Você está na página 1de 8

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E SUAS FUNÇÕES

Andrea Dorneles Castilhos

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo trazer em uma visão geral como é o funcionamento
da máquina pública. Tratando-se de uma forma bem ampla com base nos conceitos das
leis que regem o poder público, essas normas jurídicas legais encontra-se no artigo 59 da
Constituição federal 1988: leis de emendas constitucionais, leis complementares, leis
ordinárias, leis delegadas, medida provisória, decretos legislativos e resoluções. E assim
como o executivo e o legislativo deve administrar os órgãos públicos, com seriedade e
comprometimento, pois se trata do bem comum de todos. Base legal é a Constituição
Federal de 1988. Neste sentido tratou-se dos principais fatores que se movem o poder
público.
.
Palavras-chave: Administração Pública; Direito Público; Leis.

INTRODUÇÃO

Quando se fala em Administração Pública ou Direito Administrativo, muitos não


conseguem entender como realmente funciona um órgão público que é a tão falada
administração pública, neste artigo queremos trazer para você caro leitor como é na
pratica uma administração pública. Vamos abordar com base na legislação, no Direito
Administrativo.
A administração pública é composta pela administração pública direta e indireta,
administração direta é composta por: União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
enquanto a administração indireta é composta pelas: Autarquias, Fundações Publica,
Sociedade de Economia Mista e empresas Publica, ambas obedecerão aos princípios
explícitos, que são: legalidade (competência conforme a lei determina), impessoalidade
(finalidade, de interesse do povo), moralidade (legal e impessoal), publicidade
(publicação de forma pública, ex. diário oficial), eficiência (avaliação do desempenho
continuo do servidor público). É um conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado,
também as autarquias, com sentido prático e objetivo, tende a segurar a satisfação das
necessidades coletivas, tais como a saúde, educação, segurança, cultura e bem-estar da
população. Expresso no artigo 37 da Constituição Federal de 1988.
1 DOS CONTROLES

Controle externo e interno, o controle interno é a cargo do Congresso Nacional


(poder legislativo) no âmbito da União, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas
da União -TCU, cada órgão, instituição, poder, sempre no âmbito da administração direta
ou indireta precisa manter um controle interno. O controle interno será capaz de fazer a
fiscalização: contábil, financeiro, operacional e patrimonial, a fiscalização exercida pela
Controladoria-Geral da União - CGU é interna, pois é feita exclusivamente sobre verbas
proveniente do orçamento do poder Executivo. O sujeito passivo pode ser qualquer
pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou
administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que em
nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

2 AS LEIS NO BRASIL

Para se criar ou modificar uma lei é preciso de um projeto que pode ser apresentado
por deputado federal ou senador, comissão da câmara ou do senado ministro do STF, pelo
presidente da república, procurador geral da república. O texto do projeto de lei é
encaminhado para o senado ou para a câmera dos deputados, para ser analisado pelas
comissões temáticas e depois pelas comissões que tem mais conhecimento e competência
de analisar o conteúdo do projeto. Ele obrigatoriamente para pela comissão de
constituição e justiça que vai avaliar se o projeto não é anticonstitucional. Assim que for
aprovado pelas comissões parlamentares, ele seque para o plenário da câmera dos
deputados para discussão e votação, que é o órgão de poder máximo do legislativo. Sendo
aprovado na câmera o projeto segui para o senado será analisado por comissões técnicas,
se tudo estiver de acordo o texto é votado novamente. Sendo aprovado o projeto vai para
o Presidente da República onde ele vai sancionar ou vetar, se aprovado será publicado no
diário oficial da união. E deixará de ser um projeto de lei para ser uma lei oficial.
Lei complementar por ser uma lei mais especifica, ela precisa ser aprovada pela
maioria absoluta, que é a metade dos senadores mais uma pessoa.
Quadro 1. Leis e suas funções no âmbito da administração pública.
LEI COMPETENCIA
emendas à Constituição São leis para a alteração da Constituição Federal, desde
que não seja anticonstitucional.
Serve para regular os assuntos que o legislador
leis complementares constituinte entende de importância fundamental.
É o ato legislativo típico por excelência, o ato normativo
primário que edita normas gerais e abstratas. Abordando
leis ordinárias assuntos diversos nas áreas penal, civil, tributária,
administrativa, regulando quase todas as matérias de
competência da união
Está previsto no Atg.68 da Constituição Federal e trata-
se de um ato normativo do presidente da república que
leis delegadas necessita autorização do congresso nacional para sua
elaboração. Esta lei também está presente no âmbito dos
estados e municípios.
É editada pelo presidente da república em casos de
medidas provisórias relevância e urgência.
serve como instrumento de regulamentação das relações
decretos legislativos jurídicas decorrentes do período de eficácia das medidas
provisórias antes de sua conversão em lei.
É um ato administrativo normativo emitido por
autoridade superior, com a finalidade de disciplinar
matéria de sua competência específica, elas não podem
resoluções produzir efeitos externos, tampouco contrariar os
regulamentos e os regimentos, mas sim explicá-los, e
trata de matéria de competência exclusiva do poder
Legislativo.
Fonte: Autor

