sufocante, então dei esse tempo
a ele, darei o tempo que ele precisar, sem pressa, sem pressão.
Escuto alguém bater a porta e vou até lá atender quando abro me deparo com o dono
dos meus pensamentos e planejamentos futuros, talvez ele não queira esperar o mais
tarde que eu estava achando que esperaria.

- Yoonie, tudo bem ? Entra - me afastei um pouco da passagem para que ele
entrasse. Ele parou em minha frente e pareceu hesitar para dizer algo.

- Yoonie, o que há com você ? - meu coração já está acelerando assustado.

- Jimine, E-eu - ele me encarou e seus olhos transbordam algo que não sei ler, mas
passeiam por todo meu rosto, foca por um tempo em minha boca ato que faz sua
respiração se tornar ofegante.

- Yoonie, você está me assus... - não tive tempo de terminar.

Yoongi se jogou em meus braços e me puxou para um beijo, um beijo completamente

desesperado, cheio de desejo e saudade reprimida, um beijo que não posso comparar
a nenhum sentimento para descrever, é único, tão único, é ele se doando, se
entregando, me afirmando que agora ele é meu, inteiramente meu.

Fecho a porta e o puxo mais para dentro, ainda estamos no corredor, nossos lábios
dançam numa só sincronia perfeita, sinto seu gosto de morango tão perfeitamente
como se estivesse mordendo a própria fruta, nos apertamos um contra o corpo do
outro, ele passeia as mãos por todo meu corpo num pedido desesperado por toque e
eu o toco, levanto um pouco sua blusa para sentir o calor de sua cintura na palma de
minhas mãos, ele aperta os dedos em meu ombro quando sente o toque, finda o beijo
desesperado e me encara, ficamos assim por um tempo, analisando minimamente o
rosto um do outro, os lábios vermelhos e inchados com a brusquidão do beijo
recente, um sorriso escapa dos lábios dele e então ele apenas mexe os lábios sem
deixar sua voz sair - Mais - ele quer mais e todo o meu corpo reage aquela palavra
não dita, encontro ele na parede e puxo suas pernas em minha cintura o colocando
em meu colo, agora nosso beijo tem puro desejo, nossa ereções estão se esfregando,
nos dando uma sensação gostosa e nos atiçando ainda mais, ele solta pequenos
gemidos, tímidos posso assim dizer, mas não deixa de passar suas mãos por meu
corpo, inteiro.

- Jimine, eu amo você, esse sentimento tá doendo tanto dentro de mim que eu não
consegui esperar, eu precisava vir até você Jiminie, me desculpa se estou sendo
apressado, você deveria querer esperar, me conhecer melhor, me conhecer de
verdade, mas Jiminie eu nunca senti isso antes isso está me sufocando, eu só penso
em você, eu não quero ficar longe Jiminie, eu amo você - a declaração veio entre
beijos afoitos, ele ainda permanece eu meus braços, no ligar que lhe pertence.

- Eu amo você Yoonie, você não precisava se torturar se impedindo de vir até mim,
eu sou seu Yoonie, eu sou seu - ele assentiu sorrindo.

- Me leve para seu quarto - o pedido foi feito quase ofegante. - Me leve ao céu se
possível Jiminie, me leve ao céu.

Segurei ele firme e caminhei até meu quarto com ele em meu colo, beijando meu
rosto, minha boca, meu pescoço, toda a pela exposta que encontrava estava sendo
marcada por ele, o deitei em minha cama e o contemplei por inteiro, Yoongi me
encara com um olhar totalmente felino agora e me puxa com força para que eu me
deite por cima de seu corpo, Yoongi não é o tipo de omega que se deixa ser domado,
sei que ele deve estar passando por cima de muitos limites que ele mesmo impôs aos
outros, o olhar felino continua em seu rosto.

- Você quer mesmo isso levadinho ? - ele gargalhou deliciosamente ao lembrar do

apelido dado a ele na cabana.

- Eu amo tanto você Jiminie, me entregar a você é apenas o começo da felicidade que
quero te proporcionar - minha garganta fechou em vontade de chorar, meus olhos
encheram de lágrimas, ele riu mais um pouco e me jogou na cama para ficar por
cima.

- Meu alfa chorão - sua boca já se encontrava mais uma vez em minha pele, sugando
e chupando meu pescoço enquanto rebola devagar em meu membro.

Escuto o celular tocar ao longe e ignoro a chamada, segundos depois o celular de

Yoongi toca então nós dois travamos na hora com um único pensamento em mente.

- Taehyung - falamos juntos e corremos em direção ao aparelho, o fato de termos

pensado em Taehy ambos juntos foi o mais desesperador, ele olha a tela do celular e
o nome de Jungkook está gravado ali com uma chamada perdida e retorna.

- Droga, está dando ocupado - ele volta a olhar o celular tremendo e tentando ligar
de novo, uma vez, duas, três tentativas e nada, o desespero já está estampado em
nosso rosto, Jungkook não liga a toa.

Entre uma tentativa e outra o celular toca mais uma vez com Jungkook na tela, ele
atende quase desesperado no viva voz.

- Alô, Kookie ? - a ligação está chiada e péssima.

- Yoongi, o docin... - e a ligação caiu para nosso desespero.

- Jiminie, a voz dele está assustada Jimine - Yoongi está pálido ao meu lado.

- Shhhhh, calma meu amor, mantenha a calma por favor, você pode tentar sentir
onde eles estão ? - nesses meses Taehyung me contou que Yoonie vem treinando os
feitiços que possui com ele e um deles é rastrear coisas e pessoas, então assim ele
fez.

Eu só não sabia que isso faria com que ele ficasse ainda mais em pânico, pois ele os
rastreou na entrada de um hospital.
Hospital

Yoongi

Jungkook praticamente carregava Taehyung no colo, notei que ele andava devagar e
ancorado em Jungkook a cena me apavorou, mesmo não vendo nenhum machucado
aparente.

Ver nitidamente os dois numa porta de hospital foi sem dúvidas desesperador, não
enxerguei mais nada, queria apenas correr até eles e os amparar, segurar os dois em
meus braços e deixá-los ali, num lugar seguro para eles.

