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GERENCIAMENTO DE PROJETOS em ORGANIZAÇÕES DO SETOR SUCROALCOOLEIRO. Abstract
GERENCIAMENTO DE PROJETOS em ORGANIZAÇÕES DO SETOR SUCROALCOOLEIRO. Abstract
Marco Coghi
coghi@cbtanet.com.br
CBTA – Centro Brasileiro de Tecnologia e Automação Ltda
Abstract
Sugar and Alcohol plants in Brazil are in great increase of expansion. They need to start its
PDAI (Director Planning of Automation Technology and Information Technology) with the purpose to
direct its investments in automation and information tecnologies, its priorities as well as defining
standards technician that guide what and as to make such investments. At this moment in the market,
they also perceive that a methodology was necessary of as to implement and manage this portfolio of
investments (called “Projects”). This article, was based in PMBoK® - 3th edition publication of PMI
(Project Management Institute) and a consultant company, CBTA, identifying the needs of each
customer to reach success in this phase of great demand of projects. The intention of this work is to
present this methodology and as it is being applied in practical.
Resumo
As usinas de açúcar e álcool estão em grande expansão. Elas precisam iniciar seu PDAI
(Plano Diretor de Automação e Informação) com a finalidade de direcionar seus investimentos em
automação e informática, suas prioridades, bem como definir padrões técnicos que orientam “o que”,
e “como” fazer tais investimentos. Neste momento de mercado, as usinas também percebem ser
necessária uma metodologia de “como” gerenciar e implantar esta carteira de projetos. Esse artigo foi
®
baseado no PMBoK - 3ª. Edição publicado pelo PMI (Project Management Institute) e em conjunto
com a empresa de consultoria CBTA, identificando as necessidades de cada um de seus clientes
para alcançar êxito nesta fase de grande demanda de projetos. O intuito deste trabalho é apresentar
esta metodologia e como ela está sendo aplicada na prática.
Escopo
Custos
Prazos
Qualidade
Para que seja possível lograrmos êxito na implantação de novos empreendimentos de automação
dos processos industriais, agrícolas como também os gerenciais, entendemos ser preciso definir
como iremos iniciar, planejar, executar, controlar e encerrar esses projetos. Em cada uma destas
fases deverão ser gerados documentos específicos com a finalidade de garantir que o projeto inicie e
termine dentro do prazo, com custos adequados e tendo como produto o escopo definido com a
qualidade esperada.
Neste artigo, demonstramos de forma prática como criamos uma metodologia para o Gerenciamento
do Trabalho (Documentos Administrativos que cabem ao Coordenador do Projeto) denominada
Otmma3 GP e para o Gerenciamento Técnico (Documentos de Design que cabem aos fornecedores
configurarem), denominada Otmma3 Aut e compartilhar com os usuários de automação e informática,
a experiência adquirida na prática tanto pela consultoria como para o cliente-usuário da metodologia
para gerenciamento de projetos. A partir da metodologia, mostrar como o leitor deve usá-la na prática
e como transformar “Estratégias” do grupo sucroalcooleiro em “Resultados” a partir de métricas
tangíveis e critérios de aceitação qualitativos.
Essa metodologia foi baseada em diversas pesquisas, tanto em documentos técnicos de engenharia,
normas técnicas aplicáveis, procedimentos, ferramentas de integração desenho-banco de dados,
bem como documentos administrativos que cabem ao Coordenador do Projeto idealizar, monitorar e
controlar durante todo o ciclo de vida do projeto.
APM Global BoK da Universidade de Manchester U.K. / CRMP / APM, e por fim,
A verba sempre vem “em cima da hora” e o tempo para se idealizar um projeto é sempre comprimido;
Controle:
Supervisório:
Sistema partiu, fábrica está operando, mas passa-se o resto do ano resolvendo pendências da
configuração ou montagem;
Segurança de processo:
O descritivo funcional não está estruturado para ser interpretado a 2 mãos (Operador e
Programador);
Nem sempre está “as-builtado” conforme o programa que está rodando na CPU hoje.
Propostas de Capital dos Investimentos nem sempre alinhadas dos Objetivos do Planejamento
Estratégico;
A verba vem “em cima da hora” e o tempo para se idealizar o projeto é comprimido;
Não aplica um controle que ligue as Mudanças corriqueiras do Escopo com as consequências de
Prazos, Custos e Riscos.
A metodologia Otmma3 GP aqui proposta para Gerenciamento do Trabalho e Otmma3 Aut para
Gerenciamento Técnico (ambos formam o Gerenciamento do Projeto), nada mais é do que um
conjunto de Instruções, Procedimentos, Ferramentas, Especificações, Regulamentos, Normas e
Formulários prontos para serem aplicados em todas as Fases do Ciclo de vida do Projeto.
Em nosso caso por termos escolhido o livro de Boas Práticas do PMI, chamado de PMBoK (Project
Management Body of Knowledgement), os 44 processos por ele propostos em sua 3ª. edição,
roteirizam “O QUE FAZER” para que um projeto seja bem sucedido.