3 DAS FINANÇAS PÚBLICAS - ORÇAMENTO

As leis orçamentarias
Constituição Federal: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo
estabelecerão:
I- o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentarias;
III - os orçamentos anuais.
Lembrando que estas leis são aplicadas em todos os níveis federativos sendo: da
União, Estados, Distrito Federal e Municipal. Tanto para o Executivo, Legislativo,
Judiciário e quanto as funções essenciais da Justiça. O plano plurianual -PPA, ele é feito
para os quatros anos consecutivos, começando no segundo ano do mandato, as diretrizes
orçamentarias é feito a cada ano para o ano seguinte, e o orçamento anual também é
elaborado pós a elaboração das diretrizes orçamentarias, para o ano seguinte. A lei que
instrui o plano plurianual (PPA) é de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas
da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e
para as relativas aos programas de duração continuada. Já a lei de diretrizes orçamentarias
(LDO) compreenderá, as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo
a elaboração da lei orçamentaria anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária
e estabelecerá a política das agências financeiras oficiais de fomento. Em quanto a lei de
orçamentos anuais (LOA), compreenderá: I- o orçamento fiscal referente aos Poderes da
União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II - o orçamento de investimento
das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social
com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades
e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e
fundações instituídos e mantido pelo Poder Público. A LOA deve estar de acordo com a
LDO e a LOA e a LDO deve estar em acordo com o PPA. Cada órgão público por
exemplo o Tribunal de Justiça elabora a sua proposta orçamentaria encaminha a sua
proposta para o governador do estado (o chefe do poder Executivo Estadual), o
governador receberá todas as demais propostas dos órgãos que tem autonomia
orçamentaria, junta tudo em um único projeto de lei e encaminha para o Poder Legislativo
sendo aprovado será a lei do orçamento do ano seguinte.
O plano plurianual conte o orçamento (despesas) o custo da administração isso é
das atividades, despesas com o pessoal, despesas de capital que é investimentos públicos.
Quadro 2 - Leis de iniciativa do Poder Executivo

PPA LDO LOA

• 4 anos • anual • anual


• estratégico • tático e • operacional
e tático operacional

Fonte: Autor

4 RESPONSABILIDADE FÍSCAL NA GESTÃO

Lei 101 de 2002, § 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação


planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar
o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre
receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita,
geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e
mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de
garantia e inscrição em Restos a Pagar.
A responsabilidade fiscal na gestão fiscal é ação planejada e transparente, trabalha
na prevenção de riscos, correção de desvio para garantir o equilíbrio das contas públicas
através do cumprimento de metas de resultado entre receita e despesas, em obediência a
limites e condições na renúncia de receita, na geração de despesas com: pessoal e
seguridade social, para operação de credito (incluindo antecipação de receita), concessão
de garantia e inscrição em restos a pagar. A LRF, obriga a: União, Estados, Distrito
Federal e os Municípios em qualquer de seus poderes e funções.
Receita corrente liquida na Lei 101/2002 é o somatório das receitas tributárias, de
contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências
correntes e outras receitas também correntes, deduzidos
Despesas: transferências constitucionais e legais para Estados e Municípios,
contribuição previdenciárias do art. 195, I, a e II, do art.239 da Constituição Federal de
1988 (PIS/PASEP), contribuições dos servidores para RPPS regime previdenciário
próprio mais assistência social, compensação do RGPS que é uma entidade pública de
caráter obrigatório para os trabalhadores regidos pela CLT. A Receita Corrente Liquida -
RCL, será apurada somando-se as despesas do mês referência mais os 11 meses
anteriores.