- Jimin, vamos rápido, vamos até o hospital, eu sei onde é - puxei Jimin pela mão que
já estava com as chaves do carro e nossos casacos preparados para sairmos.

Um caminho nunca foi tão tenso e demorado, em minha memória estava fresca a
cena dos dois entrando naquele hospital, com o celular em mãos ligo a cada cinco
segundos para Jungkook ou para Taehyung mas os celulares estão desligados.

- Inferno, quem deixa o celular desligado há uma da manhã ? E se fosse algo urgente
? É algo urgente e olhe só, não conseguimos contato com essas crianças, parecem
dois adolescentes se escondendo dos pais aprontando, quando estiver tudo certo
aqueles dois vão ouvir de mim - falo tudo de uma vez, Jimin se mantém quieto ao
meu lado, tenho certeza que por dentro ele está um turbilhão, porque diferente de
mim ele guarda o desespero dentro dele.

- Jiminie, não fique assim, coloque para fora esse sentimento, vamos chegar lá e
estará tudo bem, você verá - acaricio a mão dele que está sobre sua perna enquanto
a outra se mantém no volante.

- Eu sei Yoonie, sei que tudo estará bem, mas estou meio ansioso, não sei por que, é
um sentimento diferente, não sei te explicar - ele me encara com certa ternura.

- Diferente ? - um sentimento diferente, não mais pavor ou medo.

E de fato, depois de ouvir Jimin e encarar seu olhar acolhedor, noto que não há mais
pavor dentro de mim também, apenas um certo conforto, um estranho conforto.

Chegamos ao hospital e logo encontramos Jungkook sentado na recepção, espero ele

nos olhar não queria assustar ele ou nada do tipo, diferente de Jimin que grita ao
meu lado.

- Jeon Jungkook - ele nos encara assustado de início, então vem correndo em nossa
direção sorrindo.

Sorrindo, lindamente, um sorriso tão grande e brilhante que chego a duvidar ser
possível.

- Vocês serão tios - ele solta antes de se jogar em nossos braços.

Jimin ficou pálido e assutado, mas olha para Jungkook com tanta admiração e carinho
que tenho certeza que em momentos como esse ele não pensa no primo que está a
sua frente, ele relembra o seu querido irmão.

Eles podem não ser mais ligados pelo sangue como irmãos, mas com toda a certeza
são ligados pela alma.

- Nós teremos um bebê ? - ele perguntou baixinho.

- Eles terão um bebê Jiminie, não queria pegar a criança dos outros - ele me olhou
ainda pasmo.

- Yoonie, nós teremos um bebê, Yoonie, nós quatro mal sabemos cuidar de nós
mesmos e teremos um bebê - Jimin esta surtando enquanto procura um lugar para
sentar, coloca uma das mãos no peito para concluir a encenação.

- Pare de drama Jimin, nós sabemos nos cuidar sim - Jungkook reclamou colocando
as mãos na cintura em frente ao banco que Jimin está sentado.

Mas Jimin tem razão quando diz que nos não sabemos nos cuidar, ontem mesmo eu,
Taehy e Jungkook, quase colocamos fogo na cozinha deles tentando fazer uma
simples macarronada, acabou que tivemos que fazer pedido, Taehyung estava com
vontade e nos deixou loucos querendo a tal macarronada, agora entendo o porque.

- Aí nossa, como você exagera, hein ! - falei para Jimin que me olhou descontente.

Um médico apareceu e avisou que Taehyung já estava pronto para a ultrassom e

chamou Jungkook para o acompanhar, nós também fomos convidados pelo mesmo e
claro que aceitamos, eu não via a hora de poder ouvir o coraçãozinho do meu
sobrinho, entramos na sala e Taehyung sorriu para nós, Taehyung está tão iluminado
que parece um anjo nos encarando.
- Vocês estão aqui, que ótimo - ele bateu palminhas enquanto íamos até seu lado na
cama.

- Claro que estamos - beijei sua testa e me afastei para dar espaço para Jungkook
ficar ao seu lado e segurar sua mão.

O médico começou a fazer o exame a única coisa que víamos eram borrões, em
nenhum momento consegui assimilar que um deles ali era um bebê, mas Taehyung e
Jungkook olhavam aquelas imagens tão felizes que pareciam ver o rostinho de seu
filho perfeitamente, então em vez de olhar o monitor com os borrões eu fiquei ali
assistindo os pais babões.

- Parabéns papais, vocês podem ficar tranquilos, os bebês estão bem - o médico dizia
ainda olhando o monitor.

- Os bebês ? - ouvi os dois Papais perguntarem juntos e assustados.

- Sim, são trigêmeos, ainda não conseguiremos ver os sexos, talvez mês que vem. -
o médico mal terminou de falar e escutei Jimin cair ao chão desmaiado.

- Ele quem é o pai ? - o médico perguntou confuso.

- Não, ele é o tio - nós respondemos rindo enquanto eu e Jungkook tentávamos

amparar o Jimin desacordado.

Jimin voltou aos poucos e nos encarou sério, nós tentamos a todo custo segurar
nossas risadas, mas está praticamente impossível de fazer isso com um Jimin
indignado dizendo que temos três crianças para cuidar.

- Na verdade EU tenho mais três crianças para cuidar, já tenho vocês três, agora terei
mais três - ele colocou a mão - Oh minha nossa meus sobrinhos.

Ele encarou Jungkook sorrindo e foi até ele para lhe dar um abraço apertado, agora
assisto dois alfas chorando feito crianças enquanto se abraçam.

Taehyung levanta os braços em minha direção para que eu vá até ele o abraçar
também e assim faço sem demora alguma.

- Está tudo bem ? Está tão caladinho - perguntei a ele.

- Estou bem sim, estava meio assustado Yoonie, passei muito mal hoje, Jungkook se
desesperou um pouco, mas o médico disse que é normal, ainda mais sendo três,
estávamos aguardando apenas um, mas já imaginávamos que seriam mais, os
cheirinhos estão se misturando eu posso sentir que não é apenas um, só não imaginei
que seriam três. - ele diz enquanto alisa a barriga, que só agora notei ter uma certa
protuberância.

