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1. Descreva em poucas palavras o impacto da Talidomida no uso clínico.

(1 ponto)
O impacto mais marcante causado pelo uso da talidomida foi o imenso número
de defeitos congênitos severos apresentados pelas crianças nascidas de mães que
usavam a talidomida. Contudo, o impacto não foi apenas negativo, essa tragédia fez
com que surgissem novas medidas e protocolos necessários para o uso de
medicamentos em seres humanos, assim como um novo sistema de testagem.
Desencadeou, também, debates éticos sobre o comportamento da indústria
farmacêutica e sobre as condições de vida e os direitos das pessoas com deficiências
causadas pelo medicamento.

2. A Talidomida ainda é usada clinicamente, em que casos? (1 ponto)


Hoje, a Talidomida, ainda é amplamente utilizada como anti-inflamatório e
anti-angiogênico. Algumas das propriedades da Talidomida, como anti-inflamatório
são úteis no tratamento de Hanseníase com eritema nodoso, essa condição pode causar
dor extrema, nesses casos, a administração da Talidomida é recomendada. Outras
aplicações incluem casos graves de infecção por HIV, lúpus, síndrome de Behçet,
histiocitose de células de Längerhans e doença do enxerto versus hospedeiro. Já como
anti-angiogênico, a talidomida inibe a hipervascularização, o crescimento e a
metástase do tumor, demonstrando ser útil contra mieloma múltiplo.

3. Estrutura molecular da Talidomida. (1 ponto)

4. Reconheça o tipo de assimetria molecular e mostre na estrutura. (2 ponto)


A molécula de talidomida apresenta isomeria óptica e possui 2 isômeros
ópticos (enantiômeros) porque contém um carbono assimétrico.
O carbono assimétrico (quiral) está destacado na imagem por um ponto verde
acima da ligação
5. Desenhe as configurações absolutas para os enantiômeros e os identifique de forma
não ambígua. (2 pontos)

6. Dê uma explicação baseada na reatividade para a labilidade configuracional da


Talidomida. (3 pontos)
A molécula da talidomida apresenta, em seu carbono quiral, a presença de um hidrogênio
que pode ser facilmente protonado, isso se deve ao deslocamento do orbital do carbono
para próximo do oxigênio, favorecendo a formação de um carbânion, tanto em meio
ácido,básico e fisiológico. O “espaço” deixado pela protonação abre caminho para uma
nova integração desse hidrogênio (essa integração só é possível pois o carbono deixa sua
configuração sp3, tetraédrica, para um ps2, trigonal plana, dando estabilidade e
possibilitando a volta do H), a depender da forma como esse hidrogênio volta a molécula,
ou seja, por qual lado ele se liga, forma-se um isômero diferente. Essa característica dá a
molécula de talidomida a labilidade, alternando-a entre o anti-inflamatório e o
anti-angiogênico, não podendo ser tratada como mistura racêmica.
Referências
James H. Kim, Anthony R. Scialli, Thalidomide: The Tragedy of Birth Defects and the
Effective Treatment of Disease, Toxicological Sciences, Volume 122, Issue 1, July 2011,
Pages 1–6, https://doi.org/10.1093/toxsci/kfr088;

MORO, Adriana; Invernizzi, Noela. A tragédia da talidomida: a luta pelos direitos das vítimas
e por melhor regulação de medicamentos. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de
Janeiro, v.24, n.3, jul.-set. 2017, p.603-622;

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