5 DOS AGENTES PÚBLICOS

Podem ser classificados como: Políticos, Administrativo, Delegados, Honoríficos,


Credenciados e Agentes de Fato. Eles podem exercer um cargo que é: Servidores
públicos, regime estatutário, entidades de direito público (adm. direta, autarquias e
fundações públicas). Segundo as normas constitucionais:
Concurso público, obrigatório para o cargos efetivos e empregos públicos, provas
ou provas e títulos, validade: até 2 anos, prorrogável 1x por igual período, não se aplica:
cargo em comissão, cargo eletivo, temporários, ex-combatentes, agentes comunitários de
saúde ou de combate a endemias (ACS e ACE).
Cargo em comissão e função de confiança: direção, chefia e assessoramento,
cargo em comissão: livre nomeação e exoneração; lei pode reservar percentual de vagas
para servidores de carreiras, função de confiança: somente servidores efetivos
(designação).
Greve e associação sindica: servidor civil (não se aplica aos militares), greve:
eficácia limitada, lei não editada, segue a legislação trabalhista, princípio da continuidade:
policiais civis e segurança pública: não podem.
Acumulação de cargos: regra: vedação, exceção (desde que haja compatibilidade
de horários): 2 cargos de professor, 1 professor mais 1 técnico ou científico, 2
profissionais de saúde regulamentada, outros casos (CF): magistrado ou membro MP
mais magistério; vereador mais cargo; militar saúde mais outra saúde.
Estabilidade: somente servidores efetivos (não se aplica empregados e cargo em
comissão), requisitos: concurso público (cargo efetivo) mais 3 anos exercício mais
avaliação especial, após estável, só pode perder o cargo: sentença judicial transitada em
julgado, PAD com ampla defesa, avaliação especial (lei complementar).
Aposentadoria: Invalidez permanente: proventos proporcionais (regra), exceto
(integrais, na forma da lei): acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave,
contagiosa ou incurável, compulsória: 75 anos (proventos proporcionais), voluntária: 10
anos no serviço público e 5 no cargo, homem 60 anos idade e 35 anos de contribuição ou
mulher 55 anos idade e 30 anos de contribuição, proporcionais: homem 65 anos de idade;
mulher 60 anos de idade.

6 LICITAÇÃO E PREGRÃO.

Lei n° 8.666 21 de junho de 1993, trata-se da licitação. Art. 1°. Esta Lei
estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras,
serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da
administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as
empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas
direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Lei n°10.520 de 17 de julho de 2002, trada-se do pregão. Art. 1º. Para aquisição
de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que
será regida por esta Lei.
Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos
deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.
O processo de licitação deve cumprir e observar aos seguintes princípios:
moralidade; impessoalidade; legalidade; probidade; publicidade; julgamento Objetivo;
vinculação ao Instrumento Convocatório e competitividade. Tais princípios guia o
processo licitatório e com o objetivo de sempre a melhor escolha do bem para a população
com o menor custo.
São seis modalidades de licitação: concorrência, tomada de preço, convite,
concurso, leilão e pregão, vamos ver cada uma delas. Concorrência: ter habilitação
preliminar, para obras e serviços de engenharia mais de 3,3 milhões, quando for compras
e serviços mais de 1,43 milhão. Tomada de preços, cadastrados, para obras e serviços
de engenharia até 3,3 milhões, e para compras e demais serviços até 1,43 milhões.
Convite, no mínimo 3 convidados, fixação de cópia, para obras e serviços de engenharia
até 330 mil, e para compras e demais serviços até 176 mil. Concurso, trabalho técnico,
científico ou artístico, prêmio ou remuneração divulgação edital: no mínimo 45 dias antes.
Leilão, alienação de bens, móveis (regra): inservíveis, apreendidos, penhorados,
imóveis (exceção): origem dação em pagamento ou procuração Judicial. Pregão, Lei
10.520/2002, bens e serviços comuns.
Para a administração pública se tem o plano plurianual que é valido para quatro
anos, onde o primeiro ano do PPA, começará no segundo ano do mandato, a partir do
PPA é realizado a LOD, lei de diretrizes orçamentaria está lei é anual, e na sequência a
LOA, lei do orçamento anual. A lei de RPF, responsabilidade fiscal, ela foi criada para
manter-se o equilíbrio das contas públicas, sendo as receitas que vem dos impostos ou
taxas de serviços, e as despesas que são as atividades operacionais, administrativas e do
pessoal. Para a melhor aplicação do dinheiro público os contratos de compras e prestação
de serviços é com base nas leis de licitação cada modalidade com suas particularidades.
A administração pública pode ser direta ou indireta, centralizada ou decentralizada. O
poder executivo não pode sair fazendo o que ele bem entende, tudo o que ele quer fazer
é preciso passar pelo poder legislativo para análise e votação e aprovação da solicitação
do poder executivo. O poder legislativo com o auxílio do poder judiciário tem como dever
fiscalizar as ações do poder executivo.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da República do Brasil de 1988.


BRASIL. Lei complementar n° 101, de 4 de maio de 2000.
BRASIL. Lei complementar n° 10.520, de 17 de julho de 2002.
BRASIL. Lei complementar n° 8.666, de 21 de junho de 1993.
BRASIL. Normas brasileiras de contabilidade: contabilidade aplicada ao setor público:
NBC’s T 16.6 R1 a 16.11. Conselho Federal de Contabilidade.

Você também pode gostar