- Fique tranquilo, nós estamos aqui para ajudar vocês. - ele sorriu e assentiu.

- Eu sei que sim meu guardião, sei que estarão sempre aqui.
04:00 AM

Jimin
Já é quatro horas da madrugada, voltamos para o meu apartamento após deixar os
mais novos papais em casa para descansar um pouco e com o aviso que logo
retornaremos com um café da manhã, por que sei que nossa vida será exatamente
assim a partir de agora, cuidar daquelas crianças, incluindo as que estão para chegar.
- Você está feliz ? - Yoongi me pergunta assim que entramos no apartamento.
- Muito, parece que estou realizando um sonho e eu nem sonhava com isso Yoonie -
ele sorriu e me abraçou.
Há tá tô sentimento bom dentro de mim que não posso me conter, ter meus
sobrinhos, ter Yoongi assim em meus braços tão perfeitamente aconchegado, parece
mentira que conseguimos finalmente estar assim, todos felizes.
- O você de hoje não sonhava Jiminie, mas imagine o quanto o Rei Jimin não sonhou
com isso naquela época, ele sequer pode contemplar o irmão sendo feliz com o
omega destinado a ele, só viu o sofrimento do irmãozinho e agora você está o
assistindo criar uma família e ainda vai ajudá-lo com essa nova tarefa - acariciei sua
bochecha e ele fechou os olhos apreciando o carinho.
- Estou tão feliz Yoonie, meu coração não para de saltitar em felicidade, você tem
toda razão, é minha alma gritando felicidade aqui dentro de mim - ele assentiu. -
Venha, quero terminar algo que começamos mais cedo para ficar completamente feliz
- o puxei para meu quarto enquanto ele ria até quase perde o ar por me ver andar já
tirando minha roupas.
- Jiminie - Yoongi soltou baixinho em meu ouvido - Você vai fazer o que pedi mais
cedo ?
- Claro que sim, levadinho, você quer ir ao céu e é para lá que te levarei. - ele sorriu
e me olhou de maneira provocativa.
A adrenalina está correndo por minhas veias, há tanta felicidade dentro de mim que o
cansaço ainda não me atingiu.
Eu já me encontro praticamente nu, apenas a cueca me cobre, yoongi que ainda está
completamente vestido, me empurra na cama eu me deito mas permaneço com o
tronco apoiado em meus braços olhando para ele, então ele começa a tirar peça a
peça de suas roupas devagar sempre me provocando hora com olhares
extremamente sedentos, hora com carícias por meu corpo nu, a última peça se
mantém nele, a boxer vermelha com a marcação perfeita de seu membro rígido, ele
sobe sobre meu corpo mas não chega a encostar em mim, a brincadeira está sendo
maravilhosamente torturante.
- Yonie - ele me dá um tapa na coxa esquerda como certa punição.
- Não é assim que você deve me chamar Jiminie - mais um tapa no mesmo lugar que
me faz arfar com a pequena ardência.
- Porra levadinho - ele sorriu em concordância ao apelido - Então vai ser assim ? Você
é mandão assim ?
- Você pensou que eu seria um omega dócil na cama Jiminie ? - ele perguntou com
falsa inocência.
- Vocês todos não são ? - perguntei só para provocá lo, o que surtiu efeito, pois senti
cordas aparecerem em meus pulsos sendo presos a cabeceira da cama - Feitiços
Yonie ? Sério ?
- Você está me provocando Park, você está me provocando - agora ele passa a ponta
dos dedos por meu abdômen enquanto morde o lábio inferior.
- E você me torturando Yoongi - agora ele se aproxima devagar de meu abdômen e
deposita uma mordida um pouco doida, mais uma punição, minha consciência pesa
um pouco, eu como alfa não deveria estar gostando de ser domado dessa maneira.
E de fato não estou gostando, estou amando e Yoongi já percebeu isso, percebo por
seu olhar totalmente predatório o quanto ele está amando ter um alfa a sua total
mercê.
Ele continua leves mordidas até o cós da cueca, então mordeu levemente meu
membro duro, solto um gemido involuntário e ele sopra um riso.
- Diga a coisa certa e eu chupo você agora mesmo - seu rosto está a centímetros do
meu membro.
- Vá logo com isso levadinho, não me torture, eu quero tanto você - eu sorriu com
semblante mais fofo, contrastando completamente com o mandão de segundos atrás,
mas aquele olhar predatório, ainda permanece ali.
- Eu estava pensando, eu te pedi para me levar ao céu e você aceitou - ele fala
enquanto retira minha cueca encarando meu membro que já esta melado de pré-gozo
- Mas eu sou um bruxo Jiminie, antes de você sequer tentar me levar ao céu, eu já
terei te mostrado quão quente pode ser um outro lugar.
Seus lábios passeiam suavemente por meu membro que pulsa em sua boca por mais
e mais contato, ele se demora em aprofundar mais a brincadeira me torturando pouco
a pouco, enquanto sua língua passa pela base do meu pau seus dedos apertam
levemente meu mamilo, tudo numa combinação perfeita para meu êxtase e eu
amarrado não posso reagir, apenas sentir, estou quase perto de gozar e ele ainda
nem me enfiou por completo em sua boca, ele parece notar isso por que e
exatamente o que faz, meu pau atinge sua garganta e meus gemidos se tornam
ainda mais altos, ele faz tudo me encarando diretamente nos olhos, assistindo e se
deliciando com minhas reações.
- Yoonie - gemi seu nome para que ele parasse e ele atendeu, minhas mãos
começaram a ser desamarradas e ele começou a se aconchegar em meu colo, quando
já estava completamente solto o segurei forte e o joguei deitado na cama.
- Agora é minha vez - minha boca passeia por seu corpo pálido, deixando rastros por
onde passa facilmente.
- Não quero preliminares, quero você dentro de mim Park, agora mesmo - mandão
gostoso, peguei um preservativo na gaveta ao lado da cama e coloquei já me
preparando entre suas pernas.
Empurrei meu membro devagar para dentro dele, por mais que ele já esteja
lubrificado meu tamanho pode machuca-lo e não desejo isso, mas meu omega parece
não se incomodar com isso, pois mal me encaixo nele e ele cruza as pernas em
minhas costas e me puxa com força me fazendo entrar completamente nele.
- Yoonie - falei como advertência mas ele sorriu
- Eu não sou um omega frágil Jiminie, quero que me foda de verdade - em seus
labios brinca um sorriso quase perverso por que ele sabe que conseguiu usar as
palavras certas para me atiçar.
Seguro com força sua cintura e saio de dentro dele, para meter mais uma vez com
toda minha força, ele geme meu nome ainda com aquele sorrisinho, então repito o
ato, com força, e rápido, fazendo-o delirar rapidamente, nossas respirações já estão
completamente ofegantes, nossos corpos suados e nosso ápice próximo, quando noto
estar perto aperto de leve seu pescoço e o encaro num pedido mudo de permissão,
ele apenas fecha os olhos a espera do orgasmo, uma de suas mãos segura forte meu
pulso quando nota que aliviei o aperto, um pedido para que eu faça mais e assim
faço, a asfixia logo tem seu efeito com o orgasmo sendo atingido rapidamente e com
total força, então paro e espero ele se recompor, seu pescoço marcado só me dá mais
tesão e ainda mais vontade de repetir e foder mais e mais esse homem, o viro de
bruços e começo a beijar suas costas, seus gemidos retornam mais manhosos, o que
só me deixa louco, meto mais uma vez nele, seu delírio é nítido por ainda estar
sensível com o orgasmo recente, encosto completamente meu corpo ao seu, sentindo
sua respiração desregulada, ouvindo seus gemidos totalmente manhosos, mais uma
vez prestes a ter outro orgasmo, mas dessa vez estou quase gozando com ele,
minhas presas estão saindo, seu cheiro está deixando meu lobo completamente fora
de controle, não estou racionando por mim, quando nosso ápice chega o marco,
nosso êxtase foi intenso, o prazer inigualável e a satisfação latente.
Estamos ligados, para sempre, não tenho tempo de pensar em nada deito ao seu
lado, retiro a camisinha, puxo o para meu peito e assim adormecemos,
completamente exaustos, mas incansavelmente felizes.
Desesperado