A metodologia Otmma3 GP que adequamos na Usina, implementa “COMO FAZER” cada um destes
Processos estabelecendo instruções e passos para o Gerenciamento do Trabalho e Gerenciamento
Técnico desses projetos.
As fases de um projeto que estão contempladas dentro da metodologia são: Iniciação, Planejamento,
Execução, Monitoração / Controle e Encerramento, formando seu Ciclo de Vida:
Programas
Projetos
Sub-Projetos
O formulário que compila cada um dos projetos advindos do Planejamento Estratégico pode ser como
o modelo abaixo:
Carteira de Projetos
Categoria Ref. Projeto Gerente Conclusão Custo Proposta
P.01. Programa Inovações
Adotar a Automação e Informática como disciplinas estratégicas para ajudarem na conquista dos
objetivos estratégicos da Usina tem que ser o item mais importante. Depois dessa decisão, deve vir o
PDAI. Um grande passo na organização dos projetos de automação e informática das novas usinas
do grupo, será servir-se desse Programa e fazer com que a Automação e Informática
verdadeiramente gere valor para a conquista dos objetivos de seu Planejamento Estratégico.
Definido pelo desdobramento da uma das metas estratégicas do grupo sucroalcooleiro, um PDAI tem
como objetivo contribuir para melhora dos processos e seus respectivos produtos. E dele devem
surgir projetos como nos exemplos a seguir :
A metodologia a ser aplicada pelo leitor em sua Usina ou Grupo Sucroalcooleiro, visa atender a essa
demanda e sua proposta representa o resultado da integração entre os processos e procedimentos
utilizados nos empreendimentos de Automação e Informática associado as melhores práticas de
Gerenciamento de Projetos preconizados no PMBoK (Project Management Body of Knowledgement)
do PMI.
Dessa forma, a complexidade de implantar cada empreendimento no momento certo, em acordo com
os vetores estratégicos estipulados pelo Planejamento Estratégico da Usina, traz diferentes modelos,
áreas de responsabilidade de gerenciamento tanto técnico como do trabalho dos empreendimentos
em seu referido cronograma de implantações.
Para a elaboração do PDAI do grupo, dividimos suas unidades conforme sugere a norma S-88 da ISA
– Grupo, Site, Área, Sub-Área, Equipamento de Processo, Instrumentos / Válvulas /Motores.
Quanto à hierarquia das informações trocadas, o Comitê de Automação e Informática deve adotar um
modelo ou conceito de integração de dados, informações e conhecimento, como o Digital Plant,
idealizado por este autor.
Uma vez criado dentre o Comitê de Automação e Informática todos estes conceitos é hora de “mãos
a obra” e elaborar o PDAI começando pela Arquitetura Sonho. Essa representação diagramática,
demonstra como os computadores da organização se interligarão quando todos os projetos forem
concebidos no horizonte de um período de tempo. O PDAI da organização segue o horizonte de seu
P.E.- Planejamento Estratégico, ou seja, horizonte de 3 a 5 anos.
Portfólio de Projetos
Nossa metodologia também propõe a Lista de Hardware e Software mais detalhada que a do PDAI.
Colocando para cotação no mercado o Fluxograma de Engenharia revisado, a Lista de Instrumentos,
a Lista de E/S, a Arquitetura do Sistema e a Lista de Hardware e Software, pode-se obter propostas
mais completas dos fornecedores, habilitando o Comitê de Automação e Informática elaborar a
Planilha Básica do Investimento. Em seguida, elabora-se a Proposta Executiva do Projeto para sua
análise de viabilidade e autorização de Go / NoGo pela alta administração.
Estudo Detalhado
O Estudo Detalhado é o “livro” que detalha com um maior grau de precisão o investimento em moeda
corrente. Para isso, seus documentos planejam em detalhes as compras técnicas, o desenvolvimento
de software e a montagem dos equipamentos no campo. Só pode ser disparado ao mercado para a
contratação de uma empresa de engenharia, se a decisão pela Planilha do Investimento advinda do
Estudo Conceitual (Básico) foi positiva (Decisão “Go”).
A metodologia de Gerenciamento de Projetos Otmma3, propõe ao leitor uma organização para o ciclo
de vida de um empreendimento de automação e informática – Gerenciamento Técnico do Projeto
(Otmma3 Aut)
A metodologia tratada neste trabalho possui uma Lista Mestra de Documentos para todos os
tamanhos de empreendimentos, desde um pequeno até um grande.
Projeto
Fase
Etapa
Atividade 1
Pacote de Trabalho Atividade 2
Atividade 3
Atividade “n”
Entrega
O escopo do projeto é descrito de maneira geral no início do projeto e se torna mais explícito e
detalhado conforme a equipe do projeto desenvolve um entendimento mais completo dos objetivos e
das entregas. A Elaboração Progressiva não deve ser confundida com aumento do escopo.
A metodologia contempla a organização do Ciclo de Vida do Projeto em 4 Fases padronizadas para
que sejam sincronizadas com o mesmo cronograma das demais especialidades técnicas. Adaptados
do PMBoK, utiliza os mesmos processos para gerenciamento do trabalho sugerido pelo PMBoK num
total de 44 processos distribuídos em cada fase do Ciclo de Vida por ela padronizados, bem como
também aplica suas 9 áreas de conhecimento para gerenciamento do trabalho sugeridas.
