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18 – Relatório de Auditoria para Análise de Empresas: Objetivos,


Tipos e Estrutura
05/12/2019 às 17:48

Felipe Pontes

Um dos primeiros itens que os investidores devem olhar nas Informações Trimestrais (ITR ITR) e nas Demonstrações Financeiras
Padronizadas (DFP
DFP) é a análise que a auditoria independente fez sobre as informações divulgadas pela empresa, visto que você pode
gastar tempo analisando uma informação contábil que não é útil.

A análise da auditoria aparece no 2nal dos relatórios e lá é possível para o investidor analisar o relatório com os comentários e as
declarações que a auditoria fez quanto aos dados divulgados pela companhia.

Deve-se ressaltar que existe uma norma do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a NBC TR 2400, que dispõe sobre trabalhos de
revisão de demonstrações contábeis. Quem tiver interesse em se aprofundar no assunto, recomenda-se que leia a norma.

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Trabalho de Revisão das Demonstrações Contábeis


Durante o processo de revisão das demonstrações contábeis, baseado na NBC TR 2400 e demais normas de Auditoria, o auditor deverá
expressar uma conclusão referente às demonstrações contábeis. Esse ato dará maior grau de con2ança aos usuários que utilizarão as
demonstrações contábeis.

Ainda segundo as normas de auditoria, o relatório de auditoria inclui a descrição de como foi realizado o trabalho de revisão das
demonstrações contábeis, para que assim os usuários sejam capazes de entender a conclusão que o auditor tomou quanto às
demonstrações.

Objetivo da Auditoria das Demonstrações Contábeis


O trabalho de revisão das demonstrações contábeis tem diversos objetivos, dentre eles podemos destacar:

1. Obter segurança limitada, pois como a auditoria se utiliza de procedimentos analíticos e indagações, o seu processo faz
com que todas as demonstrações contábeis sejam analisadas e avaliadas se estão livres de erro, permitindo que o
auditor expresse sua opinião, seja ela positiva ou negativa.
2. A emissão de relatório possibilitará aos diversos usuários da informação contábil poder analisar como foi procedido o
processo de auditoria, bem como os procedimentos e os comentários dos auditores.

Estrutura do Parecer
A estrutura do parecer de auditoria é formada por diversas informações, algumas estão apontadas abaixo:

Opinião do auditor

Nesta parte do parecer, o auditor irá fornecer a sua opinião sobre as demonstrações 2nanceiras da empresa, bem como o período que
está sendo analisado e se as demonstrações estão de acordo com as práticas contábeis brasileiras.

Base para opinião

O auditor irá fornecer informações sobre se a auditoria foi baseada nas normas de contabilidade brasileiras e internacionais, bem como
as normas de auditoria que foram utilizadas durante o processo.

Principais assuntos de auditoria

Nesta seção, o auditor irá expor quais foram os itens mais signi2cantes de acordo com a análise do mesmo, além de falar sobre os
procedimentos contábeis da empresa. O auditor apontará quais foram as técnicas utilizadas para conferência do item em questão e se
concorda com a contabilização utilizada pela empresa.

Responsabilidade da administração pelas demonstrações contábeis

São expostas no parecer que a responsabilidade de elaboração das demonstrações contábeis é da administração da companhia,
demonstrações essas que devem ser padronizadas com as normas brasileiras e internacionais de contabilidade.

Responsabilidades do auditor pela auditoria das demonstrações contábeis

Nesta parte, o auditor apresenta os objetivos da auditoria no processo de elaboração e auditoria das demonstrações contábeis.