Taehyung
Eu e Jungkook estamos praticamente vivendo juntos, são raras as vezes que vou até
minha casa e quando vou é apenas para pegar algo que eu esteja precisando.
Não queremos nos manter afastados, o sentimento dentro de nós sufoca
praticamente gritando que estamos há tempo demais separados e de fato passamos
décadas e décadas indo embora em vez de ficarmos juntos, agora tudo caminha na
mais perfeita paz e tranquilidade, temos que aproveitar que dessa vez tudo está
dando certo para nós, para nosso amor.
Há alguns dias comecei a sentir uns enjoos insuportáveis e tonturas também, meu
cheiro está diferente e eu pude notar outros cheiros em minha volta, Jungkook ainda
não pode os notar e está chateado com o fato, mas nada que diminua sua felicidade.
Depois dos exames tivemos certeza que estamos esperando não um filhotinho, mas
três filhotinhos, o que foi uma surpresa e tanto pois nem cheguei a entrar no cio para
conseguirmos a façanha, o alfa não se cabe em si de tanta alegria só de imaginar ter
seus tão amados filhote e a tão sonhada família.
Me encaro no espelho uma leve barriguinha está aparente, meu cabelo está escuro,
destacando ainda mais o tom verde de meus olhos e posso ver, o olhar do mimadinho
ali refletido, pouca coisa me lembro do dia em que tive que quebrar aquele espelho
mas há um nome que não sai nunca de minha mente, Yejin nossa menina tera esse
nome meu mimadinho, nossa menina tera o nome que você escolheu lá atrás, por
que se estou conseguindo realizar meu sonho agora é tudo por que você nos ajudou a
caminhar até aqui, Jungkook chega por trás e me abraça.
- Você está cada dia mais lindo docinho - seus olhos brilham mais que o normal me
encarando pelo reflexo.
- Você acredita que conseguimos Kookie ? Nossa família está finalmente crescendo,
em meu coração há tanta felicidade que chego a pensar ser impossível alguém
conseguir ser tão feliz assim bruxinho - ele alisa minha barriga causando pequenas
cócegas.
- Eu entendo muito bem você meu amor, meu peito parece prestes a explodir de
tanta felicidade - ele depositou um beijo no local da nossa marca.
- Venha, vamos descansar um pouco, você precisa de uma boa noite de sono docinho
- ele me puxou para a cama.
Nos deitamos e logo adormecemos, acordei com alguém batendo desesperadamente
em nossa porta, olhei para o relógio e já eram oito horas da manhã, me levantei e
notei que Jungkook estava no banho, fui atender a alma desesperada que batia
incansavelmente.
- Bom dia meus amores, titio trouxe comidinha para vocês - Jimin invadiu a casa
acariciando minha barriga sem ao menos olhar para minha cara.
- Bom dia Ji - falei sério.
- Oh, bom dia Taehy - ele sorriu de maneira fofa já indo até a cozinha deixar as
sacolas de comida.
- Achei que não tinha me visto - ele me encarou
- Desculpe Taehy, você não é o mais importante aqui agora - ele disse apontando
para minha barriga.
- Isso é verdade - recebi mais carinhos na barriga da parte do tio babão - Porque
estava batendo como louco desesperado, não sabe chamar normalmente não ?
- Pelos seres, não me lembre, Taehy eu preciso da sua ajuda - ele disse agora se
desesperando novamente como se só agora tivesse lembrado do que veio fazer aqui.
- Para que Ji ? - puxei uma caixinha de morangos para começar a comer e ele bateu
na minha mão me fazendo largar e a levou para lavar e ficou de costas para mim na
pia.
- Preciso da chave do seu apartamento, eu meio que fiz algo ontem e acho que o
Yoongi vai me matar - ele soltou rápido a informação
- Jimin, o que você fez ? - ele virou devagar.
- Talvez, eu tenha marcado o Yoonie sem a permissão dele - o encarei incrédulo.
- Jimin ele vai te matar, onde ele está agora ?
- No meu apartamento, por isso preciso me esconder no seu - ele veio quase
correndo até mim e me segurou pelo braço. - Por favor Taehy, eu o deixei dormindo,