Fase: Para melhor acompanhar um Projeto é necessário dividi-lo em partes menores (Fases). Na
Metodologia, as Fases têm nomes genéricos para que seja utilizada no mesmo cronograma das
demais especialidades aplicativas que o Investimento requeira.
Processos são conjuntos de ações e atividades inter-relacionadas realizadas para obter um conjunto
pré-especificado de resultados.
Milestone: Aprovar Projeto Detalhado para Execução (Compras, Config. Sistemas e Montagem).
Na fase Planejamento geram-se pastas de engenharia, as quais serão entregues para determinadas
ações:
• Pasta “Compras” – para o departamento de Compras da organização investidora realizar todas as
compras de Equipamentos e Software (Pedidos de Compra) e compras de Serviços (Contratos);
2º.) Desenvolver a Declaração de Escopo Preliminar Fazer Projeto Básico: FLX, LI, LES
Buscar Banco de Preços de Produtos e Serviços.
Elaborar Caderno de Encargos de Engenharia (que fará o Estudo Detalhado).
Elaborar Planilha Básica do Investimento.
Elaborar Proposta Executiva do Projeto e adequá-la até obter o TAP Aprovado.
Solicitar ao PMIS a visão “Gráfico de Gantt” para enxergar o Caminho Crítico do projeto.
13º.) Orçamentação
Revisar Planilha Básica do Investimento, transformando-a na Planilha do Investimento. Se possível
casá-la com o Plano de Contas do depto. Financeiro.
Preencher campos Análise Quantitativa dos Riscos no documento Planejamento dos Riscos da
metodologia;
Análise numérica do efeito dos riscos identificados nos objetivos gerais do projeto. Preencher campos
pertinentes no documento Planejamento dos Riscos da metodologia.
CONCLUSÃO
Como podemos observar, diversos processos são necessários para o gerenciamento eficaz de
projetos de qualquer natureza, em especial os de automação e os de informática. O uso adequado de
uma metodologia permite que exista maior sinergia nos esforços para alcançar os objetivos de cada
projeto e conseqüentemente dos objetivos estratégicos da companhia. Com certeza existirá uma
maior carga de trabalho, principalmente no gerenciamento do trabalho (documentos administrativos)
afim de garantir que os planejamentos, controles, históricos e lições aprendidas estejam todos
registrados. Contudo se faz necessário reafirmar que nem todos os processos serão utilizados para
todos os projetos, uma adequada classificação do porte do projeto versus processos necessários
trará bons resultados em seu gerenciamento.
A aplicação desta metodologia estará permitindo ao leitor a utilização dos históricos e lições
aprendidas para novos projetos, similar ao ciclo de aprendizagem e desenvolvimento do PDCA (Plan,
Do, Check, Action). Outro ganho para o leitor que a implementar é a troca de informações e
experiências entre as diversas equipes de forma homogeneizada (em uma mesma linguagem – sem
podar a criatividade). O uso da metodologia Otmma3 permite ao coordenador de cada projeto total
visibilidade de seus projetos, e consequentemente agir de forma assertiva na correção dos desvios,
gerenciado de forma eficaz as mudanças que ocorrem durante o andamento de cada projeto e
melhorando a sua performance do ponto de vista do escopo, prazos, custos e qualidade
principalmente, ou seja, entregar o que foi estabelecido dentro do prazo e custo previstos e qualidade
adequada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHARVAT, Jason. Project Management Methodologies: Selecting, Implementing and Supporting Methodologies
and processes for Projects. John-Willey & Sons, Inc, New jersey.
CRAWFORD, J. Kent. The Strategic Project Office: a guide to improving organizational performance. Marcel
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KENDALL, Ralph. Project Management: an international perspective, Mac Millan Press Ltd, New York
KERZNER, Harold. In search for Excellence in Project Management: successful practices in high performance
organizations. New York: Van Nostrand Reinhold.
PMI, Project Management Institute (Editor). “Um Guia do Conjunto de Conhecimentos do Gerenciamento de
Projetos “– Tradução oficial para o português do PMBOK (Project Management Body of Knowledge) Guide –
PMI, 2004”“.
PRADO, Darci. Planejamento e Controle de Projetos, INDG Tecnologia e Serviços Ltda, Nova Lima.
VALERIANO, Dalton L. Gerência em Projetos – Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia. Makron Books, São
Paulo.
XAVIER, C.M. da S. – “Gerência de Projetos - Como definir e controlar o escopo do projeto” - Editora Saraiva –
2004 (prelo).
XAVIER, C.M.; VIVACQUA, F.; MACEDO, O.; XAVIER, L.F. - Metodologia de gerenciamento de projetos -
Methodware - Beware Consultoria Empresarial Ltda,
DADOS DO AUTOR
Diretor Técnico
e-mail: coghi@cbtanet.com.br
Skype: MarcoCoghi
Profile: www.linkedin.com/in/MarcoCoghi