Tipos de Parecer ou Relatório de Auditoria


A partir de agora abordaremos quais são os tipos de pareceres que os auditores podem emitir durante o processo de auditoria. São
quatro tipos:

Parecer sem ressalva


Parecer com ressalva
Parecer adverso
Parecer com abstenção de opinião

O parecer sem ressalva é aquele no qual o auditor considera que todas as informações apresentadas pela companhia representam de
forma relevante os dados da empresa, ou seja, entende-se que o parecer sem ressalva implica que as demonstrações contábeis estão de
acordo com as praticas contábeis e que as informações apresentadas estão condizentes com os negócios e as praticas operacionais da
empresa, que as demonstrações atendem todos os requisitos legais e normativos e que todas as informações relevantes para os
usuários foram apresentadas de forma adequada nas demonstrações contábeis.

Um exemplo do parecer sem ressalva é exposto na 2gura abaixo.

Figura 1 – Parecer da Companhia Siderurgia Nacional no ano de 2018

Fonte: DFP (2018)

O parecer com ressalva é aquele em que o auditor conclui que os efeitos do assunto que dão origens às modi2cações são relevantes,
porém eles não estão disseminados ou generalizados nas demonstrações contábeis

Dessa forma, toda vez que observamos um parecer com ressalva, devemos lembrar que aquela ressalva é sobre um item especi2co, não
sobre a demonstração de forma geral.

Na 2gura abaixo é possível observar um exemplo.

Figura 2 – Parecer da Companhia Grendene no 3° de 2019

Fonte: 3° ITR (2019)

O parecer adverso
adverso, diferente dos demais, ocorre quando o auditor identi2ca que as demonstrações contábeis estão incorretas ou
incompletas. O parecer adverso se dá quando a demonstração contábil não representa adequadamente a posição patrimonial e 2nanceira
da empresa, bem como suas operações.

O auditor emite esse tipo de parecer quando os efeitos analisados comprometem de forma geral as demonstrações contábeis, não
cabendo assim um parecer com ressalva.

A 2gura abaixo exempli2ca um parecer adverso da companhia Grande Recife Consórcio de Transportes Metropolitano no ano de 2017.

Figura 3 – Parecer da Companhia Grande Recife Consórcio de Transportes Metropolitano no ano de 2017

Fonte: DFP (2017)

Por 2m, o parecer com abstenção de opinião é aquele no qual o auditor tem uma limitação quanto à prática de suas análises e seus
procedimentos, sendo assim, neste tipo de parecer, o auditor não consegue expressar sua opinião em virtude de não conseguir fazer a
análise completa das demonstrações 2nanceiras da empresa.

Na 2gura abaixo é exempli2cado um caso de companhia que recebeu um parecer com abstenção de opinião no ano de 2016.

Figura 4 – Parecer da Companhia MMX no ano de 2016}

Fonte: DFP (2016)

Porque o investidor deve se preocupar com os pareceres de auditoria?


Com as informações dos pareceres, o investidor pode entender se a empresa possui boas práticas de gestão contábil e boas práticas de
governança.

Além disso, o investidor se sentirá mais seguro quanto à análise dos dados 2nanceiros, visto que a auditoria independente revisará todos
os dados 2nanceiros da empresa, bem como revisará a atividade operacional da companhia, de modo a ver se há coerência com os dados
2nanceiros.

Sendo assim, entende-se que a análise dos pareceres de auditoria também é uma ferramenta de apoio ao investidor durante o processo
de tomada de decisão de investimento.

Leia também:

Analisando os números contábeis em conjunto


Contabilidade e investimentos: dois irmãos que devem andar juntos
Entendendo como são classificados os investimentos e suas peculiaridades

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Referências
NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE – NBC TA ESTRUTURA CONCEITUAL, DE 20 DE NOVEMBRO DE 2015. Disponível em
https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/nbc-ta-de-auditoria-independente/

Ígor Leite
Contador e Mestrando em Ciências Contábeis pelo PPGCC/UFPB
Contribui com textos educativos para o TC SChool

Felipe Pontes
Diretor Educacional do TradersClub

Doutor em Contabilidade com foco em informações contábeis para o mercado de capitais pelo Programa UnB/UFPB/UFRN.
Professor de Contabilidade e Valuation.
Gestor de Clube de Investimento.

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