mas quando ele acordar ele vira me matar em dois segundos, eu preciso me
esconder, onde esta Jungkook para fazer algum feitiço em mim ?
- Jiminie pare com isso, você nem sabe se ele irá ficar bravo com você, vocês tem
que conversar - ele me encarou confuso.
- Taehyung é o Yoongi - uma frase simples que me convenceu por completo.
- Pelos seres, Você está certo, JUNGKOOK - gritei por Jungkook que apareceu rápido
na cozinha quase perdendo a cor do susto. - Perdão amorzinho, não queria te
assustar, mas é meio urgente.
- O que houve ? - ele veio até mim já colocando a mão em minha barriga.
- Não é nada com eles amor, é com ele - apontei para Jimin que creio que ele mal
havia percebido ali.
- Você me assustou por isso ? - ele disse com desdém.
- Ei - Jimin reclamou e eu tenho que me segurar para não rir com esses dois.
- Parem, foco aqui, Jimin marcou o Yoongi sem consentimento - contei para Jungkook
que começou a gargalhar com a notícia.
- Você vai morrer ! - Jungkook avisou enxugando a lágrima falsa.
- Vou - Jimin sentou na banqueta e se jogou em cima do balcão.
- Ei, espera, você não pode se entregar assim - Jungkook disse indignado. - Ele é um
omega, você é um alfa, mostre que é superior - ele fala enquanto balança a cabeça
em negação para mim, como se estivesse falando algo apenas da boca para fora.
- É do Yoongi que você esta falando - ele disse ainda jogado, então Jungkook parou e
me encarou assustado.
- Precisamos esconder o Jimin ! - agora quem ria dos dois alfas com medo de um
único ômega sou eu.
- Vou pegar a chave do meu apartamento, você desse e faça algo para Yoonie não o
rastear, eu vou tentar convencer ele a não cometer um homicídio, mas vou avisando,
não vou tentar muito, você merece pelo que fez - eles concordam com a cabeça
quase em desespero e saem para a loja em busca de algo para ajudar.
Meia hora depois estou sozinho em casa, Jimin já foi para meu apartamento e
Jungkook está lá embaixo na loja, escuto alguém bater na porta e me preparo para
receber um Yoongi soltando fogo aos quatro ventos.
Mas não é o que acontece, assim que abri a porta ele abre um lindo sorriso e se joga
em meus braços.
- Oi meus amores - ele se abaixa em direção a minha barriga para falar com os bebês
- Como estão meus pequenos hoje ? Estão maltratando o pai de vocês ? Hum ? Eu
trouxe seus remédios para enjôo aposto que Jimin esqueceu - ele entrou deixando a
sacola em minhas mãos.
- Você está ? Feliz ? - o segui até o sofá.
- Muito Taehyung, muito ! - seu sorriso brilha tanto que não posso pegar que há
felicidade ali mesmo.
- Você não quer tipo matar o Jimin ? - ele me encara.
- Claro que não Taehy, por que eu mataria o amor da minha vida, meu tesouro, o
homem mais lindo desse universo ? Por que eu faria isso ? - ele me perguntou tudo
numa seriedade assustadora.
- Por que ele te marcou sem consentimento ? - ele pareceu lembrar de algo então
caiu na gargalhada.
- Oh isso, ele já está sofrendo as consequências Taehy, voce não imagina o pavor que
estou sentindo vir dele, me faz rir a cada segundo, estou amando - claro que Yoonie
está se deliciando em torturar Jimin assim, não sei como não pensei nisso antes.
- Yoonie, que maldade - ele parou de rir e me encarou.
- Maldade é ele me marcar sem pedir Taehy, vou deixar que ele sofra um pouco, para
ele aprender - dei risada da sua cara de descontente.
- Certo, você esta realmente certo, ele tem que sofrer um pouco, mas então, você
está mesmo feliz hum ? - ele abriu o sorriso mais uma vez.
- Taehy, estou marcado Taehy e foi tudo tão perfeitamente gostoso - ele pareceu
relembrar a cena.
- Oh, certo, eu não preciso saber os detalhes - levantei rápido ao sofá e fui em
direção a cozinha, mas ele veio atrás de mim tentando me contar como as marca foi
feita e infelizmente acabou me contando absolutamente tudo.
O primeiro dia de setembro

Taehyung
Um raio riscou o céu e o trovão ressoou ao longe alguns segundos depois, me
assustei e me sentei rápido na cama, não foi o barulho que me assustou mas sim
sentir algo escorrer de mim encharcando lencóis e cobertas, estou acordado há um
tempo assistindo a tempestade cair lá fora e sentindo meus filhos fazerem festa
dentro de mim, em determinados instantes senti um certo incômodo e uma leve dor,
mas nada muito grande.
Agora, sentado e rodeado por uma poça de algum líquido que saiu do meu corpo,
meu coração dispara, agarro o braço de Jungkook que se sentou junto a mim ao se
assustar com a minha levantada brusca.
- Docinho, me diga que você se assustou a ponto de fazer xixi na cama, por favor,
ainda não é a hora certa amor - ele me segura forte em seus braços e encosta a testa
em meu ombro.
Não tive tempo de o responder, uma dor horrível tomou conta do meu corpo e minha
única reação foi apertar forte a mão de Jungkook e tentar me lembrar como se fazia
para respirar, Kookie me segura forte como se eu fosse correr de perto dele e nunca
mais voltar, ele fecha os olhos com força, talvez por estar sentindo toda a minha
agonia em seu peito através da nossa marca, após um tempo que pareceu ser eterno
a terrível dor passou e Jungkook se levantou da cama para procurar o celular, ligou
para nossa médica e saiu desesperado a procura de uma roupa para que eu me
trocasse, ele já havia pressentido que seus filhos logo chegariam e todas as nossas
coisas já estavam muito bem arrumadas no quarto dos bebês, quarto esse que ainda
é um mistério para mim, segundo meus Guardiões e Jungkookie o momento perfeito
para eu ver o quarto é com meus filhos junto a mim, então aguardei ansioso esse
momento, por mais que agora sentindo essa insuportável dor eu não esteja tão
ansioso assim.
Jungkook volta com minhas roupas, me leva ao banheiro, me senta na borda da
banheira e retira devagar o blusão que eu vestia para dormir, encaro seu semblante
preocupado mas incrivelmente iluminado, ele sabe que está prestes a ter os filhos em
seus braço e a felicidade reluz de dentro dele e meu coração se aquece infinitamente.
- Estou amando sentir a ternura que vem de você docinho, mas por favor foque
apenas em você nesse momento meu amor - escuto ele falando enquanto ajusta a
temperatura da água.
- É que você esta sendo tão cuidadoso comigo - expliquei enquanto meus olhos
enchem de lágrimas e ele acaricia minha bochecha enquanto me encara.
- Estou fazendo o mínimo meu docinho, você está prestes a me dar os presentes mais
lindos de toda a minha vida - uma lágrima escorreu por seu rosto.
Se tudo correr como estamos prevendo que correrá o trio nascerá hoje, exatamente
no dia do aniversário de Jungkook.
- Mas eu preciso agradecer agora, talvez daqui há algumas horas eu esteja xingando
você, não dê ouvidos, é a dor falando mais alto - ele riu e enxugou as lágrimas
- Não vou dar ouvidos, vou ser compreensivo, juro para você docinho.
- Obrigado bruxinho.
Ele me banhou com delicadeza, mas com pressa durante o banho ele me explicou que
a médica disse que eu estou tendo as contrações que ela já havia nos avisado nas
consultas e que os intervalos entre elas aumentariam, como elas haviam acabado de
começar nós teríamos tempo de nos arrumar com calma para ir a maternidade, mas a
ansiedade falou mais alto e dentro de trinta minutos nós já estamos aqui de frente a
maternidade.
- Docinho, está sentindo algo ? Está com dor ? - neguei com a cabeça não falei muito
durante a viagem até a maternidade, o que deixa Jungkook prestes a entrar em
desespero, seguro forte sua mão que está sobre minha perna tentando lhe acalmar.
- Você avisou os padrinhos ? - Jungkook negou com a cabeça, pegou o celular e o
virou para mim sorrindo, já havia três chamadas perdidas de Jimin, então ele
retornou e colocou no viva voz.
- Alô Kookie, está tudo bem ? Yoonie teve um sonho esquisito e está ansioso demais.
- sorri, a sensibilidade de Yoongi me deixa extasiado na maioria das vezes.
- Estamos bem, Jiminie, o trio está chegando. - foi o suficiente para ouvirmos os
berros de Jimin falando para Yoongi se arrumar que estavam indo para a
maternidade, sequer falou algo a mais para nós em ligação, nós dois rimos dentro do
carro com a reação do padrinho.
Entrei na maternidade sem sentir muita dor mas alguns minutos depois aquela dor
insuportável voltou, e algumas horas depois ela estava cada vez mais forte e com
intervalos menores, graças aos seres eu me desculpei com Jungkook antes de
começar a sentir realmente a dor, porque enquanto eu a sentia a única coisa que
sabia fazer era xinga-lo, dizendo que tudo era culpa dele e que ele nunca mais
colocaria um filho dele dentro de mim e ele apenas assentia sorrindo largo o que me
fazia querer soca-lo mais e mais.
As 09:37 da manhã o primeiro bebê nasceu, o Alfa e mais velho do trio reclamou um
pouco mas o choro foi mais contido, dez minutos depois a nossa Alfa chorou a todo
pulmão mostrando a todos a que veio e depois de mais alguma minutos o nosso
omega nasceu, choro baixo mas extremamente esperto, os médicos até mesmo
brincaram dizendo que saiu encarando todos ao redor.
Eles foram levados para a incubadora, minha gestação não durou o tempo correto e
eles precisaram ficar lá alguns dias aqui.
Assim como foi surpresa para mim o quarto dos bebês é surpresa para os meninos os
nomes que darei a eles, então quando entramos na ala das incubadoras para ver
nossos filhos Jungkook ainda não sabia seus nomes e agora eles estam lá nas
plaquinhas acima de cada um deles.
O primeiro que ele leu foi Yejin, nossa pequena alfa pareceu sentir o pai de longe e
logo começou a se remexer ao sentir o toque do pai.
- Ela é perfeita, olhe essas mãozinhas - ele disse enquanto ela agarra seu dedo com
força e fica por um tempo ali encarando e tentando memorizar cada detalhe da filha.
O segundo a ser assistido pelo pai foi Yoonji, ele sorriu ao ler a plaquinha e me
encarou, o omega balbuciava algo enquanto olha para nós, Jungkook também o toca
e ele o encara ainda balbuciando.
- Ele já parece querer conversar conosco, pelo visto será um omega muito ousado -
ele me encarou e levantou uma sobrancelha - Nosso mimadinho - meu coração se
aqueceu.
Eu só queria chorar e chorar com a constatação de Kookie, porque assim que ele
nasceu e os médicos falaram o quanto ele já foi astuto e esperto me veio logo o
mimadinho em mente e fiz um pedido mudo aos seres, que meu omega seja sim, tão
forte e destemido quando o mimadinho foi.
E por último nosso alfa, Ji- Hoon ao ler o nome Jungkook suspirou alto com a
surpresa e uma lágrima escorreu de seus olhos.
- Docinho, obrigado por isso docinho. - ele me abraçou forte e voltou ao filho ficou ali
o admirando em silêncio - Será que nosso filho se parecerá com ele ?
Se nosso alfa tiver metade do altruísmo e amor dentro dele que o Rei Jeon Ji-Hoon
teve eu serei um homem completamente feliz e eu tentarei com todas as minhas
forças, tentarei cria-lo para ele ser um homem protetor e amável como o Rei foi um
dia.
- Espero que sim, espero que sim - ele sorriu e encostou no pezinho do nosso alfa
que era o único a dormir tranquilamente.
Foi nesse momento que percebi, Meu coração já não bate por mim, bate por esses
quatro que assisto nesse momento, nessa sala quase impessoal e fria eles conseguem
aquecer minha alma.
Reconstruir

Jungkook
- Quando eles terão alta ? - Jimin entra na sala choramingando, desde do nascimento
do trio ele e Yoon vem me fazer companhia, eu sei que as visitas são para aproveitar
qualquer oportunidade de ir visitar Taehyung, somente ele recebeu a visita dos dois
até agora, já que o trio não pode receber visitas.
- Irei buscá-los amanhã pela manhã - Jimin travou no lugar e em algum outro lugar
da casa ouvi Yoongi gritar.
- E você não nos avisou ? - Yoonie gritou indignado.
- Estou avisando agora, amanhã vou buscá-los - gritei com ele de volta, Jimin se
sentou devagar no sofá perto de mim.
- Kookie, você acha que serei capaz de cuidar dessas crianças ? - ele me encara
quase atordoado, sentei ao lado dele para o acalmar.
- Jiminie, você não acha que era eu que tinha que ficar apavorado assim ? Eu sou o
pai ! Por que você sempre toma essa responsabilidade para você ? - ele me encara
ainda atônito.
- V-você, você não entende Jungkook, você era meu irmãozinho, quando voltei
aquela época, quando senti todo aquele amor dentro de mim por você meu coração
entendeu o por que sempre fui tão ligado a ti, porque sempre quis cuidar de ti,
proteger e amparar, porque um dia você precisou de mim e eu não estava la Kookie,
eu não estava la quando te fizeram mal, eu não estava lá pelo meu irmãozinho - seus
olhos estão com lágrimas acumuladas.
- Jiminie... - ele negou com a cabeça e me interrompeu.
- Quando penso nos bebês acontece algo aqui dentro do meu peito, sinto um aperto e
parece que há algo, algo que estamos deixando escapar - meu corpo todo se arrepiou
quando ele terminou de falar e a preocupação tomou conta de mim, Yoongi apareceu
e notei o repreender com um olhar, seja lá o que estiver acontecendo eles estão
escondendo algo de mim.
- Nós temos uma surpresa para vocês - Yoongi desconversou e decido perguntar para
Jimin a sós mais tarde, Yoongi é duro na queda não abrirá a boca para o que quer
que eles estejam escondendo, já Jimin...
- Deixa eu adivinhar, você jogou isso no meu colo e só vai contar o que é a surpresa
amanhã quando estivermos todos reunidos - Jimin soltei um riso ao meu lado.
- Não, nós precisamos conversar com você antes, na verdade - Yoongi sentou ao lado
de Jimin sério.
- Falem que estão me deixando nervoso - eles se encararam.
- Bom - Jimin começou - Há algum tempo Yoonie vem tendo sonhos diferentes
relacionados a cabana, então ficamos curiosos sobre e acabamos indo até o escritório
do Tae pesquisar mais sobre ela e descobrimos o dono da cabana, ao que tudo
indicava o terreno da cabana estava no nome de um parente distante nosso,
entramos em contato com ele e nós a compramos Kookie, e gostaríamos de saber se
você aceita ela como presente meu e do Yoonie para vocês, vocês podem arrumar
ela, a cabana já não pára mais em pé, mas pode ser construída uma nova, vocês
podem transformar aquele lugar, dar vida outra vez, sei que podem, vocês podem
reconstruir aqueles escombros e entulhos num refúgio para vocês e...
- Para nós - interrompi ele. - Aquela cabana sempre foi um refúgio para nós e vai
continuar sendo, eu aceito cuidar do nosso lugar, ele sempre pertenceu a nós quatro
não é mesmo ? - Yoonie sorriu e assentiu.
- Então você aceita? - Yoongi questionou.
- Claro, Taehyung ficará muito feliz, vou até tentar reconstruir o jardim como o
daquela época - o rosto dos dois se iluminou em felicidade.
- Com certeza ele ficará extremamente feliz - Jimin concordou.
- Obrigado, obrigado por tudo. - meu coração é extremamente grato a esse casal
sentado ao meu lado e sequer consigo expressar em palavras então me levanto e os
puxo para um abraço desajeitado.

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Estamos a caminho de casa com o trio saudável e forte, meus filhotinhos estão no
banco traseiro confortavelmente deitados em suas cadeirinhas enquanto Taehyung os
checa a cada segundo com medo de algo acontecer com eles.
- Docinho, está tudo bem com eles, fique calmo - puxei sua mão esquerda para beijá-
la e ele sorriu para mim.
- Eu sei Bruxinho só quero olhar para eles, não consigo tirar os olhos deles - ele diz
com um biquinho nos lábios eu rio de sua reação com os filhotinhos.
Compreendo totalmente meu omega, uma coisa que não estou gostando e nem ao
menos conseguindo fazer é manter meus olhos longe dos filhotes, eles parecem
preciosos demais para perder qualquer mínimo movimento que façam.
- Jiminie e Yoonie estão lá em casa ? - a frase lá em casa aqueceu de uma forma
inigualável meu coração, nossa casa, nossa família, nossa vida, agora é tudo
maravilhosamente compartilhado.
- Estão, quase apanhei ontem quando avisei que vocês receberam alta, não sei com
quanto tempo de antecedência eles queriam que eu avisasse - Taehyung riu da minha
cara confuso creio eu.
- Sabe como eles são, provavelmente queriam fazer alguma surpresa e o seu aviso
em cima da hora os atrapalhou - ele ainda mantém sua atenção nos filhotes enquanto
fala comigo.
- Provavelmente. - falei já lembrando da tal surpresa que eu já sabia o que é.
- O que você esta escondendo de mim Jeon Jungkook ? - agora sua atenção está
completamente em mim, infelizmente, por que uma coisa que não sei fazer é mentir
para Taehyung.
- O que ? - Taehyung semicerrou os olhos enquanto me encara.
- Jungkook eu vou morrer de curiosidade, me conte o que é logo, o que eles
planejaram ? - ele aperta levemente meu braço enquanto pede.
- Não sei do que você esta falando docinho - ele continua me encarando.
Graças aos seres chegamos em meu apartamento, os padrinhos foram os primeiros a
acordarem hoje, fizeram todas as comidas gostosas que Taehyung mais ama, nossa
casa está repleta de cor por que eles arrumaram toda a ela com balões coloridos, e
um letreiro escrito bem vindos, eles ainda não sabem os nomes dos bebês e eu não
vejo a hora de contemplar suas reações ao descobrirem.
Taehyung está com Yoonji em seu colo, ele quem abre a porta, ele mal entra o
apartamento e logo escuto os dois sussurrar o quanto ele é lindo.
Entro com Yejin e Ji-Hoon um em cada braço, os dois voltam sua atenção para o casal
em meu colo também, eles parecem não se conter em felicidade ao conhecer os
sobrinhos de coração.
- Esses são Yejin e Ji-Hoon - escutei um oh sair de suas bocas - Aquele é Yoonji -
então agora eles pararam de admirar meus filhotes e me encaram para logo encarar
Taehyung também, quase chorando Jimin abraça Taehyung e Yoongi me abraça
também tomando cuidado com os filhotes, mesmo assim ele acaba mantendo Ji-Hoon
em nosso meio, então uma luz azul brilha e pousa no peito de meu filho mais velho.
- Yoonie - perguntei assustado achando que ele havia feito algo.
- Eu não fiz nada Kookie, mas eu já imagino o que seja. - levei os bebês até o quarto
e os deitei na cama, Taehyung fez o mesmo com Yoonji.
Yoongi encara Ji-Hoon atônito e tira a blusa do meu filho, encaramos a cena a seguir
quase sem respirar, há uma marca no ombro esquerdo de meu filho, uma marca que
até então não estava ali e talvez com o contato com a magia de outro bruxo ela tenha
sido desperta, agora a marca brilha num lindo tom de azul.
- O que significa isso? - Taehyung perguntou preocupado.
- Um bruxo - eu e Yoon respondemos juntos.
- Temos um bruxo na família - Taehyung me encarou incrédulo.
- Não me olhe assim Docinho - Taehyung riu.
- Para nosso filho ser bruxo ele tem que ter descendência Jungkookie. - ele cruzou os
braços.
- Ele está certo - Yoongi comentou colocando de volta a roupa de nosso filhote que
reclamava da agitação.
- Eu não sou um bruxo Docinho - Taehyung ia começar a falar algo então Jimin se
intrometeu.
- Deixe ele Taehy, agora temos que pensar nos filhotinhos e em como vamos fazer
para lidar com um bruxinho na família. - os três me encaram como expectativa.
- Ei - Yoon reclamou - Nós somos extremamente fáceis de lidar.
Nós três encaramos ele que já segura Ji-Hoon no colo e eu só consigo pensar que se
um omega e bruxo já é extremamente difícil de lidar o que será de nossa família
tendo que lidar com um alfa bruxo.
- Taehyung temos uma surpresa para vocês - Jimin mudou de assunto, Taehyung
bateu palminhas animado.
- Onde? Cadê ? - ele perguntou esticando as mãos para Jimin.
- Aqui - ele pegou na escrivaninha ao seu lado um molho de chaves e um papel,
Taehyung o olhou com estranheza mas abre o papel devagar.
Ele leva uma das mãos a boca incrédulo, Yoon devolve Ji-Hoon a cama, se aproxima
de Jimin e encara Tae com expectativa.
- I-isso é sério? Esse é o terreno da Cabana, i-isso é nosso ? - ele perguntou já
chorando.
Yoongi e Jimin apenas afirmaram com a cabeça.
- Nosso refúgio, nosso lugar, o refúgio que pertence a nós quatro. - concordei com
suas palavras e o puxei para um abraço forte, os meninos nos acompanharam e nos
abraçaram também.
- Só teremos que reconstruir uma cabana bem maior com essa quantidade de bebês
que vocês decidiram colocar no mundo - Yoongi comentou e nós rimos.
Reconstruir novos sonhos.
Reconstruir novas esperanças.
Reconstruir nossa família.
Reconstruir esse amor tão lindo que temos dentro de nós há tanto, tanto tempo.
Começaremos nossa vida no lugar que um dia ela havia sido obrigada a estagnar.
E eu sonho em como será nossa vida no nosso lugar, no nosso lar que por tantas e
tantas décadas foi um lugar que não teve vida, não teve esperança, não teve
evolução, mas agora terá.
Por que iremos reconstruir toda a nossa história.
Agora será o lugar mais feliz do mundo.
O nosso lugar.
Pesquisa:

Oi meus docinhos, tô passando aqui para fazer uma pesquisa, estou pensando em dar
continuidade na estória numa segunda temporada, vocês leriam? Me falem o que
querem da vida por favor ? Ajuda muito a autora !
A segunda temporada seria - O autor da carta.
Nela eu traria de volta o Rei Ji-Hoon ele também merece ser feliz não é mesmo?
Pensei muito nisso e decidi que nosso amado rei e Paizão merece viver uma vida
lindinha em família e o nosso querido bruxinho Ji-Hoonzinho ao descobrir sobre a
história do dono do seu nome vai atrás dele, vai ser bem louco, os Taekook vão ter
que viver tudo mais uma vez e vão surtar com isso.
O retorno ao passado será mais voltado para o Reino de Figther e veremos mais o
pov do Jungkook e do Jimin e claro ela será menor que a primeira, creio eu...
Os Namhope podem aparecer mais nessa temporada também.
Agora é com vocês !
Caso vocês queriam eu já começo a escrever, caso não estejam tão a fim eu faço o
epílogo da família e acaba aqui nossa história !
Comentem aqui, até mais meus docinhos <3